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Apostila - Unidade 3 - Curso de Mediação e Conciliação CNJ
Apostila - Unidade 3 - Curso de Mediação e Conciliação CNJ
AS COMPETÊNCIAS
COMUNICACIONAIS
DO MEDIADOR E
DO CONCILIADOR
AS COMPETÊNCIAS
COMUNICACIONAIS DO
MEDIADOR E DO CONCILIADOR
Secretário-Geral
Carlos Vieira von Adamek
Diretor-Geral
Johaness Eck
Secretário Especial de Programas,
Pesquisas e Gestão Estratégica
Richard Pae Kim
2019
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
ASCOMPETÊNCIASCOMUNICACIONAISDOMEDIADOR
SUMÁRIO
Objetivos de aprendizagem 8
Apresentação 9
1 . Um pouco de teoria da comunicação 10
1 .1 A importância da comunicação não -violenta (cnv) 11
1. 3 Comunicação assertiva 14
2 . Escuta ativa 15
3 . Criando um bom rapport 16
4 . A declaração de abertura e sua importância para a
criação de um bom rapport 17
5 . Técnicas para uma boa comunicação 19
5. 1 Despolarização 19
5. 2 Normalização 20
5. 3 Validação de sentimentos 20
5 .4 Inversão de papéis 21
5 . 6 Silêncio 21
5. 7 Reformulação 22
Considerações finais 23
Referências 24
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UNIDADE 3
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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ASCOMPETÊNCIASCOMUNICACIONAISDOMEDIADOR
APRESENTAÇÃO
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CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL
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UNIDADE 3
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL
Com os recursos da CNV, encontramos caminhos para identificar esta situação, captar o
seu real significado e suas potencialidades, produzindo um ambiente em que os sentimentos e
necessi- dades possam ser acessados e trazidos de forma clara e sem receios.
A CNV traz consigo alguns efeitos importantes: a escuta mais profunda, o respeito e a
empatia pelo outro, o comprometimento para a construção de soluções, a compassividade e
maior pro- fundidade nos relacionamentos.
Seguem algumas estratégias para o desenvolvimento desta importante competência
domedia- dor e do conciliador:
> Identifique o que está por traz das palavras ou das expressões utilizadas;
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Você percebe que, ao fazer esses julgamentos, estou expressando, mesmo que por gestos,
minha censura ao sentimento do outro, seja ele qual for?. Bloqueio a comunicação, deixo minha
filha, no primeiro exemplo, com vergonha de se expressar, porque não quer ser tida como
carente, e, no segundo exemplo, condiciono-a a agir e me dar atenção por culpa, para não ser
classificada por mim como insensível.
Para evitar esses julgamentos, ao invés de classificar a atitude como certa ou errada,
boa ou ruim, posso recorrer aos elementos da CNV, buscando observar e identificar o
sentimento, a necessidade e o pedido que estão ocultos em mim e no outro.
Outra forma de bloquear a comunicação é por meio de comparações, que são, também,
formas de julgamento.
Negar responsabilidades ou atribuí-las a outras pessoas ou situações também dificulta
o diálogo empático. Quando digo“tive de fazer isso”, como se forças impessoais me impelissem,
ou quando, diante de um questionamento sobre as razões de determinada ação, digo que “sou
assim”, é como se interrompesse qualquer tentativa de construir caminhos. São expressões
deterministas que, quando surgem no curso da mediação ou da conciliação, talvez possam ser
recontextualizadas ou parafraseadas pelo terceiro facilitador, de forma a anular o efeito
bloqueador que provocam.
Também dificulta o diálogo a expressão de desejos sob a forma de exigências,
recorrendo a argumentos de autoridade ou tentando impor uma única forma de superar
impasses. São argumentos que trazem implícito que a pessoa imagina ser sua tarefa mudar os
outros. Essa forma de se expressar não ocorre apenas nas falas dos interessados: pode surgir,
inadvertidamente, em manifestações ou na forma como o facilitador conduz o processo de
mediação ou conciliação. Quando isso ocorre, compromete o rapport e as condições para a
retomada do diálogo entre os interessados.
Rotular atitudes ou estabelecer merecimentos pelos atos que resultaram em
consequências ruins são movimentos que trazem consigo a censura, fazendo presumir que as
pessoas agem por maldade, razão pela qual devem ser evitados.
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UNIDADE 3
CURSO DE MEDIAÇÃO JUDICIAL
1 .3 COMUNICAÇÃO ASSERTIVA
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2 ESCUTA ATIVA
“A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode
revelar-te Portanto, se quiseres compreendê-la, não escute o que ela diz, mas antes, o que ela
não diz”. Esta proposição, que é atribuída a Khalil Gibran, convida-nos ao que hoje denominamos
escuta empática ou ativa.
Ouvir é um processo biológico.
Escutar é um processo complexo, em que se capta mais que sons e linguagem
verbal.
Mais que estar com os ouvidos abertos, escutar ativamente significa olhar, demonstrar
atenção, interesse, encorajar a expressão de sentimentos, interromper o mínimo possível, deixar
claro que a mensagem está sendo transmitida.
Na escuta ativa ou empática, que é outra competência importantíssima a ser
desenvolvida pelo mediador e pelo conciliador, não há préjulgamento, observam-se sinais não
verbais na narrativa do interlocutor. Quando são feitas indagações, é com o objetivo de garantir
e demonstrar que a mensagem está sendo compreendida. Nesse processo, o facilitador pode
auxiliar seu interlocutor a organizar o que está expondo.
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5. 1 DESPOLARIZAÇÃO
É possível passar de momentos em que os ânimos estão acirrados( o foco está nas
posições) para um cenário de maior tranquilidade e empatia (o foco se dirige para os
interesses). A escolha, pelo mediador ou conciliador, de palavras, expressões e estratégias,
pode ajudar a despolarizar a comunicação ou a torná-la ainda mais difícil.
Ao desenvolver essa técnica, o terceiro facilitador deve recorrer aos elementos da
comunicação não violenta e à assertividade, evitando julgar as manifestações dos interessados
e procurando fazê-los trazer à luz os verdadeiros sentimentos e interesses.
Um dos discursos que polariza o conflito é o retrospectivo Reflita sobre a situação abaixo:
5 .2 NORMALIZAÇÃO
O conflito é com frequência percebido pelas pessoas como algo negativo e, não raro,
provoca constrangimentos e mesmo sentimento de culpa, inclusive por terem se excedido
em palavras ou expressões ou por terem chegado ao ponto de buscar o Judiciário ou um
terceiro para encontrar solução.
Normalizar é procurar, com palavras e atitude, fazer que os interessados passem a
enxergar o conflito como algo natural nas relações humanase como oportunidade de
mudanças positivas, inclusive na relação entre eles.
5. 3 VALIDAÇÃO DE SENTIMENTOS
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5 .4 INVERSÃO DE PAPÉIS
Por esta técnica, que pode acontecer em uma reunião conjunta ou em forma de cáucus
(reunião individual), propõe-se aos interessados que se coloquem no lugar um do outro.
Você, por vezes, precisará auxiliá-los neste intento e deve escolher o momento
adequado, após colher informações relevantes sobre o conflito e seus reais motivadores.
O principal efeito desta técnica é o estímulo à alteridade e empatia.
5.6 SILÊNCIO
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5. 7 REFORMULAÇÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS