Você está na página 1de 21

Medicina Preventiva

Parte I – Medidas de Saúde Coletiva | Declaração de Óbito


 Coeficiente Risco
o Numerador ≠ Denominador
Nº de óbitos em≥ de 50 anos
o Exemplo:
População total
 Índice Proporção
o Numerador = Denominador
Nº de óbitos em≥ de 50 anos
o Exemplo:
Nº total de óbitos

Coeficientes (Taxas)
1. Morbidade
Nº de casosnovos
a. Incidência
População
i. Também chamada de Taxa de Incidência, Incidência Acumulada,
Incidência Cumulativa ou Taxa de Ataque.
ii. Melhor para aferir doenças agudas.
Nº de casos
b. Prevalência
População
i. ↑ Prevalência: ↑ Incidência, Imigração e droga que não cura, mas que
aumenta a sobrevida!
ii. ↓ Prevalência: Morte, Emigração e Cura
iii. Prevalência = Incidência x Duração
1. Quanto maior a Duração de uma doença, maior a prevalência.
2. Quanto maior a Incidência de uma doença, maior a prevalência.
iv. Melhor para aferir doenças crônicas.
2. Mortalidade
Nº de óbitos
a. Geral:
População
i. Assistente de Porcaria Nenhuma (ASPONE) – não serve para nada!
b. Específica:
Nº de óbitos por determinada causa
i. Por causa:
População total
Nº de óbitos por causa materna
1. Materna: x
Nascidos Vivos
100.000
a. Acidentes e causas externas não são incluídos.
b. Causas Diretas: Hipertensão, Hemorragia, Infecção
c. Causas Indiretas
Nº de óbitos<1 ano
2. Infantil: x 1.000
Nascidos Vivos
Natimortos ( ¿ 22 semanas )+ ¿7 dias
a. Perinatal
Nº de nascidos ( vivos+mortos )
Natimortos (¿ 22 semanas)
b. Natimortos
Nº de nascidos ( vivos+mortos )
Nº de óbitos<28 dias
c. Neonatal
Nº de nascidos vivos
i. Precoce: até 7 dias
ii. Tardia: de 7 dias até 28 dias
iii. Avalia a qualidade do atendimento GO e
pediátrico.
iv. Difícil melhorar este índice.
v. É o principal responsável pelos óbitos infantis
atualmente.
Nº de óbitos 28 dias até 1 ano
d. Pós neonatal
Nº de nascidos vivos
i. Infantil tardia
ii. Avalia o meio ambiente.
iii. Foi o responsável pela melhora do índice de
mortalidade infantil nos últimos 80 anos.
160 12
e. 1940: | 2021:
1.000 1.000
3. Letalidade
Nº de óbitos por determinada causa
a.
Total de acometidos(doentes)
b. Avalia a gravidade ( virulência )

Glossário
 Infectividade: Capacidade do agente infeccioso de alojar-se e multiplicar-se dentro de
um hospedeiro.
 Patogenicidade: Capacidade do agente infeccioso produzir doença em pessoas
infectadas.
 Virulência: Capacidade do agente infeccioso de produzir casos graves e fatais.

Índices
Índice de Swaroop-Uemura
“Razão de Mortalidade Proporcional”
Nº de óbitos ≥ 50 anos
I $ U=
Nº total de óbitos
 1º Nível: ≥ 75 Desenvolvidos
 2º Nível: 50 – 75
 3º Nível: 25 – 49
 4º Nível: < 25 Subdesenvolvidos
Brasil hoje: ISU = 81,42
Curva de Nelson Moraes

 Tipo I (Em “N”) – Muito baixo


 Tipo II (Em “L”) – Baixo
 Tipo III (Em “U”) – Regular
 Tipo IV (Em “J”) – Elevado

Mortalidade Proporcional
Nº de óbitos por Idade /Causas
Nº total de óbitos
Mortalidade Proporcional por Causa
1. Circulatório (23%)
2. Doenças Infecto-Parasitárias (17%)
3. Neoplasias (15%)
4. Respiratório (10%)
5. Externas (9%)
6. Outros (26%)
Normal: Circulatórias – Câncer – Respiratórios – Causas Externas
Homens (N): Circulatórias – Câncer – Causas Externas
Mulheres (N): Circulatórias – Câncer – Respiratórios – Endócrinas – Causas Externas
COVID (2020): 2º lugar em TODOS = Doenças Infecto-parasitárias
Dos 1 aos 59 anos: Principal causa de morte são as Causas Externas.
Transição Demográfica
 ↓ Fecundidade
 ↓ Mortalidade Geral
 ↑ Esperança de Vida
 ↑ Índice de Envelhecimento
Idosos(≥ 60 anos)
o
Jovens (≤ 15 anos)
 Estreitamento da base
 Alargamento do ápice

Transição Epidemiológica
 ↓ DIP (transmissíveis)
 ↑ crônico-degenerativas / externas

Carga Global de Doença


 DALY: Anos Potenciais de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade
o I – Transmissíveis e nutricionais
o II – Não Transmissíveis
o III – Externas
 Extensão de vida => Anos de Vida Perdidos (Mortalidade)
o Exemplo: Expectativa de vida aos 25 anos é de viver mais 50 anos. Se a pessoa
morre, perde 50 anos de vida.
o Principais causas: Homicídio, IAM, AVE, Acidentes de trânsito
 Qualidade de vida => Anos vividos com Incapacidade (Morbidade)
o Exemplo: A pessoa acidenta aos 25 anos e fica paraplégica. Restam 50 anos x
0,5* = perde 25 anos por incapacidade.
o Principais causas: Dor lombar, cefaleia, ansiedade, depressão

Declaração de Óbito
Causa Natural
Doença ou estado mórbido

 Com assistência (PSF, Particular, Plantonista, Ambulância, Substituto): Médico


Preenche
 Sem assistência (Ninguém assistia o paciente): Serviço de Verificação de Óbitos (SVO)
o Sem SVO: médico de serviço público ou qualquer médico
o Sem médico: 1 responsável + 2 testemunhas (cartório)

Causa Não-Natural
Causa externa / suspeita

 IML
 Sem IML: qualquer médico como “perito legista eventual”

Como preencher:
 Parte I
a. Imediata (terminal)
b. Intermediária
c. Intermediária
d. Básica
 Parte II: Comorbidades
Quando preencher:
Todos os óbitos!
Exceção: peças, natimortos*

 Natimortos
o Idade Gestacional < 20 semanas
o Estatura < 25 cm
o Peso < 500 g

Parte II – Estudos Epidemiológicos


INVESTIGADOS INVESTIGADOR TEMPO NOME
Transversal Ecológico
Observação
AGREGADO Longitudinal Série Temporal
Intervenção Longitudinal Ensaio Comunitário
Transversal Inquérito
Observação Coorte
INDIVÍDUO Longitudinal
Caso-Controle
Intervenção Longitudinal Ensaio Clínico
Classificação de Nível de Evidência – Oxford
 Nível Ia – Revisão Sistemática de Ensaio Clínico / Nível Ib – Ensaio Clínico
 Nível IIa – Revisão Sistemática de Coorte / Nível IIb – Coorte / Nível IIc – Ecológico
 Nível IIIa – Revisão Sistemática de Caso-Controle / Nível IIIb – Caso Controle
 Nível IV – Série de Casos
 Nível V – Opinião de Especialista

Recomendação da USPSTF
GRAU DE RECOMENDAÇÃO GRAU DE BENEFÍCIO
RECOMENDAÇÃO
A Recomenda Substancial
B Recomenda Moderado
C Contra a oferta rotineira Pequeno
D Contra Dano
I Inconclusivo ?

1) Ecológico
Agregado Observação Transversal

Vantagens:
 Fácil / Barato / Rápido
 Gera suspeitas...

Desvantagens:
 ..., mas não confirma!
 Pode induzir a erro (Falácia ecológica)

1A) Inquérito (seccional ou transversal)


Individuado Observação Transversal

Vantagens:
 Vê a prevalência...
2) Coorte
Individuado Observação Longitudinal
Parte do Fator de Risco e acompanha até surgir a Doença

Vantagens:
 Define riscos
 Confirma suspeitas
 Pode analisar várias doenças!
 Fator de risco pode ser raro!

Desvantagens:
 Caro / Longo / Vulnerável a Perdas
 Ruim para doença rara / longa

3) Caso-Controle
Individuado Observação Longitudinal
Retrospectivo
Parte da doença e pesquisa a presença ou não de fatores de risco

Vantagens:
 Rápido / Barato
 Bom para doença rara / longa
 Define risco? Estima...

Desvantagens:
 Vulnerável a erros (viés de memória, viés de seleção)
 Ruim para fator de risco raro

Relato de Casos / Série de Casos


Descritivos

Vantagens:
 Bom para doença rara / Desconhecida

Desvantagens:
 Pouca gente / não tem controle
 Viés de publicação

4) Ensaio Clínico
 Estudo Piloto
o Fase I: avaliar segurança...
o Fase II: avaliar dose / segurança (curto prazo) ...
 Fase III: ensaio clínico multicêntrico...
 Fase IV: vigilância pós-comercialização...
Individuado Intervenção Longitudinal
Divide-se os grupos entre aqueles que utilizam a Substância estudada e um grupo
placebo/convencional e observa-se os efeitos após.
Vantagens:
 Consegue controlar os fatores
 Melhor para testar medicamentos

Desvantagens:
 Social, ético
 Complexo, caro, longo, vulnerável a perdas

Efeito Hawthorne
Mudança de comportamento por saber que está sendo observado

Efeito Placebo
A crença no tratamento/cura traz melhoras para o paciente

Controlado:
 Evita o erro de intervenção

Randomizado:
 Garante que os grupos sejam o mais homogêneos possível
 Evita o erro de seleção / confusão

Mascarado:
 Evita o erro de aferição...
 Aberto, simples-cego, duplo-cego...

Eficácia:
 Resultado da intervenção em um cenário ou situação ideal
 Validade interna
 Ignora as perdas se seguimento!

Efetividade:
 Avalia o número de participantes em que havia intenção de tratar
 Mais próximo da realidade, portanto tem validade interna e externa

Eficiência:
 Custo-benefício

4A) Ensaio Comunitário


Agregado Intervenção Longitudinal

4B) Ensaio de Campo


Intervenção em pessoas saudáveis...

Análise
Frequência
Medir a doença:

 Prevalência (Transversal)
 Incidência (Coorte / Ensaio Clínico)

Associação
Fator x Doença
Caso Controle
FABRICAÇÃO DE ASBESTOSE TOTAL
CAIXAS D’ÁGUA Sim Não
EXPOSTO 50 50 100
NÃO EXPOSTO 10 90 100
TOTAL 60 140 200
ad
Odds Ratio=
bc
50 x 90
=9
50 x 10
Interpretação: “A chance de desenvolver asbestose após ser exposto à fabricação de caixas
d’água é 9 vezes maior do que naqueles não expostos”.
Coorte
HAS IAM TOTAL
Sim Não
SIM 60 40 100
NÃO 15 85 100
TOTAL 75 125 200
Incidência expostos
Risco Relativo=
Incidência nos não expostos
60 %
=4
15 %
Interpretação: “O risco de ter IAM entre os expostos é 4 vezes maior que o risco de ter IAM do
que aqueles não expostos”.
Ensaio Clínico
GRUPO MORTE TOTAL
Sim Não
NOVA DROGA 10 90 100
CONTROLE 30 70 100
TOTAL 40 160 200
Incidência expostos
Risco Relativo=
Incidência no controle
10 %
=0,33
30 %
Redução do Risco Relativo ( RRR )=1−RR
Interpretação: “O risco de morrer naqueles que usam a droga é 67% menor do que aqueles que
usam o controle (tratamento tradicional ou placebo)”.

Redução Absoluta do Risco ( RAR )=IC−IE


Interpretação: “De cada 100 pacientes tratado com a nova droga, ocorrem 20 mortes a menos”.
1
Número Necessário ao Tratamento ( NNT )=
RAR
Interpretação: “Preciso tratar 5 pessoas com a nova droga para evitar 1 desfecho negativo”.
Resumo
ESTUDO FREQUÊNCIA ASSOCIAÇÃO
TRANSVERSAL Prevalência Razão de Prevalência
CASO CONTROLE --- Odds Ratio
COORTE Incidência Risco Relativo
Risco Relativo / RRR
ENSAIO Incidência
RAR / NNT
Interpretação do RR / OR / RP:

 Igual a 1: sem associação


 > 1: Fator de Risco
 < 1: Fator Protetor

Estatística
Erro Sistemático (Viés)
 Seleção
 Aferição (Informação)
 Confundimento
Se não houverem Erros Sistemáticos, o estudo é Válido e Acurado.
Erro Aleatório (Acaso)
 p < 0,05 (5%)
 IC 95%
Se não houverem Erros Aleatórios, o estudo é Preciso e Confiável.
RR Versus IC
RR = 5 / IC 95% (2,7 – 7,6)
IC 95% = 2,7 a 7,6 significa que, embora o RR tenha sido de 5 (no meu estudo!), ao repetir
100x, em 95x o RR esteve entre 2,7 e 7,6 – RR verdadeiro!
Interpretação do RR / IC
Três Estudos de Coorte:

 Estudo 1 → RR = 3 (IC 95% = 2,3 – 4,1)


 Estudo 2 → RR = 5 (IC 95% = 0,9 – 8,4)
 Estudo 3 → RR = 6 (IC 95% = 3,2 – 9,9)
 Estudo X → RR = 6 (IC 95% = 4,2 – 9,9)
A – Em qual estudo eu não confio? Estudo 2 (RR ora se comporta como proteção, ora como
risco!)
B – Qual estudo foi mais preciso? Estudo 1 (RR mais estreito)
C – Qual estudo trabalhou com mais gente? Estudo 1
D – Houve diferença estatística entre o 1 e o 3? Não! (RR entre eles se sobrepõem)
E – Houve diferença estatística entre o 1 e o X? Sim! (RR não se sobrepõem)
Erros Tipo I e Tipo II
 Tipo I (erro α) → Falso +
 Tipo II (erro β) → Falso -
5) Revisão Sistemática
Unidade de Análise = Ensaio, Coorte...
Metanálise... método estatístico para integrar os resultados

Vantagens:
 Síntese de informação
 Barato
 Rápido

Desvantagens:
 Viés de Publicação → tendência para publicar estudos com resultados positivos
 Divergência entre os vários estudos

Critérios de Causalidade
1. Sequência Cronológica Tempo – Antes...
a. Este é o critério mais importante
2. Força de Associação Quem fuma... (RR, OR)
3. Relação Dose-Resposta Quem fuma muito...
a. Gradiente dose-resposta ou Gradiente biológicas
4. Consistência Outros trabalhos...
5. Plausibilidade Fisiopatologia (História Natural da Doença)
6. Analogia Situações parecidas...
7. Especificidade Só causa essa doença
8. Coerência Paradigma atual
9. Evidência experimental Muda fator, muda doença...

Resumo: Testes Diagnósticos


 Sensibilidade – Capacidade de detectar os doentes
 Especificidade – Capacidade de detectar os não doentes

Nos testes com alta sensibilidade:


 Tem menos falso negativo
 Se der negativo, eu excluo a doença
 Então vamos usar para triagem

Nos testes com alta especificidade:


 Tem menos falso positivo
 Se der positivo eu fecho o diagnóstico
 Então vamos usar para confirmação

Conceitos
 A Sensibilidade e Especificidade são características do teste – não variam!
 O Valor Preditivo varia com a Prevalência (probabilidade pré-teste):
o Quanto maior a Prevalência, maior o VP Positivo e menor o VP Negativo
o Quanto menor a Prevalência, menor o VP Positivo e maior o VP Negativo

Parte III – Vigilância da Saúde | Ética Médica


Profilaxia da Raiva
Qualquer acidente: lavar com água e sabão...
CÃO/GATO OBSERVÁVEL E SEM NÃO OBSERVÁVEL OU
SINAIS DE RAIVA COM SINAIS DE RAIVA
Observa por 10 dias
Raiva, morre ou desaparece: Vacina
ACIDENTE LEVE
vacina (4 doses – 0, 3, 7 e (4 doses – 0, 3, 7 e 14)
14)
Não faz Profilaxia
Vacina (4 doses)
Observa por 10 dias
ACIDENTE GRAVE +
Raiva, morre ou desaparece:
Soro
vacina (4 doses) + Soro

MAMÍFERO
MORCEGOS E
DOMÉSTICO
MAMÍFEROS
INTERESSE
SILVESTRES
ECONÔMICO
Iniciar profilaxia com Vacina
ACIDENTE LEVE
(4 doses – 0, 3, 7 e 14) Iniciar profilaxia com Vacina
Iniciar profilaxia com vacina (4 doses) + Soro
ACIDENTE GRAVE
(4 doses) + Soro
Profilaxia do Tétano
Qualquer acidente: lavar com água e sabão...
FERIDA BAIXO RISCO ALTO RISCO
Vacina (Última dose Vacina (Última dose
HISTÓRIA ≥ 3 doses
> 10 anos) > 5 anos) ¹
VACINAL
Incerta ou < 3 doses Vacina Vacina + Soro
¹fazer soro se última dose > 5 anos em: idoso, imunodeprimido ou desnutrido grave

Vigilância em Saúde
 EpidemiológicaDoenças
 Sanitária Bens, produtos e serviços: medicamento, alimento, cosmético...
 Ambiental Ambiente (físico, psicológico e social): água, resíduo, vetores...
 Trabalhador Agravos relacionados ao trabalho...

Critérios para Inclusão


 Magnitude Frequência – importância
 Transcendência Gravidade, relevância social / econômica
 Vulnerabilidade É controlável?
 Disseminação Transmissibilidade
 Eventos Inusitados Epidemia, surto...
 Internacionais VIPS...

Notificação Compulsória de Doenças


Internacionais
 Varíola
 Influenza
 Polio / Paralisia Flácida Aguda
 SARS (Coronavírus)

Vacinais – MS
 Tuberculose
 Hepatites Virais
 Difteria, Tétano, Coqueluche, Hemófilo “invasivo”
 Rotavírus¹ (Diarreia aguda / SHU)
 Doença pneumocócica “invasiva” ¹
 Doença meningocócica / outras meningites
 Febre Amarela
 Sarampo / Rubéola / Caxumba
 Varicela (Grave / Óbito)
 Síndrome Gripal¹
 Evento adverso grave

Síndromes Febris
 Dengue / Chikungunya / Zika
 Malária
 Leptospirose
 Hantavirose
 Febre Tifoide
 Febre Maculosa / Riquetisioses
 Febre do Nilo Ocidental / Arboviroses
 Febre Hemorrágica e Reemergente (Febre Purpúrica Brasileira, Arenavírus, Lassa,
Ebola, Marburg)

Endêmicas
 Doença de Chagas (Aguda / Crônica)
 Leishmaniose Tegumentar e Calazar
 Esquistossomose
 Acidentes de Trabalho (Biológico / Grave / Doenças¹)
o Grave: Menor de Idade / Óbito / Mutilação
 Óbitos infantil e materno
 Eventos de Risco à saúde pública
 Neoplasias
 Malformação Congênita

Terrorismo
 Antraz Pneumônico
 Botulismo
 Tularemia
 Violência

Bichos “Loucos”
 Doença de Creutzfeldt-Jacob
 Peçonhentos (Cobra, aranha...)
 Raiva / Acidente com Animal
 Peste (“Pulga Louca”)
 Toxoplasmose (Congênita / Gestante)

Exógenas
 Agrotóxicos
 Metais pesados
 Gases tóxicos
“Si...”
 Sífilis
 SIDA / HIV
 “Sinistra” Cólera
 Síndrome do Corrimento Uretral Masculino¹
 Síndrome Neurológica pós “Febre” ¹

Ranseníase
¹apenas em unidades sentinela
Mnemônico BESTEIRA

 Bichos
 Endêmicas
 Si
 Terrorismo
 Exógenos
 Internacionais
 Ranseníase
 Anticorpos
 Sds. Febris

Os Conceitos: Incidência
Endemia: Dentro do padrão esperado...
Frequência regular e esperada, com variações possíveis (ex.: sazonal)

Epidemia: Acima do padrão esperado...


Frequência crescente, ultrapassa o limiar epidêmico

Geográfica...
 Surto: Restrita
o Casos com relação entre si ou área geográfica pequena
 Pandemia: Ampla
o Atinge vários países / mais de um continente

Velocidade...
 Explosiva / maciça Fonte comum
o Ar (Legionela), Água (Cólera), Alimento (“maionese”)
 Progressiva / propagada Pessoa-pessoa / Vetor
o Respiratória / Sexual... Gripe, meningite, BK... / DST
o Mosquito... Dengue, Febre amarela...

Transmissão
Horizontal
 Direta imediata Pessoa-pessoa: não passa pelo ambiente
o DST (gonorreia, herpes, sífilis*, aids*...)
 Direta mediata Pessoa-pessoa: passa rápido pelo ambiente
o Mãos (Estafilo, Estreptococo, Agentes de conjuntivites)
o Ar (Gripe, sarampo, BK – aerossol 1º - Flügge)
o Fômites (chupeta de uma criança gripada para outra)
 Indireta Hospedeiro intermediário, vetor, veículo...
o Esquistossomose, Chagas, Cólera, BK – Wells...

Vertical
AIDS, Sífilis, CMV, Rubéola...

Prevenção de Doenças
História natural das doenças:
Período Pré-patogênico: Doença ainda não existe!
Prevenção Primária: Reduz a incidência da doença
 Proteção Específica:
o Vacinação
o EPI
o Ácido Fólico
 Promoção da Saúde
o Saneamento
o Lazer

Período Patogênico: Doença já existe!


Prevenção Secundária:
 Detecção e tratamento precoce
o Rastreio (Assintomáticos)
o Diagnóstico precoce (Sintomático)
 Limitação de Incapacidade
o Evitar complicação

Prevenção Terciária:
 Tratar a complicação
o Reabilitação

Prevenção Quaternária
 Evitar intervenções desnecessárias
 Identificar e evitar supermedicalização
 Não solicitar exames sem indicação
Prevenção contra iatrogenias (“Menos é mais”)

Acidentes de Trabalho
 Definição: Lesão, doença ou morte... /... redução temporária ou permanente
 Tipos: Típico, Trajeto e Doença Ocupacional
 Conduta: Notificações
o SINAN – Ficha de Notificação
 Grave (Menor de idade, morte ou mutilação)
 Exposição Biológica
 Intoxicação exógena
 CA, PAIR, DORT e LER¹
 Dermato / Pneumoconioses¹
 Transtornos mentais¹
 Formal e Informal
¹Notificação em unidades sentinela
o INSS – CAT
 4 vias
 Empresa tem obrigação de preencher
 Até 1º dia útil
 Morte → Imediato
 Qualquer médico → relatório
 ± afastamento
 Formal
 Excluídas: Doenças degenerativas, endêmicas* e que não levem a incapacidade
laborativa

Schilling
I. Trabalho = Causa obrigatória
a. Silicose, asbestose...
II. Trabalho = Fator de risco
a. PAIR, LER, DORT...
III. Trabalho = Agravante
a. Dermatite de contato...

Doenças Ocupacionais
Pneumoconioses
Fibrose
Silicose (Quartzo) Asbestose (Amianto)
Fator de Risco Jateamento, pedreira, Caixa d’água, telha, cimento...
mineração...
Clínica: Assintomática e Fibrose nodular Fibrose difusa e pleural
progressiva → Fibrose
Diagnóstico: História Ocupacional + RX de tórax
Tratamento: Não existe → Prevenção!
Doenças Associadas: Tuberculose Mesotelioma / Câncer de
pulmão

Burnout
Esgotamento profissional

 Exaustão emocional + ↓ realização pessoal + despersonalização

PAIR
 Causa: Som alto... (≥ 85dB por ≥ 8 horas por dia)
 Particularidades: Irreversível, não progressivo sem ruídos e bilateral (Neurossensorial
→ CORTI)
 Diagnóstico: HCO + audiometria (↓ frequências: 3, 4 e 6 KHz)

LER / DORT
 Causa: ↑ uso e ↓ descanso (repetição, monotonia, pressão)
 Clínica: Dor + parestesia
 Exemplos mais comuns:
o S. do impacto: elevação dos ombros (Basquete, Vôlei, Natação)
o Epicondilites: Lateral (tenista) [teste de cozem] e medial (golfista)
o S. túnel do carpo: Teste de Tinel e Phallen
o S. de De Quervain

Agrotóxicos
Organofosforados / Carbamatos
 Ação: Inibição da acetilcolinesterase
 Clínica: miose, sudorese excessiva, hipoventilação pulmonar, bradicardia, hipotensão...
 Toxíndrome Colinérgica (Toxíndrome colinérgica ou anticolinesterásica)
 Odor aliáceo → organofosforados
 Tratamento: Atropina!

Organoclorados
 Acumula no meio ambiente
 Ação no SNC

Piretroides
 Permetrina
 Usados em dedetização
 Irritação / Alergia / Neuropatia

Benzeno – Benzenismo
 Onde ocorre: Petróleo / Siderurgia
 Efeito: Mielotóxico
 Investigação: História Ocupacional + Hemograma

Chumbo – Saturnismo
 Onde ocorre: Tintas / Baterias
 Clínica: Dor abdominal, Gota, Hipertensão, linha Gengival de Burton, Anemia
o Mnemônico: Dor GHIGA

Mercúrio – Hidrargirismo
 Onde ocorre: Termômetro / Lâmpadas
 Clínica: Rim (Nefrótica) e Cabeça

Cromo
 Onde ocorre: Galvanoplastia / Curtumes
 Clínica: Irritação / Câncer de pulmão / Perfuração de septo nasal

Cádmio
 Onde ocorre: Água próximos a locais de mineração
 Clínica: Osteoporose (fratura)

Arsênico
 Clínica: Queimadura e odor de alho

Metanol
 Funilaria / Solventes / Tinta / Álcool adulterado
 Cegueira bilateral
 Antagonista → etanol
Princípios da Bioética
 Beneficência: fazer o bem... O Bem sempre prevalece!
 Não maleficência: não fazer o mal... (prevenção quaternária)
 Autonomia: respeitar a decisão do paciente
 Justiça: igualdade respeitando diferenças (equidade)

Erros Médicos
 Imperícia: faz o que não deveria... (Despreparado)
 Imprudência: faz sem cuidado... (Precipitado)
 Negligência: não faz... (Omisso)

Tanásias
 Eutanásia: provocar a morte a pedido do paciente [proibido no Brasil]
 Ortotanásia: morte boa, sem sofrimento (prevenção quaternária)
Diretivas Antecipadas de Vontade
 Distanásia: morte má, com sofrimento, com obstinação terapêutica...
 Mistanásia: morte miserável e evitável...

Parte IV – SUS | Atenção Básica


História da Saúde no Brasil
 Campanhas sanitárias (“Polícia Médica”)
 Oswaldo Cruz x Febre amarela, varíola e peste
 Revolta da Vacina
 Criação da CAPS (Caixa de Aposentadorias e Pensões)
 CAPS → IAPS (Instituto de Aposentadorias e Pensões)
 Modelo hospitalocêntrico (Americano)
 IAPS → INPS (Instituto Nacional de Previdência Social)
 “Milagre Econômico”
 INPS → INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social)
 Reforma Sanitária: Movimento Civil
 Princípios:
o Universalidade
o Integralidade
o Descentralização
o Participação Social
 1ª Conferência com participação do povo

A Evolução Pós 1988


SUS
 Lei 8080
 Lei 8142
 NOB 91
 NOB 93
 NOB 96
 NOAS 2001
 NOAS 2002
Princípios do SUS
Éticos / Doutrinários
 Universalização: Acesso a todos
 Integralidade: atender todas as necessidades
 Equidade: tratamento desigual
Organizacionais / Operativos
 Descentralização: divisão de poderes / município
 Regionalização: Serviços organizados
 Hierarquização: UBS / hospital / diálise
 Participação Social:
 Resolubilidade: Resolver os problemas...
 Complementariedade:
Lei Orgânica da Saúde
 Lei 8080: Funcionamento do SUS
o Cabe à direção:
 Nacional: Definir políticas e normas
 Executa na Vigilância de portos, aeroportos, fronteiras ou em
situações inusitadas
 Estadual: Coordenar
 Municipal: Executar
o Setor Privado atua de forma Livre e Complementar

A Evolução do SUS
 Lei 8.142 Gastos e Participação Social
o Transferência regular e automática
 Conselho de Saúde
 Plano de Saúde
 Fundo de Saúde
 Relatórios de gestão
 Contrapartida de recursos
 Comissão de elaboração de PCCS (Plano de Carreira, Cargos e
Salários)
o Conselhos e Conferências
 Conselhos Fiscalizam a execução e os gastos da saúde
 Permanente e deliberativo
 Mensal
 50% Usuários
 25% Profissionais de Saúde
 12,5% Prestadores de serviço
 12,5% gestores
 Conferências
 50% Usuários
 Avaliam a saúde e criam diretrizes da política de saúde
 Consultivo
 4 em 4 anos
NOB 91
 Centraliza a gestão do SUS no nível federal
 Repasse volta a ser por produção
 Lei sem noção!
NOB 93
 Municipalização
 Municípios → Gestores
o Incipiente / Parcial / Semi-plena (transferência regular e automática)
 Comissão Intergestores
o Bipartite (Estadual): Estado, Municípios (COSEMS)
o Tripartite (Nacional): MS, Estados (CONASS), Municípios (CONASEMS)

NOB 96
 Gestão Plena pelo Município
o Gestão Plena da Atenção Básica
 Atenção Básica
o Gestão Plena do Sistema Municipal
 Atenção Básica, Média e Alta Complexidade
 Piso da Atenção Básica (PAB)
o Fixo
o Variável

NOAS 2001 / 2002


 Equidade nos recursos e no acesso à saúde
 Regionalização Organizada
o Acesso à saúde o mais próximo da residência
o Município Referência = $ para Média Complexidade
o Decreto 7.508 / 2011
 Regiões de Saúde COAP
 Atenção primária / secundária e hospitalar
 Urgência / psicossocial / vigilância
 Portas de Entrada
 Atenção primária
 Urgência
 Psicossocial
 Serviços especiais
 Ampliação da Atenção Ambulatorial
o PAB Ampliado

Financiamento do SUS
 Emenda Constitucional 95 (2016) (Lei 141 – 2012)
I. Municípios: 15%
II. Estados: 12%
III. União: $ do ano anterior + inflação (IPCA)
 Blocos ($)
I. Manutenção das Ações e Serviços Públicos
II. Estruturação da Rede de Serviços Públicos

Programas
Saúde na Hora
 ≥ 60h/semana ≥ 3 Equipes de Saúde da Família
 ≥ 60h/semana com Saúde Bucal ≥ 3 ESF e ≥ 2 Equipes de Saúde Bucal
 ≥ 75h/semana com Saúde Bucal ≥ 6 ESF e ≥ 3 ESB
 ≥ 60h/semana Simplificado ≥ 2 Equipes
¹profissionais com nível superior (Médicos / Enfermeiras / Dentistas) podem cumprir turnos de
20 ou 40 horas semanais. Demais profissionais todos devem cumprir 40 horas semanais.
Unidades básicas sem Saúde na Hora todos devem cumprir 40 horas semanais.

Médicos pelo Brasil


 Contrato por CLT
 Plano de Carreira
 Seleção de Médicos da Família e Comunidade
 Tutores Médicos

Financiamento da Atenção Básica de Saúde


Previne Brasil
Anulação do PAB
I. Capitação Ponderada
o Número de Pessoas Cadastradas
II. Pagamento por Desempenho
o Mulheres
 6 consultas de pré-natal (1º até 12 semanas)
 % gestantes Sífilis e HIV
 % gestantes atendimento Odontológico
 % de mulheres com citopatológico
o HAS / DM
 % HAS → consulta e PA (6m)
 % DM → consulta e HbA1c (6m)
o Criança
 % Penta + VIP
III. Incentivo por Ações Estratégicas
IV. Incentivo por Critério Populacional

Atenção Primária à Saúde (APS) ou Atenção Básica à Saúde


Atributos ou Princípios da APS
Atributos Essenciais (Princípios Principais)
 Primeiro Contato porta de entrada (acesso)
 Longitudinalidade acompanhamento / vínculo
 Integralidade integral / necessidades
 Coordenação do Cuidado articulação entre os serviços
Atributos Derivados
 Enfoque familiar foco na família
 Enfoque comunitário foco na comunidade
 Competência cultural facilitar a relação

Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)


Portaria nº 2.436 de 21 de setembro de 2017

 Atributos Essenciais e Derivados (“Plincípios Plincipais”)


 Resolutividade / Regionalização e Hierarquização (Ordenação)
 Integral → 40 horas semanais (Exceção: “Saúde na Hora”)
 Multidisciplinar →
o Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde
o Opcionais: Dentista, técnico de saúde bucal e agente de combate a endemias
o Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional
 Acolhimento / Autonomia (participação da comunidade)
 Reorientação do Cuidado → Centrado na pessoa
 Elevada complexidade / Baixa densidade
 Adscrição de Clientela / Territorialização (2.000 – 3.500)
Reorientação do Cuidado
Método Centrado na Pessoa
 Experiência da pessoa (Sentimentos, Ideias, Função, Expectativa)
 Entender a pessoa como um todo... (contexto próximo e distante)
 Elaborar um plano conjunto (prioridades / paciente ativo)
 Enfatizar a relação médico-pessoa (empatia, compaixão, cuidado)

Instrumentos e Ferramentas
No prontuário:

 SOAP Notas do Registro Clínico Orientado por Problemas


o Subjetivo: “sintomas” (experiência do problema)
o Objetivo: “olhar do médico” (exame físico / laboratório)
o Avaliação: “diagnóstico” (afecções)
o Plano: “conduta” (passo a passo)

Na família:

 Genograma Interação afetiva / ≥ 3 gerações...


 Ecomapa família e o ambiente...

Política Nacional de Humanização


Indissociabilidade entre Gestão e Atenção
 Gestão participativa e cogestão

Transversalidade e Autonomia
 Clínica Ampliada e Compartilhada
 Acolhimento
 Ambiência
 Defesa dos Direitos dos Usuários

Protagonismo dos Sujeitos


 Valorização do Trabalhador
Clínica Ampliada (Casos Complexos)
± participação paciente e ± apoio matricial (NASF)
Projeto Terapêutico Singular
1. Diagnóstico
2. Definição de metas
3. Divisão de responsabilidades
4. Reavaliação

Você também pode gostar