A distrofia muscular de Duchenne é uma desordem genética de padrão
recessivo ligado ao X que afeta progressivamente o tônus muscular. Incidência:
6 / 100.000 nascidos vivos. Etiologia: Genética. Mutação no cromossomo Xp21.2, de padrão recessivo ligado ao X. Fisiopatologia: A DMD é uma condição genética causada por mutações na região Xp21.2 do cromossomo X. Por ser uma condição de padrão recessivo ligado ao X, é mais frequente em homens do que em mulheres. O que ocorre é uma mutação frameshift ou nonsense no gene que codifica a proteína distrofina. As mutações frameshift, mais comuns, são caracterizadas pela exclusão de uma quantidade de nucleotídeos que não múltipla de 3, afetando todos os tripletos seguintes. Desse modo, ocorre uma mudança severa na estrutura proteica da distrofina, que se torna muito diferente da proteína fisiológica. Já as mutações nonsense caracterizam-se como alterações genéticas que criam um códon precoce de parada, resultando em uma proteína distrofina incompleta. A distrofina localiza-se entre o sarcolema e a camada superior da membrana celular. Uma vez disfuncional, a proteína não torna possível a ligação entre o citoesqueleto intracelular (actina) e as proteínas transmembrana. Estas proteínas, por sua vez, não são capazes de se ligar à matriz extracelular. Tudo isso resulta em perda progressiva do tônus muscular, deformação estrutural do sarcolema e instabilidade mecânica do músculo. A distrofia muscular de Duchenne afeta principalmente o músculo esquelético e cardíaco. Clínica: Paciente pediátrico e masculino, apresentando sinais de perda progressiva da força muscular, inicialmente na pelve, evoluindo com acometimento ascendente. Sinal de Gower positivo: uso dos membros superiores para levantar-se de uma cadeira. Acometimento cardíaco: cardiomiopatias dilatadas e, ocasionalmente, arritmias e malformações congênitas. Diagnóstico: Suspeita clínica associada a biópsia muscular. O diagnóstico é confirmado por mapeamento genético. P/ Step 1: Fisiopatologia e clínica.