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INTERNAÇÃO HOSPITALAR

DE PACIENTES IDOSOS
Principais causas da hospitalização de idosos
Outro estudo, desta vez realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), analisou dados referentes às internações de idosos em um conjunto
selecionado de hospitais privados no ano de 2014.

Foi constatado que as principais causas de internação dos beneficiários idosos


na saúde suplementar concentram-se nas doenças do aparelho circulatório e
respiratório, além das neoplasias malignas.

Entre as idosas mais jovens (60 a 79 anos) as neoplasias lideram, seguidas pelas
doenças do aparelho circulatório e digestivo.
Entre as mais idosas (com 80 anos ou mais), as principais causas são as
doenças do aparelho circulatório.

Em seguida vêm as doenças do aparelho respiratório e outras causas


relacionadas a sintomas, sinais e achados anormais em exames (causas não
definidas).

Entre os homens idosos prevalecem as doenças do aparelho circulatório e as


neoplasias malignas para as duas faixas etárias analisadas (idosos mais jovens
e mais idosos), com uma expressiva preponderância de doenças do aparelho
digestivo e de causas não definidas.
Por que devemos evitar a internação?
Dentro de uma estratégia baseada na prevenção e na promoção da
saúde, a ANS recomenda que a hospitalização de idosos deve ocorrer
apenas no momento de agudização de uma doença crônica, pelo menor
tempo possível, ou em casos de urgências.
Segundo a avaliação ANS, o hospital não é um ambiente seguro para
pessoas idosas, pois o risco de infecção e de perda da capacidade
funcional é alto.
Além disso, as reminiscências do período de internação podem levar a
transtornos distímicos ou colaborar para quadros depressivos.
Diversos aspectos na hospitalização comprometem o indivíduo idoso.
Pelo simples fato de estar acamado, ele já se encontra em processo de perda de
massa muscular.

Outro fator é o uso rotineiro de medicações psicoativas e o aparato de


procedimentos médicos invasivos, que causam uma taxa de complicações
iatrogênicas de três a cinco vezes maior para o idoso, quando comparado a
uma população adulta jovem.

Na hospitalização de idosos, o quadro de perda funcional está associado ao


aumento de tempo de permanência hospitalar e de mortalidade.

Isso gera uma maior necessidade de programas de reabilitação e atenção


domiciliar para esse público, bem como uma maior utilização dos serviços e uma
elevação do custo de saúde.
HOSPITALIZAÇÃO

Quase metade dos adultos que ocupam os leitos hospitalares tem ≥ 65 anos;
espera-se que esta proporção aumente com o envelhecimento da população.

A hospitalização pode potencializar a magnitude das alterações fisiológicas


relacionadas à idade e aumentar a morbidade.

Somente os pacientes idosos em estado grave, que não podem ser


adequadamente atendidos em outros locais, devem ser hospitalizados. A
hospitalização por si só apresenta riscos aos pacientes idosos por envolver
confinamento, imobilidade, testes diagnósticos e tratamentos (particularmente,
mudanças no regime medicamentoso). Quando os pacientes são transferidos para
ou de um hospital, é provável que novos fármacos sejam acrescentados ou
alterados, levando a maior risco de efeitos adversos.
O tratamento em hospitais pode ser desumanizador e impessoal. O cuidado
hospitalar agudo deve durar somente o tempo necessário para permitir a
transição bem-sucedida para a assistência domiciliar, unidade de enfermagem
especializada ou programa de reabilitação ambulatorial.

O resultado da hospitalização parece ser mais pobre com o avanço da idade, embora
a idade fisiológica seja um preditor mais importante do resultado que a cronológica. O
resultado é melhor para pacientes hospitalizados devido a procedimentos eletivos (p.
ex., substituição da articulação) do que para aqueles hospitalizados por doenças
graves (p. ex., falência de múltiplos órgãos e sistemas).
Cerca de 75% dos pacientes com ≥ 75 anos, que são funcionalmente independentes à admissão
hospitalar, tornam-se dependentes ao receberem alta; 15% dos pacientes com ≥ 75 anos são
encaminhados para instituições de enfermagem especializada quando recebem alta. A tendência à
abreviação da permanência hospitalar aguda, seguida por cuidados subagudos e reabilitação em
uma unidade de enfermagem qualificada, pode explicar parcialmente essas porcentagens elevadas.
No entanto, mesmo quando uma doença é tratável ou surgem complicações, os pacientes podem
não voltar ao estado funcional pré-hospitalar.

Estudos mostraram que pacientes que recebem exercícios de intensidade moderada enquanto estão
no hospital, particularmente exercícios que focalizam caminhada, treinamento de resistência e
equilíbrio, não tiveram nenhum declínio funcional durante a hospitalização . Isso ressalta a
importância de assegurar que os idosos iniciem tratamento fisioterapêutico o mais rápido possível
enquanto estão no hospital

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