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O Evangelho Segundo

Marcos
Análise do Homem veio para “dar a sua vida em resgate por muitos”
O segundo evangelho é muito distinto quanto ao caráter. (10.45). Conforme é indicado pelo primeiro versículo do livro,
A personalidade de Pedro é refletida em quase todas as pági­ esse é, em primeiro lugar, o evangelho de Jesus Cristo, as boas
nas. Semelhantemente a ele, é vivo em seus movimentos, ati­ novas da salvação através de Sua morte expiatória.
vo, impulsivo. Rapidez de ação é sua característica principal.
As narrativas passam rapidamente de um acontecimento para Autor
outro. O evangelho de Marcos tem sido muito bem chamado A igreja primitiva é quase inteiramente unânime ao atri­
de filme do ministério de Jesus. buir o segundo evangelho a Marcos, primo de Bamabé e as­
Vivacidade de detalhes é outra característica notável. Em­ sociado de Paulo e Pedro. Uma forte tradição igualmente
bora Marcos seja o mais breve dos quatro evangelhos, frequen­ sustenta a asseveração que nesse evangelho encontramos a pre­
temente inclui detalhes vívidos que não podem ser encontrados gação de Pedro, que chamou Marcos de “meu filho Marcos”
nos relatos de Mateus e de Lucas sobre os mesmos aconteci­ (1 Pedro 5.13). As características desse evangelho casam bem
mentos. Considerável atenção é dada à aparência e aos gestos com a personalidade de Pedro. A maioria dos eruditos susten­
de Jesus. ta que é o primeiro dos evangelhos canônicos escritos. Pode
Uma terceira característica proeminente é a descrição pi­ ser datado com segurança entre 50 e 70 d.C.
toresca. No relato de Marcos sobre a distribuição de pão para
os cinco mil, ele nos diz que o povo se assentou em “grupos”
na relva verde. O vocábulo grego significa “canteiros de flo­ Esboço
res”, e reflete a bela paisagem de grupos de pessoas trajadas O PERÍODO DE PREPARAÇÃO, 1.1 13
com roupas brilhantes, vermelhas e amarelas, à moda oriental, O Ministério de João, 1 .1 -8
assentadas no tapete verdejante das faldas da colina. O Batismo de Jesus, 1.9-11
O evangelho de Marcos é preeminentemente o evangelho A Tentação de Jesus, 1.12,13
da ação. Inclui somente um dos longos discursos de Jesus (o O MINISTÉRIO CAL 11EU, 1 .1 4 - 9.50
Primeiro Período, 1.14 — 3.12
discurso do monte das Oliveiras), mas demora-se sobre os Seus
Os Quatro Primeiros Discípulos. 1.14 20
feitos. Fornece-nos mais as obras do que as palavras de Cris­
Um Dia Atarefado em Catamaum, 1.21 -45
to. Marcos registra dezoito dos milagres de Jesus, mas apenas Curando o Parattico, 2 .1 -1 2
quatro de suas parábolas. A Chamada de Levi, 2.13 -22
Essa ênfase sobre a ação é apropriada num evangelho es­ Uma Controvérsia sobre o Sábado, 2.23 — 3.12
crito provavelmente em Roma, e visando primariamente aos Segundo Período, 3.13— 7.23
romanos. Marcos emprega dez latinismos e apresenta um nú­ Amigos e Adversários, 3.13-35
mero de referências ao Antigo Testamento menor do que o dos Ensinando por Parábolas, 4.1 34
outros escritores evangélicos. Ele explica os costumes dos Primeira Retinida: O tndemoninhado Ceraseno,
4 .3 5 - 5 .2 0
judeus para os seus leitores romanos. Nem ao menos usa a pa­
A Ressurreição da Filha de Jairu, 5.21 43
lavra “lei”, que ocorre por oito vezes em Mateus, por nove ve­
. A Rejeição em Nazaré, 6.1 6
zes em Lucas, e por quinze vezes em João. A Missão dos Doze, 6 .7 -1 3
Devido ao fato que Marcos escrevia para os romanos, omi­ A Moite de |oào Batista, 6.14- 29
tiu toda referência à genealogia e infância de Jesus. Os roma­ Segunda Retirada: Alimentando os Cinco Mil, 6 .3 0 -5 6
nos interessavam-se mais em poder do que em descendência. A Controvérsia sobre a Punticaçao, 7.1-2 3
Por isso é que, em Marcos, Jesus é apresentado como o grande Terceiro Período, 7.24— 9.50
Conquistador — da tempestade, dos demônios, das enfermi­ lerccira Retirada. Tiro e Sidom, 7.24 - .30
Curando o Surdo-Mudo, 7.31 - 37
dades e dá morte. Ele é o Servo do Senhor (cf Isaías): primei­
Quarta Retirada: Alimentando os Quatro Mil, 8.1 - 10
ramente o Servo conquistador, e em seguida ò Servo sofredor,
Ensinando e Curando, 8.11 - 26
e, finalmente, o Servo triunfante, por ocasião de Sua ressur­ Quinto Retirada: Cesaréia de lilipe, 8.27 - 9 .1
reição. A transfiguração, 9.2 29
Embora o evangelho de Marcos seja primariamente histó­ Ensino sobre a Humildade, 9.30 50
rico, também recebe forte coloração teológica. O primeiro ver­ O MINISTÉRIO NA PERÉIA, 1Q.1-52
sículo nos dá a nota chave: “...evangelho de Jesus Cristo, Filho Ensino sobre o Divórcio, 10.1 - 1 6
de Deus”, Por muitas e diversas vezes, a divindade de Jesus é As Riquezas e a Ambição, 10.17 45
enfatizada, quer explícita quer implicitamente. Ele é o Filho O Cego Bartimeu, 10.46 52
A SEMANA DA PAIXÃO, 1 1 .1 — 15.47
do Homem, o Messias, Aquele por Quem os séculos haviam
Domingo — A Entrada Triunfal, 11.1-11
esperado. Em uma das mais vigorosas passagens teológicas
Segunda-feira — A Maldição da Figueira, 11.1 2 -14
dos evangelhos sinóticos, Jesus é citado a declarar que o Filho
MARCOS 1.1 1384

A Purificação do Templo, 1 1.15-19 Sexta-feira - |esus no Gelscmani, 1 4.26-52


Terça-leira - Fe e Temor, 11.20- 33 Os lulgamentos Judaicos, 14.53-72
Parábola e Controvérsias, 12.1 -44 O lulgamcnlo Romano, 15.1 20
Discurso do Monte das Oliveiras, 13.1 -32 A Crucificação e o Sepultamento,
A Unção em Betânia, 14.1 -11 15.2 1 -47
Quinta-teira — A Ultima Ceia, 1 4 .12 -25 A RESSURREIÇÃO, 16.1 -20

Princípio do evangelho de Jesus Cristo, 1.1 »Mt 14.33; de c a m e l o e l e trazia um cinto de couro

1 Filho de Deus.0

João Batista
Jol.34

1.2 f>MI 3.1


e se alimentava de gafanhotos e mel silves-
tre.

M t 3 .1 - 6 ; L c 3 .1 - 6 João dá testemunho de Jesus


1.3 cis 40.3
2 Conforme está escrito na profecia de M t 3 .1 1 - 1 2 ; L c 3 .1 5 - 1 7 ; 3o 1 .1 9 -2 8
Isaías: 7 E pregava, dizendo: Após mim vem
1.4°M t3.1;
Eis aí envio diante da tua face o meu aquele que é mais poderoso do que eu, do
)o 3.23
mensageiro, o qual preparará o teu qual não sou digno de, curvando-me, desatar-
caminho b;
1.5 «Mt 3.5 lhe as correias das sandálias.9
3 voz do que clama no deserto: Prepa­
8 Eu vos tenho batizado com* água; ele,
rai o caminho do Senhor, endireitai as
1.6 72RS1.8 porém, vos batizará com* o Espírito Santo.h
suas veredas0;
4 apareceu João Batista no deserto, pre­
1.7ffMt 3.11, O batismo de Jesus
gando batismo de arrependimento para remis­ At 13.25 M t 3 .1 3 - 1 7 ; L c 3 .2 1 - 2 2 ; J o 1 .3 2 -3 4
são de pecados.d
5 Saíam a ter com ele toda a província da 9 Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da
1.8 Ais 44.3;
Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, At 1.5;
Galiléia e por João foi batizado no rio
confessando os seus pecados, eram batizados 1Co 12.13 Jordão.1
por ele no rio Jordão.0 10 Logo ao sair da água, viu os céus ras-
6 As vestes de João eram feitas de pêlos 1.9 'Mt 3.13 «com; ou em

1.1 Evangelho. No grego mais antigo significa "um galardão Era parente de Jesus, uma vez que suas mães eram primas
oferecido para se levar as boas novas". Depois o termo foi (cf Lc 1.36). Seu ministério começou c. 27 d .C , procla­
usado como as próprias "boas novas". Aqui se refere ao anún­ mando a vinda iminente do Messias e Seu reino. João procla­
cio das boas novas por Jesus Cristo e também ao conteúdo mou a urgência do arrependimento devido à aproximação
desse evangelho trazido por Cristo Princípio indica a introdu­ deles.
ção ao evangelho, da proclamação de João Batista. É muito
1.6 Gafanhotos e mel. I.e., alimento natural de áreas não ha­
provável que Marcos tivesse sido o primeiro evangelho a ser
bitadas (cf Lv 11.22).
composto e serviu de base aos evangelhos de Mateus e Lucas,
sendo, os três, conhecidos como os "Sínótícos" (termo origi­ 1.8 Espírito. João batiza apenas com água, simbolizando a
nário de uma palavra grega que significa "ver de um ponto lavagem dos pecados renunciados, mas Cristo dará o dom
de vista")! Jesus. Cf Mt 1.21 n; Lc 1.31 n. Cristo. Um adjetivo do Espírito Santo e com Ele a filiação adotiva de Deus
que significa "ungido” (em heb "Messias"). No AT, reis, sa­ (cf Jo 3 .3 ,5 ). Deve-se notar a diferença entre o batismo de
cerdotes e profetas foram ungidos confirmando simbolica­ João e o batismo cristão, pois este último contém o simbo­
mente sua escolha por Deus. Filho de Deus. Ainda que tenha lismo de identificação com a morte e a ressurreição de Cristo.
um sentido mais amplo, no NT, este termo, aplicado a Jesus, Os judeus também batizavam prosélitos (convertidos ao ju­
salienta Sua deidade (cf SI 2.7; Jo 10.38; 14.10; Hb 1.2). Os daísmo). Os essênios (seita que compôs os rolos do Mar
conceitos inerentes ao título são: 1) )esus é profetizado no AT: Morto) batizavam os judeus que ingressavam na sua fraterni­
2 ) Ele é pré-existente e divino; 3) Tem uma relação ímpar dade. João trata todos os judeus como necessitados de arre­
com Deus Pai (sem ser gerado no sentido humano); 4 ) Jesus pendimento. Josefo relata sobre a profunda influência que
é o Messias, o Servo de Jeová, plenamente identificado com o João exercia sobre o povo em geral (Antiguidades XVIII,
povo eleito; consequentemente Ele foi capaz de cumprir Sua 1 1 6 -1 9 ).
missão salvadora (10.45). 1.9 Jesus foi batizado: 1) Para endossar a autoridade de João;
1.2 Está escrito. Normalmente, esta frase introduz citações 2) Para se identificar com os pecadores que buscavam o per­
do AT. dão de Deus (2 Co 5.21); 3) Para publicamente confirmar e
1.3 Do Senhor. Fica claro, no contexto, que o Jeová do AT é anunciar Seu ministério; 4 ) Para ser apontado por João como
identificado com Jesus Cristo no N T (cf Rm 10.13). o Messias (Jo 1.53) e ficar cheio do Espírito (Lc 3.22).

1.4 João. Forma simplificada de Johanen ("dom de Jeová"). 1.10 Como pomba. Cf C n 1.2.
1385 MARCOS 1.29
1.10/Mt 3.16 20 E logo os chamou. Deixando eles no
garem-se e o Espírito descendo como pomba
sobre ele./ barco a seu pai Zebedeu com os empregados,
11 Então, foi ouvida uma voz dos céus: 1.11 »Mt 12.18; seguiram após Jesus.
17.5; Mc 9.7;
Tu és o meu Filho amado*, em ti me com­ Lc 9.35 Ms 42.1 A cura de um endemoninhado
prazo1.
em Cafamaum
A tentação de Jesus 1.12 mMt 4.1 L c 4 .3 1 - 3 7
M t 4 .1 - 1 1 ; L c 4 .1 -1 3 21 Depois, entraram em Cafamaum, e,
12 E logo o Espírito o impeliu para o 1.13 "Mt 4.11 logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga.0
deserto,™ 22 M aravilhavam-sev da sua doutrina,
13 onde permaneceu quarenta dias, sendo 1.14 oMt4.12 porque os ensinava como quem tem autori­
tentado por Satanás; estava com as feras, mas dade e não como os escribas.
os anjos o serviam." 1.15pMt3.2 23 Não tardou que aparecesse na sinagoga
qDn 2.44 um homem possesso de espírito imundo, o
Jesus volta para a Galiléia
M t 4 .1 2 - 1 7 ; L c 4 .1 4 - 1 5 qual bradou:w
1 .1 6 'Mt 4.18 24 Que temos nós contigo, Jesus Naza­
14 Depois de João ter sido preso, foi Jesus
reno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem
para a Galiléia, pregando o evangelho de
1.18 sMt 19,27 és: o Santo de Deus!*
Deus,0
15 dizendo: O tempo está cumprido, e o 25 Mas Jesus o repreendeu, dizendo:
reino de DeusP está próximo; arrependei- 1.19 (Mt 4.21 Cala-te e sai desse homem.)'
vos9 e crede no evangelho. 26 Então, o espírito imundo, agitando-o
1.21 «Mt 4.13
violentamente e bradando em alta voz, saiu
A vocação de discípulos dele.z
M t 4 .1 8 - 2 2 ; L c 5 .1 -1 1 27 Todos se admiraram, a ponto de per­
1.22
16 Caminhando junto ao mar da Galiléia, vMt 7.28-29 guntarem entre si: Que vem a ser isto? Uma
viu os irmãos Simão e André, que lançavam nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos
a rede ao mar, porque eram pescadores/ espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
1.23 *Lc4.33
17 Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e 28 Então, correu célere a fama de Jesus
eu vos farei pescadores de homens. em todas as direções, por toda a circunvizi­
1.24 *Mt 8.29
18 Então, eles deixaram imediatamente as nhança da Galiléia.
redes e o seguiram /
19 Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de 1.25 yMc 1.34 A cura da sogra de Pedro
Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no M t 8 .1 4 - 1 5 ; L c 4 .3 8 - 3 9

barco consertando as redes/ 1.26 ^Mc 9.20 29 E, saindo eles da sinagoga, foram, com

1.11 As palavras por Deus pronunciadas lembram Is 4 2.1; da fé colocada em Cristo (At 3.19; 26.20; 1 Ts 1 .9). Como
Cn 22.2 e SI 2.7 (c fM t 12.18). todos devem nascer de novo (Jo 3.3), João conclama todos a
1.12 Impeliu. Esta palavra forte entende-se pelo fato de tudo se arrependerem e selarem essa mudança no batismo, ou en­
indicar que o autor, Marcos, ao compor seu evangelho tinha tão, encarar, o julgam ento pelo fogo que Cristo trará
em mira a instrução de novos convertidos na fé. Como Cristo, (M t3 .1 1 n e Lc 3.16).
eles devem prever que o batismo dará início a um período de 1.21 Jesus escolheu Cafamaum como quartel geral para seu
provação. ministério após a Sua rejeição em Nazaré (Lc 4 .1 6 -3 1 ). Ca-
• N. Hom. 1.17 A vocação do evangelista implica; 1) No farnaum era um centro de comércio e distribuição de pei­
discipulado ("vinde após m im "); 2) Em ser treinado por xes. Com um centurião (8 .5 ) e uma coletoria de impostos
Cristo ("eu vos farei"); 3) Esforço de ganhar homens (pescar); (M t 9 .9), não deixava de ter sua importância para os romanos.
4 ) Pôr os interesses seculares em segundo plano ("deixa­ 1.29 Coso do Simão. Segundo uma tradição muito antiga,
ram. . . as redes"). Marcos nos fornece um relatório da pregação e memórias de
1.13 Antes da primeira época do ministério na Galiléia, Jesus Pedro.
ministrou em Jerusalém e na Judéia (cf Jo 1 .1 9 -3 .3 6 ). 1 .2 9 -3 1 ; 4 0 -4 5 Milagres de cura: ainda que Jesus tinha
1.15 Arrependei-vos. O significado em português, seria "ser duas naturezas, a divina e a humana, o plano de Deus na
penitente de novo" traduz bem a palavra grega, metonoeo, encarnação era que Ele fosse verdadeiro homem (cf Rm 8.3;
"mudar de mentalidade ou pensamento". Reflete a freqüente Fp 2 .5 - 8 ). A ênfase de Marcos sobre a humanidade de Jesus
palavra heb shub, que 120 vezes no AT tem a conotação é característica: note-se que Jesus se indignou (3 .5 ; 10.14),
espiritual de "voltar" (a Deus). No contexto da conversão, ficou condoído (3 .5 ), dormiu (4 .3 8), suspirou (7 .3 4), gemeu
aponta para uma mudança radical de vida em conseqüência (8 .12). Admira-se diante da incredulidade (6 .6 ), compade-
MARCOS 1JO 1386
Tiago e João, diretamente para a casa de Si- 1.29 °Mt 8.14 gando nas sinagogas deles e expelindo os de­
mão e André.0 mônios.
30 A sogra de Simão achava-se acamada,
com febre; e logo lhe falaram a respeito dela. 1.32 6Mt 8.16 A cura de um leproso
31 Então, aproximando-se, tomou-a pela M t 8 .1 - 4 ; L c 5 .1 2 - 1 6

mão; e a febre a deixou, passando ela a servi- 40 Aproximou-se dele um leproso ro­
los. 1.34 cMc 3.12; gando-lhe, de joelhos: Se quiseres, podes pu­
At 16.17-18 rificar-me.9
Muitas outras curas 41 Jesus, profundamente compadecido,
M t 8 .1 6 - 1 7 ; L c 4 .4 0 -4 1 estendeu a mão, tocou-o e disse-lhe: Quero,
1.35 d U 4.42 fica limpo!
32 À tarde, ao cair do sol, trouxeram a
42 No mesmo instante, lhe desapareceu a
Jesus todos os enfermos e endemoninhados.b
lepra, e ficou limpo.
33 Toda a cidade estava reunida à porta.
34 E ele curou muitos doentes de toda 1.38 «ris 61.1; 43 Fazendo-lhe, então, veemente adver­
Jo 16.28 tência, logo o despediu
sorte de enfermidades; também expeliu mui­
tos demônios, não lhes permitindo que falas­ 44 e lhe disse: Olha, não digas nada a nin­
sem, porque sabiam quem ele era.0 guém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e ofe­
1.39 tMt 4.23; rece h pela tua purificação o que Moisés
9.35
determinou, para servir de testemunho ao
Jesus se retira para orar povo.
L c 4 .4 2 - 4 4
45 Mas, tendo ele saído, entrou a propalar
35 Tendo-se levantado alta madrugada, 1.40 sMt 8.2 muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto
saiu, foi para um lugar deserto e ali o ra v a / de não mais poder Jesus entrar publicamente
36 Procuravam-no diligentemente Simão em qualquer cidade, mas permanecia fora, em
e os que com ele estavam. 1.44 lugares ermos; e de toda parte vinham ter
37 Tendo-o encontrado, lhe disseram: To­ 6Lv 14.1-32
com ele.'
dos te buscam.
38 Jesus, porém, lhes disse: Vamos a ou­ A cura de um paralítico em Cafamaum
tros lugares, às povoações vizinhas, a fim de 1 .4 5 'Mc 2.13 M t 9 .1 - 8 ; L c 5 .1 7 - 2 6

que eu pregue também ali, pois para isso é Dias depois, entrou Jesus de novo em
que eu vim.e
39 Então, foi por toda a Galiléiaf, pre- 2.1 /Mt 9.1
2 Cafamaum, e logo correu que ele estava
em casa j

ceu-se (6 .34); amou a um jovem (1 0 .21 ), foi tomado de pa­ 1.37 Todos te buscam. O grande interesse em jesus é provo­
vor e de angústia (14.33) e desconhece o dia de Sua volta cado pelos milagres. A preocupação de jesus é proclamar o
(13.32). Por outro lado, Marcos mostra que jesus é, também, evangelho (1.15).
divino; assim, os demônios reconhecem-no como dotado de 1.39,44,45 Aqui se relata, em geral, a primeira viagem pela
poder sobrenatural e destruidor deles (1.2 4,3 4 ; 3.11; 5 .7). Caliléia còm os quatro discípulos, jesus deu mais duas voltas
Suas obras deveriam convencer os mais endurecidos incrédu­ pela Galiléia (cf 6.1 -7 .2 3 ; 9 .3 3 -5 0 ).
los (2.12; 4 .41; 7.37). Ele pode penetrar os segredos do cora­
1.40 A lepra, segundo o vernáculo original, encerrava várias
ção humano (2 .8 ); é Senhor do sábado (2.2 8) e pode perdoar
doenças da pele. Não é a doença hoje chamada hanseníase,
pecados (2 .1 0). Quando foi indagado pelo sumo sacerdote
porque não se citam sintomas dela. Porque implicou na
declarou que era o Cristo, o Filho de Deus (1 4 .62 ). Ressusci­
imundícia (Lv 13.45ss), era natural que se tornasse um sírm
tado, será exaltado à direita de Deus.
bolo de pecado. • N. Hom. A lepra e o pecado: 1) são re­
1.32 Ao cair do sol. Marcou-se, assim, o fim do sábado (21), pugnantes; 2) espalham -se; 3) são incuráveis, fora da
possibilitando o transporte dos enfermos até a presença de operação graciosa de Deus; 4 ) Cristo é a única solução:
jesus (cf Lc 4 .40n). a) quer porque se compadece; b) pode fazê-lo porque veio
1.34 jesus não quer o testemunho dos demônios de Deus (jo 3 .2); c) fá-lo curar porque veio para isso
(1.25; 3.12). (M c 10.45).
1.35,36 Madrugada. C r proi, usada por Marcos para designar 1.43 Veemente. Uma palavra muito forte (cf Jo 11.33,38) fri­
a última vigília da noite, das 3 às 6 horas. Jesus reage diante sando a importância de guardar o segredo sobre Sua pessoa
da grande popularidade, buscando horas tranquilas para e missão messiânicas até após a ressurreição (cf jo 6.15). Os
a comunhão com o Pai. Pedro, evidentemente, acha que judeus esperavam um Messias guerreiro, político, naciona­
"ação" é mais importante que a meditação e oração. Muitos, lista, não o Salvador do mundo e da condição de pecado do
hoje, infelizmente seguem esta linha de pensamento. homem (10.45).
1387 MARCOS 2.21
2 Muitos afluíram para ali, tantos que nem 2.7 *JÓ 14.4 e toda a multidão vinha ao seu encontro, e ele
mesmo junto à porta eles achavam lugar; e os ensinava."
anunciava-lhes a palavra. 14 Quando ia passando, viu a Levi, filho
3 Alguns foram ter com ele, conduzindo de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe:
um paralítico, levado por quatro homens. Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.0
4 E, não podendo aproximar-se dele, por Z 8 (Mt 9.4
causa da multidão; descobriram o eirado no Jesus come com pecadores
ponto correspondente ao em que ele estava e, M t 9 .1 0 - 1 3 ; L c 5 .2 9 - 3 2

fazendo uma abertura, baixaram o leito em 15 Achando-se Jesus à mesa na casa de


que jazia o doente. Levi, estavam juntamente com ele e com seus
5 Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralí­ 2.9 ("Mt 9.5 discípulos muitos publicanos e pecadores;
tico: Filho, os teus pecados estão perdoados. porque estes eram em grande número e tam­
6 Mas alguns dos escribas estavam assen­ bém o seguiam.P
tados ali e arrazoavam em seu coração: 16 Os escribas dos fariseus, vendo-o co­
7 Por que fala ele deste modo? Isto é blas­ mer em companhia dos pecadores e publica­
fêmia! Quem pode perdoar pecados, senão 2.13 "Mt 9.9 nos, perguntavam aos discípulos dele: Por
um, que é Deus?* que come [e bebe] ele com os publicanos e
8 E Jesus, percebendo logo por seu espí­ pecadores?
rito que eles assim arrazoavam, disse-lhes: 17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-
Por que arrazoais sobre estas coisas em vosso lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim
coração?' 2.14 oMt 9.9 os doentes; não vim chamar justos, e sim pe­
9 Qual é mais fácil? Dizer ao paralítico: cadores. 9
Estão perdoados os teus pecados, ou dizer:
Levanta-te, toma o teu leito e anda?m Do jejum
10 Ora, para que saibais que o Filho do M t 9 .1 4 - 1 7 ; L c 5 .3 3 - 3 9
Homem tem sobre a terra autoridade para per­ 2.15 pMt 9.10 18 Ora, os discípulos de João e os fariseus
doar pecados — disse ao paralítico: estavam jejuando. Vieram alguns e lhe per­
11 Eu te mando: Levanta-te, toma o teu guntaram: Por que motivo jejuam os discípu­
leito e vai para tua casa. los de João e os dos fariseus, mas os teus
12 Então, ele se levantou e, no mesmo discípulos não jejuam?r
instante, tomando o leito, retirou-se à vista de 19 Respondeu-lhes Jesus: Podem, porven­
2.17
todos, a ponto de se admirarem todos e darem vMt9.12-13; tura, jejuar os convidados para o casamento,
glória a Deus, dizendo: Jamais vimos coisa 1Tm 1.15 enquanto o noivo está com eles? Durante o
assim! tempo em que estiver presente o noivo, não
podem jejuar.
A vocação de Levi 20 Dias virão, contudo, em que lhes será
M t 9 .9 ; L c 5 .2 7 - 2 8 tirado o noivo; e, nesse tempo, jejuarão.
13 De novo, saiu Jesus para junto do mar, 2.18 'Mt 9.14 21 Ninguém costura remendo de pano

2.2 Palavra. I.e., o evangelho que anunciava a vinda do isso eram odiados pelo povo. Os fariseus julgaram os publica­
reino (1 .1 5). nos iguais aos pecadores que desprezavam a lei. Não se sepa­
2.5 Vendo-lhes a fé. I.e., a té dos amigos e do próprio para­ ravam dos gentios e assim, ficaram excluídos da sinagoga.
lítico. 2.15 Jesus à mesa. Reflete o perdão completo do Senhor. Ele
2.7 De fato, só Deus pode perdoar pecados. Ao declarar-lhe também compartilha com os pecadores remidos os benefícios
os pecados perdoados, Jesus reivindica Sua divindade de Sua mesa (cf Ap 3.20).
(cf Jo 8.11). 2.17 Vim. Jesus refere-se à Sua missão e preexistência.
2.9 Para Jesus, era infinitamente mais fácil curar ao doente,
2.18 jejuam. Jesus não praticou o asceticismo como João e
do que absolver os pecados dos pecadores, pois que Seu per­
seus discípulos. Ele jejuou em submissão ao Pai (M t 4 .2 -4 ),
dão dependeria do sacrifício de Si mesmo na cruz (10.45).
não para se induzir a alguma experiência espiritual.
2 .1 3 -2 0 Levi ("M ateus", Mt 9.9) era um dos doze discípulos
2.19 O noivo. Refere-se a Cristo, (cf Ef 5 .2 3 -3 2 ). No AT, o
e autor dó evangelho segundo Mateus. Era publicano, cobra­
Noivo é Deus (Os 1 .1 -1 1 ; Is 5 4.5 ; 62.45; Jr 2 .2).
dor de impostos (cf Lc 5.27n). Muitos publicanos eram deso­
nestos, levantavam coleta de impostos ilícitos, cobrando 2 .21,22 Cf Notas sobre Mt 9.16,17; Lc 5 .3 6 n . Estas duas pa­
demais e enganando o governo com relatórios falsos, e por rábolas declaram a impossibilidade de misturar o velho ritua-
MARCOS 2.22 1388
novo em veste velha; porque o remendo novo 2 23 sDt 23 25 se o curaria em dia de sábado, a fim de o
tira parte da veste velha, e fica maior a rotura. acusarem.
22 Ninguém põe vinho novo em odres ve­ 3 E disse Jesus ao homem da mão resse­
lhos; do contrário, o vinho romperá os odres; quida: Vem para o meio!
e tanto se perde o vinho como os odres. Mas 2 25' m 6 4 Então, lhes perguntou: É lícito nos sába­
põe-se vinho novo em odres novos. dos fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida
ou tirá-la? Mas eles ficaram em silêncio.
Jesus é senhor do sábado 5 Olhando-os ao redor, indignado e con­
2.26 uLv 24.9
M t 1 2 .1 - 8 ; L c 6 .1 - 5 v(25-26) doído com a dureza do seu coração, disse ao
23 Ora, aconteceu atravessar Jesus, em dia ISm 21.1-6 homem: Estende a mão. Estendeu-a, e a mão
de sábado, as searas, e os discípulos, ao pas­ lhe foi restaurada.
sarem, colhiam espigas5. 6 Retirando-se os fariseus, conspiravam
24 Advertiram-no os fariseus: Vê! Por logo com os herodianos, contra ele, em como
2.28 «'Mt12.8
que fazem o que não é lícito aos sábados? lhe tirariam a vida.)'
25 Mas ele lhes respondeu: Nunca lestes o
que fez Davi, quando se viu em necessidade Jesus se retira.
e teve fome, ele e os seus companheiros?' 3.1 *Mt 12.9 A cura de muitos à beira-mar
26 Como entrou na Casa de Deus, no 7 Retirou-se Jesus com os seus discípulos
tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu os para os lados do mar. Seguia-o da Galiléia
pães da proposição, os quais não é lícito co­ uma grande multidão. Também da Ju d éia/
mer, senão aos sacerdotes“, e deu também 3.6 xMt 12.14 8 de Jerusalém, da Iduméia, dalém do Jor­
aos que estavam com ele?“ dão e dos arredores de Tiro e de Sidom uma
27 E acrescentou: O sábado foi estabele­ grande multidão, sabendo quantas coisas Je­
cido por causa do homem, e não o homem por sus fazia, veio ter com ele.
causa do sábado; 3.7 *Lc 6.17 9 Então, recomendou a seus discípulos
28 de sorte que o Filho do Homem é se­ que sempre lhe tivessem pronto um barqui­
nhor também do sábado.1“ nho, por causa da multidão, a fim de não o
comprimirem.
O homem da mão ressequida 3.10<i(9-10) 10 Pois curava a muitos, de modo que to­
Mc 4.1; Lc 5.1-3
M t 1 2 .9 - 1 4 ; L c 6 .6 -1 1 dos os que padeciam de qualquer enfermidade
De novo, entrou Jesus na sinagoga e es­ se arrojavam a ele para o tocar.0
3 tava ali um homem que tinha ressequida
uma das mãos.* 3.11 t>Mt 14.33;
11 Também os espíritos imundos, quando
o viam, prostravam-se diante dele e exclama­
2 E estavam observando a Jesus para ver Lc 4.41 vam: Tu és o Filho de Deus!b

lismo da lei com a nova liberdade da graça (C l 5.1,1 3 ); o muito menos teria restrição sobre Cristo, o Senhor do
evangelho com o judaísmo. Templo.
2.23 Colhiam espigas. Era permitido colher espigas de trigo 3 .4 É lícito.. . O Senhor chama atenção ao fato de que há
para se comer na hora. Os fariseus não criticaram esta prática, pouquíssima diferença entre fazer mal e deixar de fazer o bem
mas a quebra do sábado. A época do ano era maio ou início (T g 4 .1 7 ). Segundo os mestres judaicos, os doentes deviam
de junho. ser atendidos apenas nos casos em que a vida corria perigo.
2.24 Vê! Segundo o Taírhude judaico, a ofensa de trabalhar • N. Hom. O encontro com Cristo: 1) Antes do encontro sal­
no sábado merecia a morte por apedrejamento, somente se o vador, todos sofrem da atrofia espiritual (v 1; Ef 2 .1); 2) To­
acusado fosse advertido. dos são convidados por Cristo a reconhecer sua necessidade
2.26 Abiatar. 1 Sm 2 1 .1 -7 traz o nome de Aimeléque, que e declará-la publicamente (v 3); 3) Todos precisam exercera
foi pai de Abiatar. Isto se explica pelo fato de Abiatar e Aime- fé estendendo a mão (v 5); 4) A salvação é completa e per­
leque estarem ambos vivos naquele tempo. Uma tradição ju­ feita; 5) A salvação da alma custou a vida do Salvador (v 6).
daica diz que o acontecimento se deu no sábado. 3.6 fierodianos. Eram os membros do partido nacionalista de
2.27 Só Marcos tem esta frase, informando-nos que o sá­ judeus que apoiavam Herodes e sua dinastia contra Roma
bado foi consagrado para o homem. O senhorio de Cristo (cf M t2 2 .1 6 n ). Os fariseus ("os separados") surgiam, como
sobre o sábado abriu o caminho à Igreja primitiva a abando­ partido distinto, c. 140 a.C . após a revolta dos macabeus.
nar a obrigação de guardar o sétimo dia (cf Rm 14.5; Seus membros pertenciam à classe baixa, e não à aristocracia
Cl 4.10). como os saduceus (çf 1 2 .1 8 -2 3 n ). É notável como as diferen­
ças se desvaneceram num ódio mútuo a jesus.
2.28 A principal lição deste trecho é mostrar que a lei do
sábado não tinha aplicação no caso do servo do templo; 3.11 Prostravam-se. Não os espíritos, mas as pessoas por eles
1389 MARCOS 3.35
12 Mas Jesus lhes advertia severamente 3.12 cMt 12.16 disse, por meio de parábolas: Como pode Sa­
que o não expusessem à publicidade.c tanás expelir a Satanás?1
24 Se um reino estiver dividido contra si
A escolha dos doze apóstolos. 3.13 «Mt 10.1 mesmo, tal reino não pode subsistir;
Os seus nomes 25 se uma casa estiver dividida contra si
M t 10.1-4; Lc 6.12-16 mesma, tal casa não poderá subsistir.
13 Depois, subiu ao monte e chamou os 26 Se, pois, Satanás se levantou contra si
3.16 e)o 1.42
que ele mesmo quis, e vieram para junto mesmo e está dividido, não pode subsistir,
dele.d mas perece.
14 Então, designou doze para estarem 27 Ninguém pode entrar na casa do va­
3.20 'Mc 6.31 lente para roubar-lhe os bens, sem primeiro
com ele e para os enviar a pregar
15 e a exercer a autoridade de expelir de­ amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casaJ
mônios. 28 Em verdade vos digo que tudo será
16 Eis os doze que designou: Simão, a 3.21 9|o 7.5 perdoado aos filhos dos homens: os pecados e
quem acrescentou o nome de Pedro ;e as blasfêmias que proferirem.*
17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu 29 Mas aquele que blasfemar' contra o
irmão, aos quais deu o nome de Boanerges, 3.22 6 Mt 9.34;
Espírito Santo não tem perdão para sempre,
que quer dizer: filhos do trovão: 10.25 visto que é réu de pecado eterno.
18 André. Filipe, Bartolomeu. Mateus. 30 Isto, porque diziam: Está possesso de
Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o um espírito imundo.
Zelote. 3 .2 3 'Mt 12.25
19 e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu. A família de Jesus
M t 1 2 .4 6 - 5 0 ; L c 8 .1 9 -2 1
A blasfêmia dos escribas 31 Nisto, chegaram sua mãe e seus irmãos
M t 12.22-32; Lc 11.14-23 3.27 VIs 49.24
e, tendo ficado do lado de fora, mandaram
20 Então, ele foi para casa. Não obstante, chamá-lo.m
a multidão afluiu de novo, de tal modo que 32 Muita gente estava assentada ao redor
nem podiam comer.f 3.28 kMt 12.31; dele e lhe disseram: Olha, tua mãe, teus ir­
IJo 5.16
21 E, quando os parentes de Jesus ouvi­ mãos e irmãs estão lá fora à tua procura.
ram isto, saíram para o prender; porque di­ 33 Então, ele lhes respondeu, dizendo:
ziam: Está fora de si.9 Quem é minha mãe e meus irmãos?
22 Os escribas, que haviam descido de Je­ 3 .2 9 'Mt 12.32; 34 E, correndo o olhar pelos que estavam
Lc 12.10 assentados ao redor, disse: Eis minha mãe e
rusalém, diziam: Ele está possesso de Bel-
zebuh. E: É pelo maioral dos demônios que meus irmãos.
expele os demônios. 35 Portanto, qualquer que fizer a vontade
23 Então, convocando-os Jesus, lhes 3.31 mMt 12.46 de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.

controladas, involuntariamente confessavam que jesus era Se­ que os rabinos encontrem em Moisés o fundador. Belzebu.
nhor (Fp 2.10). Cf Mt 10.25n e Lc 10.15n. Diziam (cf v 30). Indica que o pe­
3 .1 3 -1 9 Os doze discípulos foram treinados para o aposto­ cado imperdoável envolve muito mais do que pronunciar
lado através da convivência com Cristo, junto dEle se desen­ uma frase; o imperfeito indica uma atitude fixa. Veja
volveram intelectualmente, espiritualmente e na prática. Para Mt 1 2.3 1 ,3 2 n e L c 1 2 .1 0 n .
os enviar (v 14, gr apostellê, a forma verbal de apóstolo,
3.27 O ataque de Cristo contra os demônios é o primeiro
"comissionado"). Além dos discípulos, o termo se aplica a
passo para a derrota do diabo. Os bens são as pessoas liberta­
Jesus {Hb 3 .1), a Barnabé (At 14.14), a Paulo e a Matias
das das garras de Satanás (C l 1.13).
(At 1 .1 6 -2 6 ). O apostolado era o dom principal dado por
Cristo à Sua Igreja para a estabelecer. O dom foi confirmado 3 .3 1 -3 5 Não existe razão para se concluir que os irmãos e
por milagres. Era essencial que o apóstolo fosse testemunha irmãs eram primos ou filhos de José antes de seu casamento
ocular da ressurreição e comissionado por Jesus (1 Co 1.1 n). com Maria. A crença na virgindade perpétua de Maria surgiu
Nem o significado da palavra, nem as Escrituras, nem a histó­ muito depois dos tempos do NT (cf M t12.46ss e nota).
ria da Igreja primitiva apoiam uma sucessão do apostolado A família de Jesus formada do Mestre e Seus discípulos:
por bispos ou papas. 1) Com experiência comum (C l 2.20); 2) Interesse comum
3.22 Escribas. Eram os eruditos judaicos, copistas das escritu­ (M t 12.30); 3) Obediência total (v 35); 4 ) Alvo comum
ras. A profissão surgiu por cerca do tempo de Esdras, ainda (M t 2 8 .1 8 -2 0 ).
MARCOS 4.1 1390
A parábola do semeador 4.1 nie 5.1-3 A explicação da parábola
M t 13.1-9; Lc 8 .4 -8 M t 13.10-23; Lc 8.9-15
Voltou Jesus a ensinar à beira-mar. E 10 Quando Jesus ficou só, os que estavam
4 reuniu-se numerosa multidão a ele, de
modo que entrou num barco", onde se assen­
junto dele com os doze o interrogaram a res­
4.2 »Mc 12.38 peito das parábolas. 9
tou, afastando-se da praia. E todo o povo es­ 11 Ele lhes respondeu: A vós outros vos é
tava à beira-mar, na praia. dado conhecer o mistério dó reino de Deus;
2 Assim, lhes ensinava muitas coisas por mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de
parábolas, no decorrer do seu dou trina- 4.8 p|o 15.5 parábolas/
mento.0 12 para que, vendo, vejams e não perce­
3 Ouvi: Eis que saiu o semeador a se­ bam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para
mear. que não venham a converter-se, e haja perdão
para eles.
4 E, ao semear, uma parte caiu à beira do 4.10 iMt 13.10
13 Então, lhes perguntou: Não entendeis
caminho, e vieram as aves e a comeram.
esta parábola e como compreendereis todás as
5 Outra caiu em solo rochoso, onde a terra
parábolas?
era pouca, e logo nasceu, visto não ser pro­
14 O semeador semeia a palavra/
funda a terra. 4.11 r1Co5.12; 15 São estes os da beira do caminho, onde
6 Saindo, porém, o sol, a queimou; e, por­ 1Ts4.12;
a palavra é semeada; e, enquanto a ouvem,
que não tinha raiz, secou-se. ITm 3.7
logo vem Satanás e tira a palavra semeada
7 Outra parte caiu entre os espinhos; e os neles.
espinhos cresceram e a sufocaram, e não deu 16 Semelhantemente, são estes os semea­
fruto. dos em solo rochoso, os quais, ouvindo a pa­
8 Outra, enfim, caiu em boa terra e deu 4.12 sIs 6.9-10 lavra, logo a recebem com alegria.
fruto, que vingou e cresceu, produzindo a 17 Mas eles não têm raiz em si mesmos,
trinta, a sessenta e a cem por utn.P sendo, antes, de pouca duração; em lhes che­
9 E acrescentou: Quem tem ouvidos para gando a angústia ou a perseguição por causa
ouvir, ouça. 4.14 iMt 13.19 da palavra, logo se escandalizam.

4.1 Entrou num barco. Afastando-se da multidão, Jesus podia, mas a vontade de submeter-se à verdade de Deus e de obe­
do palco do barquinho, ser ouvido por muito mais gente. decer a ela, ilumina o coração do crente. O principal mistério
4 .2 Ensinava.. . parábolas. Cf Mt 1 3.3n. Veja as explicações é a revelação de Deus e Seus propósitos na pessoa de jesus
sobre estas parábolas nas notas de Mt 13. As parábolas ofere­ (M t 16.17). Reino de Deus. Equivale ao termo em Mt, "o reino
ciam vantagens ao Mestre incomparável: 1) Prendiam o inte­ dos céus" (cf Mt 3.2n). Compreende-se o "reino" em dois
resse; 2) Eram um veículo pedagógico muito comum entre os estágios: 1) O presente reino reconhecido pelos crentes e nos
judeus (cf 2 Sm 1 2 .1 -7 e Talmude); 3) Tornaram concretas mesmos, os quais se submetem à vontade de Seu Rei, Cristo;
idéias abstratas; 4 ) Provocaram uma decisão e 5 ) Guardaram 2) O futuro reino milenar, que será inaugurado na segunda
em sigilo o mistério do reino para crentes ( w 11,12). vinda de Cristo (Ap 20.2n).

4.3 Ouvi. Esta parábola do semeador inicia-se e termina com 4.12 Este versículo apresenta o problema da soberania de
a chamada à atenção salientando a importância de sua men­ Deus e o livre arbítrio do homem. Deve-se levar em conta
sagem, como também a necessidade de fé da parte do ou­ que é uma lei, tanto da natureza como da administração di­
vinte. A Parábola do Semeador sugere vários propósitos: vina, e que uma obrigação ou dever recusados, no final pro­
1) Estímulo aos proclamadores da mensagem da salvação em duz uma incapacidade moral de cumpri-los. Quando um
face de muito desinteresse e oposição; 2) A responsabilidade homem ou um povo recusa a verdade, Deus entrega-o a um
do ouvinte de perseverar em face das dúvidas vindas do estado de ignorância mais culpável ainda (]o 9 .4 1 ). Isto não
diabo, a perseguição dos oponentes e a tentação do mundo; quer dizer que se negue ou a eleição de Deus (Rm 8.29,30)
3) A diferença entre a receptividade dos discípulos e a dos ou a livre escolha por parte do homem. • N. Hom . 4 .1 3 -2 0
incrédulos. Quatro reações à pregação do evangelho: 1 ) 0 coração duro ,
4.5 Rochoso. Cf Lc 8.6n. tem o diabo em pleno controle; 2 ) O coração instável que
espera displicentemente por uma cômoda viagem para o lar
4 .8 Outras. O plural dá ênfase à individualidade das se­
celestial; 3) O coração egoísta quer o que há de melhor no
mentes.
evangelho e no mundo (M t 6 .24 ); 4 ) O novo coração prepa­
4.11 Mistério. Significa "fechado" ou "escondido", no grego.
rado por Deus (Ez 36.26ss).
Popularmente o termo dava nome ao tipo de ritos religiosos
místicos. No NT trata da verdade de Deus, outrora oculta, 4.17 Escandalizam, G r scandalizõ, vem de scandalon (o verbo
mas agora revelada. O mistério do NT não e acessível à razão só ocorre em literatura bíblica e cristã) referindo-se ao pau
humana. Contém, às vezes, elementos difíceis de entender, que segura a isca e aciona a armadilha.
1391 MARCOS 4.38

18 Os outros, os semeados entre os espi­ 4.19 u1Tm6.9 29 E, quando o fruto já está maduro, logo
g o s . são os que ouvem a palavra, se lhe mete a foice, porque é chegada a
19 mas os cuidados do mundo, a fascina­ ceifa.b
ção da riqueza e as demais ambições, concor­ 4.21 vMt 5.15;
Lc 11.33 A parábola do grão de mostarda
rendo, sufocam a palavra, ficando ela
■rfiutífera.u M t 13.31-32; Lc 13.18-19
20 Os que foram semeados em boa terra 30 Disse mais: A que assemelharemos o
são aqueles que ouvem a palavra e a recebem, 4.22 reino de Deus? Ou com que parábola o apre­
«'Mt 10.26;
fortificando a trinta, a sessenta e a cem sentaremos?11
Lc 12.2
por um. 31 É como um grão de mostarda, que,
quando semeado, é a menor de todas as se­
A parábola da candeia mentes sobre a terra;
1 x8 .1 6 -1 8 4.23 *Mt 11.15
32 mas, uma vez semeada, cresce e se
21 Também lhes disse: Vem, porventura, toma maior do que todas as hortaliças e deita
a candeia para ser posta debaixo do alqueire grandes ramos, a ponto de as aves do céu
ou da cama? Não Vem, antes, para ser colo­ 4.24 vMt 7.2; poderem aninhar-se à sua sombra.
Lc 6.38
cada no velador1'?
22 Pois nada está oculto", senão para ser Por que Jesus falou por parábolas
manifesto; e nada se faz escondido, senão Mt 13.34-35
para ser revelado. 4.25 *Mt 13.12; 33 E com muitas parábolas semelhantes
25.29; Lc 19.26
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, lhes expunha a palavra, conforme o permitia
ouça.* a capacidade dos ouvintes.d
24 Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. 34 E sem parábolas não lhes falava; tudo,
4.26 °Mt 13.24
Com a medida com que tiverdes medido r vos porém, explicava em particular aos seus pró­
medirão também, e ainda se vos acrescentará. prios discípulos.
25 Pois ao que tem* se lhe dará; e, ao que
não tem, até o que tem lhe será tirado. 4.29 6Ap 14.15 Jesus acalma uma tempestade
Mt 8.23-27; Lc 8.22-25
A parábola da semente 35 Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes
26 Disse ainda: O reino de Deus é assim 4.30 cMt 13.31; Jesus: Passemos para a outra margem.e
como se um homem lançasse a semente à At 2.41 36 E eles, despedindo a multidão, o leva­
terra;0 ram assim como estava, no barco; e outros
27 depois, dormisse e se levantasse, de barcos o seguiam.
noite e de dia, e a semente germinasse e cres­ 4.33 °Mt 13.34 37 Ora, levantou-se grande temporal de
cesse, não sabendo ele como. vento, e as ondas se arremessavam contra o
28 A terra por si mesma frutifica: primeiro barco, de modo que o mesmo já estava a en­
a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão 4.35 cMt 8.18; cher-se de água.
cheio na espiga. Lc 8.22 38 E Jesus estava na popa, dormindo so-

4 .2 1 -2 5 Parece que a aplicação desta parábola, aqui, refere- 4.33 Muitas. Marcos faz apenas uma pequena coletânea,
se ao ministério do reino. O propósito de Deus não é de selecionada de todo o ensino parabólico de Jesus. O tema
guardar para sempre o evangelho e Seu Messias ocultos num principal dessas parábolas é ó crescimento da semente,
cantinho da Palestina. Após a morte, a ressurreição de Cristo apontando para a tarefa principal de evangelização na Igreja.
e o Pentecostes, Eles serão manifestados ao mundo inteiro Capacidade. Jesus, pelas parábolas, manteve o interesse do
(cf Mt 5.1 - 1 6 ; Lc 8.16n). Medida. Cf Lc 8.10n. povo enquanto o chamava para uma decisão. Após Sua pai­
4 .2 6 -2 9 Esta parábola só se encontra em Marcos. Fala do xão, não haveria mais desculpa, pois abertamente o evange­
crescimento imperceptível da Palavra semeada no coração e lho será anunciado (At 2).
no mundo, iniciativa própria de Deus. O clímax vem no fim, 4.35 Outra margem. Seria a margem leste do mar da Caliléia.
no julgamento final quando o propósito de Deus ficará claro.
4 .3 7 Crande temporal. Tempestades tremendas, às vezes,
4.31 Menor de todas. Não no sentido absoluto, mas era di­
descem ainda hoje, dos altos montes das redondezas, espe­
tado proverbial (cf Mt 17.20; Lc 17.6). Esta parábola apre­
cialmente do monte Hermon, atingindo com violência o lago
senta o contraste dramático entre o reino insignificante agora
de Quinerete (ou de Tiberíades), 200m abaixo do nível do
e seu futuro glorioso. Aninhar-se. Refere-se ao refúgio pro­
mar Mediterrâneo.
videnciado no reino para todos os povos da terra
(c fM t 24.31). 4.38 Dormindo. Jesus não era imune ao cansaço (cf |o 4 .6).
MARCOS 4.39 1392
bre o travesseiro; eles o despertaram e lhe S .l 'Mt8.28 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome?
disseram: Mestre, não te importa que pere­ Respondeu ele: Legião é o meu nome, porque
çamos? somos muitos.
39 E ele, despertando, repreendeu o vento 10 E rogou-lhe encarecidamente que os
e disse ao mar; Acalma-te, emudece! O vento não mandasse para fora do país.
se aquietou, e fez-se grande bonança. 11 Ora, pastava ali pelo monte uma
40 Então, lhes disse: Por que sois assim grande manada de porcos.
tímidos?! Como é que não tendes fé? 12 E os espíritos imundos rogaram a Je­
41 E eles, possuídos de grande temor, di­ sus, dizendo: Manda-nos para os porcos, para
ziam uns aos outros: Quem é este que até o que entremos neles.
vento e o mar lhe obedecem? 13 Jesus o permitiu. Então, saindo os espí­
ritos imundos, entraram nos porcos; e a ma­
A cura do endemoninhado geraseno nada, que era cerca de dois mil, precipitou-se
Mt 8.28-33; Lc 8.26-34 despenhadeiro abaixo, para dentro do mar,
Entrementes, chegaram à outra margem onde se afogaram.
5 2
do mar, à terra dos gerasenos/
Ao desembarcar, logo veio dos sepul­
14 Os porqueirps fugiram e o anunciaram
na cidade e pelos campos.
cros, ao seu encontro, um homem possesso de 5.17 sMt 8.34
espírito imundo, Os gerasenos rejeitam a Jesus
3 o qual vivia nos sepulcros, e nem M t 8.34; Lc 8.35-39
mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; Então, saiu o povo para ver o que su­
4 porque, tendo sido muitas vezes preso cedera.
com grilhões e cadeias, as cadeias foram que­ 15 Indo ter com Jesus, viram o endemoni­
bradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E nhado, o que tivera a legião, assentado, ves­
ninguém podia subjugá-lo. tido, em perfeito juízo; e temeram.
5 Andava sempre, de noite e de dia, cla­ 16 Os que haviam presenciado os fatos
mando por entre os sepulcros e pelos montes, contaram-lhes o que acontecera ao endemoni­
ferindo-se com pedras. nhado e acerca dos porcos.
6 Quando, de longe, viu Jesus, co íT eu e o 17 E entraram a rogar-lhe que se retirasse
adorou, da terra deles. 9
7 exclamando com alta voz: Que tenho eu 18 Ao entrar Jesus no barco, suplicava-lhe
contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? o que fora endemoninhado que o deixasse
Conjuro-te por Deus que não me atormentes! estar com ele.h
8 Porque Jesus lhe dissera: Espírito 19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas
imundo, sai desse homem! 5.18 4Lc 8,38 ordenou-lhe: Vai para tua casa, para os teus.

Não te importa. Contrasta-se a impetuosidade dos discípulos mente no AT por gentios (cf Nm 2 4 .1 6 ; Is 1 4.14;
com a calma de Jesus (Lc 8.23 n ). Seria natural que a Igreja Dn 3.26; 4.2).
primitiva, oprimida por fartes perseguições, visse, nesta expe­ 5 .9 Qual é teu nome. Na época, era muito divulgada a idéia
riência, um paralelo com sua situação (muito cedo um barco de que, conhecer o nome do demônio, ajudaria a quem dese­
servia de símbolo da igreja na arte cristã). No meio de toda jasse dominá-lo. Jesus demonstrava Seu grande poder expul­
provação, Jesus está, realmente, com Sua Igreja, não ha­ sando uma legião (milhares) sem invocar os nomes dos
vendo, portanto, nem razão para o temor, ainda que Seu espíritos.
auxílio demore chegar.
5.9 Legião. Cf Lc 8.30n.
4 .3 9 Acalma-te, emudece! As mesmas palavras pronunciadas
5.10 Do país. Parece q ue os demônios se associavam com
por lesus em 1.25 contra os demônios. Um dia, todo o mal
distritos particulares. País (gr chõran, "região").
espiritual e material ainda será afastado dos fiéis em Cristo
(cf Ap 2 1 .3 ,4 ). 5.12 M anda-nos.. . porcos. Mostravam, assim, sua completa
derrota, ou, segundo Calvino, queriam provocar uma reação
5.1 Gerasenos. Cf Lc 8.26n.
negativa nos donos (v 17).
5.3 Nos sepulcros. As cavernas à beira do lago serviam de
5.13 Se afogaram. O endemoninhado teria, com isto, uma
sepulcros, cujo contato, para os judeus, contaminaria com
confirm ação do afastamento total dos espíritos
imundícia. O povo, nesta região, era em sua maioria, gentio.
(cf Lc 1 1 .2 4 -2 6 ).
Por isso comia a carne de porco (cf v 11).
5.7 Filho do Deus Altíssimo. Cf l . l n . Altíssimo (gr hupistos = 5.15 Assentado.. . C f Lc 8.35n.
eiyon, em heb; cf Gn 1 4 .1 8 -2 2 n ), vocábulo usado principal­ 5 .1 9 Anuncio-lhes. Entre gentios pagãos não havia necessi-
1393 MARCOS 5.39
Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e 5.21 'Mt 9.1 sentiu no corpo estar curada do seu flagelo.
como teve compaixão de ti. 30 Jesus, reconhecendo imediatamente
20 Então, ele foi e começou a proclamar que dele saíra poder, virando-se no meio da
em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e multidão, perguntou: Quem me tocou nas
todos se admiravam. vestes?/
31 Responderam-lhe seüs discípulos: Vês
5.22 /Mt 9.18
O pedido de Jairo que a multidão te aperta e dizes: Quem me
M t 9.18-19; Lc 8.40-42 tocou?
21 Tendo Jesus voltado no barco, para o 32 Ele, porém, olhava ao redor para ver
outro lado, afluiu para ele grande multidão; e quem fizera isto.
ele estava junto do mar.' 33 Então, a mulher, atemorizada e tre­
22 Eis que se chegou a ele um dos princi­ 5.25 H v 15.25 mendo, cônscia do que nela se operara, veio,
pais da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se diante dele e declarou-lhe toda a
prostrou-se a seus pés/ verdade.
23 e insistentemente lhe suplicou: Minha 34 E ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou;
filhinha está à morte; vem, impõe as mãos vai-te em paz e fica livre do teu mal.m
sobre ela, para que seja salva, e viverá.
24 Jesus foi com ele. 5 .3 0 'Lc 6.19
A ressurreição da filha de Jairo
Mt 9.23-26; Lc 8.49-56
A cura de uma mulher enferma
M t 9.20-22; Lc 8.43-48 35 Falava ele ainda, quando chegaram al­
Grande multidão o seguia, comprimin­ guns da casa do chefe da sinagoga, a quem
disseram: Tua filha já morreu; por que ainda
do-o.
25 Aconteceu que certa mulher, que, ha­ 5.34 "M t 9.22; incomodas o Mestre?”
At 14.9 36 Mas Jesus, sem acudir a tais palavras,
via doze anos, vinha sofrendo de uma hemor­
ragia* disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê
26 e muito padecera à mão de vários mé­ somente.
dicos, tendo despendido tudo quanto possuía, 37 Contudo, não permitiu que alguém o
sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo acompanhasse, senão Pedro e os irmãos
contrário, indo a pior, Tiago e João.
5.35 "Lc 8.49
27 tendo ouvido a fama de Jesus, vindo 38 Chegando à casa do chefe da sinagoga,
por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os
a veste. que pranteavam muito.
28 Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as 39 Ao entrar, lhes disse: Por que estais em
vestes, ficarei curada. alvoroço e chorais? A criança não está morta,
29 E logo se lhe estancou a hemorragia, e 5.39 ° |o l 1.11 mas dorme.”

dade de se guardar o segredo messiânico. O Senhor. Reporta- religiosos, em vez de unicamente confiar em Cristo.
se a Deus como em Lc 8.39. No seu testemunho, declara que 5.27 Veste. Mateus especifica "a orla". Cf M t2 3 .5 n para se
foi |esus quem o livrou dos demônios (cf Lc 8.39n). Todos obter mais detalhes sobre esta importante consideração
os elementos da grande comissão missionária encontram-se acerca das vestes judaicas.
neste versículo (cf M t 28.19ss).
5 .3 0 Poder. Gr dunamis, a palavra mais comum para desig­
5.20 Decápolis. Uma confederação de dez cidades gregas lo­
nar, "milagre" (cf 6 .2). Tem o sentido de poder sobrenatural
calizadas ao nordeste da Palestina, incluindo, nela, a própria
e pessoal de Deus. Quem Me tocou? A Jesus, importa, e muito,
Damasco.
a transferência da fé em Sua veste para uma confiança deposi­
5.22 jairo. Cf Lc 8.49n. O chefe da sinagoga era encarregado tada somente na Sua pessoa. Quem, está no feminino (no gr),
da manutenção e programação dos trabalhos. • N. Hom. indicando, assim, que Jesus na realidade, já sabia que pessoa
Um homem principal pode vir a |esus: 1) Pondo de lado seus O tocara.
preconceitos; 2 ) Deixando sua vaidade; 3) Sujeitando-se a
• N. Hom. 5.34 Salvação: 1) Sua fonte - Cristo; 2) Sua agên­
outrem (prostra-se); 4) Reconhecendo a Jesus como a única
cia - tua fé (cf Lc 8.48n).
esperança (v 23).
5.35 já morreu. Cf Lc 8.49n.
5.23 Seja salva. Cf Lc 8.36n.
5.26 Médicos. A mulher que gastou todo o seu dinheiro inu­ 5.36 Não temas. Cf Lc 8.50 para a N. Hom. O tempo dos
tilmente, é semelhante àqueles que procuram o alívio do pe­ verbos significa, "Pára de temer; Continua cre n d o .. . "
cado por meio de "boas ações" e de obediência a ritos 5.39 Dorme. Cf Lc 8.52n; Jo 11.11 ss.
MARCOS 5.40 1394
40 E riam-se dele. Tendo ele, porém, 5.40 PAt 9.40
vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandali­
mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da zavam-se n ele/
criança e os que vieram com ele e entrou onde 5.43 9Mt 8.4; 4 Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta
Lc 5.14
ela estava, p sem honra, senão na sua terra“, entre os seus
41 Tomando-a pela mão, disse: Talitá parentes e na sua casa.
cumü, que quer dizer: Menina, eu te mando, 6.1 rMt 13.54 5 Não pôde fazer ali nenhum milagre, se­
levanta-te! não curar uns poucos enfermos, impondo-
42 Imediatamente, a menina se levantou e 6.2 s)o 6.42 lhes as m ã o s/
pôs-se a andar; pois tinha doze anos. Então, 6 A dmirou-se da incredulidade deles.
ficaram todos sobremaneira admirados. 6.3 tMt 11.6 Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas,
43 Mas Jesus ordenou-lhes expressa­ a ensinar.w
mente que ninguém o soubesse; e mandou 6.4 ujo 4.44
que dessem de comer à menina.? As instruções para os doze
M t 10.5-15; Lc 9 .1 -6
6.5 "Gn 19.22;
Jesus prega em Nazaré. Mc 9.23 7 Chamou Jesus os doze e passou a enviá-
E rejeitado pelos seus los de dois a dois, dando-lhes autoridade so­
Mt 13.53-58; Lc 4.16-30 bre os espíritos im undos/
6.6 »-Is 59.16;
Tendo Jesus partido dali, foi para a sua Lc 13.22 8 Ordenou-lhes que nada levassem para o
6 terra, e os seus discípulos o acompa­
nharam / 6.7 "Mt 10.1;
caminho, exceto um bordão; nem pão, nem
alforje, nem dinheiro;
2 Chegando o sábado, passou a ensinar na Lc9.1 9 que fossem calçados de sandálias e não
sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilha­ usassem duas tú n icas/
vam, dizendo: Donde vêm a este estas coisas? 6.9 7At 12.8 10 E recomendou-lhes: Quando entrardes
Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E nalguma casa, permanecei aí até vos retirar­
como se fazem tais maravilhas por suas 6.10 "Mt 10.11 des do lu g a r/
mãos?5 11 Se nalgum lugar não vos receberem
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, 6.11 °Mt 10.14; nem vos ouvirem, ao sairdes dali, sacudi o pó
irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não At 13.51 dos pés, em testemunho contra eles.0

5.40 Jesus permitiu a presença de apenas cinco testemunhas, peito, a do Profeta de Dt 18.15,18 que, claramente nos ajuda
na ocasião deste milagre, para evitar uma divulgação mais na formação do conceito do Messias.
ampla dessa notícia (cf v 4 3). Era de suma importância, para 6 .6 A última parte deste verso deve iniciar o parágrafo que o
Sua missão redentora, que Jesus não fosse alvo de muita pro­ segue.
paganda, especialmente na Judéia.
6 .7 Dois a dois. Seis grupos de discípulos espalharam-se por
5.41 Talitá cumi. Uma transliteração do aramaico, língua que todos os cantos da Galiléia. Autoridade (gr exousia). A fonte
Jesus e os discípulos costumavam falar. Talitá, lit, "cordei- original de toda autoridade vem do Deus Pai; o Filho recebeu-
rinha". a em virtude de Sua submissão até à morte (Jo 17.2) e com­
partilha-a com Seus seguidores (cf Jo 20.21 - 2 3 ; Lc 9.1 n).
6.1 Se este trecho relata a mesma rejeição relatada em
Lc 4 .1 6 - 3 0 (de qual conclusão não há certeza), Marcos acres­ 6 .8 ,9 Nado levassem. De maneira contrária à dos mestres iti­
centa um detalhe omitido por Mt e Lc, i.e., a presença dos nerantes que ganhavam bem "mercadejando" uma mensa­
Seus discípulos. No seu treinamento, aprendem a assumir a gem humana e ainda apresentada como divina (2 Co 2.17),
mesma atitude de Jesus, frente às incompreensões da parte os discípulos deviam depender inteiramente da fé em Seu
do Seu povo, ao qual o Mestre enfrentou na Sua própria terra Senhor que por meio dos ouvintes providenciaria o pão de
(13.13). cada dia (cf 1 C o 9 .7 - 1 1 ; Gl 6.6; M t1 0 .1 0 n ). Todos nota­
riam a urgência da mensagem (a mesma que Jesus apre­
6 .2 Era costume, nas sinagogas, convidar qualquer rabino vi­
goava, cf 1 .1 5n ), levando mais homens a decidir
sitante para a apresentação de uma mensagem. Jesus era
favoravelmente. Alforge. A sacola dos mendigos.
mestre bem conhecido.
6.10 Permanecei. Cf L c 9 .3 ,4 n . As equipes missionárias não
6.3 Carpinteiro. Ainda que a palavra do original possa, tam­ deviam insultar quem as hospedava mudando para acomoda­
bém, estender seu sentido a "artesão, escultor" (metal ou ções melhores.
pedra), é muito mais provável que Cristo era carpinteiro ou
6.11 Sacudi o pó. Cf L c 9 .5 n . O pó dos gentios pagãos era
marceneiro (cf M t 1 3.55). Justino Mártir disse que, em seu
alvo de repugnância por parte do judeu. Recusar a mensagem
tempo (c. 160 d .C ), procuravam-se artigos de madeira feitos
de Jesus rebaixava os incrédulos ao nível dos pagãos, mesmo
por Jesus. Tiago. Cf At 12.17; 15.13; 21.18; Tg 1.1, etc.
que fossem judeus. Ainda hoje, isto é um fato que continua a
6 .4 Profeta. Cf At 3.22n. Jesus incluía, nas profecias a Seu res­ acontecer.
1395 MARCOS 6.33
12 Então, saindo eles, pregavam ao povo 6.13 6Tg 5.14 tão, disse o rei à jovem: Pede-me o que quise­
c(7-13) 10.1-12
que se arrependesse; res, e eu to darei.
13 expeliam muitos demônios e curavam 23 E jurou-lhe: Se pedires mesmo que
numerosos enfermos, ungindo-os com seja a metade do meu reino, eu ta darei./
6.14 <*Mt 14.1
ó leo b.c 24 Saindo ela, perguntou a sua mãe: Que
pedirei? Esta respondeu: A cabeça de João
A morte de João Batista Batista.
6.15 *(14-15)
Mt 14.1-12; Lc 9 .7 -9 Mt 16.14; 25 No mesmo instante, voltando apressa­
Mc 8.28; Lc 9.19 damente para junto do rei, disse: Quero que,
14 Chegou isto aos ouvidos do rei Hero-
sem demora, me dês num prato a cabeça de
des, porque o nome de Jesus já se tornara
João Batista.
notório; e alguns diziam: João Batista ressus­
6 .1 6 /Mt 14.2 26 Entristeceu-se profundamente o rei;
citou dentre os mortos, e, por isso, nele ope­
mas, por causa do juramento e dos que esta­
ram forças miraculosas.d
vam com ele à mesa, não lha quis negar.*
15 Outros diziam: É Elias; ainda outros: É
6.189(17-18) 27 E, enviando logo o executor, mandou
profeta como um dos profetas.e U 3.19-20 que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi,
16 Herodes, porém, ouvindo isto, disse: É e o decapitou no cárcere,
João, a quem eu mandei decapitar, que res­ 28 e, trazendo a cabeça num prato, a en­
surgiu.' 6.20 6 Mt 14.5 tregou à jovem, e esta, por sua vez, a sua mãe.
17 Porque o mesmo Herodes, por causa de 29 Os discípulos de João, logo que soube­
Herodias, mulher de seu irmão Filipe (por­ ram disto, vieram, levaram-lhe o corpo e o
quanto Herodes se casara com ela), mandara 6.21 íGn 40.20 depositaram no túmulo.
prender a João e atá-lo no cárcere.
18 Pois João lhe dizia: Não te é lícito pos­ A primeira multiplicação de pães e peixes
suir a mulher de teu irmão.9 6 .2 3 /Et 5.3 M t 1 4 .1 3 - 2 1 ; L c 9 .1 0 - 1 7 ; J o 6 .1 - 1 4
19 E Herodias o odiava, querendo matá- 30 Voltaram os apóstolos à presença de
lo, e não podia. Jesus e lhe relataram tudo quanto haviam
20 Porque Herodes temia a João, sabendo 6.26 kMt 14.9 feito e ensinado.'
que era homem justo e santo, e o tinha em 31 E ele lhes disse: Vinde repousar um
segurança. E, quando o ouvia, ficava per­ pouco, à parte, num lugar deserto; porque eles
plexo, escutando-o de boa mente.h 6.30 He 9.10 não tinham tempo nem para comer, visto se­
21 E, chegando um dia favorável, em que rem numerosos os que iam e vinham.m
Herodes no seu aniversário natalício dera um 32 Então, foram sós no barco para um lu­
banquete aos seus dignitários, aos oficiais mi­ 6.31 mMt 14.13 gar solitário."
litares e ãos principais da Galiléia,' 33 Muitos, porém, os viram partir e, reco­
22 entrou a filha de Herodias e, dançando, nhecendo-os, correram para lá, a pé, de todas
agradou a Herodes e aos seus convivas. En- 6.32 "Mt 14.13 as cidades, e chegaram antes deles.

6.13 Ungindo-os com óleo. Não simplesmente porque o óleo podia se casar com sua cunhada ainda que divorciada do
tinha qualidade curativa (Is 1.6), mas também como sinal de marido, visto que, pela lei, isto é também considerado adulté­
dependência total no Senhor (Tg 5 .13 ). Cristo não usava rio (Lv 18.16; 20.21).
óleo, em Suas curas. 6 .2 0 Boa mente. Herodes deu ouvidos à mensagem de João,
6.14 Herodes. Cf Lc 9.9n. Nome. Isto é, fama de Jesus. Forças mas não se arrependeu (cf At 2 6.28). O encarceramento de
miraculosas. João Batista, aparentemente, não operou mila­ João foi decretado por Herodes para emudecer a crítica con­
gres durante sua vida (Jo 10.41), mas se fosse levantado tra sua pessoa.
dos mortos qualquer milagre estaria ao seu alcance 6.21 Dignitários. No gr é a mesma palavra que na Septua-
(c fM t 12.39,40). ginta se encontra em Et 1 .3. Indica pessoas influentes da
6.15 Profeta. Notável é observar-se que Jesus não é chamado corte.
claramente de Messias. Isto porque não cumpria todos os 6 .2 2 -2 5 Josefo informa-nos que a filha de Herodias era Sa-
sinais do Messias, que a mentalidade popular havia imagi­ lomé, fruto do seu primeiro casamento. Salomé, agindo de
nado e estava aguardando. modo contrário a todo bom costume (cf Et 1.12), dançou de
6.17 Herodias. Neta de Herodes, o grande, e Mariamne; so­ modo provocante e degradante. Herodes, parcialmente em­
brinha de Herodes. Cárcere. Cf M t1 4 .3 n . Encontrava-se em briagado, ofereceu a metade do seu reino (v 23) que ele nem
Maquero no mar Morto. podia dar (era vassalo de Roma).
6.18 Enquanto o irmão de Herodes vivia, este último não 6.30 Apóstolos. Cf Lc 9.1 n.
MARCOS 6.34 1396
34 Ao desembarcar, viu Jesus uma grande 6.34 44 Os que comeram dos pães eram cinco
»1 Rs 22.17;
multidão e compadeceu-se deles, porque 2018.16; mil homens.
eram como ovelhas que não têm pastor0. E Mt 9.36
passou a ensinar-lhes muitas coisas. Jesus anda por sobre o mar
35 Em declinando a tarde, vieram os discí­ Mt 14.22-33; Jo 6.16-21
pulos a Jesus e lhe disseram: É deserto este 6.35 pMt 14.15 45 Logo a seguir, compeliu Jesus os seus
lugar, e já avançada a hora;P discípulos a embarcar e passar adiante para o
36 despede-os para que, passando pelos outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia
campos ao redor e pelas aldeias, comprem 6.37 a multidão.5
para si o que comer. s N m ll.l 3; 46 E, tendo-os despedido, subiu ao monte
37 Porém ele lhes respondeu: Dai-lhes 2Rs 4.43 para orar.
vós mesmos de comer. Disseram-lhe: Iremos 47 Ao cair da tarde, estava o barco no
comprar duzentos denários de pão para lhes meio do mar, e ele, sozinho em terra.“
dar de comer?? 6.38 'Mt 14.17;
48 E, vendo-os em dificuldade a remar,
38 E ele lhes disse: Quantos pães tendes? U 9.13
porque o vento lhes era contrário, por volta da
Ide ver! E, sàbendo-o eles, responderam:
quarta vigília da noite, veio ter com eles, an­
Cinco pães e dois peixes.r
dando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a
39 Então, Jesus lhes ordenou que todos 6.41 s1 Sm 9.13
dianteira. “
se assentassem, em grupos, sobre a relva
verde. 49 Eles, porém, vendo-o andar sobre o
40 E o fizeram, repartindo-se em 6.45 tMt 14.22 mar, pensaram tratar-se de um fantasma e
grupos de cem em cem e de cinquenta em gritaram.
cinqüenta. 50 Pois todos ficaram aterrados à vista
41 Tomando ele os cinco pães e os dois dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom
6.47 "Mt 14.23 ânimo! Sou eu. Não temais!
peixes, erguendo os olhos ao céu, os aben­
çoou; e, partindo os pães, deu-os aos discípu­ 51 E subiu para o barco para estar com
los para que os distribuíssem; e por todos eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atô­
repartiu também os dois peixes.5 6.48 vLc 24.28 nitos,
42 Todos comeram e se fartaram; 52 porque não haviam compreendido o
43 e ainda recolheram doze cestos cheios milagre dos pães; antes, o seu coração estava
de pedaços de pão e de peixe. 6.52 »Mc 3.5 endurecido.w

• N. Hom . 6 .3 4 Ovelhas sem Pastor (C f SI 2 3 .1 ,2 ): 1) Faltam- Deus, Rei do mundo, que tiras pão da terra" (Lv 19.24). Pães
lhes o alimento e a água da vida (]o 6.35); 2 ) Falta-lhes a e peixes aparecem, na arte primitiva (nas catacumbas de
direção para o aprisco eterno (|o 10.16); 3) Falta-lhes a prote­ Roma), para apresentar a ceia do Senhor,
ção contra o inimigo (Jo 10.28).
6.43 Doze cestos. Cf Lv 9 .1 7n.
6 .3 5 Deserto. Não no sentido de lugar onde só há areia, mas
6.45 Compeliu. Provavelmente para que os discípulos nãc
de um lugar solitário (v 32) ao nordeste do lago da Galiléia.
fossem contaminados pelo zelo muito comum, na época, dt
Este vocábulo liga o milagre com a provisão sobrenatural do
forçar Jesus a ser rei (Jo 6.14ss).
maná que apareceu no deserto (cf Ex 16).
6.46 Tendo-os.. . Refere-se à multidão, e não aos discípula
6 .3 7 Sobre o milagre e seu significado, veja L c 9 .1 2 -1 7 n .
(M t 14.23).
Denários. Valiam entre cinquenta e sessenta cruzeiros. Em
Mt 20.2 um denário paga o salário de um empregado na 6 .4 8 Quarta vigília: Veja Mt 14.25n.
vinha por um dia. 6 .5 0 Tende bom ânimo. Em todas as sete vezes que estr
6 .3 9 Em grupos. No original, há a sugestão de uma cena de verbo (gr tharsei) aparece no NT, no modo imperativo (me­
festa ou "comunhão de mesa", ou reunião de hóspedes. Por nos uma, Mc 10.49), Jesus é quem fala. • N. Hom. Tendí
trás do grego havia um termo técnico aramaico, usado para bom ânimo porque: 1) Jesus mandou-os (v 45); 2) Ele inter­
dar nome à festa familiar da Páscoa. A formação dos grupos cede (v 46; 1 Jo 2 .1 ); 3) Ele vê sua dificuldade (v 4 8
também facilitaria a distribuição dos pães. Relvo verde. Era Hb 4 .15 ); 4 ) Ele se aproxima e fala (v 50); 5) Ele fica ao seu
primavera, época da Páscoa (Jo 6 .4), quando chovia na Pa­ lado e vence o problema (5 1 ; 2 Co 2.14).
lestina.
6 .5 2 Os discípulos não perceberam o significado da multipí-
6 .4 0 Grupos. Outra palavra que pode ter a conotação de pe­ cação. Aquele que pode criar pão, pode acalmar a tempes­
quenos campos de flores. tade. Endurecido. Com o os israelitas no deserto beneficiada
6.41 Os abençoou. Não os pães mas a Deus. A antiga bênção por numerosos milagres, ainda assim rebelaram-se porque
judaica pelo pão era, "Louvado sejas tu, ó Senhor, nosso não creram.
1397 MARCOS 7.16
Jesus em Genesaré ciãos, mas comem com as mãos por lavar?0
M t 1 4 .3 4 - 3 6 6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a
53 Estando já no outro lado, chegaram a respeito de vós, hipócritas, como está escrito:
terra, em Genesaré, onde aportaram." 6.56 rMt 9.20; Este povo honra-me com os lábios, mas
AU 9.12 o seu coração está longe de m im /
54 Saindo eles do barco, logo o povo reco­
7 E em vão me adoram, ensinando doutri­
nheceu Jesus;
nas que são preceitos de homens.c
55 e, percorrendo toda aquela região, tra­
7.1 rMt 15.1 8 Negligenciando o mandamento de Deus,
ziam em leitos os enfermos, para onde ou­
guardais a tradição dos homens.
viam que ele estava.
9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejei­
56 Onde quer que ele entrasse nas aldeias,
tais o preceito de Deus para guardardes a
cidades ou campos, punham os enfermos nas 7.5 °Mt 15.2
vossa própria tradição.
praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao
10 Pois Moisés disse:
menos na orla da sua veste; e quantos a toca­
Honra a teu pai e a tua mãed;
vam saíam curados, y 7.6 bis 29.13

Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe


Jesus e a tradição dos anciãos.
seja punido de mortee.
O que contamina o homem 7.7c(6-7) 11 Vós, porém, dizeis: Se um homem dis­
M t 1 5 .1 - 2 0 Is 29.13
ser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que pode­
Ora, reuniram-se a Jesus os fariseus e
7 alguns escribas, vindos de Jerusalém."
2 E, vendo que alguns dos discípulos dele 7.10 °Êx 20.12;
rias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta
para o Senhor/
12 então, o dispensais de fazer qualquer
comiam pão com as mãos impuras, isto é, por Dt 5.16 coisa em favor de seu pai ou de sua mãe,
í Êx 21.17;
lavar Lv 20.9 13 invalidando a palavra de Deus pela
3 (pois os fariseus e todos os judeus, ob­ vossa própria tradição, que vós mesmos trans­
servando a tradição dos anciãos, não comem mitistes; e fazeis muitas outras coisas seme­
sem lavar cuidadosamente as mãos; lhantes.
7.11 iMt 15.5
4 quando voltam da praça, não comem 14 Convocando'ele, de novo, a multidão,
sem se aspergirem; e há muitas outras coisas disse-lhes: Ouvi-me, todos, e entendei.9
que receberam para observar, como a lavagem 15 Nada há fora do homem que, entrando
de copos, jarros e vasos de metal [e camas]), 7.14 9Mt 15.10 nele, o possa contaminar; mas o que sai do
5 interpelaram-no os fariseus e os escri­ homem é o que o contamina.
bas: Por que não andam os teus discípulos 16 [Se alguém tem ouvidos para ouvir,
de conformidade com a tradição dos an- 7.16l>Mt11.15 ouça.]'1

6.53 Genesaré. A planície fértil ao sudoeste de Cafamaum. 7.9 Os fariseus, criando um cerco em volta da lei, modifica­
ram profundamente a intenção de Deus. Preceito de Deus.
7 .1 -2 3 Veja as notas explicativas sobre M t 1 5 .1 -1 1 . Os ini­
Jesus contrasta a lei escrita com a tradição interpretativa dos
migos de lesus começam a planejar Sua morte. Escribas.
homens, esta sem qualquer autoridade divina. Guardardes.
Cf 3.22n.
Possivelmente, "estabelecerdes".
7.2 Impuras. Não se refere à falta de higiene mas à pureza
7.11 Corbã. Cf M t1 5 .4 - 6 n . Pronunciando esta palavra de
formal, cerimonial. Todo contato com os pagãos Constituía
dedicação, a "oferta" foi santificada. Os filhos, assim, escapa­
imundícia espiritual, como se fosse, realmente, pecado, do
vam à responsabilidade moral de auxiliar os pais, dedicando,
qual se livrariam apenas por ritos purificadores.
com juramento, o sustento devido aos seus progenitores, ao
7.3 Fariseus. C f 3.6n. Tradição dos anciãos. Refere-se à inter­ templo, mas sem haver uma real necessidade de entregarem
pretação oral e expositiva da lei de Moisés, mais tarde codifi­ essas ofertas.
cada na Mishná. O Talmude é um comentário sobre a Mishná
7.13 Invalidando, jesus não respondeu diretamente à per­
que executava um "cerco" em volta da lei para evitar qual­
gunta dos judeus que aparece no v 5. Indiretamente, Ele lhes
quer transgressão.
dá uma resposta válida para todas as gerações vindouras. Os
7.4 Se aspergirem. O original talvez "batizando", i.e., obede­ homens, tendo o pecado corrompido suas mentes, cometem
cendo a um ritual de imersão. erros mui facilmente ao interpretarem a Palavra de Deus. De­
vemos sempre ser como os bereanos (At 17.11).
7.6 Lá b ios.. . coração. A hipocrisia surge quando as atitudes
e a vida íntima, tal como de fato são, não correspondem com 7.14,15 jesus, aqui, passa a ensinar á multidão o verdadeiro
as palavras e atos religiosos. sentido da lei sobre a impureza.
MARCOS 7.17 1398
17 Quando entrou em casa, deixando a 7 .1 7 'Mt 15.15 27 Mas Jesus lhe disse: Deixa primeiro
multidão, os seus discípulos o interrogaram que se fartem os filhos, porque não é bom
acerca da parábola.' tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachor­
18 Então, lhes disse: Assim vós também rinhos.
não entendeis? Não compreendeis que tudo o 7.21 i Cn 6.5 28 Ela, porém, lhe respondeu: Sim, Se­
que de fora entra no homem não o pode con­ nhor; mas os cachorrinhos, debaixo da mesa,
taminar, comem das migalhas das crianças.
19 porque não lhe entra no coração, mas 29 Então, lhe disse: Por causa desta pala­
no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, 7.24 *Mt 15.21 vra, podes ir; o demônio já saiu de tua
considerou ele puros todos os alimentos. filha.
20 E dizia: O que sai do homem, isso é o 30 Voltando ela para casa, achou a menina
que o contamina. sobre a cama, pois o demônio a deixara.
21 Porque de dentro, do coração dos ho­ 7.31 'Mt 15.29
mens, é que procedem os maus desígnios, a A cura de um surdo e gago
prostituição, os furtos, os homicídios, os adul­
térios,! 31 De novo, se retirou das terras de Tiro e
22 a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, foi por Sidom até ao mar da Galiléia, através
7.32 ">Mt 9.32 do território de Decápolis.f
a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.
23 Ora, todos estes males vêm de dentro e 32 Então, lhe trouxeram um surdo e gago
contaminam o homem. e lhe suplicaram que impusesse as mãos so­
bre ele.m
A mulher siro-fenícia 7 .3 3 " Mc 8.23 33 Jesus, tirando-o da multidão, à parte,
M t 15.21-28 pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a
24 Levantando-se, partiu dali para as ter­ língua com saliva;"
ras de Tiro [e Sidom], Tendo entrado numa 34 depois, erguendo os olhos ao céu, sus­
7.34 °Mc 6.41 pirou e disse: Efatá!, que quer dizer: Abre-
casa, queria que ninguém o soubesse; no en­
tanto, não pôde ocultar-se,* te!0
25 porque uma mulher, cuja filhinha es­ 35 Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se
tava possessa de espírito imundo, tendo ou­ lhe soltou o empecilho da língua, e falava
vido a respeito dele, veio e prostrou-se-lhe 7.35 P Is 35.5-6 desembaraçadamente, p
aos pés. 36 Mas lhes ordenou que a ninguém o dis­
26 Esta mulher era grega, de origem siro- sessem; contudo, quanto mais recomendava,
fenícia, e rogava-lhe que expelisse de sua fi­ tanto mais eles o divulgavam, i
lha o demônio. 7.36 qMc 5.43 37 Maravilhavam-se sobremaneira, di-

7.17 Parábola. No sentido da palavra correlata em heb, mas- "olho m au", i.e., "pão-duro", ser falto de generosidade
hal, significa, figura. (C f Lc 11.34; M t 6.22ss; Pv 2 4.6 ). Quem tem este "olho
7.19 A ssim .. . puros. Parece ser um comentário da parte de mau" quer a derrota do seu inimigo. Blasfêmia. Uma afronta
Marcos, que revela o que Pedro aprendeu (At 10.15) sobre a contra a majestade de Deus. Loucura caracteriza o homem
desobrigação de os cristãos guardarem as leis sobre comidas que não tem consciência do que seja responsabilidade ética
puras e impuras (cf Lv 11 e Dt 14). ou religiosa.
7.20 À fonte do pecado humano é o coração, e não o estô­ 7.23 Contaminam. G r koinos, "com um ". Cf Mt 15.11 n.
mago. O coração representa o centro da personalidade, in­ 7.24 Jesus procura um retiro no norte, na Fenícia, para me­
cluindo, em s i,ó intelecto, a volição, a consciência e fonte das lhor poder instruir os seus.
emoções. 7.26 Grega. Em cultura e língua, não em nacionalidade.
7 .21,22 Deus não distingue entre pecados cometidos na
7.27 Filhos. Israelitas que, pela primeira aliança pertenciam a
mente e os consumados por ação. Maus desígnios. Pensamen­
Deus (Êx 4 .22; Dt 14.1, etc.). Jesus segue a missão do Servo
tos maus, donde procedem todos os males e pecados. Prosti­ (Is 4 9 .6 ), trazendo, inicialm ente, salvação aos judeus
tuição. Pecados sexuais em geral. Furtos. Tomar para si o que
(Rm 15.8).
não lhe pertence. Furtos, homicídios e adultérios aparecem
7.29 Milagres que favoreceram aos gentios foram operados à
no singular, em Os 4 .2. Avareza. Atos de desejo de posse ilí­
distância.
cita e exagerada, inclusive no que diz respeito ao setor sexual
(cf Ef 4 .19; 5 .3; Cl 3 .5). Malícia. Termo geral para se referir a 7.34 Suspirou. Sugere que houve profunda luta em oração
atos de maldade. Dolo. Uso de engano ou sutileza, em pala­ para prevalecer contra o diabo.
vras ou atos, com a finalidade de fazer o mal. Lascívia. Disso­ 7.37 Tudo.. . bem. O Filho, como o Pai, faz tudo bem
lução (assim vem sendo traduzida em Rm 13.13). Inveja. Lit, (c fG n 1.31; Jo 5.17).
1399 MARCOS 8.21
8.1 rMt 15.32 Os fariseus pedem um sinal do céu
zendo: Tudo ele tem feito esplendidamente
bem; não somente faz ouvir os surdos, como M t 1 6 .1 - 4
falar os mudos. 8.5 sMt 15.34
11 E, saindo os fariseus, puseram-se a dis­
cutir com ele; e, tentando-o, pediram-lhe um
A segunda multiplicação sinal do céu.v
de pães e peixes 8.7 <Mt 14.19 12 Jesus, porém, arrancou do íntimo do
M t 1 5 .3 2 -3 9 seu espírito um gemido e disse: Por que pede
esta geração um sinal? Em verdade vos digo

8
Naqueles dias, quando outra vez se reu­ 8.10 "Mt 15.39
que a esta geração não se lhe dará sinal
niu grande multidão, e não tendo eles o
algum.
que comer, chamou Jesus os discípulos e lhes
13 E, deixando-os, tomou a embarcar e
disse:r 8.11 v-Mt 12.38
foi para o outro lado.«'
2 Tenho compaixão desta gente, porque
há três dias que permanecem comigo e não
têm o que comer. Mt ^2**38-42 ^ ^ fermento dos fariseus e o d e Herodes
3 Se eu os despedir para suas casas, emLc 11.29-32' M t 1 6 .5 -1 2
jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns 14 Ora, aconteceu que eles se esqueceram
deles vieram de longe. de levar pães e, no barco, não tinham consigo
4 8 .14 *M tl6.5
Mas os seus discípulos lhe responderam: senão um só.*
Donde poderá alguém fartá-los de pão neste 15 Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede,
deserto? guardai-vos do fermento dos fariseus»' e do
8.15 /Lc 12.1
5 E Jesus lhes perguntou: Quantos pães fermento de Herodes.
tendes? Responderam eles: Sete.5 16 E eles discorriam entre si: E que não
6 Ordenou ao povo que se assentasse no 8.16 zMt 16.7 temos pão.z
chão. E, tomando os sete pães, partiu-os, após 17 Jesus, percebendo-o, lhes perguntou:
ter dado graças, e os deu a seus discípulos, Por que discorreis sobre o não terdes pão?
para que estes os distribuíssem, repartindo en­ 8.17 °Mc 6.52 Ainda não considerastes, nem compreendes­
tre o povo. tes? Tendes 0 coração endurecido?0
7 Tinham também alguns peixinhos; 8.18 e, 51s 6.9-10 18 Tendo olhosb, não vedes? E, tendo ou­
abençoando-os, mandou que estes igualmente vidos, não ouvis? Não vos lembrais
fossem distribuídos.' 19 de quando parti os cinco pães para os
8 Comeram e se fartaram; e dos pedaços 8.19 cMt 14.20; cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços
Lc 9.17
restantes recolheram sete cestos. recolhestes? Responderam eles: Doze!c
9 Eram cerca de quatro mil homens. En­ 20 E de quando parti os sete pães para os
tão, Jesus os despediu. 8.20 4Mt 15.37
quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços
10 Logo a seguir, tendo embarcado junta­ recolhestes? Responderam: Sete!d
mente com seus discípulos, partiu para as re­ 21 Ao que lhes disse Jesus: Não com­
giões de Dalmanuta.“ 8.21 eMc 6.17 preendeis ainda?0

8 .1 - 9 C f M t1 5 .3 2 n . Mt 1 6.9,10 afirma claramente que havia acabado de manifestar-se no pão partido e multipli­
houve dois milagres em que Jesus multiplicou pães. cado que representa Seu corpo morto na cruz em nosso lugar
8 .2,3 Compaixão. Jesus mostra 0 amor (agapê) divino que se (M t 12.38n). Esta geração. Refere-se aos fariseus que, em sua
interessa profundamente pelos famintos. Interesse na justiça hipocrisia, tipificavam a todos os judeus que rejeitaram Jesus,
social, que parte de um amor verdadeiro e espiritual, glorifica buscando a salvação por meios próprios (obras religiosas).
a Deus (1 Jo 3.17). Três dias. A importância do ensino do
8.15 Fermento. Os-judeus, seguindo 0 mandamento de Deus
Mestre foi reconhecida pelo povo. Oxalá os crentes contem­
(Êx 13.7), evitam o uso de toda levedura na semana imediata­
porâneos tivessem um desejo igualmente ardente de conhe­
mente após a Páscoa. Na época de Cristo, a levedura simboli­
cer a verdade bíblica. De longe. Se este milagre foi realizado
zava a má inclinação do homem. Jesus aplica 0 símbolo de
perto de Decápolis (7 .3 1), é provável que 0 povo participante
levedura à corrupção espiritual daqueles que procuram derro­
fosse, na sua maioria, gentio (cf 7.27).
tar seu Messias.
8.10 Dalmanuta. Mateus diz Magadã (cf M t1 5 .3 9 n ). Este
nome ainda não foi encontrado fora dessa citação aqui. 8 .19 ,2 0 Cestos.. . cestos. Palavras distintas, no grego. O pri­
8 .11 ,1 2 Sinal do céu. Como Elias demonstrou no monte Car- meiro era um cesto feito de junco, e o segundo era um cesto
melo (1 Rs 1 8 .2 0 -4 0 ). Para Jesus, um sinal ainda mais valioso de tecido que serviu como "elevador" para Paulo (At 9 .25).
MARCOS 8.22 1400
A cura de um cego em Betsaida 8.23 fMc 7.33 30 Advertiu-os Jesus de que a ninguém
22 Então, chegaram a Betsaida; e lhe trou­ dissessem tal coisa a seu respeito.k
xeram um cego, rogando-lhe que o tocasse.
8.26sM t8.4 Jesus prediz a sua morte e ressurreição
23 Jesus, tomando o cego pela mão, le­
vou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe M t 1 6 .2 1 - 2 3 ; L c 9.22

saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, per- 8.27 6M U 6.13


31 Então, começou ele a ensinar-lhes que
guntou-lhe: Vês alguma coisa?f era necessário que o Filho do Homem spr
24 Este, recobrando a vista, respondeu: fresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos an­
Vejo os homens, porque como árvores os 8.28 ciãos, pelos principais sacerdotes e pelos
vejo, andando. fMc 6.14-15; escribas, fosse morto e que, depois de três
25 Então, novamente lhe pôs as mãos nos Lc 9.7-8 dias, ressuscitasse.1
olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou 32 E isto ele expunha claramente. Mas Pe­
restabelecido; e tudo distinguia de modo per­ dro, chamando-o à parte, Começou a reprová-
8 .2 9 /Jo 6.68-69
feito. lo .
26 E mandou-o Jesus embora para casa, 33 Jesus, porém, voltou-se e, fitando os
recomendando-lhe: Não entres na aldeia.? seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse:
8.30 SMt 16.20
Atreda, Satanás! Porque não cogitas das coi­
A confissão de Pedro sas de Deus, e sim das dos homens.
M t 1 6 .1 3 - 2 0 ; L c 9 .1 8 -2 1
8.31 fMt 16.21
27 Então, Jesus e os seus discípulos parti­ O discípulo de Jesus deve levar a sua cruz
ram para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e, M t 1 6 .2 4 - 2 8 ; L c 9 .2 3 - 2 7

no caminho, perguntou-lhes: Quem dizem os 8.34 34 Então, convocando a multidão e junta­


homens que sou eu?h "fMt 10.38; mente os seus discípulos, disse-lhes: Se al­
Lc 14.27
28 E responderam1: João Batista; outros: guém quer vir após mim, a si mesmo se
Elias; mas outros: Algum dos profetas. negue, tome a sua cruz e siga-mem.
29 Então, lhes perguntou: Mas vós, quem 35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida"
8.35 "Mt 10.39;
dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro/ lhe Lc 17.33; perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de
disse: Tu és o Cristo. Jo 12.25 mim e do evangelho salvá-la-á.

8 .2 2 Betsaida. I.e., "casa de pesca", localizada na planície ao Is 5 0 .4 s s , 5 2 .1 3 - 5 3 .1 2 ; Z c 1 3 .7 ). Filho do homem.


norte do mar da Caliléia. Esta cidade de Pedro, André e Filipe C f Lc 9.22 n. Rejeitado. (C f S1118.22; Mc 12.10). A sugestão
(Jo 1.44) foi reconstruída por Filipe, tetrarca que a chamou satânica que levaria os inimigos de Jesus a crucificá-IO, aqui
de "Júlia" em honra à filha de Augusto, que também se cha­ consegue levar um discípulo como Pedro a reprová-IO. Em
mava Júlia. ambos os casos é rejeitada a salvação tão convidativa, ofere­
8.23 Vès alguma coisa- Neste único milagre de Jesus operado cida por meio da morte do Messias. Anciãos. São os membros
em duas etapas, a primeira ("recobrando a visão", gr anable- leigos do Sinédrio (cf 11.27, etc.).
pein, cf 10.51) talvez tivesse apenas restaurado a função dos 8.33 Os seus discípulos. Jesus sabia que os discípulos pensa­
olhos, e a segunda, a ação no cérebro que lhe dava percep­ vam como Pedro. Coisas de Deus. A frase significa "adotar o
ção mental daquilo que os globos oculares captavam. lado de Deus", "comprometer-se com a causa de Deus". Só
8 .2 5 Ciaramente. Restabelecida a boa focalização visual, ele Deus compreende realmente a profundidade do problema do
viu perfeitamente. pecado, como também a única solução.
8.26 Não entres. Variantes dos antigos manuscritos dão outra 8 .3 4 A multidão. O convite que Jesus apresenta nesta passa­
possibilidade: "Não fales a ninguém, na aldeia" (c f 5.20). gem, não apenas se estende aos doze, mas a todo homem.
8 .2 7 Com a confissão de Pedro começa a segunda metade Negue. Dizer "não" (cf 14.30ss, 72), não apenas ao pecado,
de Marcos. Não mais Jesus dirige ensinamentos para as multi­ mas principalmente a si mesmo, ao ego, que é a fonte da
dões, mas aos discípulos. Começam a ser dados avisos refe­ vontade oposta à de E)eus. Vir após mim, e siga-me, são ex­
rentes a Sua morte, como também à ressurreição. • N. Hom. pressões que significam a mesma coisa. Tome a sua cruz.
Quem é Cristo? 1) Para os fariseus e religiosos satisfeitos - Ele Como o criminoso, que era forçado a carregar sua própria
é um perigoso enganador; 2 ) Para o povo indiferente - Ele é cruz para o local da execução. • N . Hom . (C f Lc 9 ,18 -2 6n ).
um guia religioso (v 2 8); 3) Para o discípulo com Ele compro­ Valores Incomparáveis: 1) A vontade própria e a vontade de
metido - é o Messias, o "ungido" sumo Sacerdote que ofe­ Cristo (v 34); 2) O mundo e a alma (v 36); 3) A cruz evitada
rece Sua vida em sacrifício vicário (Is 53) e Rei "ungido" que e a cruz carregada (v 38).
reinará eternamente sobre Seus súditos. 8.35 £ do evangelho. Alguém poderia sofrer apenas por ser
8.31 Necessário. A necessidade do sofrimento expiatório de cristão. Muito mais provável, porém, é que venha a sofrer
Jesus é abertamente apresentada no AT (cf SI 22,69,118; porque, com espírito missionário, o discípulo divulga a fé.
1401 MARCOS 9.17
36 Que aproveita ao homem ganhar o 8.38 °Mt 10.33; 8 E, de relance, olhando ao redor, a nin­
Rm 1.16;
mundo inteiro e perder a sua alma? 2Tm 1.8 guém mais viram com eles, senão Jesus.5
37 Que daria um homem em troca de sua
alma? A vinda de Elias
38 Porque qualquer que, nesta geração 9.1 f>Mt 16.28 M t 17.9-13
adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e 9 Ao descerem do monte, ordenou-lhes
das minhas palavras, também o Filho do Ho­ Jesus que não divulgassem as coisas que ti­
mem se envergonhará dele, quando vier na 9.2 sMt 17.1 nham visto, até o dia em que o Filho do Ho­
glória de seu Pai com os santos anjos.0 mem ressuscitasse dentre os mortos.“
D izia-lhes ainda: Em verdade vos
9 afirmo que, dos que aqui se encontram,
alguns há que, de maneira nenhuma, passarão
9.3 rDn 7.9
10 Eles guardaram a recomendação, per­
guntando uns aos outros que seria o ressusci­
tar dentre os mortos.
pela morte até que vejam ter chegado com 11 E interrogaram-no, dizendo: Por que
poder o reino de Deus.P 9.7 ^Mt 3.17;
Mc 1.11; Lc 3.22 dizem os escribas ser necessário que Elias
venha primeiro? v
A transfiguração
12 Então, ele lhes disse: Elias, vindo pri­
Mt 17.1-8; Lc 9.28-36
9.8 f (2-8) meiro, restaurará todas as coisas; como, pois,
2 Seis dias depois, tomou Jesus consigo a 2Pe 1.17-18 está escrito sobre o Filho do Homem que so­
Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte,
frerá muito e será aviltado?*
a um alto monte. Foi transfigurado diante
13 Eu, porém, vos digo que Elias já veio,
deles;4? 9.9 uMt 17.9
e fizeram com ele tudo o que quiseram, como
3 as suas vestes tomaram-se resplande­
a seu respeito está escrito.*
centes e sobremodo brancas, como nenhum
layandeiro na terra as poderia alvejar. ’ 9.11 vMI4.5
A cura de um jovem possesso
4 Apareceu-lhes Elias com Moisés, e esta­
M t 17.14-21; Lc 9.37-43
vam falando com Jesus.
5 Então, Pedro, tomando a palavra, disse: 9.12 »SI22.6; 14 Quando eles se aproximaram dos discí­
Dn 9.26 pulos, viram numerosa multidão ao redor e
Mestre, bom é estarmos aqui e que façamos
três tendas: uma será tua, outra, para Moisés, que os escribas discutiam com eles.)'
e outra, para Elias. 15 E logo toda a multidão, ao ver Jesus,
9.13 '(11-13) tomada de surpresa, correu para ele e o
6 Pois não sabia o que dizer, por estarem Ml 4.5;
eles aterrados. Mt 11.14 saudava.
7 A seguir, veio uma nuvem que os envol­ 16 Então, ele interpelou os escribas: Que é
veu; e dela uma voz dizia: Este é o meu Filho que discutíeis com eles?
amado5; a ele ouvi. 9.14 xMt 17.14 17 E um, dentre a multidão, respondeu:

8.37 Uma vez morta, não há, ainda que colhido do mundo entender como "ouvi e obedecei". "Quando somos exorta­
todo, dinheiro que possa garantir a vida da pessoa perdida dos por Deus a ouvir a Cristo, Deus aponta-0 como único
(SI 4 9 .8 ). Aqui, Jesus tem em vista a segunda morte Mestre de Sua Ig re ja .. . para que nEle toda autoridade re­
(Ap 2 1 .8 ). Deus não aceita gorjetas nem subornos sida" (Calvino. Cf Hb 1.1).
(cf Hb 9 .27 ). 9.10 Perguntando. Não entenderam como Jesus ia ressurgir
8.38 O destino final da pessoa depende da realidade do dis- antes da ressurreição geral dos justos.
cipulado, i.e ., do fato de não se envergonhar de Cristo nesta
9 .1 2 Restaurará. A obra de restauração do culto a Deus foi
vida. Mim e das minhas palavras. Não há possibilidade de
realizada por Elias principalmente no monte Carmelo. João
separarmos Jesus de Suas palavras eternas.
Batista, como Elias, veio reiniciar uma total restauração, obra
9.1 Cf Mt 16.28n; Lc 9 .2 7 n . É possível que Marcos estivesse essa que Jesus veio consumar. Não se trata, pois, da pessoa de
ligando esta profecia, a respeito da vinda do reino, com o João Batista, que veio no espírito e com o propósito reforma­
acontecimento da transfiguração. dor de Elias, quem levaria a cabo a completa restauração do
9 .2 Transfigurado. Gr metamorphothe. No NT todo, figura so­ mundo amaldiçoado pelo pecado, mas sim, da pessoa de
mente aqui, em Mt 17.2; Rm 12.2; e 2 Co 3.18. O propósito Jesus Cristo, o qual, através da Sua obra redentora e de Seu
da transfiguração parece ser o de manifestar temporaria­ julgamento de toda a terra (cf o Apocalipse todo), restaurará
mente aos discípulos a glória de Jesus escondida na Sua en­ todas as coisas (Ef 1 .7 -1 0 ).
carnação, antecipando Sua ressurreição e segunda vinda. 9.17 Possesso. A ação de demônios que invadem e dominam
9.7 Os envolveu. Pode se referir apenas a Jesus, Elias e Moisés. o sistema nervoso, a consciência sensorial, a sede da vontade
A ele ouvi. Baseado no significado forte de Dt 18.15, deve-se do indivíduo, que, enfim, possuem o corpo físico do homem
MARCOS 9.18 1402
Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de 9.17-r Mt 17.14 27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o er­
um espírito mudo;2 gueu, e ele se levantou.
18 e este, onde quer que o apanha, lança-o 28 Quando entrou em casa, os seus discí­
por terra, e ele espuma, rilha os dentes e vai pulos lhe perguntaram em particular: Por que
definhando. Roguei a teus discípulos que o 9.20 «Mc 1.26 não pudemos nós expulsá-lo?c
expelissem, e eles não puderam. 29 Respondeu-lhes: Esta casta não pode
19 Então, Jesus lhes disse: O geração in­ sair senão por meio de oração [e jejum].
crédula, até quando estarei convosco? Até
9.23 6 Mt 17.20; De novo Jesus prediz
quando vos sofrerei? Trazei-mo. Lc 17.6 a sua morte e ressurreição
20 E trouxeram-lho; quando ele viu a Je­
Mt 17.22-23; Lc 9.43b-45
sus, o espírito imediatamente o agitou com
violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se 30 E, tendo partido dali, passavam pela
espumando.0 Galiléia, e não queria que ninguém o sou­
9.28 cMt 17.19 besse;
21 Perguntou Jesus ao pai do menino; Há
31 porque ensinava os seus discípulos e
quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infân­
lhes dizia: O Filho do Homem será entregue
cia, respondeu;
nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três
22 e muitas vezes o tem lançado no fogo 9.31 «Mt 17.22 dias depois da sua morte, ressuscitará.d
e na água, para o matar; mas, se tu podes
32 Eles, contudo, não compreendiam isto
alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-
e temiam interrogá-lo.
nos.
23 Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! 9.33 eMt 18.1 O maior no reino dos céus ,
Tudo é possível ao que crê.h M t 18.1-5; Lc 9.46-48
24 E imediatamente o pai do menino ex­ 33 Tendo eles partido para Câfamaum, es­
clamou [com lágrimas]: Eu creio! Ajuda-me na tando ele em casa, interrogou os discípulos:
minha falta de fé! 9.34 'Lc 22.24 De que é que discorríeis pelo caminho?5
25 Vendo Jesus que a multidão concorria, 34 M as eles guardaram silêncio; porque,
repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: pelo caminho, haviam discutido í entre si so­
Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai deste bre quem era o maior;
jovem e nunca mais tomes a ele. 9.35 35 E ele, assentando-se, chamou os doze e
26 E ele, clamando e ágitando-o muito, 9 Mt 20.26-27; lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro,
23.11;
saiu, deixando-o como se estivesse morto, a Mc 10.43-44; será o último e servo de todoss.
ponto de muitos dizerem: Morreu. Lc 22.26 36 Trazendo uma criança, cõlocou-a no

que é por eles controlado, criou um desafio singular para 9 .2 9 jejum. Esta palavra, provavelmente, não faz parte do
Jesus. texto original de Marcos, tendo sido acrescentado por um
9 .1 8 Não puderam. A falta de poder da parte dos discípulos copista da antigüidade. Não é de asceticismo que o discípulo
ao tentarem expulsar o inimigo espiritual é explicada por Je­ necessita mas da dependência total de Deus. A lição principal
sus na base de incredulidade (cf Mt 17.14-21 n). Essa carên­ de Mc 9 .1 -2 9 é que nem à presença visível de Cristo, nem
cia de fé não impediu os discípulos de esperarem que o a invisível, tem importância, mas apenas a fé expressa em
demônio lhes obedecesse, como, aliás, acontecera outrora oração.
(cf 6 .13 ). Jesus informa-os que expelir "esta casta" não seria 9 .3 0 Jesus passou secretamente pela Galiléia, porque queria
possível sem um profundo contato com o onipotente Deus preparar Seus discípulos para a maior crise de suas vidas
em constante oração (v 2 9 ). Essa falta de fé desonrou publi­ (v 31ss). Acontecimentos recentes (8.32ss; 9 .18; etc.) revela­
camente a Cristo. Definhando. "Ficando rígido". ram a imaturidade destes.
9.22 Se tu podes! - palavras que exprimem espanto e repro­
9.31 Entregue. G r paradidontai, trair, entregar uma pessoa,
vação. • N. Hom. Tudo é possível ao que crê: 1) A Fé verda­
deira mergulha o homem fraco no Deus todo-poderoso: 2) A transmitir alguma tradição, etc.. Judas entregara Jesus ao Si­
nédrio, este por sua vez, a Pilatos, e este último aos soldados.
Fé verdadeira submete-se à vontade de Deus libertando das
Por detrás disso tudo, se vê o amor do Pai que entregou Seu
garras do egoísmo humano a quem ora; 3) A Fé verdadeira
amado Filho ao mundo (At 2 .23; Rm 4 .25 ; 8.32).
elimina as barreiras espirituais na vida (cf Tg 1.5—8).
9 .25,26 Nunca mais tornes. O poder majestoso de Cristo não 9 .3 3 -3 7 Jesus condena a toda e qualquer ambição pessoal.
apenas expele o demônio, mas continua mantendo Sua auto­ O serviço, tal como o de cuidar de uma criancinha (v 37),
ridade sobre o espírito imundo. Muitos. O grego pode, tam­ revela o verdadeiro espírito de Cristo que todo pastor, ou
bém, ser traduzido como "todos". líder eclesiástico; deve mostrar.
1403 MARCOS 10.2
meio deles e, tomando-a nos braços, disse- 9.36 6 Mt 18.2 44 [onde não lhes morre o vermeP, nem o
lhes: h fogo se apaga].
37 Qualquer que receber uma criança, tal 9.37 <Mt 10.40;
45 E, se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é
como esta, em meu nome, a mim me recebe; Lc 10.16; melhor entrares na vida aleijado do que, tendo
e qualquer que a mim me receber1, não re­ |o 13.20 os dois pés, seres lançado no inferno
cebe a mim, mas ao que me enviou. 46 [onde não lhes morre o verme, nem o
fogo se apaga].
Jesus ensina a tolerância e a caridade 47 E, se um dos teus olhos? te faz trope­
Lc 9.49-50 çar, arranca-o; é melhor entrares no reino de
38 Disse-lhe João: Mestre, vimos um ho­ 9 .3 9 *1 0 ) 12.3 Deus com um só dos teus olhos do que, tendo
mem que, em teu nome, expelia demônios, o os dois seres lançado no inferno,
qual não nos segue; e nós lho proibimos, por­ 9.40 <Mt 12.30;
48 onde não lhes morre o verme, nem o
que não seguia conosco./ Lc 11.23 fogo se apaga.
39 Mas Jesus respondeu: Não lho proi­
bais; porque ninguém há que faça milagre em Os discípulos, o sal da terra
9.41 "M t 10.42 Mt 5.13; Lc 14.34-35
meu nome e, logo a seguir, possa falar mal
de mim.* 49 Porque cada um será salgado com
4Q Pois quem não é contra nós1 é 9.42 "Mt 18.6 fo g o /
por nós. 50 Bom é o sal; mas, se o sal vier a tomar-
41 Porquanto, aquele que vos derm de be­ se insípido5, como lhe restaurar o sabor?
9.43 °Mt 5.30
ber um copo de água, em meu nome, porque Tende sal em vós mesmos e paz uns com os
sois de Cristo, em verdade vos digo que de outros.
modo algum perderá o seu galardão. 9.44 Pis 66.24
Jesus atravessa o Jordão
Os tropeços Mt 19.1-2
Mt 18.6-9; Lc 17.1-2 9.47 </Mt 5.29
1 A Levantando-se Jesus, foi dali para o
42 E quem fizer tropeçar a um destes pe­ X U território da Judéia, além do Jordão.
queninos crentes, melhor lhe fora que se lhe 9 .4 9 / v 2.13 E outra vez as multidões se reuniram junto a
pendurasse ao pescoço uma grande pedra de ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu
moinho, e fosse lançado no mar.n costume.1
43 E, se tua mão° te faz tropeçar, corta-a; 9.50sM t5.13;
Lc 14.34-35
pois é melhor entrares maneta na vida do que, A questão do divórcio
tendo as duas mãos, ires para o inferno, para M t 19.3-12; Lc 16.18
o fogo inextinguível 10.1 1MH9.1 2 E, aproximando-se alguns fariseus, o

9.37 Criança. Pode se referir a uma criança cristã ou a um tropeçar. Nenhum sacrifício seria grande demais para se asse­
cristão recentemente convertido (Lc 9.47n). gurar da salvação, ainda que sacrifícios, em si mesmos, não
9 .3 8 -4 0 Proibimos, jesus desaprova o sectarismo. Devemos tenham nenhum valor. Inextinguível. Gr asbestos. Mt 18.8 traz
manter a comunhão com todo cristão que foi regenerado a palavra "eterno" (gr aiõnas).
pelo Espírito de Deus. Mt 12.30n assegura a veemente impos­ 9 .44 ,4 6 Estes w não constam nos melhores manuscritos.
sibilidade de sermos neutros, quando frente ao desafio do 9.49 Salgado com fogo. Lv 2.13 (cf Ez 43.2 4 ) fala da exigên­
senhorio de Cristo. cia de se pôr sal nos sacrifícios. Todo crente deve ser um
9.41 A unidade da igreja nem sempre será encontrada em sacrifício para Deus (Rm 12.1). No lugar do sal, ele será pro­
plena concordância com as doutrinas, mas, muitas vezes, no vado e purificado com o fogo de julgamento ou da persegui­
serviço humilde de amor (M t 2 5 .3 4 -4 6 ). Cf Mt 1 8 .8 -1 0n; ção rio mundo (1 Co 3.13; 1 Pe 1.7; 4.12).
L c 1 7 .ln . Pequeninos crentes. Podem ambos ser: os novos 9.50 O sal. Era essencial à vida nesses tempos, sendo o único
convertidos e os fracos na fé (Rm 14; 1 Co 8 e 9). meio de preservar a certos alimentos, tais como a carne, o
9.42 Crande pedra. Lit "pedra de asno", muito maior do que peixe, etc.; é comparado à convicção do cristão que não se
aquela puxada à mão. Tão grande é o amor de Deus para envergonha de Cristo, nem de Sua mensagem (8.35,38).
com Seus filhos que o suicídio seria melhor atitude, do que 10.1 Os cap 1 - 9 relatam o ministério de jesus na Galiléia. Os
alguém provocar o afastamento de um deles, da fé salvadora. cap 1 0-1 5 focalizam outra parte da missão de jesus, já na
9.43 Inferno. G r geenna, termo só usado nos evangelhos e Judéia.
Tg 3 .6. Cf Mt 5.22n. No v 42, o perigo é de provocar a per­ 10.2 Experimentaram. Provam a jesus, talvez, com o intuito
dição de outrem; aqui, o perigo em vista é do próprio cristão de denunciá-lo. Repudiar. Cf Mt 1 9 .3 -1 2n.
MARCOS 10.3 1404
experimentaram, perguntando-lhe: E lícito ao 10.2 "Mt 19.3 15 Em verdade vos digo: Quem não rece­
marido repudiar sua mulher?“ 10.4 ber0 o reino de Deus como uma criança de
''Dt 24.1-4;
3 Ele lhes respondeu: Que vos ordenou maneira nenhuma entrará nele.
Mt5.31
Moisés? 16 Então, tomando-as nos braços e im­
10.6 ^Gn 1.27;
4 Tomaram eles: Moisés permitiu1' lavrar pondo-lhes as mãos, as abençoava.
5.2
carta de divórcio e repudiar.
10.7 *Gn 2.24; O jovem rico
5 Mas Jesus lhes disse: Por causa da du­ ICoó.16
reza do vosso coração, ele vos deixou escrito M t 19.16-22; Lc 18.18-23
10.8 7(7-8)
esse mandamento; Gn 2.24 17 E, pondo-se Jesus a caminho, correu
6 porém, desde o princípio da criação, um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se,
10.11 ^Mt 5.32;
Deus os fez homem e mulher"'. Rm 7.3; perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para
7 Por isso, deixará o homem a seu pai e 1Co 7.10-11 herdar a vida eterna?e
mãe [e unir-se-á a sua m ulher]/ 10.12 o(11-12) 18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me cha­
8 e, com sua mulher, serão os dois uma só Mt 5.32; mas bom? Ninguém é bom senão um, que é
1Co 7.10-11
carne. De modo que já não são dois, mas uma Deus.
só carne.y 10.13 19 Sabes os mandamentos: Não matarás',
19.13
9 Portanto, o que Deus ajuntou não separe não adulterarás^, não furtarás'1, não dirás
o homem. 10.14 falso testemunho1, não defraudarás ninguém,
C1 Co 14.20;
10 Em casa, voltaram os discípulos a in- IPe 2.2
honrai a teu pai e tua mãe.
terrogá-lo sobre este assunto. 20 Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso
10.15 dMt 18.3
11 E ele lhes disse: Quem repudiar sua tenho observado desde a minha juventude.
mulher e casar com outra comete adultério 10.17 21 E Jesus, fitando-o, o,amou e disse: Só
*Mt 19.16
contra aquela.z uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens,
12 E, se ela repudiar seu marido e casar 10.19 dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu;
>Êx 20.13;
com outro, comete adultério.0 Dt 5.17 então, vem e segue-m e/
9Êx 20.14; 22 Ele, porém, contrariado com esta pala­
Jesus abençoa as crianças Dt 5.18 vra, retirou-se triste, porque era dono de mui­
hÊx 20.15;
Mt 19.13-15; Lc 18.15-17 Dt 5.19 tas propriedades.
13 Então, lhe trouxeram algumas crianças <Êx 20.16;
Dt5.20 O perigo das riquezas
para que as tocasse, mas os discípulos os re­ /Êx 20.12;
preendiam. b Dt 5.16
Mt 19.23-30; Lc 18.24-30
14 Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e 10.21 23 Então, Jesus, olhando ao redor, disse
disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, ‘ Mt 6.19-20 aos seus discípulos: Quão dificilmente entra­
não os embaraceis, porque dos tais é o reino 10.23 rão no reino de Deus os que têm riquezas!'
de Deus.c 'Mt 19.23 24 Os discípulos estranharam estas pala-

10.3 Tanto Jesus como todo judeu convicto reconheceram a mento, no caso de infidelidade da parte do outro cônjuge
autoridade da Bíblia. Cristo não nega 0 ensino de D t2 4 .1 , (cf Mt 1 9 .3 -1 2n). Contra aquela. Jesus invalida 0 ensino rabí-
mas expõe 0 significado real da lei. Os fariseus falharam, não nico que não previa 0 adultério contra a própria esposa.
distinguindo entre a vontade absoluta de Deus e Sua permis­ 10.14 A maior bênção é aquela que conduz crianças a Cristo.
são que levava em conta a pecaminosidade dos homens. O
10.15 Só aquele que receber 0 reino de Deus como um dom
divórcio jamais contou com a aprovação de Deus, a não ser
gracioso poderá gozar dos seus privilégios (cf Ef 2 .8 ,9 ).
como o menor entre dois males.
10.17,18 Bom Mestre. Cf Lc 18.19n. Só Deus é bom, no sen­
10.5 D ureza.. . coração. G r sklêrokardia, termo bíblico não tido absoluto. Seu amor e generosidade não têm limites. Vida
usado em sentido secular. Denota a persistente rebelião do eterna. Não vida sem fim apenas mas a que tem a qualidade
homem contra Deus. que Deus dá.
10.8 Uma só carne. Trata-se, aqui, da formação de um novo 10.21 Só uma coisa. Jesus mostra-se interessado apenas com
tipo de relação familiar (cf Gn 2 9.14), onde 0 amor e a vida 0 motivo da piedade - 0 amor a Deus acima de todas as
conjugal são exclusivos (cf Ef 5.30ss). coisas - 0 primeiro mandamento.
10.9 A santidade do casamento fez parte da intenção divina 10.23 Difícilmente. O espírito de auto-suficiência firmado nas
na criação. riquezas, dê tal modo domina o homem rico, que 0 convite
10.11 Comete adultério. Aquele que deixar sua mulher para de Deus pouco 0 atrai.
se casar com outra. Por meio, apenas, desta passagem bíblica, 10.24 A frase entre colchetes não consta nos melhores ma­
ainda não podemos saber se Jesus admitiria um novo casa­ nuscritos.
1405 MARCOS 10.40
vras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, 10.24 los. Estes se admiravam e o seguiam tomados
m|ó 31.24;
quão difícil é [para os que confiam nas rique­ 1Tm6.17 de apreensões. E Jesus, tomando a levar à
zas] entrar no reino de Deus!m parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas
25 E mais fácil passar um camelo pelo que lhe deviam sobrevir, dizendo:r
fundo de uma agulha do que entrar um rico no 33 Eis que subimos para Jerusalém, e o
10.27 "|r 32.17;
reino de Deus. Lc 1.37 Filho do Homem será entregue aos principais
26 Eles ficaram sobremodo maravilhados, sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à
dizendo entre si: Então, quem pode ser salvo? morte e o entregarão aos gentios;
27 Jesus, porém, fitando neles o olhar, 10.28
34 hão de escarnece-lo, cuspir nele,
disse: Para os homens é impossível; contudo, oMt 19.27 açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias,
não para Deus, porque para Deus tudo é pos­ ressuscitará.
sível."
28 Então, Pedro começou a dizer-lhe: Eis O pedido de Tiago e João
10.30
que nós tudo deixamos e te seguimos.0 p2Cr 25.9 M t 20.20-28
29 Tomou Jesus: Em verdade vos digo 35 Então, se aproximaram dele Tiago e
que ninguém há que tenha deixado casa, ou João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe; Mestre,
irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, 10.31 queremos que nos concedas o que te vamos
ou campos por amor de mim e por amor do <?Mt 20.16; pedir. 5
Lc 13.30
evangelho, 36 E ele lhes perguntou; Que quereis que
30 que não receba, já no presente, o cêntu­ vos faça?
plo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e 37 Responderam-lhe: Permite-nos quê, na
campos, com perseguições; e, no mundo por 10.32 tua glória, nos assentemos um à tua direita e
rMt 20.17;
vir, a vida eterna. P Lc 9.22 o outro à tua esquerda.
31 Porém muitos primeiros serão últi­ 38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que
mos 9; e os últimos, primeiros. pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo
ou receber o batismo com que eu sou ba­
Jesus ainda outra vez prediz tizado?
sua morte e ressurreição 39 Disseram-lhe: Podemos. Tomou-lhes
M t 20.17-19; Lc 18.31-34 Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebe­
32 Estavam de caminho, subindo para Je­ 10.39 í (38-39) reis o batismo com que eu sou batizado;'
rusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípu- Lc 12.50 40 quanto, porém, ao assentar-se à minha

10.25,26 Não existe evidência decisiva que demonstre que o (cf At 2 .4 4 -4 7 ; 4 .3 2 -3 5 ; Rm 16.13). Com perseguições. Jun­
fundo de uma agulha realmente significasse uma diminuta tamente com as imensas e aprazíveis vantagens, virá o sofri­
porta do muro de Jerusalém. A comparação ressalta uma im­ mento que amoldará o discípulo à imagem de Cristo.
possibilidade. Entrar.. . no reino de Deus significa ser salvo 10.31 O julgamento final terá muitas surpresas. Neste aviso
(v 2 6). Maravilhados. Os judeus olhavam para as riquezas ga­ contra o orgulho, lembramo-nos de Judas, o discípulo, e
nhas honestamente como um sinal da bênção de Deus. Se os Paulo, o perseguidor, que trocaram de posição, mesmo nesta
ricos, que têm "todas" as vantagens que poderiam propiciar vida.
a seus corações agradarem a Deus, perecem, quem, então,
1 0.3 2 -34 Comparando-se esta predição com as anteriores,
poderia se salvar?
encontramos vários detalhes, todos cumpridos nos últimos
10.27 Jesus lembra-lhes que somente pela onipotência de dias do ministério terreno de Cristo.
Deus é que o pecador se salva (cf Jó 4 2.2 ; Zc 8 .6 ). De fato, se 10.35 Tiago e joão. Cf Mt 2 0 .2 0 -28 n .
a salvação não fosse de graça, ninguém seria capaz de ganhá-
10.37 D ireita.. . esquerda. É notável a ironia; quem acabou
la (Jo 3 .3 -6 ).
ocupando estas posições, na hora do triunfo de Cristo na cruz
10.28 Deixamos. O verbo gr está no aoristo, tipo de ação que foram dois ladrões (15.27).
revela uma decisão definitiva. Seguimos. O gr, aqui, no tempo
10.38 C álice.. . batismo. O cálice pode representar sofri­
perfeito, indica uma decisão tomada no passado, cujos efeitos
mento ou bênção. O batismo também pode significar sofrer
ainda estão de pé. Ninguém se sacrifica pouco nem dema­
a ira de Deus (SI 6 9.15). Em SI 23.5; 75.8; Is 51.17, etc., o
siado para se tornar cristão; Cristo requer tudo de todos.
cálice significa a experiência que Deus dá aos homens.
10.29 Amor. Se a renúncia não for motivada por um grande Mc 14.36 e Lc 12.50 mostram que Jesus, aqui, fala de Sua
amor a Cristo e ao evangelho (necessário à sua divulgação) morte.
nada vale (1 Co 1 3 .1 -3 ).
10.39 Podemos. Só no sentido mais lato da palavra é que
10.30 Cêntuplo. A fraternidade produzida pelo evangelho os discípulos podem morrer e sofrer como Cristo o fez
tornará todos os cristãos em uma grande família (cf At 12.2 e Ap 1.9).
MARCOS 10.41 1406
direita ou à minha esquerda, não me compete 10.41 maram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom
</Mt 20.24
concedê-lo; porque é para aqueles a quem ânimo; levanta-te, ele te chama.
está preparado. 50 Lançando de si a capa, levantou-se de
41 Ouvindo isto, indignaram-se os dez um salto e foi ter com Jesus.
contra Tiago e João.u 10.42 «Lc 22.25 51 Perguntou-lhe Jesus: Que queres que
42 Mas Jesus, chamando-os para junto de eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu
si, disse-lhes: Sabeis que os que são conside­ torne a ver.
rados governadores dos povos têm-nos sob 52 Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te
seu domínio, e sobre eles os seus maiorais 10.43 salvou. E imediatamente tomou a ver e seguia
exercem autoridade.v »Mt 20.26; a Jesus estrada fora.0
Mc 9.35
43 Mas entre vós não é assim; pelo contrá­
rio, quem quiser tomar-se grande entre vós, A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém
será esse o que vos sirva;w M t 2 1 .1 - 1 7 ; L c 1 9 .2 8 - 4 0 ; J o 1 2 .1 2 -1 9
44 e quem quiser ser o primeiro entre vós Quando se aproximavam de Jerusa­

n
10.44 «(43-44)
será servo de to d o s/ Mt 23.11; lém, de Betfagé e Betânia, junto ao
45 Pois o próprio Filho do Homem não Mc 9.35
monte das Oliveiras, enviou Jesus dois dos
veio para ser servido, mas para servir e dar a seus discípulos*
sua vida em resgate por muitos.y 2 e disse-lhes: Ide à aldeia que aí está
diante de vós e, logo ao entrar, achareis preso
10.45 y(41-45)
A cura do cego de Jericó um jumentinho, o qual ainda ninguém mon­
Lc 22.24-27
M t 2 0 .2 9 - 3 4 ; L c 1 8 .3 5 -4 3 tou; desprendei-o e trazei-o.
46 E foram para Jericó. Quando ele saía 3 Se alguém vos perguntar: Por que fazeis
de Jericó, juntamente com os discípulos e nu­ isso? Respondei: O Senhor precisa dele e
merosa multidão, Bartimeu, cego mendigo, 10.46 logo o mandará de volta para aqui.
«Mt 20.29
filho de Timeu, estava assentado à beira do 4 Então, foram e acharam o jumentinho
caminho7 preso, junto ao portão, do lado de fora, na rua,
47 e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, e o desprenderam.
pôs-se a clamar. Jesus, Filho de Davi, tem 5 Alguns dos que ali estavam reclamaram:
10.52 °Mt 9.22
compaixãode mim! Que fazeis, soltando o jumentinho?
48 E muitos o repreendiam, para que se 6 Eles, porém, responderam conforme as
calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho instruções de Jesus; então, os deixaram ir.
de Davi, tem misericórdia de mim! 11.1 &Mt21.1; 7 Levaram o jumentinho, sobre o qual pu­
49 Parou Jesus e disse: Chamai-o. Cha- Jo 12.14 seram as suas vestes, e Jesus o montou.

10.42 Seu domínio (gr katakurieuõ, "dominar como senhor"). Cristo, cf Lc 1 8 .9 -1 4 ); 4 ) Crer em Jesus como Rei e Salvador
Só Cristo é Senhor de Sua igreja. Ninguém que se nega a (cf Jo 2 0.31); 5) Ir ter com Jesus (cf Lc 15.20); 6) Seguir a
compartilhar da humildade de Seu espírito é digno de Cristo (cf 10.21).
serví-IO. 11.1-11 Cf notas em Mt 2 1 .1 - 9 e Lc 1 9 .2 9 -4 0 .
10.43 Sirva. G r diakonos, serviço voluntário com interesse 11.2 Ide à aldeia. Deve ser , a de Betfagé. Achareis p reso .. .
voltado para os outros. Não sabemos se Jesus tratara, anteriormente, este assunto
10.44 Servo. G r doulos, serviço obrigatório. Pertencemos à com o dono do jumentinho ou não. Pode se tratar, por outro
comunidade, e não a nós mesmos. lado, de mais um caso em que Jesus mostra Sua presciência.
Ninguém montou. Para cumprir Zc 9 .9 e pelo fato que o uso
10.45 Filho do Homem. Cf Lc 9 .2 2 n . Este título messiânico real ou sagrado exigia que o artigo não fosse usado
une-se aqui, com o do Servo Sofredor que Isaías prediz que (cf Nm 19.2; Dt 21.3).
morrerá "por muitos" (Is 5 3.11,12). Resgate. M t2 0 .28 n .
11.3 O Senhor. É estranho encontrarmos este título para Jesus
10.46,47 Bartimeu. Cf Mt 2 0 .2 9 -3 4 n . A menção do nome nesta altura (pode ser uma reverência ao dono). Se é Jesus
indica que este homem foi conhecido, na Igreja. Filho de Davi. quem está em evidência, logo, afirma-se aqui, que Ele tem
Cf Lc 1 8.3 8 ,39n; Is 11.1. autoridade e direitos sobre quaisquer coisas, acima mesmo
10.48 O repreendiam. Lc 18.40n. Nota-se a grandeza do co­ que o próprio dono humano.
ração de Jesus em 9 .38 ; 10.13,14; Lc 9 .5 1 -5 6 ; Jo 4 .2 7 . 11.7 Suas vestes. Serviram de sela para o jumentinho. Jésas
• N. Hom. Cristo, a fonte da Vista. Como o cego Bartimeu, o o montou. Os profetas do AT ensinararh por intermétío *
pecador precisa: 1) Ouvir (v 47), já que não vê (cf 2 Co 4.4; ações dramáticas (cf jr 1 9 ; E z 4 .1 - 3 ). A entrada triu ríat i
Rm 10 .ls s ); 2) Clamar (Rm 10.13) o que mostra a sua fé; purificação do templo ( w 1 5 - 1 9 ) e a ceia do S e r tm
3) Perceber sua miséria (apelando para a compaixão de (1 4 .2 2 -2 6 ) são ações dessa natureza. Jesus, aqui, se a n e -
1407 MARCOS 11.25
8 E muitos estendiam as suas vestes no 11.8 cMt 21.8 cambistas e as cadeiras dos que vendiam
caminho, e outros, ramos que haviam cortado pombas.'
dos campos.c 11.9 16 Não permitia que alguém conduzisse
dSI 118.25-26
9 Tanto os que iam adiante dele como os qualquer utensílio pelo templo;
que vinham depois clamavam: H osanad ! 17 também os ensinava e dizia: Não está
11.10 eSI148.1
Bendito o que vem em nome do Senhor! escrito:
10 Bendito o reino que vem, o reino de A minha casa será chamada casa de oração
11.11
Davi, nosso pai! Hosana, nas maiores 6Mt 21.12 para todas as nações/?
alturas !e Vós, porém, a tendes transformado em covil
11 E, quando entrou em Jerusalém, no 11.12 de salteadores*.
templo, tendo observado tudo, como fosse já sMt 21.18 18 E os principais sacerdotes e escribas
tarde, saiu para Betânia com os d o z e / ouviam estas coisas e procuravam um modo
11.13 de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda
A figueira sem fruto
6Mt 21.19 a multidão se maravilhava de sua doutrina/
M t 2 1 .1 8 -2 2
19 Em vindo a tarde, saíram da cidade.
11.15
12 No dia seguinte, quando saíram de Be­ 'Mt 21.12; O poder da f é
tânia, teve fome.9 )o 2.14
20 E, passando eles pela manhã, viram
13 E, vendo de longe uma figueira com que a figueira secara desde a raiz.™
folhas, foi ver se nela, porventura, acharia 11.17 /Is 56.7 21 Então, Pedro, lembrando- se, falou M e s ­
8|r 7.11
alguma coisa. Aproximando-se dela, nada tre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou.
achou, senão folhas; porque não era tempo de 22 Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em
1 1 .1 8 'Mt 7.28;
fig o s/ Lc 4.32 Deus;
14 Então, lhe disse Jesus: Nunca jamais 23 porque em verdade vos afirmo que, se
coma alguém fruto de ti! E seus discípulos 11.20 alguém disser a este monte": Ergue-te e
ouviram isto. mMt21.19 lança-te no mar, e não duvidar no seu cora­
ção, mas crer que se fará o que diz, assim será
A purificação do templo 11.23 com ele.
M t 2 1 .1 2 - 1 7 ; L c 1 9 .4 5 -4 8 "Mt 17.20;
1Co 13.2 24 Por isso, vos digo que tudo quanto em
15 E foram para Jerusalém. Entrando ele oração pedirdes, crede que recebestes, e será
no templo, passou a expulsar os que ali ven­ 11.24 °Mt 7.7; assim convosco.0
diam e compravam; derribou as mesas dos Jo 14.13 25 E, quando estiverdes orando, se tendes

senta como o Messias que vem se oferecendo em paz, sem compravam. Somente animais comprados dentro da área do
armas e sem exército (Z c 9.9; cf Lc 19.39n). templo, a preços exorbitantes, diga-se de passagem, rece­
11.9 Hosana. Esta palavra pode ser entendida como um grito biam o visto de "sem defeito", que os sacrifícios exigiam.
de louvor, ou então uma petição a Deus para a Salvação deste 11.17 Todas as nações. Cf Is 56.7 que Jesus cita, aqui. Não
Messias (cf Mt 2 1 .9n), palavra esta que figurava entre as ex­ menciona os sacrifícios porque Ele mesmo, na cruz, uniria
pressões de boas-vindas proferidas pelos sacerdotes aos pere­ judeu e gentio no novo templo, o Seu corpo, a Igreja
grinos que vinham a Jerusalém por ocasião da Páscoa. (Jo 2.19,21 n).
11.10 Este verso indica que os peregrinos creram que ]esus 11.18 A indignação dos sacerdotes é compreensível, uma vez
era o Messias. que foram eles e seus chefes, Anás e Caifás, que embolsavam
o lucro do comércio no templo. Temiam. Jesus condenara o
11.11 Tendo observado tudo. Jesus preparou-se para o con­
templo à destruição (cf 13.2).
flito final.
11.21 Figueira.. . secou. Cf w 12-1 4 n , Lc 1 3 .6 -9 .
1 1 .1 2 -1 4 ; 20,21 O agente da criação (cf lo 1.3) torna-se o
seu Juiz. Não podemos fugir à conclusão de que este milagre 11.22 Fé em Deus. O objeto da fé é sempre a pessoa de Deus.
serviu de um dramático recurso didático (cf 7n) que destacou Mesmo a fé em Jesus Cristo é fé em Deus, que O enviou e
a decepção de Cristo com Israel (comparada a uma figueira); declarou ser Seu Filho pleno em poder (cf Jo 5 .2 4 ; Rm 1.4;
veja o incidente da purificação contado logo em seguida. "O Fp 2.9).
que aconteceu no Templo e a atitude de Jesus com respeito 11.23 Monte. Cf Mt 17.20, Lc 17.6n. No pensamento ju­
à figueira explicam-se mutuamente" (Schlatter). Jesus que dá daico da época, remover montes significava resolver proble­
exemplo de perfeita harmonia entre Suas palavras e Seus mas, especialmente em questões de interpretação da lei.
atos, condena a religião teórica que negligencia à prática. Quem ora com verdadeira fé não enfrenta dificuldades insu­
11.15 Entrando ele no templo. Cf Ml 3.1 ss. Jesus revela-se peráveis. Não duvidar. Cf Tg 1.6; 2.4.
como o sumo Sacerdote responsável pelo templo. Vendiam e • N. Hom. 11.25 Exigências da oração; 1) Fé em Deus -
MARCOS 11.26 1408
alguma coisa contra alguém, perdoai, para 11.25 pMt 6.14 A parábola dos lavradores maus
que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas M t 2 1 .3 3 - 4 6 ; L c 2 0 .9 - 1 9
ofensas. P 1 ^ Depois, entrou Jesus a falar-lhes por
26 [Mas, se não perdoardes, também vosso J . Á à parábola: Um homem plantou uma
Pai celestial não vos perdoará as vossas vinha', cercou-a de uma sebe, construiu um
ofensas.] í lagar, edificou uma torre, arrendou-a a uns
11.26 4(25-26)
Mt 6.14-15 lavradores e ausentou-se do país.
A autoridade de Jesus e o batismo de João 2 No tempo da colheita, enviou um servo
M t 2 1 .2 3 - 2 7 ; L c 2 0 .1 - 8 aos lavradores para que recebesse deles dos
27 Então, regressaram para Jerusalém. E, frutos da vinha;
andando ele pelo templo, vieram ao seu en­ 3 eles, porém, o agarraram, espancaram e
o despacharam vazio.
contro os principais sacerdotes, os escribas e
11.27 4 De novo, lhes enviou outro servo, e eles
os anciãos'
rMt21.23 o esbordoaram na cabeça e o insultaram.
28 e lhe perguntaram: Com que autori­
5 Ainda outro lhes mandou, e ã este mata­
dade fazes estas coisas? Ou quem te deu tal
ram. Muitos outros lhes enviou, dos quais es­
autoridade para as fazeres?
pancaram uns e mataram outros.
29 Jesus lhes respondeu: Eu vos farei uma
6 Restava-lhe ainda um, seu filho amado;
pergunta; respondei-me, e eu vos direi com
a este lhes enviou, por fim, dizendo: Respeita­
que autoridade faço estas coisas. 11.32 s Mt 3.5
rão a meu filho.
30 O batismo de João era do céu ou dos 7 Mas os tais lavradores disseram entre si:
homens? Respondei! Este é o herdeiro; ora, vamos, materno-lo, e a
3 1 'E eles discorriam entre si: Se disser­ herança será nossa.
mos: Do céu, dirá: Então, por que não acredi­ 8 E, agarrando-o, mataram-no e o atira­
tastes nele? ram para fora da vinha.
12.1 Ms 5.1-2
32 Se, porém; dissermos: dos homens, é 9 Que fará, pois, o dono da vinha? Virá,
de temer o povo. Porque todos consideravam exterminará aqueles lavradores e passará a
a João como profeta.5 vinha a outros.
33 Então, responderam a Jesus: Não sabe­ 10 Ainda não lestes esta Escritura:
mos. E Jesus, por sua vez, lhes disse: Nem eu A pedra que os construtores rejeitaram,
tampouco vos digo com que autoridade faço 12.10 essa veio a ser a principal pedra, angu­
estas coisas. uS1118.22 lar;“

não em nós mesmos (v 22); 2 ) Fé superior às dúvidas (v 23); 12.2 Servo. G r doulos, "escravo". Aqui, aponta para um pro­
3) Petição - " t u d o ... pedirdes" (cf T g 4 .3 ); 4 ) Perdão feta de Jeová, do AT, Obediente e submisso (cf Jr7.25ss;
para todos os que nos ofenderam ( d M t 6.12,14; 1 Pe 3.7). Am 3.7; Zc 1.4).
11.26 Este versículo não aparece nos melhores manuscritos 12.6 Restava-lhe ainda um. A ênfase do NT recai sobre a in-
gregos (cf 6.15). comparabilidade de Cristo (Hb 1.1,2 ). (Quem rejeitar o Filho
11.28 Autoridade. Seria |esus um profeta ou o próprio Mes­ fica destituído de qualquer esperança de aceitação da parte
sias? (C f Jo 1 .1 9 -2 2 ). de Deus. Amado. Significa "único", como na versão LXX de
Gn 2 2.2.
1 1.2 9 -33 Jesus mostra que a rejeição da comissão divina de
João implica numa rejeição dEle mesmo. Isto também pode- 1 2 .7 Ora, vamos, materno-lo. As mesmas palavras de
se afirmar com respeito ao testemunho acerca de Cristo Gn 37.20 usadas na LXX.
no AT, 12.8 Fora da vinha. Cf Hb 1 2.1 1 -13 e notas.
11.31 Acreditastes. (G r pisteuS). Crer, no caso, seria seguir a 12.9 Dono. G r kurios, "Senhor". Indica que Jesus será o Juiz
mensagem de João. (14.62; At 17.31). Quanto àquilo que o dono fará, veja
11.33 Não sabem os.. . Nem eu tampouco vos digo. Jesus es­ Mt 21.41, onde os ouvintes concordam com a justiça desse
conde a verdade daqueles que não se submetem honesta­ juízo divino.
mente a Ele. 12.10,11 Este trecho é citado, palavra por palavra, ipsis litte-
12.1 Falar-lhes. Continuam a ouvi-lo os líderes de 11.27ss. A ris, conforme a versão LXX do S1118.22,23. Principal pedra.
parábola dos "maus lavradores" aponta pára os homens que Provavelmente a pedra que ajunta e completa o edifício
desconfiam da autoridade divina de Jesus. "Plantou vinha", (cf At 4 .11 ; 1 P e 2 .7 ,8 n ). A mensagem não deixa de ficar
"cercou", "sede", "construiu um lagar", "edificou", "torre", dara. Deus permitirá o assassínio de Seu Filho único, somente
todas estas palavras vêm citadas da versão grega (LX X ) de para, em seguida, O exaltar como Senhor e Juiz sobre peca­
Is 5.1,2. dores rebeldes (d Fp 2 .6 -1 1 ).
1409 MARCOS 12.28
11 isto procede do Senhor, e é maravi­ 12.11 v(10-11) que, se morrer o irmão de alguém e deixar
SN I 8.22-23
lhoso aos nossos olhos?v mulher sem filhos, seu irmão a tome como
12 E procuravam prendê-lo, mas temiam esposa e suscite descendência a seu irmão.
o povo; porque compreenderam que contra 20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro ca­
eles proferira esta parábola. Então, desistindo, sou e morreu sem deixar descendência;
retiraram- se.w 12.12 21 o segundo desposou a viúva e morreu,
wMt 21.45-46;
lo 7.25,30,44 também sem deixar descendência; e o ter­
A questão do tributo ceiro, da mesma forma.
M t 2 2 .1 5 - 2 2 ; L c 2 0 .1 9 -2 6 22 E, assim, os sete não deixaram descen­
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dência. Por fim, depois de todos, morreu tam­
dos herodianos, para que o apanhassem em bém a mulher.
12.13
alguma palavra.* *Mt 22.15 23 Na ressurreição, quando eles ressusci­
14 Chegando, disseram-lhe: Mestre, sabe­ tarem, de qual deles será ela a esposa? Porque
mos que és verdadeiro e não te importas com os sete a desposaram.
quem quer que seja, porque não olhas a apa­ 24 Respondeu-lhes Jesus: Não provém o
rência dos homens; antes, segundo a verdade, vosso erro de não conhecerdes as Escrituras,
12.18 yAt 23.8
ensinas o caminho de Deus; é lícito pagar nem o poder de Deus?
tributo a César ou não? Devemos ou não de­ 25 Pois, quando ressuscitarem de entre os
vemos pagar? mortos, nem casarão, nem se darão em casa­
15 Mas Jesus, percebendo-lhes a hipocri­ mento; porém, são como os anjos nos céus.°
sia, respondeu: Por que me experimentais? 12.19 zDt 25.5 26 Quanto à ressurreição dos mortos, não
Trazei-me um denário para que eu o veja. tendes lido no Livro de Moisés, no trecho
16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes: referente à sarça, como Deus lhe falou:
De quem é esta efígie e inscrição? Responde­ Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque
ram: De César. 12.25 e o Deus de Jacó6?
17 Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o ■
>K o 15.42 27 Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de
que é de César e a Deus o que é de Deus. E vivos. Laborais em grande erro.
muito se admiraram dele.
O grande mandamento
Os saduceus e a ressurreição M t 2 2 .3 4 - 4 0 ; L c 1 0 .2 5 -2 8
M t 2 2 .2 3 - 3 3 ; L c 2 0 ,2 7 -4 0 28 Chegando um dos escribas, tendo ou­
18 Então, os saduceus, que dizem não ha­ vido a discussão entre eles, vendo como Jesus
ver ressurreição)', aproximaram-se dele e lhe lhes houvera respondido bem, perguntou-
perguntaram, dizendo: 12.28 lhe: Qual é o principal de todos os manda-
19 Mestre, Moisés nos deixou escrito* 5 Mt 22.35 mentos?c

12.13 Herodianos. Partidários de Herodes Antipas, rei da Ga- 12.24 Nõo conhecerdes. Le., "não entenderdes". As pressu­
liléia. posições dos saduceus incapacitaram-nos de entender a Pala­
12.14 És verdadeiro. Deus não se deixa levar por nenhuma vra de Deus. As Escrituras. O AT como um todo, não apenas
influência ou suborno. A honestidade de Jesus era reconhe­ o Pentateuco.
cida mesmo pelos judeus. Sobre os w 1 4 -1 7 , veja 12.25 Como os anjos. A vida celestial está totalmente fora do
M t 22.1 S - 2 2 e notas. alcance da compreensão e até mesmo da imaginação hu­
12.17 Dai a César.. . O NT apresenta os seguintes princípios mana. Os saduceus negaram a existência dos anjos.
relativos ao Estado: 1) O Estado existe dentro da vontade de
12.26 Neste verso, o Senhor confirma a inspiração e a histori­
Deus (Rm 1 3 .1 -7 ); 2 ) Quem recebe benefícios do Estado fica
cidade de Êx 3. Eu s o u .. . Os propósitos do Criador e Fonte da
obrigado a cumprir as responsabilidades por ele exigidas;
vida não podem ser vencidos pela morte (cf SI 73.23ss). Séria
3) O limite dessa responsabilidade não ultrapassa a vontade
um absurdo Deus declarar que Ele é (no presente) o Deus dos
de Deus claramente gravada na consciência e expressa na
Bíblia (cf At 4 .19). mortos, i.e., dos não existentes. Sendo Deus dos vivos,. Ele
garante a ressurreição.
1 2.1 8 -23 Os saduceus. O partido aristocrata dos sacerdotes,
rico e proeminente na política que, na época era subordinada 12.28 Escribas. Eram fariseus, eruditos na lei, criadores e
aos romanos. Limitando-se à aceitação apenas dos escritos transmissores da interpretação tradicional dos mandamentos
de Moisés, negaram a ressurreição e os anjos (cf At 2 3 .6 -8 ). de Deus (3.2 2n ). Principal. Os fariseus reconheciam 613 man­
Sobre a pergunta dos saduceus, veja M t 2 2 .2 3 - 3 3 e damentos bíblicos, mas havia muita divergência de conceitos
Lc 2 0 .7 -4 0 n . acerca de mandamentos "pesados" e "leves".
MARCOS 12.29 1410
29 Respondeu Jesus: O principal é: 12.29 dDt 6.4
37 O mesmo Davi chama-lhe Senhor:
Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o como, pois, é ele seu filho? E a grande multi­
único Senhor \d 12.30^(29-30) dão o ouvia com prazer.
30 Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de Dt 6.4-5

todo o teu coração, de toda a tua alma,


Jesus censura os escribas
de todo o teu entendimento e de toda a 12.31 'Lv 19.18
M t 2 3 .1 - 7 ,1 4 ; L c 2 0 .4 5 - 4 7
tua força.e
31 O segundo é: 38 E, ao ensinar, dizia ele: Guardai-vos
12.329Dt4.35 dos escribas, que gostam de andar com vestes
Amarás o teu próximo como a ti
talares e das saudações nas praças;'
mesmof.
Não há outro mandamento maior do que estes. 12.33 60s 6.6 39 e das primeiras cadeiras nas sinagogas
e dos primeiros lugares nos banquetes;
32 Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mes­
12.34'(28-34) 40 os quais devoram as casas das viúvas e,
tre, e com verdade disseste que ele é o único,
e não há outro senão eles,
Lc 10.25-28 para o justificar, fazem longas orações; estes
sofrerão juízo muito mais severo.1”
33 e que amar a Deüs de todo o coração e
de todo o entendimento e de toda a força, e 12.35
/Mt 22.41
amar ao próximo como a si mesmo excede a A oferta da viúva pobre
todos os holocaustos e sacrifíciosh. L c 2 1 .1 - 4
34 Vendo Jesus que ele havia respondido 12.36 4S1110.1 41 Assentado diante do gazofilácio, obser­
sabiamente, declarou-lhe: Não estás loftge do vava Jesus como o povo lançava ali o di­
reino de Deus. E já ninguém mais ousava 12.3 8 'Mt 23.1; nheiro. Ora, muitos ricos depositavam
interrogá-lo.' Lc 11.43 grandes quantias.”
42 Vindo, porém, uma viúva pobre, depo­
O Cristo, filho de Davi 12.40 sitou duas pequenas moedas correspondentes
M t 2 2 .4 1 - 4 6 ; L c 2 0 .4 1 -4 4 mMt 23.14 a um quadrante.
35 Jesus, ensinando no templo, perguntou: 43 E, chamando os seus discípulos, disse-
Como dizem os escribas que o Cristo é filho 12.41 "2Rs12.9 lhes: Em verdade vos digo que esta viúva
de Davi?/ pobre depositou no gazofilácio mais do que o
36 O próprio Davi falou, pelo Espírito 12.43
fizeram todos os ofertantes.0
Santo: °2Co8.12 44 Porque todos eles ofertaram do que
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza
à minha direita, até que eu ponha os teus 12.44 pDt 24.6; deu tudo quanto possuía, todo o seu sus-
inimigos debaixo dos teus pés*. lio 3.17 tento.P

12.29,30 Ouve, ó Israel.. . Esta citação de Dt 6.4 ss, o credo "senhor" traduz a palavra Yahweh, enquanto o segundo, o
do judeu piedoso, era, por mero costume, repetido diaria­ termo Adonai (lit "meu senhor"), ambos do AT. Destaca-se,
mente. A unidade do Deus único (fato que nega o politeísmo) aqui, a impossibilidade de acontecer que um filho apenas
implica no Seu absoluto direito sobre toda a Criação em ge­ humano seja senhor do seu pai. Davi declara, assim, que
ral, e sobre o homem em particular. • N. Hom. Amar a Deus Cristo é divino.
exige: 1) Todo o teu coração - a sede dos sentimentos e da 12.38 Jesus adverte severamente contra o perigo da vaidade
motivação; 2) Toda a tua alma - a vitalidade e o tempo Inte­ espiritual (cf M t2 3 .7 ; Jo 5 .4 4 ). Vestes talares. M t2 3 .5 ;
grais; 3) Todo o teu entendimento - a inteligência; 4 ) Toda Nm 15.38.
a tua força - a vontade e o esforço. Agostinho proclamou:
12.42 Pequenas moedas. G r lepta "finas". Valiam 1/16 de um
"Ama a Deus e faze o que queres", porque o amor a Deus
denário. Quadrante. Um quarto de um os, moeda do oeste do
purifica as intenções.
império, de pouco valor. • N. Hom. A pequena oferta da
12.31 O primeiro e o segundo mandamentos não podem se viúva; 1) Do ponto de vista humano; a) era desnecessária;
separar (1 |o 4.20). b) sem valor; c) presunçosa, porque a viúva, então, dependia
12.33 Amar ao próxim o.. . mesmo. É fato conhecido da psico­ totalmente de Deus; 2) Do ponto de vista de Jesus: a) era mui
logia, que quem não valoriza a si mesmo não pode valorizar grande - bem maior do que a riqueza dos ricos; b) boa, por­
ao seu próximo. Mas esse amor a nós mesmos pode ser que glorificou a Deus. O Senhor valoriza, sim, o amor sacrifi­
egoísta; por isso devemos negar-nos a nós mesmos para po­ cial, e não a quantia da oferta.
dermos ser amados (8 .34). 13.1 Este capítulo que se inicia, chamado por alguns de "o
12.36,37 Pelo Espírito. Cristo confirma a autoria davídica e a pequeno Apocalipse", recebe uma boa ampliação em M t2 4
inspiração do salmo 110. Senhor ao meu Senhor. O primeiro e Lc 21 e no Apocalipse. Isto se deve ao fato que as verdades
1411 MARCOS 13.16
O sermão profétko 13.1 qMt 24.1 9 Estai vós de sobreaviso, porque vos en­
A destruição do templo tregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis
M t 2 4 .1 - 2 ; L c 2 1 .5 - 6 13.2 ric 19.44 açoitados, e vos farão comparecer à presença
Ao sair Jesus do templo, disse-lhe de governadores e reis, por minha causa, para

B um de seus discípulos: Mestre! Que


pedras, que construções! 9
2 Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes
13.4 *Mt 24.3 lhes servir de testem unho/
10 Mas é necessário que primeiro o evan­
gelho seja pregado a todas as nações.w
13.5 t)r 29.8;
construções? Não ficará pedra sobre pedra, 1Ts 2.3 11 Quando, pois, vos levarem e vos entre­
que não seja derribada/ garem, não vos preocupeis com o que haveis
de dizer, mas o que vos for concedido naquela
O princípio das dores 13.8 "Mt 24.8
M t 2 4 .3 - 1 4 ; l c 2 1 .7 - 1 9
hora, isso falai; porque não sois vós os que
falais, mas o Espírito S an to /
3 No monte das Oliveiras, defronte do 13.9
12 Um irmão entregará à morte outro ir­
templo, achava-se Jesus assentado, quando ►Mt 10.17-18
mão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se
Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram
levantarão contra os progenitores e os
em particular: 13.10
m atarão/
4 Dize-nos quando sucederão estas coisas, "M t 24.14
13 Sereis odiados de todos por causa do
e que sinal haverá quando todas elas estive­
meu nome; aquele, porém, que perseverar até
rem para cumprir-se.5 13.11
ao fim, esse será salv o /
5 Então, Jesus passou a dizér-lhes: Vede «Mt 10.19;
At 2.4
que ninguém vos engane/ A grande tribulação
6 Muitos virão em meu nome, dizendo: M t 2 4 .1 5 - 2 8 ; L c 2 1 .2 0 - 2 4
Sou eu; e enganarão a muitos. 13.12 yMq 7.6; 14 Quando, pois, virdes o abominável da
Lc 21.16
7 Quando, porém, ouvirdes falar de guer­ desolação0 situado onde não deve estar
ras e rumores de guerras, não vos a s s u s t e i s ; (quem lê entenda), então, os que estiverein na
necessário assim acontecer, mas ainda não é 13.13 Judéia fujam pará os montes;
«Dn 12.12;
o fim. Lc 21.17 15 quem estiver em cima, no eirado* não
8 Porque se levantará nação contra nação, desça nem entre para tirar da sua casa alguma
e reino, contra reino. Haverá terremotos em coisa;
13.14
vários lugares e também fomes. Estas coisas »Dn 9.27; 16 e o que estiver no campo não volte
são o princípio das dores.“ 11.31; 12.11 atrás para buscar a sua capa.

aqui reveladas não nos foram dadas para responder a todas as Hb 12.26). Princípio das dores, sã0 os sofrimentos que antece­
perguntas acerca do futuro, mas para encorajar os crentes a dem a vinda de Cristo. Os falsos mestres, a perversão dos
resistir ao mal, ficar firmes na perseguição e esperar sempre ambientes político, social e físico no mundo anteciparão Sua
em Cristo. Que pedras. O Templo reconstruído por Herodes, o vinda.
grande, (que começou com 19 a .C .) era uma das maravilhas
1 3 .9 -1 3 Perseguições aguardam àqueles que se lançam à
do mundo antigo. Foi destruído por Tito e os romanos, no
proclamação do evangelho em todo o mundo (v 10). Tribu­
ano 70 d .C , antes mesmo de ser concluído (cf 14.58; 15.29;
nais e às sinagogas. Referem-se especificamente à persegui­
jo 2 .19 ; Mt 2 3.38). Essa destruição cria uma situação propícia
ção e ao júri judaicos (cf At 8 .1; 9 .1, etc.). Covernadores e reis.
para o cumprimento das outras profecias relativas aos antece­
Esta expressão revela que até mesmo grandes autoridades
dentes da segunda vinda de Cristo.
gentílicas ouvirão o evangelho de Jesus Cristo.
13.3 André. Irmão de Pedro, aparece no círculo mais che­
gado a Cristo. 13.10 Todas as nações. C r ethnê "gentios", "nações". Os
gentios ouvirão o evangelho, e não apenas os judeus
13.4 Todas elas. O complexo de eventos relacionados com a
(cf Ap 7). Não há, entretanto, a mínima indicação relativa à
destruição do templo e de Jerusalém (2).
eficiência da pregação, nenhuma sugestão de que o mundo
13.5 Os sinais apresentados por Jesus não têm a finalidade de
se tornará cada vez mais cristão.
nos fornecer um calendário detalhado de todos os eventos
que deverão culminar com Sua vinda. Cristo, aliás, adverte 13.13 Perseverar.. . salvo. Não da perseguição mas do juízo
contra falsos sinais. divino.
13.6 Em meu nome. Pretendendo ocupar o lugar do Messias 1 3.1 4 -20 As predições de 1 4 -2 0 são interpretadas em Lc 21
prometido, alguns reivindicarão os títulos jawbeh "eu sou", referentes aos eventos de 6 6 -7 0 d .C. Abominável.. . "O ídolo
ou talvez "eu sou o Cristo". que profana", cf Dn 9.27; 11.31; 12.11. Pode ser que se re­
13.7,8 O Senhor está bastante interessado em não deixar fira (cf Lc 2 1 .2 0 ) aos ídolos do imperador que profanaram o
que as dificuldades, principalmente as políticas e as econômi­ templo em 70 d .C ., ou a uma futura profanação da Igreja (o
cas, impeçam a obra de evangelização. O fim. O ponto final Templo de Deus, 1 Pe 2 .5) nas perseguições do anticristo
da história e da Criação, divinamente predestinado (Rm 8 .22; (cf 2 Ts 2.4ss e notas).
MARCOS 13.17 1412
17 Ai das que estiverem grávidas e das 13.17 A parábola da figueira.
6U21.23
que amamentarem naqueles dias!b Exortação à vigilância
18 Orai para que isso não suceda no M t 2 432-44; Lc 21.29-36
13.19 cDn 12.1;
inverno. Ap 7.14 28 Aprendei, pois, a parábola da figueira:
19 Porque aqueles dias serão de tamanha quando já os seus ramos se renovam, e as
13.21 folhas brotam, sabeis que está próximo o
tribulação" como nunca houve desde o prin­ dMt 24.23
cípio do mundo, que Deus criou, até agora e verão.'
nunca jamais haverá. 13.23 29 Assim, também vós: quando virdes
20 Não tivesse o Senhor abreviado aque­ e2Pe 3.17 acontecer estas coisas, sabei que está pró­
les dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa ximo, às portas.
13.24 'Dn 7.10;
dos eleitos que ele escolheu, abreviou tais 30 Em verdade vos digo que não passará
Mt 24.29
dias. esta geração sem que tudo isto aconteça.
21 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o 13.259(24-25) 31 Passará o céu e a terra, porém as mi­
Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;d Is 13.10; nhas palavras não passarão./
Ez 32.7; Jl 2.31;
22 pois surgirão falsos cristos e falsos pro­ 32 Mas a respeito daquele dia ou da hora
Ap 6.12-13
ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o
fetas, operando sinais e prodígios, para enga­
13.26 Filho, senão o Pai.
nar, se possível, os próprios eleitos.
"Dn 7.13; r s ïstai de sobreaviso, vigiai [e orai]; por­
23 Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho Ap 1.7
que não sabeis quando será o tem p o /
predito.e
34 É comõ um homem que, ausentando-se
13.28
/Mt 24.32 do país, deixa a sua casa, dá autoridade aos
A vinda do seus servos, a cada um a sua obrigação, e ao
Filho do Homem 13.31 /'Is 40.8 porteiro ordena que vigie/
M t 24.29-31; Lc 21.25-28 i 35 Vigiai, pois, porque não sabeis quando
13.33 virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-
24 Mas, naqueles dias, após a referida tri­ *Mt 24.42;
bulação, o sol escurecerá, a lua não dará a sua Rm 13.11; noite, se ao cantar do galo, se pela manhã;m
claridade/ ITs 5.6 36 para que, vindo ele inesperadamente,
25 as estrelas cairão do firmamento, e os não vos ache dormindo.
13.34 37 O que, porém, vos digo, digo a todos:
poderes dos céus serão abalados.» /Mt 24.45
26 Então, verão o Filho do Homem vir nas vigiai!"
nuvensh, com grande poder e glória. 13.3S O plano para tirar a vida de Jesus
>"Mt 24.42
27 E ele enviará os anjos e reunirá os seus M t 26.1-5; Lc 22.1 - 2
escolhidos dos quatro ventos, da extremidade 13.37 "(32-37) Dali a dois dias, era a Páscoa e a
da terra até à extremidade dó céu. Lc 12.35-40 Festa dos Pães Asmos; e os principais

13.20 Eleitos. Neste contexto, devem ser, com certeza, os aguardarão seguros pelo dia de Sua vinda e pela ressurreição
crentes judeus que fugiram da mortandade que praticaram Os dos justos.
anti-semitas em jerusalém. 13.32 Ao crente não é oferecida a capacidade de saber, de
13.22 Enganar. Satanás, o pai da mentira, lutará cada vez antemão, o dia da volta de Cristo. Deve estar sempre pronto
mais para iludir os eleitos, antes do fim do seu domínio e vigilante.
(cf Jo 8 .44; 1 |o 2 .26,27). • N. Hom. 1 3 .3 3 -3 7 Vigiai. 1) Por quê? - a) o tempo é in­
1 3.2 4 -26 A ênfase, aqui, focaliza claramente a segunda certo, e b) há o perigo de dormirmos; 2 ) Como? - a) espe­
vinda do Senhor (cf Dn 7.13). As predições anteriores são rando Sua breve chegada; b) estar sempre pronto para se
sombras do evento climático do fim. O sol escurecerá. encontrar com Ele; c) viver de tal modo que não importa
Cf Is 13.10; 24.4; Am 8.9. Esta linguagem pode ser figurada. quando ele venha (v 35; 1 )o 3.9).
Filho.. . nuvens. Citado de Dn 7.13 (cf Ap 1.7). O clímax da 13.34 Dá autoridade. Os dons do Espírito capacitam todo
história será a volta do Servo rejeitado agora, publicamente crente sincero a servir ao seu Senhor (cf 1 Co 12; Rm 12;
manifestado como Rei do universo. 1 P e 4 .10 s). Porteiro. C f o "mordomo" de Lc 12.42. Está em
13.28 Figueira. Por causa da expressão "e todas as árvores", vista, aqui, o líder da Igreja.
em Lc 21.29, não devemos entender a "figueira" como a na­ 13.37 Vigiai. Nesta única palavra, incluem-se todas as obri­
ção de Israel. gações que o discípulo de Cristo deve cumprir, até que che­
13.30 Esta geração. O cumprimento das profecias relativas à gue a Sua volta.
destruição de jerusalém foi visto pela geração contemporânea 14.1,2 Páscoa, losefo informa-nos que até três milhões de
de jesus. Ademais, por mais que demore a volta de Cristo, judeus podiam assistir a esta festa principal (cf Èx 12). Pães
sabemos que os crentes que morreram não desaparecerão; Asmos. A festa judaica, que durava oito dias após a Páscoa
1413 MARCOS 14.16
14.1 °Mt26.2; O pacto da traição
sacerdotes e os escribas procuravam como o
Jo 11.55
prenderiam, à traição, e o matariam.0 M t 2 6 .1 4 - 1 6 ; L c 2 2 .3 - 6
2 Pois diziam: Não durante a festa, para 10 E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter
que não haja tumulto entre o povo. com os principais sacerdotes, para lhes entre­
gar Jesus/
Jesus ungido em Betânia 11 Eles, ouvindo-o, alegraram-se e lhe
M t 2 6 .6 - 1 3 ; J o 1 2 .1 - 8 prometeram dinheiro; nesse meio tempo, bus­
3 Estando ele em Betânia, reclinado à 14.3 pMt 26.6; cava. ele uma boa ocasião para o entregar.
|o 12.1,3
mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma
Os discípulos preparam a Páscoa
mulher trazendo um vaso de alabastro com
M t 2 6 .1 7 - 1 9 ; L c 22. 7 - 1 3
preciosíssimo perfume de nardo puro; e, que­
brando o alabastro, derramou o bálsamo sobre 12 E, no primeiro dia da Festa dos Pães
a cabeça de Jesus.P Asmos5, quando se fazia o sacrifício do cor­
4 Indignafam-se alguns entre si e diziam: deiro pascal, disseram-lhe seus discípulos:
Para que este desperdício de bálsamo? 14.7 qDt 15.11
Onde queres que vamos fazer os preparativos
3 Porque este perfume poderia ser ven­ para comeres a Páscoa?
dido por mais de trezentos denários e dar-se 13 Então, enviou dois dos seus discípulos,
aos pobres. E murmuravam contra ela. dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao
6 Mas Jesus disse: Deixai-a; por que a encontro um homem trazendo um cântaro de
molestais? Ela praticou boa ação para água;
comigo. 14 segui-o e dizei ao dono da casa onde
7 Porque os pobres, sempre os tendes« 14.10 ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o
rMt 26.14
convosco e, quando quiserdes, .podeis fazer- meu aposento no qual hei de comer a Páscoa
lhes bem, mas a mim nem sempre me ten­ com os meus discípulos?
des. 15 E ele vos mostrará um espaçoso cená­
8 Ela fez o que pôde: antecipou-se a un- culo mobilado e pronto; ali fazei os prepara­
gir-me para a sepultura. tivos.
9 Em verdade vos digo: onde for pregado 16 Saíram, pois, os discípulos, foram à ci­
em todo o mundo o evangelho, será também 14.12 dade e, achando tudo como Jesus lhes tinha
contado o que ela fez, para memória sua. sÊx 12.1-27 dito, prepararam a Páscoa.

(8.15n). Durante a festa. O grego do original indica "no meio ria, motivada pelo amor, oferece o preciosíssimo perfume
da multidão". (v 3).

14.3 Uma mulher. De |o 12.3, sabemos que era Maria, irmã 14.12 Primeiro dia. Era 14 de Nisã (corresponde a abril,
de Marta e Lázaro. Quebrando. Não ouve maneira de recupe- época de nossa Páscoa). O cordeiro era sacrificado à tarde (c.
rar-se nem mesmo o restante que costuma ficar no fundo dos 15 h) e comido por pelo menos 10 pessoas, entre o pôr-do-
recipientes. Cabeça. Em Jo 12.3 frisa-se a unção dos pés de sol e a meia-noite.
Jesus.
14.13 D o is ... Pedro e João (L c 2 2 .8 ). H o m e m ... cântaro.
14.5 Trezentos denários. Quase o valor de um ano de tra­
Normalmente, só as mulheres carregavam cântaros. Jesus
balho.
quis manter secreto o local.
14.6 Boa. C r kalon inçjica uma ação "bela", porque era apro­
priada, cheia de amor generoso e desinteresse. Indica uma fé 14.14 Meu aposento. Jesus tinha feito os arranjos anterior­
genuína. mente.

14.7 Pobres sem pre.. . Jesus prevê que, até Ele voltar, haverá 14.15 Cenáculo. As maiores casas dos judeus tinham salas no
homens dependentes da bondade do próximo, os quais ofe­ primeiro andar, cujo acesso era permitido por meio de uma
recerão a este último, oportunidade, campo para fazerem o escada exterior. Preparativos. Barclay fornece essa lista: 1) O
bem. • N. Hdm. A boa ação: 1) É valiosa, preciosíssima cordeiro pascal, lembrando a proteção contra o anjo da
(v 3); 2) É total quebrando o alabastro; 3) É motivada pelo morte no Egito (Êx 12); 2) Os pães asmos sem levedura, lem­
amor (v 8); 4 ) É um exemplo para todos (v 9). brando a urgência da saída do Egito; 3) Agua salgada, lem­
brando as lágrimas do Egito e as águas do mar Vermelho;
14.8 Antecipou-se. Possivelmente Maria entendeu o propó­
4 ) Ervas amargas, lembrando a amargura da escravidão;
sito da vinda de Cristo ao mundo como Servo sofredor
5 ) Uma sopa de frutas, lembrando a obrigação de fazer tijo­
(cf Is 53).
los; 6) Quatro copos de vinho, lembrando as quatro promes­
14.10 judas. Motivado pela avareza, trai ao seu Mestre. Ma­ sas de Êx 6.6,7 .
MARCOS 14.17 1414
0 traidor é indicado 14,17 Pedro é avisado
(Mt 26.20
Mt 26.20-25 Mt 26.31-35; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38
17 Ao cair da tarde, foi com os doze.' 27 Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos
18 Quando estavam à mesa e comiam, 14.21 u SI 41.9 escandalizareis, porque está escrito:
disse Jesus: Em verdade vos digo que um Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dis­
dentre vós, o que come comigo, me trairá. persas".
14.22 28 Mas, depois da minha ressurreição, irei
19 E eles começaram a entristecer-se e a ^Mt 26.26;
dizer-lhe, um após outro: Porventura, sou eu? ICo 11.23
adiante de yós para a Galiléia0.
20 Respondeu-lhes: E um dos doze, o que 29 Disse-lhe Pedro: Ainda que todos se
mete comigo a mão no prato. escandalizem, eu, jam ais!b
14.24 30 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te
21 Pois o Filho do Homem vai, como está
wÊx 24.6-8 digo que hoje, nesta noite, antes que duas
escrito a seu respeito“; mas ai daquele por *|r 31.31-34
vezes cante o galo, tu me negarás três vezes.
intermédio de quem o Filho do Homem está
31 Mas ele insistia com mais veemência:
sendo traído! Melhor lhe fora não haver
14.26
Ainda que me seja necessário morrer contigo,
nascido!
YMt 26.30 de nenhum modo te negarei. Assim disseram
todos.
A Ceia do Senhor
Jesus na Getsêmani
Mt 26.26-30; Lc 22.19-23; IC o 11.23-25 14.27 *Zc 13.7
M t 26.36-46; Lc 22.39-46
22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um 32 Então, foram a um lugar chamado Get­
pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, di­ sêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discí­
14.28
zendo: Tomai, isto é o meu corpo.v °Mt 28.16 pulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar.c
23 A seguir, tomou Jesus um cálice e, 33 E, levando consigo a Pedro, Tiago e
tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; João, começou a sentir-se tomado de pavor e
e todos beberam dele. 14.29 de angústia.
*Mt 26.33-34;
24 Então, lhes disse: Isto é o meu san­ |0 13.37-38 34 E lhes disse: A minha alma está pro­
gue"', o sangue da [nova] aliança", derramado fundamente triste até à morte; ficai aqui e
em favor de muitos. vigiai.d
25 Em verdade vos digo que jamais bebe­ 14.32 35 E, adiantando-se um pouco, prostrou-
cMt 26.36; se em terra; e orava para que, se possível, lhe
rei do fruto da videira, até àquele dia em que Jo 18.1
o hei de beber, novo, no reino de Deus. fosse poupada aquela hora.
26 Tendo cantado um hino, saíram para o 36 E dizia: Abab, Pai, tudo te é possível:
monte das Oliveiras.)' 14.34 à\o 12.27 bAba, no original, Pai

14.18 Estavam à mesa. O gr diz "reclinavam à mesa", pois 14.26 Um hino. Um dos salmos (1 1 4 -1 1 8 ou 136), cantado
que deviam reclinar, até mesmo os mais pobres, porque isto antes das duas orações finais de celebração da Páscoa.
simbolizava a liberdade do israelita. 14.28 Irei adiante. Cristo, após Sua ressurreição, restabele­
14.19 Sou eu? Em gr espera-se resposta negativa. cerá Seu rebanho de ovelhas desgarradas pelo escândalo da
Sua morte cruciante.
14.20 No prato. Isto é, sopa de frutas (charosheth). Cf 15n.
14.32 Getsêmani. "Prensa de azeite". Jesus sabia que Judas iria
(esus adverte Judas (v 21) sem revelar a todos os outros discí­
ao jardim e vai para lá entregar-se à morte.
pulos que este seria o traidor.
14.33 Jesus levou os discípulos mais chegados, desejoso de
14.22 Tomou Iesus um p ã o .. . A ceia do Senhor é uma cele­
companhia e conforto destes. Anos depois, eles escreviam
bração dramática do evento da redenção, (cf )r 27.28; 10,11;
tudo o que ali se passou. Tomado de pavor e angústia. Jesa
Ez 4.1 - 8 ) como a Páscoa judaica.
anteviu claramente toda a agonia física e espiritual à Sua frente,
14.24 Aliança. C f Êx 2 4 .3 -8 , onde percebemos que a velha um conflito horrível mas decisivo com o principe deste mundo
Aliança dependia dos israelitas guardarem a lei. A nova (cf Jo 12.31; 14.30), se bem que Ele não temesse, e mais do
Aliança não depende das obras da lei mas do sacrifício de que isso, viu chegado o momento fatal em que a penalidade
Cristo (cf Rm 4 .2 3 -3 1 ). Favor de muitos. I.e., todos os que tão pesada, de todos os pecados do mundo, seria colocada
pela fé aceitassem para si o sacrifício expiatório de Cristo. sobre Suas costas (cf Is 53.10).

14.25 Jesus consagra-se para a morte pelo Seu voto de nazi- 14.34 Vigiai. A oração alerta, urgente e relevante é o úrmx
reu (cf Nm 6 .1 -2 1 ), enquanto prediz a Sua ressurreição. Ele caminho seguro para vencer a tentação (cf 1 Pe 5.8ss).
novamente se reúne com Seus discípulos em dias de festa 14.36 Aba. "Meu pai", em aramaico (cf Rm 8 .15; Cl 4 .6). Je­
(cf At 1.4; 10.41). Provavelmente, a ceia do Senhor teve seu sus nunca duvidou de Sua eterna relação para com Seu P *
protótipo nesta oportunidade. nem sequer no Getsêmani. Cálice (cf 10.38n).
1415 MARCOS 14.56
passa de mim este cálice; contudo, não seja o 14.36 elo 5.30; 47 Nisto, um dos circunstantes, sacando
Gl 4.6
que eu quero, e sim o que tu queres.e da espada, feriu o servo do sumo sacerdote e
37 Voltando, achou-os dormindo; e disse cortou-lhe a orelha.
a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vi­ 48 Disse-lhes Jesus: Saístes com espadas
14.38 fRm 7.23
giar nem uma hora? e porretes para prender-me, como a um sal­
38 Vigiai e orai, para que não entreis em teador?/
tentação; o espírito, na verdade, está pronto, 14.41 3|o 13.1
49 Todos os dias eu estava convosco no
mas a carne é fraca.' templo, ensinando1', e não me prendestes;
39 Retirando-se de novo, orou repetindo contudo, é para que se cumpram as Escrituras.
as mesmas palavras. 14.42 50 Então, deixando-o, todos fugiram.'
40 Voltando, achou-os outra vez dor­ 6'Mt 26.46
Jesus seguido p o r um jovem
mindo, porque os seus olhos estavam pesa­
51 Seguia-o um jovem, coberto unica­
dos; e não sabiam o que lhe responder.
14.43 mente com um lençol, e lançaram-lhe a mão.
41 E veio pela terceira vez e disse-lhes:
íMt 26.47; 52 Mas ele, largando o lençol, fugiu
Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a |o 18.3 desnudo.
hora; o Filho do Homem está sendo entregue
nas mãos dos pecadores.9 Jesus perante o Sinédrio
42 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor 14.48 M t 2 6 .5 7 - 6 8 ; L c 2 2 .6 3 -7 1
se aproxima.h /Mt 26.55 53 E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e
reuniram-se todos os principais sacerdotes, os
Jesus i preso anciãos e os escribas.m
14.49 54 Pedro seguira-o de longe até ao inte­
M t 2 6 .4 7 - 5 6 ; L c 2 2 .4 7 - 5 3 ; 3o 1 8 .1 -1 1
*Lc19.47;-21.37
43 E logo, falava ele ainda, quando che­ rior do pátio do sumo sacerdote e estava as­
gou Judas, um dos doze, e com ele, vinda da sentado entre os serventuários, aquentando-se
parte dos principais sacerdotes, escribas e an­ 14.50 'SI 88.8 ao fogo.
ciãos, uma turba com espadas e porretes.' 55 E os principais sacerdotes e todo o Si­
nédrio procuravam algum testemunho contra
44 Ora, o traidor tinha-lhes dado esta se­
Jesus para o condenar à morte e não
nha; Aquele a quem eu beijar, é esse; prendei- 14.53
o e levai-o com segurança.
">Mt 26.57; achavam."
|0 18.13 56 Pois muitos testemunhavam falsa­
45 E, logo que chegou, aproximando-se,
mente contra Jesus, mas os depoimentos não
disse-lhe: Mestre0! E o beijou.
eram coerentes.
46 Então, lhe deitaram as mãos e o pren­ 14.55
deram. "Mt 26.59 ‘'Mestre; no original, Rabi

14.38 O espírito. Interpreta-se como ã vontade esclarecida Marcos relata. Só joão nos fornece dados mais completos so­
de um discípulo, ou então, podia ser o espírito de Deus que bre a atividade de jesus na judéia.
encoraja o homem fraco a fazer a vontade de Deus.
14.50 O abandono vergonhoso de jesus por parte dos discí­
• N. Hom. Vigiai e O rai: 1) Vigiar requer; a) que se conheça
pulos adverte a futuros crentes da urgência de vigiar e orar
o inimigo e sua estratégia (cf 2 Co 2.11); b) que se arme de
para não escaparem de Sua presença.
toda a armadura de Deus (cf Ef 6 .1 1 -1 8 ); c) que fiquemos
acordados cf Ef 5 .14 -1 6.1 Ts 5 .6 -1 0 ); 2) Orar requer: a) fé 14.51 Um jovem . Teria sido o próprio Marcos
firme e confiança total postas em Deus (cf 1 |o 5 .1 4 -1 5 ); (cf At 12.12,25; 13.13; 1 5 .3 7 -3 9 ; Cl 4 .16 ; 2 Tm 4 .11 ). Possi­
b) certeza dos propósitos de Deus comunicados para nós velmente, Judas e a turba foram primeiro à casa de Marcos
pelo Seu Espírito (cf Rrn 8.16; Ef 6 .18; |d 20). (local do cenáculo, w 14 ss) para prender a Jesus. Marcos,
acordado depressa, sem tempo para vestir, os teria acompa­
14.43 Turba. Era um bando composto de guardas do templo
nhado até o jardim. Quase foi preso, nessa ocasião.
comandados por ordem do Sinédrio juntamente com qs ser­
vos (escravos) do sumo sacerdote. 14.53 Sumo sacerdote, Caifás permaneceu nesse ofício desde
14.45 O beijou. O sinal que marcaria Jesus na escuridão. 0 ano 18 até 36 d.C.
14.47 Pedro feriu ao servo (cf jo 18.10) e jesus o curou 1 4 .5 5 -6 5 É provável que tenhamos, aqui, um relatório do
(c fL c 2 2.51). procedimento que houve no Sinédrio, por parte de um dos
14.48 Este v pode ser tanto uma afirmação como uma per­ líderes que ali estivera e que mais tarde se tornou crente em
gunta. jesus protesta a maneira que O prenderam não era Cristo (cf At 6 .7).
bandido, mas mestre. 14.55 Perfeita concordância entre duas ou três testemunhas
14.49 Todos os dias. Temos aqui uma sugestão confirmando era exigida para a condenação à morte (cf Nm 25.30;
que o ministério de jesus em Jerusalém foi mais amplo do que Dt 17.6; 19.15).
MARCOS 14.57 1416
57 E, levantando-se alguns, testificavam 14.58 °|o 2.19 68 Mas ele o negou, dizendo: Não o co­
falsamente, dizendo: nheço, nem compreendo o que dizes. E saiu
58 Nós o ouvimos declarar: Eu destruirei 14.60 para o alpendre. [E o galo cantou.]
este santuário edificado por mãos humanas e, pMt 26.62
69 E a criada, vendo-o, tomou a dizer aos
em três dias, construirei outro, não por mãos circunstantes: Este é um deles.“
humanas0. 14.61 9 Is 53.7 70 Mas ele outra vez o negou. E, pouco
59 Nem assim o testemunho deles era coe­ depois, os que ali estavam disseram a Pedro:
rente. 14.62 rDn 2.13 Verdadeiramente, és um deles, porque tam­
60 Levantando-se o sumo saeerdote, no bém tu és galileu.1'
meio, perguntou a Jesus: Nada respondes, ao 71 Ele, porém, começou a praguejar e a
14.64 sLv 24.16
que estes depõem contra ti?P jurar: Não conheço esse homem de quem
61 Ele, porém, guardou silêncio e nada falais!
14.66
respondeu. Tomou a interrogá-lo o sumo sa­ 72 E logo cantou o galo pela segunda vez.
tMt 26.58;
cerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Lc 22.55 Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus
Deus Bendito?1? lhe dissera: Antes que duas vezes cante o
62 Jesus respondeu: Eu sou, e vereis o Fi­ galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em
14.69
lho do Homemr assentado à direita do Todo- “ Mt 26.71; si, desatou a chorar.w
Poderoso e vindo com as nuvens do céu. |o 18.25
63 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas Jesus perante Pilatos
vestes e disse: Que mais necessidade temos 14.70 Mt 27.1-2,11-26; Lc 23.1-7,13-25;
de testemunhas? ''Mt 26.73; Jo 18.28-19.16
jo 18.26
64 Ouvistes a blasfêmia; que vos parece? 1 Logo pela manhã, entraram em con-
E todos o julgaram réu de morte5. 1 J selho os principais sacerdotes com os
65 Puseram-se alguns a cuspir nele, a co­ 14.72 anciãos, os escribas e todo o Sinédrio; e,
"M t 26.75
brir-lhe o rosto, a dar-lhe murros e a dizer- amarrando a Jesus, levaram-no e o entrega­
lhe: Profetiza! E os guardas o tomaram a ram a Pilatos.*
bofetadas. 15.1 "SI 2.2; 2 Pilatos o interrogou: És tu o rei dos ju­
Lc 22.66;
At 3.13 deus? Respondeu Jesus: Tu o dizes.)'
Pedro nega a Jesus 3 Então, os principais sacerdotes o acusa­
Mt 26.69-75; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27 vam de muitas coisas.
15.2 rMt 27.11
66 Estando Pedro embaixo no pátio, veio 4 Tomou Pilatos a interrogá-lo: Nada res­
uma das criadas do sumo sacerdote? pondes? Vê quantas acusações te fazem!*
67 e, vendo a Pedro, que se aquentava, 15.4 ^Mt 27.13 5 Jesus, porém, não respondeu palavra, a
fixou-o e disse: Tu também estavas com Je­ ponto de Pilatos muito se admirar.0
sus, o Nazareno. 1 5 .5 ° Is 53.7 6 Ora, por ocasião da festa, era costume

14.58 A acusação tem base numa falsa compreensão da pre­ jesus até à corte de Caifás e ali ficar durante longas horas. A
dição de jesus em |o 2 .19. Cf Mc 15.29. história de sua negação é contada em todos os evangelhos
14.61 És tu o C risto.. . O sumo sacerdote queria que Jesus para mostrar a graça perdoadora do Senhor desprezado.
condenasse a Si próprio. O Filho de D e u s.. . Segundo a opi­ 14.71 Pedro amaldiçoa a si mesmo (mentindo de si para si)
nião comum dos judeus, o Messias não seria divino. Jesus e aos que o acusavam de mentir.
reivindica sua plena divindade (v 62). 14.72 O galo. Pode ser o gallicinium, certo toque entoado por
14.62 Filho do Homem. Cf Dn 7.13 e S1110.1. O Filho do trombeta nas vigílias da noite. Essas horas, então, seriam as
Homem, que agora é julgado por homens iníquos, virá para três da madrugada.
julgar após Seu reinado à destra de Deus (cf At 2 .3 4 -3 6 ). 15.1 Todo o Sinédrio. A sugestão de muitos é que a reunião
14.63,64 Rasgou.. . Era uma reação violenta e dramática que do Sinédrio a qual ocorrera durante a noite (1 4 .5 5 -6 5 ) foi
retratava um grande escândalo, diante da suposta blasfêmia informal. De manhã, todo aquele tribunal oficializou a decisão
de Jesus. Réu de morte. A opinião dos estudiosos é que o dos poucos que, já desde então, estavam reunidos.
Sinédrio tinha direitos para julgar e condenar à morte por 15.2,3 Pilatos. Foi procurador (governador apontado direta­
apedrejamento (comp o caso de Estêvão, At 7.59), pelo me­ mente pelo imperador Tibério) da Palestina entre 26
nos os casos de cunho religioso. e 36 d .C . Rei dos judeus. Esta teria sido a acusação formal
1 4 .6 6 -7 2 Estes w procedem, diretamente, das palavras de apresentada contra Jesus, por escrito, a Pilatos. Muitas coisas.
Pedro, principal fonte de informações deste evangelho de Foram acusações feitas oralmente.
Marcos. Não esqueçamos que, ainda que Pedro tivesse ne­ 15.5 Não respondeu. Cf Is 53.7. Pilatos muito se admirrn
gado a Cristo, foi ele quem ainda teve coragem de seguir a C f Is 52.15.
1417 MARCOS 15.30
soltar ao povo ura dos presos, qualquer que 15.6 i>Mt 27.15; cuspiam nele e, pondo-se de joelhos, o ado­
)o 18.39
eles pedissem.* ravam.
7 Havia um, chamado Barrabás, preso 20 Depois de o terem escarnecido, despi­
15.11
com amotinadores, os quais em um tumulto cMt 27.20 ram-lhe a púrpura e o vestiram com as suas
haviam cometido homicídio. próprias vestes. Então, conduziram Jesus para
8 Vindo a multidão, começou a pedir que 15.15 fora, com o fim de o crucificarem.
lhes fizesse como de costume. d Mt 27.26
9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Que­ Simão leva a cruz de Jesus
reis que eu vos solte o rei dos judeus? 15.16 Mt 27.32; Lc 23.26
10 Pois ele bem percebia que por inveja os «Mt 27.27
21 E obrigaram a Simão Cireneu, que pas­
principais sacerdotes lho haviam entregado.
15.21
sava, vindo do campo, pai de Alexandre e de
11 Mas estes incitaram a multidão no sen­
'Rm 16.13 Rufof, a carregar-lhe a cruz.
tido de que lhes soltasse, de preferência, Bar­
rabás.c
15.22 A crucificação
12 Mas Pilatos lhes perguntou: Que farei, «Mt 27.33; M t 27.33-44; Lc 23.33-43; Jo 19.17-24
então, deste a quem chamais o rei dos judeus? (o 19.17
13 Eles, porém, clamavam: Crucifica-o! 22 E levaram Jesus para o Gólgota, que
14 Mas Pilatos lhes disse: Que mal fez 15.23
quer dizer Lugar da Caveira, s
ele? E eles gritavam cada vez mais: Cru- *Mt 27.34 23 Deram-lhe a beber vinho com mitra;
cifica-o! ■» ■ ele, porém, não tomou.*, -
15 Então, Pilatos, querendo contentar a 15.24 (SI 22.18 24 Então, o crucificaram e repartiram en-,
multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após man­ tre si as vestes dele', lançando-lhes sorte,
dar açoitar a Jesus, entregou-o para ser cruci­ 15.25 para ver o que levaria cada um.
i Mt 27.45;
ficado.* 25 Era a hora terceira quando o-crucifi­
(0 19.14
caram./
Jesus entregue aos soldados 26 E, por cima, estava, em epígrafe, a sua
15.26
M t 27.27-31 (‘Mt 27.37 acusação: O Rei d o s Judeus .*
16 Então, os soldados o levaram para den­ ; 27 Com ele crucificaram dois ladrpes, um
tro do palácio, que é o pretório, e reuniram 15.27 à sua direita, e outro à sua esquerda.'
todo o destacamento.0 'Mt 27.38 28 [E cumpriu-se a Escritura que diz: Com
17 Vestiram-no de púrpura e, tecendo malfeitores foi contado™.]
uma coroa de espinhos, lha puseram na 15.28"' Is 53.12 29 Os que iam passando, blasfemavam
cabeça. dele, meneando a cabeça” e dizendo: Ah! Tu
18 E o saudavam, dizendo: Salve, rei dos 15.29 que destróis o santuário0 e, em três dias, o
"Mc 14.58;
judeus! (o 2.19 "SI 22.7; reedificas!
19 Davam-lhe na cabeça com um caniço, 109.25 30 Salva-te a ti mesmo, descendo da cruz!

15.7 Um, chamado Barrabás. O gr indica que ele tinha outro palácio de Herodes. Destacamento. At 10.1 n.
nome. Alguns manuscritos de M t27.16ss revelam que esse
1 5 .1 7 -2 0 O escárnio dos soldados éra natural, em vista de
nome era "Jesus". A omissão do nome "Jesus" explica-se pela
eles não conhecerem de quem se tratava. Púrpura. Era uma
reverência a Cristo.
capa escarlate usada pelos militares (M t 27.28).
15.8 A multidão. Provavelmente os amigos do "Jesus" (Salva­
15.21 Sim ão.. . pai de Alexandre e Rufo. Este último é o Rufo
dor) Barrabás, interessados em aproveitar a oferta tradicional
de Rm 16.13. Possivelmente Simão é Níger ("negro"), o
da parte do governador, de soltar um preso anualmente.
mesmo de Cirene (norte da África) de At 13.1.
15.11 De preferência Barrabás. • N. Hom. A preferência do
15.23 Vinho com mirra. Era costume judaico, amenizar, atra­
pecador. 1) Quer a violência no lugar do amor de Deus;
vés de entorpecentes, os sofrimentos do crucificado. Jesus o
2) Quer a guerra no lugar da paz. 3) Quer a anarquia no
rejeitou.
lugar da lei de Deus.
15.15 Açoitar. Um castigo horrível, no qual foi empregado 15.24,25 Crucificaram. Forma de execução reservada para es­
um açoite de uma comprida faixa de couro com pedaços de cravos e elementos da mais baixa classe social. Terceira. Nove
ossos ou chumbo. horas da manhã.

15.16 Palácio, gr auiês, "pátio". A mesma palavra ocorre em 15.26 Acusação. O motivo oficial da morte de Jesus foi Ele se
14.54. Pretório (vocábulo do latim). Residência do governa­ ter feito Messias, i.e., segundo os judeus era pretendente ao
dor. Pilatos poderia ter ficado alojado na fortaleza de Antônia, trono da Judeia.
bem na esquina ao lado noroeste da área do templo, ou no 15.29 Destróis o santuário. Cf 14.58n e Jo 2.19n.
MARCOS 15.31 1418
31 De igual modo, os principais sacerdo­ 15.32 40 Estavam também ali algumas mulhe­
pMt 27.44
tes com os escribas, escarnecendo, entre si res, observando de longe; entre elas, Maria
diriam: Salvou os outros, a si mesmo não 15.33 Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e
pode salvar-se; qMt 27.45 de José, e Salomé;"'
32 desça agora da cruz o Cristo, o rei de 41 as quais, quando Jesus estava na Gali-
Israel, para que vejamos e creiam os/ 15.34 'SI 22.1 léia, o acompanhavam e serviam; e, além des­
Também os que com ele foram crucifica­ tas, muitas outras que haviam subido com ele
15.36 sSI 69.21
dos o insultavam. para Jerusalém /
15.37
A morte de Jesus tMt 27.50; O sepultamento de Jesus
M t 27.45-56; Lc 23.44-49; Jo 19.28-30 Jo 19.30 Mt 27.57-61; Lc 23.50-56; Jo 19.38-42
33 Chegada a hora sexta, houve trevas so­ 42 Ao cair da tarde, por ser o dia da prepa­
15.38
lve-toda a terra até a hora nona. o UÊX 26.31-33
ração, isto é, a véspera do sábado/
34 À hora nona, clamou Jesus em alta voz: 43 vindo José de Arimatéia, ilustre mem­
H e i, Elot, lamá sabactâni? Que quer dizer: 15.39 bro do Sinédrio, que também esperava o reino
Deus meu, D eus meur, por que me desampa- ''Mt 27.54 de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e
pediu o corpo de Je su s/
15.40
35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo »'S! 38.11;
44 Mas Pilatos admirou-se de que ele já
isÉtò;diziam: Vejle, éham apor Elias! Lc 23.49 tivesse morrido. E, tendo chamado o centu-
36 E um-deles ço rreu á embeber uma es- riâo, perguntou-lhe se havia muito que
giorÚa rim siÉlWré^ e. pondo-a na pónta de 15.41 *(40-41) morrera.
Lc 8.2-3
de beber, dizendo: Dei­ 45 Após certificar-se, pela informação do
xai, VQaHWs se ffias vem tirá-lb! comandante, cedeu o corpo a José.
15.42
37 Mas Jesus, dando um grande brado, rMt 27.57; 46 Este, baixando o corpo da cruz, envol­
expirou.' Jo 19.38 veu-o em um lençol que comprara e o deposi­
38 E o véo° do santnáio rãsgou-se em tou em um túmulo que tinha sido aberto numa
15.43 *Lc 2.25 rocha; e rolou uma pedra para a entrada do
duas partes, de rito a baixo.
39 O centarião que estava em frente dele, túmulo.0
15.46
vendo que assim expirara, disse: Verdadeira- »Mt 27.59-60; 47 Ora, Maria Madalena e Maria, mãe de
mente, este homem era o Filho de D e u s/ Jo 19.40 José, observaram onde ele foi posto.

15.31 Salvou os outros. Curou doentes, libertou endemoni­ 15.39 Centurião. Este homem ficou profundamente impres­
nhadas e ressuscitou mortos. Naquele momento, não pôde sionado com a maneira pela qual Jesus morreu (inclusive com
salvar-se porque não queria desistir de Sua missão expiatória o brado, v 37). Se ele professou, ou não, conscientemente,
que abriria uma fonte de salvação para os pecadores sua fé cristã (cf 1 .1) isto não sabemos. Filho de Deus. Pelo
(Z c 13.1; M c 10.45; Rm 5.8). texto original grego podemos subentender o artigo "o" antes
15.3 2 tsrael. Nome de todo o povo de Deus (cf Gl 6.16); de Filho.
Pilatos usou o termo "judeus" (v 26). Vejamos e creiamos. A
15.40 Mulheres. A menção nominal de algumas, "entre as
verdadeira fé salvadora não se alicerça em maravilhas visíveis,
muitas outras" (v 41), é importante porque foram elas as pri­
mas na convicção criada pelo Espírito Santo (cf Jo 20.29).
meiras testemunhas da ressurreição (47; 16.1). Tiago, o me­
15.34 B o i.. . Citado do SI 22.1 no aramaico. Ainda que isto nor. Era filho de Alfeu. José é desconhecido. Salomé era a mãe
seja paradoxal, reconhecemos que Jesus Se identificou com de João e Tiago, esposa de Zebedeu (M t 27.56).
nossos pecados (cf 2 Co 5 .21; Cl 3.13), de modo que Cristo
sofreu, por nós, a inevitável separação entre Deus e o pecado. 15.42 Jesus morreu na sexta-feira, às três horas da tarde
15.35 Elias. Tradicionalmente, o judeu pedia socorro a Elias (v 34). Restavam apenas três horas para começar o sábado,
porque ele foi elevado à presença de Deus. no qual o trabalho era vedado.

15.37 Crande brado. De Jo 19.30, sabemos que Jesus bradou


15.43 É possível que as informações sobre o processo que
uma palavra (assim é, no grego) "consumado". Foi o grito de abriram contra Jesus, no Sinédrio, chegaram até Marcos por
triunfo. intermédio de José. Arimatéia. Ramataim (cf 1 Sm 1.1), 30km
15.38 Véu do santuário. Era o véu que separava o Lugar Santo a noroeste de Jerusalém. Esperava o reino. Mt diz que era
do Santo dos Santos (cf Hb 6.19; 9.3; 10.20). • N. Hom. O "discípulo". José guardou em segredo sua fé, até ser abalado
véu, uma vez rasgado, proporciona ao crente: 1) Acesso ao pelo choque da morte de jesus, que lhe despertou, então,
perdão no propiciatório (cf Ef 1.7); 2) Acesso à comunhão da muita coragem. *
oração (cf 1 Ts 5 .17; Fp 4 .6 ); 3) Acesso à Presença gloriosa
que transforma a quem a contempla (Êx 34.29; Jo 17.22; 15.44 Admirou-se. Normalmente, demorava muito mais para
2 Co 3.18). morrer.
1419 MARCOS 16.18
A ressurreição de Jesus 16.1 i>Mt28.1; que, tendo sido companheiros de Jesus, se
|o 20.1
M t 2 8 .1 - 1 0 ; L c 2 4 .1 - 1 2 ; J o 2 0 .1 - 1 0 achavam tristes e choravam.'
1 / T Passado o sábado, Maria Madalena, 16.2 cLe 24.1 11 Estes, ouvindo que ele vivia e que fora
X U Maria, mãe de Tiago, e Salomé, com­ visto por ela, não acreditaram.!
16.5 dLc 24.3
praram aromas para irem embalsamá-lo.6
2 E, muito cedo, no primeiro dia da se­ Jesus aparece a dois de seus discípulos
16.6 "Mt 28.5-7
mana, ao despontar do sol, foram ao túmulo.c L c 2 4 .1 3 -3 5
3 Diziam umas às outras: Quem nos remo­ 16.7 'Mt 26.32; 12 Depois disto, manifestou-se em outra
verá a pedra da entrada do túmulo? Mc 14.28
forma a dois deles que estavam de caminho
4 E, olhando, viram que a pedra já estava para o campo.*
16.8 d Mt 28.8
removida; pois era muito grande. 13 E, indo, eles o anunciaram aos demais,
5 Entrando no túmulo, viram um jovem 16.9 H c 8.2 mas também a estes dois eles não deram
assentado ao lado direito, vestido de branco, e crédito.
ficaram surpreendidas e atemorizadas.d 16.1 0 'Lc 24.10
6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemori­
16.11 (Lc 24.11
A ordem para a evangelização
zeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi cru­
cificado; ele ressuscitou, não está mais aqui; 14 Finalmente, apareceu Jesus aos onze,
16.12 *Lc 24.13 quando estavam à mesa, e censurou-lhes a
vede o lugar onde o tinham posto.e
7 Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pe­ incredulidade e dureza de coração, porque
16.14
dro que ele vai adiante de vós para a Gali- 'Lc 24.36; não deram crédito aos que o tinham visto já
léiaf; lá o vereis, como ele vos disse. 1Co 15.5 ressuscitado?
8 E, saindo elas, fugiram do sepulcro, por­ f 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundom e
16.15 " A t 1.8
que estavam possuídas de temor e de assom­ [pregai o evangelho a toda criatura.
bro; e, de medo, nada disseram a ninguém.9 16.16 "Jo 3.18;
16 Quem crer e for batizado será salvo;
At 2.38; quem, porém, não crer será condenado.”
Jesus aparece a Maria Madalena 1Pe 3.21 17 Estes sinais hão de acompanhar aque­
J o 2 0 .1 1 - 1 8 les que crêem: em meu nome, expelirão de­
16.17
9 Havendo ele ressuscitado de manhã °Lc 10.17; mônios; falarão novas línguas;0
cedo no primeiro dia da semana, apareceu 1Co 12.10,28 18 pegarão em serpentes; e, se alguma
primeiro a Maria Madalena, da qual expelira coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se
16.18
sete demônios.6 p Lc10.19;
impuserem as mãos sobre enfermos, eles fica­
10 E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles Tg 5.14-15 rão curados. P

16.1 Passado o sábado. Não houve tempo suficiente para Jo 2 0 .1 9 -2 3 ; At 1 .6 -8 . Apesar disso, porém, ainda não é de­
preparar o corpo de Jesus para o sepultamento costumeiro. cisiva a hipótese da não inspiração do trecho. O motivo, por
Chegado o domingo, não haveria problema além de abrir o outro lado, é claro: dar uma conclusão adequada ao evange­
túmulo (v 4). lho que talvez tivesse sido mutilada e perdida, com o passar
16.5 Um jovem. Era um anjo, que estava manifestando-se do tempo.
visivelmente (cf Mt 28.5). 16.9 A p a receu ... Maria. Cf J o 2 0 .1 1 -1 8 . Sugere-se a• se­
16.6 B e ressuscitou. No gr, o verbo está na voz passiva. "Foi guinte ordem dos aparecimentos de Jesus: 1) A Maria Mada­
ressuscitado" frisa o poder soberano do Deus Pai (cf At 3.15; lena; 2) Às mulheres (M t 2 8 .8 -1 0 ); 3) A Pedro (Lc 24.34;
Rm 4 .24 ). 1 Co 15.5); 4 ) Aos dois discípulos (Lc 2 4 .1 3 -3 2 ); 5) Aos dis­
cípulos, durante uma ausência de Tomé (Lc 2 4 .3 6 -4 3 ; Jo 20;
16.7 Caliléia. Jesus foi para a Caliléia a fim de se manifestar
1 9 -2 5 ); 6) No domingo seguinte, aos onze (Jo 2 0 .2 6 -3 1 );
a muitos de Seus discípulos (cf 14.28; M t2 8 .9 s, 16ss;
7) A sete discípulos, no mar da Caliléia (Jo 21); 8 ) Aos após­
1 Co 15.6). £ o Pedro. Jesus restaura aquele discípulo que caiu
tolos e mais 500 irmãos (M t 2 8 .1 6 -2 0 ; 1 Co 15.6); 9) A
em estado de desânimo, após tê-IO negado.
Tiago, irmão de Jesus (1 Co 15.7); 10) Antes da ascensão
16.8 Temor e de assombro. Trata-se de temor religioso sen­ (Lc 2 4 .4 4 -5 3 ; At 1 .3 -1 2 ).
tido na presença de Deus (cf 4.41 ) e não dos homens
16.12 Outra forma. A Maria, Jesus apareceu como se fosse
(Jo 20.19). Nada disseram. I.e., até depois da ascensão e a
semelhante ao jardineiro. Aos discípulos que estavam cami­
vinda do Espírito (cf At 1 e 2).
nhando para Emaús, pareceu um viajante (Lc 24.16).
1 6 .9 -2 0 Este trecho não consta em alguns dos melhores ma­
nuscritos da antigüidade. Há, também, indicações de que não 16.17 Novas línguas. É um sinal da chegada de uma nova
foi escrito por Marcos. Se Marcos não foi o autor, não se sabe época (cf 2 Co 5.17).
quem teria composto estes w baseando-se em Mt 2 8 .9 -1 0 ; 16.18 Pegarão em serpentes. Cf At 2 8 .3 -6 . Falta exemplo de
Jo 2 0 .1 1 - 1 8 ; Lc 2 4 .1 3 - 3 5 ; M t2 8 .1 6 - 2 0 ; Lc 2 4 .3 6 - 4 9 ; alguém beber veneno e sobreviver no NT.
MARGOS 16.19 1420

A ascensão de Jesus 16.19 20 E eles, tendo partido, pregaram em


9S1110.1;
L c 2 4 .5 0 - 5 3 ; A t 1 .6 -1 1 At 1.2-3 toda parte, cooperando com eles o Senhor e
19 De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes confirmando a palavra por meio de sinais, que
ter falado, foi recebido no céu e assentou-se 16.20'At 5.12; se seguiam /
à destra de Deus. 9 ICo 2.4-5

16.19 Assentou-se.. . Trata-se, não da posição de Seu corpo, 16.20 Sinais. Hb 2 .4; Rm 15.19, etc.
mas da majestade do Seu império (Calvino, cf S1110.1;
M c 14.62).

/
f

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