Você está na página 1de 127

EDUCAÇÃO

BRASILEIRA:
TEMAS
EDUCACIONAIS E
PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Sumário
Conselho Tutelar. . .............................................................................................................................................................5
Da Política de Atendimento (Art. 86 ao Art. 97). .............................................................................................5
Das Entidades de Atendimento................................................................................................................................6
Entidades não Governamentais.. ..............................................................................................................................8
Da Fiscalização das Entidades...............................................................................................................................13
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento...........................................................14
Das Medidas de Proteção..........................................................................................................................................15
Das Medidas Específicas de Proteção (Art. 99 ao 102). ...........................................................................15
Do Conselho Tutelar....................................................................................................................................................20
Da Composição do Conselho Tutelar..................................................................................................................21
A Justiça da Infância e da Juventude..................................................................................................................26
Dos Princípios..................................................................................................................................................................27
Dos Procedimentos Especiais do Estatuto da Criança e do Adolescente....................................42
Dos Prazos.........................................................................................................................................................................43
Da Capacidade Processual. . .....................................................................................................................................44
Da Gratuidade de Justiça. . .........................................................................................................................................45
Recurso................................................................................................................................................................................45
Do Advogado....................................................................................................................................................................47
Das Garantias Processuais. . ....................................................................................................................................48
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos da Criança e do
Adolescente......................................................................................................................................................................48
Competência para Julgar Violação da Proteção Judicial dos Interesses Individuais,
Difusos e Coletivos.......................................................................................................................................................49
Legitimidade Concorrente para Propositura de Ações Cíveis Fundadas em Interesses
Coletivos ou Difusos....................................................................................................................................................49
Instrução da Inicial.. ......................................................................................................................................................49
Ação Mandamental.......................................................................................................................................................50

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 2 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Ação de Obrigação de Fazer ou de não Fazer. ................................................................................................50


Da Sentença Transitado em Julgado...................................................................................................................51
Resumo................................................................................................................................................................................52
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 67
Gabarito...............................................................................................................................................................................85
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................86
Referências......................................................................................................................................................................126

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 3 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Olá, aluno(a), tudo bem? Como estão os estudos?


Segue a segunda apostila do Estatuto e da Criança.
Neste material estão sendo abordados os seguintes assuntos: A política de atendimento
dos direitos da criança e do adolescente; Das entidades de atendimento; Das medidas especí-
ficas de proteção; Do Conselho Tutelar; A justiça da infância e juventude; Procedimentos espe-
ciais; Prazos; Capacidade processual; Recursos; Advogado garantias processuais.
Utilizei-me preferencialmente de questões de provas anteriores elaboradas pela FCC, con-
tudo, dada a finitude de questões, utilizei-me também de questões de outras bancas que tem
comportamento semelhante.
Ao selecionar as questões da FCC, retirei as questões que davam margem a divergência,
cujo parâmetro de resposta ficava comprometido. Importante se atentar a jurisprudência, pois
a banca, eventualmente, a insere nos exercícios.
Tenho certeza de que esse material poderá ajudá-lo(a) a se preparar para a prova. Estamos
juntos, conte comigo.
Abraço,
Fabi

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 4 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

CONSELHO TUTELAR
Da Política de Atendimento (Art. 86 ao Art. 97)
A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de:
• um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais;
• da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Invariavelmente noto as bancas embaralhando LINHAS DE AÇÃO com DIRETRIZES DE POLÍTICA.

São LINHAS DE AÇÃO da política de atendimento:


• Políticas sociais básicas;
• Serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção
social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reinci-
dências;
• Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
• Serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes de-
saparecidos;
• Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescen-
te;
• Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crian-
ças e adolescentes;
• Campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescen-
tes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiên-
cias e de grupos de irmãos.

São DIRETRIZES DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO:


• Municipalização do atendimento;
• Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do ado-
lescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegura-
da a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo
leis federal, estaduais e municipais;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 5 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização políti-


co-administrativa;
• Manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
• Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Seguran-
ça Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infra-
cional;
• Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conse-
lho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência
social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reinte-
gração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua
colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
desta Lei;
• Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmen-
tos da sociedade;
• Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferen-
tes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
criança e sobre desenvolvimento infantil;
• Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adoles-
cente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e
seu desenvolvimento integral;
• Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção
da violência.

A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos


direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será
remunerada.

Das Entidades de Atendimento


As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades,
assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos des-
tinados a crianças e adolescentes, em regime de:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 6 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

orientação e apoio sociofamiliar;

apoio socioeducativo em meio aberto;

colocação familiar;

acolhimento institucional;

prestação de serviços à comunidade;

liberdade assistida;

semiliberdade e internação.

As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus


programas, especificando os regimes de atendimento, no Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que
fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.
Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados no
art. 90 do Estatuto serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encar-
regados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o
princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227
da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º do Estatuto.
Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para re-
novação da autorização de funcionamento:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 7 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Entidades não Governamentais


As entidades não governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro
ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. O registro terá valida-
de máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observados os critérios
acima descritos.
Será negado o registro à entidade que:

não ofereça instalações físicas em condições adequadas de


habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;

não apresente plano de trabalho compatível com os princípios


desta Lei;

esteja irregularmente constituída;

tenha em seus quadros pessoas inidôneas;

não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e


deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis.

As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deve-


rão adotar os seguintes princípios:
• Preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
• Integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na fa-
mília natural ou extensa;
• Atendimento personalizado e em pequenos grupos;
• Desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
• Não desmembramento de grupos de irmãos;
• Evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adoles-
centes abrigados;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 8 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Participação na vida da comunidade local;


• Preparação gradativa para desligamento;
• Participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equipara-


do ao guardião, para todos os efeitos de direito.
Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institu-
cional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circuns-
tanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins
da reavaliação prevista no § 1º do art. 19 do Estatuto.

Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão con-
juntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente
em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar.
Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que
desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxí-
lio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança
ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII
do art. 92.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 9 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somen-


te poderão receber recursos públicos se comprovados o atendimento dos princípios, exigên-
cias e finalidades do Estatuto.
O descumprimento das disposições do Estatuto pelo dirigente de entidade que desenvolva
programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da
apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.
Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-
-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente sig-
nificativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de
afeto como prioritárias.
As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter
excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto-
ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da
Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 10 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 11 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, en-


tre outras:
• Observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
• Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de in-
ternação;
• Oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
• Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
• Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
• Comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável
ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
• Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salu-
bridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
• Oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescen-
tes atendidos;
• Oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
• Propiciar escolarização e profissionalização;
• Propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
• Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
• Proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
• Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciên-
cia dos resultados à autoridade competente;
• Informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
• Comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de
moléstias infectocontagiosas;
• Fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
• Manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
• Providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os
tiverem;
• Manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome
do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompa-
nhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem
sua identificação e a individualização do atendimento.

Aplicam-se, no que couberem, tais obrigações às entidades que mantêm programa de abri-
go e a programas de acolhimento institucional e familiar.
No cumprimento das obrigações acima descritas as entidades utilizarão preferencialmen-
te os recursos da comunidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 12 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e adolescen-


tes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar, suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.

Da Fiscalização das Entidades


As entidades governamentais e não governamentais serão fiscalizadas pelo:

Ministério Conselhos
Judiciário
Público Tutelares

Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao Estado ou ao


município, conforme a origem das dotações orçamentárias.
São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação cons-
tante do art. 94 (descrito acima), sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal, de seus
dirigentes ou prepostos:

Entidades Entidades não-


governamentais governamentais

Advertência Advertência

Suspensão total
Afastamento
ou parcial do
provisório de seus
repasse de verbas
dirigentes
públicas

Interdição de
Afastamento
unidades ou
definitivo de seus
suspensão de
dirigentes
programa

Fechamento de
unidade ou Cassação do
interdição de registro
programa

Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem


em risco os direitos assegurados no Estatuto da Criança e do Adolescente, deverá ser o fato
comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente
para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 13 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responde-


rão pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o
descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento


Entidade de atendimento é a responsável pela execução de proteção ou socioeducativo,
podendo ser governamental ou não governamental.
O procedimento de irregularidade pode ser iniciado de ofício, pela autoridade judiciária ou
representação do Ministério Público ou ainda do Conselho Tutelar. Os fatos serão resumidos
e assinados por duas testemunhas, se possível. Esse procedimento tem natureza administra-
tiva, e a competência para apurar eventual irregularidade é do Juiz da Vara da Infância e da
Juventude.
Preconiza o art. 195 do Estatuto que o requerido terá prazo de dez dias para apresentação
de defesa, contado da data da intimação, que será feita:

pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;

por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do


auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando
certidão;

por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;

por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou
de seu representante legal.

Caso não seja apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos
autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Apresentada a defesa, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público,
sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador
do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
autoridade judiciária, que, em seguida, proferirá sentença.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 14 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Das Medidas de Proteção


As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos no Estatuto da criança e do adolescente forem ameaçados ou violados:

por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

em razão de sua conduta.

Das Medidas Específicas de Proteção (Art. 99 ao 102)


As medidas previstas de proteção poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
como substituídas a qualquer tempo.
Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
São também princípios que regem a aplicação das medidas:
• Condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescen-
tes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Consti-
tuição Federal;
• Proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma
contida no Estatuto da criança e do adolescente deve ser voltada à proteção integral e
prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
• Responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos
assegurados a crianças e a adolescentes pelo Estatuto e pela Constituição Federal, sal-
vo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e so-
lidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento
e da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;
• Interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritaria-
mente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da considera-
ção que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses
presentes no caso concreto;
• Privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser
efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
• Intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada
logo que a situação de perigo seja conhecida;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 15 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades


e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção
da criança e do adolescente;
• Proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situ-
ação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
decisão é tomada;
• Responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assu-
mam os seus deveres para com a criança e o adolescente;
• Prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adoles-
cente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua
família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
em família adotiva;
• Obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser
informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
como esta se processa;
• Oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na compa-
nhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou
responsável, têm direito a serem ouvidos e a participarem nos atos e na definição da
medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente consi-
derada pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do
art. 28 do Estatuto.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 16 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
• Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

Orientação, apoio e acompanhamento temporários;


Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção
da família, da criança e do adolescente;
Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou
ambulatorial;
Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoóla-
tras e toxicômanos;
Acolhimento institucional;
Inclusão em programa de acolhimento familiar;
Colocação em família substituta.
Importante registrar que o acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas
provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou,
não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.
Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência
ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 do Estatuto, o afastamento da crian-
ça ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e
importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,
de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que execu-
tam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia
de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, den-
tre outros:

sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu


responsável, se conhecidos;

o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos


de referência;

os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob


sua guarda;

os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 17 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável


pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi-
mento (PIa), visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e funda-
mentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá con-
templar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios do Estatuto.
O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e
a oitiva dos pais ou do responsável.
Constarão do plano individual, dentre outros:

os resultados da avaliação
interdisciplinar;

os compromissos assumidos
pelos pais ou responsável;

a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a


criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
esta vedada por expressa e fundamentada determinação
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.

O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos


pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que iden-
tificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de orientação,
de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com
o adolescente acolhido.
Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de aco-
lhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará
vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à
família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orien-
tação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no
qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa recomenda-
ção, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 18 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição


de tutela ou guarda.
Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso
com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de es-
tudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo
informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação
jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou co-
locação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 do Estatuto.

Terão acesso ao cadastro o: Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da As-
sistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da
Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas
que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e
abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.
As medidas de proteção serão acompanhadas da regularização do registro civil. Verificada
a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
Os registros e certidões necessários à regularização são isentos de multas, custas e emo-
lumentos, gozando de absoluta prioridade.
Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado
à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n. 8.560, de 29 de dezembro de 1992. É dispen-
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após
o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a
criança for encaminhada para adoção.
Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no
assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade
no assento de nascimento e a certidão correspondente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 19 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Do Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar é ÓRGÃO PERMANENTE e AUTÔNOMO, NÃO JURISDICIONAL, encarre-
gado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (Art.
131, Estatuto).
Veja o art. 131 dissecado, através de esquema sobre as características do Conselho Tutelar:

Terminologia Significado

Público municipal, atrelado ao orçamento do poder


Órgão
executivo.

Deve existir em todos os municípios, só poderia ser


Órgão permanente
extinto por lei federal.

O Conselho Tutelar tem autonomia para exercer suas


Órgão autônomo atribuições que estão previstas no Estatuto da criança e
do Adolescente.

Suas atribuições são administrativas. Não pode, por


Órgão não jurisdicional exemplo, decidir sobre questões de alimentos, guarda et.
– tais questões são resolvidas no judiciário.

A escolha dos conselheiros tutelares é realizada por


Encarregado pela sociedade
eleição popular.

Deve o Conselho Tutelar fiscalizar o devido cumprimento


Zelo pelo cumprimento
dos direitos da criança e do adolescente previstos no
dos direitos da criança e do
Estatuto e/ou em qualquer outra legislação que destine
adolescente
proteção para tais pessoas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 20 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

O processo para escolha dos conselheiros é estabelecido em lei municipal e realizado sob
responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e fiscaliza-
do pelo Ministério Público (Art. 139, estatuto).
O art. 132 do Estatuto determina que haverá, no mínimo 01 Conselho Tutelar em cada
município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal, como órgão integrante da ad-
ministração pública local.

Da Composição do Conselho Tutelar

Da composição do Conselho tutelar

Quantidade de membros 05 (cinco)

Forma de escola dos membros Eleição local, voto facultativo.

Mandato 04 anos.

Mediante novos processos de escolha. (Alterado em


2019, acabando a limitação, ou seja, o Conselheiro
Recondução
tutelar poderá ser reconduzido inúmeras vezes,
desde que passe por novo processo de escolha.)

Remuneração Será disposto por lei municipal ou distrital.

Título do membro eleito Conselheiro.

O exercício efetivo da função de Conselheiro constituirá serviço público relevante e


estabelecerá presunção de idoneidade moral (Art. 135, Estatuto).

São IMPEDIDOS de servir no mesmo conselho:


marido e mulher;
ascendente e descendente,
sogro e genro ou nora;
cunhados durante o cunhadio;
tio e sobrinho;
padrasto ou madrasta;
enteado.
Obs.: Estende-se o impedimento do conselheiro em relação à autoridade judiciária e ao
representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em
exercício na comarca, foro regional ou distrital (Art. 140, Estatuto).

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 21 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Os candidatos ao Conselho Tutelar são exigidos os seguintes requisitos:

Reconhecida Idade
Residir no
idoneidade Superior a
Município
Moral 21 anos

Os membros eleitos ao Conselho Tutelar terão os seguintes direitos:

cobertura previdenciária;

gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da


remuneração mensal;

licença-Maternidade;

licença-paternidade;

gratificação Natalina.

Para a escolha dos membros do Conselho Tutelar, o processo de eleição será realizado sob
a responsabilidade do Conselho Municipal dos direitos da Criança e do Adolescente, e fiscali-
zado pelo Ministério Público.
O processo de escolha será a cada 04 anos, no primeiro domingo do mês de outubro e a
posse do conselheiro será dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 22 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Das atribuições do Conselho


• Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses:

E na hipótese do ato infracional ser praticado por criança corresponderão às medidas pre-
vistas no art. 101.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 23 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.


129, I a VII, ou seja:

• Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.
encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou
penal contra os direitos da criança ou adolescente;
encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art.
101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
expedir notificações;
requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e
programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no
art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto
à família natural;
promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 24 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

001. (FGV/TJ-RJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ESPECIALIDADE COMISSÁRIO DE JUSTI-


ÇA/2014) Da Infância, da Juventude e do Idoso
O Conselho Tutelar tem como uma de suas atribuições:
a) colocação em família substituta;
b) afastar a criança ou adolescente, vítima de abuso sexual, do convívio familiar;
c) suspender, preventivamente, o poder familiar;
d) requisitar tratamento médico;
e) decretar a perda da guarda.

As atribuições do Conselho Tutelar estão previstas no art. 136 do Estatuto, do seguinte modo:

São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as me-
didas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas de-
liberações.
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101,
de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e pro-
gramas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220,
§ 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder fami-
liar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
natural.
XII – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treina-
mento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 25 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

De modo que as assertivas relacionadas como possíveis gabaritos, tem-se somente a D, que
encontra amparo no art. 136, III, a, do Estatuto. As demais hipóteses do exercício são de com-
petência da autoridade judiciária
Letra d.

Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamen-


to do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe in-
formações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação,
o apoio e a promoção social da família.
A competência do Conselho Tutelar é determinada da seguinte forma:
• Domicílio dos pais ou responsáveis;
• Local onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

A Justiça da Infância e da Juventude


Os órgãos do poder judiciário brasileiro estão previstos no art. 92 da Constituição Federal
de 1988, e é quem executa a jurisdição. Há uma divisão prevista no citado artigo, para atender
a especificidade de cada área. Veja:

São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A – o Conselho Nacional de Justiça;
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II – A o Tribunal Superior do Trabalho;
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Os Tribunais Superiores (STF, STJ, TST, STM) têm jurisdição em todo território nacional,
conforme o § 2º, do art. 92 da CF/88.
A justiça da infância e da juventude faz parte da justiça comum, denomina-se especialida-
de dentro da Justiça comum. Face sua especificidade, prevê o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente no art. 145:

Os estados e o Distrito Federal PODERÃO criar varas especializadas e exclusivas da infância e da ju-
ventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes,
dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

Antes de falarmos da justiça da infância e da juventude, se faz necessário analisar os prin-


cípios que regem esse tema.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 26 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Dos Princípios
As regras aplicadas aos processos ou procedimentos que tratar de direito da criança ou
do adolescente aplicar-se-á o Estatuto da Criança e do Adolescente, e de forma subsidiária o
Código de Processo Civil ou Penal. De modo que os princípios aplicados neste código de ritos,
também serão aplicados subsidiariamente aos processos onde tratar de direitos da criança e
do adolescente.
Essencialmente serão inseridos princípios constitucionais, que são cogentes, ou seja, de
observância obrigatória. São os chamados princípios-garantias. Observa-se que o legislador
se preocupou em cuidar para que todas as garantias e direitos destinados à criança e ao ado-
lescente fossem respeitados.
Contudo, em razão deste material ser de cunho voltado ao tema da criança e adolescente,
nem todos os princípios processuais serão tratados neste material, contudo serão inseridos os
princípios que tenham maior relevância dentro do desta temática.
Sucintamente pode se afirmar que princípio é de onde tudo se origina, é o começo de todas
as coisas. É base fundamental que sustenta a ordem do conhecimento.

Princípio da Investidura – Juiz

A jurisdição é uma das funções do Estado que substitui os titulares dos interesses confli-
tantes, para, de forma imparcial, buscar a pacificação sobre o tema discutido. Essa pacificação
ocorre mediante a aplicabilidade do direito objetivo que rege o caso apresentado.
O Estado desempenha essa função pacificadora, organizadora mediante o processo. O
processo por sua vez é presidido pela figura do juiz, que é regularmente investido em sua
autoridade.
O Estado, pessoa jurídica de direito público, exerce a jurisdição através de seus agentes,
neste caso, pessoas físicas, os juízes, também denominado juiz natural. Aos juízes são asse-
guradas as seguintes garantias constitucionais: inamovibilidade, vitaliciedade e irredutibilida-
de de subsídios – previstas no art. 95 da Constituição Federal.
De modo específico, estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu art. 146: “A
AUTORIDADE A QUE SE REFERE ESTA LEI É O JUIZ DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE, ou o juiz
que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local”.
Por oportuno, vale ressaltar o art. 148, do Estatuto, que afirma:
A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
• conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato
infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
• conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
• conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 27 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos


à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 2091;
• conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, apli-
cando as medidas cabíveis;
• aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à
criança ou adolescente;
• conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.

Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 982 é também competen-
te a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
• conhecer de pedidos de guarda e tutela;
• conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou
guarda;
• suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
• conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao
exercício do poder familiar;
• conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
• designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de
outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou
adolescente;
• conhecer de ações de alimentos;
• determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e
óbito.

Princípio do Devido Processo Legal

O princípio do devido processo legal garante que o caminho previsto em lei será percorrido
para que a pessoa tenha observadas todas as garantias para que possa se defender.
Tal princípio está esculpido no art. 5º, LIV da Constituição Federal, como garantia funda-
mental: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Em observância a tal comando, o Estatuto da Criança e da Adolescência o reproduziu em
seu art. 110: “Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal”.

1
Art. 209. As ações previstas neste capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omis-
são, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a com-
petência originária dos tribunais superiores.
2
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 28 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

E ainda no que tange ao processo, o Estatuto também estabeleceu em seu art. 111, as
seguintes garantias:
• Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
• Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
• Defesa técnica por advogado;

Resolução 169, art. 6º, § 1º, do


CONANDA, afirma:

A criança e o adolescente têm o


direito de receber assistência jurídica
integral em todas as fases do
procedimento judicial.

• Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;


• Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
• Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do proce-
dimento.

Princípio da Igualdade

A Constituição Federal, em seu art. 5º, I estabelece que todos somos iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, princípio este que decorre de um dos fundamentos da Re-
pública, a dignidade da pessoa humana. Todas as pessoas, independentemente de sua origem,
raça, credo merece ter tratamento igual às demais pessoas.
Ocorre que as pessoas, naturalmente, são desiguais entre si, motivo pelo qual se justifica
diferenciação no tratamento para que de fato seja observado o princípio isonômico pretendido
pelo legislador, é o que se chama de princípio da igualdade material, que consiste em dizer que
desiguais devem ser tratados nas medidas de suas desigualdades, de forma desigual. O trata-
mento desigual tem como escopo superar as diferenças naturais e fazer com que a isonomia
substancial seja alcançada.
A criança e o adolescente em razão da idade de formação precisam ser tratados conforme
suas necessidades específicas.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 29 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Princípio do Contraditório

Trata-se de princípio constitucional, previsto no art. 5º, LV, da Carta Magna, que estabelece:

aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o

contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Este princípio também é aplicado em processos ou procedimentos que tenham como inte-
resse da criança e/ou do adolescente.

Princípio do Acesso à Justiça

Princípio previsto no art. 5º, XXXV da Constituição Federal, que garante o acesso à justiça.
Esse acesso ocorre de forma organizada, através de instrumentos processuais aptos para efe-
tiva realização do direito.
O Estatuto da Criança e do Adolescente por sua vez estabelece:

É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e

ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

Para se efetivar essa garantia, o Estatuto estabelece algumas normas facilitadoras para se
concretizar o acesso, como:
• Justiça gratuita;
• Isenção de custas e emolumentos;
• Nomeação de curador especial a criança e/ou adolescente sempre que os interesses
destes colidirem com os daqueles.

E por fim, os Estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas
da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade
por número de habitantes, dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive
em plantões.

Princípio do Promotor Natural

O Ministério Público é essencial à função jurisdicional conforme previsão do art. 127 da


Constituição Federal. E aos membros do Ministério Público, os promotores de justiça, são as-
seguradas as mesmas garantias da magistratura, previsto no art. 128 da CF/88:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 30 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Irredutibilidade
Inamovibilidade Vitaliciedade
de subsídios

Aos promotores aplicam-se ainda, os princípios institucionais:

Independência
Unidade Indivisibilidade
funcional

Sobre o tema, o art. 141 do Estatuto garante o acesso da criança e do adolescente ao Mi-
nistério Público. O capítulo V do Estatuto estabelece sobre o MP, no art. 201:
Compete ao Ministério Público:
• conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
• promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adoles-
centes;
• promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da
Infância e da Juventude;
• promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição
de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administra-
dores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 983;
• promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individu-
ais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no
art. 220, § 3º, II, da Constituição Federal4;
3
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos
nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.
4
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
[...]
§ 3º Compete à lei federal:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 31 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:


− expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia
civil ou militar;
− requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,
estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspe-
ções e diligências investigatórias;
− requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
• instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração
de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à in-
fância e à juventude;
• zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e ado-
lescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII, poderá o


representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o
competente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
dia, local e horário previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo
razoável para sua perfeita adequação.

• impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, ins-


tância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à
criança e ao adolescente;
• representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra
as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsa-
bilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
• inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que
trata o Estatuto, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessá-
rias à remoção de irregularidades porventura verificadas;

[...]
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de progra-
mas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 32 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,
educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
atribuições.

Ao Ministério Público o Estatuto prevê:


• no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou
adolescente;
• será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, nas
hipóteses legais de sigilo;
• nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Mi-
nistério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida o Estatuto, hipótese
em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer
diligências, usando os recursos cabíveis;
• a intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente;
• a falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será decla-
rada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
• as manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser fun-
damentadas.

E por fim, o art. 200, do Estatuto, estabelece que as funções do Ministério Público sejam
exercidas nos termos da Lei orgânica.

Do Princípio da Motivação das Decisões

Sobre a motivação das decisões, a Constituição Federal determina:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas
as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às pró-
prias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disci-
plinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

Fundamentar as decisões significa que o princípio do devido processo legal fora observa-
do. A não observância da fundamentação será a decretação de NULIDADE DA DECISÃO.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 33 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Princípio da Publicidade

A publicidade é uma garantia do Estado Democrático de Direito, pois determina a transpa-


rência aos atos.
Assim a norma constitucional preconiza:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
[...]
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário SERÃO PÚBLICOS, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos,
às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

A Constituição Federal em seu art. 5º, LX, dispõe: “a lei só poderá restringir a publicidade
dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”.
O Estatuto rege sobre o SEGREDO DE JUSTIÇA, em observância a tal determinação inseriu
os seguintes artigos:

Art. 143. E vedada à divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Princípio da Prioridade Absoluta

Colocar a criança e o adolescente como PRIORIDADE ABSOLUTA DO ESTADO é obedecer


ao comando constitucional que estabelece em seu art. 227:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, COM


ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissiona-
lização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além
de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.

Esta prioridade refere-se a todas as áreas que tocam a criança e ao adolescente, todavia,
como o tópico refere-se aos procedimentos e aos processos, o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, em consonância com artigo supracitado, em seu art. 152, § 2º, preconiza que:

É assegurado, sob pena de responsabilidade, PRIORIDADE ABSOLUTA na tramitação dos processos


e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles
referentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 34 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Neste sentido, o Estatuto, também prioriza, em fase recursal, processos que tenham in-
teresses de criança e adolescente, no seguinte teor esculpido no art. 199-D: “O relator deverá
colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado
da sua conclusão”. Por oportuno, vale registrar que o prazo em caso de recurso, seguirá a regra
do Estatuto, ou seja, será contado em dias CORRIDOS.

Da Inversão do Princípio da Inércia de Jurisdição

O princípio da inércia de jurisdição estabelece que o juiz para agir deve ser provocado pela
parte interessada, todavia, o art. 153, do Estatuto, excepciona tal princípio. Veja:

Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei,

A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PODERÁ INVESTIGAR OS FATOS E ORDENAR DE OFÍCIO AS PROVIDÊN-

CIAS NECESSÁRIAS, ouvido o Ministério Público.

Note que o juiz, DE OFÍCIO, poderá determinar providências necessárias, sem ser provoca-
do por meio de ação, inclusive o Superior Tribunal de Justiça5, decidiu neste sentido:

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.


PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO PARA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTI-
DADE DE ATENDIMENTO. TUTELA LIMINAR ESPECÍFICA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, COM
MULTA COMINATÓRIA. ESTIPULAÇÃO DE PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETO
DE CORREÇÃO DAS IRREGULARIDADES, ESPECIFICANDO AS AÇÕES NECESSÁRIAS
E O CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO. LEGALIDADE. ART. 193, § 3º, DO ECA, C/C ARTS.
152 DO MESMO DIPLOMA LEGAL. EXPRESSA PREVISÃO DE INCIDÊNCIA SUBSIDIÁRIA
DAS NORMAS GERAIS PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL PERTINENTE. PODER
GERAL DE CAUTELA E DE TUTELA ANTECIPATÓRIA COMO PRERROGATIVA ÍNSITA AO
EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DECISÓRIA. CONSECTÁRIO LÓGICO DA TEORIA DOS PODERES
IMPLÍCITOS. RECONHECIMENTO PELO STF DA APLICABILIDADE AO PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. A CONCESSÃO DOS FINS IMPORTA A CONCESSÃO DOS MEIOS. ART.
153 DO ECA. PREVISÃO EXPLÍCITA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA A AUTORIDADE JUDI-
CIÁRIA ORDENAR TODAS AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS À EFETIVA, PREFERENCIAL
E INTEGRAL DOS DIREITOS TUTELADOS PELA NORMA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO”.

5
Disponível em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/549846767/recurso-especial-resp-
-1653359-mg-2017-0027890-8>. Acesso em: 21 out. 2019.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 35 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Duplo Grau de Jurisdição

O Estatuto da Criança e do Adolescente preconiza o art. 198, caput:

Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução


das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
[...].

Assim, em regra geral, o processo se inicia em primeira instância, juízo monocrático, to-
davia, em razão do Duplo Grau de Jurisdição, é possível que a decisão possa ser revista pelo
Tribunal de Justiça, ou ainda, por Tribunais Superiores, como o STJ ou STF, onde o julgamento
será colegiado.

Competência

A competência é meio de limitar a jurisdição de cada um dos órgãos do Poder Judiciário,


com intuito de evitar a existência de conflito entre eles, para o conhecimento das causas que
lhe forem endereçadas. Vale lembrar que a JURIDISDIÇÃO é PODER-DEVER do Estado de dizer
o direito diante do caso concreto e ainda de que é função inerte do Estado, ou seja, agirá, em
regra, quando for provocado pelo interessado.
Oportuno registrar que as varas da infância e juventude NÃO SÃO INTEGRANTES DA DENO-
MINADA JUSTIÇA ESPECIALIZADA, mas são ESPECIALIZAÇÃO DA JUSTIÇA COMUM, motivo
pelo qual deve o poder judiciário estadual criar e instalar tais órgãos (Art. 146, Estatuto).
Não são todas as comarcas que têm uma vara de infância e juventude, até mesmo por
uma questão de logística, uma vez que não é obrigatório, contudo, deve ter órgão jurisdicional
investido de competência para conhecer dos temas enxertados no Estatuto.
A doutrina, como, por exemplo, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade Maciel (2013), criou
três critérios para se definir competência: objetivo, funcional e territorial. Numa brevíssima
síntese, observe.

critério objetivo
critério funcional
fixa competência a
partir do valor da critério territorial
que regulam as
causa, natureza da atribuições dos
causa e qualidade da é ligado ao aspecto
diversos órgãos geográfico
parte jurisdicionais que
devam atuar em
determinado processo

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 36 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

A competência ainda pode ser: Relativa ou Absoluta.


Nesta classificação da competência em algumas situações, o legislativo entendeu que não
poderiam as partes ou o órgão judicial alterar, pois assim foram fixadas em razão do interesse
público, para que a função jurisdicional pudesse ser melhor exercida, nestas hipóteses, têm-se
a competência ABSOLUTA, ou seja, aquela definida em razão da matéria funcional. O Código
de Processo Civil determina que sendo o juízo absolutamente incompetente, todos os atos
decisórios serão NULOS, ou seja, nenhum efeito será produzido.
Em outras situações, o legislador permitiu as partes liberdade para modificar em razão de
serem mais benéficas a estas, situações que se tem a competência RELATIVA, esta definida
em razão do território ou do valor da causa. Se eventualmente não for arguida no momento pro-
cessual oportuno, haverá prorrogação da competência do juízo, tornando-se este competente
para conhecer de uma demanda em que originariamente não seria.
Após esta brevíssima exposição, abordar-se-á o tema da competência conforme previsão
do Estatuto.

O art. 147 da citada norma estabelece competência em razão de território, portanto


RELATIVA, veja:

Art. 147. A competência será determinada:


I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, ob-
servadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais
ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que
atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária
do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmisso-
ras ou retransmissoras do respectivo estado.

Por sua vez, o art. 148, do Estatuto da Criança e do Adolescente, fixa competência em ra-
zão da matéria, ou seja, COMPETÊNCIA ABSOLUTA. Deste modo estabelecem em rol exempli-
ficativo algumas da competência da Justiça da Infância e da Juventude:

A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:


I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracio-
nal atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à crian-
ça e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 37 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando as
medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança
ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.

Por sua vez, o parágrafo único estabelece:

Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98 é também competente a Justi-
ça da Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do
poder familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros
procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.

Oportuna leitura do REsp 1846781 – MS julgado pelo Superior Tribunal de Justiça 6, firman-
do tese de que a Justiça da Infância e da Juventude tem competência absoluta para processar
e julgar causa envolvendo matrícula de menores em creches ou escolas, nos termos dos art.
148, IV e 209 da Lei n. 8.069/90. Leia a ementa:

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE


CONTROVÉRSIA DE NATUREZA REPETITIVA. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.
JUÍZO DA VARA DA INFÂNCIA, DA ADOLESCÊNCIA E DO IDOSO DA COMARCA DE CAMPO
GRANDE/MS E JUÍZO DE DIREITO DA 3ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA E REGISTROS
PÚBLICOS DA COMARCA DE CAMPO GRANDE/MS. DIREITO À EDUCAÇÃO. CRECHE.
VAGA PARA MENOR EM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL - CEINF PRÓXIMO À SUA RESI-
DÊNCIA. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE. ARTS.
148, IV, E 209 DA LEI 8.069/90. PRECEDENTES DO STJ. TESE FIRMADA SOB O RITO DOS
RECURSOS ESPECIAIS REPETITIVOS. ART. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015. RECURSO
ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. I. O Recurso Especial foi interposto contra acórdão
publicado em 23/05/2019, na vigência do CPC/2015, orientando-se o caso pelo Enun-
ciado Administrativo 3/STJ (“Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015
(relativos a decisões publicadas a partir de 18/03/2016) serão exigidos os requisitos de

6
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1205684781/recurso-especial-resp-
-1846781-ms-2019-0328831-5/inteiro-teor-1205684787. Acesso em: 28 jan. 2022.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 38 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

admissibilidade recursal na forma do novo CPC”). II. A controvérsia ora em apreciação,


submetida ao rito dos recursos especiais representativos de controvérsia, nos termos do
art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, cinge-se a estabelecer a competência para proces-
sar e julgar causas envolvendo matrícula de menores em creches ou escolas, se da Vara
da Fazenda Pública ou da Vara da Infância e da Juventude, conforme o seguinte tema:
“Controvérsia acerca da competência da Vara da Fazenda Pública ou da Vara da Infância
e da Juventude para processar e julgar causas envolvendo matrícula de menores em cre-
ches ou escolas”. III. Na origem, trata-se de Conflito Negativo de Competência, suscitado
pelo Juízo da Vara da Infância, da Adolescência e do Idoso da Comarca de Campo Grande/
MS em face do Juízo de Direito da 3ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos da
Comarca de Campo Grande/MS, a fim de definir a competência para processar e julgar
Mandado de Segurança impetrado por menores com idade inferior a 5 (cinco) anos, ora
recorrentes, representados por sua genitora, contra ato da Secretária de Educação do
Município de Campo Grande/MS, que lhes negara vaga e matrícula em Centro de Educa-
ção Infantil - CEINF próximo à sua residência. O Mandado de Segurança foi distribuído ao
Juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública e Registros Públicos da Comarca de Campo Grande/
MS, que, invocando os arts. 98 e 148 da Lei 8.069/90, declinou da competência para a
Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da referida Comarca, Juízo que, por sua vez,
suscitou Conflito Negativo de Competência perante o Tribunal de origem, que, no acórdão
recorrido, deu pela competência do Juízo suscitado, ou seja, o Juízo da 3ª Vara da Fazenda
Pública e de Registros Públicos da Comarca de Campo Grande/MS. IV. No caso dos autos,
o acórdão recorrido, interpretando os arts. 98 e 148 da Lei 8.069/90, concluiu que “o Juízo
da Infância e Juventude possui competência para julgar apenas os casos em que se dis-
cutam direitos que estejam previstos expressa e exclusivamente no Estatuto da Criança
e do Adolescente. Ou seja, somente as situações envolvendo situação irregular e de risco
grave de violação de direitos típicos da infância ou da juventude, tais como guarda, ali-
mentos, adoção, consoante dispostos nos artigos 98 e 148, do ECA”, o que não ocorreria,
in casu, por se tratar de demanda na qual menores de idade inferior a 5 (cinco) anos,
representados pela genitora, postulam vaga em Centro de Ensino Infantil - CEINF público,
próximo à sua residência. V. Os trinta anos da instituição do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, completados em 13/07/2020, celebram a mudança de paradigma da doutrina
da situação irregular, advinda dos Códigos de Menores, para a teoria da proteção integral,
garantidora da prioridade absoluta às crianças e aos adolescentes, no âmbito do Estado,
da família e da sociedade, abraçada pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei 8.069/90.
VI. Com lastro na Constituição Federal de 1988, a Lei 8.069/90 assegura expressamente,
à criança e ao adolescente, o direito à educação como direito público subjetivo, mediante
“acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no
mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 39 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

educação básica” (art. 53, V), bem como “atendimento em creche e pré-escola às crian-
ças de zero a cinco anos de idade” (art. 54, IV). O art. 148 da Lei 8.069/90 estabelece que
“a Justiça da Infância e da Juventude é competente para: (...) IV - conhecer de ações civis
fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adoles-
cente, observado o disposto no art. 209”. VII. A Lei 8.069/90 estabelece, no seu Capítulo
VII, disposições relativas “às ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegu-
rados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular” (...)
“do ensino obrigatório” e “de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a
cinco anos de idade” (art. 208, I e III), estatuindo que “as ações previstas neste Capítulo
serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
juízo terá competência absoluta para processar e julgar a causa, ressalvadas a compe-
tência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores” (art. 209).
VIII. A jurisprudência do STJ, interpretando os arts. 148, IV, e 209 da Lei 8.069/90, firmou
entendimento, ao apreciar casos relativos ao direito à saúde e à educação de crianças e
adolescentes, pela competência absoluta do Juízo da Infância e da Juventude para pro-
cessar e julgar demandas que visem proteger direitos individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, independentemente de o menor encontrar-se ou não
em situação de risco ou abandono, porquanto “os arts. 148 e 209 do ECA não excepcio-
nam a competência da Justiça da Infância e do Adolescente, ressalvadas aquelas esta-
belecidas constitucionalmente, quais sejam, da Justiça Federal e de competência origi-
nária” (STJ, REsp 1.199.587/SE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 12/11/2010). Em igual sentido: “Esta Corte já consolidou o entendimento
de que a competência da vara da infância e juventude para apreciar pedidos referentes ao
menor de idade é absoluta, consoante art. 148, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente” (STJ, AgRg no REsp 1.464.637/ES, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA
TURMA, DJe de 28/03/2016). Adotando o mesmo entendimento: STJ, REsp 1.486.219/
MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 04/12/2014; REsp
1.217.380/SE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe de 25/05/2011; REsp
1.201.623/SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de
13/04/2011; REsp 1.231.489/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe
de 19/06/2013; EDcl no AREsp 24.798/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, DJe de 16/02/2012. IX. Examinando caso idêntico ao ora em apreciação, a
Segunda Turma do STJ firmou o seguinte entendimento: “O Estatuto da Criança e do Ado-
lescente é lex specialis, prevalece sobre a regra geral de competência das Varas de
Fazenda Pública, quando o feito envolver Ação Civil Pública em favor da criança ou do
adolescente, na qual se pleiteia acesso às ações ou aos serviços públicos, independente-
mente de o infante estar em situação de abandono ou risco, em razão do relevante inte-
resse social e pela importância do bem jurídico tutelado. Na forma da jurisprudência do

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 40 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

STJ, ‘a competência da vara da infância e juventude para apreciar pedidos referentes ao


menor de idade é absoluta, consoante art. 148, inciso IV, do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente’ (STJ, AgRg no REsp 1.464.637/ES, Rel.Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe
de 28.3.2016). Assim, ao afastar a competência da Vara da Infância, da Adolescência e
do Idoso para o julgamento de mandamus destinado a assegurar vaga em creche para
menor, o Tribunal local dissentiu do entendimento desta Corte Superior, devendo o acór-
dão vergastado ser reformado” (STJ, REsp 1.833.909/MS, Rel. Ministro HERMAN BENJA-
MIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 19/12/2019). No mesmo sentido, apreciando hipóteses
idênticas à ora em julgamento: STJ, REsp 1.760.648/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, DJe de 08/02/2019; REsp 1.762.782/MS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGA-
LHÃES, DJe de 11/12/2018. X. Tese jurídica firmada: “A Justiça da Infância e da Juven-
tude tem competência absoluta para processar e julgar causas envolvendo matrícula de
menores em creches ou escolas, nos termos dos arts. 148, IV, e 209 da Lei 8.069/90.” XI.
Recurso Especial conhecido e provido, para reconhecer a competência do Juízo da Vara
da Infância, da Adolescência e do Idoso da Comarca de Campo Grande/MS. XII. Recurso
Especial julgado sob a sistemática dos recursos especiais representativos de controvér-
sia (art. 1.036 e seguintes do CPC/2005 e art. 256-N e seguintes do RISTJ).
(STJ - REsp: 1846781 MS 2019/0328831-5, Relator: Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
Data de Julgamento: 10/02/2021, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe
29/03/2021)

Ainda sobre o tema competência, o art. 149, do Estatuto, preconiza que:

Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de PORTARIA, ou autorizar, MEDIANTE ALVARÁ:


I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável,
em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros
fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 41 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso,
vedadas as determinações de caráter geral.

Faço um adendo aqui, para diferenciar portaria e alvará, assim, segundo Rossato, Lépore e
Cunha (2019):

as portarias são atos que disciplinam situações concretas, em particular, as diversões públicas da
criança e do adolescente. Geralmente estabelecem condições para que a criança e o adolescente
possam usufruir determinados locais. Exemplo: condições para a entrada de adolescentes desa-
companhados de seus pais em determinado estádio de futebol. Por sua vez, segundo os mesmos
autores, os alvarás judiciais são dirigidos a determinadas pessoa física ou jurídica como ocorre, por
exemplo, para a participação de determinada criança em certame de beleza.

Ainda sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça7 entende que é necessário alvará judicial
para menor participar de programa de televisão, nos seguintes termos:

STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AgRg no Ag 663273 RJ


2005/0031344-2 (STJ)
EMENTA
PROCESSO CIVIL - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - PARTICIPAÇÃO DE
MENOR EM PROGRAMA DE TELEVISÃO - ALVARÁ JUDICIAL - NECESSIDADE. 1. O art.
149, I, do ECA aplica-se às hipóteses em que crianças ou adolescentes participam, na
condição de espectadores, de evento público, sendo imprescindível a autorização judi-
cial se desacompanhados dos pais e/ou responsáveis. 2. O art. 149, II, do ECA, diferen-
temente, refere-se à criança ou adolescente na condição de participante do espetáculo,
sendo necessário o alvará judicial ainda que acompanhados dos pais ou responsáveis.
3. Os programas televisivos têm natureza de espetáculo público, enquadrando-se a situa-
ção na hipótese do inciso II do art. 149 do ECA. 4.A autorização dos representantes legais
não supre a falta de alvará judicial. Agravo regimental improvido.

Dos Procedimentos Especiais do Estatuto da Criança e do Adolescente


A tutela jurisdicional destinada à criança e adolescente é diferenciada, de modo que o Esta-
tuto da Criança e do Adolescente prevê as normas processuais e procedimentais específicas,
e em caráter subsidiário (Art. 152, Estatuto), as normas previstas na legislação processual
para os feitos que tramitam perante as Varas da Justiça da Infância e da Juventude. Contudo,
7
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9054632/agravo-regimental-no-agravo-de-
instrumento-agrg-no-ag-663273-rj-2005-0031344-2-stj/certidao-de-julgamento-14234013. Acesso em: 26
jul 2020.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 42 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

tal norma não regrou sistematicamente ou organizadamente sobre processo, razão pela qual
seguiremos um rito que entendemos ser o mais facilitador da compreensão e dos estudos.
Nos processos e procedimentos que envolvem crianças e adolescentes reiteramos que
estas GOZAM DE PRIORIDADE ABSOLUTA, sob pena de responsabilidade a teor do parágrafo
único do art. 152 do Estatuto.

Dos Prazos
O Estatuto da Criança e do Adolescente, no ano de 2017, teve a inserção do parágrafo
2º do art. 152, no que tange a contagem dos prazos, prevendo de forma diferente do Código
brasileiro de ritos, o Código de Processo Civil, o que inicialmente gerou divergência, contudo,
já pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça, o que será explicado de forma pormenorizada.
Sobre os prazos estabelecidos no Estatuto, importante observar o art. 152, § 2º, que
estabelece:

OS PRAZOS ESTABELECIDOS NESTA LEI E APLICÁVEIS AOS SEUS PROCEDIMENTOS SÃO CONTA-
DOS EM DIAS CORRIDOS, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo
em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.

Sobre a contagem do prazo, vale observar o art. 219 do Código de Processo Civil de 2016,
que afirma: “Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, COMPUTAR-SE-
-ÃO SOMENTE OS DIAS ÚTEIS”.
Considerando que a norma processual foi modificada e entrou em vigor no ano de 2016,
trazendo a contagem de prazo em dias úteis, e o Estatuto da Criança teve a inserção do § 2º,
do art. 152, no ano de 2017, afirmando que o prazo deve ser contado em dias corridos, a diver-
gência tornou-se clara quanto qual norma deveria ser aplicada aos processos que tramitam
perante a Vara da Infância e Juventude. Contudo, o Superior Tribunal de Justiça8, conforme
Informativo n. 0647, datado de 24/05/2019, firmou tese de que:

A previsão expressa no ECA da contagem dos prazos nos ritos nela regulados em dias corridos im-
pede a aplicação subsidiária do art. 219 do CPC/2015, que prevê o cálculo em dias úteis.

Diante de tal tese, no momento, não há razão para insistir na celeuma, de modo que apli-
car-se-á a regra do Estatuto, ou seja, OS PRAZOS PROCESSUAIS DE NATUREZA CIVIL SERÃO
CONTADOS EM DIAS CORRIDOS.
Vale registrar que prazos de medida protetiva continuam sendo contados em dias corridos.
Quanto aos prazos destinados a apuração de ato infracional, a apuração deverá ocorrer
através de procedimento não civil, perante a Vara da Infância e Juventude. A norma primária a
ser aplicada neste procedimento é o Estatuto da Criança e do Adolescente, e de forma subsidi-

8
Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2019/07/informativo-comentado-647-stj.html. Acesso em: 26 jul 2020.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 43 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

ária o Código de Processo Penal. Neste caso não há divergência quanto à forma de se contar
o prazo, vez que o Código citado prevê em seu art. 798:

Todos os prazos correrão em cartório e SERÃO CONTÍNUOS e peremptórios, não se interrompendo

por férias, domingo ou dia feriado.

Para finalizar, o art. 152, § 2º, do Estatuto, prevê:

[...] VEDADO o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.

Da Capacidade Processual
A regulamentação da capacidade processual se fundamenta no Código Civil quando o art.
5º afirma:

A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos

os atos da vida civil.

A pessoa apta para os atos da vida civil tem capacidade para estar em juízo, ou seja, tem
capacidade processual.
Ocorre que o Estatuto é regra destinada a menores de idade, ou seja, pessoas que ainda
não atingiram a maioridade civil, o que significa que tais pessoas, naturalmente, não gozam de
capacidade processual.
As pessoas tuteladas pelo Estatuto são denominadas crianças, aquelas que têm idade
até 12 anos incompletos, e adolescentes, aqueles que têm entre 12 anos e 18 anos de idade
incompletos, de modo que, para que estejam em juízo, é preciso observar as seguintes regras:
Crianças – pessoa até doze Adolescentes - entre doze e dezoito anos
anos de idade incompletos de idade
(Art. 2º, Estatuto) (Art. 2º, Estatuto)

Incapacidade civil absoluta: os


Incapacidade Civil Relativa: os maiores de dezesseis e
menores de 16 (dezesseis) anos.
menores de dezoito anos (Art. 4º, CC).
(Art. 3º, CC).

Portanto, para estar em juízo, seguem as regras abaixo:

Pessoas que tenham entre Pessoas que tenham até


Pessoas com 18 anos de idade
16 e 18 anos incompletos. 16 anos incompletos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 44 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Crianças – pessoa até doze Adolescentes - entre doze e dezoito anos


anos de idade incompletos de idade
(Art. 2º, Estatuto) (Art. 2º, Estatuto)
Para estarem em juízo
precisam ser ASSISTIDAS,
pelos pais ou responsáveis.
Art. 142, Estatuto: [...] os Para estarem em
maiores de dezesseis e juízo precisam ser
menores de vinte e um anos REPRESENTADAS,
assistidos [...]. pelos pais ou
Podem estar sozinhas em juízo Obs.: Importante lembrar responsáveis.
que em casos expressos em Art. 142, Estatuto:
lei, o Estatuto, em caráter “Os menores de
excepcional será aplicado dezesseis anos serão
para pessoas que tenham representados [...]”.
idade entre 18 a 21 anos
de idade (Art. 2º, parágrafo
único – Estatuto)
Quando houver colisão de interesses da criança ou do adolescente com seus pais ou
responsáveis, o juiz nomeará curador especial para atuar nos interesses da criança e/ou
adolescente.

Da Gratuidade de Justiça
Para se fazer cumprir o princípio do livre acesso ao judiciário, o legislativo cria regras para
atingir este objetivo. Portanto, a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIV, garante:

o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de re-
cursos.

Dessa forma, esta regra também está prevista em outros dispositivos legais, como, por
exemplo, a Lei n. 1.060/50, e o Código de Processo Civil, contudo, de forma específica, insere-
-se o comando oriundo do Estatuto:

Art. 141,
[...]
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas
e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

Recurso
O capítulo IV do Estatuto é destinado a tratar sobre o tema dos recursos. O art. 198
estabelece:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 45 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução
das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e
para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;
III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do ins-
trumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo
ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à
superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorren-
te; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do
Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.

Da sentença prolatada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude é cabível Recurso de


Apelação, no prazo de 10 dias, desprovida de efeito suspensivo.
Segundo Neves (2016), o recurso de apelação é o cabível contra a sentença seja ela termi-
nativa (Art. 485, CPC) ou definitiva (art. 487, CPC). Afirma-se que pouco importa a espécie de
processo ou de procedimento, havendo uma sentença o recurso cabível será o de Apelação.
Também é irrelevante saber-se a natureza do processo ou o tipo do procedimento, porque inde-
pendentemente de qualquer dessas considerações, havendo uma sentença, o dispositivo ora
comentado indica o cabimento de apelação.
Sobre o recurso de apelação, o Estatuto preconiza: “Art. 199. Contra as decisões proferi-
das com base no art. 149 caberá RECURSO DE APELAÇÃO”. O caput apresenta o recurso em
situações genéricas, contudo a própria lei o especifica diante de cada situação. Veja o quadro:
Da sentença, Recurso de Apelação

Fundamento Sentença Recurso Efeitos do


Efeitos Exceção
legal que... cabível recurso

Adoção
internacional
ou houver
Produz
Deferir a perigo de dano
Art. 199-A efeito APELAÇÃO Devolutivo
adoção. irreparável ou
desde logo.
ainda, difícil
reparação ao
adotando.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 46 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Da sentença, Recurso de Apelação


Destituir
ambos ou
qualquer
Art. 199-B dos APELAÇÃO Devolutivo
genitores
do poder
familiar.
Observações:
Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar serão
processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em
mesa para julgamento SEM REVISÃO e com parecer urgente do Ministério Público (Art.
199-C);
O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, contado da sua conclusão (Art. 199, D);
O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se entender
necessário, apresentar oralmente seu parecer;
O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatarem o descumprimento das providências e do prazo previstos
nesses artigos.
Portanto, o Estatuto da criança e do adolescente estabelece no artigo 199-B:

A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar FICA SUJEITA A APE-
LAÇÃO, QUE DEVERÁ SER RECEBIDA APENAS NO EFEITO DEVOLUTIVO.

Do Advogado
A criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis e qualquer pessoa que tenha legítimo
interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos ATRAVÉS DO ADVOGADO (jus
postulandi). A Constituição Federal em seu art. 133 estabelece que o advogado é indispensá-
vel para a manutenção da justiça. Aos que necessitarem será prestada assistência judiciária
integral e gratuita.
O advogado será intimado para todos os atos PESSOALMENTE ou por PUBLICAÇÃO OFI-
CIAL, respeitado o segredo de justiça.
Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor. Se não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência. Todavia, a ausência
do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 47 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido
constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade
judiciária.

Das Garantias Processuais


Como dito, o princípio do devido processo legal deve ser observado, de modo que nenhum
adolescente seja privado de sua liberdade sem observância de tal princípio. Sobre as garantias
processuais, o Estatuto, em seu art. 111, garante:

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equiva-
lente;
II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
III – defesa técnica por advogado;
IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos


da Criança e do Adolescente

Violam a proteção dos interesses da criança e do adolescente o não oferecimento ou ofer-


ta irregular de:
• Ensino obrigatório;
• Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
• Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
• Ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
• Programas suplementares de oferta de material didático escolar, transporte e assistên-
cia à saúde do educando do ensino fundamental;
• Serviço de assistência social visando à proteção da família, à maternidade, à infância e à
adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitarem;
• Acesso às ações e serviços de saúde;
• Escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade;
• Ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e des-
tinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes;
• Programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação
de medidas de proteção;
• Políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou
testemunha de violência.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 48 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As hipóteses previstas acima não excluem da proteção judicial outros interesses individu-
ais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição
e pela Lei.
A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediata-
mente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos,
aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, for-
necendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.

Competência para Julgar Violação da Proteção Judicial dos Interesses


Individuais, Difusos e Coletivos
A competência ABSOLUTA, neste caso, está prevista no art. 209, do Estatuto da Criança e
do Adolescente:

As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a
ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a com-
petência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.

Legitimidade Concorrente para Propositura de Ações Cíveis Fundadas


em Interesses Coletivos ou Difusos

Para defesa dos direitos e interesses protegidos por pelo Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes, e aplicam-se às ações as
normas do Código de Processo Civil.
Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajusta-
mento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
Nas ações previstas neste tópico não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorá-
rios periciais e qualquer outra despesa.

Instrução da Inicial
Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de
qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias,
no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexis-
tência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos
do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 49 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivadas, serão remetidos, sob


pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministé-
rio Público.
Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Con-
selho Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
informação.
A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior
do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, des-
de logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Ação Mandamental
Será cabível ação mandamental contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público que lesem DIREITO LÍ-
QUIDO e CERTO previsto no Estatuto. Tal ação será regida pelas regras da Lei do Mandado de
Segurança.

Ação de Obrigação de Fazer ou de não Fazer


Nas ações que tenham por objeto obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.
Nestes casos, sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justifica-
ção prévia, citando o réu. Hipótese em que o juiz impor multa diária ao réu, independente do
pedido do autor. A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favo-
rável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Essas multas serão revertidas ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
Adolescente do município. As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mes-
mos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
oficial de crédito, em conta com correção monetária.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 50 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Da Sentença Transitado em Julgado


Após o trânsito em julgado da sentença que condenar o poder público, o juiz remeterá as
peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua ação ou omissão.
Passados 60 dias do trânsito em julgado sem que a associação autora promova execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultado igual iniciativa aos demais legitimados.
O juiz condenará a associação autora a pagar os honorários advocatícios ao réu, quando
conhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela pro-
positura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
responsabilidade por perdas e danos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 51 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

RESUMO
• Política de atendimento

Política de
atendimento far-se-á
através de:

conjunto articulado da União, dos


de ações estados, do Distrito
governamentais e Federal e dos
não-governamentais; municípios.

• Linhas de ação da política de atendimento:


− Políticas sociais básicas;
− Serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de pro-
teção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos
ou reincidências;
− Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
− Serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
− Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adoles-
cente.
− Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento
do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar
de crianças e adolescentes;
− Campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adoles-
centes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou
com deficiências e de grupos de irmãos.
• Diretrizes da política de atendimento:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 52 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

− Municipalização do atendimento;
− Criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, as-
segurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas,
segundo leis federal, estaduais e municipais;
− Criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização po-
lítico-administrativa;
− Manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
− Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Se-
gurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para
efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria
de ato infracional;
− Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Con-
selho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assis-
tência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes
inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua
rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovada-
mente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
previstas no art. 28 desta Lei;
− Mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos seg-
mentos da sociedade;
− Especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferen-
tes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos
da criança e sobre desenvolvimento infantil;
− Formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do ado-
lescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adoles-
cente e seu desenvolvimento integral;
− Realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre pre-
venção da violência.
• Entidades de atendimento: responsáveis pela manutenção das próprias unidades, como
pelo planejamento e execução dos programas de proteção e socioeducativos, em regi-
me de:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 53 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

orientação e apoio sociofamiliar;

apoio socioeducativo em meio aberto;

colocação familiar;

acolhimento institucional;

prestação de serviços à comunidade;

liberdade assistida;

semiliberdade e internação.

• As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de


seus programas, especificando os regimes de atendimento, no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente.
• Programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios
para renovação da autorização de funcionamento:

1
o efetivo respeito às regras e
2
princípios do Estatuto, bem
a qualidade e eficiência do
3
como às resoluções relativas
à modalidade de trabalho desenvolvido,
atendimento prestado atestadas pelo Conselho em se tratando de
expedidas pelos Conselhos Tutelar, pelo Ministério programas de acolhimento
de Direitos da Criança e do Público e pela Justiça da institucional ou familiar,
Adolescente, em todos os Infância e da Juventude; serão considerados os
níveis; índices de sucesso na
reintegração familiar ou de
adaptação à família
substituta, conforme o caso.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 54 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Entidades não governamentais: somente poderão funcionar depois de registradas no


Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente. Será negado o registro à
entidade que:

não ofereça instalações físicas em condições


adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
segurança;

não apresente plano de trabalho compatível com os


princípios desta Lei;

esteja irregularmente constituída;

tenha em seus quadros pessoas inidôneas;

não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e


deliberações relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da
Criança e do Adolescente, em todos os níveis.

• Entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão


adotar os seguintes princípios:
− Preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
− Integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na
família natural ou extensa;
− Atendimento personalizado e em pequenos grupos;
− Desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
− Não desmembramento de grupos de irmãos;
− Evitar, sempre que possível, a transferência de crianças e adolescentes abrigados
para outras entidades;
− Participação na vida da comunidade local;
− Preparação gradativa para desligamento;
− Participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
• O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equipa-
rado ao guardião, para todos os efeitos de direito.
• As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações,
entre outras:
− Observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
− Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 55 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;



Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

Comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre invi-

ável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
− Oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, sa-
lubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
− Oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adoles-
centes atendidos;
− Oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
− Propiciar escolarização e profissionalização;
− Propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
− Propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
− Proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
− Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando
ciência dos resultados à autoridade competente;
− Informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
− Comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores
de moléstias infectocontagiosas;
− Fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
− Manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
− Providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não
os tiverem;
− Manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento,
nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
• As entidades governamentais e não governamentais serão fiscalizadas pelo:

Ministério Conselhos
Judiciário
Público Tutelares

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 56 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Sanções aplicáveis a entidades de atendimento que descumprem obrigação constante


do art. 94:

Entidades Entidades não


governamentais governamentais

Advertência Advertência

Suspensão total
Afastamento
ou parcial do
provisório de
repasse de verbas
seus dirigentes
públicas

Interdição de
Afastamento
unidades ou
definitivo de seus
suspensão de
dirigentes
programa

Fechamento de
unidade ou Cassação do
interdição de registro
programa

• Do Conselho Tutelar: ÓRGÃO PERMANENTE e AUTÔNOMO, NÃO JURISDICIONAL, encar-


regado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adoles-
cente.
• Composição do Conselho Tutelar:

Da composição do Conselho tutelar


Quantidade de membros 05 (cinco).
Forma de escola dos membros Eleição local, voto facultativo.
Mandato 04 anos.
Mediante novos processos de escolha.
Recondução
(alterado em 2019)
Remuneração Será disposto por lei municipal ou distrital.
Título do membro eleito Conselheiro.

O exercício efetivo da função de Conselheiro constituirá serviço público relevante e


estabelecerá presunção de idoneidade moral (Art. 135, Estatuto)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 57 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Da composição do Conselho tutelar


São IMPEDIDOS de servir no mesmo conselho:
marido e mulher;
ascendente e descendente,
sogro e genro ou nora;
cunhados durante o cunhadio;
tio e sobrinho;
padrasto ou madrasta;
enteado.
Obs.: Estende-se o impedimento do conselheiro, em relação à autoridade judiciária e ao
representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em
exercício na comarca, foro regional ou distrital (Art. 140, Estatuto).
• Candidato ao Conselho Tutelar (requisitos):

Reconhecida Idade
Residir no
idoneidade Superior a 21
Município
Moral anos

• Direito dos conselheiros:

Cobertura previdenciária;

Gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal;

Licença-Maternidade;

Licença-paternidade;

Gratificação Natalina.

• Atribuições do Conselho:
− Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses:

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 58 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

E nas hipóteses:
Ao ato infracional praticado por criança corresponderão às medidas previstas no art. 101.
Em ambas as hipóteses, as medidas a serem aplicadas serão:

I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;


II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambula-
torial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras
e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional.
− Atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no
art. 129, I a VII, ou seja:

I – encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promo-


ção da família;
II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento esco-
lar;
VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
− Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.
• Da competência:
− A justiça da Infância e da Juventude faz parte da justiça comum e denomina-se es-
pecialidade dentro da justiça comum;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 59 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

• Algumas das competências da Justiça da Infância e da Juventude:


− Conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de
ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
− Conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
− Conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
− Conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
− Aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de prote-
ção à criança ou adolescente;
− Conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas ca-
bíveis;
− Conhecer de pedidos de guarda e tutela;
− Conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela
ou guarda;
− Suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
− Conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao
exercício do poder familiar;
− Conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
− Designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação,
ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de
criança ou adolescente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 60 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

− Conhecer de ações de alimentos;


− Determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimen-
to e óbito.

Compete ainda à autoridade judiciária através de: PORTARIA OU ALVARÁ

A entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou


responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão;
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.

Em tais casos, a autoridade judiciária levará em conta:


a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.

• Dos procedimentos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente:


− Previsão de normas processuais;
− Previsão de normas procedimentais específicas;
− Nos processos que tramitam na Vara da Infância e Juventude aplicar-se-á em CARÁ-
TER SUBSIDIÁRIO o Código de Processo Civil.
− Processos e procedimentos que envolvem criança e/ou adolescente GOZAM DE
PRIORIDADE ABSOLUTA.
− Sobre prazos, dos processos que tramitam na Vara da Infância e Juventude, impor-
tante registrar as seguintes regras:

Prazos Civis Prazos não civis


 Contados em DIAS CORRIDOS. Contados em DIAS CORRIDOS.
 Ação civil Pública, prazo contado em
dias úteis.
 Prazo do MP e da Fazenda Pública: SIMPLES.
 Prazo da Defensoria: DOBRO.
• Da necessidade de assistência ou Representação:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 61 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Crianças - pessoa até doze anos Adolescentes - entre doze e dezoito anos de
de idade incompletos (Art. 2º, idade
Estatuto) (Art. 2º, Estatuto)
Incapacidade civil absoluta: os menores Incapacidade Civil Relativa: os maiores de dezesseis
de 16 (dezesseis) anos (Art. 3º, CC). e menores de dezoito anos (Art. 4º, CC).
Portanto, para estar em juízo, seguem as regras abaixo:
Pessoas que tenham entre Pessoas que
Pessoas com 18 anos de idade 16 e 18 anos incompletos tenham até 16 anos
(Exceção até 21 anos). incompletos.
Para estarem em juízo
precisam ser ASSISTIDAS,
pelos pais ou responsáveis.
Art. 142, Estatuto: [...] Para estarem em
os maiores de dezesseis juízo precisam ser
e menores de vinte e um REPRESENTADAS,
anos assistidos [...]”. pelos pais ou
Podem estar sozinhas em juízo Obs.: Importante lembrar responsáveis.
que em casos expressos em Art. 142, Estatuto:
lei, o Estatuto, em caráter “Os menores de
excepcional será aplicado dezesseis anos serão
para pessoas que tenham representados [...]”.
idade entre 18 a 21 anos
de idade (Art. 2º, parágrafo
único – Estatuto).
Quando houver colisão de interesses da criança ou do adolescente com seus pais ou
responsáveis, o juiz nomeará curador especial para atuar nos interesses da criança e/ou
adolescente.
• Da gratuidade de justiça:
− Ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas
de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
• Dos recursos:

Da sentença, Recurso de Apelação


Fundamento Efeitos do
Sentença que... Efeitos Recurso cabível
legal recurso
Deferir a Produz efeito
Art. 199-A APELAÇÃO Devolutivo
adoção. desde logo.
Destituir ambos
ou qualquer dos
Art. 199-B APELAÇÃO Devolutivo
genitores do
poder familiar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 62 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Da sentença, Recurso de Apelação


Observações:
Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar serão
processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em
mesa para julgamento SEM REVISÃO e com parecer urgente do Ministério Público (Art.
199-C);
O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60
(sessenta) dias, contado da sua conclusão (Art. 199, D)
O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se entender
necessário, apresentar oralmente seu parecer;
O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos
nesses artigos.

• Do órgão do Ministério Público:


− No exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança
ou adolescente;
− Será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
nas hipóteses legais de sigilo;
− Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese
em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e reque-
rer diligências, usando os recursos cabíveis;
− A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente;
− A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
− As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
• Compete ao Ministério Público:
− Conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
− Promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a ado-
lescentes;
− Promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão
e destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guar-
diães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da
Justiça da Infância e da Juventude;
− Promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscri-
ção de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 63 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

− Promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses indi-
viduais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os defini-
dos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
− Instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
o expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de
não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
polícia civil ou militar;
o requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,
estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover ins-
peções e diligências investigatórias;
o requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
− Instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instaura-
ção de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de prote-
ção à infância e à juventude;
− Zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
− Impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,
instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
afetos à criança e ao adolescente;
− Representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas
contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção
da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
− Inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas
de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
− Requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitala-
res, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho
de suas atribuições.
• Do advogado:
− Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausen-
te ou foragido, será processado sem defensor.
• Das garantias processuais:
− Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou
meio equivalente;
− Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas
e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
− Defesa técnica por advogado;
− Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 64 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

− Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;


− Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do pro-
cedimento.
• Da proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos da criança e do ado-
lescente:
− Ensino obrigatório;
− Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
− Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
− Ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
− Programas suplementares de oferta de material didático escolar, transporte e assis-
tência à saúde do educando do ensino fundamental;
− Serviço de assistência social visando à proteção da família, à maternidade, à infân-
cia e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele
necessitarem;
− Acesso às ações e serviços de saúde;
− Escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade;
− Ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e
destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e ado-
lescentes;
− Programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplica-
ção de medidas de proteção;
− Políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima
ou testemunha de violência.
• Legitimidade concorrente para propositura de ações cíveis fundadas em interesses co-
letivos ou difusos:
− Ministério Público;
− A União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios;
− Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,
dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
− Observação quanto à provocação do Ministério Público: Qualquer pessoa poderá e
o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os ele-
mentos de convicção. E ainda, se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, re-
meterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 65 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Para tais demandas admite-se litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da


União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
Em no caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 66 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2021) A autoridade judiciária tem expressa permissão
legal para determinar a busca e apreensão
a) de adolescente que se ausenta da audiência de apresentação no procedimento de apuração
de ato infracional por não ter sido localizado e notificado para fins de comparecimento.
b) de adolescente que, embora compromissado, não se apresenta ao Ministério Público após
liberação aos pais pela autoridade policial em casos de flagrante de ato infracional.
c) de crianças e adolescentes que, sem autorização judicial, se desliguem de comunidades
terapêuticas onde foram internados compulsoriamente para tratamento contra drogadição.
d) para viabilizar a apresentação de adolescente ao programa de liberdade assistida em caso
de descumprimento reiterado e injustificado da medida, esgotados os recursos do orientador.
e) de adolescentes que se evadam de serviços de acolhimento institucional para permane-
cer com parentes de cujo convívio foram anteriormente retirados em razão de grave confli-
to familiar.

002. (FFC/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA - CIÊNCIAS JURÍDICAS/DPE-AM/2019)


A Guia de Acolhimento, conforme prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n.8.069/1990), é expedida
a) pelo Conselho Tutelar para inclusão e cadastramento da criança ou do adolescente em risco
junto ao Sistema de Informação para Infância e Adolescência (SIPIa).
b) pela autoridade judicial para encaminhamento de crianças e adolescentes às instituições
que executam programas de acolhimento institucional.
c) pelo gestor da política de garantia do direito à convivência familiar para controle e monitora-
mento dos casos de acolhimento familiar e institucional no município.
d) pela serventia judicial para fins de inclusão da criança ou do adolescente no cadastro nacio-
nal de pessoas em condição de serem acolhidas por família adotiva.
e) pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que acolhem crianças e adolescentes provisoria-
mente afastadas do convívio com seus pais ou responsável.

003. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO - ASSISTENTE SOCIAL/TJ-MA/2019) De acordo com a


legislação, o Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarre-
gado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Faz parte da atribui-
ção desse órgão
a) prestar assistência direta às crianças, aos adolescentes e suas famílias.
b) constituir-se como um programa de atendimento às crianças e aos adolescentes.
c) configurar-se como executor da prestação direta de serviços necessários à efetivação dos
direitos da criança e do adolescente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 67 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) caracterizar-se como uma entidade de atendimento direto, pelo fato de ser um órgão autô-
nomo e não jurisdicional.
e) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, tra-
balho e segurança.

004. (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE CARUARU - PE/2018) A Tutela


Coletiva no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente tem dispositivos próprios, muito
similares àqueles previstos na Lei de Ação Civil Pública. Contudo, em relação à execução das
multas e condenações oriundas da ação civil pública ou coletiva que versem sobre a defesa da
criança e do adolescente, é correto afirmar:
a) Os valores das multas, oriundas das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, se-
rão revertidos para o Fundo Estadual da Criança e do Adolescente, que fará a gestão, resguar-
dando-se percentual determinado pelo juízo, ao Município respectivo.
b) Enquanto não criado o fundo respectivo em cada município, o valor das multas, oriundas
das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, será encaminhado a município contíguo
ou mais próximo da comarca em que tramitou a ação.
c) Não recolhidas as multas oriundas de tutelas específicas não cumpridas, somente o Minis-
tério Público terá legitimidade para executá-las, nos mesmos autos.
d) A multa oriunda de tutela específica somente poderá ser exigida após o trânsito em julgado,
computando-se o termo a quo, no entanto, a partir de seu descumprimento.
e) Na sistemática do Estatuto da Criança e do Adolescente, em relação à tutela coletiva em
juízo, as multas pelo descumprimento de tutela específica não são meios permitidos ao juízo
para o cumprimento das decisões judiciais.

005. (FFC/EDUCADOR SOCIAL/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/2018) Sem prejuízo de outras


providências legais, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que os casos de
suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão
a) investigados para identificar a corresponsabilidade da criança no caso.
b) primeiramente levados ao juiz da Vara da Infância e Juventude.
c) obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.
d) direcionados à Delegacia Infantojuvenil próxima à residência da criança.
e) encaminhados aos responsáveis para verificação do ocorrido com a criança.

006. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO – DIREITOS HUMANOS, MINORIAS, CIDADANIA E


SOCIEDADE/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018) De acordo com o que
vem expressamente normatizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990),
a) em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 Conselho Tutelar
como órgão integrante da Administração pública local, composto de 5 membros.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 68 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

b) o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será composto por represen-
tas da sociedade civil, do conselho tutelar e do governo.
c) o Conselho Tutelar será mantido pelos recursos vinculados ao Fundo Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, cujo gestor é o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
d) o processo eleitoral para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em Lei Municipal e realizado sob a presidência de Juiz eleitoral e a fiscalização do Ministé-
rio Público.
e) as medidas de proteção aplicadas pelo Conselho Tutelar serão revistas pelo Conselho Mu-
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo Ministério Público e pela autoridade
judicial competente.

007. (FCC/PEDAGOGO/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/2018) A professora de uma pré-esco-


la percebeu durante as aulas da semana um comportamento incomum em uma das crianças.
De muito alegre, ela passou a choramingar com frequência, parecendo estar com dores e as-
sustada. Ao se aproximar da criança observou que nela havia hematomas nas pernas e nos
braços. Sem saber o que fazer, a professora nada perguntou à criança e retomou as ativida-
des do dia. Tendo em vista as responsabilidades dos educadores relativamente à proteção da
criança e do adolescente previstas no ECA, a atitude da professora nesse caso foi
a) correta, uma vez que não houve reclamação da criança sobre o ocorrido.
b) de omissão, caracterizada como uma infração administrativa.
c) cruel e de falta de humanidade com semelhante indefeso.
d) de preservar a criança à exposição pública vexatória.
e) criminosa por não levar a suspeita ao conhecimento da direção da escola.

008. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AM/2018) É linha de ação da política de atendimento


conforme prevista expressamente no Estatuto da Criança e do Adolescente:
a) serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência.
b) serviços de recrutamento e seleção de pretendentes à adoção tardia.
c) Conselhos Tutelares em âmbito municipal e Conselhos de Direitos em âmbito estadual.
d) políticas de promoção do protagonismo de adolescente e jovens, garantida sua participação
nos conselhos deliberativos das políticas públicas a eles relacionadas.
e) programas de estímulo às empresas privadas para admissão de adolescentes em regime
de aprendizagem.

009. (FCC/ANALISTA AMBIENTAL – PEDAGOGO/SEGEP-MA/2016) No contexto da infân-


cia e da adolescência, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cabe não ape-
nas à família, mas também à comunidade, à sociedade e ao poder público o dever de priorizar

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 69 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a efetivação dos direitos da criança e do adolescente. Para possibilitar a participação de todos


os grupos responsabilizados, o ECA determina que
a) os municípios devem constituir obrigatoriamente Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e facultativamente Conselhos Tutelares.
b) os municípios devem constituir Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente e Conselhos Tutelares.
c) cabe à União definir as formas de participação que serão aceitas como legítimas para a
participação de cada pessoa ou grupo.
d) cada Estado deve constituir um Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
e os Municípios, os Conselhos Tutelares.
e) os municípios e estados são autônomos para organizarem as formas de garantia dos direi-
tos de crianças e adolescentes em seu território.

010. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2016) Em março de 2016, o texto do Estatuto da


Criança e do Adolescente sofreu modificações destinadas a incorporar ou reforçar regras vol-
tadas à proteção da primeira infância, entre as quais podemos citar:
a) Responsabilização criminal de pais ou responsável que, injustificadamente, deixem de pro-
mover vacinação de crianças sob sua guarda.
b) Direito da parturiente, junto ao Sistema Único de Saúde, de contar com um acompanhante de
sua preferência no pré-natal, e o pós-parto e dois acompanhantes durante o trabalho de parto.
c) Isenção de multas, custas e emolumentos nos registros e certidões necessários à inclusão,
a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento da criança.
d) Possibilidade de destituição sumária do poder familiar em caso de abuso sexual praticado
ou facilitado pelos genitores contra criança de até 6 anos de idade.
e) Criação de serviços de acolhimento institucional especializados para a faixa etária da pri-
meira infância, sem prejuízo da preservação de eventuais vínculos com irmãos maiores.

011. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2015) A função de membro do conselho nacional e dos


conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada
a) de interesse público relevante e não será remunerada.
b) auxiliar da justiça da infância e da juventude.
c) serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral aos seus membros.
d) de interesse público relevante e será remunerada nos termos da lei.
e) serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral aos seus membros,
após dois anos de efetivo exercício da função.

012. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PA/2014) As entidades públicas e privadas de


atendimento, responsáveis pelo planejamento e execução de seus programas de proteção e
socioeducativos, são diretamente fiscalizadas

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 70 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) pelo Judiciário e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.


b) pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
c) somente pelo Ministério Público.
d) pela comunidade, pelas organizações sociais e pelos Conselhos Tutelares.
e) pelo Ministério Público mediante provocação dos Conselhos Tutelares.

013. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PE/2014) Segundo o Estatuto da Criança e do


Adolescente, compete ao Ministério Público:
a) nos processos e procedimentos em que for parte, ter vista dos autos posteriormente às de-
mais partes, na defesa dos direitos e interesses previstos no Estatuto.
b) homologar a remissão para exclusão do processo de apuração de ato infracional.
c) representar ao juízo visando a aplicação de penalidades por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude.
d) promover, desde que por solicitação do interessado, a inscrição de hipoteca legal de bens de
crianças e adolescentes em caso de falta dos pais ou responsável.
e) requerer à autoridade judiciária medidas que interrompam as irregularidades constatadas
na fiscalização de entidades de atendimento, haja vista que não pode adotar de pronto medi-
das administrativas para saná-las.

014. (FCC/JUIZ/TJ-GO/2012) A proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos


da criança e do adolescente, está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, como
a) linha de ação da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
b) regime de atendimento da política municipal de atendimento socioeducativo.
c) serviço supletivo de assistência jurídica a crianças, adolescentes e suas famílias.
d) diretriz dos serviços de acolhimento institucional para viabilizar ações interdisciplinares de
garantia do direito à convivência familiar e comunitária.
e) programa de busca ativa e recepção de denúncias de situações de violação de direito de
crianças e adolescentes.

015. (FCC/JUIZ/TJ-GO/2009) Os conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da


criança e do adolescente são órgãos
a) deliberativos e controladores nos quais é assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas.
b) cuja criação é prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente entre as linhas de ação da
política de atendimento.
c) deliberativos, executivos e controladores das ações em todos os níveis.
d) compostos por representantes do governo, da sociedade civil e dos usuários dos serviços
de atenção à criança e ao adolescente.
e) consultivos dos executivos municipais, estaduais e nacional na definição da política pública
para a área da infância e juventude.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 71 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

016. (FGV/OAB/2017) Agente público executor de medida socioeducativa de internação, a


pretexto de manter a disciplina e a ordem na unidade em que atua, ordena que dois adoles-
centes se vistam com roupas femininas e desfilem para os demais internos, que escolherão a
“garota da unidade”.
Em visita à unidade, uma equipe composta pela Comissão de Direitos Humanos da OAB e pelo
Conselho Tutelar toma ciência do caso. Segundo restou apurado, o agente teria atuado de tal
forma porque os dois adolescentes eram muito rebeldes e não cumpriam regularmente as
determinações da unidade.
Com base apenas no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo de outras sanções,
assinale a opção que indica a medida que poderá ser adotada imediatamente pela equipe que
fiscalizava a unidade.
a) Transferência imediata dos adolescentes para outra unidade socioeducativa.
b) Advertência do agente público aplicada pelo Conselho Tutelar.
c) Advertência do agente público aplicada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB.
d) Transferência imediata do agente público para outra unidade.

017. (FGV/OAB/2017) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo
e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que
resolve encaminhá-lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica
a 100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em
questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo
com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A entidade pode regularmente acolher crianças e adolescentes, independentemente de de-
terminação da autoridade competente e da expedição de guia de acolhimento.
b) A entidade somente pode acolher crianças e adolescentes encaminhados pela autoridade
competente por meio de guia de acolhimento.
c) A entidade pode acolher regularmente crianças e adolescentes sem a expedição da guia de
acolhimento apenas quando o encaminhamento for feito pelo Conselho Tutelar.
d) A entidade pode, em caráter excepcional e de urgência, acolher uma criança sem determina-
ção da autoridade competente e guia de acolhimento, desde que faça a comunicação do fato
à autoridade judicial em até 24 horas.

018. (FGV/OAB/2015) Texto associado


J., com 11 anos, L., com 12 anos, e M., com 13 anos de idade, são alunos do 8º ano do ensi-
no fundamental de uma conceituada escola particular. Os três, desde que foram estudar na
mesma turma, passaram a causar diversos problemas para o transcurso normal das aulas,
tais como: escutar música; conversar; dormir; colocar os pés nas mesas e não desligar o apa-
relho celular.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 72 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

O professor de matemática, inconformado com a conduta desrespeitosa dos alunos, repreen-


de-os, avisando que os encaminhará para a direção da escola. Ato contínuo, os alunos reagem
da seguinte forma: J. chama o professor de “velho idiota”; L. levanta e sai da sala no meio da
aula; e M. ameaça matá-lo.
Diante dos atos de indisciplina dos três alunos, a direção da escola entra em contato com o
seu departamento jurídico para, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, receber a
orientação de como proceder.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação recebida pela
direção escolar.
a) Os atos de indisciplina praticados por J., L. e M. deverão ser coibidos pela própria dire-
ção escolar.
b) J. e M. praticaram atos infracionais. J. deverá ser encaminhado ao Conselho Tutelar e M.
para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.
c) J., L. e M. praticaram atos infracionais e deverão ser encaminhados para a autoridade policial.
d) J. e M. praticaram atos infracionais. Ambos deverão ser encaminhados para a autoridade
policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.

019. (FGV/OAB/2015) Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana cor-
rigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para
tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no infante, na presença das outras crianças
e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação poli-
cial, dar o caso por encerrado.
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributo do
poder familiar.
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar
se não seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa
por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.

020. (FGV/OAB/2014) O Hotel Botanic recebeu o casal de namorados Júlia e Matheus como
hóspedes durante um feriado prolongado. Júlia tem 15 anos de idade e Matheus 18 anos, mo-
tivo pelo qual a adolescente foi admitida no estabelecimento, por estar acompanhada de uma
pessoa maior de idade.
Com base no caso apresentado, a partir do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a opção correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 73 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) Trata-se de infração penal, motivo pelo qual, sem prejuízo da pena de multa aplicada ao
estabelecimento, o funcionário responsável pela admissão da adolescente está sujeito à res-
ponsabilidade criminal pessoal.
b) Trata-se de prática cotidiana sem implicações administrativas ou criminais previstas na nor-
ma especial, uma vez que a adolescente estava acompanhada de pessoa maior de idade que
se torna responsável por ela.
c) Trata-se de infração administrativa, sujeitando-se à aplicação de pena de multa, a hospe-
dagem de adolescente desacompanhado dos pais, responsáveis, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária.
d) Trata-se de infração administrativa e penal, sujeitando-se o estabelecimento, por determina-
ção da autoridade judiciária, a imediato fechamento por até quinze dias.

021. (FGV/OAB/2014) O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e
do município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava realizar um procedi-
mento cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil
reais), o qual a família não tinha como custear. Os réus aduziram em contestação que os recur-
sos públicos não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter igualitário e
geral a todos os que deles necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
a) Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma vez que a ação civil pú-
blica destina-se a interesse difusos ou coletivos, não sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar
os interesses individuais indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo
ser extinto sem resolução do mérito.
b) A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na hipótese, mas, no mérito, os
argumentos dos réus merecem acolhimento, já que conferir tratamento desigual à criança B im-
plica violação ao princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do ECA.
c) A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a prioridade legal assiste a
criança B no atendimento a necessidades como vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta
prioridade na efetivação dos seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e prote-
ção, e a precedência no atendimento em serviço público.
d) Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito meramente individual,
embora indisponível, e, como no mérito assiste razão aos interesses da criança B, a ação de-
verá ser extinta sem resolução do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso
da ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em litispendência.

022. (FGV/OAB/2013) No que se refere aos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da


Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, assinale a afirma-
tiva correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 74 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) Será adotado o sistema recursal do Código de Processo Civil.


b) Em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público
e para a defesa será sempre de 30 (trinta) dias.
c) É exigido o preparo para a interposição dos recursos.
d) Os recursos não terão preferência de julgamento, nem dispensarão revisor.

023. (FGV/OAB/2012) Acerca das atribuições do Conselho Tutelar determinadas no Estatuto


da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.
a) O Conselho Tutelar, considerando sua natureza não jurisdicional, destaca-se no aconselha-
mento e na orientação à família ou responsável pela criança ou adolescente, inclusive na hi-
pótese de inclusão em programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos.
b) O Conselho Tutelar, em consequência de sua natureza não jurisdicional, não é competente
para encaminhar ao Ministério Público as ocorrências administrativas ou criminais que impor-
tem violação aos direitos da criança e do adolescente.
c) O Conselho Tutelar pode assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta or-
çamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente,
em decorrência de sua natureza jurisdicional não autônoma.
d) O Conselho Tutelar não poderá promover a execução de suas decisões, razão pela qual só
lhe resta encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrati-
va ou penal contra os direitos da criança ou adolescente.

024. (FGV/OAB/2011) Com nítida inspiração na doutrina da proteção integral, o ECA garantiu à
criança e ao adolescente o mais amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação
de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim como
lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à Justiça, como o Ministé-
rio Público e a Defensoria. Tendo em conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta.
a) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação
da tutela deverão ser custeadas pela parte sucumbente ao final do processo.
b) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e seus pais ou respon-
sável, a autoridade judiciária lhes dará curador especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de
carência de representação ou assistência legal, ainda que eventual.
c) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de atos judiciais e admi-
nistrativos que digam respeito à autoria de ato infracional praticado por adolescente, podendo
ser expedida certidão ou extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do
interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela impren-
sa escrita ou falada, devem conter apenas as iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo
vedadas as demais formas expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 75 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor pú-
blico, sendo admitida a nomeação pelo juiz de advogado se o adolescente não tiver defensor,
não podendo, posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.

025. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO – PEDAGOGO/TJ-RO/2021) O Conselho Tutelar realiza o


atendimento a uma adolescente que vem apresentando número elevado de faltas na escola.
Durante o atendimento, a adolescente relata que foi vítima de violência sexual há cerca de três
meses. Segundo estabelecido no ECA, nessa situação, em que há uma notícia de infração pe-
nal cometida em face da adolescente, o Conselho Tutelar possui atribuição de:
Alternativas
a) encaminhar a notícia ao Ministério Público;
b) investigar para descobrir quem foi o autor da infração penal;
c) ignorar a notícia e tratar apenas das faltas na escola;
d) realizar o exame de corpo de delito na adolescente;
e) intimar o suposto autor da infração penal para prestar depoimento.

026. (FGV/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2021) Jennifer é mãe de Pablo, de 6 anos, sendo o ge-


nitor desconhecido. Jennifer combina com suas amigas de ir a um evento noturno no final de
semana, deixando Pablo sozinho em casa. Durante a madrugada, em razão do choro intenso
de Pablo, vizinhos acionam o Conselho Tutelar, que comparece ao local e aplica a medida pro-
tetiva emergencial de acolhimento institucional à criança. Na segunda-feira, após deliberação
do colegiado, a Conselheira Tutelar ajuíza Representação por Infração Administrativa em face
de Jennifer, com fulcro no Art. 249 da Lei n. 8.069/1990. A respeito desses fatos e consideran-
do o disposto na Lei n. 8.069/1990, é correto afirmar que o acolhimento emergencial realizado
pela Conselheira Tutelar é:
a) incabível, porque não houve decisão judicial prévia determinando o afastamento da criança
do convívio familiar;
b) cabível, e Jennifer poderia requerer diretamente ao Ministério Público a revisão da decisão
colegiada do Conselho Tutelar que decidiu pelo acolhimento de Pablo;
c) incabível, porque não houve ajuizamento de ação contenciosa em face da genitora pelo Mi-
nistério Público;
d) cabível, e o Conselho Tutelar possui legitimidade ativa para propor a Representação por
Infração Administrativa;
e) incabível, configurando sanção disciplinar e crime previsto na Lei n. 8.069/1990.

027. (FGV/BERÇARISTA/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/2019) Uma família recu-


sou-se a vacinar seu filho recém-nascido e foi denunciada ao Conselho Tutelar. Considerando
a situação acima e o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmati-
va correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 76 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) O Estado não deve legislar sobre a obrigatoriedade de vacinas.


b) O Conselho Tutelar não deve interferir em casos dessa natureza.
c) O Conselho Tutelar deve aprovar (ou reprovar) as motivações alegadas pelas famílias.
d) O Estado deve garantir vacinas, mas sua aplicação é facultada à decisão familiar.
e) O Estado deve obrigar a vacinação nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

028. (FGV/BERÇARISTA/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/2019) O Conselho Tutelar é


o órgão encarregado de
a) prestar assistência jurídica a adolescentes autores de ato infracional.
b) buscar e recolher crianças e adolescentes ou seus pertences.
c) gerir os recursos destinados ao Fundo da Infância e da Adolescência.
d) zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
e) apurar as denúncias de maus-tratos a idosos e pessoas deficientes.

029. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA/TJ-RS/2020) O Conselho Tutelar é órgão permanente e au-


tônomo, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente. Atua o Conselho diante de situações de ameaça ou de violação de direitos com
o objetivo de proteger a criança e o adolescente que estejam em situação de vulnerabilidade.
Consoante dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), o Conselho Tutelar
tem caráter:
a) jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão inte-
grante do Poder Judiciário Estadual, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pelo Presi-
dente do Tribunal para mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução;
b) jurisdicional, e haverá um Conselho Tutelar vinculado a cada Juizado da Infância e da Juven-
tude, composto de 3 (três) membros, preferencialmente servidores públicos, escolhidos pelo
Presidente do Tribunal para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução;
c) jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão inte-
grante do Poder Judiciário Estadual, composto de 7 (sete) membros, escolhidos pelo Juizado
da Infância e da Juventude para mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução;
d) não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão
integrante do Poder Executivo Estadual, composto de 7 (sete) membros, escolhidos pela popu-
lação local para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução;
e) não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão
integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos
de escolha.

030. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/MPE-RJ/2019) Um Pro-


motor de Justiça recebe denúncia, por meio da Ouvidoria do MPRJ, noticiando que o dirigente

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 77 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

da entidade de acolhimento municipal “Casa da Criança” tem aplicado castigos imoderados


e proferido ofensas verbais contra os acolhidos. Após a realização de inspeção in loco para
apuração da denúncia, o Promotor de Justiça constata que existem indícios da prática das
condutas narradas e expede Recomendação ao Secretário Municipal de Assistência Social, vi-
sando ao afastamento do dirigente. A Recomendação não é atendida pelo gestor e o Promotor
de Justiça propõe em Juízo Representação para Apuração de Irregularidade em Entidade de
Atendimento.
Considerando o procedimento previsto na Lei n. 8.069/90 (ECA), é correto afirmar que:
a) o Promotor de Justiça pode realizar a intervenção na entidade de acolhimento, nomeando
interventor, por intermédio de portaria específica para essa finalidade;
b) o procedimento poderia ter sido iniciado mediante portaria da autoridade judicial, não tendo
o Conselho Tutelar legitimidade para oferecer Representação em Juízo na hipótese;
c) antes da aplicação de qualquer medida, na hipótese de serem sanadas as irregularidades
verificadas, o processo será extinto, sem julgamento de mérito;
d) na hipótese de afastamento liminar ou definitivo do dirigente da entidade, a autoridade judi-
ciária intimará o Promotor de Justiça, que terá o prazo de 5 (cinco) dias para indicar substituto
do dirigente;
e) não há a previsão legal de penalidade pecuniária a ser imposta ao dirigente da entidade, mas
somente a previsão de seu afastamento liminar ou definitivo.

031. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/MPE-RJ/2016) Conselho


Tutelar é o órgão permanente e autônomo encarregado pela sociedade de zelar pelo cum-
primento dos direitos da criança e do adolescente. Nesse contexto, de acordo com a Lei n.
8.069/90, o Conselho Tutelar:
a) é composto por servidores públicos municipais previamente aprovados em concurso públi-
co de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo;
b) é órgão do Poder Judiciário que tem por finalidade atender as crianças e adolescentes em
estado de vulnerabilidade social, aplicando medidas de proteção e medidas socioeducativas;
c) deve representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do po-
der familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural;
d) deve, com a prévia autorização do Ministério Público, dispor sobre a participação de criança
e adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em
sua área territorial;
e) deve disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará, a entrada e permanência
de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate, estádio, gi-
násio e estabelecimentos congêneres.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 78 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

032. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO - ESPECIALIDADE COMISSÁRIO DE JUSTIÇA, DA IN-


FÂNCIA, DA JUVENTUDE E DO IDOSO/TJ-RJ/2014) O Conselho Tutelar tem como uma de
suas atribuições:
a) colocação em família substituta;
b) afastar a criança ou adolescente, vítima de abuso sexual, do convívio familiar;
c) suspender, preventivamente, o poder familiar;
d) requisitar tratamento médico;
e) decretar a perda da guarda.

033. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA – ANALISTA JURÍDICO/DPE-RO/2015)


Quanto à interposição de recurso no âmbito da Lei n. 8.069/1990, é correto afirmar que:
a) são distribuídos mediante preparo;
b) o prazo para a interposição, inclusive nos embargos de declaração, tanto para o Ministério
Público quanto para a defesa, será sempre de 10 dias;
c) a apresentação do parecer recursal pelo representante do Ministério Público deverá ocorrer
sempre antes da sessão de julgamento;
d) os recursos dispensarão revisor;
e) a apelação contra a sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder fami-
liar deverá ser recebida tanto no efeito devolutivo quanto no efeito suspensivo.

034. (FGV/TÉCNICO EM GESTÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PSICOLOGIA/SUPERIOR MI-


NISTÉRIO PÚBLICO DE ALAGOAS/2018) A conselheira tutelar Marina acompanhou por um
ano a dinâmica familiar da pequena Giovana, de 2 anos. Diante do agravamento dos maus
tratos infligidos à criança, Marina representou ao Ministério Público para que eventual ação de
perda ou suspensão do poder familiar (DPF) fosse proposta. Sobre o caso apresentado, con-
soante os preceitos contidos no ECA, assinale a afirmativa correta.
a) A conselheira procedeu de forma equivocada, pois não lhe compete representar nesses casos,
cabendo exclusivamente ao Ministério Público avaliar a pertinência, ou não, de eventual DPF.
b) A conselheira agiu errado, pois deveria ter encaminhado relatório circunstanciado para a
Defensoria Pública, que poderia iniciar ação de destituição frente a família.
c) A conselheira procedeu erroneamente, pois deveria apresentar a dinâmica diretamente ao
advogado que atua no Conselho Tutelar, que proporia a DPF.
d) A conselheira agiu corretamente, pois uma das atribuições do Conselho Tutelar é represen-
tar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar.
e) A conselheira não atuou corretamente, pois o tempo de acompanhamento foi muito curto,
devendo ser concedido maior prazo para a família se reestruturar.

035. (FGV/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CA-


TARINA/2018) Oficial da Infância e Juventude encontra, em uma banca de jornal, revista com

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 79 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

material inadequado para crianças e adolescentes, contendo na capa a foto de um homem e


uma mulher em posição erótica, com mensagem nitidamente pornográfica. O dono da banca
de jornal alega que a revista está exposta corretamente, já que lacrada e com a informação de
que se trata de material impróprio para crianças e adolescentes. Analisando o caso, conclui-se
que o Oficial da Infância e Juventude:
a) deverá lavrar auto de infração administrativa e apreender a revista;
b) não deverá agir, pois a revista está lacrada e com a advertência de material impróprio;
c) deverá chamar a polícia, por se tratar de crime previsto no ECA;
d) deverá apenas acionar o Ministério Público, diante da ausência de previsão da conduta no ECA;
e) deverá instaurar portaria para a apuração da irregularidade na banca de jornal.

036. (FGV/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CA-


TARINA/2018) Oficial da Infância e Juventude recebe denúncia de que Márcio e Marcelo, com
15 e 16 anos, que vivem na zona rural, estão fora dos bancos escolares por opção dos pais,
que preferem não os matricular na rede regular de ensino, para que continuem a auxiliá-los
em tempo integral com a plantação de milho. O Oficial da Infância e Juventude presta toda a
orientação e apoio ao casal, mas os pais insistem que o melhor para os filhos é permanecer
no trabalho rural, pois já terminaram o ensino fundamental. Diante da negativa dos pais, e com
base nas atribuições do Oficial da Infância e Juventude previstas no ECA, o procedimento a ser
adotado é:
a) efetuar relatório à autoridade judicial;
b) comunicar o fato ao Ministério Público;
c) acionar o Conselho Tutelar;
d) registrar a ocorrência em sede policial;
e) lavrar auto de infração.

037. (UECE-CEV/ASSISTENTE SOCIAL/PEDAGOGO/PSICÓLOGO/SEAS - CE/2017) Nos ca-


sos expressos em lei, aplica-se, excepcionalmente, o ECA às pessoas que tenham idade entre
a) 18 e 21 anos.
b) 21 e 24 anos.
c) 12 e 16 anos.
d) 12 e 14 anos.

038. (CESPE/OAB/2008) Com relação ao procedimento de apuração do ato infracional, assi-


nale a opção correta de acordo com o que dispõe o ECA.
a) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que aplica medida socioeducativa, sendo pos-
sível o juízo de retratação.
b) No recurso de apelação, antes de determinar a remessa dos autos à instância superior, o juiz
poderá reformar a decisão proferida.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 80 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

c) Na ausência de advogado constituído, para resguardar o sigilo quanto à conduta do infrator,


não se admite a nomeação de defensor ad hoc.
d) A outorga de mandato é indispensável caso o defensor seja constituído ou nomeado, sendo
a formalidade necessária em face das peculiaridades do procedimento.

039. (CESPE/OAB/2010) Assinale a opção correta conforme as disposições do ECA.


a) O prazo máximo previsto para a medida de internação é de três anos, devendo ser prefixado
pelo magistrado na sentença.
b) Não havendo arquivamento dos autos ou concessão de remissão, o membro do MP proce-
derá à apresentação de denúncia contra o adolescente.
c) As eleições para o conselho tutelar, órgão com poderes jurisdicionais, são organizadas em
âmbito municipal.
d) Inclui-se, entre as medidas aplicáveis aos pais ou responsável do menor, o encaminhamento
a tratamento psicológico ou psiquiátrico.

040. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-MA/2009) Nas comarcas onde não houver Conselho


Tutelar instalado, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, suas atribuições serão
exercidas pelo (a)
a) Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
b) Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
c) Autoridade judiciária.
d) Comissariado da Infância e Juventude.
e) Ministério Público.

041. (FUJB/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-RJ/2012) O Conselho Tutelar do Município de


Nova Iguaçu é procurado por Maria Moura da Graça Silva, mãe da criança Maicon, de 04 anos
de idade, a qual solicita a atuação do órgão para colocar seu filho na entidade acolhedora (abri-
go) municipal situada ao lado de sua residência, pois precisa trabalhar e não tem com quem
deixar o filho durante o dia. O Conselho Tutelar, constatando a situação de penúria da genitora,
aplica medida protetiva de acolhimento institucional à criança e comunica o fato imediatamen-
te ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que elabora a respectiva guia de acolhimento.
Sob a égide da legislação em vigor, como Promotor de Justiçada Infância e Juventude, você
deveria adotar a seguinte medida:
a) arquivar o expediente, submetendo o seu ato a controle pelo Conselho Superior do Ministério
Público; o Conselho Tutelar é um órgão democrático, eleito pelo povo, possuindo ele legitimi-
dade para atuar no caso. Não cabe ao Ministério Público contestar a atuação do conselheiro;
b) ajuizar revisão judicial da medida protetiva de acolhimento institucional, com fulcro no arti-
go 137 da Lei n. 8.069/90. O caso é de inserção da criança, que não se encontra em situação
de risco, em creche, durante o horário em que a genitora se encontra em seu trabalho;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 81 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

c) determinar diretamente a revisão da decisão do Conselho Tutelar, com fulcro no artigo 137
da Lei n. 8.069/90. Para isso, deverá ser expedido um ofício ao Conselho Tutelar determinando
a inserção da criança, que não se encontra em situação de risco, em creche, durante o horário
em que a genitora se encontra em seu trabalho;
d) arquivar o expediente; a atuação do Conselho Tutelar foi acertada. A criança encontra-se
em situação de risco e a medida protetiva de acolhimento institucional é a única possível para
preservar o melhor interesse de Maicon, com fundamento no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente. Além disso, o Conselho Tutelar possui legitimidade, conferida pela lei, para aplicar
medidas protetivas;
e) opinar favoravelmente a homologação da medida protetiva aplicada junto ao Juízo da In-
fância e Juventude; a medida protetiva de acolhimento institucional foi corretamente aplicada
pelo Conselho Tutelar.

042. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2018) No caso de criança de seis anos de idade


ser encontrada sozinha na rua, a primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo
conselho tutelar será
a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institu-
cional, em decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e
promoção da família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de respon-
sabilidade.

043. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-CE/2018) De acordo com o ECA, é atribuição dos conse-


lhos tutelares
a) elaborar proposta orçamentária a fim de assegurar programas de atendimento aos direitos
da criança e do adolescente.
b) requisitar, diretamente, serviço público na área previdenciária, com o intuito de promover a
execução de suas decisões.
c) registrar ocorrência policial em defesa do interesse de menor em situação de risco por fato
que constitua infração penal contra os direitos da criança e do adolescente.
d) representar, judicialmente, o interesse de menores nas ações de perda do poder familiar
depois de esgotadas as possibilidades de manutenção da criança junto à família natural.
e) aplicar medida de destituição de tutela ao responsável legal dos tutelados que estejam em
situação de abandono e de extremo risco.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 82 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

044. (RBO/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA/PREFEITURA DE PIRACICABA – SP/2017)


Todos os professores das Escolas da Rede Municipal de Piracicaba foram alertados que de-
veriam cumprir à risca as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e
comunicar ao Conselho Tutelar
a) desacato aos dirigentes, professores e colaboradores da instituição.
b) mau comportamento e atitudes de bullying entre as crianças.
c) reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares.
d) elevados índices de notas baixas e falta de acesso à escola a crianças inclusivas.
e) negligência nos programas assistenciais dedicados às crianças e adolescentes.

045. (CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao


tomar conhecimento de ameaça ou violação aos direitos de crianças e adolescentes, é compe-
tente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promo-
ção da família, da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.

046. (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-SP/2019) Assinale a alternati-


va correta.
a) Os Conselhos Tutelares são órgãos permanentes, cujos membros cumprem mandato de
quatro anos, permitida uma recondução.
b) O Conselheiro Tutelar é agente público municipal, eleito dentre residentes desse município,
maiores de 18 anos e com reconhecida idoneidade moral.
c) Os Conselhos Tutelares são órgãos autônomos, com poder de requisição de serviços públi-
cos previstos em lei, mas suscetíveis de revisão jurisdicional.
d) Os Conselhos Tutelares, tais quais o Ministério Público e o Poder Judiciário, podem fiscalizar
entidades governamentais e não-governamentais responsáveis pela execução de programas
de proteção destinados a crianças e adolescentes, mas não socioeducativas.e) Os acolhimen-
tos de crianças e adolescentes realizados pelo Conselho Tutelar, nos limites do artigo 101 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, prescindem de guia específica.

047. (FUNDEP/COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA JUSTIÇA/TJ-MG/2010) Em caso de sus-


peita de maus-tratos contra criança ou adolescente, segundo o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente (Lei n. 8.069/90), deverá ser obrigatoriamente comunicado(a)
a) o Conselho de Adoção.
b) o Conselho Tutelar.
c) a Defensoria Pública.
d) o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 83 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

048. (CESGRANRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/CEFET-RJ/2014) Como é denomi-


nado o órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente definidos em lei?
a) Conselho Tutelar
b) Defensoria Pública
c) Juizado da Infância
d) Ministério Público
e) Vara de Família

049. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-MT/2018) Em relação ao Conselho Tutelar, assinale a


alternativa correta.
a) As decisões do Conselho Tutelar deverão ser revistas ex officio pela autoridade judiciária.
b) O Conselho Tutelar é órgão transitório, vinculado ao Poder Judiciário, encarregado de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
c) Em cada município haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da
Administração Pública local, composto de 10 (dez) membros, escolhidos pela população local
para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
d) São atribuições do Conselho Tutelar, dentre outras, promover a execução de suas decisões,
podendo para tanto expedir certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente
quando necessário.
e) São impedidos de servir no mesmo Conselho, dentre outros, marido e mulher.

050. (CEV-URCA/ASSISTENTE SOCIAL/PREFEITURA DE MAURITI-CE/2019) De acordo


com o artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente, os dirigentes de estabelecimentos
de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – Elevados níveis de repetência.
II – Maus-tratos envolvendo seus alunos.
III – Problema relacionado ao comportamento de seus alunos.
IV – Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares.
Estão corretos os itens:
a) I, II e IV
b) I, II e III
c) II, III e IV
d) I, III e IV
e) I e III

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 84 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

GABARITO
1. a 37. a
2. b 38. b
3. e 39. d
4. d 40. c
5. c 41. b
6. a 42. e
7. b 43. b
8. a 44. c
9. b 45. a
10. c 46. c
11. a 47. b
12. b 48. a
13. c 49. e
14. a 50. a
15. a
16. b
17. d
18. b
19. c
20. c
21. c
22. a
23. a
24. b
25. a
26. d
27. e
28. d
29. e
30. c
31. c
32. d
33. d
34. d
35. a
36. e

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 85 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

GABARITO COMENTADO
001. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2021) A autoridade judiciária tem expressa permissão
legal para determinar a busca e apreensão
a) de adolescente que se ausenta da audiência de apresentação no procedimento de apuração
de ato infracional por não ter sido localizado e notificado para fins de comparecimento.
b) de adolescente que, embora compromissado, não se apresenta ao Ministério Público após
liberação aos pais pela autoridade policial em casos de flagrante de ato infracional.
c) de crianças e adolescentes que, sem autorização judicial, se desliguem de comunidades
terapêuticas onde foram internados compulsoriamente para tratamento contra drogadição.
d) para viabilizar a apresentação de adolescente ao programa de liberdade assistida em caso
de descumprimento reiterado e injustificado da medida, esgotados os recursos do orientador.
e) de adolescentes que se evadam de serviços de acolhimento institucional para permane-
cer com parentes de cujo convívio foram anteriormente retirados em razão de grave confli-
to familiar.

A assertiva A é a CORRETA, conforme o disposto no art. 184, § 3º, do Estatuto da Criança e do


Adolescente:

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do


adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o
disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e noti-
ficados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial
ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apre-
ensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
Letra a.

002. (FFC/ANALISTA JURÍDICO DE DEFENSORIA - CIÊNCIAS JURÍDICAS/DPE-AM/2019)


A Guia de Acolhimento, conforme prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n.8.069/1990), é expedida
a) pelo Conselho Tutelar para inclusão e cadastramento da criança ou do adolescente em risco
junto ao Sistema de Informação para Infância e Adolescência (SIPIa).
b) pela autoridade judicial para encaminhamento de crianças e adolescentes às instituições
que executam programas de acolhimento institucional.
c) pelo gestor da política de garantia do direito à convivência familiar para controle e monitora-
mento dos casos de acolhimento familiar e institucional no município.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 86 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) pela serventia judicial para fins de inclusão da criança ou do adolescente no cadastro nacio-
nal de pessoas em condição de serem acolhidas por família adotiva.
e) pelo Conselho Tutelar em favor de famílias que acolhem crianças e adolescentes provisoria-
mente afastadas do convívio com seus pais ou responsável.

A assertiva B é a CORRETA, pois é o previsto no art. 101, § 3º, do Estatuto, que afirma:

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
[...]
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam
programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhi-
mento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
Letra b.

003. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO - ASSISTENTE SOCIAL/TJ-MA/2019) De acordo com a


legislação, o Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarre-
gado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Faz parte da atribui-
ção desse órgão
a) prestar assistência direta às crianças, aos adolescentes e suas famílias.
b) constituir-se como um programa de atendimento às crianças e aos adolescentes.
c) configurar-se como executor da prestação direta de serviços necessários à efetivação dos
direitos da criança e do adolescente.
d) caracterizar-se como uma entidade de atendimento direto, pelo fato de ser um órgão autô-
nomo e não jurisdicional.
e) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, tra-
balho e segurança.

A assertiva E está CORRETA, conforme disposição do art. 136, III, a, do Estatuto, que afirma:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


[...]
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho
e segurança;
Letra e.

004. (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/PREFEITURA DE CARUARU - PE /2018) A Tutela


Coletiva no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente tem dispositivos próprios, muito
similares àqueles previstos na Lei de Ação Civil Pública. Contudo, em relação à execução das

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 87 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

multas e condenações oriundas da ação civil pública ou coletiva que versem sobre a defesa da
criança e do adolescente, é correto afirmar:
a) Os valores das multas, oriundas das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, se-
rão revertidos para o Fundo Estadual da Criança e do Adolescente, que fará a gestão, resguar-
dando-se percentual determinado pelo juízo, ao Município respectivo.
b) Enquanto não criado o fundo respectivo em cada município, o valor das multas, oriundas
das tutelas cominatórias ou inibitórias não cumpridas, será encaminhado a município contíguo
ou mais próximo da comarca em que tramitou a ação.
c) Não recolhidas as multas oriundas de tutelas específicas não cumpridas, somente o Minis-
tério Público terá legitimidade para executá-las, nos mesmos autos.
d) A multa oriunda de tutela específica somente poderá ser exigida após o trânsito em julgado,
computando-se o termo a quo, no entanto, a partir de seu descumprimento.
e) Na sistemática do Estatuto da Criança e do Adolescente, em relação à tutela coletiva em
juízo, as multas pelo descumprimento de tutela específica não são meios permitidos ao juízo
para o cumprimento das decisões judiciais.

A assertiva CORRETA é a D, nos moldes do art. 213, § 3º, do Estatuto, que afirma:

Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
[...]
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas
será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Letra d.

005. (FFC/EDUCADOR SOCIAL/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/2018) Sem prejuízo de outras


providências legais, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que os casos de
suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão
a) investigados para identificar a corresponsabilidade da criança no caso.
b) primeiramente levados ao juiz da Vara da Infância e Juventude.
c) obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.
d) direcionados à Delegacia Infantojuvenil próxima à residência da criança.
e) encaminhados aos responsáveis para verificação do ocorrido com a criança.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 88 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Diante da narrativa, deve-se assinalar a C, nos termos do art. 13 do Estatuto:

Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de


maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Letra c.

006. (FCC/CONSULTOR LEGISLATIVO – DIREITOS HUMANOS, MINORIAS, CIDADANIA E


SOCIEDADE/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018) De acordo com o que
vem expressamente normatizado no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990),
a) em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 Conselho Tutelar
como órgão integrante da Administração pública local, composto de 5 membros.
b) o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente será composto por represen-
tas da sociedade civil, do conselho tutelar e do governo.
c) o Conselho Tutelar será mantido pelos recursos vinculados ao Fundo Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, cujo gestor é o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
d) o processo eleitoral para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em Lei Municipal e realizado sob a presidência de Juiz eleitoral e a fiscalização do Ministé-
rio Público.
e) as medidas de proteção aplicadas pelo Conselho Tutelar serão revistas pelo Conselho Mu-
nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo Ministério Público e pela autoridade
judicial competente.

Em que pese na assertiva A falte a referência ao município, ela é a mais CORRETA, a teor da
previsão do art. 132, do Estatuto, que afirma:

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
Letra a.

007. (FCC/PEDAGOGO/PREFEITURA DE MACAPÁ-AP/2018) A professora de uma pré-esco-


la percebeu durante as aulas da semana um comportamento incomum em uma das crianças.
De muito alegre, ela passou a choramingar com frequência, parecendo estar com dores e as-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 89 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

sustada. Ao se aproximar da criança observou que nela havia hematomas nas pernas e nos
braços. Sem saber o que fazer, a professora nada perguntou à criança e retomou as ativida-
des do dia. Tendo em vista as responsabilidades dos educadores relativamente à proteção da
criança e do adolescente previstas no ECA, a atitude da professora nesse caso foi
a) correta, uma vez que não houve reclamação da criança sobre o ocorrido.
b) de omissão, caracterizada como uma infração administrativa.
c) cruel e de falta de humanidade com semelhante indefeso.
d) de preservar a criança à exposição pública vexatória.
e) criminosa por não levar a suspeita ao conhecimento da direção da escola.

A conduta da professora foi de omissão, razão pela qual se deve assinalar a assertiva B, que
está conforme o previsto no art. 245, do Estatuto:

245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
A conduta da professora deveria ter seguido o comando do art. 13, do Estatuto, que afirma:

Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de


maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Letra b.

008. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-AM/2018) É linha de ação da política de atendimento


conforme prevista expressamente no Estatuto da Criança e do Adolescente:
a) serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência.
b) serviços de recrutamento e seleção de pretendentes à adoção tardia.
c) Conselhos Tutelares em âmbito municipal e Conselhos de Direitos em âmbito estadual.
d) políticas de promoção do protagonismo de adolescente e jovens, garantida sua participação
nos conselhos deliberativos das políticas públicas a eles relacionadas.
e) programas de estímulo às empresas privadas para admissão de adolescentes em regime
de aprendizagem.

A assertiva A está CORRETA, nos termos do art. 87, III, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

São linhas de ação da política de atendimento:


[...]

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 90 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de negligên-
cia, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão.
Letra a.

009. (FCC/ANALISTA AMBIENTAL – PEDAGOGO/SEGEP-MA/2016) No contexto da infân-


cia e da adolescência, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cabe não ape-
nas à família, mas também à comunidade, à sociedade e ao poder público o dever de priorizar
a efetivação dos direitos da criança e do adolescente. Para possibilitar a participação de todos
os grupos responsabilizados, o ECA determina que
a) os municípios devem constituir obrigatoriamente Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e facultativamente Conselhos Tutelares.
b) os municípios devem constituir Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente e Conselhos Tutelares.
c) cabe à União definir as formas de participação que serão aceitas como legítimas para a
participação de cada pessoa ou grupo.
d) cada Estado deve constituir um Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
e os Municípios, os Conselhos Tutelares.
e) os municípios e estados são autônomos para organizarem as formas de garantia dos direi-
tos de crianças e adolescentes em seu território.

A assertiva está CORRETA nos termos do art. 88, II, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:


I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popu-
lar paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
Letra b.

010. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-ES/2016) Em março de 2016, o texto do Estatuto da


Criança e do Adolescente sofreu modificações destinadas a incorporar ou reforçar regras vol-
tadas à proteção da primeira infância, entre as quais podemos citar:
a) Responsabilização criminal de pais ou responsável que, injustificadamente, deixem de pro-
mover vacinação de crianças sob sua guarda.
b) Direito da parturiente, junto ao Sistema Único de Saúde, de contar com um acompanhante de
sua preferência no pré-natal, e o pós-parto e dois acompanhantes durante o trabalho de parto.
c) Isenção de multas, custas e emolumentos nos registros e certidões necessários à inclusão,
a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento da criança.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 91 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) Possibilidade de destituição sumária do poder familiar em caso de abuso sexual praticado


ou facilitado pelos genitores contra criança de até 6 anos de idade.
e) Criação de serviços de acolhimento institucional especializados para a faixa etária da pri-
meira infância, sem prejuízo da preservação de eventuais vínculos com irmãos maiores.

A assertiva C está CORRETA, nos termos do art. 102, § 5º, do Estatuto, que afirma:

Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização
do registro civil.
[...]
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento
de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
Letra c.

011. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-GO/2015) A função de membro do conselho nacional e dos


conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada
a) de interesse público relevante e não será remunerada.
b) auxiliar da justiça da infância e da juventude.
c) serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral aos seus membros.
d) de interesse público relevante e será remunerada nos termos da lei.
e) serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral aos seus membros,
após dois anos de efetivo exercício da função.

A assertiva A está CORRETA, nos termos do art. 89, do Estatuto:

A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da
criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.

Letra a.

012. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PA/2014) As entidades públicas e privadas de


atendimento, responsáveis pelo planejamento e execução de seus programas de proteção e
socioeducativos, são diretamente fiscalizadas
a) pelo Judiciário e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
b) pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
c) somente pelo Ministério Público.
d) pela comunidade, pelas organizações sociais e pelos Conselhos Tutelares.
e) pelo Ministério Público mediante provocação dos Conselhos Tutelares.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 92 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

A assertiva é a CORRETA, conforme o art. 95, do Estatuto, que afirma:

As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo


Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Letra b.

013. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-PE/2014) Segundo o Estatuto da Criança e do


Adolescente, compete ao Ministério Público:
a) nos processos e procedimentos em que for parte, ter vista dos autos posteriormente às de-
mais partes, na defesa dos direitos e interesses previstos no Estatuto.
b) homologar a remissão para exclusão do processo de apuração de ato infracional.
c) representar ao juízo visando a aplicação de penalidades por infrações cometidas contra as
normas de proteção à infância e à juventude.
d) promover, desde que por solicitação do interessado, a inscrição de hipoteca legal de bens de
crianças e adolescentes em caso de falta dos pais ou responsável.
e) requerer à autoridade judiciária medidas que interrompam as irregularidades constatadas
na fiscalização de entidades de atendimento, haja vista que não pode adotar de pronto medi-
das administrativas para saná-las.

A assertiva C está CORRETA, nos termos do art. 201, X, do Estatuto:

Art. 201 ECA. Compete ao Ministério Público:


[...]
X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as nor-
mas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
penal do infrator, quando cabível;
Letra c.

014. (FCC/JUIZ/TJ-GO/2012) A proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos


da criança e do adolescente, está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, como
a) linha de ação da política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente.
b) regime de atendimento da política municipal de atendimento socioeducativo.
c) serviço supletivo de assistência jurídica a crianças, adolescentes e suas famílias.
d) diretriz dos serviços de acolhimento institucional para viabilizar ações interdisciplinares de
garantia do direito à convivência familiar e comunitária.
e) programa de busca ativa e recepção de denúncias de situações de violação de direito de
crianças e adolescentes.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 93 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

A assertiva A está CORRETA nos termos do art. 87, V, do Estatuto:

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:


[...]
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Letra a.

015. (FCC/JUIZ/TJ-GO/2009) Os conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da


criança e do adolescente são órgãos
a) deliberativos e controladores nos quais é assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas.
b) cuja criação é prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente entre as linhas de ação da
política de atendimento.
c) deliberativos, executivos e controladores das ações em todos os níveis.
d) compostos por representantes do governo, da sociedade civil e dos usuários dos serviços
de atenção à criança e ao adolescente.
e) consultivos dos executivos municipais, estaduais e nacional na definição da política pública
para a área da infância e juventude.

A assertiva A está CORRETA nos termos do art. 88, II, do Estatuto:

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:


[...]
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente,
órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popu-
lar paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
Letra a.

016. (FGV/OAB/2017) Agente público executor de medida socioeducativa de internação, a


pretexto de manter a disciplina e a ordem na unidade em que atua, ordena que dois adoles-
centes se vistam com roupas femininas e desfilem para os demais internos, que escolherão a
“garota da unidade”.
Em visita à unidade, uma equipe composta pela Comissão de Direitos Humanos da OAB e pelo
Conselho Tutelar toma ciência do caso. Segundo restou apurado, o agente teria atuado de tal
forma porque os dois adolescentes eram muito rebeldes e não cumpriam regularmente as
determinações da unidade.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 94 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

Com base apenas no Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo de outras sanções,
assinale a opção que indica a medida que poderá ser adotada imediatamente pela equipe que
fiscalizava a unidade.
a) Transferência imediata dos adolescentes para outra unidade socioeducativa.
b) Advertência do agente público aplicada pelo Conselho Tutelar.
c) Advertência do agente público aplicada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB.
d) Transferência imediata do agente público para outra unidade.

A assertiva B encontra respaldo em diversos artigos do Estatuto. Comecemos pelo art. 13:

“Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de


maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais”.
O art. 18-B, do Estatuto, determina:

Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de


medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes,
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a
gravidade do caso:
[...]
V – advertência.
[...]
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem pre-
juízo de outras providências legais.
Letra b.

017. (FGV/OAB/2017) João, criança de 07 anos de idade, perambulava pela rua sozinho, sujo
e com fome, quando, por volta das 23 horas, foi encontrado por um guarda municipal, que
resolve encaminhá-lo diretamente para uma entidade de acolhimento institucional, que fica
a 100 metros do local onde ele foi achado. João é imediatamente acolhido pela entidade em
questão. Sobre o procedimento adotado pela entidade de acolhimento institucional, de acordo
com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A entidade pode regularmente acolher crianças e adolescentes, independentemente de de-
terminação da autoridade competente e da expedição de guia de acolhimento.
b) A entidade somente pode acolher crianças e adolescentes encaminhados pela autoridade
competente por meio de guia de acolhimento.
c) A entidade pode acolher regularmente crianças e adolescentes sem a expedição da guia de
acolhimento apenas quando o encaminhamento for feito pelo Conselho Tutelar.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 95 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) A entidade pode, em caráter excepcional e de urgência, acolher uma criança sem determina-
ção da autoridade competente e guia de acolhimento, desde que faça a comunicação do fato
à autoridade judicial em até 24 horas.

A assertiva D tem amparo legal ao art. 93, do Estatuto, que diz:

as entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excep-


cional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade com-
petente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade.
Letra d.

018. (FGV/OAB/2015) Texto associado


J., com 11 anos, L., com 12 anos, e M., com 13 anos de idade, são alunos do 8º ano do ensi-
no fundamental de uma conceituada escola particular. Os três, desde que foram estudar na
mesma turma, passaram a causar diversos problemas para o transcurso normal das aulas,
tais como: escutar música; conversar; dormir; colocar os pés nas mesas e não desligar o apa-
relho celular.
O professor de matemática, inconformado com a conduta desrespeitosa dos alunos, repreen-
de-os, avisando que os encaminhará para a direção da escola. Ato contínuo, os alunos reagem
da seguinte forma: J. chama o professor de “velho idiota”; L. levanta e sai da sala no meio da
aula; e M. ameaça matá-lo.
Diante dos atos de indisciplina dos três alunos, a direção da escola entra em contato com o
seu departamento jurídico para, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, receber a
orientação de como proceder.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a orientação recebida pela
direção escolar.
a) Os atos de indisciplina praticados por J., L. e M. deverão ser coibidos pela própria dire-
ção escolar.
b) J. e M. praticaram atos infracionais. J. deverá ser encaminhado ao Conselho Tutelar e M.
para a autoridade policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.
c) J., L. e M. praticaram atos infracionais e deverão ser encaminhados para a autoridade policial.
d) J. e M. praticaram atos infracionais. Ambos deverão ser encaminhados para a autoridade
policial. A indisciplina de L. deverá ser coibida pela própria direção escolar.

Para que possamos explicar a resposta correta é preciso registrar as idades;


J., com 11 anos;
L – , com 12 anos;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 96 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

M., com 13 anos de idade,


A teor do art. 2º, do Estatuto, apenas J é CRIANÇA. L e M são ADOLESCENTES.
Como J é criança, ainda que cometa ato infracional não pode sofrer medida socioeducativa,
somente medida protetiva, e diante de sua idade deve ser encaminhado ao Conselho Tutelar.
Observe o artigo:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as me-
didas previstas no art. 101, I a VII;
E ainda o artigo 105: “Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas
no art. 101”.
M, como é adolescente e ameaçou matar o professor, cometeu ato infracional e deve ser enca-
minhado à autoridade policial, conforme determinação dos seguintes artigos:

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
L, adolescente, levantou e saiu da sala, o que não é cometimento de ato infracional, portanto a
indisciplina deverá ser aplicada pela direção escolar.
Letra b.

019. (FGV/OAB/2015) Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana cor-
rigindo o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu patinete. Para
tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no infante, na presença das outras crianças
e mães, que assistem a tudo assustadas.
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar.
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, após a atuação poli-
cial, dar o caso por encerrado.
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, decorrência do atributo do
poder familiar.
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa forma, e analisar
se não seria recomendável a aplicação de uma das medidas previstas no ECA.
d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma representação administrativa
por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.

A assertiva C está em acordo com o art. 136, II, do Estatuto:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


[...]
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
Letra c.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 97 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

020. (FGV/OAB/2014) O Hotel Botanic recebeu o casal de namorados Júlia e Matheus como
hóspedes durante um feriado prolongado. Júlia tem 15 anos de idade e Matheus 18 anos, mo-
tivo pelo qual a adolescente foi admitida no estabelecimento, por estar acompanhada de uma
pessoa maior de idade.
Com base no caso apresentado, a partir do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assinale a opção correta.
a) Trata-se de infração penal, motivo pelo qual, sem prejuízo da pena de multa aplicada ao
estabelecimento, o funcionário responsável pela admissão da adolescente está sujeito à res-
ponsabilidade criminal pessoal.
b) Trata-se de prática cotidiana sem implicações administrativas ou criminais previstas na nor-
ma especial, uma vez que a adolescente estava acompanhada de pessoa maior de idade que
se torna responsável por ela.
c) Trata-se de infração administrativa, sujeitando-se à aplicação de pena de multa, a hospe-
dagem de adolescente desacompanhado dos pais, responsáveis, ou sem autorização escrita
desses ou da autoridade judiciária.
d) Trata-se de infração administrativa e penal, sujeitando-se o estabelecimento, por determina-
ção da autoridade judiciária, a imediato fechamento por até quinze dias.

O ocorrido no caso específico trata-se de infração administrativa, conforme previsto no capí-


tulo II do Estatuto, que trata das INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS, e de forma específica, o art.
250 estabelece:

Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização


escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere.
Diante do fundamento supracitado, as assertivas A, B e D já são REFUTADAS.
Letra c.

021. (FGV/OAB/2014) O Ministério Público moveu ação civil pública em face do estado A1 e
do município A2, e em favor dos interesses da criança B, que precisava realizar um procedi-
mento cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde, ao custo de R$ 8.000,00 (oito mil
reais), o qual a família não tinha como custear. Os réus aduziram em contestação que os recur-
sos públicos não poderiam ser destinados individualmente, mas sim, em caráter igualitário e
geral a todos os que deles necessitassem.
Considere a narrativa e assinale a única opção correta a seguir.
a) Não tem cabimento a medida intentada pelo Ministério Público, uma vez que a ação civil pú-
blica destina-se a interesse difusos ou coletivos, não sendo ferramenta jurídica hábil a tutelar
os interesses individuais indisponíveis, como os descritos no enunciado, devendo o processo
ser extinto sem resolução do mérito.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 98 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

b) A causa terá seguimento, visto que cabível ação civil pública na hipótese, mas, no mérito, os
argumentos dos réus merecem acolhimento, já que conferir tratamento desigual à criança B im-
plica violação ao princípio da isonomia, o que não encontra amparo na norma especial do ECA.
c) A ação civil pública é perfeitamente cabível no caso e, no mérito, a prioridade legal assiste a
criança B no atendimento a necessidades como vida e saúde, nisso justificando-se a absoluta
prioridade na efetivação dos seus direitos, conferindo-lhe primazia de receber socorro e prote-
ção, e a precedência no atendimento em serviço público.
d) Não é cabível ação civil pública na hipótese, por se tratar de direito meramente individual,
embora indisponível, e, como no mérito assiste razão aos interesses da criança B, a ação de-
verá ser extinta sem resolução do mérito, a fim de que outra ação judicial, intentada com o uso
da ferramenta jurídica adequada, possa ser processada sem incorrer em litispendência.

A assertiva A e D estão ERRADAS porque afirmam que Ação Civil Pública não é medida cabível.
Todavia, o art. 201, V, do Estatuto, determina:

Art. 201. Compete ao Ministério Público:


[...]
V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais, difu-
sos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso
II, da Constituição Federal;
b) A assertiva B está ERRADA, uma vez que a criança B precisava realizar um procedimento
cirúrgico indispensável à manutenção de sua saúde. A ação civil pública é também medida
cabível para tutelar INTERESSES INDIVIDUAIS (Art. 201, V, ECA), de modo que o princípio da
isonomia consiste, justamente, em TRATAR DESIGULAMENTE OS DESIGUAIS, NA MEDIDA DE
SUAS DESIGUALDADES.
E por fim, a assertiva C está CORRETA, porque se encaixa PERFEITAMENTE na hipótese do art.
201, V, Eca, e ainda no entendimento do Superior Tribunal de Justiça no Tema 766, que definiu:

Legitimidade ad causam do Ministério Público para pleitear, em demandas contendo beneficiários


individualizados, tratamento ou medicamento necessário ao tratamento de saúde desses pacientes.
Vale a leitura abaixo:

Superior Tribunal de Justiça


Revista Eletrônica de Jurisprudência Súmula - Não cabe agravo regimental contra deci-
são do relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurança RECURSO
ESPECIAL N. 1.486.219 - MG (2014⁄0257334-8) RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJA-
MIN RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS RECORRIDO:
MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS PROCURADOR: TACIANA ALCANTARA DE CARVALHO E
OUTRO(S) INTERES.: ESTADO DE MINAS GERAIS PROCURADOR: ANA CAROLINA CUBA

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 99 de 127
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

DE ALMADA LIMA E OUTRO(S) INTERES.: H R T DE M E S (MENOR) REPR. POR: P R N DE


SRELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se de Recurso
Especial (art. 105, III, “a”, da CF) interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais cuja ementa é a seguinte: EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO E
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS A
MENOR - INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. -A compe-
tência da Vara de Infância e Juventude em relação às ações civis fundadas em interesse
de criança ou adolescente se restringe às hipóteses de menor em situação de abandono
ou de risco. -A ação em que se pretende o fornecimento de medicamentos a menor,
quando devidamente representado e assistido pelos pais, não se insere nos limites da
competência atribuída às Varas de Infância e Juventude. -Os atos proferidos por Juízo
incompetente absolutamente em razão da matéria resultam nulos, podendo o vicio ser
reconhecido e declarado de ofício. -Processo anulado de ofício. Os Embargos de Declara-
ção não foram acolhidos (fl. 184, e-STJ). O recorrente, nas razões do Recurso Especial,
sustenta que ocorreu violação aos arts. 7º, 11, 98, I, 148, IV, 201, V, VIII, 208, VII e 209 da
Lei 8.069⁄1990 (Estatuto da Criança e Adolescente) e 535 do Código de Processo Civil
sob o argumento de que “o fato de não se encontrar a criança em situação de abandono
ou risco não tem o condão de descaracterizar a natureza de ação civil pública manejada
em face de omissão do Estado em fornecer o suplemento alimentar de que ela necessita
para implementar seu direito à saúde” (fl. 201, e-STJ). Contrarrazões do Estado de Minas
Gerais apresentadas às fls. 208-214, e-STJ. É o relatório. RECURSO ESPECIAL N. 1.486.219
- MG (2014⁄0257334-8) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os
autos foram recebidos neste Gabinete em 13.10.2014. A irresignação merece prosperar.
Trata-se na origem de Ação Civil Pública com pedido de liminar e preceito cominatório de
obrigação de fazer, proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais em face do Estado
de Minas Gerais e do Município de Divinópolis, julgada procedente na instância de pri-
meiro grau, que qual decreta a nulidade do processo ante o acolhimento de preliminar de
incompetência absoluta da Vara da Infância e Juventude. Preliminarmente constato que
não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal
de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apre-
sentada. Não é o órgão julgador obrigado a rebater, um a um, todos os argumentos trazi-
dos pelas partes em defesa da tese que apresentaram. Deve apenas enfrentar a demanda,
observando as questões relevantes e imprescindíveis à sua resolução. Nesse sentido:
REsp 927.216⁄RS, Segunda Turma, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ de 13⁄08⁄2007; e,
REsp 855.073⁄SC, Primeira Turma, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de
28⁄06⁄2007. No mérito, melhor sorte assiste ao Parquet Estadual, isto porque a preten-
são deduzida na demanda enquadra-se na hipótese contida nos arts. 98, I, 148, IV, 208,
VII, e 209, todos da Lei 8.069⁄1990 (Estatuto da Criança e Adolescente), sendo da com-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 100 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

petência absoluta do Juízo da Vara da Infância e da Juventude a apreciação das contro-


vérsias fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos vinculados à criança e
ao adolescente. O Tribunal local consignou (fls. 157-159, e-STJ): I - QUESTÃO PRELIMI-
NAR: NULIDADE DO PROCESSO- INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA VARA DA INFÂNCIA E
JUVENTUDE. Instalo, de oficio, preliminar de nulidade do processo por incompetência
absoluta do Juízo da Infância e Juventude. Em exame do processado, constata-se que a
ação civil pública foi processado no âmbito do Juízo da Infância e Juventude, contra-
riando o posicionamento que vem sendo reiteradamente adotado nesta 4ª Câmara Cível,
no sentido da incompetência absoluta em casos semelhantes. O Estatuto da Criança e do
Adolescente contém dispositivo que parece conferir competência ampla à Justiça da
Infância e da Juventude para apreciar demandas relativas a interesse de menores, ver-
sando no seguinte sentido: “Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: (...) IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;” A leitura
literal e isolada do dispositivo poderia conduzir ao entendimento de que toda e qualquer
ação envolvendo direitos de menores deveria ser conhecida pelo Juízo especifico da
Infância e Juventude, o que incluiria, v.g. ação de alimentos, indenizações ou pedido de
matricula em escola. Considerando o dispositivo em seu contexto, porém, tendo em vista
principalmente o teor do art. 98 e 208 da Lei 8.069⁄90, chega-se à conclusão distinta, limi-
tando-se a competência absoluta da Justiça da Infância e Juventude às hipóteses de
abandono ou em situação de risco. Nessa esteira a Resolução 227⁄91 da Corte Superior
do TJMG estabeleceu que: “Art. 2º - As ações ou pedidos a que se refere o parágrafo
único, art. 148, da Lei Federal 8.069⁄90, serão da competência dos Juízes do Cível ou da
Família, onde as houver, salvo quando se tratar de criança ou adolescente enquadrado
nas situações previstas no art. 98 da mencionada Lei, quando serão competentes os
Juízes de Menores.” Confira-se nesse sentido o posicionamento, unânime adotado por
esta 4 o Câmara Cível sobre a questão. Por todos, menciono o seguinte aresto: “CON-
FLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE GUARDA - JUÍZO COM-
PETENTE - SITUAÇÃO DE RISCO - INEXISTÊNCIA - VARA CÍVEL. - A competência em razão
da matéria definida pelo artigo 148 do Estatuto da Criança e do Adolescente exclui a com-
petência dos juízos cíveis ou de família, somente, quando os menores se encontrarem em
situação de risco, assim definido pelo artigo 98 do mesmo estatuto.” (Conflito de Compe-
tência 1.0000.10.054726-4⁄000, Rel. Des.(a) Dárcio Lopardi Mendes, 4 a CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 25⁄11⁄2010, publicação da súmula em 17⁄12⁄2010) No caso concreto o
menor se encontra devidamente representado e assistido por seus pais, inexistindo relato
de situação de risco ou abandono a ensejar a competência do Juízo da Infância e Juven-
tude. Assinale-se que a competência estabelecida em razão da matéria tem caráter abso-
luto, sendo passível de pronunciamento de oficio a qualquer tempo. Posto isso, SUSCITO,

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 101 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

DE OFÍCIO, PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA para pronunciar a nulidade dos


atos decisórios do processo e determinar a distribuição dos autos a uma das Varas da
Fazenda Pública da Comarca. No exercício do poder geral de cautela e considerando a
necessidade de proteger os interesses do menor, mantenho a decisão liminar que deter-
minou o fornecimento do insumo pleiteado, até ulterior decisão pelo Juízo que receber o
feito. A partir daí, verifica-se que a decisão recorrida viola os arts. 98, I, 148, IV, 208, VII e
209 do Estatuto da Criança e Adolescente. Senão vejamos: As medidas de proteção, tais
como o fornecimento de medicamentos e tratamentos, são adotadas quando verificada
qualquer uma das hipóteses do art. 98 do ECA, in verbis: Art. 98. As medidas de proteção
à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por
falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta. No caso
concreto, o menor requer do Estado de Minas Gerais e do Município de Divinópolis, men-
salmente, 13 (trezes) latas de leite com fórmula de aminoácidos livres, pois o infante é
portador da Síndrome de Hirschispring. Ocorre que os pais da criança não possuem con-
dições financeiras para arcar com a compra da fórmula nutricional que o filho necessita
e portanto compareceram até a Promotoria da Infância e Adolescência em busca de
amparo para cuidar da saúde de seu rebento. Guilherme de Souza Nucci (Estatuto da
Criança e do Adolescente Comentado - Em busca da Constituição Federal das Crianças e
Adolescentes, 1ª Edição, Ed. Forense, 2014) bem delineia os casos que as medidas de
proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis (grifei): 5. Ação ou omissão da socie-
dade ou do Estado: há quatro situações neste inciso: a) ação da sociedade prejudicial ao
infante ou jovem; b) omissão da sociedade igualmente prejudicial; c) ação do Estado pre-
judicial à criança ou adolescente; d) omissão do Estado igualmente prejudicial. No tocante
ao primeiro campo, entende-se por sociedade a atuação de qualquer pessoa - e não
necessariamente de um número indeterminado delas. Portanto, crianças ou jovens víti-
mas de exploração sexual praticada por adultos, por exemplo, encaixam-se nesse perfil.
Quanto ao segundo, embora mais difícil de ser evidenciado, é preciso lembrar do dever
geral imposto à sociedade, pelo art. 227, caput, da CF, no sentido de assegurar aos infan-
tes e jovem todos os seus direitos fundamentais; a omissão de muitos, ilustrando, inclu-
sive professores da escola, que deixam de se preocupar com o aprendizado, gerando
evasão escolar, terminam levando as crianças à rua, sem qualquer proteção adequada,
onde terminam entregues ao abandono. o terceiro campo é preenchido pela ação estatal
em prejuízo do infante ou jovem, consistindo, a título de exemplo, na sua submissão a um
processo educacional fracassado, sem estrutura adequada, gerando má formação inte-
lectual. O quarto diz respeito à omissão do Estado, que é muito mais comum, em vários
setores, como a saúde, a própria educação (falta de vagas em escolas), a segurança, o
amparo à sua família natural, dentre tantos outros. Visto isto, devemos observar a com-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 102 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

petência da Justiça da Infância e da Juventude. A matéria de fundo foi bem delimitada no


quadro fático da demanda: o menor requer do Estado de Minas Gerais e do Município de
Divinópolis, mensalmente, 13 (trezes) latas de leite com fórmula de aminoácidos livres,
pois o infante é portador da Síndrome de Hirschispring, e seus pais não possuem condi-
ções financeiras para arcar com o suplemento alimentar requerido. A partir disso, con-
clui-se que estão presentes os requisitos para o exercício da competência especializada
da Vara da Infância e da Juventude, por se tratar de questão afeta a direitos individuais,
difusos ou coletivos do infante, nos termos dos arts. 148, inciso IV, e 209, do Estatuto da
Criança e do Adolescente: Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: [...] IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou cole-
tivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209; Art. 209. As
ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva
ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais
superiores. Os seguintes precedentes do Superior Tribunal de Justiça corroboram tal inte-
ligência (grifei): PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. VARA DA INFÂNCIA E DA JUVEN-
TUDE. 1. Admite-se o recebimento de embargos de declaração opostos à decisão mono-
crática do relator como agravo regimental em atenção aos princípios da economia
processual e da fungibilidade recursal. 2. A pretensão deduzida na demanda enquadra-se
na hipótese contida no art. 148, IV, c⁄c art. 209 do ECA, sendo da competência absoluta
do Juízo da Vara da Infância e da Juventude a apreciação das controvérsias fundadas em
interesses individuais, difusos ou coletivos vinculados à criança e ao adolescente. Prece-
dentes. 3. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. Agravo regimen-
tal não provido. (EDcl no AREsp 24.798⁄SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 07⁄02⁄2012, DJe 16⁄02⁄2012) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPE-
CIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. MENOR. EXAME SUPLETIVO. COMPETÊNCIA DA
VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. ARTS. 148 DA LEI N. 8.069⁄90 E 111 DO CPC. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. 1. Compete ao juízo da Vara da Infância e da Juventude processar e
julgar mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público Estadual que visa a ins-
crição em exame supletivo de adolescente. Precedentes. 2. Recurso especial provido.
(REsp 1201623⁄SE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, jul-
gado em 05⁄04⁄2011, DJe 13⁄04⁄2011) DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA E
CONDIÇÕES DA AÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MINISTÉRIO PÚBLICO. CONSTRUÇÃO DE
PRÉDIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE ORIENTAÇÃO E TRATAMENTO DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ALCOÓLATRAS E TOXICÔMANOS. VARA DA INFÂNCIA E
DA JUVENTUDE. ARTS. 148, IV, 208, VII, E 209 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLES-
CENTE. REGRA ESPECIAL. I - É competente a Vara da Infância e da Juventude do local
onde ocorreu a alegada omissão para processar e julgar ação civil pública ajuizada contra

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 103 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

o Estado para a construção de locais adequados para a orientação e tratamento de crian-


ças e adolescentes alcoólatras e toxicômanos, em face do que dispõem os arts. 148, IV,
208, VII, e 209, do Estatuto da Criança e do Adolescente. Prevalecem estes dispositivos
sobre a regra geral que prevê como competentes as Varas de Fazenda Pública quando
presentes como partes Estado e Município. II - Agravo regimental improvido. (AgRg no
REsp 871.204⁄RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
27⁄02⁄2007, DJ 29⁄03⁄2007, p. 234) A competência da Vara da Infância e da Juventude
justifica-se pelo relevante interesse social e pela importância do bem jurídico a ser tute-
lado nos termos do art. 208, VII, do Estatuto da Criança e Adolescente: Art. 208. Regem-
-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregu-
lar: (...) VII - de acesso às ações e serviços de saúde; Guilherme de Souza Nucci (Estatuto
da Criança e do Adolescente Comentado - Em busca da Constituição Federal das Crian-
ças e Adolescentes, 1ª Edição, Ed. Forense, 2014) é lapidar ao tratar sobre o art. 208 do
ECA: 343. Delimitação da competência: este artigo seria dispensável, a não ser pela sua
utilidade em apontar, com clareza, o juízo competente para apreciar todas as ações decor-
rentes dos direito e garantias de crianças e adolescentes. Trata-se da Vara da Infância e
Juventude da região onde o fato se realiza ou a omissão se verifica. E arremata o Emi-
nente Desembargador Paulista quanto versa sobre o art. 209 do Estatuto Protetor: 357.
Competência absoluta: as ações de responsabilidade por ofensa aos direito de crianças
e adolescentes devem ser ajuizadas em Varas da Infância e Juventude do lugar onde a
falha ou falta ocorreu ou onde deveria ter acontecido a ação ou omissão do poder público.
Assim, porquanto o Estatuto da Criança e Adolescente é lex specialis, prevalece sobre a
regra geral de competência das Varas de Fazenda Pública, quando o feito envolver Ação
Civil Pública em favor da criança ou adolescente, na qual se pleiteia acesso às ações ou
serviços de saúde, independentemente do infante estar em situação de abandono ou
risco, em razão do relevante interesse social e pela importância do bem jurídico tutelado.
Diante do exposto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do CPC, dou provimento ao Recurso
Especial, para cassar a decisão que pronunciou a nulidade dos atos decisórios do pro-
cesso e determinou sua distribuição a uma das Varas da Fazenda Pública da Comarca de
Divinópolis, e determino o retorno dos autos à Turma julgadora a quo para apreciação do
mérito do recurso. É como voto.
Documento: 41409259 RELATÓRIO E VOTO

Letra c.

022. (FGV/OAB/2013) No que se refere aos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da


Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, assinale a afirma-
tiva correta.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 104 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) Será adotado o sistema recursal do Código de Processo Civil.


b) Em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público
e para a defesa será sempre de 30 (trinta) dias.
c) É exigido o preparo para a interposição dos recursos.
d) Os recursos não terão preferência de julgamento, nem dispensarão revisor.

A assertiva A está CORRETA porque encontra consonância com o art. 198, do Estatuto:

Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução


das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações:
b) A assertiva está ERRADA porque o Estatuto estabelece no artigo 198, II: “II - em todos os
recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa
será sempre de 10 (dez) dias”, e a assertiva quer fazer crer que o prazo é de 30 dias.
c) A assertiva está ERRADA porque o art. 198, I, do Estatuto, determina: “os recursos serão
interpostos independentemente de preparo”.
d) A assertiva D, por sua vez, também está ERRADA, porque o art. 198, III, do Estatuto, prevê:
“os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor”.
Letra a.

023. (FGV/OAB/2012) Acerca das atribuições do Conselho Tutelar determinadas no Estatuto


da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.
a) O Conselho Tutelar, considerando sua natureza não jurisdicional, destaca-se no aconselha-
mento e na orientação à família ou responsável pela criança ou adolescente, inclusive na hi-
pótese de inclusão em programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos.
b) O Conselho Tutelar, em consequência de sua natureza não jurisdicional, não é competente
para encaminhar ao Ministério Público as ocorrências administrativas ou criminais que impor-
tem violação aos direitos da criança e do adolescente.
c) O Conselho Tutelar pode assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta or-
çamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente,
em decorrência de sua natureza jurisdicional não autônoma.
d) O Conselho Tutelar não poderá promover a execução de suas decisões, razão pela qual só
lhe resta encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrati-
va ou penal contra os direitos da criança ou adolescente.

b) A assertiva B está ERRADA porque está disposta de forma diferente do que o Estatuto em
seu art. 136, IV:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 105 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
ENCAMINHAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO notícia de fato que constitua infração administrativa ou
penal contra os direitos da criança ou adolescente.
c) A assertiva C está ERRADA porque o art. 131, do Estatuto, afirma que o Conselho tutelar tem
natureza NÃO-JURISDICIONAL. Veja o artigo na íntegra:

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
d) A assertiva D está ERRADA, porque está disposto de forma contrária ao Estatuto. O art. 136
do referido diploma legal preconiza:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


[...]
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
Letra a.

024. (FGV/OAB/2011) Com nítida inspiração na doutrina da proteção integral, o ECA garantiu à
criança e ao adolescente o mais amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação
de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim como
lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à Justiça, como o Ministé-
rio Público e a Defensoria. Tendo em conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta.
a) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação
da tutela deverão ser custeadas pela parte sucumbente ao final do processo.
b) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e seus pais ou respon-
sável, a autoridade judiciária lhes dará curador especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de
carência de representação ou assistência legal, ainda que eventual.
c) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de atos judiciais e admi-
nistrativos que digam respeito à autoria de ato infracional praticado por adolescente, podendo
ser expedida certidão ou extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do
interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela impren-
sa escrita ou falada, devem conter apenas as iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo
vedadas as demais formas expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.
d) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor pú-
blico, sendo admitida a nomeação pelo juiz de advogado se o adolescente não tiver defensor,
não podendo, posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.

a) A assertiva A está ERRADA, uma vez que está disposto de forma diferente do Estatuto, art.
141, § 2º:

AS AÇÕES JUDICIAIS DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE SÃO ISEN-


TAS DE CUSTAS E EMOLUMENTOS, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 106 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

b) A assertiva B está CORRETA, pois encontra abrigo no art. 142, do Estatuto, veja:

Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores
de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que
os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de represen-
tação ou assistência legal ainda que eventual.
c) A assertiva C está ERRADA, porque viola o sigilo de atos judiciais, policiais e administrativos,
previsto no art. 143, do Estatuto:

É VEDADA A DIVULGAÇÃO de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crian-
ças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
d) A assertiva D está ERRADA, porque o adolescente poderá a qualquer tempo substituir o ad-
vogado, a teor do art. 207, § 1º, do Estatuto:

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, RESSALVADO O DIREITO DE,
A TODO TEMPO, CONSTITUIR OUTRO DE SUA PREFERÊNCIA.
Letra b.

025. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO – PEDAGOGO/TJ-RO/2021) O Conselho Tutelar realiza o


atendimento a uma adolescente que vem apresentando número elevado de faltas na escola.
Durante o atendimento, a adolescente relata que foi vítima de violência sexual há cerca de três
meses. Segundo estabelecido no ECA, nessa situação, em que há uma notícia de infração pe-
nal cometida em face da adolescente, o Conselho Tutelar possui atribuição de:
Alternativas
a) encaminhar a notícia ao Ministério Público;
b) investigar para descobrir quem foi o autor da infração penal;
c) ignorar a notícia e tratar apenas das faltas na escola;
d) realizar o exame de corpo de delito na adolescente;
e) intimar o suposto autor da infração penal para prestar depoimento.

Diante da narrativa, a atribuição do Conselho Tutelar é de encaminhar a notícia ao Ministério


Público, conforme o previsto no art. 136, IV, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


[...]

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 107 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal
contra os direitos da criança ou adolescente;
Razão pela qual a alternativa que deve ser assinalada.
Letra a.

026. (FGV/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-PR/2021) Jennifer é mãe de Pablo, de 6 anos, sendo o ge-


nitor desconhecido. Jennifer combina com suas amigas de ir a um evento noturno no final de
semana, deixando Pablo sozinho em casa. Durante a madrugada, em razão do choro intenso
de Pablo, vizinhos acionam o Conselho Tutelar, que comparece ao local e aplica a medida pro-
tetiva emergencial de acolhimento institucional à criança. Na segunda-feira, após deliberação
do colegiado, a Conselheira Tutelar ajuíza Representação por Infração Administrativa em face
de Jennifer, com fulcro no Art. 249 da Lei n. 8.069/1990. A respeito desses fatos e consideran-
do o disposto na Lei n. 8.069/1990, é correto afirmar que o acolhimento emergencial realizado
pela Conselheira Tutelar é:
a) incabível, porque não houve decisão judicial prévia determinando o afastamento da criança
do convívio familiar;
b) cabível, e Jennifer poderia requerer diretamente ao Ministério Público a revisão da decisão
colegiada do Conselho Tutelar que decidiu pelo acolhimento de Pablo;
c) incabível, porque não houve ajuizamento de ação contenciosa em face da genitora pelo Mi-
nistério Público;
d) cabível, e o Conselho Tutelar possui legitimidade ativa para propor a Representação por
Infração Administrativa;
e) incabível, configurando sanção disciplinar e crime previsto na Lei n. 8.069/1990.

Observe que a atuação do Conselho tutelar foi diante de uma emergência. O artigo 136, I, do
Estatuto, prevê tal conduta como atribuição do Conselho, veja:

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as
medidas previstas no art. 101, I a VII;
Por sua vez, o art. 98, II, do Estatuto, prevê:

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
[...]
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
Por fim, o art. 194, do Estatuto, prevê:

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Con-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 108 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
selho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assina-
do por duas testemunhas, se possível.
Letra d.

027. (FGV/BERÇARISTA/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/2019) Uma família recu-


sou-se a vacinar seu filho recém-nascido e foi denunciada ao Conselho Tutelar. Considerando
a situação acima e o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmati-
va correta.
a) O Estado não deve legislar sobre a obrigatoriedade de vacinas.
b) O Conselho Tutelar não deve interferir em casos dessa natureza.
c) O Conselho Tutelar deve aprovar (ou reprovar) as motivações alegadas pelas famílias.
d) O Estado deve garantir vacinas, mas sua aplicação é facultada à decisão familiar.
e) O Estado deve obrigar a vacinação nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

A assertiva E é a CORRETA, conforme previsão do art. 14, § 1º, do Estatuto:

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
Letra e.

028. (FGV/BERÇARISTA/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/2019) O Conselho Tutelar é


o órgão encarregado de
a) prestar assistência jurídica a adolescentes autores de ato infracional.
b) buscar e recolher crianças e adolescentes ou seus pertences.
c) gerir os recursos destinados ao Fundo da Infância e da Adolescência.
d) zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
e) apurar as denúncias de maus-tratos a idosos e pessoas deficientes.

A assertiva CORRETA é a D, nos moldes do art. 131, do Estatuto, que afirma:

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Letra d.

029. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA/TJ-RS/2020) O Conselho Tutelar é órgão permanente e au-


tônomo, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 109 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

adolescente. Atua o Conselho diante de situações de ameaça ou de violação de direitos com


o objetivo de proteger a criança e o adolescente que estejam em situação de vulnerabilidade.
Consoante dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90), o Conselho Tutelar
tem caráter:
a) jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão inte-
grante do Poder Judiciário Estadual, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pelo Presi-
dente do Tribunal para mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução;
b) jurisdicional, e haverá um Conselho Tutelar vinculado a cada Juizado da Infância e da Juven-
tude, composto de 3 (três) membros, preferencialmente servidores públicos, escolhidos pelo
Presidente do Tribunal para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução;
c) jurisdicional, e em cada comarca haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão inte-
grante do Poder Judiciário Estadual, composto de 7 (sete) membros, escolhidos pelo Juizado
da Infância e da Juventude para mandato de 4 (quatro) anos, vedada a recondução;
d) não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão
integrante do Poder Executivo Estadual, composto de 7 (sete) membros, escolhidos pela popu-
lação local para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução;
e) não jurisdicional, e em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar como órgão
integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos
de escolha.

A assertiva CORRETA é a E, conforme o previsto no art. 132, do Estatuto, que afirma:

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
E ainda o art. 131, do mesmo diploma legal, que afirma:

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Letra e.

030. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/MPE-RJ/2019) Um Pro-


motor de Justiça recebe denúncia, por meio da Ouvidoria do MPRJ, noticiando que o dirigente
da entidade de acolhimento municipal “Casa da Criança” tem aplicado castigos imoderados
e proferido ofensas verbais contra os acolhidos. Após a realização de inspeção in loco para
apuração da denúncia, o Promotor de Justiça constata que existem indícios da prática das
condutas narradas e expede Recomendação ao Secretário Municipal de Assistência Social, vi-

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 110 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

sando ao afastamento do dirigente. A Recomendação não é atendida pelo gestor e o Promotor


de Justiça propõe em Juízo Representação para Apuração de Irregularidade em Entidade de
Atendimento.
Considerando o procedimento previsto na Lei n. 8.069/90 (ECA), é correto afirmar que:
a) o Promotor de Justiça pode realizar a intervenção na entidade de acolhimento, nomeando
interventor, por intermédio de portaria específica para essa finalidade;
b) o procedimento poderia ter sido iniciado mediante portaria da autoridade judicial, não tendo
o Conselho Tutelar legitimidade para oferecer Representação em Juízo na hipótese;
c) antes da aplicação de qualquer medida, na hipótese de serem sanadas as irregularidades
verificadas, o processo será extinto, sem julgamento de mérito;
d) na hipótese de afastamento liminar ou definitivo do dirigente da entidade, a autoridade judi-
ciária intimará o Promotor de Justiça, que terá o prazo de 5 (cinco) dias para indicar substituto
do dirigente;
e) não há a previsão legal de penalidade pecuniária a ser imposta ao dirigente da entidade, mas
somente a previsão de seu afastamento liminar ou definitivo.

Dentre das alternativas, a CORRETA é a C, que encontra respaldo no art. 193, § 3º, do Estatuto
da Criança e do Adolescente:

Art. 193.
[...]
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remo-
ção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
mento de mérito.
Letra c.

031. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – PROCESSUAL/MPE-RJ/2016) Conselho


Tutelar é o órgão permanente e autônomo encarregado pela sociedade de zelar pelo cum-
primento dos direitos da criança e do adolescente. Nesse contexto, de acordo com a Lei n.
8.069/90, o Conselho Tutelar:
a) é composto por servidores públicos municipais previamente aprovados em concurso públi-
co de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo;
b) é órgão do Poder Judiciário que tem por finalidade atender as crianças e adolescentes em
estado de vulnerabilidade social, aplicando medidas de proteção e medidas socioeducativas;
c) deve representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do po-
der familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural;

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 111 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) deve, com a prévia autorização do Ministério Público, dispor sobre a participação de criança
e adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em
sua área territorial;
e) deve disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará, a entrada e permanência
de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate, estádio, gi-
násio e estabelecimentos congêneres.

A forma de composição dos membros que compõem o Conselho Tutelar está prevista no art.
132, deste modo:

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha, assim:
a) A assertiva A está ERRADA, uma vez que a composição do Conselho Tutelar não é feita por
servidores públicos.
b) A assertiva B está ERRADA porque o Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não
jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e
do adolescente, disposição no art. 131, do Estatuto.
d) A assertiva D está ERRADA, vez que é competente para autorizar participação de criança e
adolescente em espetáculos públicos e seus ensaios, bem como em certames de beleza, em
sua área territorial, à autoridade judiciária (JUIZ), e não o MP como faz crer a assertiva.
e) A assertiva E está ERRADA, uma vez que a competência para autorizar a entrada e per-
manência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em boate,
estádio, ginásio e estabelecimentos congêneres é da autoridade judiciária, a teor do art. 149,
do Estatuto.
Letra c.

032. (FGV/ANALISTA JUDICIÁRIO - ESPECIALIDADE COMISSÁRIO DE JUSTIÇA, DA IN-


FÂNCIA, DA JUVENTUDE E DO IDOSO/TJ-RJ/2014) O Conselho Tutelar tem como uma de
suas atribuições:
a) colocação em família substituta;
b) afastar a criança ou adolescente, vítima de abuso sexual, do convívio familiar;
c) suspender, preventivamente, o poder familiar;
d) requisitar tratamento médico;
e) decretar a perda da guarda.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 112 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

As atribuições do Conselho Tutelar estão previstas no art. 136, do Estatuto, do seguinte modo:

São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as me-
didas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança; [...]
De modo que as assertivas relacionadas como possíveis gabaritos, tem-se somente a D, que
encontra amparo no art. 136, III, a, do Estatuto.
Letra d.

033. (FGV/ANALISTA DA DEFENSORIA PÚBLICA – ANALISTA JURÍDICO/DPE-RO/2015)


Quanto à interposição de recurso no âmbito da Lei n. 8.069/1990, é correto afirmar que:
a) são distribuídos mediante preparo;
b) o prazo para a interposição, inclusive nos embargos de declaração, tanto para o Ministério
Público quanto para a defesa, será sempre de 10 dias;
c) a apresentação do parecer recursal pelo representante do Ministério Público deverá ocorrer
sempre antes da sessão de julgamento;
d) os recursos dispensarão revisor;
e) a apelação contra a sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder fami-
liar deverá ser recebida tanto no efeito devolutivo quanto no efeito suspensivo.

a) Está ERRADA, porque os recursos são interpostos independente de preparo (Art. 198, I,
Estatuto).
b) A Assertiva está ERRADA. Em que pese de fato o prazo para os recursos seja de 10 dias, os
embargos de declaração é exceção e não se aplica tal regra (Art. 198, II, Estatuto).
c) A assertiva está ERRADA, uma vez que pode o MP, na sessão poderá emitir seu parecer (Art.
199-D, parágrafo único).
e) A assertiva está ERRADA, porque o efeito é apenas DEVOLUTIVO. (Art. 199- b).
Letra d.

034. (FGV/TÉCNICO EM GESTÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PSICOLOGIA/SUPERIOR MI-


NISTÉRIO PÚBLICO DE ALAGOAS/2018) A conselheira tutelar Marina acompanhou por um
ano a dinâmica familiar da pequena Giovana, de 2 anos. Diante do agravamento dos maus
tratos infligidos à criança, Marina representou ao Ministério Público para que eventual ação de

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 113 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

perda ou suspensão do poder familiar (DPF) fosse proposta. Sobre o caso apresentado, con-
soante os preceitos contidos no ECA, assinale a afirmativa correta.
a) A conselheira procedeu de forma equivocada, pois não lhe compete representar nesses casos,
cabendo exclusivamente ao Ministério Público avaliar a pertinência, ou não, de eventual DPF.
b) A conselheira agiu errado, pois deveria ter encaminhado relatório circunstanciado para a
Defensoria Pública, que poderia iniciar ação de destituição frente a família.
c) A conselheira procedeu erroneamente, pois deveria apresentar a dinâmica diretamente ao
advogado que atua no Conselho Tutelar, que proporia a DPF.
d) A conselheira agiu corretamente, pois uma das atribuições do Conselho Tutelar é represen-
tar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar.
e) A conselheira não atuou corretamente, pois o tempo de acompanhamento foi muito curto,
devendo ser concedido maior prazo para a família se reestruturar.

A assertiva está CORRETA, uma vez que está conforme o art. 136, do Estatuto:

São atribuições do Conselho Tutelar:


[...]
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder fami-
liar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
natural.
De modo, que as demais assertivas se tornam ERRADAS.
Letra d.

035. (FGV/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CA-


TARINA/2018) Oficial da Infância e Juventude encontra, em uma banca de jornal, revista com
material inadequado para crianças e adolescentes, contendo na capa a foto de um homem e
uma mulher em posição erótica, com mensagem nitidamente pornográfica. O dono da banca
de jornal alega que a revista está exposta corretamente, já que lacrada e com a informação de
que se trata de material impróprio para crianças e adolescentes. Analisando o caso, conclui-se
que o Oficial da Infância e Juventude:
a) deverá lavrar auto de infração administrativa e apreender a revista;
b) não deverá agir, pois a revista está lacrada e com a advertência de material impróprio;
c) deverá chamar a polícia, por se tratar de crime previsto no ECA;
d) deverá apenas acionar o Ministério Público, diante da ausência de previsão da conduta no ECA;
e) deverá instaurar portaria para a apuração da irregularidade na banca de jornal.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 114 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

O art. 78, do Estatuto, estabelece que:

As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes


deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo”.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas
ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Por sua vez, o art. 257, do Estatuto, estabelece:

Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:


Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de reincidência,
sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Desse modo, a única alternativa correta é a A.
Letra a.

036. (FGV/OFICIAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE/TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CA-


TARINA/2018) Oficial da Infância e Juventude recebe denúncia de que Márcio e Marcelo, com
15 e 16 anos, que vivem na zona rural, estão fora dos bancos escolares por opção dos pais,
que preferem não os matricular na rede regular de ensino, para que continuem a auxiliá-los
em tempo integral com a plantação de milho. O Oficial da Infância e Juventude presta toda a
orientação e apoio ao casal, mas os pais insistem que o melhor para os filhos é permanecer
no trabalho rural, pois já terminaram o ensino fundamental. Diante da negativa dos pais, e com
base nas atribuições do Oficial da Infância e Juventude previstas no ECA, o procedimento a ser
adotado é:
a) efetuar relatório à autoridade judicial;
b) comunicar o fato ao Ministério Público;
c) acionar o Conselho Tutelar;
d) registrar a ocorrência em sede policial;
e) lavrar auto de infração.

Sobre a apuração de infração administrativa às normas de proteção à criança e adolescente, o


art. 194, do Estatuto, prevê:

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de
proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Con-
selho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assina-
do por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas,
especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 115 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se,
em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Tal artigo fundamenta que justifica a assertiva está correta.
Letra e.

037. (UECE-CEV/ASSISTENTE SOCIAL/PEDAGOGO/PSICÓLOGO/SEAS - CE/2017) Nos ca-


sos expressos em lei, aplica-se, excepcionalmente, o ECA às pessoas que tenham idade entre
a) 18 e 21 anos.
b) 21 e 24 anos.
c) 12 e 16 anos.
d) 12 e 14 anos.

O art. 2º, parágrafo único do Estatuto, estabelece que: “Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade”, por
este motivo tão somente a assertiva pode estar correta.
Letra a.

038. (CESPE/OAB/2008) Com relação ao procedimento de apuração do ato infracional, assi-


nale a opção correta de acordo com o que dispõe o ECA.
a) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que aplica medida socioeducativa, sendo pos-
sível o juízo de retratação.
b) No recurso de apelação, antes de determinar a remessa dos autos à instância superior, o juiz
poderá reformar a decisão proferida.
c) Na ausência de advogado constituído, para resguardar o sigilo quanto à conduta do infrator,
não se admite a nomeação de defensor ad hoc.
d) A outorga de mandato é indispensável caso o defensor seja constituído ou nomeado, sendo
a formalidade necessária em face das peculiaridades do procedimento.

Importante lembrar-se do dispositivo do art. 198, do Estatuto:

Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução


das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adaptações”.
A partir da leitura deste artigo torna-se mais fácil comentar a questão.
b) A assertiva B está correta porque encontra amparo no art. 198, do Estatuto:

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude fica adotado o sistema
recursal do Código de Processo Civil, aprovado pela Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e suas
alterações posteriores, com as seguintes adaptações:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 116 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
[...]
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do
instrumento, no caso de agravo, A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PROFERIRÁ DESPACHO FUNDAMEN-
TADO, MANTENDO OU REFORMANDO A DECISÃO, NO PRAZO DE CINCO DIAS;
a) O recurso em sentido estrito não tem aplicabilidade dentro do processo civil, somente em
processo penal, razão pela qual, a assertiva está ERRADA.
c) A assertiva C está ERRADA, vez que o art. 207, do Estatuto, determina:

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou
foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo
tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o
juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
d) A assertiva D está ERRADA, uma vez que é dispensada a outorga de mandato a teor do art.
206, § 3º, do Estatuto:

Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído,
tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária”.
Letra b.

039. (CESPE/OAB/2010) Assinale a opção correta conforme as disposições do ECA.


a) O prazo máximo previsto para a medida de internação é de três anos, devendo ser prefixado
pelo magistrado na sentença.
b) Não havendo arquivamento dos autos ou concessão de remissão, o membro do MP proce-
derá à apresentação de denúncia contra o adolescente.
c) As eleições para o conselho tutelar, órgão com poderes jurisdicionais, são organizadas em
âmbito municipal.
d) Inclui-se, entre as medidas aplicáveis aos pais ou responsável do menor, o encaminhamento
a tratamento psicológico ou psiquiátrico.

a) A assertiva C está ERRADA, porque o art. 132, do Estatuto, estabelece que:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A MEDIDA NÃO COMPORTA PRAZO DETERMINADO, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
b) A assertiva B está ERRADA porque a banca inseriu o verbo apresentar, quando deveria ter
colocado REPRESENTAR, a teor do art. 180, do Estatuto:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 117 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério Pú-
blico poderá:
[...]
III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
c) A assertiva C está ERRADA porque o Conselho é órgão NÃO-JURISDICIONAL, e não jurisdi-
cional como colocado na assertiva. Veja o art. 131, do Estatuto:

O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, NÃO-JURISDICIONAL, encarregado pela


sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta lei.
d) A assertiva D está CORRETA porque está exatamente como disposto no Estatuto, art. 129,
III: “encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico”.
Letra d.

040. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-MA/2009) Nas comarcas onde não houver Conselho


Tutelar instalado, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, suas atribuições serão
exercidas pelo (a)
a) Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
b) Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
c) Autoridade judiciária.
d) Comissariado da Infância e Juventude.
e) Ministério Público.

A resposta considerada CORRETA pela banca encontra amparo no artigo 262 do Estatuto da
Criança e do Adolescente, nos seguintes termos:

Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas
pela autoridade judiciária.
Diante de tal fundamentação legal, as demais assertivas caem por terra.
Letra c.

041. (FUJB/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE-RJ/2012) O Conselho Tutelar do Município de


Nova Iguaçu é procurado por Maria Moura da Graça Silva, mãe da criança Maicon, de 04 anos
de idade, a qual solicita a atuação do órgão para colocar seu filho na entidade acolhedora (abri-
go) municipal situada ao lado de sua residência, pois precisa trabalhar e não tem com quem
deixar o filho durante o dia. O Conselho Tutelar, constatando a situação de penúria da genitora,
aplica medida protetiva de acolhimento institucional à criança e comunica o fato imediatamen-
te ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que elabora a respectiva guia de acolhimento.
Sob a égide da legislação em vigor, como Promotor de Justiçada Infância e Juventude, você
deveria adotar a seguinte medida:

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 118 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) arquivar o expediente, submetendo o seu ato a controle pelo Conselho Superior do Ministério
Público; o Conselho Tutelar é um órgão democrático, eleito pelo povo, possuindo ele legitimi-
dade para atuar no caso. Não cabe ao Ministério Público contestar a atuação do conselheiro;
b) ajuizar revisão judicial da medida protetiva de acolhimento institucional, com fulcro no arti-
go 137 da Lei n. 8.069/90. O caso é de inserção da criança, que não se encontra em situação
de risco, em creche, durante o horário em que a genitora se encontra em seu trabalho;
c) determinar diretamente a revisão da decisão do Conselho Tutelar, com fulcro no artigo 137
da Lei n. 8.069/90. Para isso, deverá ser expedido um ofício ao Conselho Tutelar determinando
a inserção da criança, que não se encontra em situação de risco, em creche, durante o horário
em que a genitora se encontra em seu trabalho;
d) arquivar o expediente; a atuação do Conselho Tutelar foi acertada. A criança encontra-se
em situação de risco e a medida protetiva de acolhimento institucional é a única possível para
preservar o melhor interesse de Maicon, com fundamento no Estatuto da Criança e do Ado-
lescente. Além disso, o Conselho Tutelar possui legitimidade, conferida pela lei, para aplicar
medidas protetivas;
e) opinar favoravelmente a homologação da medida protetiva aplicada junto ao Juízo da In-
fância e Juventude; a medida protetiva de acolhimento institucional foi corretamente aplicada
pelo Conselho Tutelar.

c) A assertiva está ERRADA, porque o art. 137, do Estatuto, afirma que as revisões de decisão
do Conselho tutelar somente se realizam pela autoridade Judicial.
e) A assertiva está ERRADA, uma vez que o Estatuto estabelece em seu art. 23:

A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspen-
são do poder familiar.
Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a crian-
ça ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em programas oficiais de auxílio.
E ainda o art. 54 determina:

É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


[...]
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
Letra b.

042. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2018) No caso de criança de seis anos de idade


ser encontrada sozinha na rua, a primeira medida específica de proteção a ser aplicada pelo
conselho tutelar será

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 119 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

a) o encaminhamento da criança a entidade que mantenha programa de acolhimento institu-


cional, em decorrência natural da caracterização do abandono.
b) a inclusão da criança em serviço e programa oficial ou comunitário de proteção, apoio e
promoção da família e da criança.
c) a orientação, o apoio e o acompanhamento temporários.
d) a inclusão em programa de acolhimento familiar.
e) o encaminhamento da criança aos pais ou ao responsável, mediante termo de respon-
sabilidade.

O art. 101 do Estatuto determina:

Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade.
Razão pela qual as demais assertivas se tornam ERRADAS.
Letra e.

043. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-CE/2018) De acordo com o ECA, é atribuição dos conse-


lhos tutelares
a) elaborar proposta orçamentária a fim de assegurar programas de atendimento aos direitos
da criança e do adolescente.
b) requisitar, diretamente, serviço público na área previdenciária, com o intuito de promover a
execução de suas decisões.
c) registrar ocorrência policial em defesa do interesse de menor em situação de risco por fato
que constitua infração penal contra os direitos da criança e do adolescente.
d) representar, judicialmente, o interesse de menores nas ações de perda do poder familiar
depois de esgotadas as possibilidades de manutenção da criança junto à família natural.
e) aplicar medida de destituição de tutela ao responsável legal dos tutelados que estejam em
situação de abandono e de extremo risco.

O art. 136, do Estatuto, preconiza:

São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as
medidas previstas no art. 101, I a VII; MENOS ACOLHIMENTO FAMILIAR E COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA
SUBSTITUTA.
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
MENOS PERDA DA GUARDA, DESTITUIÇÃO DA TUTELA E SUSPENSÃO OU DESTITUIÇÃO DO PODER
FAMILIAR.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 120 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;
Desse modo, fundamentada nesse artigo, note:
O inciso I faz com que a assertiva D se torne ERRADA.
O inciso II faz com que a assertiva E esteja ERRADA.
E as assertivas A e C não fazem parte do rol do art. 136 que estabelece as atribuições do Con-
selho Tutelar.
Letra b.

044. (RBO/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA/PREFEITURA DE PIRACICABA – SP/2017)


Todos os professores das Escolas da Rede Municipal de Piracicaba foram alertados que de-
veriam cumprir à risca as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e
comunicar ao Conselho Tutelar
a) desacato aos dirigentes, professores e colaboradores da instituição.
b) mau comportamento e atitudes de bullying entre as crianças.
c) reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares.
d) elevados índices de notas baixas e falta de acesso à escola a crianças inclusivas.
e) negligência nos programas assistenciais dedicados às crianças e adolescentes.

A resposta CORRETA encontra amparo no art. 56, do Estatuto, que determina:

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tute-


lar os casos de:
[...]
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

Exatamente o previsto na assertiva C.


Letra c.

045. (CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2019) De acordo com o ECA, o conselho tutelar, ao


tomar conhecimento de ameaça ou violação aos direitos de crianças e adolescentes, é compe-
tente, em regra, para determinar a
a) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa oficial de proteção, apoio e promo-
ção da família, da criança e do adolescente.
b) destituição da tutela da criança e(ou) do adolescente.
c) inclusão da criança e(ou) do adolescente em programa de acolhimento familiar.
d) perda da guarda da criança e(ou) do adolescente.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 121 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

A assertiva A está correta conforme o art. 101, do Estatuto:

Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá:
[...]
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
De modo que decretar a PERDA DO PODER FAMILIAR, DESTITUIÇÃO DA TUTELA não são com-
petências do Conselho Tutelar, como previsto nas assertivas B e D, portanto, estas alternativas
estão ERRADAS.
E a inserção da criança e/ou adolescente em programa de acolhimento familiar é medida de
competência do juiz da Vara da Infância e Juventude.
Letra a.

046. (MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-SP/2019) Assinale a alternati-


va correta.
a) Os Conselhos Tutelares são órgãos permanentes, cujos membros cumprem mandato de
quatro anos, permitida uma recondução.
b) O Conselheiro Tutelar é agente público municipal, eleito dentre residentes desse município,
maiores de 18 anos e com reconhecida idoneidade moral.
c) Os Conselhos Tutelares são órgãos autônomos, com poder de requisição de serviços públi-
cos previstos em lei, mas suscetíveis de revisão jurisdicional.
d) Os Conselhos Tutelares, tais quais o Ministério Público e o Poder Judiciário, podem fiscalizar
entidades governamentais e não-governamentais responsáveis pela execução de programas
de proteção destinados a crianças e adolescentes, mas não socioeducativas.e) Os acolhimen-
tos de crianças e adolescentes realizados pelo Conselho Tutelar, nos limites do artigo 101 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, prescindem de guia específica.

A assertiva C está CORRETA nos termos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.


a) A assertiva A está incompleta, o que a faz ser considerada como ERRADA. O art. 132, do
Estatuto, determina:

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
b) A assertiva B está ERRADA, uma vez que o art. 133, II, exige que o candidato a membro do
Conselho Tutelar tenha idade superior a 21 anos.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 122 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

d) A assertiva está ERRADA, a partir da leitura do art. 90, do Estatuto, que diz:

As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
como pelo planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados a
crianças e adolescentes [...].
Somando ao art. 95, do mesmo diploma legal, que afirma:

“As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo


Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares”.
e) A assertiva está ERRADA, uma vez que o art. 101, § 3º, do Estatuto, diz:

Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam progra-
mas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento,
expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: [...].
Letra c.

047. (FUNDEP/COMISSÁRIO DA INFÂNCIA E DA JUSTIÇA/TJ-MG/2010) Em caso de sus-


peita de maus-tratos contra criança ou adolescente, segundo o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente (Lei n. 8.069/90), deverá ser obrigatoriamente comunicado(a)
a) o Conselho de Adoção.
b) o Conselho Tutelar.
c) a Defensoria Pública.
d) o Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente.

O art. 13, do Estatuto, estabelece:

Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de


maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Razão pela qual faz com que as demais assertivas se tornem ERRADAS.
Letra b.

048. (CESGRANRIO/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/CEFET-RJ/2014) Como é denomi-


nado o órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente definidos em lei?
a) Conselho Tutelar
b) Defensoria Pública
c) Juizado da Infância
d) Ministério Público
e) Vara de Família

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 123 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

A assertiva A está CORRETA, uma vez que encontra fundamento no art. 131, do Estatuto:

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Motivo pelo qual as demais assertivas se tornam ERRADAS.
Letra a.

049. (VUNESP/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-MT/2018) Em relação ao Conselho Tutelar, assinale a


alternativa correta.
a) As decisões do Conselho Tutelar deverão ser revistas ex officio pela autoridade judiciária.
b) O Conselho Tutelar é órgão transitório, vinculado ao Poder Judiciário, encarregado de zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
c) Em cada município haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da
Administração Pública local, composto de 10 (dez) membros, escolhidos pela população local
para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
d) São atribuições do Conselho Tutelar, dentre outras, promover a execução de suas decisões,
podendo para tanto expedir certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente
quando necessário.
e) São impedidos de servir no mesmo Conselho, dentre outros, marido e mulher.

A assertiva E está CORRETA, conforme o disposto no art. 140, do Estatuto, que afirma:

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descen-
dentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado.
a) A assertiva A está ERRADA, porque as decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse, a teor do art.
137, do Estatuto.
b) A assertiva B está ERRADA, porque está de diferente do comando legal. O art. 131, do Esta-
tuto, preconiza:

O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
c) A assertiva C está ERRADA, uma vez que é desarmônica com o art. 132, do Estatuto,
que afirma:

Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco)

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 124 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha.
d) A assertiva D está ERRADA, uma vez que não encontra respaldo no art. 136, do Estatuto, das
atribuições do Conselho Tutelar.
Letra e.

050. (CEV-URCA/ASSISTENTE SOCIAL/PREFEITURA DE MAURITI-CE/2019) De acordo


com o artigo 56 do Estatuto da Criança e do Adolescente, os dirigentes de estabelecimentos
de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – Elevados níveis de repetência.
II – Maus-tratos envolvendo seus alunos.
III – Problema relacionado ao comportamento de seus alunos.
IV – Reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares.
Estão corretos os itens:
a) I, II e IV
b) I, II e III
c) II, III e IV
d) I, III e IV
e) I e III

As assertivas I, II e IV estão em perfeita harmonia com o art. 56, do Estatuto. Observe:

Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os ca-


sos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.
Motivos pelos quais tornam a assertiva A CORRETA!
Letra a.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 125 de 127


EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Conselho Tutelar
Fabiana Borges

REFERÊNCIAS
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo. Curso de Direito da Criança e do Adolescente: Aspectos
teóricos e práticos. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.

ROSSATO; Luciano Alves; LÉPORE; Paulo Eduardo; CUNHA, Rogério Sanches. Estatuto da crian-
ça e do adolescente Lei no. 8069/90. 11. ed. São Paulo: Saraiva Jur., 2019.

Fabiana Borges
Graduada e pós-graduada pela Universidade de Franca. Advogada. Professora de cursinhos. Professora do
curso de Direito e supervisora de Atividade Complementar do Centro Universitário do Planalto. Professora
do curso de Direito do UniCEUB. Professora do Centro Universitário Estácio.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

www.grancursosonline.com.br 126 de 127


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luis Henrique Santos Henrique - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

Você também pode gostar