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Sistema de tratamento de efluente.

A seguir será proposto um esquema para o tratamento de efluentes para a indústria


farmacêutica Colagen, com o intuito de atender aos padrões ambientais das
legislações vigentes.

Fluxograma de Blocos

Figura 1: Fluxograma do Sistema de Tratamento de Efluentes

Fonte: Autores.
Tratamento preliminar

Essa fase será elaborada com o intuito de promover a remoção de sólidos grosseiros
e areia, provenientes do processo produtivo da Colagen. Portanto, será constituída
por três etapas fundamentais para a separação desses materiais. A primeira etapa do
tratamento preliminar é o gradeamento, responsável por reter componentes sólidos
com tamanhos maiores que os da grade. Esse procedimento permite que os
dispositivos de transporte de esgoto, tais como bombas e tubulações não sofram com
ações abrasivas, devido à atuação dos sólidos. A Etapa seguinte corresponde a
confecção da Calha Parchall, responsável pelo controle da vazão do efluente em
direção ao outros processos de tratamento. Por fim, tem-se o desarenamento, em que
o processo atuante para a remoção da areia é a sedimentação uma vez que, em
virtude da densidade, os materiais sólidos se dirigem ao fundo da caixa de areia. Essa
etapa evitará obstruções das tubulações e facilitará o transporte a jusante da matéria
orgânica em direção a Calha Parshall, que fará a medição da vazão do efluente.

Definição das vazões

 Vazão do Efluente industrial:

𝐿 3600𝑠 𝑥1𝑚3 3,6𝑚3 ℎ 𝑚3


𝑄𝑖𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙 = 1 𝑥 = 𝑥24 = 86,4
𝑠 1ℎ 1000𝐿 ℎ 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎

 Vazão de esgoto sanitário

A colagen possui cerca de 25 funcionários. Contudo, por motivos práticos, os cálculos


serão efetuados para 50 funcionários na indústria.

De acordo com a NBR 7229, a proporção de esgoto sanitário por funcionário é: 1


funcionário gera cerca de 100 L de esgoto sanitário. Logo:

100𝐿 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠 5000𝑙 𝑚3 5𝑚3


𝑄𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 𝑥50 = 𝑥1 =
𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖𝑎 1000𝐿 𝑑𝑖𝑎

A vazão máxima dos efluentes da Colagen é quantificada pelo cálculo abaixo:


𝑄𝑚á𝑥 = 𝑄𝑖𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙 + 𝑄 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜 = 86,4 𝑚3 + 5 𝑚3

𝑄𝑚á𝑥 = 91,4 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎

Contudo, em razão de um possível espação da Colagen, a melhor opçao seria calcular


o sistema de tratamento preliminar e primário com uma expansão de 35% para a
vazão dos efluentes industriais, afim de que as especificações técnicas do sistema de
tramento proposto atenda às necessidades mínimas das instalações da Colagen sem
alteração dos equipamentos necessários para o tratamento dos efluentes da empresa.

Dessa forma, as novas vazões para o projeto serão:

𝑄𝑚á𝑥 = 1,35𝑄𝑖𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙 + 𝑄 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜

𝑄𝑚á𝑥 = 1,35 𝑥 86,4 + 5 = 121,4 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎

𝑄𝑚á𝑥 = 121,4 𝑚3 /𝑑𝑖𝑎

Gradeamento

Para o dimensionamento da primeira parte do tratamento preliminar dos efluentes


industriais da Colagen, é necessário calcular as vazões média, máxima e mínima.

Sabendo que a vazão máxima já foi calculada, é possível calcular as outras vazões
para dimensionar as alturas das lâminas.

121,4𝑚3 𝑑𝑖𝑎 𝑚3 𝑚3 1000𝐿 𝑥 1ℎ𝑜𝑟𝑎


𝑄𝑚á𝑥 = 𝑥 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 = 5,07 = 5,07 𝑥 = 1,41 𝐿/𝑠
𝑑𝑖𝑎 24 ℎ𝑜𝑟𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑎 1𝑚3 3600𝑠

𝑚3 𝐿
𝑄𝑚á𝑥 = 5,07 = 1,41
ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑠

𝑄𝑚á𝑥 = 1,8 𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 5,07 = 1,8𝑄𝑚é𝑑


2,81𝑚3 𝑚3 ℎ𝑜𝑟𝑎 1000𝐿 3 0,78𝐿
𝑄𝑚é𝑑 = = 2,81 𝑥1 𝑥 𝑚 =
ℎ𝑜𝑟𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑎 3600𝑠 1 𝑠

2,81𝑚3
𝑄𝑚é𝑑 = = 0,78𝐿/𝑠
ℎ𝑜𝑟𝑎
𝑚3 𝑚3 1ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑥1000𝐿 𝐿
𝑄𝑚í𝑛 = 0,8 𝑥2,81 = 2,25 𝑥 3
= 0,62
ℎ𝑜𝑟𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑎 3600𝑠 1𝑚 𝑠

𝑚3 𝐿
𝑄𝑚í𝑛 = 2,25 = 0,62
ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑠

Com a tabela abaixo, é possível dimensionar o tamanho da garganta para a Calha,


uma vez que o gradeamento é realizado em função das medidas da calha Parshall.

Tabela 1 - Tabela de Vazão Calha Parshall

Com os valores obtido de vazão mínima e máxima e, de acordo com a tabela,


adotaremos W = 1 polegada.

Com esse valor de W é possível obter os valores das constantes n e k para o


dimensionamento da altura das lâminas da Calha.

Tabela 2 - Constantes (NUNES,2001)


De acordo com a tabela acima, os valores de n e k para W = 1' são de:

𝑛 = 1,522

𝑘 = 0,690

Com esses valores é possível calcular a altura da lâmina medida a 2/3 da seção
convergente da calha Parshall.

𝑄 1/𝑛
𝐻=( )
𝑘

0,00141 1/1,522
𝐻𝑚𝑎𝑥 = ( ) = 0,017𝑚
0,690

0,000782 1/1,522
𝐻𝑚𝑒𝑑 = ( ) = 0,012𝑚
0,690

0,000626 1/1,522
𝐻𝑚𝑖𝑛 = ( ) = 0,010𝑚
0,690

A seguir, calcula-se o rebaixamento do medidor Parshall (z):

𝑄𝑚𝑎𝑥 . 𝐻𝑚𝑖𝑛 − 𝑄𝑚𝑖𝑛 . 𝐻𝑚𝑎𝑥


𝑍=
𝑄𝑚𝑎𝑥 − 𝑄𝑚𝑖𝑛

(1,41𝑥 0,010 − 0,62 𝑥 0,017)


𝑍=
1,41 − 0,62

𝑍 = 0,0044𝑚

Calculando h da lâmina de água antes do rebaixo

ℎ𝑚𝑎𝑥 = 𝐻𝑚𝑎𝑥 − 𝑍 = 0,0171 − 0,0044 = 0,013𝑚


ℎ𝑚𝑒𝑑 = 𝐻𝑚𝑒𝑑 − 𝑍 = 0,012 − 0,0044 = 0,0072𝑚
ℎ𝑚𝑖𝑛 = 𝐻𝑚𝑖𝑛 − 𝑍 = 0,0010 − 0,0044 = 0,0056𝑚
Portanto, de acordo com a tabela abaixo, é possível escolher qual a grade adequada.

Tabela 3 - (NUNES, 2001)

Assim, de acordo com a medidas encontradas, a grade escolhida é a Fina, cujo


espaçamento é de 1,0 a 2,0 entre as barras.

Dessa forma, é possível realizar o dimensionamento da grade a ser utilizada para o


processo de tratamento.
Como será usada uma grade fina, assumiremos o espaçamento médio das barras,
bem como a espessura média das barras.

5
𝑡= 𝑥 10,5 ≈ 8𝑚𝑚
16
𝑎 = 15 𝑚𝑚
A eficiência da grade é
𝐸 = 𝑎/( 𝑎 + 𝑡)
𝐸 = 15/( 15 + 8)
𝐸 = 0,65 𝑥 100 = 65%

Para o cálculo da área útil é essencial que adotemos a velocidade de escoamento


V=0,6 m/s, uma vez que o sistema de gradeamento poderá ser limpo manualmente.

𝑄𝑚𝑎𝑥 0,00141
𝐴𝑢 = = = 0,00235 𝑚²
𝑉 0,6
A área total é dimensionada da seguinte forma:

𝐴𝑢 0,00235
𝐴𝑡 = = = 0,0036 𝑚²
𝐸 0,65

A largura do canal é
𝐴𝑡 0,0036
𝑏= = = 0,30 𝑚
ℎ𝑚𝑎𝑥 0,012

Verificação das velocidades


Q(m³/s) h(m) At= b.h Au=At.E V=Q/Au Verificação
0,00141 0,012 0,0036 0,0023 0,61 ok
0,00078 0,0072 0,00216 0,0014 0,55 ok
0,00062 0,0056 0,00168 0,0011 0,56 ok

A verificação da velocidade prova que os valores estão entre 0,40 e 0,75 m/s, que é o
padrão.
Para dimensionar o comprimento da grade, é necessário calcular a perda de carga
levando em consideração que haja a obstrução máxima de 50% da grade.

𝑉2 − 𝑣2
ℎ𝑓 = 1,43 ( )
2𝑔

Se ocorrer a obstrução sugerida, a velocidade inicial passa a ser o dobro, como


descrito pela expressão matemática abaixo.
𝑉 = 2 𝑉𝑜 = 2 𝑥0,61 = 1,22 𝑚/𝑠

A velocidade v a montante da grade será


𝑣 = 𝑉𝑜 . 𝐸 = 0,61 𝑥 0,65 = 0,40 𝑚/𝑠

Assim, a perda de carga é


1,222 − 0,42
ℎ𝑓 = 1,43 ( ) = 0,10 𝑚
2 𝑥 9,8
Dessa forma, calcula-se o comprimento das barras admitindo que é comum que as
grades possuam inclinações de 45°.
ℎ𝑣
𝑥=
𝑠𝑒𝑛45°

Adotando D = 0,20 e somando 0,10 da profundidade, dados os padrões para o


dimensionamento das grades, temos:

ℎ𝑣 = ℎ𝑚𝑎𝑥 + ℎ𝑓 + 𝐷 + 0,10 = 0,012 + 0,10 + 0,20 + 0,10 = 0,412

ℎ𝑣 = 0,0412 𝑚
0,412
𝑥= = 0,58 𝑚
0,707

Com os dados dimensionados até aqui, pode ser calculado o número de barras
300
𝑛= = 13,043
8 + 15

Assim, o número de barras a ser utilizada no tratamento preliminar é de 14 barras.

Calha Parshal
Com os valores de Q min e Q máx, podemos dimensionar as medidas da calha
Parshall a partir da tabela 1, em que a garganta W é de 1 polegada. Com esse valor,
é possível encontrar todas as dimensões da Calha Parshall de acordo com a figura
abaixo.
Tabela 4 - DIGIFLOW (2022)

Desarenação

Nessa fase do tratamento preliminar, é adicionada ao sistema uma caixa de areia,


com o objetivo de reter substâncias inertes tais como areias e sólidos minerais
sedimentáveis que podem vir da lavagem de fruta, pisos e dos esgotos sanitários.
Esses tipos de resíduos devem ser removidos para a prevenção de danos em
encanamentos, bombas e registros.

Na seção anterior já foi dimensionado os parâmetros Z, rebaixamento do medidor e


altura máxima da lâmina de água na caixa (h max).

Para que a retenção dos sólidos seja eficiente, é recomendável que a vazão seja de
0,3 m/s, em suma, um valor entre (0,15 - 0,40) m/s, já que valores abaixo podem
resultar em deposição de matérias orgânica e acima desse valor pode resultar em
passagem da areia.

𝑚
𝑉𝑐 = 0,3 ( 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛𝑜 𝑐𝑎𝑛𝑎𝑙)
𝑠
Na seção anterior, já foram calculados os parâmetros para Z, rebaixo do medidor e h
max, que é a altura de lâmina de água na caixa. Dessa forma, é necessário a largura
da caixa:

𝑄𝑚𝑎𝑥 0,00141
𝑏= = = 0,40 𝑚
ℎ𝑚𝑎𝑥 . 𝑉𝑐 0,012 . 0,3

Verificação da velocidade

Q(m³/s) h (m) A= h.b V= Q/A Verif


0,00141 0,012 0,0047 0,3 Ok
0,00078 0,0072 0,0026 0,29 Ok
0,00062 0,0056 0,0021 0,3 Ok

Como as velocidades estão dentro do padrão adotado para a velocidade do fluido


dentro do canal, prossegue-se com o cálculo do comprimento da caixa, da seguinte
maneira.

Comprimento

𝐿 = 22,5 . ℎ𝑚𝑎𝑥 = 22,5 . 0,012 = 0,28𝑚 = 28𝑐𝑚


Verificando o escoamento superficial (I)

𝑚3
𝑄𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎 ( )
𝑑𝑖𝑎
𝐼=
𝐴 (𝑚2 )
2,81 𝑥 24 𝑚3
𝐼= = 602 2
0,28 𝑥 0,40 𝑚 . 𝑑𝑖𝑎

Embora as dimensões para caixa sejam pequenas, de acordo com a tabela de vazões
de Calha Parshall, um canal de 1 polegada ainda atende ao máximo de 15,29 m³/hora
para a vazão de efluentes sem alteração dos equipamentos dimensionados, com
exceção da caixa de areia. O que revela que é possível que a Colagen expanda seu
parque industrial e contrate mais funcionários, desde que siga o padrão máximo de
vazão para os efluentes da indústria.
Tratamento Primário

O tratamento primário será composto por três etapas: Peneiramento, tanque


separador de óleos e graxas e, por fim, tanque de equalização.

Peneiramento

O peneiramento tem como finalidade a remoção de sólidos grosseiros suspensos das


águas residuais com granulometria superior a 0,25 mm. Para dimensionar as peneiras
é recomendado consultar tabelas de fabricantes, utilizando a vazão máxima do
projeto.

Para o presente projeto, será utilizado uma peneira estática (ou hidrodinâmica), em
que o líquido a ser tratado ingressa pela parte superior da peneira, na câmara de
distribuição, descendo pela malha filtrante e depositando os sólidos grosseiros sobre
a tela, gerando condições de fluxo ideais para separação sólido/líquido. A fase líquida
é coletada na parte inferior da peneira, onde será recolhida e direcionada para a
unidade de separação de óleos e graxas, enquanto que a fase sólida é retida na malha
da tela, deslocando-se para a borda por conta de seu próprio peso, garantindo a
autolimpeza do equipamento. A figura 2 mostra a peneira estática a ser utilizada.

Figura 2: Peneira Estática

Fonte: Hidrosul (2022).

O dimensionamento realizado a seguir considerou a vazão máxima calculada no


tópico “Definição das vazões”, isto é:
𝑚3 𝑚3
𝑄𝑚á𝑥 = 121,4 = 5,07
𝑑𝑖𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑎

Além disso, assumiu-se uma abertura de tela igual a 0,5 mm.

O primeiro passo foi obter as especificações técnicas do equipamento (Tabela 5):

Tabela 5: Especificações Técnicas para Peneira Estática.

Fonte: Hidrosul (2022).

Da tabela 5, obtemos que, para uma abertura de tela (ranhura) de 0,5 mm e uma
vazão de 10 m3/h (valor mais próximo da vazão máxima definida, Q máx = 5,07 m 3/h),
é necessária uma área de tela (área filtrante) de 0,5 m 2.

𝐴 = 0,5 𝑚2

Ainda segundo a tabela 5, o comprimento da peneira será igual a 1,252 m (cota C da


Figura 2) e a largura será igual a 0,605 m (cota A da Figura 2).

𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 = 1,252 𝑚

𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 0,605 𝑚

Portanto, será utilizada uma peneira com abertura de tela de 0,5 mm; com 0,605 m de
comprimento e 1,252 m de largura.
Tanque Separador de Óleos e Graxas

Os óleos e graxas livres presentes nos efluentes formam uma espuma de efeito
estético desagradável, além de prejudicarem seriamente o tratamento biológico. Os
dispositivos para remoção de óleos e graxas são unidades destinadas a reter gorduras
e materiais que flotam naturalmente (insolúveis). O princípio de separação se dá pela
diferença de densidade entre esses matérias e a água.

O tanque deve ser construído de forma a provocar a redução da velocidade do


efluente a ser tratado. Assim, durante o tempo que o líquido permanece dentro do
equipamento, as partículas a serem removidas conseguem se transportar para a
superfície.

O formato da caixa deve ser retangular e ela deve possuir duas cortinas, uma próxima
à entrada para evitar turbulência do líquido e outra próxima à saída, imersa até
próximo do fundo, para que os sólidos sedimentáveis sejam arrastados com o
efluente. A inclinação do fundo em direção à saída evita o acúmulo de sólidos
grosseiros sedimentáveis.

A área necessária (A) é calculada através da seguinte expressão:

𝑚3
𝑄 ( )

𝐴 (𝑚2 ) = 𝑚
𝑉 ( )

Em que:

Q = Vazão máxima do efluente;

V = velocidade mínima de ascensão das partículas de menor tamanho.

O valor de V é determinado experimentalmente, em um cilindro graduado,


determinando o tempo de subida de uma pequena partícula.

𝐻 (𝑚)
𝑉=
𝑡 (ℎ)

Em que:

H = altura do líquido no cilindro;


t = tempo de ascensão.

O dimensionamento realizado a seguir considerou a vazão máxima calculada no


tópico “Definição das vazões”, isto é:

𝑚3 𝑚3 𝑚3
𝑄𝑚á𝑥 = 121,4 = 5,07 = 0,0845
𝑑𝑖𝑎 ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑚𝑖𝑛

Além disso, considerou-se que o tempo de retenção igual a 10 minutos e a


temperatura do líquido igual a 30ºC.

O primeiro passo é calcular o volume da caixa:

𝑚3
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 𝑄𝑚á𝑥 ( ) . 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑚𝑖𝑛)
𝑚𝑖𝑛

𝑚3
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 0,0845 . 10 𝑚𝑖𝑛

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 = 0,845 𝑚3

Em seguida calcula-se as dimensões da caixa:

Considerando-se a velocidade de ascensão das menores partículas igual a 4 mm/s, a


taxa de aplicação, I, será 14,4 m3/m2.h.

𝑚𝑚 10−3 𝑚 3600 𝑠 𝑚 𝑚2 𝑚3
𝐼=4 . . = 14,4 . 2 = 14,4 2
𝑠 𝑚𝑚 ℎ ℎ 𝑚 𝑚 .ℎ

Calculando a área:

𝑚3
𝑄𝑚á𝑥 5,07
𝐴= = ℎ
𝑉 𝑚
14,4

𝐴 = 0,35 𝑚2

Para calcular o comprimento, L, e a largura, B, assume-se L = 1,5 B. Sabe-se que:

𝐴=𝐿. 𝐵

Assim:

𝐴 = (1,5𝐵). 𝐵

𝐴 = 1,5 ∙ 𝐵 2
0,35 𝑚2 = 1,5 ∙ 𝐵 2

0,35 𝑚2
𝐵2 =
1,5

𝐵 = 0,48 𝑚

𝐿 = 1,5 ∙ 0,48 𝑚

𝐿 = 0,73 𝑚

Por fim, calcula-se a altura da caixa, H:

𝑉 =𝐿∙𝐵∙𝐻

𝑉
𝐻=
𝐿∙𝐵

0,845 𝑚3
𝐻=
0,73 𝑚 ∙ 0,48 𝑚

𝐻 = 2,4 𝑚

Portanto, será utilizada um tanque separador de óleos e graxas de comprimento igual


a 0,73 m; largura igual a 0,48 m; e altura igual a 2,4 m.

Tanque de Equalização

O tanque de equalização cumpre a função de regular a vazão do sistema de


tratamento, que deve ser constante. Para dimensiona-lo, é necessário conhecer as
vazões máxima, média e mínima dos efluentes. Além de regular as vazões, o tanque
de equalização é responsável por homogeneizar o efluente. É necessário reservar um
volume mínimo no tanque, que não deverá ser inferior a 1 m ou cerca de 30% do
volume útil do tanque. A entrada do tanque deve ser na parte superior e, a saída, na
parte inferior do tanque.

Em pequenas indústrias, é comum dimensionar o tanque de equalização para 24


horas de detenção, desde que as vazões não sejam muito grandes.

Neste projeto, será projetado um tanque de equalização para atividade descontínua,


cujo período de funcionamento é de 8 horas por dia.
O primeiro passo é calcular o volume de equalização, Veq:

𝑉𝑒𝑞 = (𝑄𝑒 − 𝑄𝑠 ) ∙ 𝑡

Note que:

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑠
𝑄𝑠 =
𝑡𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑛𝑡𝑒

𝑄𝑒 ∙ 𝑡𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑓á𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎
𝑄𝑠 =
𝑡𝑡𝑟𝑎𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑛𝑡𝑒

Sabe-se que:

2,81𝑚3
𝑄𝑚é𝑑 =
ℎ𝑜𝑟𝑎

Além disso, assumiremos que o biorreator aeróbico com membrana (MBR) funciona
24 horas por dia.

Assim:

𝑚3
2,81 ( ) ∙ 8(ℎ)

𝑄𝑠 =
24(ℎ)

𝑚3
𝑄𝑠 = 0,94

Logo:

𝑉𝑒𝑞 = (2,81 − 0,94) ∙ 8

𝑚3
𝑉𝑒𝑞 = 15
𝑑𝑖𝑎

Em sequência, verifica-se o tempo de detenção:

𝑉𝑒𝑞
𝑡=
𝑄

15
𝑡=
2,81

ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
𝑡 = 5,33
𝑑𝑖𝑎
O próximo passo é calcular as dimensões do tanque:

𝑉𝑒𝑞 = 𝐿2 ∙ 𝐻

Em que L é a largura da seção quadrada e H é a profundidade adotada.

Definiu-se que:

𝐻 = 1,5 𝑚

Assim:

𝑉𝑒𝑞
𝐿=√
𝐻

15
𝐿=√
1,5

𝐿 = 3,16 𝑚

Em seguida, calcula-se o volume total do tanque:

𝑉𝑡 = 𝑉𝑒𝑞 + 𝑉𝑚í𝑛

O tanque deverá suportar ficar 48 horas apenas recebendo efluente, a fim de garantir
um tempo mais flexível para resolução de possíveis problemas. Assim, o volume ínimo
será igual a:

𝑉𝑚í𝑛 = 𝑄𝑒 ∙ 72 ℎ

𝑚3
𝑉𝑚𝑖𝑛 = 2,81 ∙ 72 ℎ

𝑉𝑚í𝑛 = 202,32 𝑚3

Logo:

𝑉𝑡 = 15 + 202,32

𝑉𝑡 = 217,31 𝑚3

Por fim, calcula-se a potência do agitador.

O agitador utilizado será um acelerador flutuante. Portanto:


𝐷𝑝 ∙ 𝑉𝑡
𝑃=
745

Em que Dp é a densidade de potência, adotada em 10 W/m3.

10 ∙ 217,32
𝑃=
745

𝑃 = 2,92 𝑊

Escolhe-se o agitador comercial de potência imediatamente superior.


Referências

HIDROSUL. Ficha Técnica Peneira Estática. Disponível em: <https://estaticositehidrosul.s3-


sa-east-1.amazonaws.com/wp-
content/uploads/2020/04/FichaTecnica_PeneiraEstatica_r1.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2022.

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