Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Muitos desejariam adiar o Batismo para a idade madura dos candidatos, pois dos que são
batizados na infância, muitos não assumem as obrigações decorrentes do sacramento. Em 1980,
então, a Igreja publicou uma Instrução sobre o Batismo das Crianças. Vejamos seu conteúdo.
A Bíblia não se refere explicitamente ao Batismo de crianças, mas narra que vários personagens
se fizeram batizar “com toda sua casa”. A expressão “casa” designava o pai de família com
todos os seus, inclusive as crianças.
No século II, aparecem os primeiros testemunhos diretos do Batismo de crianças, nenhum deles
o apresenta como inovação. Santo Ireneu de Lião (+ 202) considera óbvia, entre os batizados, a
presença de “crianças e pequeninos” ao lado dos jovens e adultos (Contra as Heresias II-24,4).
São Cipriano de Cartago (+ 258) dispôs que se podiam batizar as crianças “já a partir do
segundo ou terceiro dia após o nascimento” (Epístola 64). Esta prática foi reafirmada nos
concílios de Cartago (418) e de Trento (1547).
O Catecismo da Igreja, parágrafo 1250, afirma que “a gratuidade pura da graça da salvação é
particularmente manifesta no Batismo das crianças”.
O fato de que as crianças ainda não podem professar a fé pessoalmente não é obstáculo, pois a
Igreja batiza os pequeninos na fé da própria Igreja, isto é, professando a fé em nome dos
pequeninos. Esta doutrina se acha expressa no Ritual do Batismo, quando o celebrante pede aos
pais e padrinhos que professem “a fé da Igreja, na qual as crianças são batizadas”.
A Igreja só não batiza as crianças, quando os pais não o querem ou quando não há garantia
alguma de que o batizado será educado na fé católica. Mesmo quando os pais não vivem como
bons católìcos, a Igreja julga que a criança tem o direito de ser batizada, desde que os próprios
pais ou padrinhos ou a comunidade paroquial lhe ministrem a instrução religiosa. Assim, os pais
católicos que não vivem o matrimônio sacramental tem o dever de mandar batizar os filhos e
providenciar a sua educação religiosa.
Caso não seja possível batizar, a Igreja confia a criança falecida ao amor de Deus, que é Pai e
fonte de misericórdia. A doutrina do limbo não constitui artigo de fé, de modo que se pode crer
que Deus tem recursos invisíveis para salvar todas as crianças, mesmo as que morrem sem
Batismo. Isto, porém, não exime os pais do grave dever de levar, quanto antes, os seus filhos à
pia batismal, pois, se os sacramentos não obrigam a Deus, obrigam a nós, criaturas.
Fonte: https://www.veritatis.com.br/o-batismo-de-criancas-3/