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Diagnóstico:

Exames Solicitados

Hemograma

Um hemograma completo é projetado para analisar mudanças quantitativas, qualitativas e morfológicas


dos elementos gráficos no sangue, conecta-se à clínica de forma simples e minimamente invasiva,
diagnosticando múltiplas patologias que podem causar mudanças hematológicas. (AZEVEDO et al.
2010).

Sistema ABO/Fator Rh

A tipagem do grupo sanguíneo e fator Rh devem ser solicitados na primeira consulta de pré-natal para
todas as gestantes a fim de diagnosticar a incompatibilidade sanguínea materno-fetal.
Existem diferentes tipos de sangue humano sendo eles: A, B, AB e O que também são conhecidos por
Sistema ABO. Além deste sistema, existe o Fator Rh (antígeno D) que pode ou não estar presente na
superfície das hemácias. Durante a gravidez, caso a mãe seja Rh negativo e o bebê Rh positivo (herdado
do pai), é recomendado à injeção de imunoglobulina Rh para que não haja riscos para o bebê (MAYO
CLINIC, 2020; RODRIGUES et al., 2020).

É importante a realização dos exames e das precauções, pois incompatibilidades como


essa podem causar a anemia hemolítica fetal, mais conhecida como eritroblastose fetal.
Nesta condição, com o bebê Rh positivo e a mãe Rh negativo, a puérpera pode iniciar produção de
anticorpos contra os antígenos Rh resultando em hemólise, condição que causará a anemia fetal
(DULAY, 2019).
A eritroblastose fetal ocorre quando a destruição dos eritrócitos é maior que a produção e pode se
apresentar de maneira leve a moderada, que se manifestará pelo aumento de bilirrubina nas primeiras
24 horas de vida, ou da forma grave que pode se manifestar por edema, derrame pleural ou do
pericárdio, entre outras comorbidades, correndo assim grande risco de vida (HAAS et al., 2015).

Teste da Antiglobulina Direto (Coombs direto)

O teste da Antiglobulina Direto visa constatar a presença de anticorpos maternos já ligados aos
eritrócitos de Rh positivo do neonato, de forma que, caso haja aglutinação, o teste apresentará
resultado positivo, e se não houver, o teste será negativo. A negatividade do teste não exclui a
possibilidade da ocorrência de um processo hemolítico, pois tal fato está diretamente relacionado à
quantidade de imunoglobulinas ligadas aos eritrócitos, e, o resultado positivo, indica que os anticorpos
maternos já foram transferidos para o feto (MELO; MUNIZ, 2019).

Teste da Antiglobulina Indireto (Combs Indireto)

O teste de Coombs indireto permite assim determinar se, em algum momento, a mãe produz anticorpos
contra o feto. Realizado a partir de uma colheita de sangue venoso do antebraço da mãe, vai detectar a
presença no soro de anticorpos antieritrocitários, nomeadamente anti-D, mas também de outros
anticorpos antieritrocitários que, apesar de muito raros, podem originar quadros de doença hemolítica
perinatal. (SOUZA, 2016).

Um resultado positivo do teste de Coombs indireto indica isoimunização (nomeadamente,


incompatibilidade Rh com o feto), estando assim em circulação anticorpos contra os glóbulos vermelhos
fetais e podendo o feto desenvolver a doença hemolítica perinatal. Estes casos requerem
acompanhamento especializado durante toda a gestação. Estudos realizados consideraram que a
administração de Imunoglobulina (Ig) anti-D às 28 semanas de gestação em mulheres Rh negativo é uma
intervenção eficaz na prevenção da doença hemolítica perinatal, reduzindo o risco de isoimunização de
2 para 0,1%. (SOUZA, 2016).

Ultrassonografia em associação com estudo Doppler

É o método de escolha para identificação precoce de fetos anêmicos, diferenciando os fetos com
anemia leve, moderada ou grave. O Doppler estuda a vascularização do cérebro fetal, especificamente
de um vaso denominado artéria cerebral média. A anemia fetal causa redução da viscosidade do sangue,
levando a uma maior velocidade do fluxo de sengue nessa artéria. É realizada então a medida da
velocidade do sangue na artéria cerebral média (velocidade do pico sistólico, sigla PVS) e comparação
com uma tabela de normalidade para a idade gestacional a cada 1 ou 2 semanas a partir da 16a semana
de gestação.

Além de ser seguro e permitir o estudo da hemodinâmica fetal, auxilia na detecção dos mecanismos da
adaptação do concepto frente à anemia.

A dopplervelocimetria arterial já foi pesquisada com a finalidade de identificar marcadores da anemia


fetal, tendo-se conseguido demonstrar que fetos anêmicos apresentam estado hiperdinâmico de fluxo
evidenciado pelo aumento nas velocidades em alguns vasos, tais como, artéria esplênica, aorta torácica
descendente e principalmente artéria cerebral média (ACM). Estes achados indicam que o feto anêmico
aumenta o débito cardíaco na tentativa de manter adequado aporte de oxigênio aos seus órgãos e
tecidos (GONÇALVES, 2006)

Atualmente tem sido considerado o melhor método para o diagnóstico não invasivo da anemia fetal,
independente de sua causa, desde que realizado por examinadores experientes, para que não ocorram
erros na realização do exame (GONÇALVES, 2006).

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