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Universidade Lúrio

Faculdade de Ciências de Saúde


Licenciatura em Psicologia Clínica
Cadeira de Modelos de Intervenção psicológica I
Trabalho de revisão bibliográfica
(4º Grupo)

Tema: teorias da Personalidade

Docente: Dra. Zanura Nauaga

Discentes:
Albino Paúa
Ermelinda Sabino
Fabiola Manuel
Gervásio Cualeia

Nampula, Novembro de 2022

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Tema: Teorias da Personalidade

Albino Paúa

Ermelinda Sabino

Fabiola Manuel

Gervásio Cualeia

Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo da


Cadeira de Modelos de Intervenção Psicológica I, 2º
Ano do 2º semestre- 2022.
Turma única do curso de Licenciatura em Psicologia
Clínica do regime pós- laboral, orientado pela
docente Dra. Zanura Nauaga.

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Nampula, Novembro de 2022

Índice

Introdução........................................................................................................................................4
Objectivos....................................................................................................................................4
Objectivo geral.........................................................................................................................4
Objectivos especificos:....................................................................................................................4
Metodologia:................................................................................................................................4
Teorias da personalidade.................................................................................................................5
Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud...........................................................................................6
Teoria analítica de Carl Jung...........................................................................................................7
Teoria de desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson...............................................................9
A teoria individual de Alfred Adler...............................................................................................11
Obstáculos ao Crescimento............................................................................................................12
Teoria das necessidades de Abraham Maslow..............................................................................13
Princípio de Maslow......................................................................................................................13
Aspectos fundamentais de Maslow...............................................................................................14
Conclusão......................................................................................................................................15
Referências Bibliográficas.............................................................................................................16

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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre teorias de personalidade. Uma teoria da personalidade é


um conjunto de suposições relevantes para o comportamento humano, juntamente com as
definições empíricas necessárias. Ela deve estar preparada para lidar com uma ampla variedade
de comportamentos humanos ou fazer predições sobre eles; deve estar preparada para lidar com
qualquer fenómeno comportamental que possua significado para o indivíduo. As teorias de
personalidade são funcionais em sua orientação pois se preocupam com questões que fazem
diferença no ajustamento e na sobrevivência do indivíduo.

Estas teorias costumavam atribuir um papel importante aos processos motivacionais e


muitos observadores consideram que um dos aspectos mais distintivos da teoria da personalidade
é a sua função como teoria integrativa. O que seria então a personalidade? Personalidade é o
conjunto de impressões ou características particulares que um indivíduo tem ou apresenta e que o
diferenciam dos outros. ‘‘Personalidade é aquilo que dá ordem e congruência a todos os
comportamentos diferentes apresentados pelo indivíduo. Em outras definições, a personalidade é
igualada aos aspectos únicos ou individuais do comportamento, alguns teóricos consideram que a
personalidade representa essência da condição humana.’’ (CALVIN HALL et. al, 2007). Em
termos estruturais, este trabalho está organizado da seguinte sequência: Introdução,
fundamentação teórica, conclusão e a respectiva referência bibliográfica.

2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

Estudar as principais teorias de personalidade em diferentes contextos que abordam diferentes


maneiras de formação da personalidade.

2.1.2. Objectivos especificos:

 Identificar as fases de desenvolvimento de cada teoria;


 Caracterizar as diferentes etapas do desenvolvimento da personalidade;
 Avaliar as diferentes abordagens de cada teoria da personaliade existentes.

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3. Metodologia: O presente trabalho realizou-se à base de uma pesquisa bibliografica.

4. Teorias da personalidade

Antes de Freud e dos outros grandes pensadores da personalidade, não havia, no ocidente,
grande interesse pelas teorias da personalidade. As doenças mentais eram consideradas
consequências inexplicáveis de possessão “alienígena” ou demoníaca de indivíduos que, em
outros aspectos, eram considerados racionais e lógicos.

De facto, os primeiros médicos especializados no tratamento de doentes mentais eram


chamados de “alienistas”. Uma das maiores contribuições de Freud foi insistir que os eventos
mentais são regidos por regras e por uma estrutura de causa e efeito.

Ele observou os pensamentos e comportamentos irracionais e inconscientes de seus pacientes e


percebeu que eles se enquadravam em certos padrões. Freud inaugurou, assim, uma “ciência do
irracional”. Além disso, ele reconheceu que a maioria dos padrões de comportamento observados
em pacientes neuróticos e psicóticos pareciam ser variantes intensificadas dos padrões mentais
observados em pessoas normais.

Jung, Adler e muitos outros desenvolveram as ideias de Freud. Na teoria de Jung, o


inconsciente do indivíduo inclui não apenas memórias pessoais (como Freud havia enfatizado),
mas também material do inconsciente colectivo de toda a humanidade.

Alfred Adler e outros concentraram sua atenção no ego como um sofisticado mecanismo
de adaptação ao ambiente interno e externo. Karen Horney explorou a psicologia do ego e
também foi pioneira no desenvolvimento da psicologia das mulheres. Em certo sentido, expandiu
a teoria psicanalítica para incluir as mulheres. Seu trabalho foi levado adiante por várias gerações
de pensadoras.

William James, contemporâneo de Freud e Jung, estava mais interessado na própria


consciência do que em seus conteúdos. Em sua exploração de como a mente funciona, James foi
um precursor dos psicólogos cognitivos. Foi também o fundador dos estudos da consciência,
campo em que os pesquisadores investigam temas como os estados alterados de consciência,
incluindo sonhos, meditação e biofeedback.

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Pensadores norte-americanos posteriores, tais como George Kelly, Carl Rogers e Abraham
Maslow, ocuparam-se com as questões de saúde e desenvolvimento psicológico. Nas
convincentes palavras de Maslow, “é como se Freud tivesse nos fornecido a metade doente da
psicologia e agora devêssemos completá-la com sua metade saudável” (Maslow, 1968, p. 5).

5. Teoria Psicanalítica de Sigmund Freud

Segundo Calvin Hall etal (2007), Sigmund Freud, na sua teoria psicanalítica, afirma que a
personalidade e constituída por três grandes sistemas estruturais: o Id, o Ego e o Superego. Estes,
apesar das suas próprias funções, elas interagem entre si de modo a gerar o comportamento do
indivíduo e raramente um sistema opera isolado dos outros dois.

O id é o sistema original da personalidade: ele é a matriz da qual se originaram o ego e o


superego. Consiste em tudo que é psicológico, que é herdado e que se acha presente no
nascimento, incluindo os instintos. Ele é o reservatório da energia psíquica e fornece toda a
energia para a operação dos outros dois sistemas opera pelo princípio do prazer.

O ego passa a existir porque as necessidades do organismo requerem transacções apropriadas


com o mundo objectivo da realidade, distinguindo as coisas na mente das coisas no mundo
externo. Opera pelo princípio de realidade. O superego é a força moral da personalidade.

Freud também dividiu a mente em camadas ou níveis:

 Inconsciente: que é o desconhecido, engloba conteúdos vividos, traumas pessoais e os


impulsos animais
 Pré-consciente: a ponte entre o pensamento directo e os impulsos do subconsciente
(pouco difíceis de acessa-los.)
 Consciente: o nível visível dos nossos pensamentos,

Sigmund Freud aponta para cinco (5) estágios de desenvolvimento da personalidade em sua
teoria psicossexual, nomeadamente:

I. Fase Oral: Desde o nascimento, necessidade e gratificação estão ambas concentradas


predominantemente em volta dos lábios, língua e, um pouco mais tarde, dos dentes. A
pulsão básica do bebé não é social ou interpessoal, é apenas receber alimento para

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atenuar as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança é também
confortada, aninhada, acalentada e acariciada. No início, ela associa prazer e redução da
tensão ao processo de alimentação.
II. Fase Anal: À medida que a criança cresce, novas áreas de tensão e gratificação são
trazidas à consciência. Entre dois e quatro anos, as crianças geralmente aprendem a
controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A criança presta uma atenção especial à micção
e à evacuação. O treinamento da toalete desperta um interesse natural pela auto
descoberta. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle
é uma nova fonte de prazer. Além disso, as crianças aprendem com rapidez que o
crescente nível de controlo lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais.
III. Fase Fálica: Bem cedo, já aos três anos, a criança entra na fase fálica, que focaliza as
áreas genitais do corpo. Freud afirmava que essa fase é melhor caracterizada por "fálica"
uma vez que é o período em que uma criança se dá conta de seu pénis ou da falta de um.
É a primeira fase em que as crianças tomam-se conscientes das diferenças sexuais.
IV. Fase de latência: não existe foco de prazer erógeno concreto, a pulsão é deixada de lado
para permitir a aprendizagem correcta do ambiente.
V. Fase Genital: A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o
início da puberdade e o consequente retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais.
Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais
distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e
interpessoais.

6. Teoria analítica de Carl Jung

Nesta área do temperamento, as duas dimensões psicológicas elaboradas por Jung (1967,
1974) ainda parecem ser de grande utilidade em Psicologia, a dimensão dos tipos e a dimensão
das funções. Jung não aceita que as causas dos conflitos psíquicos sempre envolveriam algum
trauma de natureza sexual, e Freud não admitia o interesse de Jung pelos fenómenos espirituais
como fontes válidas de estudo em si.

Para Jung a libido é mais que uma energia sexual e ele fala em 3 princípios que se referem a
distribuição dessa energia: oposição; equivalência e entropia.

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 Princípio da oposição oposto: o conflito entre tendências ou processos opostos é
necessário para a geração de energia psíquica.
 Princípio da equivalência: é a redistribuição contínua de energia psíquica gerada,
sempre de um ponto para outro da personalidade.
 Princípio da Entropia: refere-se a tendência de buscarmos o equilíbrio entre as
diferenças de energia. É uma espécie de busca pelo equilíbrio hemostático. Uma
tendência ao equilíbrio dentro da personalidade.

Este autor desenvolveu toda uma hierarquia de tipos (Jung, 1967), mas é sobretudo sua distinção
nos dois famosos tipos Extroversão e Introversão que fez e faz carreira, distinção que inclusive
parece um ganho definitivo em Psicologia. A outra distinção entre quatro funções também
recebeu e está recebendo grande atenção entre os psicólogos. Estas quatro funções são:
pensamento, sentimento, sensação e intuição. Jung caracteriza estas dimensões psicológicas do
seguinte modo:

I. Extroversão: direccionamento da libido para o exterior; movimento positivo do sujeito


para o objecto; o objecto se torna o foco de interesse activo (o sujeito procura o objecto) e
passivo (o objecto se impõe ao sujeito) do indivíduo.
II. Introversão: direccionamento da libido para o interior; movimento negativo do sujeito
com relação ao objecto; o próprio sujeito se torna o foco de interesse activo (o sujeito
procura reclusão) e negativo (o sujeito se torna incapaz de contactar o objecto) do
indivíduo.
III. Pensamento (pensar; thinking): representar a realidade conceitualmente (representação
intelectual). Ele pode ser activo (racional, consciente), chamado intelecto e consiste em
procurar esta representação. Passivo (irracional, inconsciente), chamado intuição
intelectual e consiste em que a representação se impõe até contra a vontade do sujeito.
IV. Sentimento (sentir; feeling): reagir diante da realidade como um valor, implicando
aceitação ou rejeição. Ele também pode ser activo, enquanto procura valorizar a realidade
ou passivo, enquanto esta se impõe como valor positivo ou negativo. O sentimento com
reacções orgânicas se chama de afecto.
V. Sensação (percepção via sentidos; sensing): perceber sensorialmente a realidade (externa
e interna). É a representação sensorial da realidade; é uma função irracional.

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VI. Intuição (percepção via inconsciente, intuition): percepção inconsciente de uma
realidade global; é uma função irracional.

O apego ao dogma psicanalítico do investimento da libido fez estas distinções interessantes de


Jung, particularmente no caso das funções, um tanto confusas e inadequadamente distintas.
Embaralhando os conceitos de irracional com inconsciente, tornou particularmente confusas as
categorias da sensação e da intuição.

7. Teoria de desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson

Erik Erikson acredita que a personalidade se desenvolve em uma série de etapas. Ao


contrário da teoria dos estágios psicossexuais de Freud, a teoria de Erikson descreve o impacto
da experiência social ao longo de toda a vida.

Erikson, estava interessado em como a interacção social e relações desempenham um papel


no desenvolvimento e crescimento dos seres humanos. O desenvolvimento avança em oito
estágios segundo o esquema de Erikson.

Os primeiros quatro estágios ocorrem durante o período de bebé e da infância, e os três


últimos durante os anos adultos e a velhice, sendo dada uma ênfase especial ao período da
adolescência, pois é nele que se faz a transição da infância para a idade adulta. Um dos principais
elementos da teoria de estágios psicossociais de Erikson é o desenvolvimento da identidade do
ego, é o sentido consciente de si.

A confiança básica vs desconfiança básica (0-1 ano) - A confiança básica mais inicial se
estabelece durante o estágio oral sensorial, quando as necessidades do bebe são satisfeitas e o
bebe sente-se reconhecido pela mãe. Quando a mãe falta, o bebe experimenta o sentimento de
esperança.

Ele começa a esperar que sua mãe volte e, quando isso ocorre com frequência, há o desfecho
positivo e a Confiança Básica é desenvolvida, ou seja, a criança tem a sensação de que o mundo
é bom, que as coisas podem ser reais e confiáveis.

Na autonomia vs vergonha e dúvida (2-3 anos) - a criança aprende o que se espera dela, quais
são seus privilégios e obrigações, e quais são as limitações que precisa aceitar. Nesta fase a

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autonomia dada a criança deve ser de um certo grau e não exagerado, a repreensão deve ser feita
de modo a que não cause vergonha retraindo a criança permitindo assim o surgimento da dúvida.

Na iniciativa vs culpa (4-5 anos) - A criança, nesse estágio, apresenta-se como claramente mais
avançada e mais “organizada”, tanto física quanto mentalmente. A iniciativa se combina com a
autonomia para fazer com que ela seja activa, determinada e capaz de planejar sua tarefas e
metas Ela seus brinquedos para brincar e faz jogos físicos de faz-de-conta usando o sentido
dramático. O perigo desse estágio é o sentimento de culpa que pode obcecar a criança por uma
busca muito entusiasmada de metas, incluindo fantasias genitais e o uso de meios agressivos e
manipulativos para chegar a essas metas.

Na diligência vs inferioridade (6-11 anos) – nesse estagio a criança precisa controlar a


imaginação e dedicar-se a educação formal. Ela desenvolve um senso de aplicação e aprende as
recompensas da perseverança e da diligência. O interesse por brinquedos e pelo brincar é
gradualmente superado por um interesse por situações produtivas e pelos implementos e
instrumentos usados para trabalhar. O perigo desse estágio é a criança desenvolver um senso de
inferioridades e for (ou fizerem com que se sinta) incapaz de dominar as tarefas que inicia ou que
lhe são dadas pelos professores e pelos pais.

Na identidade vs confusão de identidade (12-18 anos) - o indivíduo passa a experienciar um


sentido da própria identidade, Erikson, ressalta que o adolescente precisa de segurança frente a
todas as transformações – físicas e psicológicas. Essa segurança ele encontra na forma de sua
identidade, que foi construída por seu ego em todos os estágios anteriores. Por outro, o
adolescente, durante o estágio da formação da identidade, tende a sofrer mais profundamente do
que nunca em virtude da confusão de papéis podendo causar uma crise de identidade. Esse
estado pode fazer com que ele se sinta isolado, vazio, ansioso e indeciso, o adolescente sente que
precisa tomar decisões importantes, mas é incapaz de fazer isso.

Na intimidade vs isolamento (19-40 anos) - Eles buscam relacionamentos de intimidade,


parceria e associação, e estão preparados para desenvolver as forças necessárias para cumprir
esses comprometimentos, ainda que para isso tenham de fazer sacrifícios. O perigo do estágio da
intimidade é o isolamento, a evitação dos relacionamentos, quando a pessoa não está disposta a
comprometer-se com a intimidade o que pode resultar em grandes problemas de personalidade.

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Generalidade vs estagnação (40-60 anos) - Nesta fase, o indivíduo tem a preocupação com
tudo o que pode ser gerado, desde filhos até ideias e produtos. Ele se dedica à geração e ao
cuidado com o que gerou, o que é muito visível na transmissão dos valores sociais de pai para
filho. Esta é a fase em que o ser humano sente que sua personalidade foi enriquecida – e não
modificada - com tais ensinamentos. Os outros (desfecho negativo);

Integridade vs desespero – o ultimo estagio de desenvolvimento, a melhor maneira de descrevê-


lo é como um estado que a pessoa atinge depois de ter cuidado de coisas e pessoas, produtos e
ideias, e de ter-se adaptado aos sucessos e fracassos da existência (CALVIN HALL et. al, 2007).

8. A teoria individual de Alfred Adler

Desenvolveu o seu sistema de psicologia individual ao longo de linhas sociais. Acreditava


que o comportamento humano não é determinado por forças biológicas, mas por forças sociais.
Sugeria que só podemos compreender a personalidade investigando os relacionamentos sociais e
as atitudes que a pessoa tem para com os outros.

Sistema Holístico: Procura compreender cada pessoa como uma totalidade integrada num
sistema social. Cada ser humano é uma entidade única, indivisível, coerente e unificada que tem
sempre de ser considerada em relação ao contexto sócio ecológico do qual parte integrante.

Estilo de vida: É o único caminho que um indivíduo escolhe buscar seu objectivo. Hábitos e
traços de comportamento aparentemente isolados adquirem um significado. Os problemas
emocionais e psicológicos não podem ser tratados como questões isoladas. Estilo de vida é o
modo único que o indivíduo escolhe para perseguir o seu objectivo de vida; uma forma integrada
de adaptar-se e interagir com a vida em geral.

Adler também se concentrava na família como um factor de desenvolvimento da personalidade.


Crianças com deficiências podem se considerar um fracasso, mas, por meio da compensação e
com a ajuda de pais compreensivos, podem transformar inferioridades em foras; crianças
estimuladas em demasia pelos pais podem tornar-se egocêntricas.

Apercepção: Termo psicológico, refere-se à percepção envolvendo uma interpretação subjectiva


do que é percebido Como resultado de seu estilo de vida. Todos tem uma forma própria de se
perceber e perceber o mundo em que a cerca, o conceito de mundo determina seu

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comportamento. “Nossos sentidos não recebem factos reais, mais apenas uma imagem subjectiva
deles, um reflexo do mundo externo” (Adler, 1956, p. 1082).

O esquema de apercepção é auto-reforçador. Ex: quando temos medo, é provável que


percebamos ameaças no meio ambiente, o que reforça nossa crença original de que ele é
ameaçador. É o poder criador da personalidade, ou do self que guia e dirige a resposta individual
ao meio ambiente. “Todo indivíduo representa tanto a unidade da personalidade quanto a forma
individual desta unidade.

Assim, ele é tanto o quadro quanto o artista. Ele é o artista de sua própria personalidade” (Adler,
1956, p. 177).

Interesse Social: Todo comportamento humano é social, pois crescemos num meio social e
nossas personalidades são socialmente formadas. Interesse social é mais do que preocupação
com a comunidade ou sociedade imediata de alguém. Inclui sentimento de afinidade para com
toda a humanidade e fortes laços com a totalidade da vida.

A Cooperação: Aspecto importante do interesse social é o desenvolvimento do comportamento


cooperativo. Adler acreditava que somente através da cooperação com os outros, podemos
superar nossas superioridades reais ou nosso sentimento de inferioridade.

9. Obstáculos ao Crescimento

Inferioridade orgânica: Pessoas que sofrem de inferioridade orgânica, tendem a ser fortemente
auto-concentradas. Fogem da interacção com outras pessoas, devido ao sentimento de
inferioridade ou incapacidade de competir com sucesso. Podem Desenvolver habilidades num
grau incomum.

Superprotecção: Pessoas superprotegidas e mimadas tem dificuldades em desenvolver


sentimentos de cooperação e interesse social; tendem a fazer exigências unilaterais; interesse
social tende a ser mínimo; pessoas mimadas em geral nutrem poucos sentimentos positivos em
relação as pessoas, os quais manipulam muito bem.

Rejeição: Uma criança não desejada e rejeitada nunca conheceu o amor e a cooperação em casa
e, portanto, lhe é extremamente difícil desenvolver essas capacidades; Tais crianças não têm

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confiança em suas habilidades para serem úteis e obterem afeição e estima dos outros; Quando
adultos tendem a tornar-se frios e duros.

10. Teoria das necessidades de Abraham Maslow

A teoria das necessidades de Maslow, ainda hoje é uma das teorias sobre motivação mais
conhecida, isto pode ser atribuído a lógica intuitiva da teoria e sua facilidade de compreensão.
Seus estudos sobre motivação humana tinham em vista o desenvolvimento de uma teoria que
pudesse servir de base para a compreensão do homem inserido na sociedade, e não se aplica
facilmente quando reduzida ao aspecto da vida laboral.

Seus estudos sobre motivação humana tinham em vista o desenvolvimento de uma teoria
que pudesse servir de base para a compreensão do homem inserido na sociedade. A hierarquia de
necessidades introduzidas pelo AM, se refere a uma pirâmide que representa uma divisão
hierárquica a respeito das necessidades humanas.

10.1. Princípio de Maslow

Insatisfeito com sua própria teoria, criou, com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que
era abrangente no aspecto da espiritualidade e consciência alterada (Psicologia Transpessoal).

Maslow apresentou uma teoria da motivação segundo a qual as necessidades humanas estão
organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e de influência. Essa
hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide, necessidades subdivididas
em grupos ou níveis que serão transpostos pelas pessoas:

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A transferência de um nível para o outro ocorre somente após a satisfação do nível anterior. A
ideia é que as pessoas não deixam de desejar as coisas, mas uma vez satisfeitas as necessidades,
mais básicas, elas passam a ter outras.

Na concepção do autor cada uma das necessidades de nível mais alto torna-se uma fonte activa
de motivação apenas quando as de nível mais baixo são saciadas.

Necessidades básicas: Como abrigo, roupa, comida, melhor remuneração imediata, melhores
condições de trabalho, etc.

Necessidades de segurança: Afastamento os diferentes tipo de perigo físico que podem ser
obtidos pela ordem e segurança pública, previdência, plano de assistência médica, seguro,
poupança, etc.

Necessidades Sociais: Proporcionado pelas amizades com colegas de trabalho, relações


interpessoais harmoniosas, etc.

Auto Estima: O desejo de sobressair-se socialmente, oportunidade de crescimento, promoção,


reconhecimento de mérito, etc. São estímulos para melhorias comportamentais.

Auto-realização: Após ter conquistado tudo que queria o indivíduo passa a buscar condições de
atingir o potencial máximo e poder contribuir para a sociedade e o país.

10.1.2. Aspectos fundamentais de Maslow

A teoria de Maslow buscava compreender e explicar as necessidades e o comportamento


humano, sendo que esse comportamento é composto por necessidades.

Algumas fundamentais para a sobrevivência, as fisiológicas e biológicas, como fome, sede e o


sono, respiração. Porém a satisfação de uma necessidade sempre traz a outra, ou seja, quando se
satisfaz as necessidades fisiológicas, surgem outras como por exemplo a auto-estima.

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11. Conclusão

As teorias de personalidade são várias, umas psicodinâmicas, outras estruturais, de


aprendizagem e experienciais, mas todas elas estão focadas no processo de desenvolvimento da
personalidade cada uma focando num ponto diferente do outro convergindo em um e outro
aspecto.

Enquanto para Sigmund Freud o comportamento humano e governado por instintos na qual a
sua pulsão dominante é a sexual, para Carl Jung é governada por um conjunto de arquétipos
inato, Adler por sua vês afirma que os seres humanos são motivados por impulsos sociais assim
como propôs Abraham Maslow, que à medida que os aspectos básicos que formam a qualidade
de vida são preenchidos, podem deslocar seu desejo para aspirações cada vez mais elevadas.

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12. Referências Bibliográficas

ALVES, N. E. S. A importância dos factores motivacionais na organização cooperativa de caju


de Picos/PI. 2011. 58 f. Conclusão de curso (Bacharelado em Administração) – Universidade
Federal do Piauí, Picos, 2011.

Calvin SH. Gardner L. John BC. Teorias da personalidade (tradução). 4ªed.rev.Porto Alegre.
2007.

FREUD, S. Cinco lições de psicanálise; A história do movimento psicanalítico; O futuro de uma


ilusão; O mal-estar na civilização; Esboço de psicanálise. São Paulo: Abril Cultural, 1978;

Maslow: A Influência do Nível Educacional Sobre a sua Percepção no Ambiente de Trabalho.


In: SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO (SEMEAD), 13. 2010. Rio de Janeiro. Anais... Rio
de Janeiro: 2010.

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