O documento discute a importância de se dar atenção ao corpo e à saúde mental dos músicos desde as primeiras etapas de formação. Estudos mostram que 75% dos músicos possuem problemas musculares ou ósseos que podem encurtar suas carreiras, em parte devido à falta de preparo físico e psicológico. O texto defende que os professores devem orientar os alunos a evitar excessos e cobranças que levem a danos à saúde.
O documento discute a importância de se dar atenção ao corpo e à saúde mental dos músicos desde as primeiras etapas de formação. Estudos mostram que 75% dos músicos possuem problemas musculares ou ósseos que podem encurtar suas carreiras, em parte devido à falta de preparo físico e psicológico. O texto defende que os professores devem orientar os alunos a evitar excessos e cobranças que levem a danos à saúde.
O documento discute a importância de se dar atenção ao corpo e à saúde mental dos músicos desde as primeiras etapas de formação. Estudos mostram que 75% dos músicos possuem problemas musculares ou ósseos que podem encurtar suas carreiras, em parte devido à falta de preparo físico e psicológico. O texto defende que os professores devem orientar os alunos a evitar excessos e cobranças que levem a danos à saúde.
Disciplina: Didática I Professor (a): Dra. Margareth Milani
Resenha do texto A RELAÇÃO MÚSICO-CORPO-INSTRUMENTO:
PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICO de Patrícia Lima Martins Pederiva
As questões pedagógicas concernentes ao ensino de música têm evoluído
significativamente, principalmente no que diz respeito à busca de novos olhares e novas metodologias nas quais os educadores musicais tenham o objetivo de orientar seus alunos – sejam aqueles em formação inicial ou em níveis mais avançados – de forma que não somente mecanizem suas habilidades técnico-musicais, mas que, a partir de uma profunda reflexão e conscientização, compreendam que o ato de aprender e tocar música envolve o corpo de forma holística e não fragmentada. O texto de Pederiva (2004), tem esse objetivo: o de discutir o tratamento do corpo tanto nas etapas de formação como na área da performance. A meu ver, um dos principais pontos que me chama a atenção logo no início do texto, é que a autora nos traz diversas reflexões, sob a ótica de outros autores, que pontuam a pouca importância dada ao preparo e conscientização do corpo nas etapas formativas do músico brasileiro, um trabalho que já ocorre em outros países, de acordo com Costa e Abrahão (apud Pederiva, 2004). Como uma possível consequência da carência desse trabalho corporal desde as primeiras etapas formativas, o texto coloca dados muito preocupantes em que estudos realizados em diversos países mostraram que 75% dos músicos possuem algum tipo de distúrbio nos ossos e/ou músculos que podem acabar por encurtar suas carreiras. De acordo com Sterbach (apud Pederiva, 2004) todo o stress ocupacional da profissão advindo do uso e tensionamento excessivo da musculatura pode predispô-lo a fatores como a ansiedade. Em complemento a isto, Andrade e Fonseca (apud Pederiva, 2004), pontuam que “a formação do músico deveria ser pensada como a formação de um atleta, tendo em vista que tocar um instrumento demanda um alto preparo físico e psicológico para a execução da tarefa”. Os fatores psicológicos e emocionais são outros assuntos que considero importantíssimos abordados neste texto. Acredito que quando se fala de corpo, tendemos a pensar mais no âmbito motor e deixamos de lado a parte psicológica. Sabemos que fatores como a ansiedade tem influência direta na performance, gerando diversas dificuldades na atuação do músico. Costa (apud Pederiva, 2004) relata diversos sintomas como nervosismo, tremores, taquicardia, boca seca, náuseas etc. como decorrências da descarga excessiva de adrenalina no corpo, sintomas estes bem comuns em situações de grande ansiedade como enfrentar o palco, por exemplo. O texto sugere que, grande parte destas questões muitas vezes podem ser consequências da cobrança de desempenho até mesmo por parte dos professores. Todo esse stress poderia ser provavelmente evitado caso houvesse uma boa orientação por parte do educador ao aluno no âmbito motor – os excessos de força, tensão e correção de postura – e psicológico já nas etapas iniciais de formação, evitando assim esse tipo de perigo já tão frequente na profissão do músico. De forma geral, o texto reúne diversas informações que evidenciam a importância que as abordagens pedagógicas eficientes por parte do professor têm na formação dos seus alunos. Dentre todos os vários pontos abordados no texto eu elenquei como principais assuntos os referentes ao preparo físico e emocional. Assim como grande parte dos pianistas da minha geração, muitos tiveram um processo de iniciação bastante informal (que foi o meu caso) ou focados apenas nos aspectos técnicos direcionados apenas em mãos e dedos. Em se falando dos aspectos psicológicos, acredito que essa seja uma preocupação muito recente por parte dos pesquisadores. Como diz o texto, é importante que, como professores, se trabalhe na construção de uma nova consciência nas próximas gerações de instrumentistas para que se combatam ideias de que, por exemplo, a dor faz parte do processo de aprendizagem, ou que, cobranças excessivas (tanto por parte do professor como do próprio aluno) trazem bons resultados. Nas minhas poucas práticas pedagógicas eu já procuro trabalhar tanto aspectos motores que envolvam o corpo como todo, dando bastante atenção aos aspectos cognitivos, principalmente em estratégias de estudo com o fim de chegar a um bom resultado sem a necessidade do excesso de repetições desnecessárias. Obviamente, essa é uma construção que deve começar em mim para que eu possa demonstrar os processos e resultados nas minhas aulas. Sem dúvidas, este texto trouxe uma grande contribuição, tanto na minha prática musical – na construção do repertório, no exercício da performance – como nas minhas práticas de ensino do instrumento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEDERIVA, Patrícia Lima Martins. A relação músico-corpo-instrumento: procedimentos
pedagógicos. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 11, 91-98, set. 2004.