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BRASILEIRA:
TEMAS
EDUCACIONAIS E
PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
Sumário
Conselho Tutelar. . .............................................................................................................................................................5
Da Política de Atendimento (Art. 86 ao Art. 97). .............................................................................................5
Das Entidades de Atendimento................................................................................................................................6
Entidades não Governamentais.. ..............................................................................................................................8
Da Fiscalização das Entidades...............................................................................................................................13
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento...........................................................14
Das Medidas de Proteção..........................................................................................................................................15
Das Medidas Específicas de Proteção (Art. 99 ao 102). ...........................................................................15
Do Conselho Tutelar....................................................................................................................................................20
Da Composição do Conselho Tutelar..................................................................................................................21
A Justiça da Infância e da Juventude..................................................................................................................26
Dos Princípios..................................................................................................................................................................27
Dos Procedimentos Especiais do Estatuto da Criança e do Adolescente....................................42
Dos Prazos.........................................................................................................................................................................43
Da Capacidade Processual. . .....................................................................................................................................44
Da Gratuidade de Justiça. . .........................................................................................................................................45
Recurso................................................................................................................................................................................45
Do Advogado....................................................................................................................................................................47
Das Garantias Processuais. . ....................................................................................................................................48
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos da Criança e do
Adolescente......................................................................................................................................................................48
Competência para Julgar Violação da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
Difusos e Coletivos.......................................................................................................................................................49
Legitimidade Concorrente para Propositura de Ações Cíveis Fundadas em Interesses
Coletivos ou Difusos....................................................................................................................................................49
Instrução da Inicial.. ......................................................................................................................................................49
Ação Mandamental.......................................................................................................................................................50
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CONSELHO TUTELAR
Da Política de Atendimento (Art. 86 ao Art. 97)
A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de:
• um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais;
• da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
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colocação familiar;
acolhimento institucional;
liberdade assistida;
semiliberdade e internação.
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Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão con-
juntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente
em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxí-
lio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança
ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII
do art. 92.
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Aplicam-se, no que couberem, tais obrigações às entidades que mantêm programa de abri-
go e a programas de acolhimento institucional e familiar.
No cumprimento das obrigações acima descritas as entidades utilizarão preferencialmen-
te os recursos da comunidade.
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Ministério Conselhos
Judiciário
Público Tutelares
Advertência Advertência
Suspensão total
Afastamento
ou parcial do
provisório de seus
repasse de verbas
dirigentes
públicas
Interdição de
Afastamento
unidades ou
definitivo de seus
suspensão de
dirigentes
programa
Fechamento de
unidade ou Cassação do
interdição de registro
programa
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pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou
de seu representante legal.
Caso não seja apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos
autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Apresentada a defesa, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público,
sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
autoridade judiciária, que, em seguida, proferirá sentença.
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Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
• Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
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os resultados da avaliação
interdisciplinar;
os compromissos assumidos
pelos pais ou responsável;
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Terão acesso ao cadastro o: Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da As-
sistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da
Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas
que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e
abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.
As medidas de proteção serão acompanhadas da regularização do registro civil. Verificada
a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
Os registros e certidões necessários à regularização são isentos de multas, custas e emo-
lumentos, gozando de absoluta prioridade.
Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado
à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992. É dispen-
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após
o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a
criança for encaminhada para adoção.
Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no
assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade
no assento de nascimento e a certidão correspondente.
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Do Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é ÓRGÃO PERMANENTE e AUTÔNOMO, NÃO JURISDICIONAL, encarre-
gado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (Art.
131, Estatuto).
Veja o art. 131 dissecado, através de esquema sobre as características do Conselho Tutelar:
Terminologia Significado
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O processo para escolha dos conselheiros é estabelecido em lei municipal e realizado sob
responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e fiscaliza-
do pelo Ministério Público (Art. 139, estatuto).
O art. 132 do Estatuto determina que haverá, no mínimo 01 Conselho Tutelar em cada
município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal, como órgão integrante da ad-
ministração pública local.
Mandato 04 anos.
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Reconhecida Idade
Residir no
idoneidade Superior a
Município
Moral 21 anos
cobertura previdenciária;
licença-Maternidade;
licença-paternidade;
gratificação Natalina.
Para a escolha dos membros do Conselho Tutelar, o processo de eleição será realizado sob
a responsabilidade do Conselho Municipal dos direitos da Criança e do Adolescente, e fiscali-
zado pelo Ministério Público.
O processo de escolha será a cada 04 anos, no primeiro domingo do mês de outubro e a
posse do conselheiro será dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
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E na hipótese do ato infracional ser praticado por criança corresponderão às medidas pre-
vistas no art. 101.
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a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.
encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou
penal contra os direitos da criança ou adolescente;
encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art.
101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
expedir notificações;
requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no
art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto
à família natural;
promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.
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As atribuições do Conselho Tutelar estão previstas no art. 136 do Estatuto, do seguinte modo:
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De modo que as assertivas relacionadas como possíveis gabaritos, tem-se somente a D, que
encontra amparo no art. 136, III, a, do Estatuto. As demais hipóteses do exercício são de com-
petência da autoridade judiciária
Letra d.
Os Tribunais Superiores (STF, STJ, TST, STM) têm jurisdição em todo território nacional,
conforme o § 2º, do art. 92 da CF/88.
A justiça da infância e da juventude faz parte da justiça comum, denomina-se especialida-
de dentro da Justiça comum. Face sua especificidade, prevê o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente no art. 145:
Os estados e o Distrito Federal PODERÃO criar varas especializadas e exclusivas da infância e da ju-
ventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes,
dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.
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Dos Princípios
As regras aplicadas aos processos ou procedimentos que tratar de direito da criança ou
do adolescente aplicar-se-á o Estatuto da Criança e do Adolescente, e de forma subsidiária o
Código de Processo Civil ou Penal. De modo que os princípios aplicados neste código de ritos,
também serão aplicados subsidiariamente aos processos onde tratar de direitos da criança e
do adolescente.
Essencialmente serão inseridos princípios constitucionais, que são cogentes, ou seja, de
observância obrigatória. São os chamados princípios-garantias. Observa-se que o legislador
se preocupou em cuidar para que todas as garantias e direitos destinados à criança e ao ado-
lescente fossem respeitados.
Contudo, em razão deste material ser de cunho voltado ao tema da criança e adolescente,
nem todos os princípios processuais serão tratados neste material, contudo serão inseridos os
princípios que tenham maior relevância dentro do desta temática.
Sucintamente pode se afirmar que princípio é de onde tudo se origina, é o começo de todas
as coisas. É base fundamental que sustenta a ordem do conhecimento.
A jurisdição é uma das funções do Estado que substitui os titulares dos interesses confli-
tantes, para, de forma imparcial, buscar a pacificação sobre o tema discutido. Essa pacificação
ocorre mediante a aplicabilidade do direito objetivo que rege o caso apresentado.
O Estado desempenha essa função pacificadora, organizadora mediante o processo. O
processo por sua vez é presidido pela figura do juiz, que é regularmente investido em sua
autoridade.
O Estado, pessoa jurídica de direito público, exerce a jurisdição através de seus agentes,
neste caso, pessoas físicas, os juízes, também denominado juiz natural. Aos juízes são asse-
guradas as seguintes garantias constitucionais: inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilida-
de de subsídios – previstas no art. 95 da Constituição Federal.
De modo específico, estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 146: “A
AUTORIDADE A QUE SE REFERE ESTA LEI É O JUIZ DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE, ou o juiz
que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local”.
Por oportuno, vale ressaltar o art. 148, do Estatuto, que afirma:
A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
• conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato
infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
• conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
• conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
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Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 982 é também competen-
te a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
• conhecer de pedidos de guarda e tutela;
• conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou
guarda;
• suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
• conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao
exercício do poder familiar;
• conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
• designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de
outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou
adolescente;
• conhecer de ações de alimentos;
• determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e
óbito.
O princípio do devido processo legal garante que o caminho previsto em lei será percorrido
para que a pessoa tenha observadas todas as garantias para que possa se defender.
Tal princípio está esculpido no art. 5º, LIV da Constituição Federal, como garantia funda-
mental: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Em observância a tal comando, o Estatuto da Criança e da Adolescência o reproduziu em
seu art. 110: “Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal”.
1
Art. 209. As ações previstas neste capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omis-
são, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a com-
petência originária dos tribunais superiores.
2
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.
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E ainda no que tange ao processo, o Estatuto também estabeleceu em seu art. 111, as
seguintes garantias:
• Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
• Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
• Defesa técnica por advogado;
Princípio da Igualdade
A Constituição Federal, em seu art. 5º, I estabelece que todos somos iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, princípio este que decorre de um dos fundamentos da Re-
pública, a dignidade da pessoa humana. Todas as pessoas, independentemente de sua origem,
raça, credo merece ter tratamento igual às demais pessoas.
Ocorre que as pessoas, naturalmente, são desiguais entre si, motivo pelo qual se justifica
diferenciação no tratamento para que de fato seja observado o princípio isonômico pretendido
pelo legislador, é o que se chama de princípio da igualdade material, que consiste em dizer que
desiguais devem ser tratados nas medidas de suas desigualdades, de forma desigual. O trata-
mento desigual tem como escopo superar as diferenças naturais e fazer com que a isonomia
substancial seja alcançada.
A criança e o adolescente em razão da idade de formação precisam ser tratados conforme
suas necessidades específicas.
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Princípio do Contraditório
Trata-se de princípio constitucional, previsto no art. 5º, LV, da Carta Magna, que estabelece:
aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
Este princípio também é aplicado em processos ou procedimentos que tenham como inte-
resse da criança e/ou do adolescente.
Princípio previsto no art. 5º, XXXV da Constituição Federal, que garante o acesso à justiça.
Esse acesso ocorre de forma organizada, através de instrumentos processuais aptos para efe-
tiva realização do direito.
O Estatuto da Criança e do Adolescente por sua vez estabelece:
Para se efetivar essa garantia, o Estatuto estabelece algumas normas facilitadoras para se
concretizar o acesso, como:
• Justiça gratuita;
• Isenção de custas e emolumentos;
• Nomeação de curador especial a criança e/ou adolescente sempre que os interesses
destes colidirem com os daqueles.
E por fim, os Estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas
da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade
por número de habitantes, dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive
em plantões.
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EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
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Irredutibilidade
Inamovibilidade Vitaliciedade
de subsídios
Independência
Unidade Indivisibilidade
funcional
Sobre o tema, o art. 141 do Estatuto garante o acesso da criança e do adolescente ao Mi-
nistério Público. O capítulo V do Estatuto estabelece sobre o MP, no art. 201:
Compete ao Ministério Público:
• conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
• promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adoles-
centes;
• promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da
Infância e da Juventude;
• promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição
de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administra-
dores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 983;
• promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individu-
ais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no
art. 220, § 3º, II, da Constituição Federal4;
3
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.
4
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
[...]
§ 3º Compete à lei federal:
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[...]
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de progra-
mas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
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• requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
atribuições.
E por fim, o art. 200, do Estatuto, estabelece que as funções do Ministério Público sejam
exercidas nos termos da Lei orgânica.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às pró-
prias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disci-
plinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
Fundamentar as decisões significa que o princípio do devido processo legal fora observa-
do. A não observância da fundamentação será a decretação de NULIDADE DA DECISÃO.
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Princípio da Publicidade
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário SERÃO PÚBLICOS, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
A Constituição Federal em seu art. 5º, LX, dispõe: “a lei só poderá restringir a publicidade
dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
O Estatuto rege sobre o SEGREDO DE JUSTIÇA, em observância a tal determinação inseriu
os seguintes artigos:
Art. 143. E vedada à divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Esta prioridade refere-se a todas as áreas que tocam a criança e ao adolescente, todavia,
como o tópico refere-se aos procedimentos e aos processos, o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, em consonância com artigo supracitado, em seu art. 152, § 2º, preconiza que:
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Neste sentido, o Estatuto, também prioriza, em fase recursal, processos que tenham in-
teresses de criança e adolescente, no seguinte teor esculpido no art. 199-D: “O relator deverá
colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado
da sua conclusão”. Por oportuno, vale registrar que o prazo em caso de recurso, seguirá a regra
do Estatuto, ou seja, será contado em dias CORRIDOS.
O princípio da inércia de jurisdição estabelece que o juiz para agir deve ser provocado pela
parte interessada, todavia, o art. 153, do Estatuto, excepciona tal princípio. Veja:
Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei,
Note que o juiz, DE OFÍCIO, poderá determinar providências necessárias, sem ser provoca-
do por meio de ação, inclusive o Superior Tribunal de Justiça5, decidiu neste sentido:
5
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/549846767/recurso-especial-resp-
-1653359-mg-2017-0027890-8>. Acesso em: 21 out. 2019.
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Assim, em regra geral, o processo se inicia em primeira instância, juízo monocrático, to-
davia, em razão do Duplo Grau de Jurisdição, é possível que a decisão possa ser revista pelo
Tribunal de Justiça, ou ainda, por Tribunais Superiores, como o STJ ou STF, onde o julgamento
será colegiado.
Competência
critério objetivo
critério funcional
fixa competência a
partir do valor da critério territorial
que regulam as
causa, natureza da atribuições dos
causa e qualidade da é ligado ao aspecto
diversos órgãos geográfico
parte jurisdicionais que
devam atuar em
determinado processo
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Por sua vez, o art. 148, do Estatuto da Criança e do Adolescente, fixa competência em ra-
zão da matéria, ou seja, COMPETÊNCIA ABSOLUTA. Deste modo estabelecem em rol exempli-
ficativo algumas da competência da Justiça da Infância e da Juventude:
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V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as
medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança
ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98 é também competente a Justi-
ça da Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do
poder familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
Oportuna leitura do REsp 1846781 – MS julgado pelo Superior Tribunal de Justiça 6, firman-
do tese de que a Justiça da Infância e da Juventude tem competência absoluta para processar
e julgar causa envolvendo matrícula de menores em creches ou escolas, nos termos dos art.
148, IV e 209 da Lei n. 8.069/90. Leia a ementa:
6
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1205684781/recurso-especial-resp-
-1846781-ms-2019-0328831-5/inteiro-teor-1205684787. Acesso em: 28 jan. 2022.
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educação básica” (art. 53, V), bem como “atendimento em creche e pré-escola às crian-
ças de zero a cinco anos de idade” (art. 54, IV). O art. 148 da Lei 8.069/90 estabelece que
“a Justiça da Infância e da Juventude é competente para: (...) IV - conhecer de ações civis
fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adoles-
cente, observado o disposto no art. 209”. VII. A Lei 8.069/90 estabelece, no seu Capítulo
VII, disposições relativas “às ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegu-
rados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular” (...)
“do ensino obrigatório” e “de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a
cinco anos de idade” (art. 208, I e III), estatuindo que “as ações previstas neste Capítulo
serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
juízo terá competência absoluta para processar e julgar a causa, ressalvadas a compe-
tência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores” (art. 209).
VIII. A jurisprudência do STJ, interpretando os arts. 148, IV, e 209 da Lei 8.069/90, firmou
entendimento, ao apreciar casos relativos ao direito à saúde e à educação de crianças e
adolescentes, pela competência absoluta do Juízo da Infância e da Juventude para pro-
cessar e julgar demandas que visem proteger direitos individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, independentemente de o menor encontrar-se ou não
em situação de risco ou abandono, porquanto “os arts. 148 e 209 do ECA não excepcio-
nam a competência da Justiça da Infância e do Adolescente, ressalvadas aquelas esta-
belecidas constitucionalmente, quais sejam, da Justiça Federal e de competência origi-
nária” (STJ, REsp 1.199.587/SE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 12/11/2010). Em igual sentido: “Esta Corte já consolidou o entendimento
de que a competência da vara da infância e juventude para apreciar pedidos referentes ao
menor de idade é absoluta, consoante art. 148, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente” (STJ, AgRg no REsp 1.464.637/ES, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 28/03/2016). Adotando o mesmo entendimento: STJ, REsp 1.486.219/
MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 04/12/2014; REsp
1.217.380/SE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 25/05/2011; REsp
1.201.623/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
13/04/2011; REsp 1.231.489/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe
de 19/06/2013; EDcl no AREsp 24.798/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, DJe de 16/02/2012. IX. Examinando caso idêntico ao ora em apreciação, a
Segunda Turma do STJ firmou o seguinte entendimento: “O Estatuto da Criança e do Ado-
lescente é lex specialis, prevalece sobre a regra geral de competência das Varas de
Fazenda Pública, quando o feito envolver Ação Civil Pública em favor da criança ou do
adolescente, na qual se pleiteia acesso às ações ou aos serviços públicos, independente-
mente de o infante estar em situação de abandono ou risco, em razão do relevante inte-
resse social e pela importância do bem jurídico tutelado. Na forma da jurisprudência do
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e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
vedadas as determinações de caráter geral.
Faço um adendo aqui, para diferenciar portaria e alvará, assim, segundo Rossato, Lépore e
Cunha (2019):
as portarias são atos que disciplinam situações concretas, em particular, as diversões públicas da
criança e do adolescente. Geralmente estabelecem condições para que a criança e o adolescente
possam usufruir determinados locais. Exemplo: condições para a entrada de adolescentes desa-
companhados de seus pais em determinado estádio de futebol. Por sua vez, segundo os mesmos
autores, os alvarás judiciais são dirigidos a determinadas pessoa física ou jurídica como ocorre, por
exemplo, para a participação de determinada criança em certame de beleza.
Ainda sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça7 entende que é necessário alvará judicial
para menor participar de programa de televisão, nos seguintes termos:
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tal norma não regrou sistematicamente ou organizadamente sobre processo, razão pela qual
seguiremos um rito que entendemos ser o mais facilitador da compreensão e dos estudos.
Nos processos e procedimentos que envolvem crianças e adolescentes reiteramos que
estas GOZAM DE PRIORIDADE ABSOLUTA, sob pena de responsabilidade a teor do parágrafo
único do art. 152 do Estatuto.
Dos Prazos
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no ano de 2017, teve a inserção do parágrafo
2º do art. 152, no que tange a contagem dos prazos, prevendo de forma diferente do Código
brasileiro de ritos, o Código de Processo Civil, o que inicialmente gerou divergência, contudo,
já pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que será explicado de forma pormenorizada.
Sobre os prazos estabelecidos no Estatuto, importante observar o art. 152, § 2º, que
estabelece:
OS PRAZOS ESTABELECIDOS NESTA LEI E APLICÁVEIS AOS SEUS PROCEDIMENTOS SÃO CONTA-
DOS EM DIAS CORRIDOS, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo
em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.
Sobre a contagem do prazo, vale observar o art. 219 do Código de Processo Civil de 2016,
que afirma: “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, COMPUTAR-SE-
-ÃO SOMENTE OS DIAS ÚTEIS”.
Considerando que a norma processual foi modificada e entrou em vigor no ano de 2016,
trazendo a contagem de prazo em dias úteis, e o Estatuto da Criança teve a inserção do § 2º,
do art. 152, no ano de 2017, afirmando que o prazo deve ser contado em dias corridos, a diver-
gência tornou-se clara quanto qual norma deveria ser aplicada aos processos que tramitam
perante a Vara da Infância e Juventude. Contudo, o Superior Tribunal de Justiça8, conforme
Informativo n. 0647, datado de 24/05/2019, firmou tese de que:
A previsão expressa no ECA da contagem dos prazos nos ritos nela regulados em dias corridos im-
pede a aplicação subsidiária do art. 219 do CPC/2015, que prevê o cálculo em dias úteis.
Diante de tal tese, no momento, não há razão para insistir na celeuma, de modo que apli-
car-se-á a regra do Estatuto, ou seja, OS PRAZOS PROCESSUAIS DE NATUREZA CIVIL SERÃO
CONTADOS EM DIAS CORRIDOS.
Vale registrar que prazos de medida protetiva continuam sendo contados em dias corridos.
Quanto aos prazos destinados a apuração de ato infracional, a apuração deverá ocorrer
através de procedimento não civil, perante a Vara da Infância e Juventude. A norma primária a
ser aplicada neste procedimento é o Estatuto da Criança e do Adolescente, e de forma subsidi-
8
Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2019/07/informativo-comentado-647-stj.html. Acesso em: 26 jul 2020.
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ária o Código de Processo Penal. Neste caso não há divergência quanto à forma de se contar
o prazo, vez que o Código citado prevê em seu art. 798:
Da Capacidade Processual
A regulamentação da capacidade processual se fundamenta no Código Civil quando o art.
5º afirma:
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos
A pessoa apta para os atos da vida civil tem capacidade para estar em juízo, ou seja, tem
capacidade processual.
Ocorre que o Estatuto é regra destinada a menores de idade, ou seja, pessoas que ainda
não atingiram a maioridade civil, o que significa que tais pessoas, naturalmente, não gozam de
capacidade processual.
As pessoas tuteladas pelo Estatuto são denominadas crianças, aquelas que têm idade
até 12 anos incompletos, e adolescentes, aqueles que têm entre 12 anos e 18 anos de idade
incompletos, de modo que, para que estejam em juízo, é preciso observar as seguintes regras:
Crianças – pessoa até doze Adolescentes - entre doze e dezoito anos
anos de idade incompletos de idade
(Art. 2º, Estatuto) (Art. 2º, Estatuto)
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Da Gratuidade de Justiça
Para se fazer cumprir o princípio do livre acesso ao judiciário, o legislativo cria regras para
atingir este objetivo. Portanto, a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIV, garante:
o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
cursos.
Dessa forma, esta regra também está prevista em outros dispositivos legais, como, por
exemplo, a Lei n. 1.060/50, e o Código de Processo Civil, contudo, de forma específica, insere-
-se o comando oriundo do Estatuto:
Art. 141,
[...]
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas
e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
Recurso
O capítulo IV do Estatuto é destinado a tratar sobre o tema dos recursos. O art. 198
estabelece:
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Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e
para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;
III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do ins-
trumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo
ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorren-
te; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Adoção
internacional
ou houver
Produz
Deferir a perigo de dano
Art. 199-A efeito APELAÇÃO Devolutivo
adoção. irreparável ou
desde logo.
ainda, difícil
reparação ao
adotando.
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A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar FICA SUJEITA A APE-
LAÇÃO, QUE DEVERÁ SER RECEBIDA APENAS NO EFEITO DEVOLUTIVO.
Do Advogado
A criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis e qualquer pessoa que tenha legítimo
interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos ATRAVÉS DO ADVOGADO (jus
postulandi). A Constituição Federal em seu art. 133 estabelece que o advogado é indispensá-
vel para a manutenção da justiça. Aos que necessitarem será prestada assistência judiciária
integral e gratuita.
O advogado será intimado para todos os atos PESSOALMENTE ou por PUBLICAÇÃO OFI-
CIAL, respeitado o segredo de justiça.
Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor. Se não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência. Todavia, a ausência
do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
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Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade
judiciária.
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As hipóteses previstas acima não excluem da proteção judicial outros interesses individu-
ais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição
e pela Lei.
A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediata-
mente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos,
aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, for-
necendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a
ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a com-
petência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Para defesa dos direitos e interesses protegidos por pelo Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes, e aplicam-se às ações as
normas do Código de Processo Civil.
Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajusta-
mento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
Nas ações previstas neste tópico não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e qualquer outra despesa.
Instrução da Inicial
Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias,
no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexis-
tência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos
do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
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Ação Mandamental
Será cabível ação mandamental contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público que lesem DIREITO LÍ-
QUIDO e CERTO previsto no Estatuto. Tal ação será regida pelas regras da Lei do Mandado de
Segurança.
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RESUMO
• Política de atendimento
Política de
atendimento far-se-á
através de:
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− Municipalização do atendimento;
− Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, as-
segurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;
− Criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização po-
lítico-administrativa;
− Manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
− Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Se-
gurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria
de ato infracional;
− Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Con-
selho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assis-
tência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes
inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua
rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovada-
mente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
previstas no art. 28 desta Lei;
− Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos seg-
mentos da sociedade;
− Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferen-
tes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos
da criança e sobre desenvolvimento infantil;
− Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do ado-
lescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adoles-
cente e seu desenvolvimento integral;
− Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre pre-
venção da violência.
• Entidades de atendimento: responsáveis pela manutenção das próprias unidades, como
pelo planejamento e execução dos programas de proteção e socioeducativos, em regi-
me de:
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colocação familiar;
acolhimento institucional;
liberdade assistida;
semiliberdade e internação.
1
o efetivo respeito às regras e
2
princípios do Estatuto, bem
a qualidade e eficiência do
3
como às resoluções relativas
à modalidade de trabalho desenvolvido,
atendimento prestado atestadas pelo Conselho em se tratando de
expedidas pelos Conselhos Tutelar, pelo Ministério programas de acolhimento
de Direitos da Criança e do Público e pela Justiça da institucional ou familiar,
Adolescente, em todos os Infância e da Juventude; serão considerados os
níveis; índices de sucesso na
reintegração familiar ou de
adaptação à família
substituta, conforme o caso.
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Ministério Conselhos
Judiciário
Público Tutelares
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Advertência Advertência
Suspensão total
Afastamento
ou parcial do
provisório de
repasse de verbas
seus dirigentes
públicas
Interdição de
Afastamento
unidades ou
definitivo de seus
suspensão de
dirigentes
programa
Fechamento de
unidade ou Cassação do
interdição de registro
programa
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Reconhecida Idade
Residir no
idoneidade Superior a 21
Município
Moral anos
Cobertura previdenciária;
Gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;
Licença-Maternidade;
Licença-paternidade;
Gratificação Natalina.
• Atribuições do Conselho:
− Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses:
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.
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E nas hipóteses:
Ao ato infracional praticado por criança corresponderão às medidas previstas no art. 101.
Em ambas as hipóteses, as medidas a serem aplicadas serão:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.
• Da competência:
− A justiça da Infância e da Juventude faz parte da justiça comum e denomina-se es-
pecialidade dentro da justiça comum;
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Crianças - pessoa até doze anos Adolescentes - entre doze e dezoito anos de
de idade incompletos (Art. 2º, idade
Estatuto) (Art. 2º, Estatuto)
Incapacidade civil absoluta: os menores Incapacidade Civil Relativa: os maiores de dezesseis
de 16 (dezesseis) anos (Art. 3º, CC). e menores de dezoito anos (Art. 4º, CC).
Portanto, para estar em juízo, seguem as regras abaixo:
Pessoas que tenham entre Pessoas que
Pessoas com 18 anos de idade 16 e 18 anos incompletos tenham até 16 anos
(Exceção até 21 anos). incompletos.
Para estarem em juízo
precisam ser ASSISTIDAS,
pelos pais ou responsáveis.
Art. 142, Estatuto: [...] Para estarem em
os maiores de dezesseis juízo precisam ser
e menores de vinte e um REPRESENTADAS,
anos assistidos [...]”. pelos pais ou
Podem estar sozinhas em juízo Obs.: Importante lembrar responsáveis.
que em casos expressos em Art. 142, Estatuto:
lei, o Estatuto, em caráter “Os menores de
excepcional será aplicado dezesseis anos serão
para pessoas que tenham representados [...]”.
idade entre 18 a 21 anos
de idade (Art. 2º, parágrafo
único – Estatuto).
Quando houver colisão de interesses da criança ou do adolescente com seus pais ou
responsáveis, o juiz nomeará curador especial para atuar nos interesses da criança e/ou
adolescente.
• Da gratuidade de justiça:
− Ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas
de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
• Dos recursos:
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− Promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses indi-
viduais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os defini-
dos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
− Instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
o expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de
não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
polícia civil ou militar;
o requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,
estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover ins-
peções e diligências investigatórias;
o requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
− Instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instaura-
ção de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de prote-
ção à infância e à juventude;
− Zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
− Impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,
instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
afetos à criança e ao adolescente;
− Representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas
contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção
da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
− Inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas
de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
− Requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitala-
res, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho
de suas atribuições.
• Do advogado:
− Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausen-
te ou foragido, será processado sem defensor.
• Das garantias processuais:
− Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou
meio equivalente;
− Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas
e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
− Defesa técnica por advogado;
− Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2021) A autoridade judiciária tem expressa permissão
legal para determinar a busca e apreensão
a) de adolescente que se ausenta da audiência de apresentação no procedimento de apuração
de ato infracional por não ter sido localizado e notificado para fins de comparecimento.
b) de adolescente que, embora compromissado, não se apresenta ao Ministério Público após
liberação aos pais pela autoridade policial em casos de flagrante de ato infracional.
c) de crianças e adolescentes que, sem autorização judicial, se desliguem de comunidades
terapêuticas onde foram internados compulsoriamente para tratamento contra drogadição.
d) para viabilizar a apresentação de adolescente ao programa de liberdade assistida em caso
de descumprimento reiterado e injustificado da medida, esgotados os recursos do orientador.
e) de adolescentes que se evadam de serviços de acolhimento institucional para permane-
cer com parentes de cujo convívio foram anteriormente retirados em razão de grave confli-
to familiar.
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d) caracterizar-se como uma entidade de atendimento direto, pelo fato de ser um órgão autô-
nomo e não jurisdicional.
e) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, tra-
balho e segurança.
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b) o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será composto por represen-
tas da sociedade civil, do conselho tutelar e do governo.
c) o Conselho Tutelar será mantido pelos recursos vinculados ao Fundo Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, cujo gestor é o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
d) o processo eleitoral para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em Lei Municipal e realizado sob a presidência de Juiz eleitoral e a fiscalização do Ministé-
rio Público.
e) as medidas de proteção aplicadas pelo Conselho Tutelar serão revistas pelo Conselho Mu-
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo Ministério Público e pela autoridade
judicial competente.
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017. (FGV/OAB/2017) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo
e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que
resolve encaminhá-lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica
a 100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em
questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo
com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A entidade pode regularmente acolher crianças e adolescentes, independentemente de de-
terminação da autoridade competente e da expedição de guia de acolhimento.
b) A entidade somente pode acolher crianças e adolescentes encaminhados pela autoridade
competente por meio de guia de acolhimento.
c) A entidade pode acolher regularmente crianças e adolescentes sem a expedição da guia de
acolhimento apenas quando o encaminhamento for feito pelo Conselho Tutelar.
d) A entidade pode, em caráter excepcional e de urgência, acolher uma criança sem determina-
ção da autoridade competente e guia de acolhimento, desde que faça a comunicação do fato
à autoridade judicial em até 24 horas.
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019. (FGV/OAB/2015) Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana cor-
rigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para
tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no infante, na presença das outras crianças
e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação poli-
cial, dar o caso por encerrado.
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributo do
poder familiar.
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar
se não seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa
por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.
020. (FGV/OAB/2014) O Hotel Botanic recebeu o casal de namorados Júlia e Matheus como
hóspedes durante um feriado prolongado. Júlia tem 15 anos de idade e Matheus 18 anos, mo-
tivo pelo qual a adolescente foi admitida no estabelecimento, por estar acompanhada de uma
pessoa maior de idade.
Com base no caso apresentado, a partir do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a opção correta.
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a) Trata-se de infração penal, motivo pelo qual, sem prejuízo da pena de multa aplicada ao
estabelecimento, o funcionário responsável pela admissão da adolescente está sujeito à res-
ponsabilidade criminal pessoal.
b) Trata-se de prática cotidiana sem implicações administrativas ou criminais previstas na nor-
ma especial, uma vez que a adolescente estava acompanhada de pessoa maior de idade que
se torna responsável por ela.
c) Trata-se de infração administrativa, sujeitando-se à aplicação de pena de multa, a hospe-
dagem de adolescente desacompanhado dos pais, responsáveis, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária.
d) Trata-se de infração administrativa e penal, sujeitando-se o estabelecimento, por determina-
ção da autoridade judiciária, a imediato fechamento por até quinze dias.
021. (FGV/OAB/2014) O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e
do município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava realizar um procedi-
mento cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil
reais), o qual a família não tinha como custear. Os réus aduziram em contestação que os recur-
sos públicos não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter igualitário e
geral a todos os que deles necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
a) Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma vez que a ação civil pú-
blica destina-se a interesse difusos ou coletivos, não sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar
os interesses individuais indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo
ser extinto sem resolução do mérito.
b) A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na hipótese, mas, no mérito, os
argumentos dos réus merecem acolhimento, já que conferir tratamento desigual à criança B im-
plica violação ao princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do ECA.
c) A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a prioridade legal assiste a
criança B no atendimento a necessidades como vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta
prioridade na efetivação dos seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e prote-
ção, e a precedência no atendimento em serviço público.
d) Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito meramente individual,
embora indisponível, e, como no mérito assiste razão aos interesses da criança B, a ação de-
verá ser extinta sem resolução do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso
da ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em litispendência.
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024. (FGV/OAB/2011) Com nítida inspiração na doutrina da proteção integral, o ECA garantiu à
criança e ao adolescente o mais amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação
de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim como
lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à Justiça, como o Ministé-
rio Público e a Defensoria. Tendo em conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta.
a) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação
da tutela deverão ser custeadas pela parte sucumbente ao final do processo.
b) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e seus pais ou respon-
sável, a autoridade judiciária lhes dará curador especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de
carência de representação ou assistência legal, ainda que eventual.
c) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de atos judiciais e admi-
nistrativos que digam respeito à autoria de ato infracional praticado por adolescente, podendo
ser expedida certidão ou extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do
interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela impren-
sa escrita ou falada, devem conter apenas as iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo
vedadas as demais formas expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.
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d) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor pú-
blico, sendo admitida a nomeação pelo juiz de advogado se o adolescente não tiver defensor,
não podendo, posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.
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c) determinar diretamente a revisão da decisão do Conselho Tutelar, com fulcro no artigo 137
da Lei n. 8.069/90. Para isso, deverá ser expedido um ofício ao Conselho Tutelar determinando
a inserção da criança, que não se encontra em situação de risco, em creche, durante o horário
em que a genitora se encontra em seu trabalho;
d) arquivar o expediente; a atuação do Conselho Tutelar foi acertada. A criança encontra-se
em situação de risco e a medida protetiva de acolhimento institucional é a única possível para
preservar o melhor interesse de Maicon, com fundamento no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente. Além disso, o Conselho Tutelar possui legitimidade, conferida pela lei, para aplicar
medidas protetivas;
e) opinar favoravelmente a homologação da medida protetiva aplicada junto ao Juízo da In-
fância e Juventude; a medida protetiva de acolhimento institucional foi corretamente aplicada
pelo Conselho Tutelar.
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GABARITO
1. a 37. a
2. b 38. b
3. e 39. d
4. d 40. c
5. c 41. b
6. a 42. e
7. b 43. b
8. a 44. c
9. b 45. a
10. c 46. c
11. a 47. b
12. b 48. a
13. c 49. e
14. a 50. a
15. a
16. b
17. d
18. b
19. c
20. c
21. c
22. a
23. a
24. b
25. a
26. d
27. e
28. d
29. e
30. c
31. c
32. d
33. d
34. d
35. a
36. e
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GABARITO COMENTADO
001. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2021) A autoridade judiciária tem expressa permissão
legal para determinar a busca e apreensão
a) de adolescente que se ausenta da audiência de apresentação no procedimento de apuração
de ato infracional por não ter sido localizado e notificado para fins de comparecimento.
b) de adolescente que, embora compromissado, não se apresenta ao Ministério Público após
liberação aos pais pela autoridade policial em casos de flagrante de ato infracional.
c) de crianças e adolescentes que, sem autorização judicial, se desliguem de comunidades
terapêuticas onde foram internados compulsoriamente para tratamento contra drogadição.
d) para viabilizar a apresentação de adolescente ao programa de liberdade assistida em caso
de descumprimento reiterado e injustificado da medida, esgotados os recursos do orientador.
e) de adolescentes que se evadam de serviços de acolhimento institucional para permane-
cer com parentes de cujo convívio foram anteriormente retirados em razão de grave confli-
to familiar.
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d) pela serventia judicial para fins de inclusão da criança ou do adolescente no cadastro nacio-
nal de pessoas em condição de serem acolhidas por família adotiva.
e) pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que acolhem crianças e adolescentes provisoria-
mente afastadas do convívio com seus pais ou responsável.
A assertiva B é a CORRETA, pois é o previsto no art. 101, § 3º, do Estatuto, que afirma:
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
[...]
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam
programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhi-
mento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
Letra b.
A assertiva E está CORRETA, conforme disposição do art. 136, III, a, do Estatuto, que afirma:
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multas e condenações oriundas da ação civil pública ou coletiva que versem sobre a defesa da
criança e do adolescente, é correto afirmar:
a) Os valores das multas, oriundas das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, se-
rão revertidos para o Fundo Estadual da Criança e do Adolescente, que fará a gestão, resguar-
dando-se percentual determinado pelo juízo, ao Município respectivo.
b) Enquanto não criado o fundo respectivo em cada município, o valor das multas, oriundas
das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, será encaminhado a município contíguo
ou mais próximo da comarca em que tramitou a ação.
c) Não recolhidas as multas oriundas de tutelas específicas não cumpridas, somente o Minis-
tério Público terá legitimidade para executá-las, nos mesmos autos.
d) A multa oriunda de tutela específica somente poderá ser exigida após o trânsito em julgado,
computando-se o termo a quo, no entanto, a partir de seu descumprimento.
e) Na sistemática do Estatuto da Criança e do Adolescente, em relação à tutela coletiva em
juízo, as multas pelo descumprimento de tutela específica não são meios permitidos ao juízo
para o cumprimento das decisões judiciais.
A assertiva CORRETA é a D, nos moldes do art. 213, § 3º, do Estatuto, que afirma:
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
[...]
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Letra d.
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Em que pese na assertiva A falte a referência ao município, ela é a mais CORRETA, a teor da
previsão do art. 132, do Estatuto, que afirma:
Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
Letra a.
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sustada. Ao se aproximar da criança observou que nela havia hematomas nas pernas e nos
braços. Sem saber o que fazer, a professora nada perguntou à criança e retomou as ativida-
des do dia. Tendo em vista as responsabilidades dos educadores relativamente à proteção da
criança e do adolescente previstas no ECA, a atitude da professora nesse caso foi
a) correta, uma vez que não houve reclamação da criança sobre o ocorrido.
b) de omissão, caracterizada como uma infração administrativa.
c) cruel e de falta de humanidade com semelhante indefeso.
d) de preservar a criança à exposição pública vexatória.
e) criminosa por não levar a suspeita ao conhecimento da direção da escola.
A conduta da professora foi de omissão, razão pela qual se deve assinalar a assertiva B, que
está conforme o previsto no art. 245, do Estatuto:
245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
A conduta da professora deveria ter seguido o comando do art. 13, do Estatuto, que afirma:
A assertiva A está CORRETA, nos termos do art. 87, III, do Estatuto da Criança e do Adolescente:
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III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligên-
cia, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão.
Letra a.
A assertiva está CORRETA nos termos do art. 88, II, do Estatuto da Criança e do Adolescente:
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A assertiva C está CORRETA, nos termos do art. 102, § 5º, do Estatuto, que afirma:
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização
do registro civil.
[...]
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento
de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
Letra c.
A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.
Letra a.
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Com base apenas no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo de outras sanções,
assinale a opção que indica a medida que poderá ser adotada imediatamente pela equipe que
fiscalizava a unidade.
a) Transferência imediata dos adolescentes para outra unidade socioeducativa.
b) Advertência do agente público aplicada pelo Conselho Tutelar.
c) Advertência do agente público aplicada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB.
d) Transferência imediata do agente público para outra unidade.
A assertiva B encontra respaldo em diversos artigos do Estatuto. Comecemos pelo art. 13:
017. (FGV/OAB/2017) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo
e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que
resolve encaminhá-lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica
a 100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em
questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo
com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A entidade pode regularmente acolher crianças e adolescentes, independentemente de de-
terminação da autoridade competente e da expedição de guia de acolhimento.
b) A entidade somente pode acolher crianças e adolescentes encaminhados pela autoridade
competente por meio de guia de acolhimento.
c) A entidade pode acolher regularmente crianças e adolescentes sem a expedição da guia de
acolhimento apenas quando o encaminhamento for feito pelo Conselho Tutelar.
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d) A entidade pode, em caráter excepcional e de urgência, acolher uma criança sem determina-
ção da autoridade competente e guia de acolhimento, desde que faça a comunicação do fato
à autoridade judicial em até 24 horas.
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Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
L, adolescente, levantou e saiu da sala, o que não é cometimento de ato infracional, portanto a
indisciplina deverá ser aplicada pela direção escolar.
Letra b.
019. (FGV/OAB/2015) Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana cor-
rigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para
tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no infante, na presença das outras crianças
e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação poli-
cial, dar o caso por encerrado.
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributo do
poder familiar.
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar
se não seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa
por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.
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020. (FGV/OAB/2014) O Hotel Botanic recebeu o casal de namorados Júlia e Matheus como
hóspedes durante um feriado prolongado. Júlia tem 15 anos de idade e Matheus 18 anos, mo-
tivo pelo qual a adolescente foi admitida no estabelecimento, por estar acompanhada de uma
pessoa maior de idade.
Com base no caso apresentado, a partir do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a opção correta.
a) Trata-se de infração penal, motivo pelo qual, sem prejuízo da pena de multa aplicada ao
estabelecimento, o funcionário responsável pela admissão da adolescente está sujeito à res-
ponsabilidade criminal pessoal.
b) Trata-se de prática cotidiana sem implicações administrativas ou criminais previstas na nor-
ma especial, uma vez que a adolescente estava acompanhada de pessoa maior de idade que
se torna responsável por ela.
c) Trata-se de infração administrativa, sujeitando-se à aplicação de pena de multa, a hospe-
dagem de adolescente desacompanhado dos pais, responsáveis, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária.
d) Trata-se de infração administrativa e penal, sujeitando-se o estabelecimento, por determina-
ção da autoridade judiciária, a imediato fechamento por até quinze dias.
021. (FGV/OAB/2014) O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e
do município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava realizar um procedi-
mento cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil
reais), o qual a família não tinha como custear. Os réus aduziram em contestação que os recur-
sos públicos não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter igualitário e
geral a todos os que deles necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
a) Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma vez que a ação civil pú-
blica destina-se a interesse difusos ou coletivos, não sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar
os interesses individuais indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo
ser extinto sem resolução do mérito.
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b) A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na hipótese, mas, no mérito, os
argumentos dos réus merecem acolhimento, já que conferir tratamento desigual à criança B im-
plica violação ao princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do ECA.
c) A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a prioridade legal assiste a
criança B no atendimento a necessidades como vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta
prioridade na efetivação dos seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e prote-
ção, e a precedência no atendimento em serviço público.
d) Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito meramente individual,
embora indisponível, e, como no mérito assiste razão aos interesses da criança B, a ação de-
verá ser extinta sem resolução do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso
da ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em litispendência.
A assertiva A e D estão ERRADAS porque afirmam que Ação Civil Pública não é medida cabível.
Todavia, o art. 201, V, do Estatuto, determina:
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Letra c.
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A assertiva A está CORRETA porque encontra consonância com o art. 198, do Estatuto:
b) A assertiva B está ERRADA porque está disposta de forma diferente do que o Estatuto em
seu art. 136, IV:
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O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
d) A assertiva D está ERRADA, porque está disposto de forma contrária ao Estatuto. O art. 136
do referido diploma legal preconiza:
024. (FGV/OAB/2011) Com nítida inspiração na doutrina da proteção integral, o ECA garantiu à
criança e ao adolescente o mais amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação
de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim como
lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à Justiça, como o Ministé-
rio Público e a Defensoria. Tendo em conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta.
a) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação
da tutela deverão ser custeadas pela parte sucumbente ao final do processo.
b) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e seus pais ou respon-
sável, a autoridade judiciária lhes dará curador especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de
carência de representação ou assistência legal, ainda que eventual.
c) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de atos judiciais e admi-
nistrativos que digam respeito à autoria de ato infracional praticado por adolescente, podendo
ser expedida certidão ou extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do
interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela impren-
sa escrita ou falada, devem conter apenas as iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo
vedadas as demais formas expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.
d) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor pú-
blico, sendo admitida a nomeação pelo juiz de advogado se o adolescente não tiver defensor,
não podendo, posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.
a) A assertiva A está ERRADA, uma vez que está disposto de forma diferente do Estatuto, art.
141, § 2º:
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b) A assertiva B está CORRETA, pois encontra abrigo no art. 142, do Estatuto, veja:
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que
os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de represen-
tação ou assistência legal ainda que eventual.
c) A assertiva C está ERRADA, porque viola o sigilo de atos judiciais, policiais e administrativos,
previsto no art. 143, do Estatuto:
É VEDADA A DIVULGAÇÃO de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crian-
ças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
d) A assertiva D está ERRADA, porque o adolescente poderá a qualquer tempo substituir o ad-
vogado, a teor do art. 207, § 1º, do Estatuto:
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, RESSALVADO O DIREITO DE,
A TODO TEMPO, CONSTITUIR OUTRO DE SUA PREFERÊNCIA.
Letra b.
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Observe que a atuação do Conselho tutelar foi diante de uma emergência. O artigo 136, I, do
Estatuto, prevê tal conduta como atribuição do Conselho, veja:
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
[...]
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
Por fim, o art. 194, do Estatuto, prevê:
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Con-
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Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
Letra e.
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Letra d.
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Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
E ainda o art. 131, do mesmo diploma legal, que afirma:
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Letra e.
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Dentre das alternativas, a CORRETA é a C, que encontra respaldo no art. 193, § 3º, do Estatuto
da Criança e do Adolescente:
Art. 193.
[...]
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remo-
ção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
mento de mérito.
Letra c.
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d) deve, com a prévia autorização do Ministério Público, dispor sobre a participação de criança
e adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em
sua área territorial;
e) deve disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará, a entrada e permanência
de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate, estádio, gi-
násio e estabelecimentos congêneres.
A forma de composição dos membros que compõem o Conselho Tutelar está prevista no art.
132, deste modo:
Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha, assim:
a) A assertiva A está ERRADA, uma vez que a composição do Conselho Tutelar não é feita por
servidores públicos.
b) A assertiva B está ERRADA porque o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e
do adolescente, disposição no art. 131, do Estatuto.
d) A assertiva D está ERRADA, vez que é competente para autorizar participação de criança e
adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em
sua área territorial, à autoridade judiciária (JUIZ), e não o MP como faz crer a assertiva.
e) A assertiva E está ERRADA, uma vez que a competência para autorizar a entrada e per-
manência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate,
estádio, ginásio e estabelecimentos congêneres é da autoridade judiciária, a teor do art. 149,
do Estatuto.
Letra c.
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As atribuições do Conselho Tutelar estão previstas no art. 136, do Estatuto, do seguinte modo:
a) Está ERRADA, porque os recursos são interpostos independente de preparo (Art. 198, I,
Estatuto).
b) A Assertiva está ERRADA. Em que pese de fato o prazo para os recursos seja de 10 dias, os
embargos de declaração é exceção e não se aplica tal regra (Art. 198, II, Estatuto).
c) A assertiva está ERRADA, uma vez que pode o MP, na sessão poderá emitir seu parecer (Art.
199-D, parágrafo único).
e) A assertiva está ERRADA, porque o efeito é apenas DEVOLUTIVO. (Art. 199- b).
Letra d.
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perda ou suspensão do poder familiar (DPF) fosse proposta. Sobre o caso apresentado, con-
soante os preceitos contidos no ECA, assinale a afirmativa correta.
a) A conselheira procedeu de forma equivocada, pois não lhe compete representar nesses casos,
cabendo exclusivamente ao Ministério Público avaliar a pertinência, ou não, de eventual DPF.
b) A conselheira agiu errado, pois deveria ter encaminhado relatório circunstanciado para a
Defensoria Pública, que poderia iniciar ação de destituição frente a família.
c) A conselheira procedeu erroneamente, pois deveria apresentar a dinâmica diretamente ao
advogado que atua no Conselho Tutelar, que proporia a DPF.
d) A conselheira agiu corretamente, pois uma das atribuições do Conselho Tutelar é represen-
tar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar.
e) A conselheira não atuou corretamente, pois o tempo de acompanhamento foi muito curto,
devendo ser concedido maior prazo para a família se reestruturar.
A assertiva está CORRETA, uma vez que está conforme o art. 136, do Estatuto:
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Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Con-
selho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assina-
do por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
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O art. 2º, parágrafo único do Estatuto, estabelece que: “Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”, por
este motivo tão somente a assertiva pode estar correta.
Letra a.
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude fica adotado o sistema
recursal do Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e suas
alterações posteriores, com as seguintes adaptações:
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Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
d) A assertiva D está ERRADA, uma vez que é dispensada a outorga de mandato a teor do art.
206, § 3º, do Estatuto:
Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído,
tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária”.
Letra b.
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A MEDIDA NÃO COMPORTA PRAZO DETERMINADO, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
b) A assertiva B está ERRADA porque a banca inseriu o verbo apresentar, quando deveria ter
colocado REPRESENTAR, a teor do art. 180, do Estatuto:
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A resposta considerada CORRETA pela banca encontra amparo no artigo 262 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, nos seguintes termos:
Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas
pela autoridade judiciária.
Diante de tal fundamentação legal, as demais assertivas caem por terra.
Letra c.
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a) arquivar o expediente, submetendo o seu ato a controle pelo Conselho Superior do Ministério
Público; o Conselho Tutelar é um órgão democrático, eleito pelo povo, possuindo ele legitimi-
dade para atuar no caso. Não cabe ao Ministério Público contestar a atuação do conselheiro;
b) ajuizar revisão judicial da medida protetiva de acolhimento institucional, com fulcro no arti-
go 137 da Lei n. 8.069/90. O caso é de inserção da criança, que não se encontra em situação
de risco, em creche, durante o horário em que a genitora se encontra em seu trabalho;
c) determinar diretamente a revisão da decisão do Conselho Tutelar, com fulcro no artigo 137
da Lei n. 8.069/90. Para isso, deverá ser expedido um ofício ao Conselho Tutelar determinando
a inserção da criança, que não se encontra em situação de risco, em creche, durante o horário
em que a genitora se encontra em seu trabalho;
d) arquivar o expediente; a atuação do Conselho Tutelar foi acertada. A criança encontra-se
em situação de risco e a medida protetiva de acolhimento institucional é a única possível para
preservar o melhor interesse de Maicon, com fundamento no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente. Além disso, o Conselho Tutelar possui legitimidade, conferida pela lei, para aplicar
medidas protetivas;
e) opinar favoravelmente a homologação da medida protetiva aplicada junto ao Juízo da In-
fância e Juventude; a medida protetiva de acolhimento institucional foi corretamente aplicada
pelo Conselho Tutelar.
c) A assertiva está ERRADA, porque o art. 137, do Estatuto, afirma que as revisões de decisão
do Conselho tutelar somente se realizam pela autoridade Judicial.
e) A assertiva está ERRADA, uma vez que o Estatuto estabelece em seu art. 23:
A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspen-
são do poder familiar.
Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a crian-
ça ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em programas oficiais de auxílio.
E ainda o art. 54 determina:
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.
Razão pela qual as demais assertivas se tornam ERRADAS.
Letra e.
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Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá:
[...]
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
De modo que decretar a PERDA DO PODER FAMILIAR, DESTITUIÇÃO DA TUTELA não são com-
petências do Conselho Tutelar, como previsto nas assertivas B e D, portanto, estas alternativas
estão ERRADAS.
E a inserção da criança e/ou adolescente em programa de acolhimento familiar é medida de
competência do juiz da Vara da Infância e Juventude.
Letra a.
Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
b) A assertiva B está ERRADA, uma vez que o art. 133, II, exige que o candidato a membro do
Conselho Tutelar tenha idade superior a 21 anos.
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d) A assertiva está ERRADA, a partir da leitura do art. 90, do Estatuto, que diz:
As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados a
crianças e adolescentes [...].
Somando ao art. 95, do mesmo diploma legal, que afirma:
Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam progra-
mas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento,
expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: [...].
Letra c.
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A assertiva A está CORRETA, uma vez que encontra fundamento no art. 131, do Estatuto:
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Motivo pelo qual as demais assertivas se tornam ERRADAS.
Letra a.
A assertiva E está CORRETA, conforme o disposto no art. 140, do Estatuto, que afirma:
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descen-
dentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado.
a) A assertiva A está ERRADA, porque as decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse, a teor do art.
137, do Estatuto.
b) A assertiva B está ERRADA, porque está de diferente do comando legal. O art. 131, do Esta-
tuto, preconiza:
O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
c) A assertiva C está ERRADA, uma vez que é desarmônica com o art. 132, do Estatuto,
que afirma:
Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
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REFERÊNCIAS
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo. Curso de Direito da Criança e do Adolescente: Aspectos
teóricos e práticos. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
ROSSATO; Luciano Alves; LÉPORE; Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da crian-
ça e do adolescente Lei no. 8069/90. 11. ed. São Paulo: Saraiva Jur., 2019.
Fabiana Borges
Graduada e pós-graduada pela Universidade de Franca. Advogada. Professora de cursinhos. Professora do
curso de Direito e supervisora de Atividade Complementar do Centro Universitário do Planalto. Professora
do curso de Direito do UniCEUB. Professora do Centro Universitário Estácio.
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