Você está na página 1de 2

EXMO.

SENHOR DIRETOR
DA CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES

João Miguel Brandão Martins, professor de 3º ciclo e ensino secundário, do grupo de recrutamento
520, portador/a do C.C. n.º 10272124 6 ZX9 e N.I.F. n.º 169409473, residente em Lourinhã, vem, nos
termos e para os efeitos do disposto no artigo 161.º, n.ºs 1, 2 e 3 do Código de Processo nos Tribunais
Administrativos, requerer a V. Ex.ª o seguinte:

O/A Requerente exerce funções ao serviço do Ministério da Educação, cujo início das mesmas ocorreu
a 01/09/1997.

Aquando do início da sua atividade profissional o/a Requerente foi imediatamente inscrito na Caixa
Geral de Aposentações, ou seja, desde o ano letivo 1997/1998.

Mais concretamente, o/a Requerente foi beneficiário/a da CGA tendo-lhe sido atribuído o n.º 1353585.

Precisamente, foi no ano letivo 2020/2021, quando o/a requerente lecionava, nomeadamente, no
Agrupamento de Escolas da Ericeira, que foi retirado/a do Regime de Proteção Social Convergente,
passando a contribuir para o regime geral da Segurança Social.

O Ministério da Educação tem vindo a entender, com base nos Ofícios Circular n.º 1/CGF/2006, de 6
de janeiro de 2006 e n.º 13/GGF/2006, de 29 de Setembro de 2006, que “O pessoal que inicie funções
a partir de 1 de janeiro de 2006 ao qual, nos termos da legislação vigente, fosse aplicável o regime de
proteção social da função pública em matéria de aposentação, em razão da natureza da instituição a
que venha a estar vinculado, do tipo de relação jurídica de emprego de que venha a ser titular ou de
norma especial que lhe conferisse esse direito, é obrigatoriamente inscrito no regime geral da
segurança social”.

Tal entendimento do Ministério da Educação, corroborada pela Caixa Geral de Aposentações, entra
em manifesta contradição com as sentenças transitadas em julgado proferidas pelos cinco tribunais
superiores a que nos referiremos, todas no mesmo sentido!

Efetivamente, a posição assumida pelo Ministério da Educação e pela Caixa Geral de Aposentações,
no caso em causa da/o aqui Requerente colide com o teor das cinco sentenças já, nesta data, todas
transitadas em julgado, a saber:
Sentença proferida pelo Supremo Tribunal Administrativo, no âmbito do processo n.º 0889/13, datado
de 06/03/2014;
Sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, no âmbito do processo n.º
00425/12.9BECBR, datado de 15/07/2014;
Sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, no âmbito do processo n.º
01771/17.0BEPRT, datado de 14/02/2020;
Sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Norte, no âmbito do processo n.º
01100/20.6BEBRG, datado de 28/01/2022;
Sentença proferida pelo Tribunal Central Administrativo do Norte processo n.º 00307/19.3VBEBRG,
datado de 08/04/2022.
As identificadas sentenças reconheceram, uniformemente que em situações em tudo idênticas à do/a
Requerente, assiste a este/a Docente o direito de manter a qualidade de subscritor da Caixa Geral de
Aposentações e o consequente reingresso a tal subsistema.

Ademais, o entendimento judicial transversal a todas os arestos citados foi ainda unânime ao
entenderem que a expressão “inicie funções contida no n.º 2 do artigo 2.º da Lei n.º 60/2005 dirige-se
somente aos funcionários e agentes que não tenham estado inscritos ma CGA antes de 01.01.2006 e
apenas iniciem funções em momento posterior a 01.01.2006”, condenando o Ministério da Educação e
Caixa Geral de Aposentações à reinscrição na CGA. (Cfr. Tribunal Central Administrativo do Norte,
processo n.º 00307/19.3VBEBRG, datado de 08/04/2022)

Ora, no ano letivo 2005/2006, mais concretamente a 1 de janeiro de 2006, a/o Requerente encontrava-
se a lecionar no Externato de Penafirme. (Doc.1)

Impõe-se salientar que não existem, de todo, sentenças proferidas em número superior às elencadas
supra, isto é, que tivessem decido a matéria em apreço de modo diverso.

Da mesma forma, é inexistente doutrina assente pelo Supremo Tribunal Administrativo em recurso
para a uniformização de jurisprudência quanto à matéria.

Também, não existe sentença transitada em julgado em relação ao/à Requerente sobre a situação
versada, cumprindo-se, portanto, os requisitos para o pedido de extenso de efeitos de sentença
previstos no artigo 161.º, n.º 1 e n.º 2 al. a) e b) do CPTA.

Nestes termos e nos melhores de direito que doutamente suprirá, vem o/a Requerente, ao abrigo do
n.º 3 do art. 161.º do CPTA, apresentar o presente requerimento solicitando que lhe sejam estendidos
os efeitos das sentenças referidas e, consequentemente, seja reconhecido o direito à qualidade de
beneficiário/a da Caixa Geral de Aposentações, com a concomitante reintegração nesse subsistema.

Junta: Doc. 1 – Registo Biográfico


Doc. 2 – Cartão de cidadão

Espera e Pede Deferimento.


Lourinhã, 29 de Novembro de 2022

_____________________________
O Requerente

Você também pode gostar