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de Processos Químicos
Teoria e Estratégias Aplicadas à Economia Industrial
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Teoria e Estratégias Aplicadas
à Economia Industrial
• Introdução;
• Avaliação Econômica de Processos Químicos;
• Composição da Análise Econômica;
• Importância da Análise Econômica;
• Taxa Interna de Retorno (TIR);
• Período de Retorno;
• Comparação entre VPL vs. TIR vs. Período de Retorno;
• Parâmetros Aplicáveis em Análises Econômicas;
• Receitas e Lucros de Processos Químicos.
OBJETIVO
DE APRENDIZADO
• Empregar os conceitos econômicos e estratégicos para que se tenha um processo industrial
financeiramente viável.
UNIDADE Teoria e Estratégias Aplicadas à Economia Industrial
Introdução
Você já pensou por onde começar a fazer uma análise de economia de um processo
químico ou de algum processo em geral? Quais os principais pontos que devem ser explo-
rados? O que pode justificar o investimento em alguma planta industrial?
Figura 1
Fonte: Getty Images
A Humanidade tem sido capaz de usar seu conhecimento das Ciências Naturais para
inventar a fabricação em larga escala de produtos químicos para melhorar a qualidade
de vida.
Fábricas de fertilizantes, por exemplo, permitem o uso mais produtivo da terra para
fornecer maiores rendimentos de importantes plantas.
Essa capacidade de pegar uma matéria-prima e agregar valor por meio de sua trans-
formação em algo mais útil, o que cria riqueza econômica e, em última análise, melhora
os padrões da vida das pessoas.
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A avaliação econômica também recebe outros nomes, tais como, avaliação técnico-
-econômica que também pode ser chamada de Engenharia Econômica (Engineering
Economy) ou Economia da Engenharia.
Independente do termo utilizado, todos têm como objetivo remeter ao uso de métodos
da Economia para a tomada de decisão em Engenharia, baseando-se em Matemática
Financeira, como, por exemplo, a aplicação de juros simples ou compostos.
Apesar de esses parâmetros a priori serem para Engenharia Civil, foi possível fazer
aproximações e adequações para as demais Áreas, principalmente, para a Química e a
Engenharia Química.
O primeiro livro sobre a Engenharia Econômica foi The Economic Theory of the Location on
Railways (A Teoria Econômica da Localização nas Ferrovias) de A. M. Wellington, publicado
em 1877, quando, na época, havia uma grande discussão sobre os gastos e os ganhos que
eram gerados para a Sociedade quando se construía uma ferrovia.
Assim, Fisher propôs quatro condições que pontuam que um bom investimento
seria aquele:
• Que tivesse o maior valor presente líquido à taxa de juros do mercado;
• Cujo valor presente de benefícios excedesse o valor presente dos custos ao máximo;
• Que tivesse a “taxa de retorno sobre o sacrifício” que mais excedesse a taxa de
juros do mercado;
• Que quando comparada ao próximo mais o caro investimento, gerasse uma taxa de
retorno sobre o custo que excedesse a taxa de juros do Mercado.
Outro marco importante aconteceu em 1930, quando Eugene L. Grant publica o livro
Principles do Engineering Economy, no qual abordou ferramentas que iriam permitir
que a Engenharia Econômica se desenvolvesse, possibilitando que aspectos econômicos
fossem aliados a aspectos técnicos nas tomadas de decisões dos engenheiros.
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Grant desenvolveu um ponto de vista econômico na Engenharia que pode ser resumido
como: “há um corpo definido de princípios que governam os aspectos econômicos de uma
decisão de engenharia, tal como acontece com os aspectos físicos” (GRANT, 1990).
Outros fatores que também afetam uma tomada de decisão, como, por exemplo,
questões ambientais, logísticas, sociais, costumes locais etc.
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Figura 2
Fonte: Getty Images
Isso mudou.
Essa relação das múltiplas dimensões deve ser analisada com muito cuidado e atenção,
pois um projeto deverá ser implementado depois de analisar a viabilidade de todas essas
áreas, por exemplo, mesmo que o projeto seja economicamente viável e inviável ambien-
talmente, ele não deverá ser implantado.
Estima-se que uma baixa porcentagem de projetos que passa por uma análise
econômica alcança como resultado a implantação da indústria, pois atingir a viabilidade
técnica e econômica acaba sendo um desafio bem complexo.
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A receita real de um projeto pode levar vários anos para se materializar; portan-
to, esses fluxos de caixa devem ser estimados com antecedência antes de qualquer
despesa importante.
À medida que o projeto avança, eles devem ser refinados e reavaliados para garantir
que o investimento de capital continue a valer a pena.
Cada projeto representa uma série de entradas e saídas de caixa. Devido ao valor do
dinheiro no tempo, uma comparação deve ser feita entre o dinheiro recebido hoje e o
dinheiro recebido mais tarde.
Para tomar uma decisão de investimento, cada entrada/saída futura é convertida para
o valor de hoje, usando uma taxa de desconto que é maior do que o custo da inflação.
Representa o custo de oportunidade, ou seja, o valor que o projeto deve gerar para
concorrer com outros projetos que a Organização poderia empreender.
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Mesmo que haja apenas um projeto sendo considerado, no mínimo, a organização
pode pedir dinheiro emprestado e investi-lo de volta no negócio a uma taxa de retorno
bastante conhecida (a taxa de crescimento atual do negócio).
Isso significa que os fluxos de caixa futuros projetados devem ser descontados a uma
taxa de juros compostos adequada, para fins de comparação com os dias atuais do valor
do dinheiro.
VPL = C . (1 + i)-n
A curva de fluxo de caixa acumulado pode, então, ser construída somando os valores
presentes de todas as receitas e despesas de cada ano.
Se o valor presente líquido for positivo (acima de zero), o projeto deve ser aprovado.
Se for negativo, o projeto deve ser rejeitado ou reformulado.
Se vários projetos estiverem sendo considerados, aquele com o VPL mais alto deve
ser escolhido.
Muitas Organizações ainda têm vários projetos de capital que competem pelo investi-
mento. Mas o retorno obtido pelos recursos que são investidos nas operações existentes
é chamado de custo de capital.
Para complicar ainda mais, a Empresa pode obter financiamento de dívida para
realizar os projetos.
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Assim, a taxa de retorno a ser obtida das operações existentes é calculada em média
com a taxa de juros da dívida para obter o custo médio ponderado de capital (WACC):
• Se TIR > WACC, o projeto deve prosseguir;
• Se TIR < WACC, o projeto deve ser rejeitado (ou revisado).
A TIR ainda pode ser positiva, mas quando é menor que o WACC o projeto não repre-
senta um investimento mais forte do que as operações existentes da Empresa. Portanto,
existem lugares melhores para investir o dinheiro.
A principal desvantagem da TIR é que ela assume que o excesso de capital é reinvestido
na TIR do projeto, em vez do custo de capital da corporação.
Como isso é improvável, a TIR pode ser enviesada na direção da aprovação do projeto.
Período de Retorno
O período de retorno representa a quantidade de tempo em que o investimento recu-
pera seu dispêndio de capital inicial. É o ponto de equilíbrio do investimento.
Eles dão ao projeto uma comparação com alternativas de investimento e projeto, mas
estão perdendo uma peça crítica, ou seja, eles não levam em conta a rapidez com que o
investimento é devolvido aos seus investidores.
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Como consequência, muitos tomadores de decisão adoram o período de retorno
e alguns podem até abrir mão de um pouco da TIR para ver o dinheiro de volta no
Banco rapidamente.
Exemplo 1
A Empresa recebeu um orçamento de US$ 1 milhão para prosseguir com os projetos
de expansão.
Tabela 1
Período de
Projeto Investimento ($) TIR (%) VPL ($)
retorno (anos)
A 1.000.000 35 1.450.000 2,3
B 200.000 40 320.000 3,3
C 800.000 12 845.000 4,7
Resolução
Analisando a Tabela, é possível chegar aos seguintes pontos:
• O Projeto A gastará todo o seu orçamento;
• Os projetos B e C podem ser executados;
• Todos os três projetos estão acima do WACC, portanto, todos beneficiarão a Empresa;
• O projeto B é claramente o mais lucrativo, mas é a melhor decisão? Os projetos B
e C juntos teriam uma taxa de retorno menor que a do projeto A, mas ainda estão
acima do WACC.
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Investimento de capital
O investimento de capital consiste em dois elementos – capital fixo e capital de giro.
• Instrumentação e controle;
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• Construção: construção, operação e manutenção de instalações temporárias,
escritórios, estradas, equipamentos de construção, manuseio de materiais, segurança
e proteção etc.;
• Contingência.
O capital de giro de uma planta de processo consiste nos fundos (caixa) necessários
para operar a planta.
Esses recursos são substituídos mensalmente pelas receitas dos produtos, mas devem ser
investidos antecipadamente para estabelecer as operações e só são totalmente recuperados
quando a produção cessa e o ciclo de vida do projeto é concluído.
Custos Operacionais
O custo operacional ou custo total do produto é a soma dos custos de fabricação e as
despesas administrativas gerais. Os custos de fabricação consistem nos seguintes:
Nos mercados químicos mais competitivos, os preços dos produtos são fixados
pela oferta e pela demanda e estes podem ser difíceis de prever. Para contornar esse
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roblema, a maioria das organizações define um preço padrão do produto usado para
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testar a E
conomia dos projetos. Esse preço, geralmente, é definido considerando as
perspectivas de demanda de longo prazo e as atuais e a capacidade de fornecimento
futuro.
Todos esses fatores devem ser levados em consideração ao projetar receitas futuras.
Esse dinheiro pode ser depositado em uma conta bancária ou investido em outro
empreendimento.
Esse custo é reconhecido como despesa legítima pelos governos sob as Leis tributárias
e, portanto, existem diretrizes rígidas para isso.
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Você Sabia?
Atualmente, existem várias ferramentas que podem auxiliar um gerenciamento de um
projeto de processo químico.
A Metodologia PMBOK “Project Management Body of Knowledge”, que é uma espécie de
enciclopédia sobre gerenciamento de projetos, cuja publicação é regularmente revisada
pelo PMI “Project Management Institute” a cada 4 anos, aproximadamente, fornece todo o
embasamento teórico que serve de referência aos profissionais envolvidos em um projeto.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
ProjectEngineer
https://bit.ly/3Aj11fq
Livros
Projeto de Processos Químicos Industriais
ERWIN, D. Projeto de processos químicos industriais. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2016. (e-book)
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Referências
PETERS, M. S.; TIMMERHAUS, K. D. Plant design and economics for chemical
engineers. Nova Iorque: McGraw-Hill, 1991/2003.
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