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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ

ESCOLA DE MÚSICA E BELAS ARTES DE PARANÁ


Campus Curitiba I – EMBAP/UNESPAR

Depoimento sobre a abordagem Taubman

Aluno: André Alves da Silva


Curso: Superior de Instrumento – Piano
Disciplina: Didática II
Prof.ª Carmen Célia Fregoneze
Ano: 4º

Talvez o principal ponto na abordagem Taubman que me lembro de ser trabalhado


desde a primeira aula com a prof.ª Carmen Célia Fregoneze foi a questão do agrupamento.
Me lembro que trabalhamos o primeiro estudo de Cramer, em dó maior, e a orientação
era não pensar nota a nota, mas agrupar aquelas semicolcheias por impulsos combinados
com os movimentos semicirculares do pulso (por cima, por baixo). Essa maneira de
pensar me ajudou naquela ocasião e tem me ajudado em todo o repertório trabalhado
desde então, pois é comum nos depararmos com passagens que exigem velocidade e
precisão de toque e isso quase sempre se torna um grande desafio a ser conquistado. É
evidente que são passagens trabalhosas, mas se são abordadas e estudadas com um
pensamento focado nos impulsos e movimentos combinados (dedos, pulso, braço,
antebraço), elas serão conquistadas de uma maneira muito menos “sofrida”, se posso
assim dizer.
Os movimentos de rotação também são incríveis se pensarmos, por exemplo, nos
grandes saltos intervalares. A nossa tendência é sempre apelar para o estiramento das
mãos (ainda mais se o pianista tem a mão grande), o que causa grande tensão e travamento
do aparelho pianístico. A rotação (juntamente com o movimento lateral do antebraço) me
ajudou a entender que é possível alcançar esses intervalos independentemente do tamanho
das nossas mãos com o intuito de evitar essa tensão que trava o movimento.
O conceito de in and out (dentro e fora) onde o in seria tocar mais para “dentro”
do teclado, ou seja, em direção à tampa do teclado, e o out seria tocar mais para “fora”,
em direção ao nosso corpo. Pode parecer até um conceito bem simples, mas que, pelo
menos para mim, sempre passou um pouco despercebido. Eu jamais pensaria que mover
a mão em direção à diferentes regiões da tecla poderia me ajudar a tocar melhor uma
passagem mais difícil, por exemplo. O in and out também me ajudou a perceber alguns
problemas de desvio do pulso (ulnar e radial) e a curvatura excessiva dos dedos (quase
que formando um gancho) que são bem comuns de acontecer quando tentamos de alguma
forma alinhar todos os dedos numa mesma região do teclado. Posicionar alguns dedos
mais para dentro e outros para fora, formando diferentes shapes para cada necessidade,
ajuda muito a resolver esse tipo de problema.
Este meu relato trouxe apenas alguns dos conceitos da Taubman, tendo em vista
que esta é uma abordagem muito mais ampla. Levando em conta de que vários dos
conceitos estão interligados, é possível que eu tenha esquecido de mencionar alguns deles,
porém os que aqui estão são os que mais me vem à mente ao se falar sobre como a técnica
da Taubman impactou o meu estudo do piano.

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