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A escravidão reabilitada

Oliveira Viana, por muito tempo, colocava a questão racial no Brasil como um problema de
enfoque de branqueamento que a população deveria passar. Freyre, por outro lado, estudou
as influencias das culturas africanas no Brasil e lutava contra a teoria racista. Freyre aborda a
tese de sustentação escravista dos regimes das colônias, em contrates tem a ausência das
instituições dominantes e como isso pesou para os escravos. Os estudos de denuncia a pratica
desumana da escravidão colocou Freyre em cheque na cadeira de historiadores. Grande parte
dos textos que colocavam a escravidão como tema central, era para um publico elitizado e
com isso, o tema era abordado de forma imprecisa e errônea, obras focadas em uma visão
patriarcalista. Essa visão foi reforçada pela capitalista, que concluía que o regime escravista
patriarcal era aceitável socialmente pelos próprios escravizados. A proposta do livro está na
reabilitação de se enxergar a escravidão. O escravo de um bom senhor, abrigado na família
patriarcal de seu dono. Eram culpados em caso de agressão, pois foram eles que não se
comportaram de forma adequada

Freyre aborda os escravos como “testemunhas mudas” que têm muito pra contar, ao contrario
de FHC que concordou com o termo de “coisificação” do escravo. Com passar do tempo, uma
visão radical a respeito da escravidão se formou, e a subjetividade do escravo foi recuperada
para que ele próprio se voluntarie para o sistema escravocrata. Freyre propõe uma visão
romantizada da escravidão, onde o senhor propõe uma boa vida ao seu escravo, que é
disciplinado quando foge das regras impostas. Trabalha para seu senhor em troca de moradia
e comida, doçura também focalizada por Kátia, que colocava a Bahia como a terra maternal de
escravos. Logo, para eles, o escravo não é uma coisa, mas um ser limitado socialmente, de
classe inferior. Acreditam que a escravidão foi acolhedora e protetora, ao contrario da sua
abolição. Silvia Lara não concorda com a coisificação, uma vez que estes tinham sentimentos e
ações próprias, mas também nega que a escravidão pode ser associada diretamente a
violência. Dizia que o castigo era tido como justo e aceito pelos escravos. Com esses
pensamentos, a escravidão deixa de ser imposta e passa a ser contratual

Os depoimentos dos próprios escravos eram raros, uma vez que estes eram analfabetos e
quando depunham em júri, por denuncia de abusos sofridos por senhores, tinha de ser através
de outra pessoa, que poderia facilmente alterar os fatos a seu favor social. Nos estudos de
Gorender, ele acredita no escravo como um sujeito da história capaz de lutar contra a
coisificação dominante. Também do enfoque que a aceitação da escravidão como um regime
contratual está diretamente relacionado com o sistema capitalista. Já Eduardo Silva acredita
que os escravos não podem ser vistos como vitimas uma vez que poderiam negociar com seus
senhores um acordo sistêmico. Já outros justificaram a questão racial no sul dos EUA como
uma questão de proteção de direitos, para que a dominação não seja contestada

A universalidade e igualdade de leis cria uma falsa realidade de direitos iguais para burguês e
trabalhador, para que ambos se sintam confortados. Para a conformidade dos escravos, toda
sociedade, seja moderna ou não, cria leis protetoras para estes

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