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1.

Ademais, fazendo recurso ao Direito Comparado, um acórdão do Tribunal Central


Administrativo Sul de Portugal dispõem que «Não existe poder regulamentar
originário e autónomo, constitucionalmente fundado, mas apenas com
fundamento numa lei ordinária anterior»1.

2.   O fundamento jurídico do poder regulamentar externo assenta na lei.


Constitucionalmente, o princípio da legalidade da administração pública, no que
aos regulamentos respeita, analisa-se tipicamente em três subprincípios:

a) O regulamento não pode invadir os domínios


constitucionalmente reservados à lei, isto é, aquelas matérias
que, segundo a Constituição, só a lei pode regular (reserva de
lei);
b) O regulamento supõe sempre uma lei antecedente, que ele visa
regulamentar ou ao abrigo da qual é emitido (precedência da
lei);
c) O regulamento não pode contrariar a lei, designadamente a lei
que aquele visa regulamentar ou ao abrigo da qual foi emitido
(prevalência da lei).
1. Portanto, levantar o problema da norma habilitante, implicaria na prática a revisão da
legalidade dos outros diplomas supra citados, cuja produção não observou o requisito da
existência de norma habilitante, problema que não se coloca relativamente ao projecto
em análise.

2. Com base no até aqui exposto, fica igualmente respondida a segunda questão do
Gabinete Jurídico do MINTRANS.
1cf.http://www.dgsi.pt/jtca.nsf/170589492546a7fb802575c3004c6d7d/
859f5a10f21e21bb802571a7003944c5?OpenDocument
Embora Angola, seja parte de vários instrumentos internacionais sobre a
matéria de protecção ambiental, o Pais não dispõe de um quadro legal e
regulamentar que estimula a opção por veículos elétricos, razão pela qual, do
ponto de vista legislativo justifica-se criação de instrumentos normativos e de
um quadro regulatório capaz de influenciar a que pessoas singulares e
colectivas possam optar por este tipo de veículos.
A implementação do sistema de mobilidade sustentável em Angola, adequa-se
em última linha com as reformas políticas, sociais e económicas que o País está
a conhecer, isto é, com a utilização de veículos eléctricos pode ser uma porta
para abertura de Angola ao investimento directo estrangeiro, ajudará as
famílias a obter maior preocupação com as questões de poluição ambiental via
automóveis e finalmente aumentará a reputação do Estado Angolano como um
ente preocupado com as questões ambientais.

A adopção da electromobilidade enquadra-se nas directrizes políticas de


protecção ao ambiente como forma de concretização dos instrumentos
internacionais de que Angola é parte, designadamente o Protocolo de Quioto,
em 2007, e, em 2016, o Acordo de Paris sobre a redução de emissão de gases
com efeito de estufa, onde o nosso país comprometeu-se reduzir em 35% da
emissão de gases poluentes até 2030, com um adicional de 15%, compromisso
que impõe a Adopção de medidas concretas tendentes à protecção do ambiente
neste domínio, e a implantação dos veículos eléctricos constitui uma das vias
para a concretização de tais objectivos.
Na ordem jurídica interna, são patentes as directrizes que sugerem a adopção a
médio e curto prazo de medidas concretas, no domínio da protecção ambiental
e dos transportes públicos, que se traduzam em instrumentos de concretização
das políticas do Executivo angolano, definidos no Plano Desenvolvimento
Nacional 2018 - 2022 e na Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas
2018-2030.

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