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EDUCAÇÃO

BRASILEIRA:
TEMAS
EDUCACIONAIS E
PEDAGÓGICOS
Ato Infracional

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Ato Infracional
Fabiana Borges

Sumário
Ato infracional....................................................................................................................................................................5
Do Ato Infracional.............................................................................................................................................................5
Dos Direitos Individuais.. ..............................................................................................................................................8
Liberdade...............................................................................................................................................................................8
Das Garantias Processuais. . .......................................................................................................................................9
Das Medidas Socioeducativas.................................................................................................................................11
Do Atendimento ao Adolescente com Transtorno Mental e com Dependência de
Álcool e de Substância Psicoativa.......................................................................................................................12
Da Advertência. . ...............................................................................................................................................................16
Da Obrigação de Reparar o Dano. . .........................................................................................................................16
Dos Programas de Meio Aberto.............................................................................................................................17
Da Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)............................................................................................17
Da Liberdade Assistida...............................................................................................................................................18
Programas de Privação de Liberdade.................................................................................................................19
Medida de Semiliberdade. . .........................................................................................................................................19
Da Internação....................................................................................................................................................................21
Da Apuração do Ato Infracional. . ...........................................................................................................................26
Fase Policial......................................................................................................................................................................27
Fase de Atuação do Ministério Público............................................................................................................. 28
Fase Judicial......................................................................................................................................................................29
Da Remissão......................................................................................................................................................................31
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável................................................................................32
Da Infiltração de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente. . ........................................................................................................................................34
Dos Crimes Praticados contra Criança e Adolescente............................................................................36
Das Infrações Administrativas.. ..............................................................................................................................61
Resumo................................................................................................................................................................................ 79

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Questões de Concurso................................................................................................................................................95
Gabarito..............................................................................................................................................................................116
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................. 117

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Prezado(a) aluno(a),
Chegamos à última apostila do material referente ao Estatuto da Criança e do Adolescente
e, sinceramente, espero que seja um forte apoio para seus estudos. Nesta apostila, na parte
de resolução de exercícios, utilizei-me, preferencialmente, de questões de provas anteriores e
diversas, elaboradas pela Fundação Carlos Chagas (FCC). Contudo, pela finitude das questões,
posteriormente, incluí questões retiradas de outras bancas, com formato semelhante às da
FCC, tudo para que o treino seja intenso.
Por fim, vale lembrar que os temas inseridos neste material são: ato infracional, medidas
socioeducativas, crimes praticados contra a criança e contra o adolescente, infrações adminis-
trativas e crimes em espécie.
Continuo à disposição, caso você tenha alguma dúvida sobre esta disciplina.
No mais, estou na torcida por você, e quero ver seu nome na lista dos aprovados em con-
cursos. Tenha fé e perseverança.
Fabi

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ATO INFRACIONAL
Do Ato Infracional
O ato infracional está conceituado no art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente:

Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

O art. 104 do mesmo diploma legal estabelece que os menores de 18 anos SÃO PENAL-
MENTE INIMPUTÁVEIS e se sujeitam às medidas do Estatuto. Deve-se frisar que se considera
a IDADE DO ADOLESCENTE À DATA DO FATO. Portanto, o adolescente que estiver em conflito
com a lei, no cometimento de ato infracional, que é definido, analogamente, como crime ou
contravenção penal – previstos no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais –, estará
sujeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente e não ao Código Penal, de modo que, a esses
adolescentes, a norma garante alguns direitos individuais.
Quando o ato infracional for praticado por criança, a esta, serão aplicadas as medidas do
art. 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e não medida socioeducativa. Veja:

MEDIDAS PROTETIVAS

Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade.

Orientação, apoio e acompanhamento temporários.

Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino


fundamental.

Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção,


apoio e promoção da família, da criança e do adolescente.

Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime


hospitalar ou ambulatorial.

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos.

Acolhimento institucional.

Inclusão em programa de acolhimento familiar.

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MEDIDAS PROTETIVAS

Colocação em família substituta.


Como anunciado acima, há diferença de tratamento quando o ato infracional é praticado
por adolescente e quando é praticado por criança.
Embora já tenhamos definido os conceitos de criança e de adolescente nas apostilas an-
teriores, faz-se importante retomá-los. O art. 2º do Estatuto difere reconhecimento da criança
e do adolescente:

Considera-se CRIANÇA, para os efeitos desta Lei, A PESSOA ATÉ DOZE ANOS DE IDADE INCOMPLE-
TOS, e ADOLESCENTES aquela ENTRE DOZE E DEZOITO ANOS DE IDADE.

Ou seja, pessoas que são penalmente inimputáveis. Essa breve diferenciação é crucial para
compreensão desse tema.
Tal distinção é imprescindível para a temática que será abordada neste capítulo. Quando a
pessoa comete algum ato ilícito de cunho penal, tendo até 18 anos incompletos, a lei aplicável
será o Estatuto da Criança e do Adolescente, e não o Código Penal Brasileiro, de modo que, se
uma criança (até 12 anos incompletos) cometer ato infracional, a ela não poderá ser aplicada
medida socioeducativa, somente medidas do art. 101 do Estatuto (medidas protetivas), as
quais foram transcritas acima.
É fundamental ressaltar que, se o ato foi cometido por pessoa com idade entre 12 anos
e antes de completar 18 anos de idade, no que tange à manutenção da aplicação da medida,
será aplicado o Estatuto da Criança e do Adolescente em, em caráter EXCEPCIONALÍSSIMO, o
mesmo Estatuto será adotado para os que têm até 21 anos, conforme estabelecido no art. 2º,
parágrafo único, do Estatuto:

Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e
vinte e um anos de idade.

Vale ficar de olho no esquema:

PESSOA EM CONFLITO COM A LEI

Idade Conduta Qual lei aplicar? Qual medida?

Medida protetiva
Até 12 anos Estatuto da criança
Ato infracional (arts. 101 e 105 do
incompletos e do Adolescente
Estatuto)

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PESSOA EM CONFLITO COM A LEI

Medida
Até 18 anos Estatuto da criança socioeducativa.
Ato infracional
incompletos e do adolescente (art. 104 do
Estatuto)

Em caráter excepcional, será aplicado o Estatuto da


Entre 18 e 21 anos
Criança e do Adolescente
Portanto,

Atenção à Súmula1:

Súmula n. 605 do STJ:


A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem
na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.
(Súmula 605, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em14/03/2018, DJe 19/03/2018)

Brevemente, vale saber o processo legislativo histórico no Brasil, da lei que se refere à pro-
teção e a aplicabilidade das normas aplicadas ao adolescente quando do cometimento do ato
infracional.
Hoje, como dito na apostila inicial, a criança e o adolescente estão sob o princípio da pro-
teção integral, contudo nem sempre foi assim.
O primeiro momento da legislação referente ao direito infracional, no Brasil, surgiu no iní-
cio do século XIX e foi até o início do século XX. Neste momento, o tratamento penal voltado
1
Disponível em: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias-anti-
gas/2018/2018-03-19_10-02_Terceira-Secao-aprova-sumula-sobre-maioridade-penal.aspx. Acesso em: 30
jul. 2020.

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para crianças e adolescentes era igual ao aplicado para os adultos, entretanto menores que
tinham entre 07 e 18 anos possuíam direito a diminuição de 1/3 da pena, e o caráter da pena
era retributivo.
Em 1927, com a vigência do Código Mello Matos, surgiu a doutrina da situação irregular,
o que foi mantido pelo Código de Menores (1979) que durou até 1990, até a entrada em vigor
do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Código de Mello Matos e o Código de Menores
tinham como preocupação o tratamento dado de forma igual para menores e maiores, todavia
o menor era ainda OBJETO, e não sujeito de direitos.
Somente com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente é que surgiu a DOUTRINA
DA PROTEÇÃO INTEGRAL, que tem dois pilares: o reconhecimento da criança e do adolescente
como pessoa em desenvolvimento e o princípio do melhor interesse. Essencialmente, por meio
dessa doutrina, houve grande impacto no remodelamento da lei, e é justamente a partir desta
mudança que nosso estudo inicia.

Dos Direitos Individuais


Liberdade
A liberdade é bem maior, portanto, para que o adolescente seja privado de sua liberdade, é
preciso que se tenha FLAGRANTE DE ATO INFRACIONAL ou ORDEM ESCRITA E FUNDAMEN-
TADA DA AUTORIDADE COMPETENTE, situação em que o adolescente deve ser informado
sobre a identificação dos responsáveis pela sua apreensão e sobre seus direitos. Além disso,
a apreensão gera o dever de informar incontinenti a autoridade competente, a família do apren-
dido ou a pessoa por ele indicada. Dentro deste contexto, deve haver, SOB PENA DE RESPON-
SABILIDADE, a possibilidade de liberação imediata.
O Código de Processo Penal estabelece, em seu art. 302, o que é considerado flagrante delito:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação
que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser
ele autor da infração.

E, quando a preensão decorrer de ordem judicial, será nas seguintes hipóteses:


• oferecida à representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação
do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da interna-

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ção, observado o disposto no art. 108 e parágrafo. Não sendo localizado o adolescente,
a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o so-
brestamento do feito, até a efetiva apresentação (Art. 184, §3º, Estatuto).
• para cumprimento de medida socioeducativa de internação, se o adolescente estiver em
liberdade durante processo;
• para retorno de cumprimento de medida de internação.

Anote aí: o adolescente é APREENDIDO, e não preso!!!

A prisão (apreensão) preventiva é o ÚLTIMO RECURSO e deve ser PELO MENOR TEMPO
POSSÍVEL. Ademais, o adolescente será separado de adultos e receberá cuidados, proteção e
toda a assistência a que tem direito. No que tange ao prazo, e se for necessária a internação,
a sentença poderá ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias. Neste caso, a decisão de-
verá ser fundamentada e basear-se em INDÍCIOS suficientes de AUTORIA e MATERIALIDADE,
DEMONSTRADA a necessidade imperiosa da medida.
Por fim, o adolescente, civilmente identificado, não será submetido à identificação compul-
sória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
dúvida fundada.

Das Garantias Processuais


No cometimento de ato infracional, serão aplicadas as regras previstas no Estatuto da
Criança e do Adolescente e, de FORMA SUBSIDIÁRIA, será aplicado o Código de Processo Pe-
nal, de modo que TODAS AS GARANTIAS processuais destinadas ao ADULTO também serão
aplicadas ao adolescente.
A Convenção sobre os Direitos da Criança na ONU, promulgada pelo Decreto n. 99.710/1990,
exalta diversas garantias ao adolescente que pratique ato infracional. Algumas delas são: pre-
sunção de inocência, direito à informação, celeridade do processo, assistência jurídica inte-
gral, confrontar-se com vítima e testemunha, duplo grau de jurisdição, respeito à vida privada,
adoção de medidas sem que haja necessidade de processo judicial, esta última para refu-
tar estigmas.
O devido processo legal é IMPRESCINDÍVEL, a teor do art. 110 do Estatuto. Importante
anotar que o procedimento para apurar ato infracional é o PROCEDIMENTO JUDICIAL, DE
NATUREZA CONTENCIOSA, com eventual IMPOSIÇÃO DE MEDIDA de responsabilização do
adolescente.
Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça2 (STJ) editou a seguinte súmula:

2
Disponível em: https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/729533925/sumu-
la-342-do-stj-anotada-medida-socioeducativa#:~:text=S%C3%BAmula%20342%20do%20STJ%20anotada%20

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Súmula 342, STJ: “Nos procedimentos para a aplicação de medida socioeducativa, é


NULA a desistência de outras provas em face da confissão do adolescente”.

A tutela jurisdicional, denominada “diferenciada” e “socioeducativa”, tem, dentre suas


características, duas em especial, que merecem destaque: a INSTRUMENTALIDADE e a
PRECARIEDADE.
A INSTRUMENTALIDADE determina que a tutela consista em instrumento de defesa social
e educação do adolescente. A PRECARIEDADE, por sua vez, estabelece a provisoriedade das
medidas jurídicas adotadas, de modo que, cumprida sua finalidade, esgotada está a finalidade
da tutela.
O art. 111 do Estatuto prevê as garantias processuais de forma específica, ou seja, volta-
das para o adolescente. Veja:
• pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente;
• igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
• defesa técnica por advogado;
• assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
• direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
• direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do proce-
dimento.

O adolescente que for submetido ao cumprimento de medida socioeducativa, conforme


art. 49 da SINASE, deverá ter respeitados os seguintes direitos individuais:
• ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu defensor, em qualquer fase do
procedimento administrativo ou judicial;
• ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de
medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato infracional cometido median-
te grave ameaça ou violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado em
Unidade mais próxima de seu local de residência;
• ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade de pensamento e religião e
em todos os direitos não expressamente limitados na sentença;
• peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qualquer autoridade ou órgão pú-
blico, devendo, obrigatoriamente, ser respondido em até 15 (quinze) dias;
• ser informado, inclusive por escrito, das normas de organização e funcionamento do
programa de atendimento e também das previsões de natureza disciplinar;

J%C3%A1%20as%20s%C3%BAmulas%2C,constitucional%20de%20unificar%20a%20interpreta%C3%A7%-
C3%A3º%20das%20leis%20federais. Acesso em: 30 jul. 2020.

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• receber, sempre que solicitar, informações sobre a evolução de seu plano individual, par-
ticipando, obrigatoriamente, de sua elaboração e, se for o caso, reavaliação;
• receber assistência integral à sua saúde;
• ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos filhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.

Ao adolescente que comete ato infracional, é possível que sejam aplicadas medidas socio-
educativas.

Das Medidas Socioeducativas


O SINASE (Lei n. 12.594/2012), em seu art. 1º, §2º, afirma que as medidas socioeducativas
têm por OBJETIVO:
• Responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional,
sempre que possível incentivando a sua reparação;
• integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por
meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento;
• desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como pa-
râmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites
previstos em lei.

O Estatuto deve aplicar as medidas socioeducativas considerando a condição do adoles-


cente de estar em formação, e ainda sob a doutrina da proteção integral, que trouxe em seu
bojo rol taxativo de medidas socioeducativas que poderão ser aplicadas ao adolescente, quan-
do do cometimento do ato infracional, pela autoridade competente. Veja o entendimento do
Supremo Tribunal Federal3 sobre o tema:

As medidas previstas no ECA têm caráter educativo, preventivo e protetor, não podendo o
Estado ficar impedido de aplicá-las.
[HC 98.381, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 20-10-2009, 1ª T, DJE de 20-11-2009.]

Conforme o art. 35 da Lei n. 12.594/12 (SINASE), a execução das medidas socioeducativas


deve ser regida pelos princípios:
• legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o con-
ferido ao adulto;
• excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo meios
de autocomposição de conflitos;
• prioridade a práticas ou a medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, que
atendam às necessidades das vítimas;
3
Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029. Acesso em: 1 nov. 2019.

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• brevidade da medida, em resposta ao ato cometido, em especial, o respeito ao que dis-


põe o art. 122 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990;
• individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do
adolescente;
• mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida;
• não discriminação do adolescente, notadamente, em razão de etnia, gênero, nacionali-
dade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertenci-
mento a qualquer minoria ou status; e
• fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo.

Do Atendimento ao Adolescente com Transtorno Mental e com


Dependência de Álcool e de Substância Psicoativa
O adolescente, em cumprimento de medida socioeducativa, que apresente indícios de
transtorno mental, de deficiência mental ou associadas, deverá ser avaliado por equipe técnica
multidisciplinar e multissetorial que deverão seguir as normas de referência do SUS e do SI-
NASE. Tal avaliação subsidiará a elaboração e a execução da terapêutica a ser adotada, a qual
será incluída no PIA do adolescente, prevendo, se necessário, ações voltadas para a família.
Todas as informações são SIGILOSAS.
Em caráter excepcional, o juiz poderá SUSPENDER a execução da medida socioeducativa,
ouvidos o defensor e o Ministério Público, com vistas a incluir o adolescente em programa de
atenção integral à saúde mental que melhor atenda aos objetivos terapêuticos estabelecidos
para o seu caso específico.
No caso de suspensão da execução da medida socioeducativa, o juiz designará o respon-
sável por acompanhar e informar sobre a evolução do atendimento ao adolescente. A suspen-
são da execução da medida socioeducativa será avaliada, no mínimo, a cada 6 (seis) meses.
Há uma classificação das medidas socioeducativas, elaborada por FLÁVIO AMÉRICO
FRASSETO4, que vale reprodução diante da qualidade da classificação. Veja:

4
Disponível em: http://www.stf.jus.br/arquivo/biblioteca/NovasAquisicoes/2011-07/900821/sumario.pdf.
Acesso em: 1 nov. 2019.

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CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS

Quanto à severidade:
• meio aberto: o adolescente permanece junto à comunidade;
• meio fechado: o adolescente permanece institucionalizado;
• meio semiaberto: há um misto, em que, por um período, o adolescente
permanece institucionalizado, enquanto em outro, permanece junto com
a família.
Normalmente, essa nomenclatura é substituída por outra, segundo a qual as
medidas são restritivas de liberdade ou em meio aberto.

Quanto à forma de cumprimento:


• por tarefa: a medida estará cumprida se o adolescente desempenhar de-
terminada tarefa.
• Ex.: prestação de serviço a comunidade;
• por desempenho: haverá necessidade de suprimento de necessidades
pedagógicas, sendo que o projeto poderá ser redefinido no transcorrer de
seu cumprimento.
Ex.: Liberdade assistida.

Quanto à duração:
• de duração instantânea: não se prolonga no tempo. Ex.: advertência;
• de duração continuada: prolonga-se no tempo.
Tempo mínimo
Determinado: liberdade assistida.
Indeterminado: prestação de serviço à comunidade.
Tempo máximo
Legal: a lei fixa o tempo máximo – internação
Judicial: internação-sanção, em que o juiz fixa seu prazo máximo, muito
embora tenha o limite de três meses.

Quanto ao gerenciamento da medida:


• gerenciamento judicial: é o próprio poder judiciário quem gerencia. Ex.:
obrigação de reparar o dano;
• gerenciamento pelo Executivo Municipal: liberdade assistida e prestação
de serviços à comunidade;
• gerenciamento pelo executivo estadual: internação e semiliberdade.
Antes de adentrar em cada uma das medidas, é importante registrar que a medida aplicada
tem que levar em conta três elementos:

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E que, em hipótese alguma, e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado. Por fim, deve ser observado que, quando se tratar de adolescentes portadores de
doença ou deficiência mental, estes receberão tratamento individual e especializado, em local
adequado às suas condições.
Feitas essas considerações, vejamos, a seguir, as medidas socioeducativas de forma por-
menorizada.

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

A medida socioeducativa é uma medida jurídica a ser aplicada, em procedimento adequa-


do, ao adolescente, autor de ato infracional, exclusivamente pelo juiz, conforme o disposto no
art. 36 da Lei n. 12.594/2012 – SINASE, e, do mesmo modo, segundo o disposto na Súmula
108 do Supremo Tribunal de Justiça5.

A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional,


É DA COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUIZ.

5
Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSu-
mula108.pdf. Acesso em: 30 jul. 2020.

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Considera-se mais grave a internação, em relação a todas as demais medidas, e mais gra-
ve a semiliberdade, em relação às medidas de meio aberto.
Retomando as medidas socioeducativas, vejamos cada uma delas de forma individualizada.
Antes de adentrar os estudos das medidas socioeducativas, faz-se importante a leitura
do acórdão descrito abaixo, no qual o Superior Tribunal de Justiça6 entendeu que é possível
a incidência do princípio da insignificância nos procedimentos que apuram a prática de ato
infracional:

PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO.


ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE FURTO TENTADO. PRINCÍPIO DA INSIGNI-
FICÂNCIA. APLICAÇÃO NA SEARA MENORISTA. POSSIBILIDADE. REINCIDÊNCIA. INAPLI-
CABILIDADE. ADOLESCENTE DEPENDENTE QUÍMICO. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA ADE-
QUADA. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, acompanhando a orientação
da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que o habeas
corpus não pode ser utilizado como substituto de recurso próprio, sob pena de desvir-
tuar a finalidade dessa garantia constitucional, exceto quando a ilegalidade apontada é
flagrante, ocasião em que se concede a ordem de ofício. 2. Hipótese em que o paciente
praticou ato infracional equiparado ao delito de tentativa de furto de 2 refrigerantes Coca-
-Cola e 1 batata Pringles, avaliados em R$ 20,00 (vinte reais), tendo sido afastada a apli-
cação do princípio da bagatela, ante a contumácia delitiva do menor na prática de outros
atos infracionais contra o patrimônio. 3. In casu, se a Corte estadual deixou de analisar
a possibilidade de efetiva aplicação do princípio da insignificância por entendê-la inca-
bível no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente. A pretensão de reconhecer a
incidência do indiferente penal nesta via implicaria, em princípio, indevida supressão de
instância, uma vez que a questão não foi objeto de exame no acórdão impetrado, que se
limitou a enfrentar a eleição do tratamento mais adequado ao caso. 4. Considerando que
o Superior Tribunal de Justiça já firmou entendimento no sentido da possibilidade de apli-
cação do princípio da bagatela às condutas regidas pelo Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (HC 276.358/SP, Rel. Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe 22/09/2014), faz-se
necessária a análise acerca de sua efetiva aplicação no presente caso. 5. Na aplicação
do princípio da insignificância, devem ser utilizados os seguintes parâmetros: a) con-
duta minimamente ofensiva; b) ausência de periculosidade do agente; c) reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento; e d) lesão jurídica inexpressiva, os quais devem estar
presentes, concomitantemente, para a incidência do referido instituto. 6. Em se tratando

6
Disponível em: PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. ATO
INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE FURTO TENTADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO
NA SEARA MENORISTA. POSSIBILIDADE. REINCIDÊNCIA. INAPLICABILIDADE. ADOLESCENTE DEPENDENTE
QUÍMICO. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA ADEQUADA. Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC
0088660-25.2014.3.00.0000 SP 2014/0088660-3 (jusbrasil.com.br). Acesso em: 26 jan. 2022.

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de criminoso reincidente, ainda que diminuto o valor atribuído à coisa pretensamente fur-
tada, deve ser afastada a aplicação do princípio da ofensividade mínima, de acordo com
posição sedimentada pelo STJ e STF, sendo certo que a medida socioeducativa de liber-
dade assistida, pelo prazo de 6 meses, cumulada com o tratamento toxicômano, mantida
pelo Tribunal de origem, apresenta ser adequada. 7. Ordem não conhecida.
(STJ - HC: 292824 SP 2014/0088660-3, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de Jul-
gamento: 30/06/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 05/08/2015).

Da Advertência
Sobre a medida socioeducativa de advertência, o Estatuto conceitua em seu art. 115:

A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.

A advertência (ADV) é a simples repreensão verbal que se esgota em si, entretanto devem
ser observados os seguintes requisitos:
• prova de materialidade da autoria do ato infracional;
• desnecessidade do acompanhamento posterior do adolescente;
• admoestação verbal conduzida pelo Juiz da Infância e da Juventude;
• redução a termo da advertência.

Da Obrigação de Reparar o Dano


Medida que visa a compensar a vítima pelo dano sofrido, por meio de restituição do bem,
do ressarcimento em pecúnia ou outras formas, conforme previsão do art. 116 do Estatuto:

Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for
o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra
adequada.

A obrigação de reparar o dano (ORD) tem por características:


• prova de autoria e materialidade da infração;
• gerenciamento realizado pelo próprio judiciário;
• a extinção da medida se dá pela reparação efetiva do dano, motivo pelo que se denomi-
na medida por tarefa, e não pelo desempenho.

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Dos Programas de Meio Aberto


Dentre as medidas socioeducativas, duas delas podem ser em programas de meio aberto:
a de prestação de serviços à comunidade e a de liberdade assistida.
Quando da aplicação dessas medidas, segundo o art. 13 da Lei n. 12.594/12 – SINASE,
será da COMPETÊNCIA da direção do programa:
• selecionar e credenciar orientadores, designando-os, caso a caso, para acompanhar e
avaliar o cumprimento da medida;
• receber o adolescente e seus pais ou responsável e orientá-los sobre a finalidade da
medida e a organização e funcionamento do programa;
• encaminhar o adolescente para o orientador credenciado;
• supervisionar o desenvolvimento da medida; e
• avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento da medida e, se necessário, propor
à autoridade judiciária sua substituição, suspensão ou extinção.

Ainda como medida de prestação de serviços à comunidade, estão as ações de selecionar


e credenciar entidades assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congê-
neres, bem como os programas comunitários ou governamentais, de acordo com o perfil do
socioeducando e o ambiente no qual a medida será cumprida.

Vejamos, agora, as medidas socioeducativas que se enquadram em programas de


meio aberto.

Da Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)


Tal medida encontra respaldo no art. 117 do Estatuto, veja:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

A medida de serviços à comunidade exige a conjunção dos seguintes requisitos:


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• apuração da materialidade e da autoria de ato infracional, mediante sentença, salvo no


caso de remissão;
• possibilidade física e mental para a realização das tarefas;
• abertura de processo e execução de medida, com expedição de guia de execução;
• acompanhamento por entidade de atendimento responsável pela execução do respec-
tivo programa, com remessa de relatório à entidade de atendimento (governamental ou
não);
• período inferior a 6 meses, à proporção máxima de oito horas por semanas.

Da Liberdade Assistida
Tal medida tem seu fundamento e suas regras nos arts. 118 e 119 do Estatuto:

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para
o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser reco-
mendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público
e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização
dos seguintes encargos, entre outros:
I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se
necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive,
sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de
trabalho;
IV – apresentar relatório do caso.

A medida de liberdade assistida tem como requisitos:


• acompanhamento por entidade de atendimento, responsável pela execução da respecti-
va medida com remessa de relatórios. Nessa medida, é possível:
− promover socialmente o adolescente e sua família;
− supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente;
− diligências no sentido da profissionalização do adolescente e sua inserção no merca-
do de trabalho;
− apresentar relatórios do caso;
− prazo mínimo de 06 meses e máximo de três anos.

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Programas de Privação de Liberdade


Quando a medida socioeducativa restringir liberdade, os programas de privação de liberda-
de, para que sejam inscritos, terão de cumprir os requisitos específicos descritos abaixo:
• a comprovação da existência de estabelecimento educacional com instalações adequa-
das e em conformidade com as normas de referência;
• a previsão do processo e dos requisitos para a escolha do dirigente;
• a apresentação das atividades de natureza coletiva;
• a definição das estratégias para a gestão de conflitos, vedada a previsão de isolamento
cautelar, exceto nos casos previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e
• a previsão de regime disciplinar, nos termos do art. 72 da Lei do SINASE;
• é vedada a edificação de unidades socioeducacionais em espaços contíguos, anexos,
ou de qualquer outra forma, integrados a estabelecimentos penais;
• a direção da unidade adotará, em caráter excepcional, medidas para proteção do interno
em casos de risco à sua integridade física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando, de
imediato, seu defensor e o Ministério Público;
• o dirigente de programa de atendimento em regime de semiliberdade ou internação,
além dos requisitos específicos, deverá ter:
− formação de nível superior compatível com a natureza da função;
− comprovada experiência no trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 (dois) anos;
e
− reputação ilibada.

Quando houver prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade, deve ser
descontado do prazo de cumprimento da medida socioeducativa.
Ainda, o art. 46 da Lei n. 12.594/2012, prevê que o MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO DO
ADOLESCENTE terá vigência máxima de 6 meses, a contar da data da expedição, podendo, se
necessário, ser renovado, fundamentadamente.
Vejamos as medidas socioeducativas que restringem a liberdade.

Medida de Semiliberdade
A medida de semiliberdade é mais gravosa, vez que o adolescente será cerceado em sua
liberdade, contudo é privação parcial. Justamente por ser privativa de liberdade, devem ser ob-
servados os princípios: BREVIDADE, EXCEPCIONALIDADE E RESPEITO À CONDIÇÃO DE PES-
SOA EM DESENVOLVIMENTO.
Pode ser aplicada por sentença na ação socioeducativa, ou como forma de transição da
internação para o meio aberto. Vale registrar que NÃO PODE SER APLICADA EM CUMULAÇÃO
À REMISSÃO.

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Seu respaldo legal está no art. 120 do Estatuto, no seguinte teor:

O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para
o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização
judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser uti-
lizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relati-
vas à internação.

A medida de semiliberdade exige os seguintes requisitos:


• apuração de materialidade e da autoria, mediante sentença, não podendo ser aplicada
em cumulação à remissão;
• sujeição de prazo indeterminado, dentro do limite de 3 anos;
• aplicação do princípio da incompletude institucional;
• manutenção de atividades externas, nisto consiste esta medida.

Vale lembrar que a aplicação da medida de semiliberdade, a despeito do disposto no art.


120, §2º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, não se vincula à taxatividade estabelecida
no art. 122 do mesmo Estatuto. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça7 vem entendendo
como citado na ementa do HC 330067 RJ 2015/0168258-0 abaixo transcrita:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE


RECURSO ESPECIAL. VIA INADEQUADA. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO TRÁFICO
DE DROGAS. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE SEMILIBERDADE. AUSÊNCIA DE FUNDA-
MENTAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, acompanhando a orientação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal,
firmou-se no sentido de que o habeas corpus não pode ser utilizado como substituto de
recurso próprio, sob pena de desvirtuar a finalidade dessa garantia constitucional, exceto
quando a ilegalidade é flagrante, ocasião em que se concede a ordem de ofício. 2. O art.
120 do ECA estabelece que a medida socioeducativa de semiliberdade poderá ser apli-
cada desde o início, cabendo ao magistrado demonstrar “a imprescindibilidade da pro-
vidência à recuperação do adolescente, considerando-se, para tanto, as suas condições
pessoais e as circunstâncias do caso concreto” (HC 195280/PE, Rel. Min. SEBASTIÃO
REIS JÚNIOR, Sexta Turma, DJe 1/2/2012). 3. Hipótese em que, ao impor a medida socio-
educativa de semiliberdade, o acórdão impugnado não mencionou qualquer elemento
7
Disponível em: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO
ESPECIAL. VIA INADEQUADA. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO TRÁFICO DE DROGAS. MEDIDA SOCIOEDU-
CATIVA DE SEMILIBERDADE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. Superior Tribu-
nal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC 0168258-91.2015.3.00.0000 RJ 2015/0168258-0 (jusbrasil.com.br).
Acesso em: 21 dez 2021.

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concreto que demonstrasse a necessidade da sua aplicação, incorrendo em constran-


gimento ilegal. 4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para des-
constituir o acórdão objurgado na parte em que aplicou a medida de semiliberdade ao
paciente, determinando a aplicação de medida socioeducativa mais branda, bem como
para assegurar ao menor o direito de aguardar em liberdade assistida a nova decisão.
(STJ - HC: 330067 RJ 2015/0168258-0, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de Jul-
gamento: 27/10/2015, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/11/2015).

Da Internação
A internação é medida excepcional, gravosa, vez que restringe o adolescente de liberdade,
portanto sujeita aos princípios de: brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar
de pessoa em desenvolvimento, conforme previsto no art. 121 do Estatuto. Sobre tal medida,
vale observar os apontamentos do Defensor Público Federal Dr. Pedro Coelho8 diante de deci-
são do Superior Tribunal de Justiça:

Excepcionalidade da Medida de Segurança da Internação. HC 125016/SP, red. orig. Min.


Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 15.3.2016. (HC-125016).
O ato de internação do menor é medida a ser deliberada em caráter de excepcionalidade,
especificamente quando atendidos os requisitos do artigo 122 do ECA. Assim, devere-
mos estar diante de (i) ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa; (ii) reiteração no cometimento de outras infrações graves e/ou (iii) por descum-
primento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Considerando que a
internação é medida dotada de caráter de excepcionalidade, o magistrado deverá funda-
mentar concretamente, apontando as razões concretas pela a sua adoção em cada caso.

A internação é considerada a medida mais grave em relação a todas as demais medidas,


conforme previsão do art. 42, §3º, da Lei da SINASE.
Seu fundamento legal está previsto nos artigos de 121 a 125 do Estatuto, e devem ser ob-
servados os seguintes requisitos:
• apuração de autoria e materialidade, mediante sentença;
• não pode ser aplicada em cumulação com remissão;
• é vedada sua aplicação com fundamento exclusivo na confissão do adolescente, a teor
da Súmula n. 342 do STJ;
• possibilidade física e mental do adolescente;
• somente será aplicada se não existir outra medida adequada à ressocialização;
8
Disponível em: https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/. Acesso em:
1 nov 2019.

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• somente será aplicada nas hipóteses previstas em lei (taxativamente);


• será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entida-
de, salvo expressa determinação judicial em contrário;
• medida de internação de, no máximo, 3 anos; atingindo este limite, o adolescente deverá
ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida;
• a liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade;
• em qualquer hipótese, a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público;
• em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Sobre o tema, vale a leitura da decisão do Supremo Tribunal Federal9:

O ECA e a jurisprudência do STF consideram o ato infracional cometido mediante grave


ameaça e violência a pessoa como sendo passível de aplicação da medida de internação.
Na espécie, a fundamentação da decisão proferida pelo Juízo da Infância e da Juven-
tude demonstra não ocorrer constrangimento ilegal, única hipótese que autorizaria a con-
cessão da ordem, pois a internação imposta ao paciente, além de atender às garantias
constitucionais da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e da excep-
cionalidade, respeitou a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento ao destacar a
gravidade do ato infracional e os elementos de prova que justificaram a opção do magis-
trado pela medida extrema.
[HC 97.183, rel. min. Cármen Lúcia, j. 28-4-2009, 1ª T, DJE de 22-5-2009.]
= RHC 104.144, rel. min. Luiz Fux, j. 14-6-2011, 1ª T, DJE de 9-8-2011.

Sobre o tema, é importante anotar a Súmula 492, do Superior Tribunal de Justiça10:

Súmula n. 492 do STJ – O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não
conduz obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do ado-
lescente. (Súmula 492, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 08/08/2012, DJe 13/08/2012).

Diante das especificidades da medida, é preciso abordar o tema de forma mais por-
menorizada.
Quanto às modalidades de internação, existem três previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente.

9
Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp?item=2029> Acesso em: 30 jul. 2020.
10
Disponível em: http://www.coad.com.br/busca/detalhe_16/2427/Sumulas_e_enunciados. Acesso em: 30
jul. 2020.

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Sobre isso, vale registrar o quadro de Luciano Alves Rossato, Paulo Eduardo Lépore e Ro-
gério Sanches Cunha11, com algumas alterações, a saber:

Modalidades de Internação

Modalidades de Fundamento
Características
Internação legal

Decretada pelo magistrado no


processo de conhecimento, antes Art. 108,
Internação Provisória
da sentença. Estatuto.
Prazo limitado a 45 dias.

Decretada pelo magistrado em


Internação com prazo sentença proferida no processo Art. 122, I, e II,
indeterminado de conhecimento. Estatuto.
Prazo máximo de 3 anos.

Decretada pelo magistrado em


Internação com
processo de execução, em razão
prazo determinado, Art. 122, III,
de descumprimento de medida
denominada, também, Estatuto.
anteriormente imposta. Tem
Internação Sanção
prazo máximo de 3 meses.
A medida de internação SOMENTE SERÁ APLICÁVEL nas hipóteses do art. 122 do Estatuto.
Inclusive, o Superior Tribunal de Justiça12 mantém esse entendimento, por exemplo, na ementa
do julgamento do HC 342956- SP 2015/0302081-3:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. ESTATUTO


DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO DELITO DE TRÁ-
FICO DE ENTORPECENTES. APLICAÇÃO DE MEDIDA DE INTERNAÇÃO POR PRAZO INDE-
TERMINADO, A SER CUMPRIDA EM COMARCA DIVERSA DA QUAL RESIDE A FAMÍLIA
DO MENOR. GRAVIDADE ABSTRATA DA INFRAÇÃO. REITERAÇÃO NÃO CONFIGURADA.
ART. 122 DO ECA. ROL TAXATIVO. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO 492 DA SÚMULA DO STJ.
ART. 49, II, DA LEI N. 12.594/2012. LOCAL DE RESIDÊNCIA DO MENOR. DIREITO A INSER-
11
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo; CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da Criança e do Adoles-
cente. 11. Ed. São Paulo: Saraiva Jus., 2019, p. 401.
12
Disponível em: HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO DELITO DE TRÁFICO DE ENTORPE-
CENTES. APLICAÇÃO DE MEDIDA DE INTERNAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO, A SER CUMPRIDA EM
COMARCA DIVERSA DA QUAL RESIDE A FAMÍLIA DO MENOR. GRAVIDADE ABSTRATA DA INFRAÇÃO. REITE-
RAÇÃO NÃO CONFIGURADA. ART. 122DO ECA. ROL TAXATIVO. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO 492 DA SÚMULA
DO STJ. ART. 49, II, DA LEI N. 12.594/2012. LOCAL DE RESIDÊNCIA DO MENOR. DIREITO A INSERÇÃO EM
MEDIDA EM MEIO ABERTO. COAÇÃO ILEGAL DEMONSTRADA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM
CONCEDIDA DE OFÍCIO. Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC 0302081-64.2015.3.00.0000
SP 2015/0302081-3 (jusbrasil.com.br). Acesso em: 21 dez 2021.

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ÇÃO EM MEDIDA EM MEIO ABERTO. COAÇÃO ILEGAL DEMONSTRADA. HABEAS CORPUS


NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. - O Supremo Tribunal Federal, por sua
Primeira Turma, e a Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, diante da utiliza-
ção crescente e sucessiva do habeas corpus, passaram a restringir a sua admissibilidade
quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via recursal própria, sem olvidar a
possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante ilegalidade - No
caso, constata-se a insuficiência da fundamentação da decisão que impôs medida de
internação com base apenas na gravidade abstrata do ato infracional, praticado sem vio-
lência ou grave ameaça por adolescente que não reiterou na prática de ato infracional
grave, conforme consta dos autos. Aplica-se à hipótese, assim, o disposto no enunciado
n. 492 da Súmula do STJ - Nos termos do disposto no art. 49, II, da Lei n. 12.594/2012, é
direito do adolescente “ser incluído em programa de meio aberto, quando inexistir vaga
para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato infra-
cional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o adolescente
deverá ser internado em unidade mais próxima de seu local de residência” - Habeas
corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para determinar que seja aplicada ao
paciente a medida de liberdade assistida, a ser cumprida na cidade em que reside com a
família.
(STJ - HC: 342956 SP 2015/0302081-3, Relator: Ministro REYNALDO SOARES DA FON-
SECA, Data de Julgamento: 02/02/2016, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe
10/02/2016).

Por oportuno, vale a transcrição do art. 122 do Estatuto:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Obs.: Neste
caso, ATÉ 03 MESES.

Por fim, ainda sobre a medida de internação, o art. 124 do Estatuto determina direitos ao
adolescente privado de sua liberdade, veja:

DIREITOS DO ADOLESCENTE PRIVADO DE LIBERDADE (ART. 124)

Entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público.

Peticionar diretamente a qualquer autoridade.

Avistar-se reservadamente com seu defensor.

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DIREITOS DO ADOLESCENTE PRIVADO DE LIBERDADE (ART. 124)

Ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada.

Ser tratado com respeito e dignidade.

Permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao


Domicílio de seus pais ou responsável.

Receber visitas, ao menos, semanalmente.

Corresponder-se com seus familiares e amigos.

Ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal.

Habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade.

Receber escolarização e profissionalização.

Realizar atividades culturais, esportivas e de lazer.

Ter acesso aos meios de comunicação social.

Receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o


deseje.

Manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para


guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados em
poder da entidade.

Receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais


indispensáveis à vida em sociedade.

Observações:
1.em nenhum caso, haverá incomunicabilidade;
2.a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente;
3.é dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos,
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.
No caso de medida de internação, esta poderá ser desafiada por Habeas Corpus.
Ainda sobre internação, e no que toca às visitas aos adolescentes que cumpram esta me-
dida, faz-se importante a leitura do art. 67 da Lei n. 12.594/12:

A visita do cônjuge, companheiro, pais ou responsáveis, parentes e amigos a adolescente a quem


foi aplicada medida socioeducativa de internação observará dias e horários próprios definidos pela
direção do programa de atendimento.

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É assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em união estável O DIREITO
À VISITA ÍNTIMA.
É garantido aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação O DIREITO
DE RECEBER VISITA DOS FILHOS, INDEPENDENTEMENTE DA IDADE DESSES.

Ainda dentro da temática de restrição de liberdade do adolescente, vale observar o seguin-


te julgado do Supremo Tribunal Federal:

O art. 120 da Lei 8.069/1990 garante a realização de atividades externas independen-


temente de autorização judicial. O Estado tem o dever de assegurar à criança e ao ado-
lescente o direito à convivência familiar (art. 227, caput, da Constituição do Brasil). O
objetivo maior da Lei 8.069/1990 é a proteção integral à criança e ao adolescente, aí
compreendida a participação na vida familiar e comunitária. Restrições a essas garantias
somente são possíveis em situações extremas, decretadas com cautela em decisões
fundamentadas, o que no caso não se dá. Ordem parcialmente concedida para permitir
ao paciente a realização de atividades externas e visitas à família sem a imposição de
qualquer condição pelo juízo da Vara da Infância e Juventude.
[HC 98.518, rel. min. Eros Grau, j. 25-5-2010, 2ª T, DJE de 18-6-2010.]

A teor do art. 46 da Lei n. 12.594/2012 (SINASE), a medida socioeducativa será declara-


da extinta:
• pela morte do adolescente;
• pela realização de sua finalidade;
• pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou se-
miaberto, em execução provisória ou definitiva;
• pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao
cumprimento da medida;
• nas demais hipóteses previstas em lei.

Da Apuração do Ato Infracional


Como já dito exaustivamente, o Estatuto é norma voltada, especificamente, para crianças e
adolescentes, considerando a fase de desenvolvimento de tais pessoas, de modo que, no que
tange à apuração do ato infracional, tal norma estabeleceu rito processual próprio para apura-
ção de ato infracional, e este rito é composto por três fases distintas:
Vejamos cada fase de forma pormenorizada.

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Fase Policial
A fase policial iniciará com a APREENSÃO em flagrante do autor do ato infracional (art. 172,
Estatuto), que será encaminhado à sede policial, especializada, quando houver, para a lavratura
do auto. Todavia, se o autor for apreendido por decisão judicial, será, desde logo, encaminhado
à autoridade judiciária (art. 171).
O parágrafo único do art. 172 do Estatuto prevê:

Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato


infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição poli-
cial própria.

No art. 173 do Estatuto é estabelecido que, se o flagrante de ato infracional for cometido
mediante violência ou grave ameaça à pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto
nos arts. 106 e 107, deverá:

I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;


II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.

No entanto, o Estatuto determina, em seu art. 174, que, se comparecer qualquer dos pais
ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo
de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Pú-
blico, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Na hipótese de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente
ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia de auto de apreensão ou bole-
tim de ocorrência. Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encami-
nhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
Ainda, nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação se fará
pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará
a apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder o prazo de 24 horas.
Não sendo flagrante, tal fase iniciará após registro de ocorrência que poderá ser feito por
qualquer pessoa que tenha conhecimento do ilícito.

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Fase de Atuação do Ministério Público


Inicialmente, é fundamental ressaltar que a defesa e o Ministério Público INTERVIRÃO, sob
pena de NULIDADE do procedimento judicial de execução de medida socioeducativa, confor-
me determinação do art. 36 da Lei n. 12.594/12.
Após as diligências policiais e a autuação do boletim de ocorrência, o adolescente será apre-
sentado ao Ministério Público, que deverá proceder conforme previsão do art. 179 do Estatuto:

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto


de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judi-
cial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente
à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os
pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias
civil e militar.

Diante do narrado acima, o representante do Ministério Público PODERÁ:


• promover o arquivamento dos autos;
• conceder a remissão;
• representar a autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa.

Vale visualizar o esquema abaixo:

Na hipótese de arquivamento dos autos ou de concessão de remissão, estes SERÃO CON-


CLUSOS À AUTORIDADE JUDICIAL PARA HOMOLOGAÇÃO, em seguida, se for o caso, a autori-
dade determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
Se a autoridade judiciária discordar, remeterá os autos ao PROCURADOR-GERAL DE JUS-
TIÇA, e este OFERECERÁ REPRESENTAÇÃO e designará outro membro do Ministério Público
para apresentá-la OU ratificará o arquivamento ou a remissão, que só, então, a autoridade judi-
ciária estará obrigada a homologar.

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Observe o esquema:

Na hipótese de o Ministério Público oferecer representação para a aplicação de medida


socioeducativa, esta será encaminhada, por petição, com classificação do ato infracional, à
autoridade judiciária com a proposta de instauração do procedimento para a aplicação da res-
pectiva medida.
Vale registrar que a representação independe de prova pré-constituída da autoria e de ma-
terialidade.
O procedimento tem de ser concluído no prazo máximo e improrrogável de 45 dias.

Fase Judicial
Após a representação do Ministério Público à autoridade judicial, esta designará audiência
de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da
internação, que não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
Nesse contexto, algumas regras previstas no Estatuto devem ser observadas:
• o adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação
e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado;
• se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador
especial ao adolescente;
• não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca
e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação;
• estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da
notificação dos pais ou responsável.

Sobre a manutenção ou decretação da medida de internação, é imperioso que as regras do


Estatuto sejam observadas:

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• não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional;


• inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adoles-
cente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima;
• sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em re-
partição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropria-
das, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabili-
dade.

Contudo, sobre a medida de internação vale leitura dos apontamentos do Defensor Público
Federal Dr. Pedro Coelho13:

Relativização da regra do artigo 49, II do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducati-


vo). HC 338.517–SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015, DJe 5/2/2016.
O simples fato de não haver vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade em uni-
dade próxima da residência do adolescente infrator não impõe a sua inclusão em programa de meio
aberto, devendo-se considerar o que foi verificado durante o processo de apuração da prática do ato
infracional, bem como os relatórios técnicos profissionais. Assim, de acordo com o STJ, a previsão
contida no inciso II do art. 49 não pode ser aplicada indistintamente ou sem qualquer critério. A
regra tanto do artigo 49, II do SINASE, como também do artigo 124, VI do ECA devem ser aplicadas
de acordo com o caso concreto, observando-se as situações específicas do adolescente, do ato
infracional praticado, bem como do relatório técnico e/ou plano individual de atendimento.

Ainda sobre a medida de internação ou semiliberdade, a INTIMAÇÃO da sentença será feita:


• ao adolescente e ao seu defensor, quando não for encontrado o adolescente, a seus
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. Quando a intimação cair na pessoa do
adolescente deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

Todavia, quando outra medida for aplicada, a intimação será UNICAMENTE na pessoa
do defensor.
Referente à audiência, quando do comparecimento do adolescente com os pais ou respon-
sáveis, a autoridade judiciária procederá à oitiva do adolescente e PODERÁ solicitar opinião de
profissional qualificado.
Como dito, é necessária a presença do advogado (art. 133, CF/88), e o Estatuto reforça o
preceito constitucional determinando as seguintes condutas:
• se o adolescente não possuir advogado constituído, nomeará defensor, designando,
desde logo, audiência em continuação;
• o advogado constituído ou o defensor nomeado, na audiência da apresentação, NO PRA-
ZO DE TRÊS DIAS CONTADO DA AUDIÊNCIA DE APRESENTAÇÃO, oferecerá defesa pré-
via e rol de testemunhas.
13
Disponível em: https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/. Acesso em:
1 nov. 2019.

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No caso da audiência de continuação, a autoridade ouvirá as testemunhas arroladas na


representação e na defesa prévia, juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a
palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de
vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que
em seguida proferirá decisão (art. 186, § 4º, Estatuto).
Se o adolescente, quando devidamente notificado, não comparecer INJUSTIFICADAMEN-
TE à audiência de apresentação, a AUTORIDADE JUDICIÁRIA designará nova data, DETERMI-
NANDO SUA CONDUÇÃO COERCITIVA (art. 187, Estatuto).
Ainda sobre a apuração de ato infracional, vale registrar súmula do Superior Tribunal de
Justiça14, que diz sobre a questão prescricional:

Súmula n. 338, STJ15:


A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

Da Remissão
Os autores Luciano Rossato16, Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches definem a conces-
são da remissão da seguinte forma:

adoção de procedimento diferenciado daquele ordinariamente previsto para apuração dos atos in-
fracionais. Por meio da remissão. São mitigados os efeitos negativos da continuidade do procedi-
mento, que importaria no comparecimento do adolescente e de seus pais a todos os seus atos.

O instituto da remissão está albergado, no Estatuto, no art. 126, que prevê:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Mi-
nistério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adoles-
cente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária im-
portará na suspensão ou extinção do processo.

Faz-se relevante salientar que a remissão não implica necessariamente a comprovação de


responsabilidade, nem prevalece para efeitos de antecedentes, todavia pode incluir, eventual-
mente, a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime
de semiliberdade e a internação, a teor do art. 127 do Estatuto. Inclusive, se aplicada a medida,
14
Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2012_29_capSu-
mula338.pdf. Acesso em: 30 jul. 2020.
15
Disponível em: STJ - Súmula | Enunciado – 338 (coad.com.br). Acesso em: 3 fev. 2022.
16
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da criança e do adoles-
cente Lei n. 8069/90. 11. Ed. São Paulo: Saraiva Jus., 2019

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esta poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adoles-
cente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.
Extraem-se, do art. 126, duas espécies de remissão, conforme o momento em que é con-
cedida ao adolescente. Poderá ser pré-processual, denominada, também, ministerial, que será
ofertada pelo Ministério Público e homologada pelo magistrado. Nesse caso, o adolescente e
seu representante legal deverão, previamente, consentir.
Na denominada processual ou judicial, que ocorre quando o procedimento já tiver iniciado,
a remissão implicará a extinção ou suspensão do processo.
A doutrina de autores como Luciano Rossato17, Paulo Eduardo Lépore e Rogério Sanches
classifica, ainda, remissão como própria ou imprópria.
A própria implica em perdão puro e simples, e a imprópria, por sua vez, implicará cumula-
ção com medida socioeducativa.
Sobre a remissão, é imprescindível a leitura do Informativo 587 do Superior Tribunal de
Justiça18 que afirma:

Impossibilidade de modificação por magistrado dos termos de proposta de remissão pré-proces-


sual.

No que toca à extinção da medida socioeducativa, o art. 46 da Lei da SINASE estabelece:

A medida socioeducativa será declarada extinta:


I – pela morte do adolescente;
II – pela realização de sua finalidade;
III – pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaberto,
em execução provisória ou definitiva;
IV – pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao cumpri-
mento da medida; e
V – nas demais hipóteses previstas em lei.

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável


Conforme visto na Apostila 01, os filhos nascem sob o poder/dever familiar, ou seja, os
poderes e os deveres que os pais têm sobre os filhos, como sustento, educação, saúde etc.
Em casos da ausência desse poder, seja por orfandade ou qualquer outra mazela, tais
crianças e/ou adolescente são postos sob cuidados de outro responsável, seja pela guarda
ou tutela.

17
ROSSATO. Luciano Alves; LÉPORE. Paulo Eduardo. CUNHA. Rogério Sanches. Estatuto da criança e do adoles-
cente Lei no. 8069/90. 11. Ed. São Paulo: Saraiva Jus., 2019.
18
Disponível em: https://www.dizerodireito.com.br/2016/09/informativo-esquematizado-587-stj_29.html.
Acesso em: 2 jan. 2020.

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Portanto, enquanto a pessoa não atingir a capacidade civil (18 anos), alguém estará as-
sumindo responsabilidades sobre ela, sejam os pais ou qualquer outro responsável (guardião
ou tutor).
Quando ocorre o descumprimento desses deveres, o Estatuto da Criança e do Adolescente
apresenta um rol de medidas que podem ser aplicadas aos pais ou ao responsável em seu art.
129, a saber:
• encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família;
• inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alco-
ólatras e toxicômanos;
• encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
• encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
• obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamen-
to escolar;
• obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
• advertência;
• perda da guarda;
• destituição da tutela;
• suspensão ou destituição do poder familiar.

Vejamos, no quadro abaixo, a competência para aplicar as medidas acima descritas:

Competência exclusiva da
Competência do Conselho autoridade judiciária
Tutelar (arts.: 35, 164, 24, 155 e 163
(art. 136, II, do Estatuto) do Estatuto da Criança e do
Adolescente)

Encaminhamento a serviços e
programas oficiais ou comunitários
Perda da guarda.
de proteção, apoio e promoção da
família.

Inclusão em programa oficial ou


comunitário de auxílio, orientação
Destituição da tutela.
e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos.

Encaminhamento a tratamento Suspensão ou destituição do poder da


psicológico ou psiquiátrico. família.

Encaminhamento a cursos ou
programas de orientação.

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Competência exclusiva da
Competência do Conselho autoridade judiciária
Tutelar (arts.: 35, 164, 24, 155 e 163
(art. 136, II, do Estatuto) do Estatuto da Criança e do
Adolescente)

Obrigação de matricular o filho ou


pupilo e acompanhar sua frequência e
aproveitamento escolar.

Obrigação de encaminhar a criança


ou adolescente a tratamento
especializado.

Advertência.

Medidas denominadas preferenciais


O art. 130, por fim, prevê:

Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsá-
vel, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da
moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que ne-
cessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

Da Infiltração de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Digni-


dade Sexual de Criança e de Adolescente

Com a intenção de investigar delitos relativos à dignidade sexual de crianças e adolescen-


tes, a Lei n. 13.441/2017 inseriu alguns artigos no Estatuto da Criança e do Adolescente que
serão vistos na sequência.

Regra para infiltração de agentes de polícia na internet com fim de investigar


crimes

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos
nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras:
- será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que estabe-
lecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;

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- dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e
conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apeli-
dos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas;
- não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a
critério da autoridade judicial.

A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da ope-


ração de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º acima descrito.
Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:
• dados de conexão: informações referentes à hora, data, início, término, duração, endere-
ço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;
• dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usu-
ário registrado ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de
usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão;
• a infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser
obtida por outros meios.

Informações da operação

Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz res-
ponsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o
sigilo das investigações.

Não cometimento de crime pelo policial

Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher
indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e
241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940 (Código Penal).
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investiga-
ção responderá pelos excessos praticados.

Órgãos de registro e cadastro público

Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios,
mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à
efetividade da identidade fictícia criada.

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Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em
livro específico.

Conclusão da investigação

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deve-
rão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, junta-
mente com relatório circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em
autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, asseguran-
do-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos
adolescentes envolvidos.

Dos Crimes Praticados contra Criança e Adolescente


O Estatuto da Criança e do Adolescente destina um capítulo para tratar dessa temática,
sejam crimes praticados por AÇÃO ou OMISSÃO, e sem excluir o disposto na lei penal, ou seja,
o Código Penal. Aplicam-se, aos crimes definidos no Estatuto, as normas da Parte Geral do
Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
De antemão, é de suma importância registrar que os crimes tipificados no Estatuto da
Criança e do Adolescente são de AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA, de competência do Minis-
tério Público, conforme previsto na Constituição Federal de 1988:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Dizer que a ação é incondicionada significa que a iniciativa pública é INDEPENDENTE da


expressão da vontade da vítima para que o fato delituoso seja processado e julgado.
O art. 227-A preconiza que os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Código Penal, para os crimes previstos no Estatuto, praticados por servidores públicos
com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. Contudo a perda do
cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.
Os crimes em espécie estão positivados nos arts. de 228 a 244-A do Estatuto da Criança e
do Adolescente.
Os crimes em espécie serão transcritos em cada tipo de crime (tipo), o que se fará na
sequência.
O art. 228 do Estatuto prevê, sobre omissão do registro de atividades ou do fornecimento
da declaração de nascimento:

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E PEDAGÓGICOS
Ato Infracional
Fabiana Borges

TIPIFICAÇÃO – Artigo 228

Deixar o encarregado
Deixar o encarregado de
de serviço ou
serviço ou o dirigente de
o dirigente de
estabelecimento de atenção
estabelecimento
à saúde de gestante de
de atenção à saúde
manter registro das atividades
de gestante de
desenvolvidas, na forma e
manter registro
prazo referidos no art. 10
das atividades
desta Lei, bem como de
desenvolvidas, bem
fornecer à parturiente ou a
como de fornecer
seu responsável, por ocasião Tipo objetivo:
à parturiente ou a
da alta médica, declaração de
seu responsável,
nascimento, onde constem as
por ocasião da alta
intercorrências do parto e do
médica, declaração
desenvolvimento do neonato:
de nascimento,
onde constem as
intercorrências
do parto e do
desenvolvimento do
neonato

Neonato, parturiente,
Sujeito passivo: pai, Estado e a
coletividade

Crime próprio.
Encarregado do
serviço ou dirigente
Sujeito ativo:
do estabelecimento
de atenção à saúde
da gestante.

Modalidade Culposa ou dolosa

Pena – detenção de seis meses a dois anos.


SANÇÃO Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
O art. 229, por sua vez, estabelece, sobre a omissão de identificação do neonato e da par-
turiente ou de realização de exames necessários:

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Ato Infracional
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TIPIFICAÇÃO – Artigo 229

Deixar o médico,
Deixar o médico, enfermeiro ou
enfermeiro ou dirigente de dirigente de
estabelecimento de atenção estabelecimento
à saúde de gestante de de atenção à
identificar corretamente o Tipo objetivo:
saúde de gestante
neonato e a parturiente, por de identificar
ocasião do parto, bem como corretamente
deixar de proceder aos o neonato e a
exames referidos no art. 10 parturiente
desta Lei:
Recém-nascido,
Sujeito
mãe e/ou pai e a
passivo:
coletividade.

Crime próprio:
médico, enfermeiro
ou dirigente de
Sujeito ativo:
estabelecimento de
atenção à saúde de
gestante.

Classificação: Omissivo puro

Modalidade Dolosa/culposa

Pena – detenção de seis meses a dois anos.


SANÇÃO Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Como dito, a medida de internação, que restringe o direito de liberdade do adolescente, é
reconhecida como medida excepcional, que só pode ocorrer em caso de flagrante ou por or-
dem escrita da autoridade judiciária competente. No caso de inobservância a este comando, o
Estatuto tipifica como crime, conforme o art. 230:

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Ato Infracional
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TIPIFICAÇÃO – Artigo 230

Privar a criança
ou o adolescente
de sua liberdade,
procedendo à sua
Privar a criança ou o apreensão sem
adolescente de sua Tipo objetivo: estar em flagrante
liberdade, procedendo à sua de ato infracional
apreensão sem estar em ou inexistindo
flagrante de ato infracional ordem escrita da
ou inexistindo ordem escrita autoridade judiciária
da autoridade judiciária competente:
competente:
Criança ou
Sujeito passivo:
adolescente.

Crime Comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – detenção de seis meses a dois anos.


Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que
SANÇÃO
procede à apreensão sem observância das formalidades
legais.
Ainda acerca da apreensão da criança ou adolescente, a autoridade policial deve comuni-
car a autoridade judiciária competente, a família ou a pessoa que o menor indicar, sob pena de
incidir no crime tipificado no art. 231 do Estatuto:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 231

Deixar a autoridade
policial responsável
pela apreensão
de criança ou
Art. 231. Deixar a adolescente de
autoridade policial fazer imediata
responsável pela apreensão Tipo objetivo: comunicação à
de criança ou adolescente autoridade judiciária
de fazer imediata competente
comunicação à autoridade e à família do
judiciária competente e à apreendido ou
família do apreendido ou à à pessoa por ele
pessoa por ele indicada: indicada.

Sujeito passivo: Adolescente.

Crime próprio.
Sujeito ativo: Somente autoridade
policial.

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Ainda nesse sentido, o art. 234 do Estatuto, sobre a liberação da criança ou adolescente
quando do conhecimento da ilegalidade da apreensão, estabelece:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 234

Deixar a autoridade
competente, sem
justa causa, de
ordenar a imediata
liberação de criança
Deixar a autoridade Tipo objetivo:
ou adolescente,
competente, sem justa tão logo tenha
causa, de ordenar a imediata conhecimento
liberação de criança ou da ilegalidade da
adolescente, tão logo tenha apreensão.
conhecimento da ilegalidade
da apreensão: Sujeito Criança e
passivo: adolescente

Autoridade
competente
Sujeito ativo:
(magistrado ou
autoridade policial).

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos.

Além disso, o art. 235 do mesmo diploma legal determina sanção à autoridade que deixar
de observar o prazo para colocar o adolescente em liberdade, observe:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 235

Descumprir,
injustificadamente,
prazo fixado
no Estatuto em
Descumprir, Tipo objetivo:
benefício de
injustificadamente, prazo adolescente
fixado nesta Lei em benefício privado de
de adolescente privado de liberdade.
liberdade:
Sujeito passivo: Adolescente.

Crime próprio.
Sujeito ativo: Juiz, MP e
autoridade policial.

Modalidade Dolosa.

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Ato Infracional
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TIPIFICAÇÃO – Artigo 235

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A proteção constitucional voltada para a criança e para o adolescente é denominada dou-


trina da proteção integral, de modo que o Estatuto cria diversos mecanismos legais para apli-
car sanção quando tais proteções são desrespeitadas. No que tange à submissão da criança
ou do adolescente a vexame ou constrangimento, o art. 232 do Estatuto prevê:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 232

Submeter criança ou adolescente sob sua


Tipo objetivo: autoridade guarda ou vigilância a vexame
Submeter criança ou ou a constrangimento.
adolescente sob sua
autoridade guarda ou Sujeito
Criança e adolescente.
vigilância a vexame ou a passivo:
constrangimento:
Crime próprio
. Sujeito ativo: Pessoa que é autoridade, guardiã ou
tenha vigilância sobre o menor

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos.

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Ato Infracional
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TIPIFICAÇÃO – Artigo 232

HABEAS CORPUS N. 705450 - SC (2021/0359189-7) DECISÃO Trata-se de habeas corpus, com


pedido liminar, impetrado em face de acórdão assim ementado (fl. 378): APELAÇÃO CRIMINAL.
RÉU SOLTO. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL E A CRIANÇA E O ADOLESCENTE.
SATISFAÇÃO DA LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE ADOLESCENTE E SUBMISSÃO DE
ADOLESCENTE SOB SUA AUTORIDADE A VEXAME OU CONSTRANGIMENTO (ARTS. 218-A C/C
ART. 226, INCISO II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL E ART. 232 DA LEI N. 8.069/90). SENTENÇA
CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. CRIME DE SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE
PRESENÇA DE ADOLESCENTE (FATO 3). PLEITO DE ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DA
CONDUTA. INVIABILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS INCONTESTES. APELANTE
QUE, VISANDO SATISFAZER A SUA PRÓPRIA LASCÍVIA, PERPETROU ATO LIBIDINOSO DIVERSO
DA CONJUNÇÃO CARNAL (MASTURBAÇÃO) NA PRESENÇA DA VÍTIMA, DE APENAS 12
(DOZE) ANOS DE IDADE. ATO LIBIDINOSO PERPETRADO QUE É SUFICIENTE À SUBSUMIR A
CONDUTA AO TIPO PENAL. PRESENÇA DE TERCEIRA PESSOA PRESCINDÍVEL. CONDENAÇÃO
MANTIDA. DOSIMETRIA. SEGUNDA FASE. POSTULADO O RECONHECIMENTO DA ATENUANTE
DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA PARA AMBOS OS DELITOS. DESCABIMENTO. AGENTE QUE
NEGOU A PRÁTICA DO CRIME DE SUBMISSÃO DE ADOLESCENTE SOB SUA AUTORIDADE
A VEXAME OU CONSTRANGIMENTO (FATO 1) E APRESENTOU VERSÃO TENDENCIOSA EM
RELAÇÃO AO DELITO REMANESCENTE (FATO3). HIPÓTESE DE CONFISSÃO QUALIFICADA.
CIRCUNSTÂNCIA LEGAL NÃO CONFIGURADA. PRECEDENTES DESTA CÂMARA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. Consta dos autos que o paciente foi condenado à pena de 7
meses de detenção, em regime inicialmente aberto e 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime
inicialmente aberto, pela prática dos delitos previstos no art. 232 do ECA (fato 1) e art. 218-A
c/c art. 226, II, ambos do CP (fato 3), sendo absolvido das práticas dos crimes previstos no art.
218-A do CP (fato 2) e no art. 217-A, caput, c/c art. 226, II, do CP (fato 4). Interposto recurso de
apelação pela defesa, o Tribunal de origem negou-lhe provimento, mantendo-se incólume a
STJ sentença condenatória. Neste writ, a impetrante alega, em síntese, constrangimento ilegal em
razão da ausência de fundamentação idônea para o afastamento da atenuante da confissão
espontânea qualificada em relação ao crime do art. 232 do ECA (fato 1). Assevera que, “Muito
embora o Paciente tenha confessado judicialmente a autoria do crime do art. 232 do ECA
(fato 1) (fl. 5)”, as instâncias ordinárias afastaram a tese da confissão espontânea, sendo
que “independentemente da utilização da confissão para a formação de convencimento do
julgador, deverá incidir a atenuante da confissão espontânea em respeito à legalidade penal”
(fl. 6). Aduz que “no caso é válida a confissão qualificada. Até porque o Paciente não pode
ser punido pelo fato de o Magistrado (e o TJSC), ter preferido não utilizar sua confissão para
fundamentar a condenação”(fl. 7). Acrescenta que o “TJSC reconheceu que houve confissão,
mas por ser qualificada, não a considerou” (fl. 7). Requer, liminarmente, a suspensão dos
efeitos da condenação em relação ao apontado excesso, até o julgamento do writ. No mérito,
o reconhecimento da confissão espontânea, compensando-a parcialmente com a reincidência.
A concessão de liminar em habeas corpus é medida excepcional, somente cabível quando, em
juízo perfunctório, observa-se, de plano, evidente constrangimento ilegal. Esta não é a situação
presente, pois a questão referente à incidência da atenuante da confissão espontânea exige
exame aprofundado dado do caso, a ser realizado por ocasião do julgamento de mérito, após
serem prestadas informações pela autoridade coatora, assim garantindo-se a necessária
segurança jurídica. Ante o exposto, indefiro o pedido liminar. Solicitem-se informações ao
Tribunal de origem, a serem prestadas, preferencialmente, pela Central do Processo Eletrônico
- CPE do STJ. Após, ao Ministério Público Federal para manifestação. Publique-se. Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2021. OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TRF 1ª REGIÃO) Relator
(STJ - HC: 705450 SC 2021/0359189-7, Relator: Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), Data de Publicação: DJ 16/11/2021)19.

Para que se exerça, efetivamente, a proteção integral à criança e ao adolescente, o legisla-


dor criou organismos que atuam a favor de tais pessoas, e o ato de embaraçar a ação de tais
organismos é considerado crime pelo Estatuto. Veja o art. 236 do Estatuto:

19
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC 705450 SC 2021/0359189-7 (jusbrasil.
com.br). Acesso em: 26 dez 2021.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 236

Impedir ou
embaraçar a ação
de autoridade
judiciária, membro
Art. 236. Impedir ou Tipo objetivo: do Conselho Tutelar
embaraçar a ação de ou representante do
autoridade judiciária, Ministério Público no
membro do Conselho exercício de função
Tutelar ou representante prevista nesta Lei:
do Ministério Público no
Estado (autoridade
exercício de função prevista
judiciária, membro
nesta Lei: Sujeito
do Conselho Tutelar
passivo:
no exercício de suas
funções.

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa

Modalidade: Dolosa.

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos.

A criança, ao nascer, está, em regra, sob o poder familiar, o que fora narrado na primeira
apostila em situações justificadas e excepcionais. Tais crianças e adolescentes podem ser
colocados debaixo de guarda ou, então, família substituta, tudo no afã de proteção de tais pes-
soas. Caso haja violação para o exercício de guarda, o Estatuto tipifica como crime. Observe o
art. 237 do Estatuto:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 237

Subtrair criança
ou adolescente ao
poder de quem o
tem sob sua guarda
Tipo objetivo:
Art. 237. Subtrair criança em virtude de lei ou
ou adolescente ao poder ordem judicial, com
de quem o tem sob sua o fim de colocação
guarda em virtude de lei ou em lar substituto:
ordem judicial, com o fim de
Criança e
colocação em lar substituto:
Sujeito adolescente e
passivo: aquele que seja a
autoridade.

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – reclusão de dois a seis anos e multa.

Se a intenção do agente for entregar filho ou pupilo mediante paga, a sanção é majo-
rada. Veja:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 238

Prometer ou efetivar
a entrega de filho
ou pupilo a terceiro,
Tipo objetivo:
Art. 238. Prometer ou mediante paga ou
efetivar a entrega de filho ou recompensa:
pupilo a terceiro, mediante
paga ou recompensa:
Sujeito Criança e
passivo: adolescente.

Crime próprio: pais,


Sujeito ativo:
tutor ou guardião.

Modalidade Dolosa.

Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.


SANÇÃO Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
ou efetiva a paga ou recompensa.

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Ainda, se a intenção é o envio da criança ou do adolescente para o exterior, o que caracte-


riza tráfico internacional da criança ou do adolescente, a sanção também é majorada:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 239

Promover ou auxiliar
a efetivação de ato
destinado ao envio de
criança ou adolescente
Promover ou auxiliar a efetivação Tipo objetivo: para o exterior com
de ato destinado ao envio de inobservância das
criança ou adolescente para o formalidades legais
exterior com inobservância das ou com o fito de obter
formalidades legais ou com o fito lucro:
de obter lucro:
Sujeito
Criança e adolescente
passivo:

Crime comum:
Sujeito ativo:
qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa

SANÇÃO Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça


AGRAVANTE ou fraude: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além
da pena correspondente à violência.

� bs.:O Decreto n. 2.740, de 20 de agosto de 1998, promulgou referida


O
convenção. O art. 2º, alínea b, entende por tráfico internacional de menores
a subtração, transferência ou retenção, ou a tentativa de subtração,
transferência ou retenção de um menor, com propósitos ou por meios ilícitos.

Com relação ao direito de imagem, à exposição e à pornografia, no ano de 2008, foram


inseridos, no Estatuto, diversos artigos refutando tais comportamentos, a saber:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 240

Produzir, reproduzir, dirigir,


fotografar, filmar ou registrar,
Produzir, reproduzir, por qualquer meio, cena de
Tipo objetivo:
dirigir, fotografar, filmar ou sexo explícito ou pornográfica,
registrar, por qualquer meio, envolvendo criança ou
cena de sexo explícito ou adolescente:
pornográfica, envolvendo
Sujeito
criança ou adolescente: Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa

Modalidade Dolosa

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e multa.


§ 1º. Incorre nas mesmas penas quem agência, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo
intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste
artigo, ou ainda quem com esses contracena.
Causas de aumento:
SANÇÃO § 2º. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até o terceiro grau,
ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer
outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 240

Segundo o STJ o crime descrito no artigo 240 e classificado como crime: formal, comum,
subjetividade passiva própria, consistente em tipo misto alternativo.
PENAL. PEDIDO DE EXTENSÃO DA ORDEM CONCEDIDA AO CORRÉU. ART. 580 DO CPP.
CRIME DO ART. 240 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. CRIME FORMAL.
TIPO MISTO ALTERNATIVO. REGISTRO DE MAIS DE UMA MENOR EM SEXO EXPLÍCITO.
ELEMENTO CIRCUNSTANCIAL. IRRELEVÂNCIA PARA A SUBSUNÇÃO TÍPICA. INOCORRÊNCIA
DE CONCURSO FORMAL. REDUÇÃO DA PENA. CIRCUNSTÂNCIAS FAVORÁVEIS. RÉU
REINCIDENTE. REGIME SEMIABERTO. PEDIDO DE EXTENSÃO CONCEDIDO. 1. Com
base no art. 580 do Código de Processo Penal, em aplicação analógica, no caso de
concurso de pessoas, a decisão de concessão da ordem em habeas corpus aproveita
aos demais corréus em situação similar, se fundado em motivos que não sejam de
caráter exclusivamente pessoal. 2. A individualização da pena é uma atividade vinculada a
parâmetros abstratamente cominados pela lei, sendo permitido ao julgador, entretanto,
atuar discricionariamente na escolha da sanção penal aplicável ao caso concreto, após o
exame percuciente dos elementos do delito, e em decisão motivada. Dessarte, ressalvadas
as hipóteses de manifesta ilegalidade ou arbitrariedade, é inadmissível às Cortes Superiores
a revisão dos critérios adotados na dosimetria da pena. 3. O crime do art. 240 do ECA se
insere no contexto de proibição da produção e registro visual, por qualquer meio, de cenas
de sexo explícito, no sentido da interpretação autêntica do art. 241-F do ECA, envolvendo
STJ crianças e adolescentes, o que caracteriza violência sexual, nos termos do art. 4º da Lei
13.431/17. Trata-se de crime comum, de subjetividade passiva própria, consistente em tipo
misto alternativo, de forma que a prática de mais de um verbo típico no mesmo contexto
implica a subsunção típica única. 4. No caso, o arcabouço fático estabelecido, segundo
as instâncias ordinárias, indica que o paciente D. F, mediante aparelho celular, registrou
imagens e filmou cenas de sexo explícito entre os corréus e as duas adolescentes, o que,
segundo o Tribunal a quo, com uma única conduta teria cometido dois crimes, incidindo
o concurso formal de crimes. Primeiramente, o fato de ter fotografado e filmado as cenas
de sexo indica a execução de dois verbos, com dupla conduta, todavia, representando
subordinação típica única, tendo em vista sua realização no mesmo contexto fático. Por
conseguinte, da execução de mais de um verbo típico representa único crime, dada a
natureza de crime de ação múltipla ou conduta variada do tipo em comento. 5. O concurso
formal próprio ou perfeito (CP, art. 70, primeira parte), cuja regra para a aplicação da pena
é a da exasperação, foi criado com intuito de favorecer o réu nas hipóteses de unicidade de
conduta, com pluralidade de resultados, não derivados de desígnios autônomos, afastando-
se, pois, os rigores do concurso material (CP, art. 69). No caso, as instâncias ordinárias
entenderam que a conduta do réu realizou dois resultados típicos, haja vista a existência de
duas adolescentes filmadas e fotografadas em sexo explícito. Verifica-se, entrementes, que
inexistem dois resultados típicos, porquanto o crime em questão

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 240

é formal ou de consumação antecipada, consumando-se, pois, unicamente pela prática


da conduta de filmar ou fotografar cenas de sexo explícito, da qual participe criança ou
adolescente. O efetivo abalo psíquico e moral por elas sofrido ou a disponibilidade das
filmagens ou fotos é mero exaurimento da crime, irrelevantes para sua consumação,
motivo pelo qual a quantidade de vítimas menores filmadas ou fotografadas é elemento
meramente circunstancial, apto a ser valorado na pena-base, sem, contudo, indicar
qualquer subsunção típica adicional. Por conseguinte, como as condutas de filmar e
fotografar foram executadas durante o mesmo contexto fático, relativo ao ato sexual
conjunto de dois corréus com as duas adolescentes, há duas condutas de subsunção
típica única, motivo pelo qual se conclui pela existência de crime único 6. Diante do
afastamento do concurso formal de crimes, de rigor a redução da pena para 4 anos de
reclusão. Ademais, como a pena-base foi fixada no mínimo legal, sendo o réu reincidente,
de rigor a fixação do regime semiaberto ao paciente, nos termos do art. 33, § 2º, ‹c›, e §
3º do Código Penal. 7. Após o julgamento do Habeas Corpus n. 126.292/SP (STF, Relator
Ministro TEORI ZAVASCKI, TRIBUNAL PLENO, julgado em 17/02/2016), esta Corte passou
a adotar o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que «a execução provisória de
acórdão penal condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção de
inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal». Em outras palavras,
voltou-se a admitir o início de cumprimento da pena imposta pelo simples esgotamento
das instâncias ordinárias, ou seja, antes do trânsito em julgado da condenação, nos
termos da Súmula 267/STJ. 8. Acrescente-se que o Supremo Tribunal Federal também
reconheceu a repercussão geral do tema (ARE 964.246/SP, Rel. Ministro TEORI ZAVASCKI)
e, em 11.11.2016, decidiu, em Plenário Virtual, pela reafirmação de sua jurisprudência
externada no mencionado HC 126.292/SP. Outrossim, a Terceira Seção desta Corte
Superior, no julgamento da Rcl 30.193/SP, firmou entendimento de que, com a mudança
de orientação da Suprema Corte, nos autos do HC 126.292/SP, “a manutenção da sentença
penal pela segunda instância encerra a análise de fatos e provas que assentaram a culpa
do condenado, o que autoriza o início da execução da pena”. No caso dos presentes autos,
verifica-se que está esgotada a jurisdição da Corte estadual, pois, o impetrante informou
tramitar nesta Corte Recurso Especial. 9. Pedido de extensão da ordem para o corréu D. F.
concedido, a fim de reduzir sua pena para 4 anos de reclusão, a ser cumprida em regime
inicial semiaberto, salvo se, por outro motivo, estiver descontando pena em meio mais
gravoso.
(STJ - PExt no HC: 438080 MG 2018/0040911-6, Relator: Ministro RIBEIRO DANTAS, Data de
Julgamento: 27/08/2019, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/09/2019)20.

Tipificação dos Crimes previstos nos artigos 240 e 241-B do ECA. REsp 1.543.267-SC, Rel.
Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/12/2015, DJe 16/2/2016.
Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente
sensuais, com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e
STJ incontroversa finalidade sexual e libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos tipos do art.
240 e 241-B do ECA. Segundo a doutrina especializada, os tipos penais plasmados no ECA
devem sofrer interpretação a partir do viés de maior proteção da criança e do adolescente
(art. 6º do ECA), razão pela qual o conceito de pornografia infanto-juvenil pode abarcar
hipóteses em que não haja a exibição explícita do órgão sexual da criança e do adolescente.

TIPIFICAÇÃO – Artigo 241

20
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - PEDIDO DE EXTENSÃO NO HABEAS CORPUS: PExt no HC 0040911-
70.2018.3.00.0000 MG 2018/0040911-6 (jusbrasil.com.br). Acesso em: 26 dez. 2021

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 240

Art. 241. Vender ou expor à


venda fotografia, vídeo ou outro
Art. 241. Vender ou expor registro que contenha cena de
Tipo objetivo:
à venda fotografia, vídeo ou sexo explícito ou pornográfica
outro registro que contenha envolvendo criança ou
cena de sexo explícito ou adolescente:
pornográfica envolvendo
. Sujeito
criança ou adolescente: Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos e multa.

PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ARTS. 241-A E 241-


B DO ECA. ARMAZENAR E COMPARTILHAR IMAGENS E VÍDEOS DE PORNOGRAFIA
INFANTIL. CONDUTAS AUTÔNOMAS. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. INAPLICABILIDADE.
CONTINUIDADE DELITIVA. PATAMAR DE AUMENTO. DIVULGAÇÃO DE MILHARES
DE ARQUIVOS ENVOLVENDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES. FRAÇÃO MÁXIMA.
POSSÍBILIDADE. REVALORAÇÃO DOS ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. POSSIBILIDADE.
INAPLICABILIDADE DA SUM 7/STJ.AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I - O entendimento
firmado pelo eg. Tribunal de origem, na hipótese dos autos, dissente da orientação
jurisprudencial desta Corte Superior de Justiça: “[a]s condutas de armazenamento de
arquivos de pornografia infanto juvenil e posterior transmissão parcial dos referidos
arquivos denotam autonomia apta a configurar o concurso material, afastando-se a
tese defensiva de aplicação do princípio da consunção” (AgRg no AREsp n. 1.471.304/PR,
Quinta Turma, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 19/12/2019). II - Com efeito, o número
de infrações cometidas deve ser considerado quando da escolha da fração de aumento
STJ decorrente da continuidade delitiva, dentre os parâmetros previstos no caput do art.
71 do Código Penal, sendo de 1/6 (um sexto) pela prática de 2 (duas) infrações; 1/5 (um
quinto) para 3 (três) infrações; 1/4 (um quarto) para 4 (quatro) infrações; 1/3 (um terço)
para 5 (cinco) infrações; 1/2 (metade) para 6 (seis) infrações e 2/3 (dois terços) para 7 (sete)
ou mais infrações. III - No presente caso, a mesma conduta foi reiterada em idênticas
condições de local, tempo e maneira de execução, inúmeras vezes, sendo imperioso
restabelecer a fração de 2/3 aplicada pelo juízo de origem, tendo em vista o considerável
montante das ações delitivas (cem mil vezes). IV - Conforme orientação remansosa desta
Corte, “n]ão há violação à Súmula 7 desta Corte quando a decisão limita-se a revalorar
juridicamente as situações fáticas constantes da sentença e do acórdão recorridos” (AgRg
no REsp n. 1.444.666/MT, Sexta Turma Relª. Minª. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de
4/8/2014). Agravo regimental desprovido.
(STJ - AgRg no REsp: 1959465 SP 2021/0290103-3, Relator: Ministro JESUÍNO RISSATO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJDFT), Data de Julgamento: 26/10/2021, T5 - QUINTA
TURMA, Data de Publicação: DJe 04/11/2021)21.

21
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL: AgRg no
REsp 1959465 SP 2021/0290103-3 (jusbrasil.com.br). Acesso em: 26 dez. 2021.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-A

Art. 241-A. Oferecer, trocar,


Art. 241-A. Oferecer, disponibilizar, transmitir,
trocar, disponibilizar, distribuir, publicar ou divulgar
transmitir, distribuir, por qualquer meio, inclusive por
publicar ou divulgar por Tipo objetivo: meio de sistema de informática
qualquer meio, inclusive ou telemático, fotografia, vídeo ou
por meio de sistema de outro registro que contenha cena
informática ou telemático, de sexo explícito ou pornográfica
fotografia, vídeo ou outro envolvendo criança ou adolescente:
registro que contenha
cena de sexo explícito ou Sujeito
Criança e adolescente.
pornográfica envolvendo passivo:
criança ou adolescente:
Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos e multa.


Condutas equiparadas:
§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
SANÇÃO II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º. As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço,
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito
de que trata o caput deste artigo.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-A

RECURSO ESPECIAL. ART. 241-A E 241-B DA LEI N. 8.069/1990.


CONSUNÇÃO. PEDIDO DE AFASTAMENTO NÃO CONHECIDO. SÚMULA
N. 7 DO STJ. DOSIMETRIA DA PENA. CULPABILIDADE. SÚMULA N. 283
DO STF. CONDUTA SOCIAL E PERSONALIDADE. ELEMENTO INERENTE
AO TIPO PENAL. IMPOSSIBILIDADE DE EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE.
DELITOS DOS ARTS. 217-A DO CP e 240, § 2º, II, DO ECA. CONCURSO
FORMAL. AFASTAMENTO. INEXISTÊNCIA DE UNIDADE DE AÇÃO.
RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA EXTENSÃO,
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Para afastar a conclusão motivada
do aresto - de que o armazenamento de imagens com conteúdo
pornográfico infanto-juvenil ocorreu, no caso concreto, como fase
preparatória da conduta de divulgar, em sintonia com a vontade final do
réu, a ensejar a aplicação do princípio da consunção - seria necessário
dirimir controvérsia fática, o que não é admitido no recurso especial,
a teor da Súmula n. 7 do STJ. Pedido de afastamento da consunção
do crime previsto no art. 241-B pelo do art. 241-A, ambos do ECA
não conhecido. 2. É inadmissível o recurso especial, no ponto em que
almeja a negativação da culpabilidade, se o aresto recorrido utilizou
mais de um fundamento suficiente para afastar a vetorial e o reclamo
STJ
não abrange todos eles. Incidência da Súmula n. 283 do STF. 3. Dado
inerente ao tipo penal não justifica a exasperação da pena-base, a título
de conduta social ou personalidade. O grande interesse por material que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente é ínsito ao crime descrito no art. 241-A da Lei n. 8.069/1999;
já foi sopesado pelo legislador para criminalizar a conduta e estabelecer
severa sanção penal, com o objetivo, justamente, de proteger a
dignidade das crianças e dos adolescentes, pondo-os a salvo de formas
desviadas de satisfação sexual. 4. A prática de pluralidade de condutas
inviabiliza o reconhecimento do concurso formal entre os delitos
dos arts. 217-A do CP e 240, § 2º, II, do ECA, razão pela qual deve ser
restabelecido o concurso material reconhecido na sentença. 5. Recurso
especial parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente
provido somente para afastar o reconhecimento do concurso formal
entre os crimes dos arts. 217-A do CP e 240, § 2º, II, do ECA, com o
redimensionamento da pena do recorrido.
(STJ - REsp: 1579578 PR 2015/0325888-6, Relator: Ministro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 04/02/2020, T6 - SEXTA TURMA,
Data de Publicação: DJe 17/02/2020)22.

22
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 5002229-18.2014.4.04.7012 PR
2015/0325888-6 (jusbrasil.com.br). Acesso em 26 dez. 2021.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-B

Adquirir, possuir
ou armazenar, por
qualquer meio,
fotografia, vídeo
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou ou outra forma de
Tipo objetivo:
armazenar, por qualquer meio, registro que contenha
fotografia, vídeo ou outra forma de cena de sexo explícito
registro que contenha cena de sexo ou pornográfica
explícito ou pornográfica envolvendo envolvendo criança ou
criança ou adolescente: adolescente:

Sujeito
Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.


§ 1º. A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se
SANÇÃO
de pequena quantidade o material a que se refere o caput
deste artigo.

§ 2º. Não há crime se a posse ou o armazenamento tem


a finalidade de comunicar às autoridades competentes a
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-
A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento,
o processamento e o encaminhamento de notícia dos
EXCLUDENTES
crimes referidos neste parágrafo
III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede
de computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou
ao Poder Judiciário.
§ 3º. As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão
manter sob sigilo o material ilícito referido.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-B

RECURSO ESPECIAL. ART. 241-A E 241-B DA LEI N. 8.069/1990.


CONSUNÇÃO. PEDIDO DE AFASTAMENTO NÃO CONHECIDO.
SÚMULA N. 7 DO STJ. DOSIMETRIA DA PENA. CULPABILIDADE.
SÚMULA N. 283 DO STF. CONDUTA SOCIAL E PERSONALIDADE.
ELEMENTO INERENTE AO TIPO PENAL. IMPOSSIBILIDADE
DE EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE. DELITOS DOS ARTS.
217-A DO CP e 240, § 2º, II, DO ECA. CONCURSO FORMAL.
AFASTAMENTO. INEXISTÊNCIA DE UNIDADE DE AÇÃO. RECURSO
ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESTA EXTENSÃO,
PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Para afastar a conclusão motivada
do aresto - de que o armazenamento de imagens com conteúdo
pornográfico infanto-juvenil ocorreu, no caso concreto, como
fase preparatória da conduta de divulgar, em sintonia com
a vontade final do réu, a ensejar a aplicação do princípio da
consunção - seria necessário dirimir controvérsia fática, o que
não é admitido no recurso especial, a teor da Súmula n. 7 do
STJ. Pedido de afastamento da consunção do crime previsto
no art. 241-B pelo do art. 241-A, ambos do ECA não conhecido.
2. É inadmissível o recurso especial, no ponto em que almeja
a negativação da culpabilidade, se o aresto recorrido utilizou
mais de um fundamento suficiente para afastar a vetorial e o
reclamo não abrange todos eles. Incidência da Súmula n. 283 do
STJ STF. 3. Dado inerente ao tipo penal não justifica a exasperação
da pena-base, a título de conduta social ou personalidade.
O grande interesse por material que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente
é ínsito ao crime descrito no art. 241-A da Lei n. 8.069/1999;
já foi sopesado pelo legislador para criminalizar a conduta e
estabelecer severa sanção penal, com o objetivo, justamente,
de proteger a dignidade das crianças e dos adolescentes,
pondo-os a salvo de formas desviadas de satisfação sexual. 4. A
prática de pluralidade de condutas inviabiliza o reconhecimento
do concurso formal entre os delitos dos arts. 217-A do CP e
240, § 2º, II, do ECA, razão pela qual deve ser restabelecido o
concurso material reconhecido na sentença. 5. Recurso especial
parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido
somente para afastar o reconhecimento do concurso formal
entre os crimes dos arts. 217-A do CP e 240, § 2º, II, do ECA, com
o redimensionamento da pena do recorrido.
(STJ - REsp: 1579578 PR 2015/0325888-6, Relator: Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 04/02/2020, T6 -
SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/02/2020)23.
Em regra, não há automática consunção quando ocorrem
armazenamento e compartilhamento de material pornográfico
infanto-juvenil (REsp 1.579.578/PR, DJe 17/02/2020).

23
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ESPECIAL: REsp 5002229-18.2014.4.04.7012 PR
2015/0325888-6 (jusbrasil.com.br). Acesso em: 26 dez. 2021.

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É importante a leitura do julgado RE 628624-MG, oriundo do Supremo Tribunal Federal24,


no que tange à competência para julgar os crimes descritos nos arts.: 241, 241-A e 241-B
do Estatuto:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. PENAL. PROCESSO


PENAL. CRIME PREVISTO NO ARTIGO 241-A DA LEI 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE). COMPETÊNCIA. DIVULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE IMAGENS COM
CONTEÚDO PORNOGRÁFICO ENVOLVENDO CRIANÇA OU ADOLESCENTE. CONVENÇÃO
SOBRE DIREITOS DA CRIANÇA. DELITO COMETIDO POR MEIO DA REDE MUNDIAL DE
COMPUTADORES (INTERNET). INTERNACIONALIDADE. ARTIGO 109, V, DA CONSTITUI-
ÇÃO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL RECONHECIDA. RECURSO DES-
PROVIDO. 1. À luz do preconizado no art. 109, V, da CF, a competência para processamento
e julgamento de crime será da Justiça Federal quando preenchidos 03 (três) requisitos
essenciais e cumulativos, quais sejam, que: a) o fato esteja previsto como crime no Brasil
e no estrangeiro; b) o Brasil seja signatário de convenção ou tratado internacional por meio
do qual assume o compromisso de reprimir criminalmente aquela espécie delitiva; e c) a
conduta tenha ao menos se iniciado no Brasil e o resultado tenha ocorrido, ou devesse ter
ocorrido no exterior, ou reciprocamente. 2. O Brasil pune a prática de divulgação e publi-
cação de conteúdo pedófilo-pornográfico, conforme art. 241-A do Estatuto da Criança e
do Adolescente. 3. Além de signatário da Convenção sobre Direitos da Criança, o Estado
Brasileiro ratificou o respectivo Protocolo Facultativo. Em tais acordos internacionais se
assentou a proteção à infância e se estabeleceu o compromisso de tipificação penal das
condutas relacionadas à pornografia infantil. 4. Para fins de preenchimento do terceiro
requisito, é necessário que, do exame entre a conduta praticada e o resultado produzido,
ou que deveria ser produzido, se extraia o atributo de internacionalidade dessa relação. 5.
Quando a publicação de material contendo pornografia infanto-juvenil ocorre na ambiên-
cia virtual de sítios de amplo e fácil acesso a qualquer sujeito, em qualquer parte do pla-
neta, que esteja conectado à internet, a constatação da internacionalidade se infere não
apenas do fato de que a postagem se opera em cenário propício ao livre acesso, como
também que, ao fazê-lo, o agente comete o delito justamente com o objetivo de atingir o
maior número possível de pessoas, inclusive assumindo o risco de que indivíduos loca-
lizados no estrangeiro sejam, igualmente, destinatários do material. A potencialidade do
dano não se extrai somente do resultado efetivamente produzido, mas também daquele
que poderia ocorrer, conforme própria previsão constitucional. 6. Basta à configuração
da competência da Justiça Federal que o material pornográfico envolvendo crianças ou
adolescentes tenha estado acessível por alguém no estrangeiro, ainda que não haja evi-
dências de que esse acesso realmente ocorreu. 7. A extração da potencial internaciona-
24
Disponível em: Supremo Tribunal Federal STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO: RE 628624 MG - MINAS GERAIS
(jusbrasil.com.br). Acesso em: 26 dez. 2021.

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lidade do resultado advém do nível de abrangência próprio de sítios virtuais de amplo


acesso, bem como da reconhecida dispersão mundial preconizada no art. 2º, I, da Lei
12.965/14, que instituiu o Marco Civil da Internet no Brasil. 8. Não se constata o caráter
de internacionalidade, ainda que potencial, quando o panorama fático envolve apenas a
comunicação eletrônica havida entre particulares em canal de comunicação fechado, tal
como ocorre na troca de e-mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil.
Evidenciado que o conteúdo permaneceu enclausurado entre os participantes da con-
versa virtual, bem como que os envolvidos se conectaram por meio de computadores ins-
talados em território nacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado.
9. Tese fixada: “Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em
disponibilizar ou adquirir material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (arts.
241, 241-A e 241-B da Lei n. 8.069/1990) quando praticados por meio da rede mundial de
computadores”. 10. Recurso extraordinário desprovido.
(STF - RE: 628624 MG - MINAS GERAIS, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julga-
mento: 29/10/2015, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-062 06-04-2016).

TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-C

Simular a participação de
criança ou adolescente em
Art. 241-C. Simular a cena de sexo explícito ou
participação de criança pornográfica por meio de
ou adolescente em cena Tipo objetivo: adulteração, montagem ou
de sexo explícito ou modificação de fotografia,
pornográfica por meio de vídeo ou qualquer outra
adulteração, montagem ou forma de representação
modificação de fotografia, visual:
vídeo ou qualquer outra
forma de representação Sujeito
Criança e adolescente.
visual: passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.


Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe
SANÇÃO
à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer
meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na
forma do caput deste artigo.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 241-D

Aliciar, assediar
instigar ou
constranger, por
Art. 241-D Aliciar, assediar qualquer meio
Tipo objetivo:
instigar ou constranger, de comunicação,
por qualquer meio de criança, com o fim de
comunicação, a criança, com com ela praticar ato
o fim de, com ela, praticar ato libidinoso.
libidinoso:
Sujeito
Criança.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.


Condutas equiparadas:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
SANÇÃO cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com
ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica
ou sexualmente explícita.
O art. 241-E tem o escopo de esclarecer o significado de cena de sexo explícito ou
pornográfica:

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou por-
nográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexu-
ais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente
para fins primordialmente sexuais.

No que tange ao crime de vender arma, munição ou explosivo, o art. 242 do Estatuto da
Criança e do Adolescente prevê:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 242

Vender, fornecer ainda


que gratuitamente ou
entregar, de qualquer
Art. 242. Vender, fornecer, Tipo objetivo:
forma, a criança ou
ainda que gratuitamente, ou adolescente arma,
entregar, de qualquer forma, munição ou explosivo:
à criança ou ao adolescente,
arma, munição ou explosivo: Sujeito
Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Dolosa.
Modalidade

SANÇÃO Pena – reclusão de 3 (três) a 6 (seis) anos.

Quanto ao crime incidente sobre bebida alcoólica, o art. 243 do Estatuto estabelece:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 243

Vender, fornecer, servir,


ministrar ou entregar,
ainda que gratuitamente,
Art. 243. Vender, fornecer, de qualquer forma,
servir, ministrar ou entregar, a criança ou a
ainda que gratuitamente, de adolescente, bebida
Tipo objetivo:
qualquer forma, à criança alcoólica ou, sem justa
ou ao adolescente, bebida causa, outros produtos
alcoólica ou, sem justa cujos componentes
causa, outros produtos possam causar
cujos componentes possam dependência física ou
causar dependência física ou psíquica:
psíquica:
Sujeito
Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa, se o


SANÇÃO
fato não constitui crime mais grave.

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No que tange aos crimes que se referem a fogos de estampido ou artifício:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 244

Vender, fornecer ainda


que gratuitamente ou
entregar, de qualquer
Art. 244. Vender, fornecer, forma, a criança ou
ainda que gratuitamente, ou adolescente fogos de
entregar, de qualquer forma, estampido ou de artifício,
Tipo objetivo:
à criança ou ao adolescente, exceto aqueles que, pelo
fogos de estampido ou de seu reduzido potencial,
artifício, exceto aqueles que, sejam incapazes de
pelo seu reduzido potencial, provocar qualquer
sejam incapazes de provocar dano físico em caso de
qualquer dano físico em utilização indevida:
caso de utilização indevida:
Sujeito
Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum.
Sujeito ativo:
Qualquer pessoa.

Modalidade Dolosa.

SANÇÃO Pena – detenção de seis meses a dois anos e multa.

Quanto ao crime de submeter à prostituição ou à exploração sexual, o artigo 244-A


determina:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 244-A

Submeter criança ou
adolescente, como
Art. 244-A. Submeter tais definidos no caput
Tipo objetivo:
criança ou adolescente, do art. 2 o desta Lei,
como tais definidos no à prostituição ou à
caput do art. 2º desta Lei, à exploração sexual:
prostituição ou à exploração
Sujeito
sexual: Criança e adolescente.
passivo:

Crime comum. Qualquer


Sujeito ativo:
pessoa.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 244-A

Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda


de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da
Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o
crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
Conduta equiparada:
SANÇÃO
§ 1º. Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou
o responsável pelo local em que se verifique a submissão de
criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo.
§ 2º. Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
É também prevista, como facilitação, a corrupção de menores, segundo o art. 244-B
do Estatuto:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 244-B

Corromper ou facilitar a
corrupção de menor de
18 (dezoito) anos, com
Tipo objetivo:
Corromper ou facilitar a corrupção ele praticando infração
de menor de 18 (dezoito) anos, com penal ou induzindo-o a
ele praticando infração penal ou praticá-la:
induzindo-o a praticá-la:
Sujeito passivo: Menor de 18 anos.

Crime comum. Qualquer


Sujeito ativo:
pessoa.

Modalidade Doloso.

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.


§ 1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
SANÇÃO eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2 º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de
um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída
no rol do art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990.

Súmula 500 – STJ25 - A configuração do crime do art. 244-B do ECA


independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de
STJ
delito formal.
SÚMULA
Data da Publicação - DJ-e 28-10-2013.

25
Disponível em: STJ - Súmula | Enunciado – 500 (coad.com.br). Acesso em: 26 dez. 2021.

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E PEDAGÓGICOS
Ato Infracional
Fabiana Borges

TIPIFICAÇÃO – Artigo 244-B

HABEAS CORPUS N. 671845 - SP (2021/0173736-4) DECISÃO Trata-


se de habeas corpus com pedido liminar impetrado em favor de
FABIO CORREIA CHAVES e JORGE VINICIUS FERNANDES apontando
como autoridade coatora o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
SÃO PAULO (Apelação Criminal n. 1500177-24.2018.8.26.0594).
Depreende-se dos autos que os pacientes foram condenados, como
incursos nas sanções dos arts. 28, caput, da Lei n. 11.343/2006 e
244-B da Lei n. 8.069/1990, às penas de advertência sobre os efeitos
da droga e 1 ano e 4 meses de reclusão (FÁBIO); e advertência
sobre os efeitos da droga e 1 ano de reclusão (JORGE). Irresignada, a
defesa interpôs recurso de apelação pugnando pela absolvição dos
pacientes quanto à imputação referente ao delito do art. 244-B do
ECA. O Tribunal de origem, no entanto, negou provimento ao apelo,
mas reconheceu, de ofício, a extinção da punibilidade quanto ao
crime previsto no art. 28 da Lei de Drogas, em razão da prescrição da
pretensão punitiva estatal (e-STJ fls. 261/265). Daí o presente writ, no
qual a defesa sustenta que “os réus foram denunciados pelos crimes
previstos nos arts. 33 e 35 da Lei de Drogas e 244-B do Estatuto da
STJ Criança e do Adolescente. Ocorre que os réus foram absolvidos tanto
HC: 671845 SP pelo crime de tráfico de drogas quanto pelo crime de associação para
2021/0173736- o tráfico. [...] Portanto, não há que se falar no crime de corrupção de
4, menores, pois tal crime dependia, para a sua configuração, da prática
de pelo menos um dos outros dois crimes pelos quais os réus foram
denunciados” (e-STJ fl. 5). Requer, inclusive em caráter liminar, “que os
réus sejam absolvidos pela prática do crime previsto no art. 244-B do
ECA, em razão da atipicidade da conduta” (e-STJ fl. 6). É, em síntese,
o relatório. Decido. A liminar em habeas corpus, bem como em seu
recurso ordinário não possui previsão legal, tratando-se de criação
jurisprudencial que visa a minorar os efeitos de eventual ilegalidade
que se revele de pronto. Em juízo de cognição sumária, não visualizo
manifesta ilegalidade no ato ora impugnado a justificar o deferimento
da medida de urgência. Assim, mostra-se imprescindível a análise dos
elementos de convicção constantes dos autos, o que ocorrerá por
ocasião do julgamento definitivo. Ante o exposto, indefiro a liminar.
Em razão de estarem devidamente instruídos, encaminhem-se os
autos ao Ministério Público Federal. Publique-se. Intimem-se. Brasília,
07 de junho de 2021. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO
Relator
(STJ - HC: 671845 SP 2021/0173736-4, Relator: Ministro ANTONIO
SALDANHA PALHEIRO, Data de Publicação: DJ 09/06/2021)26.

Das Infrações Administrativas


As normas protetivas destinadas às crianças e aos adolescentes, para serem eficazes,
precisam de mecanismos para responsabilizar aqueles que não as observam. Nesse sentido,
o Estatuto direcionou o capítulo II, do título VII, tipificando diversas condutas como infrações
administrativas e estabelecendo diversas sanções.
Para se estudar as infrações administrativas previstas no Estatuto da Criança e do Adoles-
cente, é importante registrar algumas características:

26
Disponível em: Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS: HC 671845 SP 2021/0173736-4 (jusbrasil.
com.br). Acesso em: 26 dez 2021.

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Ato Infracional
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• incidência do princípio da legalidade estrita, ou seja, não há infração administrativa sem


tipificação legal;
• não há pena sem previa cominação legal;
• apuração é perante procedimento judicial com trâmite perante a Vara da Infância e da
Juventude;
• prazo prescricional: 5 anos, com prazo inicial à data do trânsito em julgado da decisão;
• não se pune mera tentativa;
• o dever de pagar multa não é afastado com a maioridade superveniente da criança e do
adolescente.

Na sequência do material, serão descritos os artigos que tipificam a conduta:

Deixar de comunicar maus-tratos

TIPIFICAÇÃO – Artigo 245

Deixar de
comunicar à
autoridade
competente
os casos de
que tenha
Tipo objetivo: conhecimento
envolvendo
Deixar o médico, professor ou suspeita ou
responsável por estabelecimento confirmação
de atenção à saúde e de ensino de maus-tratos
fundamental, pré-escola ou creche, de contra criança ou
comunicar à autoridade competente adolescente.
os casos de que tenha conhecimento,
envolvendo suspeita ou confirmação Criança ou
de maus-tratos contra criança ou adolescente
Sujeito passivo:
adolescente: vítimas de maus-
tratos.

Médico, professor
ou responsável por
estabelecimento
Sujeito ativo: de atenção à
saúde e de ensino
fundamental, pré-
escola ou creche.

Classificação: Omissiva.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 245

Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o


SANÇÃO
dobro em caso de reincidência.

Impedir direitos:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;
XI – receber escolarização e profissionalização;

TIPIFICAÇÃO – Artigo 246

Impedir o responsável ou
funcionário de entidade de
Impedir o responsável ou Tipo objetivo:
atendimento o exercício dos
funcionário de entidade de direitos constantes.
atendimento o exercício
dos direitos constantes nos Adolescente que se encontra
Sujeito
incisos II, III, VII, VIII e XI do internado em entidade de
passivo:
art. 124 desta Lei: atendimento.

O responsável ou funcionário
Sujeito ativo:
de entidade de atendimento.

Classificação: Omissivo.

Multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro


SANÇÃO
em caso de reincidência.

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Ato Infracional
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Divulgação de ato ou documento de procedimentos à criança ou ao adolescente

TIPIFICAÇÃO – Artigo 247

Divulgar, total ou
parcialmente, sem
Divulgar, total ou autorização devida, por
parcialmente, qualquer meio de
sem autorização devida, comunicação, nome, ato
por qualquer meio de Tipo objetivo: ou documento de
comunicação, nome, ato procedimento policial,
ou documento de administrativo ou judicial
procedimento policial, relativo à criança ou
administrativo ou ao adolescente a que se
judicial relativo à criança atribua ato infracional.
ou ao adolescente a que
A criança, ou adolescente,
se atribua ato infracional: Sujeito passivo:
bem como a coletividade

Qualquer indivíduo que promova a


Sujeito ativo:
divulgação sem a devida autorização

Classificação: Comissivo.

Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o


dobro em caso
de reincidência.
§ 1º. Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente,
fotografia de
criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer
ilustração
SANÇÃO
que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos,
de forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º. Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de
rádio ou
televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária
poderá
determinar a apreensão da publicação.

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Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou


decorrente de tutela ou guarda

TIPIFICAÇÃO – Artigo 249

Descumprir, dolosa
ou culposamente, os
deveres inerentes
Tipo objetivo:
ao poder familiar ou
decorrente de tutela
ou guarda.

Coletividade.

Descumprir, dolosa
ou culposamente, os
Descumprir, dolosa ou deveres inerentes ao
culposamente, os deveres pátrio poder familiar
inerentes ao poder familiar ou decorrente
ou decorrente de tutela Sujeito passivo:
de tutela ou
ou guarda, bem assim guarda, bem assim
determinação da autoridade determinação da
judiciária ou Conselho autoridade → pais,
Tutelar: tutores ou guardião.

Descumprir, dolosa
ou culposamente
[...] determinação da
autoridade judiciária
ou Conselho Tutelar
Sujeito ativo:
→ qualquer pessoa
que desobedeça a
determinação da
autoridade ou do
Conselho familiar.

Multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o


SANÇÃO
dobro em caso de reincidência.

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Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável ou


sem autorização

TIPIFICAÇÃO – Artigo 250

Hospedar criança
ou adolescente for
Tipo objetivo:
Hospedar criança ados parâmetros do
ou adolescente Estatuto.
desacompanhado dos pais
Sujeito Criança, adolescente
ou responsável, ou sem
passivo: e a coletividade
autorização escrita desses
ou da autoridade judiciária, Pessoa física:
em hotel, pensão, motel ou funcionário que não
congênere impede a entrada.
Sujeito ativo:
Pessoa Jurídica: REsp
622.707/SC 2ao. T j.
02.02.201.

Classificação: Comissivo.

Pena – multa.
§ 1º. Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena
de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
SANÇÃO fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º. Se comprovada a reincidência em período inferior
a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada.

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Transportar criança ou adolescente inobservando arts. 83, 84 e 85 do Estatuto

TIPIFICAÇÃO – Artigo 251

Transportar
criança ou
adolescente, por
qualquer meio,
Tipo objetivo:
com inobservância
Transportar criança ou do disposto nos
adolescente, por qualquer arts. 83, 84 e 85 do
meio, com inobservância do Estatuto.
disposto nos arts. 83, 84 e 85
desta Lei: A criança e/ou
Sujeito passivo:
adolescente.

Responsável pelo
transporte – tanto
Sujeito ativo:
pessoa física como
pessoa jurídica.

Classificação:

Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-


SANÇÃO
se o dobro em caso de reincidência.

Ausência de informação sobre a natureza da diversão ou espetáculo

TIPIFICAÇÃO – Artigo 252

Deixar o responsável por


Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público
diversão ou espetáculo de afixar, em lugar visível e
público de afixar, em lugar de fácil acesso, à entrada do
Tipo objetivo:
visível e de fácil acesso, à local de exibição, informação
entrada do local de exibição, destacada sobre a natureza da
informação destacada sobre diversão ou espetáculo e a faixa
a natureza da diversão ou etária especificada.
espetáculo e a faixa etária
Sujeito Criança, Adolescente e
especificada no certificado
passivo: coletividade.
de classificação:
O responsável por diversão ou
Sujeito ativo:
espetáculo público.

Classificação:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 252

Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o


SANÇÃO
dobro em caso de reincidência.

Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos


sem indicar os limites de idade

TIPIFICAÇÃO – Artigo 253

Anunciar peças
teatrais, filmes
ou quaisquer
representações
Tipo objetivo: ou espetáculos,
sem indicar os
Anunciar peças teatrais, filmes limites de idade
ou quaisquer representações a que não se
ou espetáculos sem indicar os recomendem.
limites de idade a que não se
recomendem: Criança,
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

O responsável
pela divulgação
Sujeito ativo:
ou até mesmo o
proprietário

Classificação:

Pena – multa de três a vinte salários de referência; duplicada


SANÇÃO em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de
espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

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Transmitir, por meio de rádio ou televisão, espetáculo sem aviso de sua classi-
ficação

TIPIFICAÇÃO – Artigo 254

Multa de vinte
a cem salários
de referência;
duplicada em caso
de reincidência,
a autoridade
Tipo objetivo:
judiciária poderá
determinar a
Art. 254. Transmitir, através de suspensão da
rádio ou televisão, espetáculo programação da
sem aviso de sua classificação. emissora por até
dois dias.

Criança,
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

Empresa
Sujeito ativo: responsável pela
transmissão.

Classificação:

Pena – multa de 20 a 100 salários de referência; duplicada


em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
SANÇÃO
determinar a suspensão da programação da emissora por até
2 anos dias.

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Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão compe-
tente como inadequado às crianças ou adolescentes:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 255

Exibir filme, trailer,


peça, amostra
ou congênere
classificado pelo
Exibir filme, trailer, peça, órgão competente
Tipo objetivo:
amostra ou congênere como inadequado
classificado pelo órgão às crianças ou
competente como adolescentes
inadequado às crianças ou admitidos ao
adolescentes admitidos ao espetáculo:
espetáculo:
Criança,
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

Responsável pela
Sujeito ativo:
exibição.

Classificação:

Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na


reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
SANÇÃO
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
quinze dias.

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Vender ou locar, para a criança ou adolescente, fita de programação em vídeo,


em desacordo com a classificação:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 256

Vender ou locar
a criança ou
adolescente fita
de programação
em vídeo, em
Tipo objetivo:
Vender ou locar a criança desacordo com
ou adolescente fita de a classificação
programação em vídeo, em atribuída
desacordo com a classificação pelo órgão
atribuída pelo órgão competente.
competente:
Criança,
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

Responsável
Sujeito ativo: pela venda ou
locação.

Classificação:

Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso


SANÇÃO de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Descumprir obrigação dos arts. 78 e 79 do Estatuto:

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 257

Descumprir
Descumprir obrigação constante obrigação constante
dos arts. 78 e 79 desta Lei: dos arts. 78 e 79 do
Tipo objetivo:
Estatuto.

Criança,
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

Pessoa que
descumpre o
Sujeito ativo:
descrito nos artigos
78 e 79.

Classificação:

Pena – multa de três a vinte salários de referência,


SANÇÃO: duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo
de apreensão da revista ou publicação.

O dever de zelar pela correta comercialização de revistas


pornográficas, em embalagens opacas, lacradas e com
advertência de conteúdo, não se limita aos editores e
STJ
comerciantes, mas se estende a todos os integrantes
da cadeia de consumo, inclusive aos transportadores e
distribuidores (REsp 1.584.134/RJ, DJe 05/03/2020).

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Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o Es-


tatuto no que tange à participação de crianças e adolescentes no espetáculo:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 258

Deixar o
responsável pelo
estabelecimento
ou o empresário
de observar
o que dispõe
esta Lei sobre o
Tipo objetivo:
acesso de criança
Deixar o responsável pelo ou adolescente
estabelecimento ou o aos locais de
empresário de observar o que diversão, ou
dispõe esta Lei sobre o acesso sobre sua
de criança ou adolescente participação no
aos locais de diversão, ou espetáculo:
sobre sua participação no
Criança,
espetáculo:
Sujeito passivo: Adolescente e
coletividade.

Responsável pelo
estabelecimento
ou o empresário
Sujeito ativo: que deixar
de observar
as regras do
Estatuto

Classificação Omissiva.

Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso


SANÇÃO de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar
o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

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Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionaliza-


ção dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 do Estatuto:

TIPIFICAÇÃO – Artigo 258-A

Deixar a autoridade
competente de
providenciar
a instalação e
Tipo objetivo:
Art. 258-A. Deixar a operacionalização
autoridade competente de dos cadastros
providenciar a instalação previstos no art. 50 e
e operacionalização dos no § 11 do art. 101
cadastros previstos no art.
50 e no § 11 do art. 101 Sujeito Criança, Adolescente
desta Lei: passivo: e coletividade.

Autoridade
competente
Sujeito ativo:
(autoridade
judiciária).

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 258-A

Parágrafo único. Incorre


nas mesmas penas a
autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento
de crianças e de
adolescentes em condições
Classificação Omissivo.
de serem adotadas,
de pessoas ou casais
habilitados à adoção e de
crianças e adolescentes
em regime de acolhimento
institucional ou familiar

Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00


SANÇÃO
(três mil reais).

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Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saú-


de de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária no
caso de haver conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu fi-
lho para adoção

TIPIFICAÇÃO – Artigo 258-B

Deixar o médico,
enfermeiro ou
dirigente de
estabelecimento
de atenção à saúde
de gestante de
efetuar imediato
Tipo objetivo: encaminhamento à
Art. 258-B. Deixar o autoridade judiciária
médico, enfermeiro de caso de que
ou dirigente de tenha conhecimento
estabelecimento de de mãe ou gestante
atenção à saúde de interessada em
gestante de efetuar entregar seu filho
imediato encaminhamento para adoção
à autoridade judiciária
Criança, neonato,
de caso de que tenha Sujeito passivo:
adolescente.
conhecimento de mãe ou
gestante interessada em Médicos,
entregar seu filho para enfermeiros,
adoção. dirigentes de
estabelecimento
de atenção à saúde
da gestante ou
Sujeito ativo:
funcionário de
programa oficial
ou comunitário
destinado a
garantia do direito a
convivência familiar.

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TIPIFICAÇÃO – Artigo 258-B

Parágrafo único. Incorre na


mesma pena o funcionário
de programa oficial ou
comunitário destinado
à garantia do direito Classificação Omissiva.
à convivência familiar
que deixa de efetuar a
comunicação referida no
caput deste artigo.

Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil


SANÇÃO
reais).
Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:

TIPIFICAÇÃO – 258-C

Descumprir a
proibição estabelecida
Tipo objetivo:
no inciso II do art. 81
do Estatuto.
Descumprir a proibição
estabelecida no inciso II do Sujeito Criança, Adolescente
art. 81: passivo: e coletividade.

Qualquer pessoa
que vender bebida
Sujeito ativo:
alcoólica a criança/
adolescente.

Classificação

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TIPIFICAÇÃO – 258-C

Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$


10.000,00 (dez mil reais);
SANÇÃO
Medida Administrativa – interdição do estabelecimento
comercial até o recolhimento da multa aplicada.

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Ato Infracional
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RESUMO
Pessoa em Conflito com a Lei

Idade Conduta Qual lei aplicar? Qual medida?

Estatuto da Medida Protetiva.


Até 12 anos
Ato infracional. Criança e do Arts. 101 e 105,
incompletos?
Adolescente. Estatuto.

Estatuto da Medida
Até 18 anos
Ato infracional. Criança e do socioeducativa.
incompletos
Adolescente. Art. 104, Estatuto.

Em caráter excepcional, será aplicado o Estatuto da Criança e


Entre 18 e 21 anos
do Adolescente.
Portanto,

Dos crimes praticados CONTRA criança e adolescente


• Os crimes tipificados no Estatuto da Criança e do Adolescente são de AÇÃO PÚBLICA
INCONDICIONADA.
• A tipificação de cada crime cometido contra criança está no Estatuto, com base no se-
guinte teor:

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Ato Infracional
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Tipo Pena Observações

Deixar o encarregado de serviço ou


o dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de manter
registro das atividades desenvolvidas,
na forma e prazo referidos no art. 10 Detenção de seis Se o crime é culposo:
desta Lei, bem como de fornecer à meses a dois detenção de dois a
parturiente ou a seu responsável, por anos. seis meses ou multa.
ocasião da alta médica, declaração
de nascimento, onde constem
as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:

Tipo Pena Observações

Deixar o médico, enfermeiro ou


dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de Detenção de seis Se o crime é culposo:
identificar corretamente o neonato e a meses a dois Detenção de dois a
parturiente, por ocasião do parto, bem anos. seis meses ou multa.
como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:

Tipo Pena Observações

Privar a criança ou o adolescente Parágrafo único.


de sua liberdade, procedendo à sua Incide na mesma
apreensão sem estar em flagrante Detenção de seis pena aquele que
de ato infracional ou inexistindo meses a dois procede à apreensão
ordem escrita da autoridade judiciária anos. sem observância das
competente: formalidades legais.

Tipo Pena Observações

Art. 231. Deixar a autoridade policial


responsável pela apreensão de criança
Detenção de seis
ou adolescente de fazer imediata
meses a dois
comunicação à autoridade judiciária
anos.
competente e à família do apreendido
ou à pessoa por ele indicada:

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Tipo Pena Observações

Deixar a autoridade competente, sem


justa causa, de ordenar a imediata
Detenção de seis
liberação de criança ou adolescente,
meses a dois
tão logo tenha conhecimento da
anos.
ilegalidade da apreensão:

Tipo Pena Observações

Descumprir, injustificadamente, prazo


Detenção de seis
fixado nesta Lei em benefício de
meses a dois
adolescente privado de liberdade:
anos.

Tipo Pena Observações

Submeter criança ou adolescente sob


Detenção de seis
sua autoridade guarda ou vigilância a
meses a dois
vexame ou a constrangimento:
anos.

Tipo Pena Observações

Impedir ou embaraçar a ação de


autoridade judiciária, membro do
Detenção de seis
Conselho Tutelar ou representante
meses a dois
do Ministério Público no exercício de
anos.
função prevista nesta Lei:

Tipo Pena Observações

Subtrair criança ou adolescente


ao poder de quem o tem sob sua
Reclusão de dois
guarda em virtude de lei ou ordem
a seis anos, e
judicial, com o fim de colocação em lar
multa.
substituto:

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Tipo Pena Observações

Prometer ou efetivar a entrega de filho Incide nas mesmas


Reclusão de um
ou pupilo a terceiro, mediante paga ou penas quem oferece
a quatro anos e
recompensa: ou efetiva a paga ou
multa.
recompensa.

Tipo Pena Observações

Se há emprego
Promover ou auxiliar a efetivação de de violência, grave
ato destinado ao envio de criança ameaça ou fraude:
Reclusão de
ou adolescente para o exterior com Pena – reclusão de
quatro a seis
inobservância das formalidades legais 6 (seis) a 8 (oito)
anos e multa.
ou com o fito de obter lucro: anos, além da pena
correspondente à
violência.

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Tipo Pena Observações

§ 1º. Incorre nas


mesmas penas quem
agência, facilita,
recruta, coage,
ou de qualquer
modo intermedeia
a participação
de criança ou
adolescente nas
cenas referidas no
caput deste artigo,
ou ainda quem com
esses contracena.
§ 2º. Aumenta-se
a pena de 1/3 (um
terço) se o agente
comete o crime:
I – no exercício de
Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
cargo ou função
filmar ou registrar, por qualquer meio, Reclusão de 4
pública ou a pretexto
cena de sexo explícito ou pornográfica, (quatro) a 8 (oito)
de exercê-la;
envolvendo criança ou adolescente: anos e multa.
II – prevalecendo-
se de relações
domésticas, de
coabitação ou de
hospitalidade;
III – prevalecendo-
se de relações
de parentesco
consanguíneo ou
afim até o terceiro
grau, ou por
adoção, de tutor,
curador, preceptor,
empregador da
vítima ou de quem, a
qualquer outro título,
tenha autoridade
sobre ela, ou com
seu consentimento.

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Tipo Pena Observações

Vender ou expor à venda fotografia,


vídeo ou outro registro que contenha Reclusão de 4
cena de sexo explícito ou pornográfica (quatro) a 8 (oito)
envolvendo criança ou adolescente: anos e multa.

Tipo Pena Observações

§ 1º. Nas mesmas


penas incorre quem:
I – assegura os meios
ou serviços para o
armazenamento das
fotografias, cenas ou
imagens de que trata
o caput deste artigo;
II – assegura, por
qualquer meio, o
Oferecer, trocar, disponibilizar,
acesso por rede de
transmitir, distribuir, publicar ou
computadores às
divulgar por qualquer meio, inclusive
fotografias, cenas ou
por meio de sistema de informática ou reclusão de 3
imagens de que trata
telemático, fotografia, vídeo ou outro (três) a 6 (seis)
o caput deste artigo.
registro que contenha cena de sexo anos e multa.
§ 2 o As condutas
explícito ou pornográfica envolvendo
tipificadas nos
criança ou adolescente:
incisos I e II do § 1
o deste artigo são
puníveis quando o
responsável legal
pela prestação do
serviço, oficialmente
notificado, deixa de
desabilitar o acesso
ao conteúdo ilícito
de que trata o caput
deste artigo.

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Tipo Pena Observações

§ 1º. A pena é diminuída de 1


(um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material
a que se refere o caput deste
artigo.
§ 2º. Não há crime se a posse
ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às
autoridades competentes
a ocorrência das condutas
descritas nos arts. 240, 241,
241-A e 241-C desta Lei,
quando a comunicação for feita
por:
I – agente público no exercício
Adquirir, possuir ou
de suas funções
armazenar, por qualquer
II – membro de entidade,
meio, fotografia, vídeo
legalmente constituída, que
ou outra forma de reclusão de 1
inclua, entre suas finalidades
registro que contenha (um) a 4 (quatro)
institucionais, o recebimento,
cena de sexo explícito ou anos e multa.
o processamento e o
pornográfica envolvendo
encaminhamento de notícia
criança ou adolescente:
dos crimes referidos neste
parágrafo.
III – representante legal e
funcionários responsáveis
de provedor de acesso ou
serviço prestado por meio
de rede de computadores,
até o recebimento do
material relativo à notícia
feita à autoridade policial, ao
Ministério Público ou ao Poder
Judiciário.
§ 3 o As pessoas referidas no
§ 2 o deste artigo deverão
manter sob sigilo o material
ilícito referido.

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Tipo Pena Observações

Sobre fotografar e armazenar fotografia


de criança e adolescente, o Superior
Tribunal de Justiça se manifestou no
REsp 1.543.267-SC sobre tipificação dos
crimes previstos nos artigos 240 e 241-B
Simular a do Estatuto, narrado por Pedro Coelho,
participação Reclusão de 1 defensor Público Federal27:
de criança ou (um) a 3 (três) Tipificação dos Crimes previstos nos
adolescente anos e multa. artigos 240 e 241-B do ECA. REsp
em cena Parágrafo único. 1.543.267-SC, Rel. Min. Maria Thereza de
de sexo Incorre nas Assis Moura, julgado em 3/12/2015, DJe
explícito ou mesmas penas 16/2/2016.
pornográfica quem vende, Fotografar cena e armazenar fotografia
por meio de expõe à venda, de criança ou adolescente em poses
adulteração, disponibiliza, nitidamente sensuais, com enfoque em
montagem ou distribui, publica seus órgãos genitais, ainda que cobertos
modificação ou divulga por por peças de roupas, e incontroversa
de fotografia, qualquer meio, finalidade sexual e libidinosa, adequam-
vídeo ou adquire, possui se, respectivamente, aos tipos do art.
qualquer ou armazena 240 e 241-B do ECA. Segundo a doutrina
outra o material especializada, os tipos penais plasmados
forma de produzido na no ECA devem sofrer interpretação a
representação forma do caput partir do viés de maior proteção da
visual: deste artigo. criança e do adolescente (art. 6º do
ECA), razão pela qual o conceito de
pornografia infanto-juvenil pode abarcar
hipóteses em que não haja a exibição
explícita do órgão sexual da criança e do
adolescente.

Tipo Pena Observações

Art. 242. Vender, fornecer ainda que


gratuitamente ou entregar, de qualquer Reclusão de 3
forma, à criança ou ao adolescente (três) a 6 (seis)
arma, munição ou explosivo: anos.

27
Disponível em: https://blog.ebeji.com.br/07-importantes-temas-sobre-eca-no-stf-e-stj-20162017/ Acesso em:
1 nov. 2019.

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Tipo Pena Observações

Art. 243. Vender, fornecer, servir,


Pena – detenção
ministrar ou entregar, ainda que
de 2 (dois) a 4
gratuitamente, de qualquer forma,
(quatro) anos e
à criança ou ao adolescente, bebida
multa, se o fato
alcoólica ou, sem justa causa, outros
não constitui
produtos cujos componentes possam
crime mais grave.
causar dependência física ou psíquica:

Tipo Pena Observações

Art. 244. Vender, fornecer, ainda


que gratuitamente ou entregar, de
qualquer forma, à criança ou ao
Detenção de seis
adolescente, fogos de estampido ou de
meses a dois
artifício, exceto aqueles que, pelo seu
anos e multa.
reduzido potencial, sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso
de utilização indevida:

Tipo Pena Observações

Reclusão de
quatro a dez
anos e multa, § 1º. Incorrem nas
além da perda mesmas penas
de bens e o proprietário,
valores utilizados o gerente ou o
na prática responsável pelo
criminosa em local em que se
favor do Fundo verifique a submissão
Art. 244-A. Submeter criança ou
dos Direitos da de criança ou
adolescente, como tais definidos no
Criança e do adolescente às
caput do art. 2º desta Lei, à prostituição
Adolescente práticas referidas no
ou à exploração sexual:
da unidade caput deste artigo.
da Federação § 2º. Constitui
(Estado ou efeito obrigatório
Distrito Federal) da condenação a
em que foi cassação da licença
cometido o de localização e de
crime, ressalvado funcionamento do
o direito de estabelecimento
terceiro de boa-
fé.

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Tipo Pena Observações

§ 1º. Incorre nas


penas previstas
no caput deste
artigo quem pratica
as condutas ali
tipificadas utilizando-
se de quaisquer
meios eletrônicos,
inclusive salas
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a
Reclusão de 1 de bate-papo da
corrupção de menor de 18 (dezoito)
(um) a 4 (quatro) internet.
anos, com ele praticando infração
anos. § 2º. As penas
penal ou induzindo-o a praticá-la:
previstas no caput
deste artigo são
aumentadas de um
terço no caso de a
infração cometida
ou induzida estar
incluída no rol do art.
1 o da Lei n. 8.072, de
25 de julho de 1990.

Das infrações administrativas

Tipo Pena Observações

Art. 245. Deixar o médico, professor


ou responsável por estabelecimento
Multa de três
de atenção à saúde e de ensino
a vinte salários
fundamental, pré-escola ou creche, de
de referência,
comunicar à autoridade competente
aplicando-se o
os casos de que tenha conhecimento,
dobro em caso
envolvendo suspeita ou confirmação
de reincidência.
de maus-tratos contra criança ou
adolescente:

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Tipo Pena Observações

Pena – multa
Art. 246. Impedir o responsável de três a vinte
ou funcionário de entidade de salários de
atendimento o exercício dos direitos referência,
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI aplicando-se o
do art. 124 desta Lei: dobro em caso
de reincidência.

Tipo Pena Observações

§ 1º. Incorre na
mesma pena
quem exibe, total
ou parcialmente,
fotografia de criança
ou adolescente
envolvido em ato
infracional, ou
qualquer ilustração
que lhe diga respeito
Art. 247. Divulgar, total ou
Pena – multa ou se refira a atos
parcialmente, sem autorização devida,
de três a vinte que lhe sejam
por qualquer meio de comunicação,
salários de atribuídos, de forma
nome, ato ou documento de
referência, a permitir sua
procedimento policial, administrativo
aplicando-se o identificação, direta
ou judicial relativo à criança ou
dobro em caso ou indiretamente.
adolescente a que se atribua ato
de reincidência. § 2º. Se o fato for
infracional:
praticado por órgão
de imprensa ou
emissora de rádio
ou televisão, além
da pena prevista
neste artigo, a
autoridade judiciária
poderá determinar
a apreensão da
publicação.

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Tipo Pena Observações

Art. 249. Descumprir, dolosa ou


Multa de três
culposamente, os deveres inerentes
a vinte salários
ao pátrio poder familiar ou decorrente
de referência,
de tutela ou guarda, bem assim
aplicando-se o
determinação da autoridade judiciária
dobro em caso
ou Conselho Tutelar:
de reincidência.

Tipo Pena Observações

§ 1º. Em caso
de reincidência,
sem prejuízo da
pena de multa, a
autoridade judiciária
poderá determinar
Art. 250. Hospedar criança ou
o fechamento do
adolescente desacompanhado dos pais
estabelecimento por
ou responsável, ou sem autorização
até 15 (quinze) dias.
escrita desses ou da autoridade Multa.
§ 2º. Se comprovada
judiciária, em hotel, pensão, motel ou
a reincidência em
congênere:
período inferior
a 30 (trinta) dias,
o estabelecimento
será definitivamente
fechado e terá sua
licença cassada.

Tipo Pena Observações

Multa de três
Art. 251. Transportar criança ou
a vinte salários
adolescente, por qualquer meio, com
de referência,
inobservância do disposto nos arts. 83,
aplicando-se o
84 e 85 desta Lei:
dobro em caso
de reincidência.

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Tipo Pena Observações

Art. 252. Deixar o responsável por


diversão ou espetáculo público de Multa de três
afixar, em lugar visível e de fácil a vinte salários
acesso, à entrada do local de exibição, de referência,
informação destacada sobre a natureza aplicando-se o
da diversão ou espetáculo e a faixa dobro em caso
etária especificada no certificado de de reincidência.
classificação:

Tipo Pena Observações

Multa de três
a vinte salários
de referência;
duplicada
Art. 253. Anunciar peças teatrais, em caso de
filmes ou quaisquer representações ou reincidência,
espetáculos, sem indicar os limites de aplicável,
idade a que não se recomendem: separadamente,
à casa de
espetáculo e
aos órgãos de
divulgação ou
publicidade.

Tipo Pena Observações

Pena – multa
de vinte a
cem salários
de referência;
duplicada
em caso de
Art. 254. Transmitir, através de rádio
reincidência,
ou televisão, espetáculo ou sem aviso
a autoridade
de sua classificação:
judiciária poderá
determinar a
suspensão da
programação da
emissora por até
dois dias.

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Tipo Pena Observações

Pena – multa
de vinte a cem
salários de
referência; na
reincidência,
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça,
a autoridade
amostra ou congênere classificado pelo
poderá
órgão competente como inadequado
determinar a
às crianças ou adolescentes admitidos
suspensão do
ao espetáculo:
espetáculo ou o
fechamento do
estabelecimento
por até quinze
dias.

Tipo Pena Observações

Multa de três
a vinte salários
de referência;
Art. 256. Vender ou locar a criança em caso de
ou adolescente fita de programação reincidência,
em vídeo, em desacordo com a a autoridade
classificação atribuída pelo órgão judiciária poderá
competente: determinar o
fechamento do
estabelecimento
por até quinze
dias.

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Multa de três
a vinte salários
de referência;
Art. 258. Deixar o responsável pelo
em caso de
estabelecimento ou o empresário de
reincidência,
observar o que dispõe esta Lei sobre
a autoridade
o acesso de criança ou adolescente
judiciária poderá
aos locais de diversão, ou sobre sua
determinar o
participação no espetáculo:
fechamento do
estabelecimento
por até quinze
dias.

Tipo Pena Observações

Incorre nas mesmas


penas a autoridade
que deixa de efetuar
o cadastramento
de crianças e de
Art. 258-A. Deixar a autoridade adolescentes em
Multa de R$
competente de providenciar a condições de
1.000,00 (mil
instalação e operacionalização dos serem adotadas,
reais) a R$
cadastros previstos no art. 50 e no § 11 de pessoas ou
3.000,00 (três mil
do art. 101 desta Lei: casais habilitados à
reais).
adoção e de crianças
e adolescentes
em regime de
acolhimento
institucional ou
familiar.

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Tipo Pena Observações

Incorre na mesma
pena o funcionário
Art. 258-B. Deixar o médico,
de programa oficial
enfermeiro ou dirigente de
Multa de R$ ou comunitário
estabelecimento de atenção à saúde
1.000,00 (mil destinado à
de gestante de efetuar imediato
reais) a R$ garantia do direito à
encaminhamento à autoridade
3.000,00 (três mil convivência familiar
judiciária de caso de que tenha
reais que deixa de efetuar
conhecimento de mãe ou gestante
a comunicação
interessada em entregar seu filho para
referida no caput
adoção:
deste artigo.

Tipo Pena Observações

Medida
Multa de R$ Administrativa
3.000,00 (três – interdição do
Descumprir a proibição estabelecida
mil reais) a R$ estabelecimento
no inciso II do art. 81:
10.000,00 (dez comercial até o
mil reais). recolhimento da
multa aplicada.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FCC/DPE–AM/DEFENSOR PÚBLICO/2021) O Estado do Amazonas registra elevado
número de mortes violentas de crianças e adolescentes, bem como de violência sexual contra
o mesmo público, em seu território. Nos estudos realizados a respeito do tema, são diver-
sos os apontamentos no sentido de que as medidas de prevenção são imprescindíveis para
a construção de uma nova história e a alteração dos resultados quanto aos dados sobre vio-
lência. Nesse sentido, está de acordo com o que dispõe expressamente o ECA a atuação do
Defensor/a Público/a que
a) requisite ao Poder Executivo que elimine ou reduza sensivelmente os dados de violência con-
tra a criança e adolescente, seja de violência letal, sexual ou outras, a fim de que demonstrem
ação no sentido de garantir a proteção e defesa do público infanto-juvenil daquele território.
b) ajuíze ação civil pública contra o Estado, a fim de que reduza ou elimine os índices de vio-
lência contra a criança e adolescentes, em todas as modalidades de práticas violentas, com
estabelecimento de monitoramento e medição de resultados anuais sobre a ação estatal de-
senvolvida na proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) apure dados e fatos recebidos em razão de sua atuação como Defensor/a Público/a da
área de infância e juventude e envie ao Ministério Público do Estado do Amazonas, para que
promova o que for necessário, a fim de garantir a proteção de crianças e adolescentes vítimas
de violência letal e sexual naquele território.
d) apure dados e fatos recebidos em razão de sua atuação como Defensor/a Público/a da
área de infância e juventude e envie aos órgãos policiais do Estado do Amazonas, para que in-
vestiguem e combatam a violência referida, garantindo a proteção de crianças e adolescentes
vítimas de violência letal e sexual naquele território.
e) contribua para que União, Estados e Municípios promovam espaços intersetoriais locais para
a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, assistência social e de edu-
cação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

002. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–AM/2021) O Estatuto da Criança e do Adolescente


prevê, expressamente, a respeito da vedação de divulgação de atos judiciais, policiais e ad-
ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato
infracional, que
a) notícia que envolva criança ou adolescente não poderá identificar seu nome, apelido ou
residência, permitindo-se a identificação de sua filiação, desde que genitores maiores de 18
anos de idade, bem como de sua fotografia, valendo-se de mancha ou tira que impeça sua
identificação.

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b) notícia que envolva criança ou adolescente não poderá identificar sua fotografia, referência
a nome, apelido, filiação, parentesco, residência, permitindo-se a inscrição de iniciais de nome
e sobrenome.
c) não haverá, no caso de criança, expedição de certidão de atos policiais, somente sendo
possível a autorização para expedição de certidão relativa a atos judiciais ou administrativos,
nesse caso autorizada pelo juiz competente, demonstrado o interesse e a finalidade.
d) a expedição de certidão de atos judiciais, policiais ou administrativos será deferida pela
autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse do solicitante e sua finalidade.
e) divulgação de dados sobre investigação, identificação e fotografia de adolescente acusado
da prática de ato infracional praticado com violência ou grave ameaça serão permitidos, desde
que a autoridade judiciária competente haja expedido mandado de busca e apreensão e em
auxílio ao seu cumprimento.

003. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SC/2021) Visando a facilitar o acesso a seus servi-


ços, a Defensoria Pública Estadual instalou um posto de atendimento em área degradada do
centro urbano onde circulam pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Sabrina, 16
anos, buscou o posto e pediu orientação jurídica. Contou que, no dia anterior, foi surpreendida,
em operação da polícia e do Conselho Tutelar, em um quarto de motel da região, na companhia
de Jorge, 30 anos, o qual a contratara, mediante pagamento, para prática de atos sexuais. Sa-
brina retornou no dia seguinte à região, mas está temorosa e com muitas dúvidas. Mostra-se
correta, de acordo com previsão legal e/ou entendimento predominante dos tribunais superio-
res, a orientação do Defensor Público no sentido de que:
a) o valor pago por Jorge pelos serviços sexuais prestados por Sabrina será apreendido
pelo Conselho Tutelar e perdido em favor do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
b) Jorge, enquanto usuário, mas não intermediário, dos serviços sexuais oferecidos por Sabri-
na, não incorre no delito de exploração sexual.
c) tendo Sabrina e seus pais recebido advertência pelo Conselho Tutelar no dia anterior, caso
seja ela flagrada novamente na mesma situação, todos serão encaminhados à presença da
autoridade judiciária.
d) se Sabrina for novamente surpreendida hospedada naquele dia no mesmo motel, o estabe-
lecimento deverá ser definitivamente fechado e ter sua licença cassada.
e) o proprietário, o gerente ou o responsável pelo motel responderão por crime de hospedagem
de criança ou adolescente sem a presença ou autorização dos pais.

004. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–RR/2021) Segundo disposição expressa do Estatuto


da Criança e do Adolescente, é obrigação do programa de atendimento em regime de internação
a) evitar, sempre que possível, a transferência do interno para outras unidades.
b) separar os internos por critérios de idade, personalidade e perfil infracional.

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c) promover a preparação gradativa do interno para o desligamento.


d) desenvolver suas atividades em regime de coeducação.
e) manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos.

005. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–GO/2021) Célia deu à luz Pedro em estabelecimento de


atenção à saúde da gestante, de modo que, segundo dispõe expressamente o Estatuto da
Criança e do Adolescente,
a) devem ser aplicados protocolos para rastreamento e diagnóstico de eventual depressão
pós-parto em Célia, e, em caso de confirmação, com notificação compulsória à rede de prote-
ção à criança do território da família.
b) cometerá crime, ainda que de forma culposa, o dirigente do estabelecimento se deixar de
fornecer a Célia, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento onde constem as inter-
corrências do parto e do desenvolvimento de Pedro.
c) na ausência de pais ou responsável legal, caso Célia seja adolescente, a liberação da alta
hospitalar na companhia de Pedro está condicionada a prévia autorização judicial ou do Con-
selho Tutelar.
d) incidirão em infração administrativa o enfermeiro ou dirigente de estabelecimento caso dei-
xem de identificar corretamente Pedro por ocasião do parto mediante o registro de sua impres-
são plantar.
e) se Célia manifestar interesse em entregar Pedro para adoção, deve o estabelecimento, ouvi-
do o pai indicado, comunicar o fato, imediatamente, ao Ministério Público e aguardar determi-
nação quanto ao destino da criança.

006. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA/2021) No procedimento de apuração de ato infra-


cional atribuído a adolescente, conforme previsto expressamente no Estatuto da Criança e do
Adolescente, os pais ou responsável
a) serão, sem prejuízo do defensor, intimados da sentença que aplicar medida de internação ou
regime de semiliberdade quando não for encontrado o adolescente.
b) assumirão, mediante termo, o compromisso de comparecer, quando intimados da data, pe-
rante o representante do Ministério Público para serem ouvidos, sempre que lhes for entregue,
pela autoridade policial, adolescente apreendido em flagrante.
c) devem dar sua anuência para possibilitar a inclusão de medida socioeducativa em remissão
pré-processual concedida pelo representante do Ministério Público.
d) serão citados dos termos da representação, cientificados do prazo de resposta e notificados
a comparecer à audiência de apresentação acompanhados do adolescente.
e) se, devidamente notificados, não comparecerem na audiência de apresentação, serão con-
duzidos coercitivamente, exceto se estiver internado provisoriamente o adolescente, hipótese
em que lhe será nomeado curador especial.

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007. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA) Quanto à substituição de uma medida socioedu-


cativa por outra, prevê expressamente a legislação federal em vigor que
a) a decisão de substituição da internação por outra medida mais branda deve observar, entre
outros, os critérios da gravidade do ato infracional, dos antecedentes e do tempo de duração
da medida.
b) a obrigação de reparar o dano poderá ser substituída por outra medida adequada se, de-
vidamente intimado, o adolescente não restituir a coisa ou ressarcir o dano no prazo fixado
na sentença.
c) a liberdade assistida, embora fixada pelo prazo mínimo de seis meses, pode, a qualquer
tempo, ser substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) o Referência socioeducativo do local de prestação de serviços à comunidade proporá a
substituição da medida por outra mais adequada em caso de incompatibilidade do adolescen-
te com a tarefa a ele atribuída.
e) a medida de semiliberdade aplicada como forma de transição para o meio aberto será subs-
tituída pela medida de internação se o adolescente, durante seu cumprimento, praticar novo
ato infracional grave.

008. (FCC/DPE–PR/2017) O art. 2º, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente,


assevera que, nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pes-
soas entre dezoito e vinte e um anos de idade. O próprio Estatuto prevê, de maneira expressa,
específica e literal, que a liberação será compulsória SOMENTE aos vinte e um anos de idade
em relação à(s) seguinte(s) medida(s) socioeducativa(s):
a) internação, semiliberdade, liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade.
b) internação, semiliberdade, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade e obri-
gação de reparar o dano.
c) internação e liberdade assistida.
d) internação, semiliberdade e liberdade assistida.
e) internação, apenas.

009. (FCC/INSPETOR DE POLÍCIA LEGISLATIVA/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FE-


DERAL/2018) O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) estabelece que,
verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
medidas socioeducativas. De acordo com esta lei, considere:
I – A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
II – A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período mínimo de seis meses, junto a entidades assistenciais, hos-

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pitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comu-


nitários ou governamentais.
III – A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente e não poderá ser fixada em
período excedente a seis meses.
IV – Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter-
minar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
V – O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, indepen-
dentemente de autorização judicial.

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I, III e IV.
b) II, III e V.
c) I, II e V.
d) II, III e IV.
e) I, IV e V.

010. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2019) No curso do procedimento de apuração de


ato infracional atribuído a adolescente ou do processo de execução de medida socioeduca-
tiva, tal como previstos na Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na Lei n.
12.594/12 (Lei do Sinase),
a) no procedimento de apuração de ato infracional, se o adolescente, pessoalmente citado, não
apresentar resposta nem constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la no prazo
de 10 dias.
b) se os pais do adolescente privado de liberdade não contribuírem para o processo resso-
cializador, o programa de atendimento poderá suspender, sem necessidade de determinação
judicial, as saídas de finais de semana do adolescente para visita à família.
c) não sendo localizado o adolescente para dar início ao cumprimento da medida socioedu-
cativa em meio aberto, o juiz determinará o sobrestamento do processo de execução, até o
decurso do prazo prescricional, renovando-se periodicamente as buscas pelo executado.
d) se o adolescente entregue aos pais pela autoridade policial após apreensão em flagrante
não for apresentado para oitiva informal, o representante do Ministério Público determinará,
com ajuda das polícias civil e militar, sua condução coercitiva.
e) quando não for encontrado o adolescente, a intimação da sentença que aplicar medida de
internação ou regime de semiliberdade será feita a seus pais ou responsável, sem prejuízo
do defensor.

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011. (FCC/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO/AL–MS/2016) Sobre a prática de ato infra-


cional à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, é INCORRETO afirmar que a
a) medida socioeducativa de internação pode ser determinada por descumprimento reiterado
e injustificável da medida anteriormente imposta.
b) internação, antes da sentença, poderá ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
c) medida socioeducativa de internação não poderá exceder em nenhuma hipótese três anos,
liberando-se compulsoriamente o menor infrator aos vinte e um anos de idade.
d) medida socioeducativa de liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de trinta dias,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
e) remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabi-
lidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e
a internação.

012. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–ES/2016) Ao final do procedimento de apuração de


ato infracional o juiz aplica ao adolescente medida socioeducativa de internação, sem fixação
de prazo de duração. Ao receber a notícia pelo Defensor Público, o adolescente pergunta a
quanto tempo de internação foi “condenado”. Conforme previsto em lei, a resposta mais corre-
ta do Defensor ao adolescente seria a de que a medida
a) durará de seis meses a três anos caso o adolescente seja primário e de um ano a três anos
caso seja reincidente.
b) durará no máximo cinco anos, podendo o adolescente ser transferido para semiliberdade
desde que tenha bom comportamento e cumpra pelo menos 10 meses de internação.
c) pode ser substituída por outra medida mais branda a qualquer tempo e não pode ultrapassar
três anos de duração.
d) foi aplicada pelo prazo mínimo de seis meses, ao término do qual a medida pode ser prorro-
gada, sucessivamente, não podendo ultrapassar o limite máximo de quatro semestres.
e) durará o tempo necessário para o que adolescente seja considerado apto a regressar ao
convívio social com baixo risco de reincidência ou, até que, antes disso, complete 18 anos.

013. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA/2016) Segundo dispõe a legislação em vi-


gor, a medida
a) socioeducativa de internação implica privação de liberdade, sendo permitida a realização
de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
judicial em contrário.
b) protetiva de obrigação de reparar o dano pode ser aplicada pelo Conselho Tutelar a crianças
e adolescentes, com fundamento no fato de elas terem depredado o espaço escolar.

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c) restaurativa de frequência obrigatória a programas comunitários de tratamento pode ser


aplicada pelo Ministério Público, com fundamento no fato de serem a criança ou o adolescente
portadores de doença ou deficiência mental.
d) protetiva de acolhimento familiar, aplicada pela autoridade judiciária, consiste no auxílio
financeiro prestado pelo estado a parentes próximos com os quais conviva a criança ou ado-
lescente cujos pais renunciaram ao poder familiar.
e) de advertência pode ser aplicada pelo juiz a pais ou responsável, sob fundamento de terem
cometido a infração administrativa de submeter criança ou adolescente sob sua guarda a ve-
xame ou constrangimento.

014. (FCC/PEDAGOGO/DPE–SP/2015) Em relação às medidas socioeducativas previstas no


Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez verificada a prática de ato infracional, a autori-
dade competente poderá, dentre outras, aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
a) internação em instituições correcionais, participação em grupos de trabalho forçado e repa-
ração material.
b) prestação de trabalhos sem remuneração, reparação dos danos causados à pessoa lesada
e multa proporcional a perdas materiais.
c) medidas corretivas por meio de cursos em período integral e aconselhamento psicológico
e/ou terapêutico.
d) acompanhamento familiar durante a internação, prestação de trabalhos ao Estado e à co-
munidade e reposição material.
e) advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade e internação
em estabelecimento educacional.

015. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–GO/2015) O juiz da infância e da juventude poderá conce-


der a remissão ao adolescente, autor de ato infracional,
a) apenas como forma de suspensão do processo.
b) como forma de suspensão ou extinção do processo.
c) como forma de exclusão, suspensão ou extinção do processo.
d) apenas como forma de exclusão do processo.
e) apenas como forma de extinção do processo.

016. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL–DIREITO/MPE–CE/2013) Considere as seguintes as-


sertivas a respeito da Internação como medida socioeducativa:

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I – Em nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá a dois anos.


II – A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
III – Durante o período de internação, exceto provisória, serão obrigatórias atividades peda-
gógicas.
IV – Em regra, será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica
da entidade.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, está correto o que consta APENAS em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

017. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–PB/2014) Com relação à medida socioeducativa apli-


cada a adolescente autor de ato infracional, é correto afirmar:
a) No caso de ser ela a medida de advertência, esta será sempre na modalidade verbal, sem
necessidade de redução de seu teor a termo.
b) Não será levada em conta a gravidade da infração praticada.
c) Em algumas hipóteses, poderá ser determinada a imposição de trabalho forçado, se o ado-
lescente já tiver completado dezesseis anos de idade.
d) A imposição do cumprimento de medida de semiliberdade se dará sempre como forma
derivada de inserção em regime mais brando, não podendo o adolescente iniciar seu acompa-
nhamento nessa modalidade.
e) Levar-se-á em conta, para sua aplicação, a capacidade de o adolescente cumpri-la.

018. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–PB/2014) Tomando por base as disposições trazidas


pelo Estatuto da Criança e do Adolescente com relação à apuração de ato infracional praticado
por adolescente, pode-se afirmar:
a) Se a autoridade policial que receber a ocorrência entender não ser caso de apreensão do
adolescente em flagrante, mas ainda houver indícios de sua participação na prática de ato
infracional, fará ela o encaminhamento de relatório de investigação e demais documentos ao
representante do Ministério Público.
b) Em caso de não liberação do adolescente acusado da prática de ato infracional, a autorida-
de policial o encaminhará ao representante do Ministério Público e, em não sendo possível a
apresentação imediata e não houver entidade de atendimento na região a recebê-lo, o mesmo
permanecerá na repartição policial em local apropriado e separado dos demais, no período
máximo de uma semana.

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c) Em caso de flagrante por ato infracional não cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a autoridade policial deverá lavrar auto de apreensão em flagrante, não podendo
substituí-lo por registro de boletim de ocorrência circunstanciado, remetendo-o à autoridade
competente.
d) Em caso de apreensão em flagrante envolvendo coautoria entre adolescente e maior, mes-
mo onde houver repartição policial especializada para atendimento do primeiro, prevalecerá a
repartição policial comum, haja vista que, nesse caso, deverá ser lavrado o auto de prisão em
flagrante delito.
e) Apresentado o adolescente ao representante do Ministério Público, este procederá à sua
oitiva informal, sempre que estiver acompanhado de seus pais ou responsável e, em caso de
ausência destes no ato, procederá à redesignação de data.

019. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–CE/2014) Com relação à medida socioeducativa de inter-


nação, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que
a) deverá ser cumprida em estabelecimento que mantenha atividades pedagógicas, salvo no
caso da internação provisória e da internação-sanção.
b) o adolescente a ela submetido poderá peticionar diretamente a qualquer autoridade.
c) será aplicada quando o adolescente não conseguir cumprir a medida de semiliberdade im-
posta, em razão da ausência de respaldo familiar.
d) pode ser determinada em razão do descumprimento injustificado e reiterado de medida an-
teriormente imposta, com duração de até seis meses.
e) pode ser determinada em razão de reiteração no cometimento de outras infrações graves,
desde que a prática atual tenha sido praticada com violência ou grave ameaça à pessoa.

020. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2013) O adolescente Renan foi ouvido pelo Pro-


motor de Justiça da Vara Especial da Infância e Juventude da Comarca da Capital, nos termos
do art. 179 do Estatuto da Criança e do Adolescente, após ter sido surpreendido em um super-
mercado, tentando subtrair chocolates. Após a oitiva informal, o d. Promotor decidiu pela con-
cessão de remissão, submetendo-a à homologação judicial. Tal instituto refere-se à remissão
como forma de
a) perdão judicial.
b) suspensão do processo.
c) extinção do processo.
d) exclusão do processo.
e) arquivamento dos autos.

021. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–AM/2013) O adolescente João, aluno do 6º ano do


ensino fundamental, foi apreendido em razão de suposta prática de ato infracional equiparado
ao crime de roubo. Sua genitora, a fim de auxiliar na instrução processual e na defesa de seu

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filho, solicitou à escola onde João estuda declaração de matrícula escolar. Dessa forma, o dire-
tor da escola tomou conhecimento da apreensão e, como já desejava expulsar o aluno, acabou
divulgando aos demais alunos, sem autorização, que João estava respondendo pela prática de
ato infracional, utilizando-o como mau exemplo. O Diretor, em tese
a) praticou infração administrativa prevista pelo ECA.
b) praticou o crime de quebra de sigilo previsto pelo ECA.
c) praticou crime de quebra de sigilo e infração administrativa, ambos previstos pelo ECA.
d) praticou crime de difamação previsto pelo ECA.
e) não praticou crime, tampouco infração administrativa prevista pelo ECA.

022. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO–PSICÓLOGO/TJ–PE/2012) No tocante ao adolescente


que pratica ato infracional, o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
a) determina privação da liberdade sem que haja obrigatoriedade de frequência à institui-
ção escolar.
b) obriga sempre o acolhimento institucional ainda que não haja flagrante.
c) prevê obrigação de reparar o dano ou conforme determinação do juiz, compensar o prejuízo
da vítima.
d) destitui o poder familiar como forma preventiva.
e) determina sempre o acolhimento em presídio comum, ressalvando o prazo máximo de 120
dias determinado em sentença judicial

023. (FCC/JUIZ/TJ–GO/2012) Na medida socioeducativa de prestação de serviços à comuni-


dade, segundo definição legal, as tarefas a serem executadas pelo adolescente
a) devem ser gratuitas e por período não excedente a três meses.
b) podem ser realizadas em programas comunitários e em jornada máxima de oito ho-
ras semanais.
c) não podem prejudicar a frequência à escola, a jornada normal de trabalho e as tarefas do-
mésticas diárias do adolescente.
d) devem ser de interesse geral, exceto quando aplicadas como forma de reparar o dano sofri-
do pela vítima.
e) devem seguir o regime da aprendizagem se o adolescente ainda não tiver completado 16
anos de idade.

024. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL–ÁREA JURÍDICA/MPE–PE/2012) Sobre a apuração de


ato infracional atribuído a adolescente e a atuação do Ministério Público, é certo que:
a) Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente, à audiên-
cia de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução
coercitiva.

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b) A representação para a autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa de-


pende de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
c) Sendo impossível a apresentação imediata do adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que
fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de quarenta e oito horas.
d) Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará no prazo de cinco dias ao
representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
e) O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de sessenta dias.

025. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–CE/2011) Como estratégia para prevenir violação


de direito da criança e do adolescente, bem como responsabilizar os violadores, o Estatuto da
Criança e do Adolescente tipificou como
a) crime exibir filme classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças e ado-
lescentes admitidos ao espetáculo.
b) crime deixar o médico responsável por estabelecimento de atenção à saúde de comunicar
à autoridade os casos de que tenha conhecimento envolvendo suspeita de maus tratos con-
tra criança.
c) infração administrativa deixar a autoridade competente de efetuar a inclusão de crianças
em condições de serem adotadas no respectivo cadastro.
d) infração administrativa deixar a autoridade policial de comunicar a apreensão da criança ou
adolescente à família do apreendido.
e) infração administrativa a venda de fogos de estampido ou de artifício a criança ou adolescente.

026. (FCC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ–AP/2011) De acordo


com o Estatuto da Criança e do Adolescente, podem cometer atos infracionais
a) as crianças, apenas.
b) os adolescentes, apenas.
c) o adolescente e o adulto que ainda não completou 21 anos.
d) as crianças a partir de 9 anos de idade.
e) tanto a criança quanto o adolescente.

027. (FCC/JUIZ/TJ–PE/2011) No que concerne aos crimes praticados contra a criança e o


adolescente, estabelecidos na Lei n. 8.069/90, é correto afirmar que
a) não se aplicam as normas da Parte Geral do Código Penal.
b) são tipificadas apenas condutas comissivas.
c) não há previsão de delito culposo.
d) são de ação pública incondicionada.
e) são sempre apenados com reclusão.

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028. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–RS/2011) Em relação às medidas socioeducativas, é


INCORRETO afirmar:
a) A remissão concedida ao adolescente não pode ser cumulada com medida socioeducativa
de semiliberdade.
b) Quando aplicada a medida socioeducativa de liberdade assistida, não é obrigatória a intima-
ção pessoal do adolescente.
c) A medida socioeducativa de semiliberdade possibilita a realização de atividades externas
independentemente de autorização judicial.
d) As medidas socioeducativas privativas de liberdade estão sujeitas aos princípios da brevi-
dade, excepcionalidade e respeito à peculiar condição de pessoa em desenvolvimento.
e) A prestação de serviços à comunidade será estabelecida pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses.

029. (FCC/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/MPE–RS/2010) Na apuração de ato infracional


praticado por adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, deve ser obser-
vada, dentre outras regras, a seguinte:
a) a internação de adolescente perigoso, que for decretada ou mantida pela autoridade judici-
ária, poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
b) inexistindo na comarca entidade apropriada para cumprimento de medida socioeducativa
consistente em internação, o adolescente será entregue aos seus pais ou responsáveis.
c) no caso de flagrante, em qualquer hipótese, a autoridade deve lavrar auto de apreensão, ou-
vindo testemunhas e o adolescente.
d) recebendo o adolescente e as peças policiais, o representante do Ministério Público, se não
for o caso de arquivamento, deverá representar ao juiz para concessão de remissão ou de apli-
cação de medida socioeducativa.
e) a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de, no
máximo, quarenta e cinco dias, improrrogáveis.

030. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2010) Segundo prevê o Estatuto da Criança e do


Adolescente, quando uma criança pratica ato infracional,
a) deve o Conselho Tutelar representar à autoridade judiciária para fins de aplicação de quais-
quer das medidas pertinentes aos pais ou responsável.
b) fica sujeita à aplicação de medidas específicas de proteção de direitos pelo Conselho Tute-
lar ou Poder Judiciário, conforme o caso.
c) é vedada a lavratura de boletim de ocorrência, devendo a vítima se quiser registrar o fato
junto ao Conselho Tutelar.
d) tratando-se de flagrante, deve ser encaminhada imediatamente, ou no primeiro dia útil se-
guinte, à presença da autoridade judiciária.
e) ela não está sujeita a medida de qualquer natureza, uma vez que crianças não praticam ato
infracional.

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E PEDAGÓGICOS
Ato Infracional
Fabiana Borges

031. (FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC–RN/2021) João, com 17 anos, 11 meses e 29 dias de


idade, fisicamente desenvolvido e plenamente consciente dos seus atos, foi conduzido à dele-
gacia de polícia por ter sido detido no momento em que praticava uma conduta que se enqua-
drava em descrição típica do Código Penal Brasileiro, à qual era cominada pena mínima de 3
anos de reclusão e cuja persecução penal se iniciava mediante ação penal pública.
Nesse caso, à luz da sistemática constitucional vigente, João:
a) responderá por ato infracional e, por força do princípio da paridade, sofrerá medida privativa
de liberdade por prazo idêntico à pena cominada ao crime;
b) responderá por ato infracional e, caso sofra medida privativa de liberdade, devem ser obser-
vados os princípios da brevidade e da excepcionalidade;
c) responderá por crime, considerando a sua condição física e plena consciência dos atos pra-
ticados, mas não poderá sofrer a pena de reclusão;
d) responderá por crime, considerando a data provável de início da persecução penal, mas de-
verá ser recolhido em cela separada;
e) não responderá pela conduta, considerando a pena cominada e a sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento;

032. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2019) Gabriel, ado-


lescente com 17 anos de idade, entrou armado em uma loja de conveniência na cidade de Belo
Horizonte, Minas Gerais, exigindo que o operador de caixa entregasse todo o dinheiro que ali
existisse. Um dos clientes da loja, policial civil em folga, reagiu ao assalto, atirando em Gabriel,
mas não acertando.
Assustado, Gabriel empreendeu fuga, correndo em direção a Betim, comarca limítrofe a Belo
Horizonte e onde residem seus pais, lá sendo capturado por policiais que se encontravam em
uma viatura.
Sobre o caso, assinale a opção que indica quem será competente para as medidas judiciais ne-
cessárias, inclusive a eventual estipulação de medida socioeducativa, desconsiderando qual-
quer fator de conexão, continência ou prevenção.
a) O Juiz da Infância e da Juventude da comarca de Belo Horizonte, ou o juiz que exerce essa
função, por ser a capital do estado.
b) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca de Belo
Horizonte, por ser o foro onde ocorreu o ato infracional cometido por Gabriel.
c) O Juiz Criminal da comarca de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.
d) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca de Betim,
por ser onde residem os pais do adolescente.

033. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2018) Joaquim,


adolescente com 15 anos de idade, sofre repetidas agressões verbais por parte de seu pai,
José, pessoa rude que nunca se conformou com o fato de Joaquim não se identificar com

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seu sexo biológico. Os atentados verbais chegaram ao ponto de lançar Joaquim em estado de
depressão profunda, inclusive sendo essa clinicamente diagnosticada.
Constatada a realidade dos fatos acima narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Os fatos descritos revelam circunstância de mero desajuste de convívio familiar, não des-
pertando relevância criminal ou de tutela de direitos individuais do adolescente, refugindo do
alcance da Lei n. 8.069/90 (ECA).
b) O juízo competente poderá determinar o afastamento de José da residência em que vive
com Joaquim, como medida cautelar para evitar o agravamento do dano psicológico do ado-
lescente, podendo, inclusive, fixar pensão alimentícia provisória para o suporte de Joaquim.
c) O juiz poderá afastar cautelarmente José da moradia comum com Joaquim, sem que isso
implique juízo definitivo de valor sobre os fatos – razão pela qual não é viável a estipulação de
alimentos ao adolescente, eis que irreversíveis.
d) A situação descrita não revela motivação legalmente reconhecida como suficiente a deter-
minar o afastamento de José da moradia comum, recomendando somente o aconselhamento
educacional do pai.

034. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2018) Em cumpri-


mento de mandado de busca e apreensão do Juízo Criminal, policiais encontraram fotografias
de adolescentes vestidas, em posições sexuais, com foco nos órgãos genitais, armazenadas
no computador de um artista inglês. O advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência
de cena pornográfica, uma vez que as adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade do
armazenamento seria para comunicar às autoridades competentes.
Considerando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do ECA, mere-
cem prosperar os argumentos da defesa?
a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as adolescentes teriam que estar nuas.
b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de crianças.
c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às autoridades
competentes.
d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus a excludente
de tipicidade.

035. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/2017) Mariano, 59 anos de idade, pos-


suía em sua residência 302 vídeos e fotografias com cenas de sexo explícito envolvendo ado-
lescentes. Descobertos os fatos, foi denunciado pela prática de 302 crimes do Art. 241-B da
Lei n. 8.069/90 (“Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra
forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente”), em concurso material, sendo descrito que possuía o material proibido. Os ado-
lescentes das imagens não foram localizados. Encerrada a instrução e confirmados os fatos,
o Ministério Público pugnou pela condenação nos termos da denúncia. Em sede de alegações

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finais, diante da confissão do acusado e sendo a prova inquestionável, sob o ponto de vista
técnico, o advogado de Mariano deverá pleitear:
a) a absolvição de Mariano, tendo em vista que ele não participava de nenhuma das cenas de
sexo explícito envolvendo adolescente.
b) o reconhecimento de crime único do Art. 241-B da Lei n. 8.069/90.
c) o reconhecimento do concurso formal de crimes entre os 302 delitos praticados.
d) a extinção da punibilidade do acusado, em razão do desinteresse dos adolescentes em ver
Mariano processado.

036. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/2016) O adolescente X cometeu ato


infracional equiparado a crime de roubo, mediante grave ameaça à pessoa. Apreendido com
a observância dos estreitos e regulares critérios normativos estabelecidos pelo sistema jurídi-
co, apurou-se que o jovem havia cometido um ato infracional anterior equiparável ao crime de
apropriação indébita.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) É incabível a aplicação de medida de internação, o que é autorizado apenas em caso de rei-
teração no cometimento de outras faltas anteriores ou simultâneas, igualmente graves.
b) É aplicável apenas a medida de regime de semiliberdade em razão da prática de ato infracio-
nal mediante grave ameaça à pessoa.
c) É aplicável a medida de internação em razão da prática de ato infracional mediante grave
ameaça à pessoa, mesmo não sendo hipótese de reiteração da conduta idêntica por parte do
adolescente.
d) É incabível a aplicação de medida de internação, haja vista que essa somente poderia se dar
em caso de descumprimento reiterado de injustificável medida imposta em momento anterior
ao adolescente.

037. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XIX–PRIMEIRA FASE/2016) O adolescen-


te F, 16 anos, filho de Pedro, foi surpreendido por seu pai enquanto falava pela internet com
Fábio, 30 anos, que o induzia à prática de ato tipificado como infração penal. Pedro informou
imediatamente o ocorrido à autoridade policial, que instaurou a persecução penal cabível.
No caso narrado, ao induzir o adolescente F à prática de ato tipificado como infração penal, a
conduta de Fábio
a) configura crime nos termos do ECA, ainda que realizada por meio eletrônico e que não venha
a ser provada a corrupção do adolescente, por se tratar de delito formal.
b) não configura crime nos termos do ECA, pois a mera indução sem a prática do ato pelo ado-
lescente configura infração administrativa, já que se trata de delito material.
c) configura infração penal, tipificada na Lei de Contravenções Penais, mas a materialidade
do crime com a prova da corrupção do adolescente é imprescindível à condenação do réu em
observância ao princípio do favor rei.

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d) não configura crime nos termos estabelecidos pelo ECA, posto que inexiste tipificação se o
ato for praticado por meio eletrônico, não havendo de se aplicar analogia em malam partem.

038. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XVII–PRIMEIRA FASE/2015) O adoles-


cente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar roubos e furtos e ter a suposta habi-
lidade de nunca ter sido apreendido. Certa noite, N. saiu com o propósito de praticar novos atos
de subtração de coisa alheia. Diante da reação de uma vítima a quem ameaçava, N. disparou
sua arma de fogo, levando a vítima a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo apreendido por poli-
ciais que passavam pelo local, no momento em que praticava o ato infracional.
Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.
a) A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que somente poderá ser
aplicada em caso de reincidência no cometimento de infrações graves.
b) Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se pessoalmente com o repre-
sentante do Ministério Público, mas não terá direito a peticionar diretamente a este ou a qual-
quer autoridade que seja.
c) A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional praticado com amea-
ça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso de reincidência.
d) Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de internação, e somente
nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do seu defensor e dos pais ou responsáveis,
mesmo que o adolescente tenha sido intimado pessoalmente.

039. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–VII–PRIMEIRA FASE/2012) Joana tem 16


anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió, por ato infracional equipara-
do ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente regula situ-
ações dessa natureza, consignando direitos do adolescente privado de liberdade. Diante das
disposições aplicáveis ao caso de Joana, é correto afirmar que:
a) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima semanal, e
não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais do adolescente
internado.
b) é expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus familiares e ami-
gos, mas é vedada a possibilidade de avistar-se reservadamente com seu defensor.
c) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de pais e res-
ponsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
d) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em tal situação
permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais.

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040. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX–PRIMEIRA FASE/2019) Roberta pro-


duziu, em seu computador, vídeo de animação em que se percebe a simulação de atos porno-
gráficos entre crianças. O vídeo não mostra nenhuma imagem reconhecível, nenhuma pessoa
identificável, mas apresenta, inequivocamente, figuras de crianças, e bem jovens.
Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale
a afirmativa correta.
a) Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se simula a atividade pornográfica com imagens
reais de crianças.
b) É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a conduta típica de simular a
participação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio de qualquer forma de
representação visual.
c) É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de filme envolvendo
simulacro de imagem de criança ou adolescente em situação pornográfica não é reprovada
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
d) Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação suficientemente
apta a despertar a reprovabilidade criminal se reproduzir a imagem real de alguma criança
diretamente identificável.

041. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XV–TIPO 1–BRANCA/2014) José, tutor


da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa àqueles que lhe entregam crian-
ças ou adolescentes em caráter definitivo. Entusiasmado com a quantia oferecida, José pro-
mete entregar a criança exatamente dez dias após o início da negociação. José contou aos
seus vizinhos que não queria mais “ter trabalho com o menino”. Indignada, Marieta, vizinha de
José, comunicou imediatamente o fato à autoridade policial, que conseguiu impedir a entrega
da criança Z a Juarez.
Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do mesmo modo que o
seria em caso de efetiva entrega da criança.
b) Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa configuraria a prática
de infração penal tanto para quem entrega quanto para quem oferece o valor pecuniário.
c) Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, sendo a figura do
tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se podendo aplicar analogia para a configu-
ração de crime
d) Somente incorre na pena pela prática de infração penal o sujeito que oferece a paga ou
recompensa, sendo atípica para o responsável legal a mera promessa de entrega da criança.

042. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–X–PRIMEIRA FASE/2013) Com relação à


internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirma-
tiva correta.

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Ato Infracional
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a) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual período,
para atos infracionais praticados com emprego de violência.
b) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual período, para atos
infracionais praticados sem emprego de violência.
c) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três anos, indepen-
dente do emprego ou não de violência no ato infracional praticado.
d) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente deverá ser
colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com reflexos
patrimoniais.

043. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–VI–PRIMEIRA FASE/2012) Considerando


os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a prática de atos infra-
cionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. Nesse sentido, é correto
afirmar que:
a) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche, deverá
cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por período não supe-
rior a um ano.
b) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada medida socio-
educativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente.
c) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser aplicados como
medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características dos atos infracionais
praticados.
d) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não poderá exce-
der o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade.

044. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–IV–PRIMEIRA FASE/2011) No tocante às


normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:
a) a medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento reiterado e
injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator não poderá ser supe-
rior a três meses.
b) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente encaminhado
ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que decidirá sobre a necessi-
dade ou não de seu acautelamento provisório.
c) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judiciária, é me-
dida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no processamento de ato
infracional.
d) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas socioeduca-
tivas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade
assistida e inserção em regime de semiliberdade.

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045. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–III–PRIMEIRA FASE/2011) Considerando


a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto afirmar que:
a) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de inte-
resse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
b) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar,
se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
c) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá exceder o
período de 5 (cinco) anos.
d) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito de solicitar
a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Contudo, não po-
derá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, devendo em todo o caso
ser assistido pelos genitores.

046. (INSTITUTO AOCP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC–ES/2019) À luz do Estatuto da Criança


e do Adolescente, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma garantia processual assegu-
rada à criança e ao adolescente.
a) Assistência judiciária gratuita e integral, em caso de necessidade.
b) Defesa técnica por advogado.
c) Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente.
d) Direito de ser ouvido pela autoridade competente, por meio de seus representantes legais.
e) Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsáveis em qualquer fase do procedimento.

047. (INSTITUTO AOCP/PERITO OFICIAL CRIMINAL–ÁREA8/PC–ES/2019) Com base na


Lei n. 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras provi-
dências, assinale a alternativa correta.
a) Subtrair criança ou adolescente do poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto, constitui crime punido com pena
de detenção de dois a cinco anos, e multa.
b) A autoridade judiciária poderá aplicar medida socioeducativa ainda que o ato praticado pelo
adolescente não constitua ato infracional.
c) A sentença que deferir a adoção não produz efeito desde logo, devendo a apelação, em qual-
quer caso, ser recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo.
d) Alguns dos crimes definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente são de ação penal
pública condicionada à representação.

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e) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à


autoridade policial competente.

048. (INSTITUTO AOCP/PERITO CRIMINAL–PSICOLOGIA/ITEP–RN/2018) Quanto ao Esta-


tuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

 (  ) Em caso de ato infracional cometido por crianças, matrícula e frequência obrigatórias
em estabelecimento oficial de ensino fundamental é uma das medidas que pode ser
adotada pela autoridade competente.
(  ) São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos as medidas previstas
na Lei citada no enunciado. Para os efeitos dessa Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do julgamento.
(  ) Orientação, apoio e acompanhamento temporários são medidas aplicadas na prática
do ato infracional praticado por criança.

a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) F – V – F.
d) V – V – F.
e) V – F – V.

049. (INSTITUTO AOCP/ADVOGADO DO CREAS/SUAS/PREFEITURA DE NOVO HAMBUR-


GO–RS/2020) Assinale a alternativa correta no que concerne à Lei n. 12.594/12 (Lei do Sinase).
a) A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, realizará avalia-
ções periódicas da implementação dos Planos de Atendimento Socioeducativo em intervalos
não superiores a 02 (dois) anos.
b) A avaliação será coordenada por uma comissão permanente e realizada por comissões
temporárias, essas compostas, no mínimo, por 05 (cinco) especialistas com reconhecida atu-
ação na área temática.
c) As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação de-
verão ser reavaliadas no máximo a cada 03 (três) meses, podendo a autoridade judiciária, se
necessário, designar audiência, no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
d) A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida não são
fatores que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave.
e) O defensor e o Ministério Público poderão requerer, e o Juiz da Execução poderá determinar,
salvo de ofício, a realização de qualquer avaliação ou perícia que entenderem necessárias para
complementação do plano individual.

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Ato Infracional
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050. (FCC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/MPE–AP/2009) Em relação ao Estatuto da Criança


e do Adolescente, considere:
I – Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
II – São penal e civilmente imputáveis os menores de dezoito anos.
III – A criança que vier a praticar ato infracional, estará sujeita, dentre outras medidas, a ad-
vertência e a liberdade assistida.
IV – O Conselho tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
V – O Promotor de Justiça da Infância e da Juventude, desde que autorizado pelo juiz com-
petente, poderá ter acesso ao local de internação de criança e de adolescente.

Está correto SOMENTE o que se afirma em:


a) I e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.

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Ato Infracional
Fabiana Borges

GABARITO
1. e 37. a
2. d 38. c
3. d 39. d
4. e 40. b
5. b 41. a
6. a 42. c
7. c 43. d
8. e 44. a
9. e 45. b
10. e 46. d
11. d 47. e
12. c 48. e
13. a 49. d
14. e 50. a
15. b
16. d
17. e
18. a
19. b
20. d
21. a
22. c
23. b
24. a
25. c
26. e
27. d
28. e
29. e
30. b
31. b
32. b
33. b
34. d
35. b
36. c

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Ato Infracional
Fabiana Borges

GABARITO COMENTADO
001. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–AM/2021) O Estado do Amazonas registra elevado
número de mortes violentas de crianças e adolescentes, bem como de violência sexual contra
o mesmo público, em seu território. Nos estudos realizados a respeito do tema, são diver-
sos os apontamentos no sentido de que as medidas de prevenção são imprescindíveis para
a construção de uma nova história e a alteração dos resultados quanto aos dados sobre vio-
lência. Nesse sentido, está de acordo com o que dispõe expressamente o ECA a atuação do
Defensor/a Público/a que
a) requisite ao Poder Executivo que elimine ou reduza sensivelmente os dados de violência con-
tra a criança e adolescente, seja de violência letal, sexual ou outras, a fim de que demonstrem
ação no sentido de garantir a proteção e defesa do público infanto-juvenil daquele território.
b) ajuíze ação civil pública contra o Estado, a fim de que reduza ou elimine os índices de vio-
lência contra a criança e adolescentes, em todas as modalidades de práticas violentas, com
estabelecimento de monitoramento e medição de resultados anuais sobre a ação estatal de-
senvolvida na proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.
c) apure dados e fatos recebidos em razão de sua atuação como Defensor/a Público/a da
área de infância e juventude e envie ao Ministério Público do Estado do Amazonas, para que
promova o que for necessário, a fim de garantir a proteção de crianças e adolescentes vítimas
de violência letal e sexual naquele território.
d) apure dados e fatos recebidos em razão de sua atuação como Defensor/a Público/a da
área de infância e juventude e envie aos órgãos policiais do Estado do Amazonas, para que in-
vestiguem e combatam a violência referida, garantindo a proteção de crianças e adolescentes
vítimas de violência letal e sexual naquele território.
e) contribua para que União, Estados e Municípios promovam espaços intersetoriais locais para
a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, assistência social e de edu-
cação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

A assertiva CORRETA é a E, nos moldes do art. 70-A, II, do Estatuto que afirma:

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada
na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo fí-
sico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças
e de adolescentes, tendo como principais ações:
I – a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do
adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;
II – a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da DEFENSORIA PÚ-
BLICA, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com

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as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da crian-
ça e do adolescente;
Letra e.

002. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–AM/2021) O Estatuto da Criança e do Adolescente


prevê, expressamente, a respeito da vedação de divulgação de atos judiciais, policiais e ad-
ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato
infracional, que
a) notícia que envolva criança ou adolescente não poderá identificar seu nome, apelido ou
residência, permitindo-se a identificação de sua filiação, desde que genitores maiores de 18
anos de idade, bem como de sua fotografia, valendo-se de mancha ou tira que impeça sua
identificação.
b) notícia que envolva criança ou adolescente não poderá identificar sua fotografia, referência
a nome, apelido, filiação, parentesco, residência, permitindo-se a inscrição de iniciais de nome
e sobrenome.
c) não haverá, no caso de criança, expedição de certidão de atos policiais, somente sendo
possível a autorização para expedição de certidão relativa a atos judiciais ou administrativos,
nesse caso autorizada pelo juiz competente, demonstrado o interesse e a finalidade.
d) a expedição de certidão de atos judiciais, policiais ou administrativos será deferida pela
autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse do solicitante e sua finalidade.
e) divulgação de dados sobre investigação, identificação e fotografia de adolescente acusado
da prática de ato infracional praticado com violência ou grave ameaça serão permitidos, desde
que a autoridade judiciária competente haja expedido mandado de busca e apreensão e em
auxílio ao seu cumprimento.

A assertiva CORRETA é a D, que se amolda à previsão dos arts. abaixo descritos:

Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a
crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente será
deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a finali-
dade.
Letra d.

003. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SC/2021) Visando a facilitar o acesso a seus servi-


ços, a Defensoria Pública Estadual instalou um posto de atendimento em área degradada do
centro urbano onde circulam pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Sabrina, 16
anos, buscou o posto e pediu orientação jurídica. Contou que, no dia anterior, foi surpreendida,
em operação da polícia e do Conselho Tutelar, em um quarto de motel da região, na companhia

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de Jorge, 30 anos, o qual a contratara, mediante pagamento, para prática de atos sexuais. Sa-
brina retornou no dia seguinte à região, mas está temorosa e com muitas dúvidas. Mostra-se
correta, de acordo com previsão legal e/ou entendimento predominante dos tribunais superio-
res, a orientação do Defensor Público no sentido de que:
a) o valor pago por Jorge pelos serviços sexuais prestados por Sabrina será apreendido
pelo Conselho Tutelar e perdido em favor do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.
b) Jorge, enquanto usuário, mas não intermediário, dos serviços sexuais oferecidos por Sabri-
na, não incorre no delito de exploração sexual.
c) tendo Sabrina e seus pais recebido advertência pelo Conselho Tutelar no dia anterior, caso
seja ela flagrada novamente na mesma situação, todos serão encaminhados à presença da
autoridade judiciária.
d) se Sabrina for novamente surpreendida hospedada naquele dia no mesmo motel, o estabe-
lecimento deverá ser definitivamente fechado e ter sua licença cassada.
e) o proprietário, o gerente ou o responsável pelo motel responderão por crime de hospedagem
de criança ou adolescente sem a presença ou autorização dos pais.

Observe que Sabrina tem 16 anos de idade, portanto é adolescente. Sua hospedagem em hotel
ou motel é proibida, exceto se autorizada pelos pais ou responsáveis, assim dispõe o art. 82
do Estatuto.
Aos que violam a proibição acima descrita, a previsão do art. 250 do mesmo diploma legal é:

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem au-
torização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá deter-
minar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento SERÁ
DEFINITIVAMENTE FECHADO E TERÁ SUA LICENÇA CASSADA.
Sabrina retornou à região no dia seguinte, ou seja, PRAZO INFERIOR A 30 DIAS, hipótese de que
o estabelecimento será DEFINITIVAMENTE FECHADO E SUA LICENÇA CASSADA.
Letra d.

004. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–RR/2021) Segundo disposição expressa do Estatuto


da Criança e do Adolescente, é obrigação do programa de atendimento em regime de internação
a) evitar, sempre que possível, a transferência do interno para outras unidades.
b) separar os internos por critérios de idade, personalidade e perfil infracional.
c) promover a preparação gradativa do interno para o desligamento.
d) desenvolver suas atividades em regime de coeducação.
e) manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos.

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A assertiva E é a CORRETA, nos moldes do art. 94, XVIII, do Estatuto:

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre
outras:
[...]
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
Letra e.

005. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–GO/2021) Célia deu à luz Pedro em estabelecimento de


atenção à saúde da gestante, de modo que, segundo dispõe expressamente o Estatuto da
Criança e do Adolescente,
a) devem ser aplicados protocolos para rastreamento e diagnóstico de eventual depressão
pós-parto em Célia, e, em caso de confirmação, com notificação compulsória à rede de prote-
ção à criança do território da família.
b) cometerá crime, ainda que de forma culposa, o dirigente do estabelecimento se deixar de
fornecer a Célia, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento onde constem as inter-
corrências do parto e do desenvolvimento de Pedro.
c) na ausência de pais ou responsável legal, caso Célia seja adolescente, a liberação da alta
hospitalar na companhia de Pedro está condicionada a prévia autorização judicial ou do Con-
selho Tutelar.
d) incidirão em infração administrativa o enfermeiro ou dirigente de estabelecimento caso dei-
xem de identificar corretamente Pedro por ocasião do parto mediante o registro de sua impres-
são plantar.
e) se Célia manifestar interesse em entregar Pedro para adoção, deve o estabelecimento, ouvi-
do o pai indicado, comunicar o fato, imediatamente, ao Ministério Público e aguardar determi-
nação quanto ao destino da criança.

A assertiva CORRETA é a B, que se enquadra nos moldes do art. 228 do Estatuto:

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à saúde


de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neo-
nato: Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Letra b.

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006. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA/2021) No procedimento de apuração de ato infra-


cional atribuído a adolescente, conforme previsto expressamente no Estatuto da Criança e do
Adolescente, os pais ou responsável
a) serão, sem prejuízo do defensor, intimados da sentença que aplicar medida de internação ou
regime de semiliberdade quando não for encontrado o adolescente.
b) assumirão, mediante termo, o compromisso de comparecer, quando intimados da data, pe-
rante o representante do Ministério Público para serem ouvidos, sempre que lhes for entregue,
pela autoridade policial, adolescente apreendido em flagrante.
c) devem dar sua anuência para possibilitar a inclusão de medida socioeducativa em remissão
pré-processual concedida pelo representante do Ministério Público.
d) serão citados dos termos da representação, cientificados do prazo de resposta e notificados
a comparecer à audiência de apresentação acompanhados do adolescente.
e) se, devidamente notificados, não comparecerem na audiência de apresentação, serão con-
duzidos coercitivamente, exceto se estiver internado provisoriamente o adolescente, hipótese
em que lhe será nomeado curador especial.

A assertiva A está CORRETA, conforme o previsto no art. 190, III, do Estatuto:

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semiliberdade
será feita:
[...]
III – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defen-
sor.
Letra a.

007. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA) Quanto à substituição de uma medida socioedu-


cativa por outra, prevê expressamente a legislação federal em vigor que
a) a decisão de substituição da internação por outra medida mais branda deve observar, entre
outros, os critérios da gravidade do ato infracional, dos antecedentes e do tempo de duração
da medida.
b) a obrigação de reparar o dano poderá ser substituída por outra medida adequada se, de-
vidamente intimado, o adolescente não restituir a coisa ou ressarcir o dano no prazo fixado
na sentença.
c) a liberdade assistida, embora fixada pelo prazo mínimo de seis meses, pode, a qualquer
tempo, ser substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) o Referência socioeducativo do local de prestação de serviços à comunidade proporá a
substituição da medida por outra mais adequada em caso de incompatibilidade do adolescen-
te com a tarefa a ele atribuída.

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e) a medida de semiliberdade aplicada como forma de transição para o meio aberto será subs-
tituída pela medida de internação se o adolescente, durante seu cumprimento, praticar novo
ato infracional grave.

A assertiva C está CORRETA, conforme o previsto no art. 118, §2º, do Estatuto, que afirma:

A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.
Letra c.

008. (FCC/DPE–PR/2017) O art. 2º, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente,


assevera que, nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pes-
soas entre dezoito e vinte e um anos de idade. O próprio Estatuto prevê, de maneira expressa,
específica e literal, que a liberação será compulsória SOMENTE aos vinte e um anos de idade
em relação à(s) seguinte(s) medida(s) socioeducativa(s):
a) internação, semiliberdade, liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade.
b) internação, semiliberdade, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade e obri-
gação de reparar o dano.
c) internação e liberdade assistida.
d) internação, semiliberdade e liberdade assistida.
e) internação, apenas.

A assertiva E está CORRETA, nos termos do art. 121, §5º, do Estatuto:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
[...]
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
Letra e.

009. (FCC/INSPETOR DE POLÍCIA LEGISLATIVA/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FE-


DERAL/2018) O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990) estabelece que,
verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
medidas socioeducativas. De acordo com esta lei, considere:
I – A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.
II – A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, por período mínimo de seis meses, junto a entidades assistenciais, hos-

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pitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comu-


nitários ou governamentais.
III – A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada
para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente e não poderá ser fixada em
período excedente a seis meses.
IV – Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter-
minar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do
dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
V – O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de
transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, indepen-
dentemente de autorização judicial.

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I, III e IV.
b) II, III e V.
c) I, II e V.
d) II, III e IV.
e) I, IV e V.

Os erros e acertos estão descritos abaixo.

Assertiva Justificativa

CORRETA, pois foi descrita como o


previsto no art. 115 do Estatuto que
I – A advertência consistirá em
afirma:
admoestação verbal, que será reduzida
A advertência consistirá em
a termo e assinada.
admoestação verbal, que será reduzida
a termo e assinada.

ERRADA, pois viola o disposto no art.


117 do Estatuto:
II – A prestação de serviços comunitários
A prestação de serviços comunitários
consiste na realização de tarefas
consiste na realização de tarefas
gratuitas de interesse geral, por
gratuitas de interesse geral, por
período mínimo de seis meses, junto
período não excedente a 6 meses,
a entidades assistenciais, hospitais,
junto a entidades assistenciais,
escolas e outros estabelecimentos
hospitais, escolas e outros
congêneres, bem como em programas
estabelecimentos congêneres, bem
comunitários ou governamentais.
como em programas comunitários ou
governamentais.

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Assertiva Justificativa

ERRADA, pois viola disposição do art.


118, §2º, do Estatuto:

Art. 118 do ECA. A liberdade assistida


será adotada sempre que se afigurar
III – A liberdade assistida será adotada a medida mais adequada para o fim
sempre que se afigurar a medida mais de acompanhar, auxiliar e orientar o
adequada para o fim de acompanhar, adolescente.
auxiliar e orientar o adolescente e [...]
não poderá ser fixada em período § 2º A liberdade assistida será
excedente a seis meses. fixada pelo prazo mínimo de 6
meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por
outra medida, ouvido o orientador, o
Ministério Público e o defensor.

CORRETA, conforme a disposição do art.


IV – Em se tratando de ato infracional 116 do Estatuto:
com reflexos patrimoniais, a autoridade Em se tratando de ato infracional com
poderá determinar, se for o caso, que o reflexos patrimoniais, a autoridade
adolescente restitua a coisa, promova poderá determinar, se for o caso, que o
o ressarcimento do dano, ou, por outra adolescente restitua a coisa, promova
forma, compense o prejuízo da vítima. o ressarcimento do dano, ou, por outra
forma, compense o prejuízo da vítima.

CORRETA, conforme a disposição do art.


V – O regime de semiliberdade pode ser 120 do Estatuto:
determinado desde o início, ou como O regime de semiliberdade pode ser
forma de transição para o meio aberto, determinado desde o início, ou como
possibilitada a realização de atividades forma de transição para o meio aberto,
externas, independentemente de possibilitada a realização de atividades
autorização judicial. externas, independentemente de
autorização judicial.
Pelos motivos expostos acima, deve-se assinalar a assertiva E, considerando que as asserti-
vas I, IV e V estão CORRETAS.
Letra e.

010. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2019) No curso do procedimento de apuração de


ato infracional atribuído a adolescente ou do processo de execução de medida socioeduca-
tiva, tal como previstos na Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na Lei n.
12.594/12 (Lei do Sinase),

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a) no procedimento de apuração de ato infracional, se o adolescente, pessoalmente citado, não


apresentar resposta nem constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la no prazo
de 10 dias.
b) se os pais do adolescente privado de liberdade não contribuírem para o processo resso-
cializador, o programa de atendimento poderá suspender, sem necessidade de determinação
judicial, as saídas de finais de semana do adolescente para visita à família.
c) não sendo localizado o adolescente para dar início ao cumprimento da medida socioedu-
cativa em meio aberto, o juiz determinará o sobrestamento do processo de execução, até o
decurso do prazo prescricional, renovando-se periodicamente as buscas pelo executado.
d) se o adolescente entregue aos pais pela autoridade policial após apreensão em flagrante
não for apresentado para oitiva informal, o representante do Ministério Público determinará,
com ajuda das polícias civil e militar, sua condução coercitiva.
e) quando não for encontrado o adolescente, a intimação da sentença que aplicar medida de
internação ou regime de semiliberdade será feita a seus pais ou responsável, sem prejuízo
do defensor.

A assertiva CORRETA é a E, nos termos do art. 190, II, do Estatuto, que afirma:

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade
será feita:
I – ao adolescente e ao seu defensor;
II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
Letra e.

011. (FCC/AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVO/AL–MS/2016) Sobre a prática de ato infra-


cional à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, é INCORRETO afirmar que a
a) medida socioeducativa de internação pode ser determinada por descumprimento reiterado
e injustificável da medida anteriormente imposta.
b) internação, antes da sentença, poderá ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e
cinco dias.
c) medida socioeducativa de internação não poderá exceder em nenhuma hipótese três anos,
liberando-se compulsoriamente o menor infrator aos vinte e um anos de idade.
d) medida socioeducativa de liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de trinta dias,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
e) remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabi-
lidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação

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de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e


a internação.

Note que a banca procura a alternativa INCORRETA e, neste caso, deve-se assinalar a assertiva
D, que viola o previsto no art. 118, §2º, que afirma:

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para
o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
[...]
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público
e o defensor.
Todas as demais assertivas estão CORRETAS, a teor do disposto no Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Letra d.

012. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–ES/2016) Ao final do procedimento de apuração de


ato infracional o juiz aplica ao adolescente medida socioeducativa de internação, sem fixação
de prazo de duração. Ao receber a notícia pelo Defensor Público, o adolescente pergunta a
quanto tempo de internação foi “condenado”. Conforme previsto em lei, a resposta mais corre-
ta do Defensor ao adolescente seria a de que a medida
a) durará de seis meses a três anos caso o adolescente seja primário e de um ano a três anos
caso seja reincidente.
b) durará no máximo cinco anos, podendo o adolescente ser transferido para semiliberdade
desde que tenha bom comportamento e cumpra pelo menos 10 meses de internação.
c) pode ser substituída por outra medida mais branda a qualquer tempo e não pode ultrapassar
três anos de duração.
d) foi aplicada pelo prazo mínimo de seis meses, ao término do qual a medida pode ser prorro-
gada, sucessivamente, não podendo ultrapassar o limite máximo de quatro semestres.
e) durará o tempo necessário para o que adolescente seja considerado apto a regressar ao
convívio social com baixo risco de reincidência ou, até que, antes disso, complete 18 anos.

A assertiva CORRETA é a C, conforme o previsto no art. 121, §3º, do Estatuto, que afirma:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
[...]
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
Letra c.
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013. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–BA/2016) Segundo dispõe a legislação em vi-


gor, a medida
a) socioeducativa de internação implica privação de liberdade, sendo permitida a realização
de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
judicial em contrário.
b) protetiva de obrigação de reparar o dano pode ser aplicada pelo Conselho Tutelar a crianças
e adolescentes, com fundamento no fato de elas terem depredado o espaço escolar.
c) restaurativa de frequência obrigatória a programas comunitários de tratamento pode ser
aplicada pelo Ministério Público, com fundamento no fato de serem a criança ou o adolescente
portadores de doença ou deficiência mental.
d) protetiva de acolhimento familiar, aplicada pela autoridade judiciária, consiste no auxílio
financeiro prestado pelo estado a parentes próximos com os quais conviva a criança ou ado-
lescente cujos pais renunciaram ao poder familiar.
e) de advertência pode ser aplicada pelo juiz a pais ou responsável, sob fundamento de terem
cometido a infração administrativa de submeter criança ou adolescente sob sua guarda a ve-
xame ou constrangimento.

A assertiva A está CORRETA, a teor do art. 121, §1º, do Estatuto, que afirma:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário.
Letra a.

014. (FCC/PEDAGOGO/DPE–SP/2015) Em relação às medidas socioeducativas previstas no


Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez verificada a prática de ato infracional, a autori-
dade competente poderá, dentre outras, aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
a) internação em instituições correcionais, participação em grupos de trabalho forçado e repa-
ração material.
b) prestação de trabalhos sem remuneração, reparação dos danos causados à pessoa lesada
e multa proporcional a perdas materiais.
c) medidas corretivas por meio de cursos em período integral e aconselhamento psicológico
e/ou terapêutico.
d) acompanhamento familiar durante a internação, prestação de trabalhos ao Estado e à co-
munidade e reposição material.
e) advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade e internação
em estabelecimento educacional.

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EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS
E PEDAGÓGICOS
Ato Infracional
Fabiana Borges

As medidas socioeducativas existentes estão descritas na assertiva E, motivo pelo qual deve
ser assinalada. Tudo conforme o art. 112 do Estatuto:

Art. 112 – Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Letra e.

015. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–GO/2015) O juiz da infância e da juventude poderá conce-


der a remissão ao adolescente, autor de ato infracional,
a) apenas como forma de suspensão do processo.
b) como forma de suspensão ou extinção do processo.
c) como forma de exclusão, suspensão ou extinção do processo.
d) apenas como forma de exclusão do processo.
e) apenas como forma de extinção do processo.

A assertiva B é a CORRETA, conforme o previsto no art. 148, II, do Estatuto, que afirma:

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente


para:
[...]
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
Letra b.

016. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL–DIREITO/MPE–CE/2013) Considere as seguintes as-


sertivas a respeito da Internação como medida socioeducativa:

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Ato Infracional
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I – Em nenhuma hipótese, o período máximo de internação excederá a dois anos.


II – A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
III – Durante o período de internação, exceto provisória, serão obrigatórias atividades peda-
gógicas.
IV – Em regra, será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica
da entidade.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, está correto o que consta APENAS em:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) III e IV.

A assertiva D está CORRETA, pelas razões abaixo descritas.

Assertiva Justificativa

CORRETA, nos termos do art. 121, §2º,


do Estatuto:
II – A medida não comporta prazo
A medida não comporta prazo
determinado, devendo sua manutenção
determinado, devendo sua manutenção
ser reavaliada, mediante decisão
ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis
fundamentada, no máximo a cada seis
meses.
meses.

CORRETA, nos termos do art. 121, §1º,


do Estatuto:
IV – Em regra, será permitida a
Será permitida a realização de
realização de atividades externas, a
atividades externas, a critério da equipe
critério da equipe técnica da entidade.
técnica da entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.

ERRADA, nos termos do art. 121, §3º, do


Estatuto:
Art. 121.
I – Em nenhuma hipótese, o período
[...]
máximo de internação excederá a dois
§ 3º Em nenhuma hipótese o período
anos.
máximo de internação excederá a três
anos.

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Ato Infracional
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Assertiva Justificativa

ERRADA, nos termos do art. 123,


parágrafo único, do Estatuto:
III – Durante o período de internação, Art. 123. Parágrafo único. Durante
exceto provisória, serão obrigatórias o período de internação, inclusive
atividades pedagógicas. provisória, serão obrigatórias
atividades pedagógicas.

Letra d.

017. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–PB/2014) Com relação à medida socioeducativa apli-


cada a adolescente autor de ato infracional, é correto afirmar:
a) No caso de ser ela a medida de advertência, esta será sempre na modalidade verbal, sem
necessidade de redução de seu teor a termo.
b) Não será levada em conta a gravidade da infração praticada.
c) Em algumas hipóteses, poderá ser determinada a imposição de trabalho forçado, se o ado-
lescente já tiver completado dezesseis anos de idade.
d) A imposição do cumprimento de medida de semiliberdade se dará sempre como forma
derivada de inserção em regime mais brando, não podendo o adolescente iniciar seu acompa-
nhamento nessa modalidade.
e) Levar-se-á em conta, para sua aplicação, a capacidade de o adolescente cumpri-la.

A assertiva CORRETA é a E, nos termos do art. 112, §1º, do Estatuto, que afirma:

A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias


e a gravidade da infração.
Letra e.

018. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–PB/2014) Tomando por base as disposições trazidas


pelo Estatuto da Criança e do Adolescente com relação à apuração de ato infracional praticado
por adolescente, pode-se afirmar:
a) Se a autoridade policial que receber a ocorrência entender não ser caso de apreensão do
adolescente em flagrante, mas ainda houver indícios de sua participação na prática de ato
infracional, fará ela o encaminhamento de relatório de investigação e demais documentos ao
representante do Ministério Público.
b) Em caso de não liberação do adolescente acusado da prática de ato infracional, a autorida-
de policial o encaminhará ao representante do Ministério Público e, em não sendo possível a
apresentação imediata e não houver entidade de atendimento na região a recebê-lo, o mesmo

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permanecerá na repartição policial em local apropriado e separado dos demais, no período


máximo de uma semana.
c) Em caso de flagrante por ato infracional não cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa, a autoridade policial deverá lavrar auto de apreensão em flagrante, não podendo
substituí-lo por registro de boletim de ocorrência circunstanciado, remetendo-o à autoridade
competente.
d) Em caso de apreensão em flagrante envolvendo coautoria entre adolescente e maior, mes-
mo onde houver repartição policial especializada para atendimento do primeiro, prevalecerá a
repartição policial comum, haja vista que, nesse caso, deverá ser lavrado o auto de prisão em
flagrante delito.
e) Apresentado o adolescente ao representante do Ministério Público, este procederá à sua
oitiva informal, sempre que estiver acompanhado de seus pais ou responsável e, em caso de
ausência destes no ato, procederá à redesignação de data.

A assertiva A é a CORRETA, nos termos do art. 177 do Estatuto que afirma:

Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de


ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório
das investigações e demais documentos.
Letra a.

019. (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ–CE/2014) Com relação à medida socioeducativa de inter-


nação, o Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe que
a) deverá ser cumprida em estabelecimento que mantenha atividades pedagógicas, salvo no
caso da internação provisória e da internação-sanção.
b) o adolescente a ela submetido poderá peticionar diretamente a qualquer autoridade.
c) será aplicada quando o adolescente não conseguir cumprir a medida de semiliberdade im-
posta, em razão da ausência de respaldo familiar.
d) pode ser determinada em razão do descumprimento injustificado e reiterado de medida an-
teriormente imposta, com duração de até seis meses.
e) pode ser determinada em razão de reiteração no cometimento de outras infrações graves,
desde que a prática atual tenha sido praticada com violência ou grave ameaça à pessoa.

A assertiva B está CORRETA, nos termos do art. 124, II, do Estatuto, que afirma:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Letra b.

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020. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2013) O adolescente Renan foi ouvido pelo Pro-


motor de Justiça da Vara Especial da Infância e Juventude da Comarca da Capital, nos termos
do art. 179 do Estatuto da Criança e do Adolescente, após ter sido surpreendido em um super-
mercado, tentando subtrair chocolates. Após a oitiva informal, o d. Promotor decidiu pela con-
cessão de remissão, submetendo-a à homologação judicial. Tal instituto refere-se à remissão
como forma de
a) perdão judicial.
b) suspensão do processo.
c) extinção do processo.
d) exclusão do processo.
e) arquivamento dos autos.

Note que a decisão de conceder REMISSÃO a Renan foi, antes do procedimento judicial, hipó-
tese de EXCLUSÃO DO PROCESSO, como o previsto no art. 126 do Estatuto:

Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do


Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo
às circunstâncias e consequências do fato, o contexto social, bem como à personalidade do adoles-
cente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Letra d.

021. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–AM/2013) O adolescente João, aluno do 6º ano do


ensino fundamental, foi apreendido em razão de suposta prática de ato infracional equiparado
ao crime de roubo. Sua genitora, a fim de auxiliar na instrução processual e na defesa de seu
filho, solicitou à escola onde João estuda declaração de matrícula escolar. Dessa forma, o dire-
tor da escola tomou conhecimento da apreensão e, como já desejava expulsar o aluno, acabou
divulgando aos demais alunos, sem autorização, que João estava respondendo pela prática de
ato infracional, utilizando-o como mau exemplo. O Diretor, em tese
a) praticou infração administrativa prevista pelo ECA.
b) praticou o crime de quebra de sigilo previsto pelo ECA.
c) praticou crime de quebra de sigilo e infração administrativa, ambos previstos pelo ECA.
d) praticou crime de difamação previsto pelo ECA.
e) não praticou crime, tampouco infração administrativa prevista pelo ECA.

A conduta do diretor é considerada como infração administrativa do Estatuto, conforme o pre-


visto no art. 247 do Estatuto:

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Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome,
ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adoles-
cente a que se atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Letra a.

022. (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO–PSICÓLOGO/TJ–PE/2012) No tocante ao adolescente


que pratica ato infracional, o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente
a) determina privação da liberdade sem que haja obrigatoriedade de frequência à institui-
ção escolar.
b) obriga sempre o acolhimento institucional ainda que não haja flagrante.
c) prevê obrigação de reparar o dano ou conforme determinação do juiz, compensar o prejuízo
da vítima.
d) destitui o poder familiar como forma preventiva.
e) determina sempre o acolhimento em presídio comum, ressalvando o prazo máximo de 120
dias determinado em sentença judicial

Diante do enunciado e da previsão do art. 112 do Estatuto, deve-se assinalar a assertiva C, que
está nos moldes do artigo citado:

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adoles-
cente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
Letra c.

023. (FCC/JUIZ/TJ–GO/2012) Na medida socioeducativa de prestação de serviços à comuni-


dade, segundo definição legal, as tarefas a serem executadas pelo adolescente
a) devem ser gratuitas e por período não excedente a três meses.
b) podem ser realizadas em programas comunitários e em jornada máxima de oito ho-
ras semanais.
c) não podem prejudicar a frequência à escola, a jornada normal de trabalho e as tarefas do-
mésticas diárias do adolescente.
d) devem ser de interesse geral, exceto quando aplicadas como forma de reparar o dano sofri-
do pela vítima.
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e) devem seguir o regime da aprendizagem se o adolescente ainda não tiver completado 16


anos de idade.

A assertiva B é a CORRETA, nos termos do art. 117, parágrafo único, do Estatuto:

Art. 117 – A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de


interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou gover-
namentais;
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser
cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho;
Letra b.

024. (FCC/ANALISTA MINISTERIAL–ÁREA JURÍDICA/MPE–PE/2012) Sobre a apuração de


ato infracional atribuído a adolescente e a atuação do Ministério Público, é certo que:
a) Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente, à audiên-
cia de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução
coercitiva.
b) A representação para a autoridade judiciária para aplicação de medida socioeducativa de-
pende de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
c) Sendo impossível a apresentação imediata do adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que
fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de quarenta e oito horas.
d) Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará no prazo de cinco dias ao
representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
e) O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente
internado provisoriamente, será de sessenta dias.

A assertiva CORRETA é a A, nos termos do art. 187, do Estatuto, que afirma:

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência


de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coerci-
tiva.
Letra a.

025. (FCC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE–CE/2011) Como estratégia para prevenir violação


de direito da criança e do adolescente, bem como responsabilizar os violadores, o Estatuto da
Criança e do Adolescente tipificou como

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a) crime exibir filme classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças e ado-
lescentes admitidos ao espetáculo.
b) crime deixar o médico responsável por estabelecimento de atenção à saúde de comunicar
à autoridade os casos de que tenha conhecimento envolvendo suspeita de maus tratos con-
tra criança.
c) infração administrativa deixar a autoridade competente de efetuar a inclusão de crianças
em condições de serem adotadas no respectivo cadastro.
d) infração administrativa deixar a autoridade policial de comunicar a apreensão da criança ou
adolescente à família do apreendido.
e) infração administrativa a venda de fogos de estampido ou de artifício a criança ou adolescente.

A assertiva C é a CORRETA, nos moldes do art. 258-A do Estatuto, que está previsto no capítulo
II – Das Infrações Administrativas:

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização


dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Letra c.

026. (FCC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/TJ–AP/2011) De acordo


com o Estatuto da Criança e do Adolescente, podem cometer atos infracionais
a) as crianças, apenas.
b) os adolescentes, apenas.
c) o adolescente e o adulto que ainda não completou 21 anos.
d) as crianças a partir de 9 anos de idade.
e) tanto a criança quanto o adolescente.

Tanto a criança como o adolescente podem cometer ato infracional. A repercussão do ato in-
fracional cometido é que é diferente se for criança ou se for adolescente.
Sendo criança, a medida será de proteção; sendo adolescente, será medida socioeducativa.
Letra e.

027. (FCC/JUIZ/TJ–PE/2011) No que concerne aos crimes praticados contra a criança e o


adolescente, estabelecidos na Lei n. 8.069/90, é correto afirmar que
a) não se aplicam as normas da Parte Geral do Código Penal.
b) são tipificadas apenas condutas comissivas.
c) não há previsão de delito culposo.
d) são de ação pública incondicionada.
e) são sempre apenados com reclusão.

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A assertiva CORRETA é a D, conforme o previsto no art. 227 do Estatuto:

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
As demais assertivas estão ERRADAS pelos motivos abaixo descritos.

Assertiva Justificativa

Errada, pois viola o art. 226 do Estatuto:


Aplicam-se aos crimes definidos
a) não se aplicam as normas da Parte
nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal.
Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.

Errada, pois viola o art. 225 do Estatuto:


Este Capítulo dispõe sobre crimes
b) são tipificadas apenas condutas
praticados contra a criança e o
comissivas.
adolescente, por ação ou omissão,
sem prejuízo do disposto na legislação
penal.

c) não há previsão de delito culposo. Errada, pois viola os arts. de 228 a 236,
do Estatuto, permitem modalidade
culposa e, ainda nestes mesmos
e) são sempre apenados com reclusão. artigos, há previsão de pena de
detenção.
Letra d.

028. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–RS/2011) Em relação às medidas socioeducativas, é


INCORRETO afirmar:
a) A remissão concedida ao adolescente não pode ser cumulada com medida socioeducativa
de semiliberdade.
b) Quando aplicada a medida socioeducativa de liberdade assistida, não é obrigatória a intima-
ção pessoal do adolescente.
c) A medida socioeducativa de semiliberdade possibilita a realização de atividades externas
independentemente de autorização judicial.
d) As medidas socioeducativas privativas de liberdade estão sujeitas aos princípios da brevi-
dade, excepcionalidade e respeito à peculiar condição de pessoa em desenvolvimento.
e) A prestação de serviços à comunidade será estabelecida pelo prazo mínimo de 6 (seis) meses.

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Observe que a banca procura a assertiva INCORRETA, assim, deve-se assinalar a E, que viola o
previsto no art. 117 do Estatuto:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
As demais assertivas são todas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Letra e.

029. (FCC/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS/MPE–RS/2010) Na apuração de ato infracional


praticado por adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, deve ser obser-
vada, dentre outras regras, a seguinte:
a) a internação de adolescente perigoso, que for decretada ou mantida pela autoridade judici-
ária, poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
b) inexistindo na comarca entidade apropriada para cumprimento de medida socioeducativa
consistente em internação, o adolescente será entregue aos seus pais ou responsáveis.
c) no caso de flagrante, em qualquer hipótese, a autoridade deve lavrar auto de apreensão, ou-
vindo testemunhas e o adolescente.
d) recebendo o adolescente e as peças policiais, o representante do Ministério Público, se não
for o caso de arquivamento, deverá representar ao juiz para concessão de remissão ou de apli-
cação de medida socioeducativa.
e) a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de, no
máximo, quarenta e cinco dias, improrrogáveis.

A assertiva E está CORRETA, conforme o previsto no art. 183 do Estatuto:

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescen-
te internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
As demais assertivas estão ERRADAS pelos motivos abaixo descritos.

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Assertiva Justificativa

a) A internação de adolescente
A assertiva A está ERRADA, pois viola o
perigoso, que for decretada ou mantida
disposto no artigo 185, do Estatuto:
pela autoridade judiciária, poderá
A internação mantida pela autoridade
ser cumprida em estabelecimento
judiciária não poderá ser cumprida em
prisional.
estabelecimento prisional.

A assertiva B está ERRADA, pois viola o


b) Inexistindo na comarca entidade
disposto no art. 185, §1º, do Estatuto:
apropriada para cumprimento de
Art. 185, § 1º. Inexistindo na comarca
medida socioeducativa consistente
entidade com as características
em internação, o adolescente
definidas no art. 123, o adolescente
será entregue aos seus pais ou
deverá ser imediatamente
responsáveis.
transferido para a localidade mais
próxima.

A assertiva A está ERRADA, pois viola o


disposto no art. 173, parágrafo único, do
Estatuto:
Art. 173. Em caso de flagrante de ato
infracional cometido mediante violência
c) No caso de flagrante, em qualquer ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
hipótese, a autoridade deve lavrar auto policial, sem prejuízo do disposto nos
de apreensão, ouvindo testemunhas e arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
o adolescente.
[...]

Parágrafo único. Nas demais hipóteses


de flagrante, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim
de ocorrência circunstanciada.

A assertiva A está ERRADA, pois viola o


disposto no art. 180, III, do Estatuto:
Art. 180. Adotadas as providências
d) Recebendo o adolescente e as
a que alude o artigo anterior, o
peças policiais, o representante do
representante do Ministério Público
Ministério Público, se não for o caso de
poderá:
arquivamento, deverá representar ao
[...]
juiz para concessão de remissão ou de
aplicação de medida socioeducativa.
III – representar à autoridade
judiciária para aplicação de medida
socioeducativa.
Letra e.

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030. (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE–SP/2010) Segundo prevê o Estatuto da Criança e do


Adolescente, quando uma criança pratica ato infracional,
a) deve o Conselho Tutelar representar à autoridade judiciária para fins de aplicação de quais-
quer das medidas pertinentes aos pais ou responsável.
b) fica sujeita à aplicação de medidas específicas de proteção de direitos pelo Conselho Tute-
lar ou Poder Judiciário, conforme o caso.
c) é vedada a lavratura de boletim de ocorrência, devendo a vítima se quiser registrar o fato
junto ao Conselho Tutelar.
d) tratando-se de flagrante, deve ser encaminhada imediatamente, ou no primeiro dia útil se-
guinte, à presença da autoridade judiciária.
e) ela não está sujeita a medida de qualquer natureza, uma vez que crianças não praticam ato
infracional.

A criança, quando pratica ato infracional, não sofre medida socioeducativa, e sim medida pro-
tetiva, portanto, neste caso, a competência é do Conselho Tutelar e Poder Judiciário, a teor do
art. 105 do Estatuto.
Letra b.

031. (FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC–RN/2021) João, com 17 anos, 11 meses e 29 dias de


idade, fisicamente desenvolvido e plenamente consciente dos seus atos, foi conduzido à dele-
gacia de polícia por ter sido detido no momento em que praticava uma conduta que se enqua-
drava em descrição típica do Código Penal Brasileiro, à qual era cominada pena mínima de 3
anos de reclusão e cuja persecução penal se iniciava mediante ação penal pública.
Nesse caso, à luz da sistemática constitucional vigente, João:
a) responderá por ato infracional e, por força do princípio da paridade, sofrerá medida privativa
de liberdade por prazo idêntico à pena cominada ao crime;
b) responderá por ato infracional e, caso sofra medida privativa de liberdade, devem ser obser-
vados os princípios da brevidade e da excepcionalidade;
c) responderá por crime, considerando a sua condição física e plena consciência dos atos pra-
ticados, mas não poderá sofrer a pena de reclusão;
d) responderá por crime, considerando a data provável de início da persecução penal, mas de-
verá ser recolhido em cela separada;
e) não responderá pela conduta, considerando a pena cominada e a sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento;

Observe que João, quando da praticado o ato infracional, tinha a idade de 17 anos, 11 meses e
29 dias, ou seja, é adolescente, a teor do previsto no art. 2º do Estatuto, que afirma:

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Ato Infracional
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Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incomple-
tos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Portanto, João responderá por ato infracional e, caso sofra medida restritiva de liberdade, tal
medida socioeducativa deverá observar os princípios de brevidade e excepcionalidade, o que
está previsto no art. 121 do Estatuto:

A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio-
nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Letra b.

032. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2019) Gabriel, ado-


lescente com 17 anos de idade, entrou armado em uma loja de conveniência na cidade de Belo
Horizonte, Minas Gerais, exigindo que o operador de caixa entregasse todo o dinheiro que ali
existisse. Um dos clientes da loja, policial civil em folga, reagiu ao assalto, atirando em Gabriel,
mas não acertando.
Assustado, Gabriel empreendeu fuga, correndo em direção a Betim, comarca limítrofe a Belo
Horizonte e onde residem seus pais, lá sendo capturado por policiais que se encontravam em
uma viatura.
Sobre o caso, assinale a opção que indica quem será competente para as medidas judiciais ne-
cessárias, inclusive a eventual estipulação de medida socioeducativa, desconsiderando qual-
quer fator de conexão, continência ou prevenção.
a) O Juiz da Infância e da Juventude da comarca de Belo Horizonte, ou o juiz que exerce essa
função, por ser a capital do estado.
b) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca de Belo
Horizonte, por ser o foro onde ocorreu o ato infracional cometido por Gabriel.
c) O Juiz Criminal da comarca de Betim, por ser onde residem os pais do adolescente.
d) O Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, da comarca de Betim,
por ser onde residem os pais do adolescente.

A assertiva B está CORRETA. Como o fato ocorreu na cidade de Belo Horizonte, tem de ser
observado o art. 147 do Estatuto que prevê:

A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o Juiz que exerce essa
função, na forma da Lei de Organização Judiciária local.
§ 1º Nos casos de ato infracional, será sempre competente a autoridade do lugar da ação ou omis-
são, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
Letra b.

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Ato Infracional
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033. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2018) Joaquim,


adolescente com 15 anos de idade, sofre repetidas agressões verbais por parte de seu pai,
José, pessoa rude que nunca se conformou com o fato de Joaquim não se identificar com
seu sexo biológico. Os atentados verbais chegaram ao ponto de lançar Joaquim em estado de
depressão profunda, inclusive sendo essa clinicamente diagnosticada.
Constatada a realidade dos fatos acima narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Os fatos descritos revelam circunstância de mero desajuste de convívio familiar, não des-
pertando relevância criminal ou de tutela de direitos individuais do adolescente, refugindo do
alcance da Lei n. 8.069/90 (ECA).
b) O juízo competente poderá determinar o afastamento de José da residência em que vive
com Joaquim, como medida cautelar para evitar o agravamento do dano psicológico do ado-
lescente, podendo, inclusive, fixar pensão alimentícia provisória para o suporte de Joaquim.
c) O juiz poderá afastar cautelarmente José da moradia comum com Joaquim, sem que isso
implique juízo definitivo de valor sobre os fatos – razão pela qual não é viável a estipulação de
alimentos ao adolescente, eis que irreversíveis.
d) A situação descrita não revela motivação legalmente reconhecida como suficiente a deter-
minar o afastamento de José da moradia comum, recomendando somente o aconselhamento
educacional do pai.

A assertiva B está CORRETA, pois a situação vivenciada por Joaquim encontra amparo no art.
130 do Estatuto:

Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsá-
vel, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da
moradia comum. Da medida cautelar constará ainda a fixação provisória de alimentos.
Letra b.

034. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX–PRIMEIRA FASE/2018) Em cumpri-


mento de mandado de busca e apreensão do Juízo Criminal, policiais encontraram fotografias
de adolescentes vestidas, em posições sexuais, com foco nos órgãos genitais, armazenadas
no computador de um artista inglês. O advogado do artista, em sua defesa, alega a ausência
de cena pornográfica, uma vez que as adolescentes não estavam nuas, e que a finalidade do
armazenamento seria para comunicar às autoridades competentes.
Considerando o crime de posse de material pornográfico, previsto no Art. 241-B do ECA, mere-
cem prosperar os argumentos da defesa?
a) Sim, pois, para caracterização da pornografia, as adolescentes teriam que estar nuas.
b) Não, uma vez que bastava afirmar que as fotos são de adolescentes, e não de crianças.

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c) Sim, uma vez que a finalidade do artista era apenas a de comunicar o fato às autoridades
competentes.
d) Não, pois a finalidade pornográfica restou demonstrada, e o artista não faz jus a excludente
de tipicidade.

A assertiva D está CORRETA, pois a conduta do artista se enquadra na previsão do art. 241-B
do Estatuto que estabelece:

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
O tipo não determina que as fotos tenham de ser com a criança ou adolescente NUA.
Mesmo que ele afirmasse que sua intenção seria comunicar às autoridades competentes, ele
não se enquadra nas excludentes de ilicitude do art. 241-B:

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades


competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quan-
do a comunicação for feita por:
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais,
o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste pará-
grafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por
meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade
policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.
Letra d.

035. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXII/2017) Mariano, 59 anos de idade, pos-


suía em sua residência 302 vídeos e fotografias com cenas de sexo explícito envolvendo ado-
lescentes. Descobertos os fatos, foi denunciado pela prática de 302 crimes do Art. 241-B da
Lei n. 8.069/90 (“Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra
forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente”), em concurso material, sendo descrito que possuía o material proibido. Os ado-
lescentes das imagens não foram localizados. Encerrada a instrução e confirmados os fatos,
o Ministério Público pugnou pela condenação nos termos da denúncia. Em sede de alegações
finais, diante da confissão do acusado e sendo a prova inquestionável, sob o ponto de vista
técnico, o advogado de Mariano deverá pleitear:
a) a absolvição de Mariano, tendo em vista que ele não participava de nenhuma das cenas de
sexo explícito envolvendo adolescente.
b) o reconhecimento de crime único do Art. 241-B da Lei n. 8.069/90.
c) o reconhecimento do concurso formal de crimes entre os 302 delitos praticados.
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d) a extinção da punibilidade do acusado, em razão do desinteresse dos adolescentes em ver


Mariano processado.

A assertiva B está CORRETA, conforme previsão legal.


O art. 241-B do Estatuto estabelece como crime único, uma vez que Mariano tinha mais de um
vídeo, todavia, no mesmo contexto, veja o que também configura crime único:

Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Letra b.

036. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/2016) O adolescente X cometeu ato


infracional equiparado a crime de roubo, mediante grave ameaça à pessoa. Apreendido com
a observância dos estreitos e regulares critérios normativos estabelecidos pelo sistema jurídi-
co, apurou-se que o jovem havia cometido um ato infracional anterior equiparável ao crime de
apropriação indébita.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) É incabível a aplicação de medida de internação, o que é autorizado apenas em caso de rei-
teração no cometimento de outras faltas anteriores ou simultâneas, igualmente graves.
b) É aplicável apenas a medida de regime de semiliberdade em razão da prática de ato infracio-
nal mediante grave ameaça à pessoa.
c) É aplicável a medida de internação em razão da prática de ato infracional mediante grave
ameaça à pessoa, mesmo não sendo hipótese de reiteração da conduta idêntica por parte do
adolescente.
d) É incabível a aplicação de medida de internação, haja vista que essa somente poderia se dar
em caso de descumprimento reiterado de injustificável medida imposta em momento anterior
ao adolescente.

A assertiva C está CORRETA, pois está exatamente conforme previsto no Estatuto, art. 122:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
De modo que, diante do artigo acima descrito, comprova-se que as demais assertivas es-
tão ERRADAS.
Letra c.

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037. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XIX–PRIMEIRA FASE/2016) O adolescen-


te F, 16 anos, filho de Pedro, foi surpreendido por seu pai enquanto falava pela internet com
Fábio, 30 anos, que o induzia à prática de ato tipificado como infração penal. Pedro informou
imediatamente o ocorrido à autoridade policial, que instaurou a persecução penal cabível.
No caso narrado, ao induzir o adolescente F à prática de ato tipificado como infração penal, a
conduta de Fábio
a) configura crime nos termos do ECA, ainda que realizada por meio eletrônico e que não venha
a ser provada a corrupção do adolescente, por se tratar de delito formal.
b) não configura crime nos termos do ECA, pois a mera indução sem a prática do ato pelo ado-
lescente configura infração administrativa, já que se trata de delito material.
c) configura infração penal, tipificada na Lei de Contravenções Penais, mas a materialidade
do crime com a prova da corrupção do adolescente é imprescindível à condenação do réu em
observância ao princípio do favor rei.
d) não configura crime nos termos estabelecidos pelo ECA, posto que inexiste tipificação se o
ato for praticado por meio eletrônico, não havendo de se aplicar analogia em malam partem.

A assertiva A está CORRETA, pelos motivos abaixo descritos.


A Súmula 500 do Superior Tribunal de Justiça prevê:

a configuração do crime previsto no artigo 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente


independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.

O delito formal independe se o adolescente praticou ou não o crime que foi induzido.
Ainda, o art. 244-B do Estatuto tipifica como crime:

Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal
ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utili-
zando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
Letra a.

038. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XVII–PRIMEIRA FASE/2015) O adoles-


cente N. ficou conhecido no bairro onde mora por praticar roubos e furtos e ter a suposta habi-
lidade de nunca ter sido apreendido. Certa noite, N. saiu com o propósito de praticar novos atos
de subtração de coisa alheia. Diante da reação de uma vítima a quem ameaçava, N. disparou
sua arma de fogo, levando a vítima a óbito. N. não conseguiu fugir, sendo apreendido por poli-
ciais que passavam pelo local, no momento em que praticava o ato infracional.
Sobre o caso narrado, assinale a opção correta.

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a) A medida de internação não terá cabimento contra N., uma vez que somente poderá ser
aplicada em caso de reincidência no cometimento de infrações graves.
b) Mesmo estando privado de liberdade, N. poderá entrevistar-se pessoalmente com o repre-
sentante do Ministério Público, mas não terá direito a peticionar diretamente a este ou a qual-
quer autoridade que seja.
c) A medida de internação de N. é cabível por se tratar de ato infracional praticado com amea-
ça e violência contra pessoa, mesmo que não seja caso de reincidência.
d) Caso N. seja condenado por sentença ao cumprimento de medida de internação, e somente
nesse caso, tornam-se obrigatórias as intimações do seu defensor e dos pais ou responsáveis,
mesmo que o adolescente tenha sido intimado pessoalmente.

A assertiva C está CORRETA, uma vez que sua previsão está literal, como no art. 122 do Estatuto:

A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa.
Diante de tal fundamento, as demais respostas se encontram refutadas.
Letra c.

039. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–VII–PRIMEIRA FASE/2012) Joana tem 16


anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió, por ato infracional equipara-
do ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente regula situ-
ações dessa natureza, consignando direitos do adolescente privado de liberdade. Diante das
disposições aplicáveis ao caso de Joana, é correto afirmar que:
a) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima semanal, e
não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais do adolescente
internado.
b) é expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus familiares e ami-
gos, mas é vedada a possibilidade de avistar-se reservadamente com seu defensor.
c) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de pais e res-
ponsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente.
d) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em tal situação
permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais.

A assertiva D está CORRETA, a teor do previsto no art. 124, § 2º, do Estatuto, que prevê:

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A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PODERÁ SUSPENDER TEMPORARIAMENTE A VISITA, INCLUSIVE DE
PAIS OU RESPONSÁVEL, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interes-
ses do adolescente.
Complementando a assertiva, o art. 124, VI, do Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
[...]
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais
ou responsável;
A assertiva B está ERRADA, uma vez que o art. 124, III, do Estatuto, prevê:

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
[...]
III – AVISTAR-SE RESERVADAMENTE COM SEU DEFENSOR;
As assertivas A e C estão ERRADAS, conforme o disposto no art. 124 do Estatuto da Criança e
do Adolescente que afirma:

A AUTORIDADE JUDICIÁRIA PODERÁ SUSPENDER TEMPORARIAMENTE A VISITA, INCLUSIVE DE


PAIS OU RESPONSÁVEL, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interes-
ses do adolescente.
Letra d.

040. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXX–PRIMEIRA FASE/2019) Roberta pro-


duziu, em seu computador, vídeo de animação em que se percebe a simulação de atos porno-
gráficos entre crianças. O vídeo não mostra nenhuma imagem reconhecível, nenhuma pessoa
identificável, mas apresenta, inequivocamente, figuras de crianças, e bem jovens.
Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale
a afirmativa correta.
a) Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se simula a atividade pornográfica com imagens
reais de crianças.
b) É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a conduta típica de simular a
participação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio de qualquer forma de
representação visual.
c) É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de filme envolvendo
simulacro de imagem de criança ou adolescente em situação pornográfica não é reprovada
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
d) Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação suficientemente
apta a despertar a reprovabilidade criminal se reproduzir a imagem real de alguma criança
diretamente identificável.

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A conduta de Roberta está tipificada no Estatuto como crime em espécie, veja o art. 241-C:

Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por


meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa
Diante de tal fundamento legal, as demais assertivas estão ERRADAS.
Letra b.

041. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–XV–TIPO 1–BRANCA/2014) José, tutor


da criança Z, soube que Juarez vem oferecendo recompensa àqueles que lhe entregam crian-
ças ou adolescentes em caráter definitivo. Entusiasmado com a quantia oferecida, José pro-
mete entregar a criança exatamente dez dias após o início da negociação. José contou aos
seus vizinhos que não queria mais “ter trabalho com o menino”. Indignada, Marieta, vizinha de
José, comunicou imediatamente o fato à autoridade policial, que conseguiu impedir a entrega
da criança Z a Juarez.
Nesse caso, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta.
a) A promessa de entrega de Z, por si só, já configura infração penal, do mesmo modo que o
seria em caso de efetiva entrega da criança.
b) Somente a efetiva entrega da criança mediante paga ou recompensa configuraria a prática
de infração penal tanto para quem entrega quanto para quem oferece o valor pecuniário.
c) Tratar-se-ia de infração penal somente se a criança Z fosse filho de José, sendo a figura do
tutor atípica para esse tipo de infração penal, não se podendo aplicar analogia para a configu-
ração de crime
d) Somente incorre na pena pela prática de infração penal o sujeito que oferece a paga ou
recompensa, sendo atípica para o responsável legal a mera promessa de entrega da criança.

José, prometendo entregar a criança a Juarez, incide no tipo previsto no art. 238 do Estatuto:

Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:


Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Diante do art. 238, as demais questões se tornam ERRADAS.
Letra a.

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042. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–X–PRIMEIRA FASE/2013) Com relação à


internação, observado o que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a afirma-
tiva correta.
a) Deve obedecer ao período determinado de um ano e meio, prorrogável por igual período,
para atos infracionais praticados com emprego de violência.
b) Deve obedecer ao período determinado de um ano, prorrogável por igual período, para atos
infracionais praticados sem emprego de violência.
c) Não comporta período determinado e não pode ultrapassar o máximo de três anos, indepen-
dente do emprego ou não de violência no ato infracional praticado.
d) Não pode ultrapassar o período máximo de três anos, quando o adolescente deverá ser
colocado em liberdade com o dever de reparar o dano no caso de ato infracional com reflexos
patrimoniais.

A assertiva C está CORRETA, a teor do previsto no art. 121, § 3º, do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que afirma:

§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE O PERÍODO MÁXIMO DE INTERNAÇÃO EXCEDERÁ A TRÊS ANOS.


A internação é a medida mais gravosa a ser aplicada ao adolescente, de modo que o legislador
teve alguns cuidados ao estabelecê-la, vejamos o art. 121 do Estatuto:

A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcio-
nalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º EM NENHUMA HIPÓTESE O PERÍODO MÁXIMO DE INTERNAÇÃO EXCEDERÁ A TRÊS ANOS.
O parágrafo segundo já clarifica o porquê as assertivas A e B estão ERRADAS.
E a assertiva D está ERRADA, porque difere do estabelecido no § 4º do art. 121 do Estatuto:

Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em
regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
Letra c.

043. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–VI–PRIMEIRA FASE/2012) Considerando


os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a prática de atos infra-
cionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. Nesse sentido, é correto
afirmar que:
a) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche, deverá
cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por período não supe-
rior a um ano.

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b) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada medida socio-
educativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente.
c) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser aplicados como
medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características dos atos infracionais
praticados.
d) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não poderá exce-
der o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade.

A assertiva D é a CORRETA, conforme o descrito no artigo abaixo:

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
[...]
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, coloca-
do em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

a) Errada. Por violar o disposto no art. 2º do Estatuto. Aroldo é criança e, ainda que cometa ato
infracional, criança jamais cumprirá medida socioeducativa, tão somente medidas protetivas,
conforme previsto no art. 105 do Estatuto:

Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
b) Errada. Contraria o disposto no art. 112 do Estatuto que apresenta rol taxativo das medidas
protetivas:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as


seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;

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De modo que a obrigação de reparar o dano não se enquadra no citado rol, portanto NÃO É
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA.
c) Errada. porque o acolhimento institucional e a colocação em família substituta não são for-
mas de medidas socioeducativas, conforme rol descrito no art. 112 do Estatuto:

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as


seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
Letra d.

044. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–IV–PRIMEIRA FASE/2011) No tocante às


normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:
a) a medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento reiterado e
injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator não poderá ser supe-
rior a três meses.
b) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente encaminhado
ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que decidirá sobre a necessi-
dade ou não de seu acautelamento provisório.
c) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judiciária, é me-
dida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no processamento de ato
infracional.
d) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas socioeduca-
tivas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade
assistida e inserção em regime de semiliberdade.

a) Certa. Conforme o previsto no art. 122, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz:

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:


[...]
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três)
meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
b) Errada. Difere do disposto no art. 172 do Estatuto:

O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autori-
dade policial competente.

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Ato Infracional
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c) Errada. Está disposto no art. 181 do Estatuto:

Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério


Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos
à autoridade judiciária para homologação.

 Obs.: Nesta assertiva, é importante lembrar que o verbo PRESCINDIR significa: não ter neces-
sidade de!!!
d) Errada. Ainda que criança cometa ato infracional, ela jamais cumprirá medida socioeducati-
va, tão somente medidas protetivas, conforme previsto no art. 105 do Estatuto:

Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Letra a.

045. (FGV/OAB–EXAME DE ORDEM UNIFICADO–III–PRIMEIRA FASE/2011) Considerando


a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto afirmar que:
a) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de inte-
resse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
b) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar,
se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo da vítima.
c) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá exceder o
período de 5 (cinco) anos.
d) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito de solicitar
a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Contudo, não po-
derá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, devendo em todo o caso
ser assistido pelos genitores.

a) Errada. Em razão do prazo de 1 ano que foi inserido, o que contraria o art. 117 do Estatuto:

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,


por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
b) Certa. A teor do previsto no art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente que afirma:

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter-
minar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
outra forma, compense o prejuízo da vítima.

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c) Errada. O prazo máximo de internação é de 3 anos, e não 5, como dito no exercício. Veja o
art. 121, § 3º, do Estatuto:

Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.


d) Errada. Viola o art. 111, incisos V e VI, do Estatuto:

São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


[...]
V – DIREITO DE SER OUVIDO PESSOALMENTE PELA AUTORIDADE COMPETENTE;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Letra b.

046. (INSTITUTO AOCP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC–ES/2019) À luz do Estatuto da Criança


e do Adolescente, assinale a alternativa que NÃO apresenta uma garantia processual assegu-
rada à criança e ao adolescente.
a) Assistência judiciária gratuita e integral, em caso de necessidade.
b) Defesa técnica por advogado.
c) Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio
equivalente.
d) Direito de ser ouvido pela autoridade competente, por meio de seus representantes legais.
e) Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsáveis em qualquer fase do procedimento.

A assertiva CORRETA é a D, pois não se enquadra no previsto do art. 111 do Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente. Contudo, note que o enunciado questiona qual assertiva NÃO apresenta
garantia processual, assim, o art. 111 prevê as garantias:

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:


I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equiva-
lente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir
todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;

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IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
Letra d.

047. (INSTITUTO AOCP/PERITO OFICIAL CRIMINAL–ÁREA8/PC–ES/2019) Com base na


Lei n. 8.069/1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras provi-
dências, assinale a alternativa correta.
a) Subtrair criança ou adolescente do poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto, constitui crime punido com pena
de detenção de dois a cinco anos, e multa.
b) A autoridade judiciária poderá aplicar medida socioeducativa ainda que o ato praticado pelo
adolescente não constitua ato infracional.
c) A sentença que deferir a adoção não produz efeito desde logo, devendo a apelação, em qual-
quer caso, ser recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo.
d) Alguns dos crimes definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente são de ação penal
pública condicionada à representação.
e) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.

A assertiva E é a CORRETA, pois está nos exatos termos do art. 172 do Estatuto da Criança e
do Adolescente que afirma:

O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autori-
dade policial competente.
As demais assertivas estão ERRADAS, pelos motivos abaixo descritos.

Assertiva Justificativa

ERRADA, pois a assertiva fora disposta


de forma diferente do art. 237 do
a) Subtrair criança ou adolescente
Estatuto da Criança e do Adolescente
do poder de quem o tem sob sua
que afirma:
guarda em virtude de lei ou ordem
Art. 237. Subtrair criança ou
judicial, com o fim de colocação em
adolescente ao poder de quem o tem
lar substituto, constitui crime punido
sob sua guarda em virtude de lei ou
com pena de detenção de dois a cinco
ordem judicial, com o fim de colocá-lo
anos, e multa.
em lar substituto.
Pena – reclusão de dois a seis anos e
multa.

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Assertiva Justificativa

ERRADA, pois a assertiva fora disposta


de forma diferente do art. 112 do
b) A autoridade judiciária poderá Estatuto da Criança e do Adolescente
aplicar medida socioeducativa ainda que afirma:
que o ato praticado pelo adolescente Verificada a prática de ato
não constitua ato infracional. infracional, a autoridade competente
poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas [...].

ERRADA, pois a assertiva fora disposta


de forma diferente do art. 199-A do
Estatuto da Criança e do Adolescente
que afirma:
c) A sentença que deferir a adoção não
A sentença que deferir a adoção
produz efeito desde logo, devendo
PRODUZ efeito desde logo,
a apelação, em qualquer caso, ser
embora sujeita a apelação, que será
recebida nos efeitos devolutivo e
recebida exclusivamente no EFEITO
suspensivo.
DEVOLUTIVO, salvo se se tratar de
adoção internacional ou se houver
perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação ao adotando.

ERRADA, pois a assertiva fora disposta


d) Alguns dos crimes definidos de forma diferente do art. 227 do
no Estatuto da Criança e do Estatuto da Criança e do Adolescente
Adolescente são de ação penal pública que afirma:
condicionada à representação. Os crimes definidos nesta lei são de
ação pública INCONDICIONADA.

Letra e.

048. (INSTITUTO AOCP/PERITO CRIMINAL–PSICOLOGIA/ITEP–RN/2018) Quanto ao Esta-


tuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

 (  ) Em caso de ato infracional cometido por crianças, matrícula e frequência obrigatórias
em estabelecimento oficial de ensino fundamental é uma das medidas que pode ser
adotada pela autoridade competente.
(  ) São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos as medidas previstas
na Lei citada no enunciado. Para os efeitos dessa Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do julgamento.
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 (  ) Orientação, apoio e acompanhamento temporários são medidas aplicadas na prática


do ato infracional praticado por criança.

a) V – V – V.
b) F – F – F.
c) F – V – F.
d) V – V – F.
e) V – F – V.

A assertiva E é a CORRETA, e as justificas dos erros e dos acertos das assertivas estão con-
forme o descrito abaixo.

Assertiva Justificativa

CORRETA, conforme o previsto no


art. 101 do Estatuto da Criança e do
Adolescente que afirma:
Em caso de ato infracional cometido
por crianças, matrícula e frequência
Verificada qualquer das hipóteses
obrigatórias em estabelecimento
previstas no art. 98, a autoridade
oficial de ensino fundamental é uma
competente poderá determinar, dentre
das medidas que pode ser adotada
outras, as seguintes medidas:
pela autoridade competente.
[...]
III – matrícula e frequência obrigatórias
em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;

ERRADA, a teor do previsto no art. 104


São penalmente inimputáveis os do Estatuto da Criança e do Adolescente
menores de 18 anos, sujeitos às que afirma:
medidas previstas na Lei citada no Art. 104. São penalmente inimputáveis
enunciado. Para os efeitos dessa os menores de dezoito anos, sujeitos às
Lei, deve ser considerada a idade do medidas previstas nesta Lei.
adolescente à data do julgamento. Parágrafo único. Para os efeitos desta
Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.

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Assertiva Justificativa

CORRETA, a teor do previsto no art. 101


do Estatuto da Criança e do Adolescente
que afirma:
Art. 101. Verificada qualquer das
Orientação, apoio e acompanhamento
hipóteses previstas no art. 98, a
temporários são medidas aplicadas na
autoridade competente poderá
prática do ato infracional praticado por
determinar, dentre outras, as seguintes
criança.
medidas:
[...]
II – orientação, apoio e
acompanhamento temporários.
Letra e.

049. (INSTITUTO AOCP/ADVOGADO DO CREAS/SUAS/PREFEITURA DE NOVO HAMBUR-


GO–RS/2020) Assinale a alternativa correta no que concerne à Lei n. 12.594/12 (Lei do Sinase).
a) A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, realizará avalia-
ções periódicas da implementação dos Planos de Atendimento Socioeducativo em intervalos
não superiores a 02 (dois) anos.
b) A avaliação será coordenada por uma comissão permanente e realizada por comissões
temporárias, essas compostas, no mínimo, por 05 (cinco) especialistas com reconhecida atu-
ação na área temática.
c) As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação de-
verão ser reavaliadas no máximo a cada 03 (três) meses, podendo a autoridade judiciária, se
necessário, designar audiência, no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
d) A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida não são
fatores que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave.
e) O defensor e o Ministério Público poderão requerer, e o Juiz da Execução poderá determinar,
salvo de ofício, a realização de qualquer avaliação ou perícia que entenderem necessárias para
complementação do plano individual.

A assertiva D está CORRETA, a teor do previsto no art. 42, §2º, SINASE, que estabelece:

A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo de duração da medida não são fatores
que, por si, justifiquem a não substituição da medida por outra menos grave.
As demais assertivas estão ERRADAS, pelos motivos abaixo descritos.

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Assertiva Justificativa

ERRADA, pois viola o art. 18 da Lei n.


a) A União, em articulação com 12594/2012 que afirma:
os Estados, o Distrito Federal e os A União, em articulação com os Estados,
Municípios, realizará avaliações o Distrito Federal e os Municípios,
periódicas da implementação dos realizará avaliações periódicas
Planos de Atendimento Socioeducativo da implementação dos Planos de
em intervalos não superiores a 02 Atendimento Socioeducativo em
(dois) anos. intervalos não superiores a 3 (três)
anos.

ERRADA, pois viola o art. 21 da Lei n.


12594/2012 que afirma:
b) A avaliação será coordenada por A avaliação será coordenada por uma
uma comissão permanente e realizada comissão permanente e realizada
por comissões temporárias, essas por comissões temporárias, essas
compostas, no mínimo, por 05 (cinco) compostas, no mínimo, por 3 (três)
especialistas com reconhecida atuação especialistas com reconhecida atuação
na área temática. na área temática e definidas na forma
do regulamento.

ERRADA, pois viola o art. 42 da Lei n.


12594/2012 que afirma:
As medidas socioeducativas de
c) As medidas socioeducativas de
liberdade assistida, de semiliberdade e
liberdade assistida, de semiliberdade e
de internação deverão ser reavaliadas
de internação deverão ser reavaliadas
no máximo a cada 6 (seis) meses,
no máximo a cada 03 (três) meses,
podendo a autoridade judiciária, se
podendo a autoridade judiciária, se
necessário, designar audiência, no
necessário, designar audiência, no
prazo máximo de 10 (dez) dias,
prazo máximo de 15 (quinze) dias.
cientificando o defensor, o Ministério
Público, a direção do programa de
atendimento, o adolescente e seus pais
ou responsável.

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Assertiva Justificativa

ERRADA, pois viola o art. 41, §1º, da Lei


e) O defensor e o Ministério Público no. 12594/2012, que afirma:
poderão requerer, e o Juiz da Execução O defensor e o Ministério Público
poderá determinar, salvo de ofício, a poderão requerer, e o Juiz da Execução
realização de qualquer avaliação ou poderá determinar, de ofício, a
perícia que entenderem necessárias realização de qualquer avaliação ou
para complementação do plano perícia que entenderem necessárias
individual. para complementação do plano
individual.

Letra d.

050. (FCC/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/MPE–AP/2009) Em relação ao Estatuto da Criança


e do Adolescente, considere:
I – Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
II – São penal e civilmente imputáveis os menores de dezoito anos.
III – A criança que vier a praticar ato infracional, estará sujeita, dentre outras medidas, a adver-
tência e a liberdade assistida.
IV – O Conselho tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
V – O Promotor de Justiça da Infância e da Juventude, desde que autorizado pelo juiz compe-
tente, poderá ter acesso ao local de internação de criança e de adolescente.
Está correto SOMENTE o que se afirma em:
a) I e IV.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.

A assertiva A é a CORRETA. Abaixo, seguem descritas as justificativas dos acertos e dos erros
das assertivas.

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Assertiva Justificativa

CORRETA, conforme literalidade do


I – Considera-se ato infracional a art. 103 do Estatuto da Criança e do
conduta descrita como crime ou Adolescente que afirma:
contravenção penal. Art. 103. Considera-se ato infracional
a conduta descrita como crime ou
contravenção penal.

ERRADA, pois viola o art. 104 do Código


II – São penal e civilmente imputáveis Civil que afirma:
os menores de dezoito anos. São PENALMENTE INIMPUTÁVEIS os
menores de dezoito anos, sujeitos às
medidas previstas nesta Lei.

ERRADA, pois, ainda que a criança


pratique ato infracional, ela SOMENTE
SE SUJEITRÁ A MEDIDAS PROTETIVAS, e
nunca a medidas socioeducativas, como
advertência e liberdade assistida.
Tais medidas constantes na assertiva
são destinadas ao adolescente que
comete ato infracional, a teor do art.
112 do Estatuto:
III – A criança que vier a praticar ato Art. 112. Verificada a prática de ato
infracional, estará sujeita, dentre infracional, a autoridade competente
outras medidas, a advertência e a poderá aplicar ao adolescente as
liberdade assistida. seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à
comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de
semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento
educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art.
101, I a VI.

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Assertiva Justificativa

CORRETA, conforme literalidade do


art. 131 do Estatuto da Criança e do
IV – O Conselho tutelar é órgão Adolescente que afirma:
permanente e autônomo, não O Conselho Tutelar é órgão permanente
jurisdicional, encarregado de zelar pelo e autônomo, não jurisdicional,
cumprimento dos direitos da criança e encarregado pela sociedade de zelar
do adolescente. pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente, definidos
nesta Lei.

ERRADA, pois viola o disposto no art.


201 do Estatuto que afirma:
Art. 201. Compete ao Ministério
V – O Promotor de Justiça da Infância Público:
e da Juventude, desde que autorizado [...]
pelo juiz competente, poderá ter § 3º O representante do Ministério
acesso ao local de internação de Público, no exercício de suas funções,
criança e de adolescente. TERÁ LIVRE ACESSO a todo local onde
se encontre criança ou adolescente.
Obs.: O representante do Ministério
Público, NÃO PRECISA SER AUTORIZADO
PELO JUIZ COMPETENTE.
Letra a.

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Fabiana Borges
Graduada e pós-graduada pela Universidade de Franca. Advogada. Professora de cursinhos. Professora do
curso de Direito e supervisora de Atividade Complementar do Centro Universitário do Planalto. Professora
do curso de Direito do UniCEUB. Professora do Centro Universitário Estácio.

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