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Delegação de SEDE
Licenciatura em Psicopedagogia
2º Ano 2024
1. Introdução .............................................................................................................................. 3
2.1. Alfred Adler e a Psicologia Individual (Breve abordagem sobre a vida e obra) ...................... 4
3. Conclusão .................................................................................................................................. 12
Capítulo I
1. Introdução
1.1.Objectivos
2.1. Alfred Adler e a Psicologia Individual (Breve abordagem sobre a vida e obra)
Alfred Adler era filho de um comerciante judeu de classe média, nasceu num subúrbio de Viena
no dia 7 de Fevereiro de 1870 e veio a perder a vida em 1937.
Este autor, quando era criança sofreu um grande número de doenças sérias, incluindo raquitismo,
este autor lutou muito para superar sua fraqueza física.
Ele adorava brincar fora de casa com as outras crianças da vizinhança e era um menino muito
popular. Sua posterior ênfase teórica na importância do interesse social e da compensação de
inferioridades orgânicas não está desligada de suas experiências precoces.
Adler, aos 18 anos, entrou na Universidade de Viena para estudar Medicina. Estava profundamente
interessado no socialismo e compareceu a um certo número de reuniões políticas. Foi numa dessas
reuniões que encontrou sua esposa, Raissa Epstein, uma estudante originária da Rússia, que
frequentava a Universidade de Viena.
Foi em 1902, tornou-se um dos quatro primeiros membros do círculo íntimo que se desenvolveu
em torno de Freud (Fadiman & Frager, 1986). Adler era considerado como um dos membros mais
activo do grupo e gozava de uma alta estima por parte de Freud. Nessa altura, seus pontos de vista
sobre neurose já tinham começado a diferir das ideias de Freud, de forma significativa, em 1910
este último indicou-o para primeiro presidente da Sociedade Psicanalítica Vienense.
Por volta de 1911, as diferenças teóricas de Alfred Adler tinham-se tornado inaceitáveis para Freud
e para muitos outros membros da sociedade em que Adler fazia parte. Por causa dessas divergências
de ideias, Adler teve que renunciar à presidência e abandonou a sociedade junto com nove dos
outros vinte e três membros (Fadiman & Frager, 1986). De seguida, Adler fundou sua própria
organização, a chamada “Associação de Psicologia Individual, que gradualmente se propagou pela
Europa.
A sua obra da psicologia individual estuda e investiga o sentimento de inferioridade que determina
a «vontade de potência». Esse sentimento, provoca a obtenção de «compensações psíquicas» e o
estabelecimento dum «plano de vida», que muitas vezes degeneram nas ficções neuróticas. É uma
teoria sobre a personalidade, que incorpora factores tanto sociais, como biológicos. Adler propôs
o conceito de interesse social, definido como o potencial inato de cooperar com os indivíduos para
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atingir metas pessoais e sociais. Sua teoria da personalidade postulou um empenho por auto-estima
e tentativa de superar um sentimento de inferioridade. Adler era um autor que as suas ideias
divergiam com as ideias de Freud em alguns pontos de vista sobre neurose e infantossexuais,
motivo que o levou a posteriormente romper seus vínculos com uma sociedade, o qual ele presidia.
Sua teoria da personalidade postulou um empenho por auto-estima e tentativa de superar um
sentimento de inferioridade. Adler publicou muitos escritos e monografias e também começou a
dedicar grande parte de seu tempo a excursões para fazer conferências pela Europa e Estados
Unidos (idem).
Segundo Fadiman e Frager (1986) este autor é tido como o fundador do sistema holístico da
psicologia individual, que enfatiza uma abordagem, a qual compreende cada pessoa como uma
totalidade integrada dentro de um sistema social.
Alfred Adler na sua teoria sobre a personalidade igualava saúde psicológica à consciência social
construtiva. Dessa maneira, ele desenvolveu um sistema de análise psicológica, o qual denominou
de psicologia individual, este ainda continua ainda sendo utilizado em clínicas localizadas em
diversos países (Fadiman & Frager, 1986).
Segundo Fadiman e Frager (1986), Adler foi enormemente influenciado por algumas correntes
teóricas, como as ideias darwinistas em relação ao processo evolutivo humano. Ele observava as
pessoas como seres em plena união, apesar de serem entidades biológicas distintas. Adler
acreditava que havia um darwinismo social, o qual enfatizava o facto de haver a sobrevivência das
pessoas mais fortes e adequadas ao meio social.
Dessa forma, na sua concepção, os indivíduos que não estiverem devidamente adaptados não
sobreviveriam no interior da sociedade. Em fim o mundo é dos mais fortes e adaptados, viver na
sociedade é um privilégio dos melhores. O homem individualista para Adler era aquele que estava
apto ao lema “conhece-te a ti mesmo” e conheceras o universo e os deuses. No entanto, este não
deveria privar-se da colectividade cooperativa, visto que esta é um aspecto muito importante do
comportamento social. Somente a partir da cooperação com outros e do perfeito funcionamento
cognitivo, podemos superar nossos sentimentos de inferioridade.
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Sua principal contribuição para a sociedade mundial foi o estabelecimento de centros de orientação
psicológica na área infantil em Viena, os quais serviram como base para a criação de outros centros
orientadores em toda parte do mundo.
Na sua teoria da personalidade, o autor postulou existir um empenho por auto-estima e uma
tentativa de superar um sentimento de inferioridade que é um dos seus conceitos principais, isto é,
o “complexo de inferioridade”, que é um meio da procura compensatória de poder, domínio,
superioridade, que seriam alcançados por suas actividades e interesse social no bem comum. Adler
é um autor que achava e acreditava que toda criança tem um sentimento de inferioridade por
comparação realista com os adultos, maiores e mais hábeis, cuja superação seria sua principal meta
na vida.
Adler considerava o individuo como uma pessoa inteira, cuja vida passa da imaturidade para
maturidade. Este autor refere que as pessoas decidem o rumo que as suas vidas vai tomar e que
independentemente da direcção tomada, procuram alcançar a perfeição dentro do que eles próprios
estabelecem. Um aspecto fundamental da teoria de Adler assenta no facto de que o homem deve
cumprir 3 tarefas na vida: inserir-se na sociedade, consagrar tempo a um trabalho e desenvolver
relações amorosas. Neste âmbito, através destes 3 elementos que uma criança vai desenvolver os
seus interesses sociais (Fadiman & Frager, 1986).
Segundo Adler, em cada indivíduo, certos órgãos são de algum modo mais fracos que outros, o que
torna a pessoa mais susceptível a doenças e enfermidades envolvendo estes órgãos mais frágeis,
ou seja, no nosso entender, este autor agrupou as personalidades humanas tendentes à doença
psíquica em três tipos: da acção, tendendo à agressividade e dominação, podendo resultar, por
exemplo, em sadismo, dependência química, ou suicídio; da submissão ou dependência, tendentes
a desenvolver fobias, obsessões, compulsões, histeria etc.; e da evitação ou fuga, tendentes à
psicose (idem). Adler criou alguns conceitos muito importantes para a psicologia da personalidade,
as quais descrevemos a seguir:
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Inferioridade e compensação, nesse âmbito, há a inferioridade orgânica, pois, para Adler, cada
região do corpo apresenta uma inferioridade básica, inferioridade essa que existe em virtude de
herança ou de alguma anomalia do desenvolvimento.
Luta pela Superioridade, a luta pela superioridade para Adler é um elemento do crescimento e
desenvolvimento da personalidade, pois conduz a pessoa de um estágio de desenvolvimento a outro
superior. Por outras palavras, corresponde ao objectivo superior do homem na sua luta contra os
obstáculos: ser agressivo, poderoso superior.
Objectivos de Vida, segundo Adler, cada indivíduo desenvolve um objectivo de vida específico
que funciona como centro de realização, influenciado por experiências pessoais, valores, atitudes
e personalidade, formando-se no início da infância. Esses objectivos na óptica do autor são
formulados a partir da infância quando a criança procura formas de compensação de sentimentos
de inferioridade, insegurança e desamparo num mundo adulto.
Adler salienta que os traços de carácter necessários para atingir o objectivo de vida não são nem
inatos nem imutáveis, sendo adoptados como facetas essenciais da direcção do objectivo do
indivíduo.
O Estilo de vida, o estilo de vida para Adler corresponde ao princípio do sistema pelo qual a
personalidade funciona; é considerado como o todo que comanda as partes. É o princípio que
explica a singularidade da pessoa. Cada pessoa tem um estilo de vida e não há dois iguais. O estilo
de vida é o único caminho que um indivíduo escolhe para buscar seu objectivo.
Interesse Social, Adler, na sua obra da Psicologia Individual acredita que “todo comportamento
humano é social” porque crescemos num meio social e nossas personalidades são socialmente
formadas. Interesse social, poderia ser assim entendido como um aspecto de senso de solidariedade,
na qual fazem parte os sentimentos de afinidade com o desenvolvimento da comunidade ideal de
todo o género humano, o que seria o último estágio da evolução.
De acordo com Fadiman e Frager (1986) Adler entende que cada indivíduo, incluindo seus ideais
e os meios que visa para alcançá-los, constituem seu “papel de vida”, o qual jaz, em parte, no seu
subconsciente. Coerentemente a este papel, o indivíduo subordina suas emoções e desejos
específicos. O papel de vida forma-se na primeira infância, sob influência de factores como ordem
de nascimento, inferioridade ou superioridade física, e descaso ou super protecção dos pais.
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Corpo
Adler diz que o corpo é a maior fonte de sentimentos de inferioridade na criança, que está rodeada
por aqueles que são maiores e mais fortes e que fisicamente actuam de forma mais efectiva.
Salientava que o mais importante são as nossas atitudes em relação ao nosso corpo (Fadiman &
Frager, 1986). Referia que muitos homens e mulheres atraentes nunca resolveram sentimentos de
feiura e não-aceitação que sentiram na infância, e ainda se comportam como se não tivessem
atractivos. Ele era de opinião de que os deficientes físicos podem lutar e melhorar o seu aspecto
físico além da média.
Vontade
Já a vontade é um dos elementos centrais da teoria de Adler, pois para ele, a vontade é um sinónimo
de luta pela superioridade e realização de objectivos de vida.
Emoções
Quanto as emoções, Adler apresenta-nos dois tipos: as emoções socialmente disjuntivas, que são
aquelas que se referem à consecução de objectivos individuais, e emoções socialmente conjuntivas,
aquelas que têm tendência de promover as interacções sociais do individuo. Assim, fazem parte
das emoções disjuntivas, a raiva, medo ou repulsa, que na sua opinião podem ocasionar uma
mudança positiva na situação de vida do indivíduo, embora, às vezes, às custas de outros. Esse tipo
de emoções na perspectiva do autor resultam de um sentimento de fracasso ou inadequação e
servem para mobilizar a força do indivíduo a fim de realizar novos esforços (Adler, 1956 citado
por Fadiman & Frager, 1986). Em relação as emoções disjuntivas, Adler entende que estas são
orientadas socialmente quando a pessoa tem desejo de compartilhar a sua alegria com as demais
pessoas.
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Intelecto
Quanto a essa questão, Adler afirma que neuróticos, criminosos e outros que fracassaram em actuar
na sociedade são bastante inteligentes, pois com frequência dão argumentos e justificativas
perfeitas e lógicas para o seu comportamento. Adler denominou esse acto de inteligência por
“inteligência pessoal” que vê como uma superioridade pessoal (ibid).
Self
Adler entende que o self é o estilo de vida do indivíduo. É a personalidade considerada como um
todo integrado.
Para ele, as três maiores tarefas que um ser humano se defrontam são o trabalho, amizade e o amor.
Todas elas são inerentes a condição da existência humana, não importa de qual pessoa analise e
observe. O ambiente social molda a sociedade em si.
Ele acaba por interpretar que o meio social influencia muito mais do que o meio interior, no que
condiz ao desenvolvimento ou organização do factor psíquico (Fadiman & Frager, 1986). Segundo
Adler, as crianças superprotegidas não conseguem desenvolver sentimentos sociais; tornam-se
déspotas, à espera de que a sociedade se conforme com seus desejos egoístas. Adler considerava
esse facto como um dano para à sociedade, mas também, ele acreditava que a rejeição também
produz consequências desastrosas nas crianças. Maltratadas na infância, tornam-se adultas
inimigas da sociedade. Para o caso dessas crianças maltratadas, seu estilo de vida é dominado pela
necessidade de vingança. Significa isto que essas condições de superprotecção e
rejeição, produzem mais tarde, na pessoa concepções erróneas sobre o mundo, o que faz resultar
num estilo patológico de vida (Fadiman & Frager, 1986).
O ser perfeito é aquele que busca a sua superação, não acreditando que estar inferior aos demais,
sendo assim ele adopta o sentimento motivador como a chave de sua vida, dessa maneira ele
sobrevive e prospera num mundo onde há uma selecção natural dos seres existentes. Valem lembrar
que muitos obstáculos irão bater de frente contra os homens, no entanto o forte derruba todos eles.
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Capítulo III
3. Conclusão
Neste trabalho foram abordadas as contribuições de Alfred Adler sobre a personalidade. Durante a
leitura e interpretação do material bibliográfico, foi possível compreender que apesar de existirem
vários autores com concepções diferentes, eles se cruzam em alguns pontos. Mas, para todos os
efeitos, para caso específico de Adler, compreendemos que a sua teoria apresenta um valor de
relevância especificadamente único, visto que a sua abordagem teórica busca fornecer informações
relevantes sobre o desenvolvimento da personalidade. Vimos que a teoria de Adler é um resultado
de ramificações ideológicas surgidas no decurso da árvore dos estudos psicológicos e
psicanalíticos. Na verdade, o que importa é compreender taxativamente o conceito de
personalidade, visto que esta apresenta traços semelhantes nos escritos dos mais variados autores
e estudiosos do ramo da psicanálise. O que varia é o conceito atribuído a origem da mesma,
interessando tal estudo a todas as ciências humanas.
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4. Referências Bibliográficas