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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA
PROGRAMA TEMÁTICO
INTRODUÇÃO
A disciplina Máquinas Eléctricas II é uma disciplina de carácter teórico-prático para
habilitar os estudantes a realizarem os cálculos electrotécnicos e ensaios experimentais
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das máquinas eléctricas síncronas e transformadores trifásicos. O papel das chamadas
Máquinas Elétricas Rotativas (MER) ou conversores de energia eletromecânicos e
Transformadores na geração, transmissão e utilização de electricidade e as
consequências sócio-econômicas que têm o seu desenvolvimento ligado a outras
tecnologias, como tecnologia da informação, eletrônica e automação.
RESULTADOS DE APRENDIZAGEM
COMPETÊNCIAS GERAIS
O estudante deverá desenvolver as seguintes competências:
Conhecer a constituição das diferentes máquinas e suas características principais;
Possuir conhecimento de análise dos diferentes tipos de máquinas através de
trabalhos laboratoriais;
Saber a teoria do regime permanente e análise dos processos transitórios no
funcionamento de máquinas eléctricas.
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS
O estudante deverá desenvolver as seguintes competências:
Identificar as partes constituintes das máquinas de corrente alternada;
Analisar as características de funcionamento de transformadores trifásicos;
Analisar os grupos de ligação dos transformadores trifásicos;
Analisar o funcionamento em paralelo dos transformadores trifásicos;
Analisar as características de funcionamento das máquinas síncronas;
Analisar o funcionamento em regime permanente das máquinas eléctricas;
Analisar os processos transitórios no funcionamento das máquinas eléctricas;
Analisar o funcionamento em paralelo dos geradores síncronos;
Realizar ensaios com geradores síncronos trifásicos e monofásicos;
Realizar ensaios de isolamento das máquinas eléctricas;
Identificar e reparar avarias;
Analisar e seleccionar as máquinas eléctricas em função da sua utilização.
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Nota: A carga horária apresentada na tabela abaixo, será ajustada de acordo com o
calendário proposto para este semestre.
HORAS
Estudo TO
ContactoDirecto
TEMAS Independente TAL
A
AT AP L S CD L G P EI T
1 Transformadores trifásicos 5 9 3 17 5 14 19 36
2 Ondas harmónicas no
3 6 9 3 9 12 21
transformador
3 Gerador síncrono 5 9 3 17 5 14 19 36
4 Funcionamento em paralelo de
3 5 8 3 8 11 19
geradores síncronos
5 Motores síncronos 5 9 3 17 5 14 19 36
Sistemas de excitação da máquina
3 3 6 3 3 9
6 síncrona
Ensaios ao isolamento das
3 3 6 6
7 máquinas eléctricas
24 38 12 6 80 24 59 83 163
AT - AulaTeórica S - Seminário P – Elaboração de Projectos
AP – Aula Prática L – Uso de leitura CD - Total de Horas de Contacto
Directo
AL - Aula G – Trabalhos em EI - Total de Horas de Estudo
Laboratorial grupo Independente
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METODOLOGIAS DE ENSINO
Nas aulas teóricas aborda-se:
1. Os conceitos básicos de funcionamento; e
2. Os conceitos e leis principais, os métodos, regras, algoritmos de cálculo dos
diferentes parâmetros, modelos matemáticos, circuitos equivalentes e
características de funcionamento das máquinas eléctricas.
Nas aulas práticas desenvolvem-se aptidões para resolução de problemas concretos a
fim de se adquirir as habilidades de operar, usar e interligar os conhecimentos obtidos
nas aulas teóricas. As aulas práticas são obrigatórias.
Nas aulas laboratoriais realiza-se ensaios que permitem de um lado desenvolver e
verificar os conhecimentos teóricos e de outro lado adquirir as habilidades práticas de
operar com máquinas eléctricas, realizar as medições das grandezas diferentes, analisar
resultados e fazer conclusões. As aulas laboratoriais são obrigatórias.
ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO
O nível de aprendizagem das aulas teóricas e práticas avalia-se mediante 2 testes por
escrito:
1 n
N med _ T Ti
n i 1 (1)
As aulas laboratoriais avaliam-se mediante uma nota média de trabalhos laboratoriais:
1 m
N med _ L Li
m i 1 (2)
A nota de frequência (Nfr) determina-se pela fórmula:
N med _ fr 0.6 N med _ T 0.4 N med _ L
(3)
NOTA: A nota N med _ T 10 e N med _ L 10 . No caso contrário a nota de frequência é
negativa
LITERATURA BÁSICA
1. CHAPMAN, Stephen J. Electric Machinery Fundamentals, Second Edition,
McGraw-Hill.
4
2. FITZGERALD A. E., CHARLES KINGSLEY JR., STEPHEN D. UMAS. Electric
Machinery, Mcgraw-Hill
3. KOSTENKO & PIOTROVOSKI, Máquinas Eléctricas, Lopes da Silva, Vol I e Vol
II.
4. NASAR, Syed, Máquinas Eléctricas – Colecção Shaum”, McGraw-Hil
5. PAUL C. Krause, Analysis of Electric Machinery, Mcgraw-Hill.
6. DEL TORO, Vicent. Basic Electric Machinery, Prentice-Hall
5. PLANO ANALÍTICO*
* Matéria dada nas aulas teóricas
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Semana 01: 11 a 15 de Janeiro
BIBLIOGRAFIA OU
AULA TEÓRICA 02: (1 horas ) – 11 Janeiro
MATERIAL DE APOIO
4. TEMA1: TRANSFORMADORES
TRIFÁSICOS
[1], [2], [3], [5], [6], [7]
Ligação em estrela dos enrolamentos de um
transformador trifásico. OU
Ligação em triângulo dos enrolamentos de um Notas do docente
transformador trifásico.
Ligação em zigue-zague dos enrolamentos de um
transformador trifásico.
TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
1. TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
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1.3 Ligacões de enrolamentos de transformadores trifásicos
Basicamente existem 4 tipos de ligações de transformadores trifásicos, e são formadas a partir
de três transformadores monofásicos ou de um só transformador trifásico, assim os
transformadores trifásicos podem ser ligados em:
1. triângulo-triângulo;
2. triângulo-estrela;
3. estrela-estrela;
4. estrela-triângulo; e
5. Zigue-zague.
Estas ligações são usadas tanto para elevar a tensão assim como para baixá-la.
𝐸1 𝑁1
kt = = (1)
𝐸2 𝑁2
V AB 𝑁1
Kt = = (2)
Vab 𝑁2
7
Vantagens:
Desvantagens:
8
Vantagens:
Desvantagens:
.
1.3.3 Ligação estrela-estrela
9
Vantagens:
Existe a possibilidade de tomar o neutro, tanto no lado de baixa como no lado de alta
tensão, e isto permite obter as tensões (400/230 V), ou melhor ligá-lo à terra como
medida de segurança em certos tipos de instalações;
Funcionam bem em pequenas potências e para além de dispor de duas tensões são mais
VL
económicos, por fornecerem tensões de cada fase e por conseguinte, diminuir o
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número de espiras, embora aumenta a secção dos condutores, por causa da circulação
da corrente de linha em cada fase;
O aumento de secção de condutores favorece a resistência mecânica à esforços de curto-
circuito;
Se uma das fases funcionar com defeito, as restantes duas fases podem funcionar
resultando numa transformação monofásica, a carga que poderia fornecer seria de 58%
da potência normal trifásica;
A construção dos enrolamentos é mais difícil e o seu custo mais elevado, especialmente
quando é para correntes altas.
Desvantagens:
Nesta ligação de transformadores as três fases do enrolamento primário estão ligados em estrela
e as do secundário em triângulo.
A ligação estrela-triângulo se usa geralmente para baixar de uma tensão alta à tensão média ou
baixa. Uma razão de utilização deste tipo de ligação é que se tem o neutro para aterrar o lado
de alta tensão o qual é conveniente e tem grandes vantagens.
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Fig. 1.6 Ligação de transformador em estrela-triângulo.
Vantagens:
Esta ligação não apresenta problemas com relação aos componentes na sua tensão
harmónica, posto que se consome uma corrente circular no lado com ligação em
triângulo.
É conveniente para os transformadores reductores de tensão, devido às características
inerentes dos enrolamentos em triângulo para as baixas tensões.
Não apresentam problemas com os componentes das suas tensões das terceiras
harmónicas, posto que se consomem uma corrente no lado em triângulo.
O neutro do primário se pode ligar com a terra.
O neutro do primário se mantém estável para o secundário em triângulo.
É estável com relação às cargas desequilibradas, devido a que a ligação em triângulo
restribui qualquer desequilíbrio que aparece.
Desvantagens:
Esta ligação tem como desvantagem de a tensão secundária se apresentar desfasada 30o
com relação à tensão primária do transformador, o qual ocasiona problemas no
secundário se se desejar ligar em paralelo com outro transformador, sendo um dos
requisitos para ligar em paralelo, que os ângulos de fase dos secundários do
transformador devem ser iguais.
Não se pode dispor de neutro no secundário para ligar à terra ou para uma distribuição
de quatro cabos, a menos que se disponha de um dispositivo auxiliary.
Um defeito em uma fase provoca a não operação da unidade até que seja reparada.
O enrolamento em triângulo pode resultar débil mecanicamente no caso de um
transformador elevador com uma tensão no secundário muito alta, ou com uma tensão
secundária medianamente alta e potência pequena.
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1.3.5 Ligação zigue-zague
1. Triângulo-Zigue-Zague; e
2. Estrela-Zigue-Zague com diferentes grupos de ligação como será tratado nos capítulos
seguintes.
a) Ligação Triângulo-Zigue-zague
b) Ligação Estrela-Zigue-zague
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Fig.1.7(b2) Ligação Estrela-Zigue-zague.
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Fig-1.9 (b) Transformador com cuba de radiadores.
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a) Transformadores com núcleo de fluxos ligados;
Na Fig.1.10 está representado um transformador de três colunas com fluxos ligados. A
particularidade deste transformador é a assimetria do seu circuito magnético, dado que os
comprimentos dos circuitos magnéticos nas colunas A, B e C são diferentes.
Fig.1.10: Circuito magnético de um transformador com três colunas com fluxos ligados
no funcionamento em vazio.
O comprimento do circuito da coluna mediana é inferior ao dos circuitos das colunas
extremas A e C. Os três circuitos convergem nos nós O1 e O 2 . Se A , B e C são,
respectivamente, as amplitudes dos fluxos magnéticos nas colunas A, B e C, de acordo com
a primeira lei de Kirchhoff aplicada aos circuitos magnéticos, teremos em cada nó:
A B C 0 (1.3)
Quando o fluxo A passa pelo troço 01-a-b-02 (Fig.1.10), origina uma queda de potencial
magnético, na coluna A, dado por:
A (Rcol + 2 Rc)
B Rco1
c ( Rco1 + 2Rc).
̅𝐴 , 𝛷
Se 𝐹̅𝐴 , 𝐹̅𝐵 e 𝐹̅𝐶 são as amplitudes das f.m.m correspondentes aos fluxos 𝛷 ̅𝐵 e 𝛷
̅𝐶 de
acordo com a segunda lei de Kirchhoff aplicada aos circuitos magnéticos, teremos para o
circuito 01- a - b - 02 - 01:
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para o circuito 01-c - d - 02 - 01:
Além disso, num circuito sem condutor neutro, a soma geométrica das correntes e, portanto,
das f.m.m. nas três fases, deve ser nula, ou seja,
F A F B F C 0
Consideremos que o transformador é ideal, isto é, que as resistências e reactâncias são nulas,
e que a este aplicamos um sistema simétrico de tensões sinusoidais.
Neste caso, na Fig.1.11, as tensões 𝑈 ̅𝐴 , 𝑈 ̅𝐶 tal como os fluxos A , B , e C formam
̅𝐵 e 𝑈
estrelas simétricas de três ramos e cada fasor de fluxo está atrasado de 90º, relativamente ao
correspondente fasor de tensão.
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Da igualdade (1.5) resulta que a f.m.m. 𝐹̅𝐵 só depende do fluxo B e, portanto, o fasor 𝐹̅𝐵 está
em fase com o fasor B . Ao contrário, as f.m.ms. F A e F C representam as somas
geométricas de duas f.m.ms., uma das quais está em fase com o fluxo correspondente e, a outra,
com o fluxo B .
Por este motivo, o fasor da f.m.m. F A está atrasado, em relação ao fasor de fluxo A , de um
determinado ângulo e o fasor da f.m.m. F C está avançado, do mesmo ângulo, em relação ao
fasor C . Logo, as f.m.m. F A , F e F C e portanto, as correntes magnetizantes I 0 A,
I 0 B , I oC , formam sistemas assimétricos, nos quais:
FA FC FB ou respectivamente, I 0 A I 0C I 0 B .
A assimetria das correntes em vazio faz-se sentir, sobretudo, nos transformadores de fraca
potência, nos quais a culaça tem um papel relativamente importante. Nestes I 0 A I 0C ( 1,2
a 1,5) I 0 B . Nos transformadores de grande potência, esta assimetria é muito reduzida. Dado
que a corrente I 0 é pequena (3 a 8% de I n ), a assimetria das correntes em vazio deixa de ter
influência para uma carga muito pequena, mesmo nos transformadores de fraca potência.
Uma vez que a corrente I 0B está atrasada de 90º em relação a U B , é nula a potência da fase
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Fig.1.12 Banco de transformadores, com ligação dos enrolamentos em Y/Y 0 .
Para ligar um enrolamento trifásico em estrela, reunem-se, num ponto neutro comum, ou os
inícios, deixando livres os fins, ou os seus três fins, deixando livres os inícios (Fig. 1.15(a)).
Seguindo um dos três circuitos formados pela estrela, por exemplo, o circuito (A X ) -
(Y B) , percorremos o enrolamento A, desde o seu início A até ao seu fim X e, o enrolamento
B, desde o seu fim Y até ao seu início B, ou seja, percorremos o enrolamento B em sentido
oposto ao do enrolamento A.
Neste caso, os valores instantâneos das f.e.m. compostas serão:
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e AB e A e B (1.10)
e BC e B eC (1.11)
eCA eC e A (1.12)
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constituem sistemas trifásicos, directos e simétricos, com fase inicial = +30º;
1 2
Es ( Em1 Em2 3 Em2 5 Em2 7 ...) (1.17)
2
3 2
Ec ( Em1 Em2 5 Em2 7 ...) (1.18)
2
Concluindo,
em que
Emk Ek
k en (1.20)
Em1 E1
Uma vez que, nas ligações em estrela, a corrente em cada fase do enrolamento é igual à corrente
na linha correspondente, teremos:
Ic Is
Admitindo que i AX , i BY e iCZ são os valores instantâneos das correntes nos enrolamentos A,
B e C; i A, iB , e iC os valores instantâneos das correntes nas linhas ligadas aos inícios dos mesmos
enrolamentos A, B e C. Para o esquema representado na Fig.1.16(b), teremos:
i A i AX i BY (1.22)
i B i BY iCZ (1.23)
iC iCZ i AX (1.24)
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Fig. 1.16 Esquema de ligação em triângulo de um enrolamento trifásico e respectivo diagrama
das correntes.
Vemos que o fasor da corrente composta está em avanço de 30º relativamente ao fasor da
corrente simples, sendo:
I c1 3I s1 (1.25)
Pode-se medir a f.e.m. dada na Eq. 1.26 se abrirmos um qualquer nó no triângulo, por exemplo,
o nó B-Z (Fig. 1.17) e aí colocarmos um voltímetro.
Fig. 1.17 Harmónicas de terceira ordem da f.e.m. e da corrente numa ligação em triângulo.
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Actuando no circuito fechado do triângulo, a f.e.m. E 3 cria uma corrente I 3 , que podemos
medir se substituirmos o voltímetro por um amperímetro. Nas tensões compostas, a f.e.m. E 3
não aparece, pois é inteiramente utilizada para compensar a queda de tensão devida à corrente
I3 .
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