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FACULDADE ESTACIO DE ARACAJU

CULTURALISTAS

Adler, Karen Horney e Eric Fromm

Aracaju
Ano 2017
ALICE RAYANE VIEIRA DOS SANTOS
BRENDA STEFFANY DE ALMEIDA E SILVA LIMA
IZABELA SILVA VIEIRA
SÁLVIO CHARDSON XAVIER BRUNO
VALDIMEIRE BARBOSA DOS SANTOS SILVA
WILLAMS OLIVEIRA LIMA

CULTURALISTAS

Trabalho apresentado à disciplina de


Psicologia da Personalidade do
Desenvolvimento do Curso de Psicologia
da Faculdade Estácio de Sá de Aracaju,
apresentado como requisito parcial para
avaliação. Prof. Guilherme Caldeira.

Aracaju
2017
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 Histórico da Teoria Adler, Karen Horney e Erich Fromm......................................... 5

2.1 KAREN HORNEY (1885-1952) ........................................................................... 12

2.2 Erich Fromm ........................................................................................................ 17

3. Conceito de Personalidade ................................................................................... 18

4. Principais Conceitos de Adler, Karen Horney e Erich Fromm ............................... 19

5. Descrição da Personalidade.................................................................................. 27

6. Dinâmica da Personalidade................................................................................... 27

7. Exemplo concreto e de como a teoria em questão explicaria. .............................. 28

8. Posicionamento crítico (situação atual, pós ou contra). ........................................ 29

9. Tipos ou Traços..................................................................................................... 31

10. Abordagem Nomotética ou Idiográfica ............................................................... 32

11. Fatores que influenciam o Desenvolvimento da Personalidade .......................... 33

12. Conclusão ......................................................................................................... 355

Referencia Bibliográfica .......................................................................................... 366


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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar a Teoria da


Personalidade Culturalistas, abordando os respectivos autores, Alfred Adler, Karen
Horney e Eric Fromm. Procuramos seguir as orientações do professor, para a melhor
compreensão e apresentação do trabalho.

Entretanto, dividimos o presente trabalho em algumas partes e procuramos


desenvolver cada ponto que nos foi proposto, sendo eles: 1 - Introdução; 2 -
Histórico da Teoria Adler, Karen Horney e Erich Fromm; 3 - Conceito de
Personalidade; 4 - Principais Conceitos de Adler, Karen Horney e Erich Fromm; 5 -
Descrição da Personalidade; 6 - Dinâmica da Personalidade; 7 - Exemplo concreto e
de como a teoria em questão explicaria; 8 - Posicionamentos crítico (situação atual,
pós ou contra); 9 – Tipos ou Traços; 10 - Abordagem Nomotética ou Idiográfica; 11 -
Fatores que influenciam o Desenvolvimento da Personalidade; 12 – Conclusão.
Contudo, procuramos ser fiel a abordagem da teoria da personalidade de cada um
dos autores Culturalistas.
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2 Histórico da Teoria Adler, Karen Horney e Erich Fromm

“Psicologia Individual da alma humana é a conquista, perfeição, segurança,


superior A meta idade”.
(Alfred Adler)

Nasceu em 1870 e sua infância foi marcada pelo seu raquitismo, o que o
impedia de brincar com outras crianças. Em virtude de suas doenças, ele foi mimado
pela mãe, mas logo após o nascimento de um outro irmão, ele perde seu posto,
alguns biográficos que estudaram Adler, dizem que sua mãe pode ter rejeitado-o
após o nascimento de seu irmão. Ao se tornar adulto ele se forma em medicina pela
universidade de Viena e descarta a teoria freudiana do complexo de Édipo, porque
afirmava não corresponder com suas experiências na infância, ele tinha ciúme de
seu irmão mais velho por ser saudável ao contrário dele.

Apenas com o passar do tempo que sua auto-estima foi melhorando.


Formado em medicina com notas medíocres ele começou a trabalhar como
oftalmologista, mais tarde Adler terminou por se especializar em neurologia e
psiquiatria. Sua relação com Freud começou com reuniões uma vez por semana
para discutir sobre a psicanálise, embora seu relacionamento com Freud nunca
tivesse sido estendido, por fim ele rompe definitivamente com a psicanálise e
começa a desenvolver sua própria abordagem de personalidade.

Cada pessoa é basicamente um ser social.

A personalidade de cada um é moldada pelo ambiente em que vive e


interações sociais e peculiares, e não pelos esforços para satisfazer nossas
necessidades biológicas.

O consciente é o centro da personalidade.


O ser humano está ativamente envolvido na criação do self no direcionamento
do futuro.
Como Freud, os aspectos da influência de Adler podem ter influenciado sua
maneira de encarar a natureza humana.

Adler definia como sentimentos de inferioridade o estado normal de todas as


pessoas, a fonte de toda a luta humana. Para ele, o crescimento individual é
resultado da compensação, da tentativa de superar inferioridades reais ou
imaginárias.
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SENTIMENTO
COMPENSAÇÃO
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE

Compensação é a motivação para superar a inferioridade, lutar por níveis mais altos
de desenvolvimento. O processo começa na infância, porém a sensação de
inferioridade não é determinada geneticamente, ela é uma função de um ambiente
de desamparo e dependência dos adultos.

Complexo de inferioridade é a situação que surge quando uma pessoa não


consegue compensar seu sentimento normal de inferioridade.
O complexo de inferioridade pode surgir de três fontes na infância: inferioridade
orgânica, mimo excessivo e negligência.

Complexo de superioridade é a situação criada quando uma pessoa


supercompensa sensações de inferioridade normais. As pessoas com esse
complexo costumam ser dadas à vaidade, ao egocentrismo e a uma tendência a
denegrir os outros.

SENTIMENTOS DE SUPERIORIDADE

Adler chegou à conclusão de que a Agressão era mais importante do que a


Sexualidade. O que ele chamava de Impulso Agressivo depois substituiu por “desejo
de poder”, ele identificava o poder com a masculinidade e a fraqueza com a
feminilidade. Mais tarde abandonou o “desejo de poder” em favor da “busca de
superioridade”, em seu pensamento desenvolveu três estágios com a relação à meta
final dos seres humanos: O ser agressivo, O ser poderoso e o Ser Superior.

“Eu comecei a ver claramente em cada fenômeno psicológico a busca de


superioridade. Ela acompanha o crescimento físico e é uma necessidade intrínseca
da própria vida. Está na raiz de todas as soluções dos problemas da vida e
manifesta-se na maneira como enfrentamos esses problemas. Auto-preservação,
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princípio do prazer, compensação, todas elas são apenas representações, tentativas


de expressar a grande pulsão ascendente”.

Adler reconheceu que a busca de superioridade pode manifestar-se de


inúmeras maneiras diferentes, e que cada pessoa tem seu modo concreto de atingir
ou tentar atingir a perfeição.

Por exemplo: A pessoa neurótica busca auto-estima, poder e auto-


engrandecimento. Em outras palavras “metas egoístas” ao passo que a pessoa
normal busca metas de caráter primariamente social.

Estilo de vida foi definido por Adler como a estrutura ou padrão de


comportamentos e características de caráter peculiar pelo qual buscamos a
perfeição. Entre os estilos de vida básicos elencados por ele estão o dominador, o
dependente, o esquivo e os tipos socialmente úteis.

O poder criativo do Self - Adler definiu como


poder criativo do Self a habilidade de criar um estilo de
vida apropriado. Ele acreditava que a pessoa cria o
estilo de vida. Cada um cria o seu self, a sua
personalidade, o seu caráter. A maneira como
interpretamos a influência das nossas experiências na
infância, a hereditariedade e o ambiente forma a base para a
construção criativa da nossa atitude em relação à vida.

Adler descreveu vários problemas universais e os agrupou em três categorias:

Os que envolvem o nosso comportamento para com os outros

Os ocupacionais

Os amorosos

Adler definiu quatro estilos básicos para lidar com esses problemas:

O tipo dominador

O tipo dependente

O tipo esquivo

O tipo socialmente útil

Tipo dominador: apresenta uma atitude dominadora com pouca consciência social
e sem consideração pelos outros. O tipo mais extremo dessa categoria ataca os
outros e se torna sádico, delinquente ou sociopata. O menos violento se torna
alcoólatra, viciado em drogas ou suicida. Eles acreditam que podem magoar os
outros atacando a si mesmos.
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Tipo dependente: Para Adler este é o tipo mais comum. Espera ser satisfeito por
outras pessoas e, portanto, se torna dependente delas.

Tipo esquivo: Não tenta enfrentar os problemas da vida; evitando dificuldades, a


pessoa evita qualquer possibilidade de fracasso.

O que há em comum entre esses três tipos é que eles não conseguem
colaborar com outras pessoas e o choque entre o seu estilo de vida e o mundo real
resulta num comportamento anormal, que se manifesta na forma de neuroses e
psicoses. Falta-lhes o que Adler chamou de interesse social.

Tipo socialmente útil: Colabora com os outros e age de acordo com as


necessidades destes. Esse tipo de pessoa lida com problemas dentro de uma
estrutura bem desenvolvida de interesse social.

Para Adler a primeira tarefa que encontramos que encontramos na vida é


nossa relação com outras pessoas, é daí que surge o conceito de interesse social,
que segundo ele é o potencial inato da pessoa de ajudar outras a atingir as metas
pessoais e sociais como havia dito anteriormente em sua biografia, embora seja
influenciado mais fortemente pelas forças sociais do que pelas biológicas.

“Esta ligação (entre mãe e filho) é tão intima e de longo alcance que nunca
vamos poder apontar nenhuma característica como hereditária mais adiante na vida.
Todas as tendências que poderiam ser herdadas já foram adaptadas, treinadas,
educadas e refeitas pela mãe. A sua capacidade ou falta dela influenciará toda a
potencialidade da criança”.

(citação de Adler por Grey 1998 p 71)

Uma duradoura contribuição de Adler é a ideia de que a ordem do nascimento


tem grande influência na infância, a partir da qual criamos nosso estilo de vida. Ser
mais velho ou mais novo do que um irmão e estar exposto a atitudes diferentes dos
pais criam condições que ajudam a determinar a personalidade. Ele escreveu sobre
quatro situações: o primeiro filho, o segundo, o caçula e o filho único.
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O primeiro filho

• Dedicação de tempo e atenção dos pais diferenciada que leva a uma


existência feliz e segura até o surgimento do segundo filho.

• Com a chegada do segundo filho e o “destronamento”, podem se tornar


teimosos e destrutivos durante certo período.

• Por ter aprendido as vantagens do poder durante um tempo, os primogênitos


continuam preocupados consigo a vida toda; podem exercer poder sobre os
irmãos mais novos, mas, ao mesmo tempo, estão mais sujeitos ao poder dos
pais.

• As vantagens é que à medida que cresce, o primogênito exerce o papel de


professor, tutor, líder e disciplinador ajudando a cuidar dos irmãos mais
novos. O que geralmente faz com que amadureçam intelectualmente até um
nível superior ao das crianças mais novas.

• Os primogênitos interessam-se excessivamente em manter a ordem e a


autoridade, tornando-se bons organizadores, conscienciosos e escrupulosos
em relação aos detalhes, além de assumir uma atitude autoritária e
conservadora.

• Podem também vir a ser inseguros e ser hostis com os outros. Para Adler, os
neuróticos, pervertidos e criminosos geralmente eram primogênitos.

O segundo filho

• Nunca teve a posição de poder usufruída pelo primogênito e


consequentemente não tem a sensação de destronamento, mesmo que
nasça outra criança na família.

• Os pais geralmente mudam suas atitudes e práticas em relação à educação,


e podem estar menos preocupados e ansiosos com o comportamento.
• O segundo filho sempre tem o exemplo do primeiro como modelo, ameaça ou
fonte de competição.
• Como não experimentaram o poder, não se preocupam com ele.
• São mais otimistas quanto ao futuro e tendem a ser ambiciosos.

O filho caçula

• Os caçulas nunca enfrentam o destronamento por uma outra criança e


geralmente se tornam os “queridinhos da família”.
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• Os caçulas geralmente se desenvolvem muito rapidamente, é comum que


sejam grandes realizadores no que quer que façam como adultos.

• Se forem excessivamente mimados, essas pessoas quando crescem podem


preservar o desamparo da infância. Não habituadas a lutar, mas sim a serem
cuidadas, estas pessoas têm dificuldade em se ajustar à idade adulta.

O filho único

• Nunca perde a posição de primazia e poder na família, é o centro das


atenções.

• Tende a enfrentar dificuldades quando percebem que em áreas da vida fora


de casa não são o centro das atenções.

• Não aprenderam a compartilhar e nem a competir.

Sua visão com relação à natureza humana é bem otimista, ele diz que nós
temos o domínio de moldar as forças sociais que nos influenciam e temos também o
poder de usar essa força pra construir um estilo de vida. Ele via cada pessoa como
um ser humano que lutava para atingir a perfeição.

Natureza Humana

A AVALIAÇÃO NA TEORIA DE ADLER

Adler desenvolveu sua teoria analisando os seus pacientes, ou seja,


avaliando o que eles verbalizavam e o seu comportamento durante as sessões de
terapia. Sua abordagem era mais relaxada e informal do que a de Freud. Adler e
seus pacientes sentavam-se em cadeiras confortáveis, um de frente para o outro.

Adler também gostava de usar humor na sua terapia, provocando seus


pacientes de maneira alegre e amistosa. “Ele era um depósito de piadas adequadas
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para várias neuroses, e achava que fazer piada poderia levar o paciente a ver quão
ridícula era sua doença”.

A avaliação da personalidade dos pacientes levava em consideração a


observação dos detalhes do comportamento do paciente. Ele sugeriu que a maneira
como utilizamos nosso corpo indica algo sobre nosso estilo de vida, até mesmo a
posição como dormimos.

Os métodos básicos de avaliação de Adler, chamados de portões de entrada


para a vida mental, são a posição na ordem do nascimento, as primeiras lembranças
e a análise dos sonhos.

Primeiras lembranças

Para Adler, nossa personalidade é criada durante os primeiros quatro ou


cinco anos de vida. As primeiras lembranças, seja de eventos reais ou de fantasias,
desse período indicam o estilo de vida que continuará nos caracterizando como
adultos, revelam o interesse básico da nossa vida.

Embora achasse que cada lembrança antiga deve ser interpretada dentro do
contexto de vida do paciente, encontrou traços comuns entre elas. Por exemplo,
sugeriu que as lembranças que envolviam perigo ou castigo indicavam uma
tendência para a hostilidade., as que envolviam o nascimento de um irmão
mostravam uma sensação constante de destronamento.

Análise de Sonhos

Adler não acreditava que os sonhos realizavam desejos ou revelavam


conflitos ocultos, mas sim que envolviam os nossos sentimentos sobre um problema
atual e o que planejamos fazer a respeito.

Exemplo:

Evento do sonho: ficar paralisado /Interpretação Adleriana: Enfrentar


problemas insolúveis

Evento do sonho: Usar as roupas erradas / Interpretação Adleriana: Ficar


perturbado pelos seus erros.

Os sonhos nunca devem ser interpretados se que se conheça a pessoa e a


sua situação. O sonho é uma manifestação do estilo de vida da pessoa, e, portanto,
exclusivo dela.
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2.1 KAREN HORNEY (1885-1952)

Apesar de ter sido criticada, alguns psicólogos


consideram importantes os conceitos de Horney a
respeito de tendências neuróticas, necessidade de
segurança, do papel da ansiedade e a auto-imagem
idealizada.

Nasceu em 16 de Setembro de 1885 em Eilbek na Alemanha. Uma das


primeiras psiquiatras e criadora da disciplina psiquiatra feminina. Fundou o Instituto
Americano de Psicanálises. Compartilhou com as idéias de Freud, porem realizou
sua análise com as mulheres dando enfoque aos instintos sexuais.

Horney sustenta que os fatores ambientais e sociais são as influencias mais


importante no desenvolvimento da personalidade.

PSICANÁLISE INTERPESSOAL

Karen Horney acreditava como Freud que o inconsciente é um poderoso


determinante da personalidade. Porém, ela questionava a premissa de Freud
segundo a qual, o inconsciente consiste em conflitos relacionados com a expressão
da libido.

Horney afirmava que não são os conflitos sexuais que dirigem a


personalidade. Ela relatava que muitos dos seus pacientes neuróticos, tinham uma
vida sexual satisfatória, fenômeno impossível no âmbito da teoria Freudiana
Clássica.

Para ela, os conflitos mais importantes estão baseados em questões


interpessoais não resolvidas e não em fixações libidinais.

Karen concordava com Freud em que os conflitos fundamentais que tolhem a


personalidade têm origem na primeira infância e que se concentram em torno das
interações entre pais e filhos.

A NECESSIDADE DE SEGURANÇA NA INFÂNCIA

A necessidade de segurança na infância é uma


Necessidade em grau mais elevado de segurança e
libertação do medo.

A segurança da criança depende totalmente de

Como os pais a tratam.


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As crianças reprimem hostilidade diante dos pais e os culpa por guardarem


ressentimentos pelos mesmos.

Nos casos ideais, a criança sente que é amado e protegido pelos pais e,
portanto está seguro.

ANSIEDADE BÁSICA

A ansiedade básica é uma sensação profunda


de solidão e desamparo. É o alicerce da neurose.

Na infância tentamos nos proteger contra a


ansiedade básica usando mecanismos de proteção,
os quais são:

- assegurando afeto e amor;

- sendo submissos;

- obtendo poder;

- afastando-nos.

Personalidade submissa:

- Tentam fazer tudo o que o outro quer, tentam


subornar os outros para que eles deem o afeto
desejado.

- Pessoas que “aproximam”.

- Martírio: sacrifício e sofrimento pelos outros.

- Evitam contrariar os outros.

- Possui dependência mórbida: a necessidade de um parceiro (amigo, cônjuge,


amante).

Personalidade Agressiva

- A pessoa acredita se tiver poder ninguém a


prejudicará.
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- Narcisista; apaixonado pela autoimagem idealizada.

- Arrogante: vingativo, orgulhoso. Necessidade de estar certo e demonstrar força.

Personalidade desprendida

- A pessoa tenta se tornar independente dos outros.

- Não se envolve com as pessoas fora do círculo mágico do


“eu”. Necessidade de privacidade.

- Rebeldia contra limitações ou influências: desejo de


liberdade.

- Vida superficial: um expectador de si e da vida, desvinculamento dos desejos e


experiências emocionais.

Para Karen Horney, esses mecanismos de auto-proteção podem ser mais


fortes do que as necessidades sexuais ou fisiológicas.

NECESSIDADES NEURÓTICAS

As necessidades neuróticas são dez defesas irracionais contra a ansiedade


que se torna parte permanente da personalidade e que afetam o comportamento.

Afeto e aprovação Personalidade submissa

Procura um parceiro dominador (voltado para outras pessoas)

Poder

Exploração Personalidade Agressiva

Prestígio (Volta-se contra as outras pessoas)

Admiração

Realização ou ambição
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Auto-suficiência Personalidade desprendida

Perfeição (afasta-se das outras pessoas)

Limites restritos a vida

TENDÊNCIAS NEURÓTICAS

A personalidade submissa- necessidade intensa e


continua de afeto e aprovação, um anseio de ser amado,
desejado e protegido.

A personalidade agressiva- necessidade de


controlar e dominar os outros.

A personalidade desprendida- motivação a se


afastar das outras pessoas e a manter uma distância
emocional.

AUTO-IMAGEM IDEALIZADA

A principal estratégia de ajustamento do neurótico consiste em afastar-se do


eu real e adotar um eu idealizado.

Self Real – para as pessoas normais, a auto-imagem é um retrato idealizado


da pessoa criado com base numa avaliação flexível e realista das suas habilidades.
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- Na neurose o eu real é abandonado.

Self Ideal – para as pessoas neuróticas, a auto imagem baseia-se numa


auto-avaliação inflexível e fantasiosa.

- O neurótico pensa que “se for bom e gentil, talvez seja amado” ou “se eu
impressionar as pessoas com minhas realizações, elas não conseguirão me ferir e
até me admirarão”.

A tirania dos deveres é a tentativa de tornar real uma imagem


idealizada do self, negando o self verdadeiro e comportando-se com base no que
pensa que deveria fazer.

PSICOLOGIA FEMININA

A Psicologia Feminina de Horney é sua discordância de Freud sobre as


mulheres.

Ela achava que era a cultura e não a anatomia, a


força importante que estava por trás da teoria da
“inveja do pênis” postulada por Freud, Às mulheres
invejavam mais o poder e o privilégio que os seres
humanos dotados de pênis tinham, do que o próprio
pênis.

Karen Horney também postulava que os homens tinham inveja do útero


igualmente importante em virtude da qual se sentiam inferiores ante a capacidade de
gerarem filhos.

KAREN HORNEY

(1885-1952)

“O Mal básico é Invariavelmente a falta de

Calor e afeto genuínos”.


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2.2 Erich Fromm

“A principal tarefa do ser humano


nesta vida é dar a luz a si mesmo”.

Erich Fromm nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 1900, e estudou psicologia


e sociologia nas Universidades de Heidelberg, Frankfurt e Munique. Em 1922 depois
de receber seu PhD em Heidelberg, fez formação psicanalítica em Munique e no
famoso Instituto Psicanalítico de Berlim. Ele foi para os Estados Unidos em 1933
como palestrante do Instituto de Chicago e Depois iniciou sua prática privada na
cidade de Nova York. Ensinou em várias universidades e institutos nos Estados
Unidos e México.

Fromm, no ano de 196 mudou-se para a Suíça, onde morreu em 1980. Seus
livros receberam considerável atenção não só de especialistas nos campos da
psicologia, sociologia, filosofia e religião, mas também em público geral (Hall,
Lindzey & Campell, 2000).
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3. Conceito de Personalidade

A personalidade é:

Uma estrutura, uma totalidade dotada de organização e não uma simples


acumulação de diversos aspectos;

Um processo, uma construção ativa que se realiza na interação entre fatores


biológicos, ambientais (culturais e educativos) e individuais (o modo como cada um
vive e assimila as suas experiências);

Uma estrutura ativa dotada de consistência é uma maneira singular e


relativamente constante de comportamento, de resposta às situações. Por isso é um
padrão psíquico e comportamental. Torna, em certa medida, previsível a interação
social de um determinado indivíduo.

Os conteúdos que irão constar neste tópico dizem respeito aos conceitos
que foram utilizados durante o transcorrer do trabalho e as fundamentações obtidas
através de referências e documentos. Toda a base teórica que deverá dar subsídio
para a análise e interpretação das infomações levantadas deverá estar inserida
neste item.
Não tenha medo de citar. Faça quantas citações forem necessárias. Um
grande número de citações demonstra que o autor fez uma boa pesquisa acerca do
tema de seu trabalho.
As citações são normatizadas pela ABNT através da NBR 10.520 (2002).
Este documento é apenas um modelo de trabalho acadêmico. Elementos
que aqui não tenham sido comtemplados devem ser verificados na NBR 14.724
(2011) da ABNT, que normatiza a elaboração de trabalhos acadêmicos.
A Fundamentação Teórica poderá ser dividida em subtítulos. Nela, o autor
deverá discorrer sobre os embasamentos teóricos que nortearam a sua pesquisa.
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4. Principais Conceitos de Adler, Karen Horney e Erich Fromm.

Adler:
Inferioridade e Compensação
Adler, como médico interessado principalmente em processos fisiológicos,
estava interessado em descobrir a resposta para a permanente questão de se saber
por que é que as pessoas ao se sentirem aflitas ou doentes, expressam-no sempre
em determinadas regiões do corpo. O corpo poderia, em virtude de herança ou de
alguma anomalia do desenvolvimento, apresentar uma inferioridade numa
determinada região.
Verificou então, que uma pessoa portadora de defeito em algum órgão em
geral procura compensar essa fraqueza pelo fortalecimento deste, através de treino
e exercícios. Se existe uma inferioridade no organismo, existem meios de
compensá-la. Não são raros os exemplos como Demóstenes, que mesmo gago, se
tornou um dos maiores oradores de todos os tempos.
Adler disse também que os sentimentos de inferioridade não são, em si,
anormais, mas são a causa de todo progresso na situação da espécie humana.
Criou então, o termo "complexo de inferioridade", quando ampliou sua investigação
sobre inferioridade orgânica para o estudo do sentimento psicológico de
inferioridade. Um complexo de inferioridade forte implicaria no impedimento de um
crescimento positivo, isso enfatizasse principalmente às crianças; e um complexo
moderado, seria suficiente para despertar o desejo de crescer e motivar o indivíduo
para realizações futuras.

Luta pela Superioridade


Superioridade para Adler é um esforço no sentido de completar-se, ou como
disse o próprio Adler o "grande impulso para cima". O termo superioridade foi
substituído do termo agressão, porque mesmo que lembrasse a hostilidade, o
sentido era de evolução, superação de obstáculos. O escopo final da superioridade
era a motivação para aperfeiçoarmos, para desenvolvermos nossas capacidades e
potencial. A luta pela superioridade, segundo Adler, é inata no sentido de que faz
parte da vida, uma luta pela perfeição, um algo sem o qual a vida seria inimaginável.
Se essa luta não fosse inata ao organismo, nenhuma forma de vida poderia
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preservar-se. Relaciona-se com o processo evolutivo de adaptação contínua ao


meio ambiente, onde as espécies devem evoluir ou sucumbir para a extinção. Cada
indivíduo procura relacionar-se o melhor possível com o seu meio ambiente. A luta
pela superioridade conduz a pessoa de um estágio de desenvolvimento a outro
superior.

Objetivos de vida
Cada indivíduo desenvolve um objetivo de vida específico que funciona
como centro de realização, influenciado por experiências pessoais, valores, atitudes
e personalidade, formando-se no início da infância. Os objetivos são formulados a
partir da infância quando a criança procura formas de compensação de sentimentos
de inferioridade, insegurança e desamparo num mundo adulto. Adler salienta que os
traços de caráter necessários para atingir o objetivo de vida não são nem inatos nem
imutáveis, sendo adotados como facetas essenciais da direção do objetivo do
indivíduo.

Estilo de vida
O estilo de vida é o princípio do sistema responsável pelo funcionamento da
personalidade; o todo que comanda as partes; o princípio que explica a
singularidade de uma pessoa. O estilo de vida é o caminho único que um indivíduo
escolhe para buscar seu objetivo. É um estilo integrado de adaptação e integração
com a vida em geral, visando atingir a superioridade. Segundo Adler, o estilo de vida
forma-se na infância por volta de quatro ou cinco anos. Por isso, uma pessoa pode
adquirir novas maneiras de expressar seu estilo de vida, mas estas serão apenas
expressões concretas e particulares do mesmo estilo básico adquirido na infância.
Disse ainda Adler, que o estilo de vida é, em grande parte, determinado pelas
inferioridades específicas que a pessoa apresenta, sejam elas reais ou imaginárias.

O esquema de Apercepção
Apercepção se refere à percepção envolvendo uma interpretação subjetiva
do que é percebido. É a concepção de que cada indivíduo desenvolve de si mesmo
e do mundo, dentro de um estilo de vida. O conceito de mundo de uma pessoa é
que determina seu comportamento. Entretanto, nossos sentidos não percebem fatos
reais, mas apenas imagens subjetivas deles, como se fosse um reflexo do mundo
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externo. Por isso, determinado estímulo, como o medo, pode auto-reforçar a leitura
que fazemos do ambiente. Dessa forma, uma pessoa medrosa perceberá ameaças
no meio ambiente, reforçando a crença que o ambiente é ameaçador.

O Poder Criativo do Self


Do contrário da visão pessimista do ser humano criada por Freud, Adler
salientava que respondemos ativa e criativamente às várias influências que afetam
nossas vidas. Por isso, segundo Adler ainda, não somos objetos inertes que aceitam
de forma passiva todas as forças externas; procuramos ativamente certas
experiências e rejeitamos outras. O self criador é o fermento que age sobre os fatos
e os transformam em uma personalidade que é subjetiva, dinâmica, unificada,
pessoal e única em seu estilo. O processo de formação de um objetivo de vida,
estilo de vida e esquema de apercepção é essencialmente um ato criativo. O
conceito de self criador demonstra a noção que Adler tinha de homem como ser
autoconsciente, capaz de planejar e dirigir suas ações, com plena convicção do
sentido delas para a sua autorealização. O homem, então, era dono de seu destino
ao invés de ser vítima. Adler salienta ainda que moldamos nossas próprias
personalidades, com a matéria-prima da hereditariedade e da nossa própria
experiência.

Interesse Social
Adler disse que todo comportamento humano é social porque crescemos
num meio social e nossas personalidades são socialmente formadas. Mais do que
um interesse social, o conceito remete a um "senso de solidariedade", incluindo
sentimentos de afinidade com o desenvolvimento da comunidade ideal de todo o
gênero humano, o que seria o último estágio da evolução. O ideal de uma sociedade
perfeita substitui a ambição puramente pessoal de ganho egoísta. Trabalhando para
o bem comum, o homem compensa sua fraqueza individual.
O interesse social também é inato, sendo o homem uma criatura social por
natureza e não por hábito. Portanto, o interesse social, traduz-se no auxílio que o
indivíduo pode prestar à sociedade, a fim de que ela atinja o ideal de perfeição. É a
verdadeira e inevitável compensação pela natural fraqueza dos seres humanos
individuais (definição do próprio Adler). Dessa forma, o homem é motivado por um
interesse pessoal ao bem-estar comum, em que a imagem do homem perfeito,
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vivendo em uma sociedade perfeita, apagou a figura do homem forte e agressivo,


que domina e explora a sociedade. O interesse social substitui o interesse próprio.

Cooperação
A cooperação como método de sobrevivência da raça humana é uma das
formas mais efetivas de adaptação ao meio ambiente. Adler acreditava que somente
através da cooperação com outros, e operando como um membro cooperativo eficaz
da sociedade pode superar nossas inferioridades reais ou nosso sentimento de
inferioridade.
Adler observou que aqueles que contribuíram substancialmente para a
humanidade são os indivíduos mais colaboradores e os trabalhos dos grandes
gênios sempre têm uma orientação social. Já a falta de cooperação e um
consequente sentimento de inadequação e malogro são as raízes de todo estilo de
vida neurótico ou inadaptado.
Karen Horney:
Rejeição da inveja do pênis
A análise de Freud sobre as mulheres foi fundamentada em torno do
conceito de inveja do pênis. Horney rejeitou a idéia de que as mulheres sentiam que
seus órgãos genitais eram inferiores, embora minuciosa observação empreendida
por ela tenha revelado que com frequência as mulheres de fato se sentem inferiores
aos homens.
Freud, fazendo o mesmo exame, defendeu essa idéia do ponto de vista
anatômico - a falta de um pênis. Entretanto, Horney sustentou que os sentimentos
de inferioridade das mulheres originavam-se da maneira como elas eram educadas
na sociedade e da ênfase exagerada para que se assegurassem do amor de um
homem.
Ela acreditava que, se as mulheres fossem criadas em ambientes nos quais
a definição de "masculinidade" fosse forte, valente, competente e livre e, a de
"feminilidade" fosse inferior, delicada, frágil e submissa, as mulheres sem dúvida ver-
se-iam numa condição subordinada e, portanto, desejariam coisas "masculinas"
como forma de ganhar poder.
Porém, ela não concordava com a ideia de Freud de que era um pênis que
as mulheres queriam; ao contrário, elas queriam a autonomia e o controle que
associavam com a masculinidade. Além disso, ela postulou que os homens são
23

inconscientemente invejosos de algumas qualidades femininas, como a capacidade


de ficar grávida.
Ansiedade básica
Pelo fato de as crianças serem impotentes - não estarem aptas a sair pelo
mundo e reivindicar seu lugar legítimo -, precisam reprimir qualquer sentimento de
hostilidade e irritação pelos adultos poderosos que vivem em seu próprio mundo e
lutar para agradar a esses adultos como forma de satisfazer suas necessidades.
Horney, portanto, substitui a ênfase biológica de Freud pela idéia de ansiedade
básica.
A ansiedade básica é o medo da criança de estar sozinha desamparada e
insegura, Ela provém de problemas nas relações da criança com os pais, como a
falta de afeto, estabilidade, respeito ou envolvimento. Consequentemente,
acreditava Horney, a ansiedade básica podia ser direcionada praticamente a todas
as pessoas, caso em que um tumulto interno seria focalizado externamente, no
mundo em geral.
Desse modo, embora Horney aceitasse o conceito psicanalítico básico de
Freud de que as pessoas são impulsionadas por motivos inconscientes e irracionais
que se desenvolvem na infância, ela acreditava que esses motivos originavam-se de
conflitos sociais dentro da família e de conflitos mais amplos dentro da sociedade
(Horney, 1968, 1987, 1991).
Em reação à ansiedade básica, os indivíduos são hipoteticamente
acomodados em um modo primário de adaptação ao mundo. Aqueles que acreditam
que podem fazer maior progresso sendo condescendentes adotam o estilo
passivo; aqueles que acreditam em lutar para sobreviver adotam o estilo
agressivo; e aqueles que sentem que é melhor não se envolver emocionalmente,
de modo algum, adotam o estilo retraído.
Essas idéias têm muito mais do que o simples interesse histórico; elas
formam uma estrutura amplamente aceita que busca compreender a maneira
adequada de criar filhos. Grande parte da preocupação atual em oferecer às
crianças afetos e ambientes familiares respeitosos provém dessa teorização neo-
analítica sobre o papel da sociedade em suavizar os instintos biológicos.
O self Os neo-analístas concentraram-se na identidade e percepção
do self. Ao analisar pessoas neuróticas, Horney descreveu diferentes aspectos
do self. Primeiro, há o seIf real, a essência interna da personalidade que nós
24

percebemos sobre nós mesmos, que abrange nosso potencial de auto-realização;


essa essência é prejudicada pela negligência e indiferença dos pais.
Essa negligência dos pais pode gerar o seIf desprezado, que consiste em
percepções de inferioridade e deficiência, na maioria das vezes baseadas em
avaliações negativas que outras pessoas fazem de nós e dos sentimentos de
impotência daí resultantes. Talvez o mais importante tenha sido que Horney
identificou o seIf ideal- o que uma pessoa considera perfeito e espera realizar -
como sendo modelado por impropriedades percebidas. Ao descrever o self ideal,
Horney referiu-se ao que ela chamou de "tirania do deveria", que é a ladainha de
coisas que deveríamos ter feito de maneira diferente e com as quais nós nos
atormentamos. O self ideal é um composto de todos esses "deverias". Para Horney,
a finalidade da psicanálise não era ajudar alguém a alcançar seu self ideal, mas
capacitar a pessoa a aceitar seu self real.
As pessoas que são alienadas de seu self real tornam-se neuróticas e
desenvolvem uma estratégia de enfrentamento interpessoal para "solucionar" esse
conflito.
Estratégias neuróticas de enfrentamento
Horney, portanto, propôs uma série de estratégias usadas pelos neuróticos
para que possam enfrentar outras pessoas. A primeira dessas abordagens é por ela
denominada "aproximação" - isto é, sempre tentar fazer os outros felizes, obter amor
e assegurar a aprovação e a afeição dos outros.
Para Horney, os indivíduos que empregam essa estratégia de enfrentamento
estão se superidentificando com o self desprezado e, portanto, estão se
considerando indignos de amor. As tentativas dessas pessoas para ganhar amor
são, por um lado, um disfarce do que elas acreditam ser verdadeiro sobre si mesmas
e, por outro, uma maneira de fazer os outros acreditarem que elas merecem afeição.
Por exemplo, as mulheres que foram criadas por pais alcoólicos podem ter
aprendido a obter auto-estima sujeitando-se a situações de exploração; quando
adultas, essas mulheres talvez procurem homens aproveitadores e empenhem-se
para fazê-Ios felizes e, desse modo, ganharem a aprovação deles
(Lyon & Greenberg, 1991).
No jargão popular, esse padrão perturbado de relacionamento é às vezes
chamado de codependência. Horney denominou a segunda abordagem de
"expansão" - isto é, lutar por poder e reconhecimento e pela admiração dos outros.
25

Para Horney, esses indivíduos, em vez de identificarem-se exageradamente


com o self desprezado, superidentificam-se com o self idealizado. Eles têm de
passar a acreditar que todas as coisas que desejavam ter sido são verdadeiras e
sua luta por reconhecimento e poder é um esforço para reafirmar para si mesmos a
verdade dessa ilusão.
A terceira abordagem foi chamada de "afastamento" - isto é, desviar-se de
qualquer investida emocional nas relações interpessoais, no sentido de evitar ser
ferido nessas relações.
Para Horney, esses indivíduos desejam superar o self desprezado e, além
disso, sentem-se incapazes de tornar-se o self idealizado. Eles se consideram, no
estado em que se encontram, indignos de amor e atenção alheios e também se
sentem incapazes de alcançar algo melhor. Portanto, para evitar a diferença
desagradável - a divergência - entre esses dois aspectos do self, eles se escondem
atrás da independência e da solidão.
No geral, essas estratégias de proteção do self, embora neuróticas, podem
tornar-se uma necessidade difusa e chegar a dominar a personalidade de alguém.
Horney enumerou dez defesas contra a ansiedade, as quais passaram a ser
conhecidas como as dez necessidades neuróticas.
As dez necessidades neuróticas postuladas por Karen Horney
· Afeição e aprovação (sempre tentar agradar aos outros)
· Parceiro dominador (dependência exagerada)
· Poder (necessidade de controlar os outros e de desdenhar a
fragilidade)
· Exploração (medo de ser explorado (a), mas não de explorar)
· Reconhecimento e prestígio (busca constante por um status mais alto)
· Admiração (busca de elogios, mesmo se imerecidos)
· Ambição e realização (desejo de ser superior, em consequência da
insegurança interior).
· Auto-suficiência (não confiar nunca nos outros)
· Perfeição (busca da impecabilidade)
· Limites estreitos (contentar-se com pouco e, portanto, subjugar-se)
As pessoas neuróticas concentram-se compulsivamente em uma dessas
necessidades em todas as suas interações sociais. Essas necessidades são
soluções irracionais aos desafios que todos nós enfrentamos (Horney, 1942). A
26

necessidade de um neurótico nunca pode ser satisfeita. Em suma, Karen Horney


ajudou o pensamento psicanalítico a afastar-se da ênfase biológica, anatômica e
individualista.
Embora tenha aceitado o significado dos motivos inconscientes
desenvolvidos na infância, Horney enfatizou a importância do afeto, da estabilidade
familiar, bem como do impacto da sociedade e da cultura tomadas num âmbito mais
amplo. Além disso, da mesma maneira que Horney, em sua própria vida, lutou
contra os obstáculos impostos pela sociedade às realizações das mulheres, ela não
aceitou a idéia de que a natureza das mulheres as torna inerentemente frágeis e
submissas. Ela examinou as influências da família e da cultura sobre cada indivíduo
e insistiu em que as pessoas podiam lutar para superar seus demônios
inconscientes. Horney também enfatizou a aflição da "tirania do deveria" - as
exigências neuróticas internas de perfeição. Horney escreveu que a psicanálise não
é a única forma de solucionar conflitos internos - que "a própria vida" é um terapeuta
muito eficaz (Horney, 1945).
A despeito das tentativas de Horney, a psicanálise não deixou de centralizar-
se significativamente no sexo masculino e de ser paternalista. Como a feminista
Germaine Greer (1971) disse espirituosamente, "Freud é o pai da psicanálise. Ela
não teve mãe".
Erich Fromm:
1. Autoritarismo: submissão masoquista a pessoas mais poderosas ou por uma
tentativa sádica de torna-se a autoridade poderosa;

2. Destrutividade: tentativa de escapar da impotência, destruindo os agentes e


as instituições sociais que produzem um senso de desamparo e isolamento.
Quanto mais o impulso de crescimento da pessoa for frustrado, mais
destrutiva ela se tornará.

3. Conformidade de autômato: a pessoa renuncia ao seu estado de ser ela


mesma adotando um “pseudo self” com base nas expectativas alheias. Essa
dinâmica é semelhante aos processos descritos por Karen Horney e Carl e a
“inflação da persona” de Carl Jung.
27

5. Descrição da Personalidade

A descrição da personalidade considera os modos como deveríamos


caracterizar um indivíduo. Deveríamos descrever os traços da personalidade
comparando as pessoas entre si ou utilizar alguma estratégia, como por exemplo:

- Como estudar um único indivíduo?

- Quais termos, além dos oferecidos pela linguagem cotidiana, deveriam ser
empregados para descrever as pessoas?

A questão teórica mais fundamental é a seguinte: Quais sãos as unidades da


personalidade? Quais conceitos para descrever a personalidade, especialmente as
diferenças entre as pessoas? OU talvez devêssemos concentrar-nos uma única
pessoa em vez de fazer comparações.

6. Dinâmica da Personalidade

O termo dinâmica da personalidade refere-se aos mecanismos pelos quais a


personalidade se expressa, enfocando muitas vezes as motivações que orientam o
comportamento. Uma teoria precisa explicar à dinâmica e desenvolvimento da
personalidade, bem como fornecer conceitos descritivos, como traços (cf. Pervin,
1985). Sem uma teoria dessa amplitude, os traços perdem seu pleno sentido (Rotter,
1990).

A dinâmica da personalidade inclui adaptação ou ajustamento dos indivíduos


às exigências da vida e, portanto, tem implicações para a saúde mental. A moderna
teoria da personalidade considera os processos cognitivos o principal aspecto da
dinâmica da personalidade. O modo como pensamos é um determinante significativo
das nossas escolhas e da nossa adaptação. Além disso, a sociedade nos influencia
por meio de suas oportunidades e expectativas.

Adler:

Adler considerava o indivíduo como uma pessoa inteira, cuja vida passa da
imaturidade para a maturidade. O autor refere que os indivíduos decidem o rumo
que as suas vidas vai tomar e que independentemente da direção tomada, procuram
alcançar a perfeição dentro do que eles próprios estabeleceram.

Um dos aspectos fundamentais da sua teoria assenta no facto de que o


homem deve cumprir 3 tarefas na vida: inserir-se na sociedade, consagrar tempo a
um trabalho e desenvolver relações amorosas. E sendo assim, é através destas 3
tarefas que a criança vai desenvolver os seus interesses sociais.
28

Karen Horney:

Karen Horney não considerava que a personalidade fosse exclusivamente


determinada por pulsões inconscientes, nem que a libido constituísse a fonte
energética das pulsões.

A autora defende também que o desenvolvimento normal da personalidade


apenas se evidencia se os fatores presentes no ambiente social da criança lhe
permitir adquirir confiança em si mesma e nos outros.

Deste modo, quando as condições não se evidenciam, a criança vai


desenvolver uma ansiedade e poderá apresentar necessidades neuróticas.

Horney descreveu 3 tendências que os indivíduos verificam perante si


próprios e diante dos outros para reduzir a ansiedade. São 3 maneiras de viver,
pensar e comportar que desta maneira constituem 3 tipos de personalidade: o tipo
submisso, o tipo agressivo e o tipo desligado.

Eric Fromm:

Segundo o Fromm a personalidade resulta da interação dinâmica entre


necessidades inerentes à natureza humana e as forças exercidas pelas normas
sociais e pelas instituições. Refere que existem 8 necessidades e atribui relativa
importância aos caracteres, que podem ser do tipo individual ou do tipo social.

7. Exemplo concreto e de como a teoria em questão explicaria.


Adler

Uma mulher que engravidou sem uma devida preparação e vontade de ter
uma criança, ela sem pensar rejeita-a no seu ventre e tenta abortar, mas não
consegue. A criança nasce, e no seu desenvolvimento a mãe vai percebendo que a
criança tem certa aversão a ela e vai crescendo assim, e passam o tempo todo
entrando em conflito. Isso foi o resultado da rejeição que interferiu na sua
personalidade.

Uma criança que se enquadra nesta situação não desejada e rejeitada nunca
conheceu o amor e a cooperação em casa e, portanto, lhe é extremamente difícil
desenvolver essas capacidades. Tais crianças não têm confiança em suas
habilidades para serem úteis e obterem afeição e estima dos outros. Quando adultos
tendem á tornar-se frias e duras.
29

Karen Horney

Michael Tyson

Aos 20 anos de idade Michael Tyson tornou-se o campeão mundial dos pesos
pesados mais jovem da história, ganhando milhões de dólares na defesa e depois
na perda de seu título. No ringue, derrotou numerosos oponentes por nocaute. Fora
do ringue monopolizou as atenções da mídia por seu bem-divulgado casamento com
atriz Robin Gives, mas a história terminou mal, com a acusação de abuso e um
divórcio amargo. Condenado à prisão em 1992 pelo estrupo de uma garota de
programa, Tyson cumpriu a pena que lhe foi imposta.

Na infância, Tyson foi criado no distrito de Bed-ford-Stuyesant da


cidade de Nova York, um bairro pobre e com alta taxa de criminalidade. Graças ao
seu sucesso no boxe, Tyson tornou-se rico e famoso. Mas sua história não se
compõe apenas de sucessos. É também uma tragédia, com a fama e a glória
mascarando conflito mais profundo.

A TEORIA DE Karen Horney, que é sensível à dinâmica interpessoal e exige


que se preste atenção ao impacto da cultura e da sociedade, nos dá a esperança de
poder compreender Mike Tyson.

Erich Fromm

Joana é uma jovem que desde a sua infância é apegada a sua mãe e família,
uma jovem feliz, extrovertida, atenciosa e disponível, mas ao passar do tempo às
coisas foram mudando. Joana ingressou na universidade e depois de formada,
precisou morar distante da sua mãe e família. Contudo, ela se viu sozinha e solitária,
sem a presença da mãe e da família. Assim, já não era aquela pessoa feliz,
extrovertida, atenciosa e disponível, por sentir falta de tudo aquilo que tinha antes e
a levava a ter segurança em sim, porque estava sempre com sua mãe e família.

Segundo Fromm a pessoa se sente solitária e isolada porque se separou da


natureza e das outras pessoas. Essa condição de isolamento não é encontrada em
outras espécies de animais; ela é distintiva da situação humana.

8. Posicionamento crítico (situação atual, pós ou contra).

Para a próxima Adler, Fromm e Horney trouxeram muitas teorias boas para
o entendimento dá nossa personalidade como também nós devemos ver o outro, a
minha crítica sobre minha pesquisa baseada nos conceitos filosóficos dos
Culturalistas, é que nos livros não juntam os filósofos com suas teorias, eles falam
muito pouco sobre o assunto e ainda dividem cada um com sua ideia sobre
30

personalidade, eu acho interessante fazer a junção de cada um deles com sua


própria teoria e pensamento relacionado a teoria da personalidade, pois eles
contribuíram bastante para o entendimento do estilo de vida onde a personalidade
funciona com o entendimento de que é o todo que comanda as partes, como ela
ocorre pela influência mútua de forças biológicas e psicossociais, que são
relacionadas na orientação do carácter, sendo a forma que o indivíduo se relaciona
com o mundo.

Na teoria da personalidade os psicólogos olham para pensamentos,


comportamento e emoções. Adler enfatizava os conflitos universais que todas as
pessoas vivem, ele via e dirigia sua atenção para a singularidade de cada um, na
visão dele o centro dá sua teoria é o esforço incessante para passar dá inferioridade
para superioridade.

Para Karen Horney, ela acreditava que as condições durante a infância


podem bloquear o desenvolvimento psicológico, que pode seguir seu rumo de
desenvolvimento normal quando os bloqueios são removidos, para explicar melhor
ela desenvolveu uma teoria da neurose, onde são compreendidas como resultado
de enrijecimento de padrões de comportamento e de crescentes bloqueios ao
crescimento. A origem dessas tendências neuróticas seria a combinação entre as
condições ambientais desfavoráveis e os sentimentos conflitantes no inconsciente,
que geram na criança um senso de desconforto, apreensão, ansiedade e uma
sensação de self inseguro.

Segundo Erich Fromm, a teoria da personalidade está embasada na


orientação de caráter, identificada como sendo as formas que os indivíduos se
relacionam com o mundo e constituem de forma geral o caráter de dias formas, pela
assimilação e pela socialização. Ambas as formas quatro tipos de caráter
identificados como negativos são: o receptivo, o explorador, acumulador e o
mercantil, Um quinto tipo identificado como sendo positivo é o denominador de
caráter produtivo.

No passado não se tinha uma ideia clara de personalidade, tão evidente como
nos dias atuais, na nossa atualidade com o desenrolar dos estudos de
personalidade podemos identificar toda questão a cerca do desenvolvimento da
personalidade, seja ele no aspecto negativo ou no aspecto positivo de acordo com
cada percepção dos teóricos Culturalistas.

Os prós é que cada pessoa tendo um caminho aberto para ter novos
conhecimentos saberia como responder ou até mesmo reconhecer algum tipo de
comportamento diante de uma situação complicado pelo caminho que foi gerado
esse conhecimento de personalidade.

Os contras é que não tendo conhecimento e esse conhecimento não sendo


passado vamos viver sempre no mundo do senso comum onde qualquer pessoa que
31

tem um dia de estresse é chamada de bipolar, o reconhecimento deve ser passado


sim para que todos nós saibamos nos colocar em cada situação.

Na minha crítica, quero dá a entender que ao fazer a junção dos filósofos


Culturalistas dentro da personalidade como um todo facilitaria no entendimento do
nosso desenvolvimento social e pessoal, também acredito que seria interessante a
abertura de saberes, deveria ser mais falado em salas de aula em turma de jovens,
para que eles também se interessem e passem a ler sobre a personalidade de cada
um deles e tentar poder entender o motivo de cada um quando a maioria deles são
sozinhos, isolados ou perturbados, também ajudaria aos pais a lhe dar melhor com
seus filhos diante de certas situações, com o conhecimento que foi chegado até eles
com relação ao caminho que foi aberto.

9. Tipos ou Traços

Para a psiquiatria os tipos de personalidade, ou os tipos psicológicos, são


classificados de acordo com o conjunto de traços que caracterizavam a maneira de
ser da pessoa, o modo como a pessoa interage com seu mundo objectual, ou seja,
como o sujeito se relacionava com o objeto.

Adler reconhecia quatro tipos de temperamento, os quais, de certa forma,


foram ainda baseados em Galeno, porém, definidos de acordo com o interesse
social e nível de energia manifestado pelas pessoas. Adler denominava tipo
governante as pessoas com certo nível de agressividade, tirania e dominação,
correspondendo ao tipo colérico de Galeno. Falava do tipo dependente, para
pessoas sensíveis, que se acomodam em uma concha existencial para se
protegerem dos eventos externos. O tipo dependente possui baixos níveis de
energia, são cronicamente cansados, pouco dispostos e correspondem ao tipo
fleumático de Galeno.

O terceiro tipo de Adler é chamado de evitação e representa pessoas que


tendem a se afastar do contato direto com os outros e com as circunstâncias. Essas
pessoas também têm níveis baixos de energia, são predominantemente tristes e
correspondem ao tipo melancólico de Galeno. Finalmente o tipo socialmente útil,
representando as pessoas saudáveis, que apresentam interesse social e energia,
atléticas e vigorosas, relacionadas ao tipo sanguíneo de Galeno.

Podemos entender a Teoria da Personalidade de Fromm a partir da descrição


que este importante autor faz de cinco tipos de caráter.

Fromm conceitualizou o termo “orientação de caráter”, que descreve as


formas dos indivíduos relacionarem-se com o mundo e que constituem seu caráter
geral. Este surge de duas formas específicas de relacionamento com o mundo:
assimilação e socialização, que formam quatro tipos de caráter, geralmente
32

considerados negativos: a) receptivo b) explorador, c) acumulativa, d) mercantil. O


quinto tipo, que ele descreveu como o único caráter positivo é o denominado caráter
produtivo.

Na orientação receptiva, a pessoa acredita que o que precisa está fora de si,
sendo o único modo de receber o que quer através de fatores externos. Neste
sentido, a pessoa torna-se submissa e dependente, precisando de um outro que
cuide dela, e, para tanto, fará de tudo para se assemelhar, ou seja, para identificar-
se com aquele que dele cuida, para que não este não venha no futuro a se
decepcionar.

Horney destaca os três principais tipos de caráter de que são embasados no


modo predominante de relacionar-se com outros.

O tipo self-apagado, anuente resulta da operação defensiva de agarrar-se a


outros. Tais pessoas tentam obter o favor dos outros através de lisonja, subordinam-
se aos outros e são relutantes em discordar por medo de perder favor.

O tipo expansivo, agressivo resulta de manobrar contra outros e colocar forte


confiança em poder e domínio como um meio de obter segurança.

O tipo desapegado, resignado resulta de afastar-se de outros para evitar tanto


dependência como conflito. Eles são pessoas muito privadas que, embora se
recusando a competir abertamente, veem-se como se elevando acima dos outros.

10. Abordagem Nomotética ou Idiográfica

No que diz respeito à abordagem idiográfica, considera o indivíduo como uma


pessoa inteira e única cujo processo consiste na concentração de um indivíduo e na
observação das suas características em diversas situações, como acontece, por
exemplo, nos estudos de caso. Ao passo que a abordagem nomotética faz
referência à procura de regras que possam ser aplicadas a vários indivíduos, onde
neste caso se estudam as características de um vasto número de indivíduos,
comparando-os entre si (Hansenne, 2003).

Adler:

A abordagem idiográfica parte do princípio de que as características


individuais do sujeito constituem o principal objetivo de uma teoria da personalidade.

Adler desenvolveu a psicologia individual que enfatiza a singularidade da


personalidade de cada indivíduo, caracterizando uma abordagem idiográfica.

Karen Horney:

As teorias da personalidade idiográficas estão mais relacionadas a casos


singulares, buscando a explicação das particularidades pessoais em detrimento da
visão enunciativa de leis generalistas.
33

No caso das teorias idiográficas, os autores partem da singularidade do


sujeito para identificar quesitos de suas teorias e, somente então, desenvolver um
constructo teórico aceitável.

Erich Fromm:

As teorias de personalidade nomotéticas são aquelas que enunciam leis


gerais que, necessariamente, interferem na formação do sujeito. Essas teorias
partem de leis gerais, geralmente estágios de desenvolvimento, às quais cada
habitante desse imenso planeta está regido.

No caso das teorias nomotéticas, por exemplo, percebemos que existe uma
ênfase maior na classificação da personalidade do sujeito a partir dos pressupostos
dos autores e, de um modo geral, encontramos estágios de desenvolvimento e/ou
crises universais.

11. Fatores que influenciam o Desenvolvimento da Personalidade

Quando se trata de saber por que razão os indivíduos diferem quanto à sua
personalidade, três fatores devem ser tidos em conta: o potencial genético (a
estrutura hereditária básica), a influência do meio e o significado que cada indivíduo
atribui às suas experiências.

A personalidade é um cruzamento de influências hereditárias e ambientais que,


em certa medida, são interpretadas por nós, isto é, assimiladas de acordo com o
significado que atribuímos às nossas experiências pessoais.

As vivências pessoais com os “outros significativos” (familiares, amigos,


colegas) e no seio dos diversos grupos e instituições que de forma temporária ou
durável integramos contribuem para formar positiva e negativamente a
personalidade. Carências afetivas e amor, êxitos e fracassos, acidentes e perdas
são vivências que, de acordo com o modo como cada um de nós reage a elas,
podem moldar a personalidade de um indivíduo e tornar harmonioso ou conflituoso o
seu desenvolvimento e estruturação.

A personalidade não é construída em absoluto, independentemente da


cultura, uma vez que existem traços de personalidade comuns aos indivíduos
pertencentes ao mesmo ambiente sociocultural. A personalidade diferencia os
indivíduos, mas devemos ter em conta um património genético específico e
elementos culturais comuns transmitidos pelos agentes socializadores.

O indivíduo constrói a sua história, como um ser individualizado e, ao mesmo


tempo, social. Esse processo de transformação pode trazer angústia, dúvidas o que
pode gerar uma crise de identidade, diante da contradição que o indivíduo vive,
34

entre a necessidade de se padronizar para ser aceito em um grupo e a necessidade


de se destacar como único (SAWAIA, 2006).

Essa crise é geralmente percebida na transição da infância para a


adolescência, em que o indivíduo passa por diversas transformações tanto físicas
como psicológicas e sociais. Mas isso pode ser superado a partir da tomada de
consciência e das relações que mantém com o outro.

A objetividade e subjetividade são fundamentais para o processo de


construção da nossa identidade. A experiência humana se objetiva na realidade
criando singularidades (hábitos, tradição) e as instituições são subjetivadas, por
meio da introjeção pela socialização.

A psicologia social crítica busca a compreensão da relação individual –


social, por meio dessa interação indivíduo/sociedade, visto que a identidade do
indivíduo se dá por meio dessa relação, considerando o indivíduo com a sua história
particular como um ser de transformações.

A atividade do indivíduo é a sua realização concreta, e a expressão da sua


subjetividade diante da definição de papeis exercidos por ele. Ela é subjetiva
(envolve afeto de um eu individual) e objetiva (contato com o mundo exterior). Nesse
processo o indivíduo constrói o seu mundo, da mesma forma que constrói a si
mesmo, sua identidade, suas relações, suas experiências vivenciadas.

Para Adler as influencias que determinam o desenvolvimento da


personalidade são os fatores sociais.

A opinião do indivíduo sobre si próprio e sobre o mundo influencia todo o seu


processo psicológico, porque todos os problemas importantes da sua vida são
problemas de natureza social, ele precisa ser visto em seu contexto social. Sua
socialização pode ser obtida através do desenvolvimento da sua inclinação social
instintiva.

Karen Horney sustenta que os fatores ambientais e sociais são as influencias


mais importante no desenvolvimento da personalidade.

Eric Fromm vê a personalidade como um produto das condições culturais, ou


seja, a personalidade se desenvolve a partir daquilo que a sociedade oferece.

Acredita que a sociedade está doente e não satisfaz as necessidades do


homem, porém o homem deve se ajustar a essa sociedade para escapar da solidão
de outros homens e da natureza tentando se adaptar também a suas exigências
interiores.
35

12. Conclusão

O presente trabalho que foi apresentado teve como objetivo de nos levar ao
conhecimento da teoria da personalidade Culturalistas, nos seus respectivos
autores, nos quais sendo eles Adler; Karen Horney e Eric Fromm, onde aprendemos
que nós não nascemos com uma personalidade formada, acabada ou determinada,
mas esta tende a se desenvolver no decorrer da vida, podendo ser formada com
influências positiva ou negativa na sua formação, por meio dos diversos fatores que
estamos envolvidos socialmente, sejam eles: biológicos, ambientais, sociocultural ou
subjetivo.

Enfim, nós nascemos em uma sociedade, e esta nos oferecem meios que
podem de certa formar influenciar no desenvolvimento da personalidade de cada ser
humano de acordo com a sua condição de vida.
36

Referencia Bibliográfica

Psicologia da Personalidade – Campos, Luís Antônio Monteiro. Rio de Janeiro: 1ª.


Edição SESES, 2016.

Teorias da Personalidade – da teoria Clássica à Pesquisa Moderna

(Friedman&Schustack) 2ª. Edição: Editora Saraiva/Brasil 2003.

Teorias da personalidade/ Susan C. Cloninger; tradução Claudia Berliner. São


Paulo: Editora Martins Fontes, 1999.

Título original: Theories of personality, Cloninger, Susan C.

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