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ISCED- HUÍLA
1. Introdução ……………………………………………………………………….. 2
2. Enquadramento Histórico, Económico e Político da Comuna da Huíla
………….….……………………………………...…………………………….… 3
3. Metodologia do Trabalho Arqueológico ……………………….……………… 6
3.1. Prospecção ……………………………………………….…………………. 6
3.2. Escavação …………………………………………………………..………. 7
3.3. Processamento e Análise da Informação …………………………….….. 8
3.4. Divulgação dos Resultados da Pesquisa ……………………………..… 9
4. Descrição da Actividade de Campo ……………………………………….…. 9
5. Conclusão ………………………………………………………………….….. 15
6. Referências Bibliográficas ………………………………………………..….. 16
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1. Introdução
Destarte, cumpre frisar que, a actividade teve como mote aliar a teoria à prática,
como uma espécie de levantamento de sondagem com a escavação em apenas
duas camadas, para ter um perfil estratigráfico da região. E no contexto da
metodologia de trabalho utilizada, dividiu-se a turma do mestrado em dois grupos,
que de forma alternada realizaram estudos botânicos e arqueológicos, pois o
carácter multidisciplinar da Arqueologia, exige-a buscar alguns aportes de outras
áreas científicas, sem as quais não é possível realizarem-se estudos
arqueológicos, no sentido mais rigoroso da palavra.
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2. Enquadramento Histórico, Político e Económico da Comuna da Huíla
Enquadramento Histórico
No dia 01 de Agosto de 1860, foi fundada a então Alba Nova, tendo sido nomeada
pelo capitão-mor António Rodrigues Algarve chefe fundador e pelo padre
capuchinho Gabriel de Braga1. Antes da colonização, o território da comuna da
Huíla era parte da ombala (sobado) do Lupolo, uma das cidades- Estado do reino
de Humbi-Onene. Fazia sua fronteira na mulola (leito seco de rio) do Mabuie da
Cascata. No momento da chegada dos europeus, o território era controlado por
Canina-io-Hamba, o soba local.
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Fonte: https://www.facebook.com/ComunadaHuila2020
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Enquadramento Político
Fig. 002- Edifício da administração comunal da Huíla (Fonte: Página oficial do Facebook da
administração comunal da Huíla, 18 de Agosto, 2022).
Enquadramento Económico
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a batata-rena, batata-doce e beterraba, bem como cereais como, o milho e o
massango4.
Fig. 003- Da esquerda à direita, campo de massango e zona de horticultura do Senhor Zé Manel,
um agricultor da localidade (Foto: Leonardo Chiengo, 2022).
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Conhecido pelo nome científico Pennisetum glaucum, da família das Poaceae, este é um cereal
nativo do continente africano, importante na agricultura de subsistência e adaptado aos climas
desérticos-quentes, provavelmente, num futuro breve desempenhará um papel importantíssimo na
agricultura mundial e para a sobrevivência humana, por causa da escassez de chuvas decorrentes
das alterações climáticas (Lança, 2022).
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Fig. 004- Uma manada (bois e vacas) do senhor Zé Manel em pasto livre (Foto: Leonardo
Chiengo, 2022).
Segundo Ki-Zerbo (2010), “Os métodos científicos utilizados pela Arqueologia têm
o mérito de serem universais. Podem ser aplicados tanto na África como na
Europa, Ásia ou América, embora a maneira de aplica-los possa variar de um
lugar para outro” (214).
3.1. A Prospecção
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e deram origem a outros ramos da Arqueologia, como a Arqueologia Extensiva,
Especial ou da Paisagem. Importa referir que, segundo Torres (2001, p. 10) a
prospecção arqueológica tem que ver com a procura de fontes. Este método foi
desenvolvido inicialmente na América do Norte e Europa mas é aplicável em
todas as regiões do mundo.
3.2. A Escavação
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fundamental de recuperação dos testemunhos arqueológicos do passado. Na
perspectiva de Frédéric, (1980):
Cabe frisar que, quando falamos de escavação, não estamos a nos referir
simplesmente à um processo de exumação de artefactos, mas acima de tudo do
percurso e da história dos homens nos diferentes lugares em que viveram, tal
como disse Sir. Mortimer Wheeler, na sua bem-sucedida tentativa de derrube da
visão materialista do objectivo da escavação arqueológica, ao proferir aquela que
viria a ser considerada uma das mais famosas e citadas frases em Arqueologia,
segundo a qual “the archaeologica excavator is not digging up things but peoplel”.
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3.4. A Divulgação dos Resultados da Pesquisa
A actividade de campo que nos propomos descrever, tal como deixamos dito, foi
integrada numa formação teórico-prática de Arqueologia de campo, que decorreu
no dia 2 de Agosto do corrente ano, na zona turística da Cascata da Huíla, na
comuna com o mesmo nome, sob orientação do professor André Serdoura, que
visou essencialmente iniciar os estudantes do curso de mestrado em Ensino da
História de África, do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Huíla),
ao processo de levantamento de sondagem com escavação em apenas duas
camadas, para ter-se um perfil estratigráfico da região.
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Segundo Ferreira (2013, p. 87), é provável que existam ao nível da província da Huíla, 28
monumentos de pedra.
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disponíveis. Sabe-se desde já que aquela zona, pelos vestígios nela encontrados,
terá registado presença humana desde a pré-história. Daí, resulta evidente que
um estudo mais pormenorizado da zona poderá revelar mais sobre os homens
daquele tempo e os seus feitos, com fortes probabilidades de relançamento do
turismo arqueológico na região e assegurar uma melhor consolidação da história
pré-colonial da província da Huíla6.
Fig. 005- Objecto de cerâmica achado no local do estudo (Foto: Leonardo Chiengo, 2022).
6
Bahu, H.P.A. (Angop, 22 de Agosto, 2022).
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Chegados ao local, os estudantes constataram a existência de um recinto murado
de forma quase circular, constituído por um alongamento de muralhas,
assentados em afloramentos rochosos, que constituíam-se como defesas naturais
contra forças invasoras. Pelo seu formato, estes recintos configuravam núcleos de
povoamento. Alguns troços da muralha não estão muito bem preservados, sendo
que em alguma parte do recinto, a altura do muro não passa de um metro de
altura. De acordo com Serdoura & Guimarães (2015, p. 84) “[…] a probabilidade
de estes muros não terem maior altura deve-se ao facto de, muito possivelmente,
terem sido saqueados (para reutilização de pedra) ou por terem sofrido processos
de destruição natural”.
Uma das provas mais do que evidentes de que aquelas muralhas não são obras
espontâneas da natureza mas sim o resultado do engenho criador dos indivíduos
que viveram naquela zona em períodos, provavelmente, próximos ao Paleolítico
Superior, é o facto de, ao longo da muralha, na base, poder-se observar a
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existência de sedimentos rochosos de maior calibre a servirem de base de apoio
à cintura da muralha e sustentarem os blocos mais pequenos, evitando assim o
desabe de todo estrutura. Associado à isto está o facto de, existirem pequenas
aberturas nos muros, feitas, provavelmente, por razões securitárias, usadas para
controlar a aproximação ou chegada de povos invasores.
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traçados mais caprichosos, visando proteger grandes aglomerações
populacionais7.
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Ferreira, S.S. (2013). Recintos amuralhados da província da Huíla. Africana Studia- Revista
Internacional de Estudos Africanos, Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, Nº 20,
p. 87.
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Vale destacar que, procedeu-se o registo inicial da informação gráfica mediante
recolha de dados através de fotografia, desenhado à escala, levantamento
fotogramétrico por drone. Fez-se igualmente o levantamento da informação
topográfica, isto é, as coordenadas e altitude da área, tendo como referência o
nível médio do mar.
Fig. 009- Estudante Octaviano Bernardo procedendo ao levantamento fotogramétrico por drone
(Foto: Leonardo Chiengo, 2022).
Portanto, visto que aquela actividade era meramente exploratória, ficou-se apenas
pela escavação e registo da primeira camada, sendo que, um estudo mais
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aprofundado naquela região, da famosa Huíla (1) e Huíla (2), está já em curso,
numa parceria entre o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto
(Portugal) e o Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Huíla), com
vista o mapeamento dos sítios arqueológicos.
5. Conclusão
A guisa de conclusão, nunca é demais reiterar que este relatório, elaborado como
resultado da actividade de campo, realizada no âmbito do módulo Arqueologia,
Museologia e Património Africano, do mestrado em Ensino da História de África,
do ISCED- Huíla, visou fundamentalmente descrever as acções mais relevantes
da referida actividade. Tal como deixou-se dito, a região da Huíla possui um
enorme potencial arqueológico, e só futuras investigações poderão, no curto
prazo, revelar a história “enterrada” naquela região.
E tal como asseverou (Catalán, 1995, citado por Ribeiro, 2001), muitos são os
produtos da actividade humana do passado que sobreviveram até aos nossos
dias. E é exactamente sobre esses produtos, cujo significado merece uma
resposta informada e rigorosa interpretação, que actua a investigação
arqueológica, pois tais produtos em si mesmos não possuem valor histórico, mas
só o adquirem quando registados e interpretados pela Arqueologia, segundo o
contexto topográfico e estratigráfico em que se encontram.
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6. Referências Bibliográficas
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