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Rafael Jubanski, Davi Tolotti, Guilherme Kaled, Amábilli Bordenowsky da

Nova, Felipe Kloss

Evasão escolar de crianças e adolescentes na


sociedade brasileira.

Brasil
2023
Rafael Jubanski, Davi Tolotti, Guilherme Kaled, Amábilli Bordenowsky da
Nova, Felipe Kloss

Evasão escolar de crianças e adolescentes na sociedade


brasileira.

Colégio Estadual Julia Wanderley

Brasil
2023
Sumário

Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

I INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS 5

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

II DESENVOLVIMENTO 9

I DOS AFETADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Das classes econômicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Das regiões do Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

II DAS CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR . . . . . . . . . . . . . . . . 13


Sobre a questão da violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Sobre a gravidez na adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Sobre a questão da descriminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Sobre as questões econômicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

III CONCLUSÃO 17

III CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Parte I

Introdução e conceitos básicos


Introdução

A questão da evasão escolar no Brasil é um problema que vem se atenuando com


decorrer dos últimos anos. Uma pesquisa recente do IPEC evidenciou situação de 2
milhões de adolescentes e crianças em situação de abandono escolar, isto é, 11% dos
jovens em idade escolar.
Mas está por si só, não é evento natural, nem uma ”ocasionalidade”, mas sim as conse-
quenciais de um projeto polı́tico e econômico, que dificulta o acesso das classes econômicas
mais baixas -que é composta majoritariamente por pessoas pretas, pardas, e indı́genas- à
educação. Esse é feito através de polı́ticas que tornam impossı́vel a conciliação da escola
e do trabalho para esse jovens

Definição
A evasão escolar é a condição de jovens em idade escolar abandonando o ensino funda-
mental e médio. Sejam os motivos quais forem.
Parte II

Desenvolvimento
I Dos afetados

Das classes econômicas


Como já foi citado na Introdução as camadas econômicas mais baixas são as mais
afetadas, agora vamos nos aprofundar nesse estudo, e compreender quais são exatamente
as classes afetadas e como.

Figura 1 – Divisão da evasão escolar por classe econômica

A pedido da UNICEF o IPEC realizou uma pesquisa com o objetivo de análisar a


questão da evasão escolar no Brasil. A pesquisa concluiu que 47,5% dos jovens que se
evadiram do colégio pertencem as classes D e E -que tem renda familiar entre 0 e 2 mil
reais-, 30,7% pertencem a classe C -com renda familiar entre 2,9 e 7 mil reias-, e as classes
A e B -com renda familiar maior que 7 mil reais- 21,8%.

Isso evidencia claramente que a questão da evasão escolar tende a se concentra nas
camadas econômicas mais baixas da sociedade. Que por sua vez é onde se concentra
a população negra, indı́gena e parda, dando um caráter segregacionista a questão da
evasão escolar, uma vez que cria condições que praticamente impossibilitam o acesso
desses grupos étnicos á educação.
12 CAPÍTULO I. DOS AFETADOS

Das regiões do Brasil


As proporções se distribuem da seguinte forma:

Figura 2 – Distribuição regional da evasão escolar no Brasil

As duas regiões com maiores números de evasão escolar -Sudeste, e Nordeste respectivamente-
, também são as duas regiões do paı́s que tem o maior número de pessoas vivendo em
favelas1 . A relação entre os primeiros e os últimos não se dá por ocasionalidade, na ver-
dade, estão intrinsecamente conectados, uma vez que as regiões periféricas são também,
as regiões onde as camadas mais pobres da sociedade residem. E como já foi evidenciado
nesse trabalho, são essas as camadas mais afetadas pela questão da evasão escolar.
A seguir nesse trabalho trataremos das motivações do abandono escolar, e então será
possı́vel retratar de forma mais nı́tida como as questões da periferia, da regiões da paı́s, e
da classe econômica se relacionam dialeticamente no processo da evasão escolar. Assim,
nos permitindo fazer uma breve análise da conjuntura atual que fez com que a evasão
escolar tivesse um comportamento crescente nos últimos anos.

1
Disponı́vel em: Observatório de informações municipais, acessado em: 19/03/2023 as: 22:24
II Das causas da evasão escolar

Neste capı́tulo trataremos dos motivos dos jovens em idade escolar abandonar os estu-
dos, veremos desde a motivações até os impedimentos.

Sobre a questão da violência


Quando tratamos da questão da violência como fator da evasão escolar, temos que
dividi-lo em dois grupos, estes são: da violência que ocorre fora das escolas; e da violência
que ocorre dentro das escolas.

Tratando do primeiro tipo, podemos retornar a questão das periferias para análisar a
influência do crime organizado, e da presença do tráfico de drogas e da violência advinda
do mesmo.

Sobre a questão do tráfico de drogas. Muitos jovens em idade escolar acabam se envol-
vendo com o tráfico, os motivos principais dessa relação jovem-tráfico se assentam sobre
a questão econômica da qual trataremos com maior profundidade adiante, no momento,
nos absteremos a lidar somente com as consequenciais e com a relação si, resguardando
as causas dessa questão para serem tratadas quando nos debruçarmos sobre a questão
econômica. Voltando para a relação jovem-tráfico, os jovens que se envolvem nesse meio
tendem a abandonar o colégio, seja por conta própria, seja por um processo de expulsão
realizado pela instituição de ensino. Aqueles que se envolvem com o tráfico passam a ter
um trabalho marginal, isto é, as margens da sociedade. O que torna a vida escolar pratica-
mente inconciliável, uma vez que para esse jovens o anonimato se faz prática fundamental,
já que eles se sustentam a partir de práticas que se encontram na ilegalidade.

Focaremos-nos agora na questão da violência que ocorre dentro das escolas, ao tratar-
mos delas percebemos que se dividem em dois grupos principais, a do tipo fı́sica e a do
tipo identitária1 . Deixaremos a questão identitária para que seja tratada quando formos
análisar a questão da descriminação, sendo assim, tratemos agora da questão fı́sica.

Por mais que maior parte desse tipo de violência seja uma consequencia da de outro
tipo, em alguns casos podemos análisar-las de forma isolada, serão sobre essas questões
que nos debruçaremos agora. É muito comum que haja nos colégios periféricos, mas
não somente, uma recorrência grande de ações violentas entre os alunos, isto é, brigas,
espancamentos, etc. Por isso é comum que este não seja reconhecido por aqueles que o
frequentam como um lugar seguro, assim criando o primeiro ponto de ruptura na relação
1
Aqui usamos o termo do intuito de referirmos-nos ao ataque que se direciona a uma caracterı́stica da
identidade da pessoa
14 CAPÍTULO II. DAS CAUSAS DA EVASÃO ESCOLAR

jovem-escola. Outro fator importante nessa questão são os conflitos que se dão por motivos
externos à escola, tais como brigas de gangue, que surgem fora do ambiente escolar, mas
que atingem o ambiente escolar.

Sobre a gravidez na adolescência


A gravidez na adolescência é um grande problema estrutural que gera grandes números
para a evasão escolar. Onde uma parcela de jovens tem uma gravidez não desejada
durante a adolescência, fazendo com que esses mesmos adolescentes tenham a necessidade
de abandonar o colégio e os estudos para cuidar da gravidez e arrumar alguma fonte de
renda, substituindo o estudo que se encontra como ferramenta essencial durante a fase da
adolescência, pelo trabalho salariado, normalmente com uma renda básica para apenas
manter o necessário e vivendo muitas vezes na linha da pobreza em nossa sociedade.

Sobre a questão da descriminação


Discorramos sobre a questão da descriminação, ao tratarmos da mesma precisa-mos
compreender que estamos tratando de minorias, minorias polı́ticas, mas nem sempre de
minorias quantitativas. Seja exemplo disso a questão do racismo com pessoas pretas, o
qual iremos discorrem também nesse momento, onde as pessoas pretas compõe minoria
polı́tica no Brasil, entretanto representam uma maioria quantitativa.
Ao análisar-mos a questão do racismo, não se demora para perceber que existe um
problema, ao olharmos a população do paı́s, e observarmos a porcentagem de pessoas
pretas, pardas, e indı́genas, e logo em seguida olharmos a composição dos estudantes
universitários, vemos que as porcentagens não se traduzem umas nas outras. Ora, isto
significa então, que algo entre a população e curso superior onde acontece que não permite
que esse recorte da população chegue, o que há entre esses dois pontos é a escola, sendo
assim, algo no fluxo população-escola-faculdade impede a transição do segundo para o
último.
Os entraves que impedem este fluxo estão expostos nesse trabalho, mas para além dos
grupos étnicos temos um grupo que sofre muito com a descriminação que gera entraves
no fluxo população-escola-faculdade, estes são a comunidade LGBTQIAP+ em especial a
comunidade trans.
Ao tratarmos da comunidade trans naturalmente os dados já são bem assustadores. A
expectativa de vida média da comunidade trans no paı́s é de 35 anos2 . Não é incomum
os membros dessa comunidade sofrem ataques fı́sicos por causa de sua identidade. Essa
conjuntura acaba criando uma ruptura muito forte entre os jovens trans e a escola, uma
2
Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde
15

vez que esse não se torna uma ambiente seguro a eles, não só em sentido não ser seguro
expressar sua identidade, mas não ser seguro a sua vida, estar nesse tipo de espaço.

Sobre as questões econômicas


Problemas de ordem Econômica e Financeira também impactam diretamente nos dados
de evasão. São os problemas de ordem econômica e financeira que acabam por impedir o
estudante de ir à escola por falta de dinheiro, isso faz o estudante trabalhar no lugar de
estudar para ajudar sua famı́lia com as despesas em casa, seja por engravidar precoce-
mente, seja por problemas financeiros como o desemprego dos pais, adoecimento de um
e até mesmo o nascimento ou adoção de um novo familiar. Esses problemas se devem à
estrutura social na qual estamos inseridos, que acaba por explorar a parcela mais baixa
da população, obrigando-os a trabalhar muito para terem acesso a condições precárias de
vida. Por isso muitos estudantes são obrigados a deixar a escola para poderem trabalhar
e ajudar seus familiares, fato este que acaba por minar o futuro acadêmico e profissi-
onal destes jovens, que, por muitas vezes, recorrem a vagas de empregos que pagam o
mı́nimo possı́vel sem nenhum tipo de auxı́lio. Também em algumas zonas urbanas os
jovens acabam por entrar no mundo do tráfico de drogas. Essa relação jovem-tráfico se
dá pela falta de oportunidade que a sociedade oferece diante dele, obrigando-o a entrar
neste meio. Por ser uma oferta de ganhar dinheiro rápido e de maneira ”fácil”, conclui-se
que os jovens se sentem tentados a irem para o lado da criminalidade, já que a sociedade
na totalidade não lhes oferece a oportunidade necessária para que ele continue estudando,
fato este que pode acarretar uma série de problemas relacionados com a violência, já
citados anteriormente. Tendo isso em mente, vale destacar que os problemas de falta de
verbas em escolas e instituições de ensino também são relevantes para compreendermos a
evasão escolar na sociedade brasileira, questão essa que se diretamente relaciona com os
problemas estruturais da sociedade.
Parte III

Conclusão
III Considerações finais

A essa altura fica claro que a questão da evasão escolar vai além de jovens saindo
da escola, ela é na verdade, o reflexo de diversos outro problemas que permeiam nossa
sociedade, como o racismo estrutural, a transfobia, as questões de ordem econômica, a
influencia do crime organizado nas periferias, e o que diz respeito a negligencia do Estado
burguês para com essas questões.
Entendemos aqui, que a questão da evasão escolar tem raı́zes profundas no que diz
respeito as questões de ordem econômica, ou seja, por consequencia lógica está diretamente
ligado com nosso sistema econômico vigente e suas contradições, estas que envolvem
as questões da periferia e projeto polı́tica de manutenção desse sistema que mantém
um recorte social afastado das universidades, isto é, a questão da evasão escolar não é
acidente, mas sim faz parte de projeto polı́tico que visa defender os interesses de uma
elite econômica, que quer manter os filhos das classes econômicas inferiores longe da
universidade, esse projeto que é perpetrado é por natureza segregacionista e elitista, e
tem de ser combatido, educação é um direito básico universal, e temos que trabalhar para
que toda a nossa população consiga ter acesso a mesma.
Bibliografia

Acervo digital UFPR


Repositório UNIFESP
UNICEF
UNICEF
Exame
UNICEF
Ministério da Educação
Ministério da Educação
Ministério da Educação
UFMS
IPEA

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