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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA)

Destilação
Professora: Mayara Cristina Fernandes de Carvalho.
Aulas
Passadas...
Principais Tipos de
Destilação
Destilação Simples (descontínua/diferencial); 

Destilação Flash (por equilíbrio);
Destilação por Arraste de Vapor; 
Destilação Fracionada;
Destilação Azeotrópica;
Destilação Extrativa.
DESTILAÇÃO AZEOTRÓPICA
 Mistura azeotrópica (azeótropo): mistura homogênea
que se comporta como se fosse pura.

Uma mistura azeotrópica mantém a


mesma composição da fase líquida
com a fase de vapor com a qual se
encontra em equilíbrio. Exemplo:
uma mistura azeotrópica álcool
etílico (7%) + clorofórmio (93%),
com essa composição na forma
líquida, esses percentuais serão os
mesmos na fase de vapor.
DESTILAÇÃO AZEOTRÓPICA
 Esta destilação envolve uma sequência de etapas, devendo
adicionar um componente de arraste (C) à mistura original (A +
B) para formar uma nova mistura azeotrópica com duas fases
líquidas, portanto, mistura heterogênea.

Exemplo: mistura de álcool etílico


95,5% com 4,5% de água.
A temperatura de ebulição se
mantém a mesma do álcool etílico
puro, 78,1 ºC.
Componentes de arraste: benzeno,
ou outras substâncias: etilenoglicol e
o n-hexano.
Fonte: BARBOSA, 2015.
DESTILAÇÃO EXTRATIVA
 Também utilizada para separar os componentes de uma mistura
azeotrópica ou com volatilidades muito baixas utilizando um
componente líquido de separação.

 A adição do componente de
separação é realizada na parte
superior da coluna e altera a
volatilidade relativa de forma a
permitir a separação dos
componentes.

Fonte: BARBOSA, 2015.


DESTILAÇÃO EXTRATIVA
Fonte: MATOS, 2015.
Com a finalidade de economizar energia, é
utilizado um sal como componente de arraste
em vez de um separador líquido

Destilação Extrativa Salina


Casos de estudo da destilação extrativa com sais sólidos

Fonte:
PARENTE; FERREIRA;
PINHO, 2013.
DESTILAÇÃO EXTRATIVA

Fonte:
BARBOSA, 2015.

Destilação extrativa de óleo de uma indústria


petrolífera localizada na Sibéria Ocidental
DESTILAÇÃO FRACIONADA:
LABORATORIAL

Coluna de fracionamento
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA)

Destilação Fracionada:
Fatores que influenciam o
Fracionamento e Dispositivos de
contato líquido-vapor

Professora: Mayara Cristina Fernandes de Carvalho.


DESTILAÇÃO FRACIONADA
 A destilação fracionada opera com várias
destilações de um mesmo composto, garantindo a
separação eficaz da mistura. Muitas vezes, os
componentes da mistura apresentam pontos de
ebulição próximos, com diferenças abaixo de 25 °C.
DESTILAÇÃO FRACIONADA
Partes Essenciais das
Colunas de Destilação
 Refervedor;
 Condensador;
 Dispositivos de contato
no interior da coluna.
Refervedor
Permutadores de calor que transferem calor para o
líquido na base da coluna.

Refervedor (Revaporizador)
Refervedor
Condensador
 Tem como finalidade proceder à condensação dos vapores
leves que atingem o topo da coluna.
 Após a condensação, tem-se o produto destilado desejado, D,
com a composição especificada.
Dispositivos de Contato
no Interior da Coluna
 Promover de forma mais perfeita possível
o contato entre as fases líquido e vapor.

O contato íntimo entre as fases líquida e vapor


ao longo da coluna promove a perfeita
separação dos componentes desejados.

Espécie de chapa ou tubo vertical que fica


próxima à parede da torre e que é responsável
por levar o líquido de um prato até outro
imediatamente abaixo
Dispositivos de Contato no
Interior da Coluna
Promovido fisicamente através dos chamados
Contato entre fases em
“pratos” da coluna de destilação ou através de uma
cada andar em equilíbrio dada altura de enchimento (coluna de enchimento).

Anéis de
Raschig Diversos tipos de enchimento Pratos de Campânulas
Dispositivos de Contato no
Interior da Coluna
 Promover de forma mais perfeita possível o contato entre as
fases líquido e vapor.
O contato íntimo entre as fases líquida e vapor
ao longo da coluna promove a perfeita
separação dos componentes desejados
COLUNAS COM RECHEIOS
TIPOS DE TORRES DE DESTILAÇÃO
 Há três tipos convencionais de colunas de destilação:

Colunas com pratos e borbulhadores,

Colunas com pratos perfurados e

Colunas com recheios.

 Todas possuem o principal objetivo de promover da melhor


maneira possível o contato entre as fases: líquido e vapor.
COLUNAS COM PRATOS E
BORBULHADORES (Bandejas)
 Os pratos são constituídos por borbulhadores, tubos de ascensão e
de retorno.
 Os vapores circulam de forma ascendente, passando pelos tubos de
ascensão, borbulhando através das ranhuras dos borbulhadores e
condensando, uma fração nas bandejas e outra parte retornando à
bandeja imediatamente inferior.

Borbulhadores
COLUNAS COM PRATOS
PERFURADOS
 Os pratos ocupam toda a seção da coluna e possuem perfurações cujo
diâmetro varia de 0,8 a 3 mm.
 O funcionamento desse tipo de coluna é semelhante ao
de colunas de pratos com borbulhadores.
Funcionamento dos pratos numa
coluna de destilação

Há uma troca de calor e massa


ao longo das bandejas da torre

À medida que se sobe na coluna,


os vapores tornam-se mais
voláteis (mais leves)
COLUNAS COM RECHEIOS
 São utilizados corpos sólidos com formatos definidos e tamanhos
que geralmente, variam entre 0,5 e 8 cm, sendo chamados de
recheios.
 Finalidade do recheio: promover o contato das fases líquido-vapor.
 Devem possuir alta resistência à corrosão, por isso, normalmente
são materiais cerâmicos ou de aço inoxidável.
COLUNAS COM RECHEIOS
Vantagens
 Os recheios possibilitam um melhor contato líquido/vapor,
 Alta eficiência,
 Mais econômicas e não estão sujeitas às formações de espuma,
 Baixa perda de carga.

Desvantagens

 Pode ocorrer a formação de caminhos preferenciais para o líquido,


 O uso de colunas com recheio é recomendado quando seu diâmetro for
inferior a 2 pés ou quando o número de estágios for elevado.
Seções de uma Coluna de Destilação
 Seção de Enriquecimento ou
Absorção
 É a parte da coluna compreendida entre o
prato de entrada da carga e o topo da
coluna.

 Seção de Esgotamento
 É a parte da coluna compreendida entre o
prato de entrada da carga e o fundo da
coluna. Nesta seção são concentradas as
frações mais pesadas (menos voláteis).
Aulas Simplificando os cálculos de
Passadas...
balanços de massa

 Se a substância balanceada é uma espécie não reativa (nem um


reagente nem um produto) Geração = 0 e Consumo = 0.
 Se um sistema está em estado estacionário  Acúmulo = 0, não importa
o que esteja sendo balanceado.

Em um processo em estado estacionário (regime permanente),


nada pode mudar com o tempo
Aulas
Passadas... Balanço de Massa Total e Parcial
Balanço de
Usa-se a massa total em cada corrente de processo
Massa Total
Balanço Balanço feito para cada componente envolvido em
Parcial cada corrente do processo
Para representação de cada componente, deve ser
considerada a fração molar ou a fração mássica do
componente.
(Corrente de (Corrente de
entrada) saída) Balanço Total: E = S + R
Fonte: Relação para os
MATOS, 2015. (Resíduos gerados) componentes: E ⋅ XE = S ⋅ XS + R ⋅ XR
Balanço de Massa Parcial
Fração molar de Número de mols de um
um composto determinado composto
Exemplo: Uma solução de 175 kg contém
zA 15% A em massa  (xA = 0,15)
0,15 . 175 = 26 kg de A

Número total de mols de todas as substâncias presentes (ntotal)

A soma das frações molares de todos os componentes de uma


mistura deve ser sempre igual a 1.
E isso é análogo para as frações mássicas.
Balanço Material: Destilação Fracionada

Lm II II D DqDqD
FF Vm
III III
qFqF Ln
Vn

WWqWq
Balanço Material: Destilação Fracionada

Lm II D qD
F Vm
III
qF Ln
Vn

W qW
Exemplo 1:
 Uma mistura benzeno e tolueno com 40% em mols de
benzeno é submetida à uma destilação até que 65% dos
mols iniciais sejam destilados. A concentração do
componente mais volátil no líquido residual é 0,18.

 Dados: αB,T = 2,4. Considere a alimentação igual a 100 mols.

Qual a concentração do benzeno no destilado?


Respondendo o Exemplo 1:
Como αB,T = 2,4. O benzeno é o mais volátil.

Na alimentação (F): xBf = 0,40 xTf = 0,60

Se 65% dos mols iniciais são destilados, então, 35%


permanecem no balão (líquido residual).
Se F = 100 mols; D = 65 mols  W = 35 mols

Fazendo o Balanço de Massa do benzeno (mais volátil):


F.xf = D.xD + W.xw
100 . 0,4 = 65 . xD + 35 . 0,18

xD = 0,52
Exemplo 2
 (FUNDAÇÃO CESGRANRIO – Concurso Petrobras
2010/ Questão Adaptada): Uma coluna de destilação é
alimentada com 200 mol/h de uma mistura formada por
benzeno e tolueno. As frações molares desses
componentes na alimentação são: 60% de benzeno e
40% de tolueno. A coluna produz um destilado com 95%
molar de benzeno e um produto de fundo com 5% molar
de benzeno. Qual a vazão molar do destilado?

 Vazão molar do destilado: Aproximadamente 122 mol/h.


Exemplo 3
1000 kg/h de uma mistura de
benzeno (B) e tolueno (T) contendo
50% em peso de benzeno são
separados por destilação em duas
frações. A vazão mássica de benzeno
na corrente do topo é 450 kg B/h, e a
de tolueno na corrente do fundo é
475 kg T/h. A operação se desenvolve
no estado estacionário. Escreva os
balanços do benzeno e do tolueno
para calcular as vazões do
componente desconhecido nas
correntes de saída.
Fonte: FELDER; ROUSSEAU; BULLARD, 2018.
Referências
 BARBOSA, Gleisa Pitareli. Operações da indústria química: princípios,
processos e aplicações. 1. ed. São Paulo: Érica, 2015.
 FOUST, Alan Shivers. Princípios das operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 1982. 670p.
 KALID, Ricardo de Araújo. Controle de Coluna de Destilação. Disponível em:
<http://www.lacoi.ufba.br/imagens_Lacoi/docs_pdf/Controle%20de%20Coluna%20de
%20Destilacao.pdf> Acesso em: 23 nov. 2021.
 MATOS, Simone Pires de. Operações unitárias: fundamentos, transformações e
aplicações dos fenômenos físicos e químicos. 1 ed. São Paulo: Érica, 2015.
 MAZONI, Alysson Fernandes; GARCIA, Henrique Borges; TAVARES, Marley
Fagundes; OLIVEIRA, Natália Maira Braga. Controle de processos e
instrumentação industrial. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
 ROITMAN, Valter. Curso de formação de operadores de refinaria: Operações
Unitárias. Curitiba: PETROBRAS UnicenP, 2002.

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