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Aluna : Alana Machado Lago ( RA: 4029764 ) - Arquitetura e Urbanismo

Título : A empatia entre os elos de anéis.

Introdução sobre o objeto em questão:


O uso do anel surgiu há mais de 2.800 a.C., entre os egípcios e os hindus, para
simbolizar a aliança entre um homem e uma mulher. Para eles, um anel, que
representa um círculo perfeito, significava o que não tem um fim. Mais tarde,
Alexandre o Grande dominou o território egípcio e introduziu esse costume na
Grécia. Os Gregos acreditavam que o quarto dedo da mão esquerda possuía uma
veia que levava diretamente ao coração (vena amoris), por isso passaram a usar
nele um anel de ferro imantado, para que os corações dos amantes permanecessem
para sempre atraídos um pelo outro. O costume foi adotado pelos romanos e o
Vaticano manteve a tradição, incluindo o acessório na sua cerimônia de casamento.

Contexto teórico:
A teoria do einfühlung ou empatia, desde sua origem teve inúmeras interpretações
desde Theodor Lipps (1903), Johannes Volkelt (1905) entre outros. Segundo Renato
de Fusco, a empatia desenvolveu-se ao ponto de absorver poéticas distintas como
art nouveau, futurismo, organicismo, expressionismo abstrato e teóricos do primeiro
quarto deste século, como Worringer, Schmarsow e Wölfflin. De Fusco diz que este
fato mostra como se pode chegar à empatia provindo de diferentes experiências.
A empatia produz a primeira teoria da expressão, ao questionar a posição do
racionalismo de atribuir propriedades objetivas às coisas; do empirismo de
considerar as reações às solicitações dos objetos; ao superar a visão do
impressionismo de relação meramente sensorial com os objetos. A cultura do
einfühlung coloca valor estético nas “ações subjetivas que emprestam sua emoção
ao processo de constituição dos objetos”.

Relação entre objeto e teoria:


Bom, se o que sentimos em relação a um objeto é uma orientação interna que
reflete numa forma externa, os anéis foram e ainda são fortes expressões da teoria
do einfühlung. Na antiguidade, quando os anéis eram produzidos de maneira
totalmente artesanal detinham em sua forma uma construção pessoal do artista,
uma assinatura de seu estilo, capacidade e intenções, não só suas, muitos anéis
eram encomendas de grandes pessoas sociais que queriam um objeto de poder
cintilando entre os dedos, como os anéis de sinete por exemplo.
A produção de um anel está longe de ser um processo simples, contava com
escolha do material, qual seria o melhor molde, quais entalhes seriam aplicados,
qual seria a composição de pedras e em quais formatos seriam lapidadas, todo
esses aspectos ficam literalmente nas mãos de um hábil artesão, que com fogo e
ferramentas, fazia de matéria bruta sair um resultado brilhante a ponto de hoje, na
atualidade estar exposto em algum museu pelo mundo, o anel parece sempre ter
existido e seu símbolo é universal, ele está em todos os cantos e seus significados
podem ser diversos, visto que o subjetivo de cada um pode ou não se encontrar no
objeto, este no caso o anel.
Então, na antiguidade existiam dois níveis de empatia, a do artista com sua obra, e
a do usuário com o objeto. O artista impunha seu estilo e marcas de criação,
enquanto a pessoa que o usava comunicava a mensagem que desejava, seja esta
de poder, compromisso ou até mesmo reafirmação pessoal, como marca única. Até
porque a maioria das produções antigas são, de fato, únicas, feitas sob medida.
Nos dias atuais, não é costumeiro ver um nível de conexão simbólica no nível de
produção, pois os anéis hoje podem muito bem serem produzidos em larga escala,
para serem comprados por uma massa de diferentes pessoas que por senso
comum acabam por se identificar com a mesma forma, mesmo anel, ou nem
necessariamente seja com a forma, pode ser com a marca, visto que nomes de "
brands" valem muito mais do que gosto nos dias atuais, porque demonstram status,
poder, não pelo símbolo do anel em si, mas por causa do seu valor comercial sabido
externamente pelo selo que carrega, a identificação não é com o objeto em si, mas
sim com a mensagem que ele passa à sociedade.
No entanto, não poderia deixar de pontuar o renascimento do valor das peças
artesanais, já que dentro da grande elite ( essa mesma que adora brincar com a
nossa cara), ter apenas um anel de uma marca cara não é suficiente, a partir daí
surgem nomes de designers específicos e então caímos um pouco no acordo com o
passado, as peças voltam a ser únicas, confeccionadas para alguém ou algo em
específico, e por isso passam a ter um preço determinado pelo artista, já que o
poderio intelectual e hábil está nele, sai das mãos da indústria, mas não do status.
Logo, o anel continua sendo um símbolo na nossa sociedade, seja de compromisso,
estilo pessoal ou poder, ele continua imperando significado na vida das pessoas, e
elas nele. A forma continua sendo um círculo, porém todo o resto pode ser alterado
de acordo com a vontade de cada indivíduo e talvez seja por isso que este objeto
perpetua importante, ele guarda uma infinidade de possibilidades, de construções e
portanto de identificações.

Exemplos fotográficos:

Antiga aliança encontrada no Egito.


Anel de sinete (este em específico, pertence ao Príncipe
Charles)

Anel padrão de uma marca conhecida

Anel confeccionado em específico por um designer (GIANNA


ALEXANDRIT)

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