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ESTRATÉGIA

REPLANTIO
TEMPO DE
Ilustração: Suma 3

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As épocas de recessão têm grande utilidade. Permitem
às empresas desfazer-se de negócios e práticas
que deixam a desejar, segundo os especialistas Rita
Gunther McGrath, da Columbia business school, e Ian C.
MacMillan, da Wharton. E há um método para fazer isso

A
s manchetes depri- À medida que a incerteza aumen- aprendidas com empresas de cres-
mentes que temos ta, as empresas encontram uma re- cimento rápido, empreendedores e
lido nos jornais são lação incerteza-conhecimento alta. grupos corporativos de desenvolvi-
apenas manifesta- Isso é um grande problema, porque mento de novos negócios –todas es-
ção de um fenôme- os líderes tendem a tomar decisões sas organizações que navegam por
no que há muito se esboça: os famo- com base em velhas premissas, o ambientes imprevisíveis, surpreen-
sos “ventos de destruição criadora” que geralmente leva a resultados dentes e de recursos limitados por
de Joseph Schumpeter, aqueles que infelizes. definição. Num mundo imprevisí-
incidem sobre o que antes eram ne- Os seres humanos têm a tendên- vel, tentar acertar pode afastar os
gócios relativamente estáveis e até cia de abraçar as informações que gestores do caminho. Portanto, so-
maduros. reforcem suas crenças preexisten- mos favoráveis a uma abordagem
Infelizmente, muitos líderes de tes e, ao mesmo tempo, questionam “impulsionada pela descoberta”
hoje não têm a mentalidade nem re- ou rejeitam informações que as que enfatize a busca das respostas
correm às iniciativas corretas para coloquem em xeque. Em paralelo, certas e melhore a relação suposi-
ajudar organizações a sobreviver. muitas ferramentas de gestão con- ção-conhecimento.
Eles cresceram com práticas geren- sagradas, como o valor presente Neste artigo, exploraremos como
ciais adequadas a uma era diferente líquido (VPL), baseiam-se num ali- enfrentar o desafio de manter o
–de barreiras mais altas à entrada de cerce de certeza presumida –nesse negócio central relevante, concen-
rivais, custos de transação mais ele- caso do VPL, a certeza de que pre- trando-nos em três práticas:
vados, concorrentes menos capazes, ver prováveis fluxos de caixa e des-
mercados crescentes e cada vez mais contá-los para hoje é realista. Em 1 Iniciar o processo de renovação.
afluentes e muitos menos informa- ambientes de negócio voláteis, esse 2 Avaliar as opções de mudança
ções. Porém os ambientes com que pensamento já não é mais prático. utilizando modelos financeiros.
deparam hoje são menos previsíveis, A boa notícia é que aborda- 3 Mapear o portfólio de cresci-
mais complicados e mais voláteis. gens mais apropriadas podem ser mento futuro.

Prática 1:
Rita Gunther McGrath é professora de gestão da Columbia Business School, se- Iniciar o processo
diada em Nova York, nos Estados Unidos. Ian C. MacMillan é professor de inova- de renovação
ção e empreendedorismo da Wharton School, faculdade de administração da Uni- Uma das grandes ironias do suces-
versity of Pennsylvania, da Filadélfia, e diretor do Sol C. Snider Entrepreneurial so duradouro nos negócios é que o
Research Center, o centro de pesquisas de empreendedorismo dessa instituição. bom desempenho tende a sufocar
Lançou este ano o livro Discovery-Driven Growth: A Breakthrough Process to Re- o desejo de investir em novas opor-
duce Risk and Seize Opportunity (ed. Harvard Business School). tunidades e outros negócios bem

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na hora em que uma empresa pode lidade 6-Sigma, por exemplo),


mais facilmente se dar a esse luxo. o aumento da receita vinha
Principalmente quando está saudá- capengando. De fato, em toda
vel e gera lucros, é muito fácil des- a década de 1990, a média de

atrás e perguntar: “e se estiver incorreta nossa premissa de que o negócio está saudável?”
prezar os tênues sinais de declínio crescimento da receita da Du-
de desempenho; quando percebe Pont foi de apenas 0,6%.
que precisa investir, os recursos Sem crescimento nos merca-
em geral se encontram escassos. dos comoditizados e altamente
Contudo, sabe-se, a melhor hora competitivos, estava em jogo a
para investir é antes de ser forçado sustentabilidade da empresa
a fazê-lo. no longo prazo. Na opinião da
Defina um futuro atraente. A ra- direção, o negócio central não
zão pela qual os gestores com fre- conseguia materializar as am-
quência se recusam a reconhecer bições de crescimento da em-
a saúde do negócio central é que presa. Reconhecendo isso, os
ninguém tem incentivo para dar executivos da DuPont estabe-
um passo atrás e perguntar: “E se leceram uma meta de cresci-
nossa premissa fundamental de mento da receita de no mínimo
que o negócio está saudável estiver 6% ao ano; as partes técnicas
incorreta?”. Enfrentar a síndrome da empresa foram encarrega-
da negação começa por avaliar de das de gerar 33% de vendas de
forma realista onde você acha que produtos que tivessem menos
a empresa poderia estar, digamos, de cinco anos de idade.
daqui a três anos. Emprestamos Determine quais programas
essa ideia de empreendedores bem- e projetos têm maior probabi-
ninguém na empresa é incentivado a dar um passo

-sucedidos. Eles não perguntam: lidade de fazer a empresa che-


“Qual é o tamanho do mercado?”. gar lá. Uma vez que a direção
Ao contrário, eles invariavelmente reconheça que o negócio cen-
querem saber: “O mercado é gran- tral está em perigo, o próxi-
de o bastante para minhas aspira- mo desafio é determinar quais
ções?”. Em outras palavras, você projetos, iniciativas e outras
precisa de uma ideia dos resulta- atividades podem impulsionar cional foi dado por intenso
dos concretos que constituiriam o as ambições de crescimento da programa de transformação
sucesso antes de poder começar a empresa. Isso frequentemente conhecido como “Universi-
avaliar se é provável que o negócio leva a decisões de investir me- dade de Conhecimento Inten-
central pode ajudá-lo a chegar lá. nos em aperfeiçoar o negócio sivo”. A ideia era direcionar
A DuPont fornece um exemplo central e mais em segmentos a DuPont para longe dos ne-
útil. Há décadas, essa diversificada novos e de crescimento rápido. gócios baseados em produtos
empresa vinha apresentando cres- Quanto mais específica uma comoditizados e para novos
cimento de lucros constante e con- empresa for a respeito dos tipos negócios crescentes e de co-
fiável com relativamente poucas de iniciativas que sustentarão nhecimento amplamente in-
surpresas. Contudo, seus lucros sua estratégia futura, maior tensivo. No decorrer desse
saudáveis mascaravam um padrão impulso ela poderá criar. esforço, a DuPont se desven-
mais sinistro. Em 1999, o então A DuPont atacou esse desa- cilhou de seu ainda lucrativo
CEO Charles Hollyday e sua equipe fio ao criar cinco “plataformas negócio de têxteis e entrou
perceberam que, embora a empre- de crescimento”, cada uma em negócios mais incertos
sa viesse apresentando ganhos sig- encarregada de atingir metas com melhores perspectivas
nificativos de produtividade (com específicas de crescimento. O de crescimento, tais como
a implantação das práticas de qua- suporte ao esforço organiza- materiais biológicos e dio-

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dos orgânicos emissores de luz. A estava “de volta aos trilhos”. Os gestores, na maioria, apren-
empresa também deu início a im- Crie estruturas facilitadoras. As deram a pensar em estratégia com
portante expansão para mercados organizações mais complexas são a perspectiva de obter vantagens
emergentes, onde, segundo a CEO projetadas para proteger e preser- competitivas “sustentáveis”. En-
Ellen Kullman, agora está desfru- var o status quo. Em consequência, tretanto, no ambiente atual, essa
tando uma taxa composta de cres- os esforços sérios para renovar o abordagem está sob sério risco. E,
cimento de 16%. negócio central quase sempre exi- quando muitas vantagens são ape-
Documente e teste suas premis- gem mudanças na organização. nas temporárias, a maneira de gas-
sas fundamentais. À medida que o Na DuPont, a mudança para novos tar os recursos, o prazo no qual cal-
ambiente geral muda e a estabili- negócios em crescimento foi im- cular os retornos e as expectativas
dade dos negócios centrais se tor- pulsionada por uma reorganização que você quer estabelecer com os
na mais incerta, os gestores preci- dos negócios tradicionais em novas acionistas e funcionários precisam
sam estar dispostos a dar alguns plataformas de crescimento que continuar flexíveis.
passos para trás e reavaliar. Pode substituíram as antigas unidades Incorpore premissas financeiras
ser que coisas que eles pensavam centradas em produtos. em cada fase da vida de seu negó-
que “sabiam” sobre seu negócio Os líderes da IBM constataram cio. Além das projeções financeiras
na verdade sejam suposições que também que as unidades de negó- propriamente ditas, há quatro pon-
podem ou não corresponder ainda cios estabelecidos eram prejudiciais tos de inflexão que devem ser mo-
à realidade. aos esforços para criar negócios de nitorados em qualquer nova inicia-
Na Avon, por exemplo, a CEO crescimento. Em resposta a isso, a tiva, pois terão implicações signifi-
Andrea Jung teve de reinventar o IBM lançou o que ficou conhecido cativas sobre a rentabilidade (veja
negócio central não uma, mas duas como programa de “organização quadro na próxima página).
vezes! Jung foi contratada em 2000 de negócio emergente”, no qual os Compare alternativas concorren-
para dar uma sacudida na antiqua- novos negócios são removidos de tes e decisões aceleradoras. Essa
da vendedora de porta em porta operações estabelecidas e recebem análise enxuta de VPL pode dar aos
de produtos de beleza e higiene seu próprio foco, com linha direta gestores a noção de que um con-
pessoal. Seus primeiros anos fo- para a equipe da alta direção. Já a junto de iniciativas que planejaram
ram triunfantes, quando a empresa Nokia historicamente tem incuba- adotar como parte da Prática 1 pode
se expandiu internacionalmente, do novos negócios em unidades se- impulsionar os resultados finan-
ampliou a linha de produtos e in- paradas que ficam encarregadas de ceiros que a empresa necessita. Ela
vestiu em outras inovações para crescer. A meta é eliminar o poder permite que os gestores avaliem as
impulsionar o crescimento anual dos resistentes e divergentes. variáveis do negócio central, bem
para mais de 10%. Contudo, mu- como as possibilidades das novas
danças nos mercados internacio- Prática 2: iniciativas, possibilitando-lhes exa-
nais desaceleraram drasticamente Avaliar as opções de minar o impacto que a erosão ou
o crescimento em 2005 –tanto que mudança utilizando canibalização do negócio central
Jung decidiu que precisava revisi- modelos financeiros poderia ter.
tar suas premissas básicas sobre o Tendo identificado formas de tirar Por exemplo, a gigante de
negócio. Nas palavras dela: “[tive a organização de uma dependência software SAP está lutando com
de] demitir-me na sexta-feira e me do negócio central existente, os ges- os desafios que seu negócio cen-
recontratar na segunda”. Uma pre- tores precisam construir um mode- tral enfrentará com o modelo de
missa era que os gostos locais exi- lo financeiro que mostre o que a “software como serviço” (SaaS, na
giam decisões locais. Num esforço nova estratégia pode proporcionar. sigla em inglês). O modelo de ne-
para reduzir custos, Jung centrali- A ideia aqui é reconhecer que em gócio tradicional da SAP envolvia
zou atividades como marketing e ambientes dinâmicos muitas estra- receber logo no início uma subs-
fabricação –e eliminou sete níveis tégias são elas próprias dinâmicas tancial taxa de licenciamento pelo
inteiros de gerenciamento. Wall e não durarão para sempre. É im- software e então uma taxa anual
Street aplaudiu muito esses movi- portante incorporar esse novo pa- de 17% a 18% da licença original
mentos, sugerindo que a empresa radigma às projeções financeiras. por atualizações e manutenção.

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4 pontos de inflexão
Há quatro pontos de inflexão em qualquer nova
iniciativa que terão implicações significativas so- 4. Finalmente, é necessário que você calcule
bre a rentabilidade. São cronológicos e estão na quanto será seu investimento total. Além disso,
essência da Prática 2: para cada iniciativa, você deverá estabelecer

1.
uma taxa de desconto; quanto mais arriscado o
Você precisa calcular quanto tempo levará empreendimento, maior a taxa de desconto (o
para lançar determinada iniciativa. As lentas são que significa que a oportunidade deve ser incri-
dispendiosas, porque você está investindo recur- velmente interessante).
sos nelas e retardando o período durante o qual
poderia começar a obter receitas. Para isso, utilizamos uma técnica baseada na ló-

2.
gica do valor presente líquido (VPL), em versão
O desafio seguinte é saber o tempo necessário enxuta. Ela analisa o valor dos fluxos de caixa que
para acelerar a iniciativa até atingir a fase da ven- um investimento ou projeto acrescenta à empresa,
da comercial. Novamente, quanto mais longo for, mas é adaptada especificamente a situações rápi-
mais demorará para gerar lucros (ou serão perdidas das e de alta incerteza; a modelagem do “padrão
mais oportunidades de receitas). de vantagem temporária” fornece uma boa estima-

3.
tiva do desempenho financeiro das novas iniciativas
Você precisa pensar em quanto tempo pode espe- que você está tentando impulsionar. Ela desenha um
rar para desfrutar uma vantagem competitiva antes que bom retrato dos fluxos de retornos e despesas duran-
os concorrentes respondam e o mercado mude. Muitas te a vida de um projeto sem entrar em todos os deta-
pessoas supõem que um negócio que tenha sido lançado lhes que uma análise de VPL completa exigiria.
com sucesso continuará a ter sucesso indefinidamente.

Em contraste, o SaaS não tem pa- gens de cada estratégia é que isso Uma ferramenta útil para ajudar as
gamento inicial; ao contrário, os ressalta o impacto de atrasos em empresas a visualizar o que estão de
clientes pagam uma taxa mensal qualquer ponto do processo sobre fato realizando é o que chamamos
para cada usuário do sistema. Em- o valor total do projeto. de “Portfólio de Oportunidades”. Isso
bora nos dois casos os custos in- envolve avaliar a gama completa de
corram logo no início, as receitas Prática 3: projetos em relação tanto à incerteza
do SaaS levam mais tempo para Mapear o portfólio de do mercado como às capacitações.
acumular, e o período de amorti- crescimento futuro Os esforços da Verizon Commu-
zação é bem mais longo. Embora Se a função do negócio central es- nications para se reformular ilus-
a SAP anunciasse sua entrada no tiver mudando no contexto do con- tram muito bem o tipo de pensa-
SaaS com grande alarido em 2007 junto geral de atividades, pode ha- mento de portfólio que tal análise
(estimando que geraria receita de ver profundas implicações quanto pode provocar. Na década de 1980,
US$ 1 bilhão até 2010), desde en- à maneira de os gestores alocarem teria sido difícil conceber um negó-
tão ela reduziu suas ambições em recursos sob diferentes níveis de in- cio mais estável e de longo prazo do
meio a especulações de que tinha certeza. À medida que a estratégia que operar um “ serviço tradicional
subestimado drasticamente os muda, essa mudança deve refletir-se de telefonia” em áreas geografica-
custos operacionais totais de rodar nos projetos que a empresa adotar mente protegidas, que tinham um
o negócio SaaS, bem como a amea- e nas atividades que parar de fazer. nível de concorrência mínimo. As
ça que o modelo poderia criar para Infelizmente, muitas empresas são chamadas operadoras “Baby Bells”,
seu núcleo altamente rentável. tremendamente ineficientes em ali- que surgiram depois da divisão do
Um aspecto interessante ao pon- nhar suas estratégias com as ativida- antigo monopólio da AT&T nos Es-
derar comparativamente as vanta- des em que estão de fato investindo. tados Unidos, eram consideradas

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com uma série de empresas nar a empresa em espaços de cres-


novatas de baixo custo. cimento é convencer a comunidade
Ivan Seidenberg, antigo de investidores de que essa é a coi-
CEO da Verizon, decidiu ado- sa certa a fazer. As ações da Verizon
tar uma estratégia agressiva sofreram durante anos enquanto
de abandonar seus negócios investia nos serviços de banda lar-
centrais tradicionais e de ga. Entretanto, no início de 2007,
crescimento lento, como a começaram a surgir manchetes
telefonia fixa, e partir para como “Aposta corajosa da Verizon”.
áreas mais competitivas e E, no início de 2009, um artigo na
arriscadas, porém de cresci- Barron’s sobre a Verizon começava
mento mais rápido, inclusive assim: “Em uma época nada nor-
serviços wireless e de dados. mal, compensa investir numa em-
Em 2001, ele esperava recei- presa que fornece resultados con-
tas anuais de mais de US$ 100 fiáveis e constantes, que se concen-
bilhões, com 35% disso vindo tra em caminhos de crescimento
de wireless e 20% de dados. e mantém a promessa de retornos
Ele também previu que as acima do mercado. A Verizon Com-
receitas tradicionais de voz munications, gigante de telecomu-
representariam somente cer- nicações de Nova York, encaixa-se
ca de 35% do negócio total, muito bem nesse perfil”.
em comparação com os 60% A constatação deve ter sido muito
anteriores. gratificante para a Verizon, dado o
Desde então, a Verizon se ceticismo que acompanhava os mo-
desfez das unidades de cres- vimentos arrojados da empresa para
cimento lento (mesmo as longe de seu antigo negócio central.
agressiva de abandonar seus negócios centrais

que tinham sólidos fluxos de Após cada recessão, o mundo


caixa) como listas telefôni- que emerge é diferente do antigo.
cas e, em seu lugar –usando Acreditamos que uma abordagem
portos seguros, ainda que o caixa que esses negócios impulsionada pela descoberta pode
a verizon decidiu adotar uma estratégia

monótonos. renderam–, a empresa fez ajudar os administradores a redire-


tradicionais e de crescimento lento

No entanto, no final dos investimentos vultosos em cionar suas empresas e começar a


anos 1990, surgiram os si- áreas novas, como tecnolo- dar contornos ao mundo que surgi-
nais de perigo. O número gia de serviços de fibra óptica rá quando passar a crise atual. Esta
de linhas de acesso opera- (que ela comercializa como é a hora de se desfazer de negócios,
das pelas Bells começou a FIOS), para permitir-lhe iniciativas, pessoas e outros recur-
diminuir à medida que os competir com as empresas sos que sejam fracos ou estejam
norte-americanos passa- de cabo para oferecer servi- sob pressão –e que provavelmente
ram a aproveitar as alter- ços de televisão e internet. não terão eficácia futura. É a hora
nativas wireless e a banda Seidenberg fez o que muitas de reconfigurar o núcleo, reposi-
larga se tornava uma rea- empresas não conseguem: cionar recursos para longe do nú-
lidade em muitas residên- realizar investimentos agres- cleo antigo e gestar oportunidades
cias. Em 2002, o número de sivos no futuro da empresa de crescimento.
linhas de acesso caiu para enquanto o negócio central
2,7%. Em 2004, as Baby ainda está gerando um caixa
Bells relutantemente come- substancial. HSM Management
çaram a oferecer serviços Um dos desafios mais du- © MIT Sloan Management Review
© 2009, Massachusetts Institute of Techno-
VoIP (Voz sobre Protocolo ros envolvidos em abandonar logy. Todos os direitos reservados. Distribuí-
de Internet) para competir o negócio central e reposicio- do por Tribune Media Services.

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