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120 horas Atualização em Tratamento

de Feridas e Curativos
Denise Santana Silva dos Santos
Com certificado
online

Este material é parte integrante do curso online "Atualização em Enfermagem em Tratamento de


Feridas e Curativos" do EAD (www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É
proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia
expressa do autor (Artigo 29).
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Denise Santana Silva dos Santos
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................6
1.1 OBJETIVOS................................................................................................................ 6
1.2 PREMISSAS................................................................................................................ 6
PELE: MAIOR ÓRGÃO DO CORPO.............................................................................. 8
2.1 CAMADAS DA PELE................................................................................................ 8
2.1.1 Epiderme............................................................................................................... 8
2.1.2 Derme.................................................................................................................... 9
2.1.3 Hipoderme.............................................................................................................9
2.2 FUNÇÕES VITAIS DA PELE.................................................................................... 9
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS............................................................................11
3.1 DEFINIÇÃO DE FERIDA........................................................................................ 11
3.2 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS DE ACORDO COM A ETIOLOGIA................11
3.3 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO AO ROMPIMENTO DAS
ESTRUTURAS................................................................................................................ 11
3.4 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO À PROFUNDIDADE:
COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL......................................................................12
3.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DE FERIDAS.............................................................. 12
3.6 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: PRESENÇA OU AUSÊNCIA DO EXSUDATO
(ASPECTO)..................................................................................................................... 12
3.7 FORMATO E TAMANHO DA FERIDA................................................................. 13
3.8 LOCALIZAÇÃO DA FERIDA................................................................................. 13
3.9 APARÊNCIADA FERIDA........................................................................................13
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO.............................................................................. 14
4.1 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO....................................................................................15
TRATAMENTO DE PACIENTES COM FERIDAS.....................................................16
5.1 DENTRE OS CUIDADOS FÍSICOS ESTÃO.......................................................... 16
5.2 DENTRE OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS ESTÃO.............................................17
5.3 CUIDADOS ESPIRITUAIS...................................................................................... 17
O AMBIENTE IDEAL PARA CICATRIZAÇÃO......................................................... 18
CURATIVOS......................................................................................................................20
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS................. 21
8.1 ALGINATOS.............................................................................................................21
8.2 PAPAÍNA.................................................................................................................. 22
8.3 HIDROCOLÓIDE......................................................................................................22
8.4 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGES)..............................................................22
8.5 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, LIPÍDIOS INSATURADOS RICOS EM
ÁCIDO LINOLÉICO.......................................................................................................23
8.6 CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO....................................................................23
8.7 SULFADIAZINA DE PRATA.................................................................................. 23
8.8 MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS................................................ 24
8.9 HIDROGEL............................................................................................................... 24
8.10 PROTETORES CUTÂNEOS PARA OSTOMIAS................................................. 25
8.11 POMADAS ENZIMÁTICAS.................................................................................. 25
8.12 CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS............................................ 26
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS.............27
9.1 APLICAÇÕES CLÍNICAS........................................................................................27
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM VITILIGO...........................29
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM DOENÇA FALCIFORME E
PORTADOR DE ÚLCERA DE PERNA......................................................................... 30
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR PRESSÃO...................................................... 31
12.1 LESÃO POR PRESSÃO..........................................................................................31
12.2 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 1: PELE ÍNTEGRA COM ERITEMA QUE
NÃO EMBRANQUECE..................................................................................................32
12.3 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2: PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA
PARCIAL COM EXPOSIÇÃO DA DERME................................................................. 32
12.4 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3: PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA
TOTAL.............................................................................................................................32
12.5 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 4: PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA
TOTAL E PERDA TISSULAR....................................................................................... 32
12.6 LESÃO POR PRESSÃO NÃO CLASSIFICÁVEL: PERDA DA PELE EM SUA
ESPESSURA TOTAL E PERDA TISSULAR NÃO VISÍVEL......................................33
12.7 LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA: DESCOLORAÇÃO
VERMELHA ESCURA, MARROM, PÚRPURA, PERSISTENTE QUE NÃO
EMBRANQUECE........................................................................................................... 33
12.8 DEFINIÇÕES ADICIONAIS.................................................................................. 33
12.8.1 Lesão por Pressão relacionado a Dispositivo Médico.......................................33
12.8.2 Lesão por Pressão em Membranas Mucosas.....................................................33
LASERTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS................................................ 35
13.1 INDICAÇÃO........................................................................................................... 35
13.2 CONTRAINDICAÇÃO...........................................................................................36
13.3 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA LASERTERAPIA..............................................36
13.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO................................................................................ 36
13.5 REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM RELAÇÃO AO USO DA
LASERTERAPIA............................................................................................................ 37
APRESENTAÇÃO.............................................................................................................40
1.2 OBJETIVOS.............................................................................................................. 40
1.3 PREMISSAS.............................................................................................................. 40
O HISTÓRICO DOS CURATIVOS................................................................................ 42
A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR NO TRATAMENTO
DAS FERIDAS................................................................................................................... 43
A PELE............................................................................................................................... 44
4.1 DEFINIÇÃO.............................................................................................................. 44
4.2 ANATOMIA DA PELE.............................................................................................45
4.2.1 Camadas da Pele................................................................................................. 45
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS............................................................................47
5.1 DEFINIÇÃO DE FERIDA........................................................................................ 47
5.2 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS DE ACORDO COM A ETIOLOGIA................47
5.3 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO AO ROMPIMENTO DAS
ESTRUTURAS................................................................................................................ 48
5.4 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO À PROFUNDIDADE /
COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL......................................................................48
5.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DE FERIDAS.............................................................. 48
5.6 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: PRESENÇA OU AUSÊNCIA DO EXSUDATO
(ASPECTO)..................................................................................................................... 49
5.7 FORMATO E TAMANHO DA FERIDA................................................................. 49
5.8 LOCALIZAÇÃO DA FERIDA................................................................................. 50
5.9 APARÊNCIA DA FERIDA.......................................................................................50
5.10 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR PRESSÃO.............................................. 50
5.10.1 Lesão por Pressão..............................................................................................50
5.10.2 Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não embranquece51
5.10.3 Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da Pele em sua espessura parcial com
exposição da derme...................................................................................................... 51
5.10.3 Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total................. 52
5.10.5 Lesão por Pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda
tissular.......................................................................................................................... 52
5.10.6 Lesão por Pressão Não Classificável: perda da pele em sua espessura total e
perda tissular não visível.............................................................................................. 52
5.10.7 Lesão por pressão Tissular Profunda: descoloração vermelha escura, marrom,
púrpura, persistente que não embranquece.................................................................. 53
5.10.8 Lesão por Pressão relacionado a Dispositivo Médico.......................................53
5.10.9 Lesão por Pressão em Membranas Mucosas.....................................................53
5.10.10 Requisitos para estadiar uma lesão por pressão.............................................. 53
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO.............................................................................. 54
6.1 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO....................................................................................55
TRATAMENTO DE PACIENTES COM FERIDAS.....................................................56
7.1 DENTRE OS CUIDADOS FÍSICOS ESTÃO.......................................................... 56
7.2 DENTRE OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS ESTÃO.............................................57
7.3 CUIDADOS ESPIRITUAIS...................................................................................... 57
PREVENÇÃO DA ÚLCERA POR PRESSÃO...............................................................58
O AMBIENTE IDEAL PARA CICATRIZAÇÃO......................................................... 60
PRINCÍPIOS PARA REALIZAÇÃO DO CURATIVO................................................ 61
10.1 LIMPEZA................................................................................................................ 61
10.2 PELE ÍNTEGRA......................................................................................................61
CURATIVOS......................................................................................................................63
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS FERIDAS................. 64
12.1 ALGINATOS...........................................................................................................64
12.2 PAPAÍNA................................................................................................................ 65
12.3 HIDROCOLÓIDE....................................................................................................66
12.4 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGEs)............................................................ 66
12.5 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS LIPÍDIOS INSATURADOS RICOS EM
ÁCIDO LINOLÉICO.......................................................................................................67
12.6 CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO..................................................................67
12.7 SULFADIAZINA DE PRATA................................................................................ 68
12.8 MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS.............................................. 68
12.9 HIDROGEL............................................................................................................. 69
12.10 PROTETORES CUTÂNEOS PARA OSTOMIAS............................................... 70
12.10.1 Apresentações................................................................................................. 70
12.11 POMADAS ENZIMÁTICAS................................................................................ 70
12.12 CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS.......................................... 71
12.13 CURATIVOS IMPREGNADOS COM PRATA...................................................71
12.14 CURATIVOS COM DRENO................................................................................ 72
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS CURATIVOS...................................... 73
CUIDADOS BÁSICOS DE ASSEPSIA NO CURATIVO............................................. 74
CURATIVOS DE CATETERES, INTRODUTORES, FIXADORES EXTERNOS... 75
CURATIVOS EM DRENOS.............................................................................................76
CURATIVOS EM FERIDAS............................................................................................77
DESBRIDAMENTO.......................................................................................................... 78
LASERTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS................................................ 80
19.1 INDICAÇÃO........................................................................................................... 80
19.2 CONTRAINDICAÇÃO...........................................................................................81
19.3 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA LASERTERAPIA..............................................81
19.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO................................................................................ 81
19.5 REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM RELAÇÃO AO USO DA
LASERTERAPIA............................................................................................................ 82
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS.............84
20.1 APLICAÇÕES CLÍNICAS......................................................................................84
20.2 CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO DE FERIDAS COM
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA........................................................................... 85
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM VITILIGO...........................87
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE COM DOENÇA FALCIFORME E
PORTADOR DE ÚLCERA DE PERNA......................................................................... 88
AVALIAÇÃO..................................................................................................................... 90
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 93
Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

01
APRESENTAÇÃO

O tratamento de feridas é um assunto importante no cotidiano da enfermagem. À medida


que a medicina avança os cuidados no tratamento das feridas também evoluem. Portanto,
fazem-se necessário a compreensão do processo de cicatrização visto à vasta gama de
opções disponíveis para o tratamento das feridas.

1.1 OBJETIVOS
Atualizar o profissional de enfermagem acerca do tratamento de feridas.

Explicar a fisiologia normal permitindo que a (o) enfermeira (o) reconheça o


anômalo.

Favorecer o reconhecimento dos estágios da cicatrização permitindo selecionar o


curativo adequado.

Esclarecer dúvidas acerca dos produtos mais utilizado no tratamento de feridas.

1.2 PREMISSAS
Cada conduta é específica para cada cliente no tratamento de feridas.

Devemos sempre fazer, juntamente com o médico, um estudo das causas da lesão.

Quem cicatriza uma ferida é o organismo, uma lesão irrigada, sem infecção e sem
edema cura-se naturalmente.

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Unidade 1 – Apresentação

Depois de cicatrizada uma lesão, o paciente necessita continuar o tratamento


daquilo que levou àquela lesão.

Sempre devemos pensar no lado estético da cicatrização

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

02
PELE: MAIOR ÓRGÃO DO CORPO

 Definição: A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável


à vida e que isola os componentes orgânicos do meio externo. A pele apresenta
grandes variações ao longo de sua extensão, sendo ora mais elástica e flexível, ora
mais rígida.

 Anatomia e Fisiologia: A transição da vida embrionária para a vida fetal ocorre no


final do segundo mês do primeiro trimestre. Este ponto é definido pelo início do
funcionamento da medula óssea e da estratificação da epiderme, que deixa de
possuir apenas duas camadas (basal e epiderme), para apresentar também camadas
intermediárias.

2.1 CAMADAS DA PELE

2.1.1 Epiderme

Éum epitélio estratificado pavimentoso queratinizado de origem ectodérmica. Composta


por cinco camadas:

 Camada Basal: É também chamada germinativa, apresenta intensa atividade


mitótica, sendo responsável pela constante renovação da epiderme. Forma uma
membrana que separa a epiderme da derme.

 Camada Espinhosa: Suas células possuem ramificações que saem do citoplasma.


Possui tonofibrilas e desmossomas que tem função de na manutenção da coesão das
células da epiderme e consequentemente na sua resistência ao atrito. Quanto maior
a exposição ao atrito maior será esta camada.

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Unidade 2 – Pele: Maior Órgão do Corpo

 Camada granulosa: Célula em cujo citoplasma são observados os grânulos


grosseiros e basófilos (grânulos de querato-hialina que vão contribuir para a
constituição do material interfilamento da camada córnea.

 Camada Lúcida: Células achatadas, hialinas e eosinófilos, cujo núcleo e organelas


desapareceram. O citoplasma consiste em numerosos filamentos compactados e
envolvidos por material elétron denso. Ainda se podem ver desmossomas entre as
células.

 Camada Córnea: Constituída por células achatadas mortas e sem núcleo.


Citoplasma com grande quantidade de substancias córnea, uma escleroproteína
chamada queratina.

2.1.2 Derme

É o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a epiderme. Espessura máxima de 3 mm na


região plantar.

 Camada Papilar: Delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, ela penetra nas
papilas dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno, que
se inserem na membrana basal e penetra profundamente na derme com a função de
prender a derme a epiderme.

 Camada Reticular: Mais espessa constituída por tecido conjuntivo denso. Apresenta
menos células e fibras colágenas mais abundantes e espessas do que a camada
papilar.

2.1.3 Hipoderme

Camada subcutánea: É formada por tecido conjuntivo frouxo que une de maneira pouco
firme a derme aos órgãos subjacentes. A hipoderme poderá ter uma camada variável de
tecido adiposo, dependendo da região e nutrição, formando uma camada chamada Panículo
Adiposo o mesmo proporciona isolamento térmico, com isso confere proteção contra o frio.

2.2 FUNÇÕES VITAIS DA PELE

 Proteção: barreira

 Proteção: frio, calor, radiação.

 Proteção: pressão, fricção e traumas.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

 Proteção: contra substâncias químicas.

 Proteção: contra penetração de germes, sobremodo a formação do manto ácido


protetor.

 Proteção: contra a perda de calor.

A importância da preservação da pele: Preservar a integridade da pele é um fator


importante para a enfermagem ao longo da estadia do paciente, sendo ainda mais
significativo, pois está é uma barreira natural contra a entrada de microorganismos. O
profissional deve estar atento aos riscos de desenvolvimento de traumas e rupturas da
barreira da pele, decorrentes de cuidados rotineiros como banho, desinfecção da pele e
remoção de adesivos.

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Unidade 3 – Caracterização das Feridas

03
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

3.1 DEFINIÇÃO DE FERIDA


Toda e qualquer ruptura da integridade de um tecido ou órgão, podendo atingir desde a
epiderme até estruturas mais profundas como fáscias, músculos e órgãos cavitários.

3.2 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS DE ACORDO COM A


ETIOLOGIA

 Agudas: incisões cirúrgicas, traumas, térmicas e infecciosas.

 Crônicas:

 Feridas ulcerativas (úlcera por pressão)

 Enfermidades dermatológicas (psoríase)

 Drenantes: fístulas, drenos e estomas.

3.3 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO AO ROMPIMENTO


DAS ESTRUTURAS

 Abertas: sem aproximação de bordas.

 Fechadas: com aproximação e sutura de bordas

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3.4 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO À PROFUNDIDADE:


COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL

 Superficial: até a derme

 Profunda Superficial: até o subcutâneo

 Profunda Total: músculo e estruturas adjacentes

3.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DE FERIDAS


Feridas Abertas que cicatrizam por 2ª intenção, são classificadas segundo aparência em:

 Necrótica: presença de placa necrótica dura (escara) ou tecida necrosado.

 Infectada: presença de processo inflamatório e exsudação supurativa

 Com crosta: exsudação que solidificou.

 Granulada: formação de tecido novo (angiogênese) e matriz do colágeno.

 Epitelizada: formação e migração de células epiteliais sobre a superfície durante o


processo de cicatrização.

3.6 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: PRESENÇA OU AUSÊNCIA


DO EXSUDATO (ASPECTO)

 Exsudato fibrinoso: passagem de proteínas plasmática pela parede do vaso.

 Fibrina: é uma proteína insolúvel, que se forma durante o processo de coagulação.


Na ferida se apresenta aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou amarelada.

 Padrões Mistos: serosanguinolento, seropurulento, serofibrinoso e fibrinopurulento.

 Coloração: Esbranquiçada, amarelada e esverdeada.

 Odor: Inodoro, fétido e pútrido.

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Unidade 3 – Caracterização das Feridas

 Derivados de fístulas: biliar, entérica, urinária, pancreática e fecalóide.

3.7 FORMATO E TAMANHO DA FERIDA


O formato e tamanho da ferida podem mudar durante o processo de cicatrização. No início
quando retiram os tecidos necróticos e/ou desvitalizado, a ferida parece aumentar de
tamanho. Isso ocorre porque a dimensão real da ferida era mascarada pelo tecido necrótico.

É importante realizar a monitorização do formato e tamanho da ferida para definir o


curativo ideal.

3.8 LOCALIZAÇÃO DA FERIDA


No exame físico do paciente se identifica a localização da ferida e evidenciam-se áreas
com grandes possibilidades para contaminação, por exemplo, em região sacra.

3.9 APARÊNCIADA FERIDA


A aparência da ferida está relacionada com a etapa de cicatrização ou com uma
complicação. As feridas abertas podem ser classificadas como: necróticas, infectadas, com
crosta, granuladas e epitelizadas. Ressalta-se que algumas feridas podem pertencer a mais
de uma categoria denominada ferida mista.

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04
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

O processo de cicatrização de feridas é composto por várias etapas tais como: inflamação,
reconstrução, epitelização e maturação.

 Inflação: A reação inflamatória é uma reação local não-especificada a danos no


tecido e/ou invasão bacteriana. Ela é uma parte importante dos mecanismos de
defesa do corpo e é a parte fundamental no processo de cicatrização. Os sinais de
infamação são: dor, rubor, calor e edema. Esta etapa dura de quatro a cinco dias e
requer recursos energéticos e nutricionais.

 Reconstrução: Nesta fase o oxigênio tecidual estimula os macrófagos para criar


fatores de angiogênese que instiga o processo de angiogênese. Os capilares não
danificados estimulam a germinação de células que crescem na direção da
superfície formando uma rede dentro da ferida fornecendo nutrientes e oxigênio
(tecido de granulação).

 Epitelização: Trata-se da fase em que a ferida é coberta por células epiteliais. Nas
feridas fechadas essa fase começa logo no segundo dia. No entanto, nas feridas
abertas, é necessário que a cavidade da ferida seja preenchida com tecido de
granulação antes da epitelização poder começar.

 Maturação: Durante a fase de maturação, a ferida se torna menos vascularizada. As


fibras de colágeno são reorganizadas de forma que formam ângulos com as
margens da ferida. O tecido da cicatriz presente é remodelado e lentamente fica
igual ao tecido normal.

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Unidade 4 – Fisiologia da Cicatrização

4.1 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO


Dependendo da maneira como foi produzida a lesão, podemos classificar o processo
cicatricial em:

 Cicatrização por primeira intenção: Ocorre quando há perda mínima de tecido e


as bordas são passiveis de ajuste por sutura. Neste tipo de lesão o curativo e
utilizado apenas para proteção não havendo necessidade de manutenção do meio
úmido. O curativo pode ser removido até após 48 horas.

 Cicatrização por segunda intenção: Ocorre quando há perda acentuada do tecido


e não há possibilidade de fechamento dos bordos. O tempo de cicatrização será
invariavelmente superior e o curativo deve ser utilizado com tratamento da lesão,
havendo necessidade de manutenção do meio úmido.

 Cicatrização por terceira intenção ou mista: Ocorre quando há fatores que


retardam o processo cicatricial por primeira intenção e há necessidade de deixar a
lesão aberta para drenagem ou para debelar uma Infecção. Posterior ao tratamento a
lesão poderá ser fechada por primeira intenção.

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05
TRATAMENTO DE PACIENTES COM
FERIDAS

Na assistência ao paciente portador de feridas se faz necessário uma abordagem holística,


com um levantamento do histórico do paciente e a avaliação das condições atuais,
incluindo o físico, psicológico e o espiritual.

5.1 DENTRE OS CUIDADOS FÍSICOS ESTÃO

 Idade

 Estado Nutricional

 Patologias de base: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia

 Infecções

 Mobilidade no leito

 Duração da internação hospitalar

 Incontinência urinária

 Higiene

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Unidade 5 – Tratamento de Pacientes com Feridas

5.2 DENTRE OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS ESTÃO

 Medo

 Estresse

 Impotência

5.3 CUIDADOS ESPIRITUAIS


A espiritualidade tem conceitos divergentes no campo da saúde. Todavia ela pode ser
compreendida com um sentido dentro de nós que responde a realidades infinitas da vida.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

06
O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO

Atualmente, há uma vasta gama de curativos utilizados no tratamento de feridas no


mercado. Esses curativos foram elaborados para ter um efeito funcional possuindo algumas
características tais como: manter a alta umidade da interface ferida/curativo, permitir trocas
gasosas, remover o excesso de exsudato, impermeável a bactéria, fornece isolamento
pérvio, ser isento de partículas e tóxicos contaminadores das feridas e permitir sua remoção
sem causar trauma na ferida.

 Manter a umidade da ferida: Deve-se manter o leito da ferida úmido, permitindo


assim que as células epiteliais deslizem pela superfície da ferida. Portanto na
limpeza das feridas abertas, não há a necessidade de secar a superfície da ferida.
Deve-se secar a pele ao redor da ferida para ajudar manter o novo curativo fixado.

 Retirar o excesso de exsudato: O curativo deve ter um pouco de absorvência. Em


algumas situações serão necessários à utilização de curativo secundário.

 Permitir trocas gasosas: A hipóxia do tecido é fundamental para estimular a


angiogênese na ferida em processo de cicatrização. Pois, a falta de oxigênio
estimula o crescimento de arcos capilares na ferida que trazem oxigênio com eles.

 Isolamento térmico: Pesquisas evidenciaram que leva três horas para a atividade
mitótica retornar a sua velocidade normal. Portanto, as feridas não devem ser
limpas com soluções frias e sim mornas.

 Impermeável à bactéria: um dos objetivos do curativo é criar uma barreira entre a


ferida e o ambiente.

 Isento de partículas e tóxicos contaminadores de feridas: AS partículas prolongam a


reação inflamatória afetando a velocidade da cicatrização.

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Unidade 6 – O Ambiente Ideal para Cicatrização

 Retirar sem traumas: a utilização de curativos secos diretamente na superfície da


ferida é a causa principal de trauma.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

07
CURATIVOS

Por definição, curativo é todo material colocados diretamente por sobre uma ferida, cujos
objetivos são: evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização; reduzir a
infecção nas lesões contaminadas; absorver secreções, facilitar a drenagem de secreções,
promoverem a hemostasia com os curativos compressivos, manter o contato de
medicamentos junto à ferida e promover conforto ao paciente.

Os curativos podem ser abertos ou fechados, sendo que os fechados ou oclusivos


são subdivididos em úmidos e secos. Os curativos úmidos têm por finalidade: reduzir o
processo inflamatório por vasoconstricção; limpar a pele dos exsudatos, crostas e escamas;
manter a drenagem das áreas infectadas e promover a cicatrização pela facilitação do
movimento das células.

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Unidade 8 – Produtos mais Utilizados no Tratamento das Feridas

08
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO
TRATAMENTO DAS FERIDAS

 As soluções mais utilizadas nos curativos são:

 Soro fisiológico para limpeza e como emoliente;

 Atualmente, a solução mais utilizada para limpeza da ferida é o soro fisiológico


0,9%.

8.1 ALGINATOS
São sais de polímero natural ácido algínico derivado de algas marinhas marrons. Estes
curativos apresentam-se em embalagens individuais estéreis.

 Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue interage com o


cálcio presente no curativo promovendo uma troca iônica que auxilia no
desbridamento autolítico, tem alta capacidade de absorção e resulta na formação de
um gel que mantêm o meio úmido para cicatrização.

 Indicações: feridas abertas altamente exsudativas com ou sem infecção e lesões


cavitárias com necessidade de estimulo rápido de do tecido de granulação.

 Contraindicações: lesões por queimaduras ou lesões superficiais e feridas sem ou


com pouca exsudação.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

8.2 PAPAÍNA
É uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya.

 Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta.

 Mecanismo de ação: ação antiinflamatória, bactericida e cicatricial; atua como


desbridante.

 Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze
embebida na solução.

 Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em tecido necrosado,


6% nas com exsudato purulento e 2% naquelas com pouco exsudato.

8.3 HIDROCOLÓIDE

 Partículas hidroativas em polímero inerte impermeável.

 Indicação: lesões não infectadas com ou sem exsudato, áreas doadoras e incisões
cirúrgicas.

 Mecanismo de ação: promove barreira protetora, isolamento térmico, meio úmido,


prevenindo o ressecamento, desbridamento autolítico, granulação e epitelização.

 Modo de usar: irrigar a lesão com soro fisiológico, secar as bordas e aplicar
hidrocolóide e fixar o curativo à pele.

 Observações: não deve ser utilizado para feridas infectadas.

8.4 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGES)

 São óleos derivados dos vegetais poli-insaturados. A composição do produto


comercializado para o tratamento de feridas e: Ácido Linoléico, Ácido Caprilíco,
Ácido Capríco, Vitaminas 'A' e 'E' e Lecitina de Soja.

 Indicações: Prevenção e tratamento de ulceras de pressão e tratamento de lesões


abertas com ou sem infecção.

 Contraindicações: Lesões com necrose tecidual sem desbridamento.

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Unidade 8 – Produtos mais Utilizados no Tratamento das Feridas

 Mecanismo de ação: Os AGEs possuem ação quimiotática. São precursores de


substancias farmacologicamente ativas envolvidas no processo de divisão celular e
diferenciação epidérmica (tromboxanes e prostaglandinas- e possui capacidade de
modificar reações inflamatórias e imunológicas, alterando funções leucocitárias e
acelerando o processo de granulação tecidual.

8.5 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS, LIPÍDIOS INSATURADOS


RICOS EM ÁCIDO LINOLÉICO

 Indicação: todos os tipos de lesões, infectadas ou não, desde que desbridadas


previamente.

 Mecanismo de ação: promove quimiotaxia para leucócitos, facilita a entrada de


fatores de crescimento nas células, promove proliferação e mitose celular,
acelerando as fases da cicatrização.

 Modo de usar: irrigar a lesão com soro fisiológico, aplicar AGE por toda a área da
ferida e cobrir.

 Observações: não é agente desbridante, porém estimula o desbridamento autolítico.

8.6 CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO


Uma cobertura estéril para ferimentos, de baixa aderência, envolto por uma camada de
tecido selado em toda sua extensão, com uma almofada impregnada por carvão ativado e
prata a 0,15%.

 Mecanismo de Ação: o carvão ativado adsorve o exsudato e filtra o odor enquanto a


prata exerce poder bactericida local pela liberação de prata.

 Contraindicações: Não deve ser utilizado em queimaduras, pois a prata pode


provocar dor. O curativo não deve ser cortado para não ocorrer liberação do carvão
ativado na lesão.

8.7 SULFADIAZINA DE PRATA


É um composto solúvel e com ação adstringente derivado de sais de prata com
propriedades antisséptica local.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

 Mecanismo de ação: o íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente


na parede celular e membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação
bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de pequenas
quantidades de prata iônica.

 Indicações: prevenção de colonização e tratamento de queimaduras.

8.8 MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS


É um material estéril com possibilidade de uso como cobertura primaria ou secundaria
indicado principalmente para oclusão de lesões planas pouco exsudativas. São
transparentes, facilitando a visualização das características da lesão e permitindo maior
mobilidade ao paciente.

 Composição: filme de poliuretano, transparente, elástico, semipermeável, aderente


a superfícies secas.

 Mecanismo de ação: Proporciona ambiente úmido, favorável a cicatrização


permeabilidade seletiva, permitindo a difusão gasosa e evaporação de água.
Impermeável a fluidos e microorganismos.

 Indicação: Fixação de cateteres vasculares; proteção de pele integra e escoriações;


prevenção de ulceras de pressão por fricção, cobertura de incisões cirúrgicas limpas
com pouco ou nenhum exsudato; cobertura de queimaduras de 1 e 2 grau; cobertura
de áreas doadoras de enxerto.

 Contra indicações: Feridas com muito exsudato; Feridas infectadas. Trocar quando
perder a transparência.

8.9 HIDROGEL
É um composto de água, carboximetil-celulose (CMC- e propileno-glicol (PPG- que forma
um hidrogel transparente e incolor com função de remover tecidos necróticos através do
desbridamento autolítico.

 Mecanismo de ação: a água (77,7%)- mantém o meio úmido, a CMC (2,3%)-


facilita as propriedades reidratantes e de desbridamento e o PPG (20%)- estimula a
liberação do exsudato.

 Indicação: remoção de tecido necrótico em lesões cavitárias.

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Unidade 8 – Produtos mais Utilizados no Tratamento das Feridas

8.10 PROTETORES CUTÂNEOS PARA OSTOMIAS


Descrição: São compostos de gelatina, pectina, carboximentilcelulose sódica e
polisobutileno de uso tópico com a mesma função de proteger e regenerar a epiderme Peri
- ostomias e Peri - fístulas. Apresentações:

 Pó - indicado em lesões úmidas e escoriadas da pele Peri-ostomal. Sua função é


secar e forma uma película protetora para fixação da placa.

 Pasta - indicada para correção de imperfeições do estoma. Sua função é de selante


da pele com o estoma através da formação de um anel ao redor do estoma.

 Placa - indicada para a proteção e regeneração da pele Peri-ostomal e fixação da


bolsa.

 Indicações: Peri-fístulas ou Peri-ostomias.

8.11 POMADAS ENZIMÁTICAS


São compostos de enzimas especificas para determinados substratos com o objetivo de
auxiliar no desbridamento da lesão, entretanto não há dados conclusivos sobre sua ação
como estimulador do processo cicatricial.

 Composição: colagenase lostridiopeptidase. A e enzimas proteolíticas.

 Mecanismo de ação: age seletivamente degradando o colágeno nativo da ferida.

 Indicação: desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões.

 Contraindicação: Feridas com cicatrização por primeira intenção. Não utilizar por
mais de 15 dias.

 Trocar o curativo a cada 8 horas.

 Observações: há controvérsias quanto à eficácia das pomadas enzimáticas como


estimulador da granulação e epitelização, visto que com o aumento dos níveis de
ação das proteinases, temos a degradação dos fatores de crescimento e dos
receptores de membrana celular, que são importantes para o processo de
cicatrização.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

8.12 CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS


É um curativo altamente absorvente para feridas com baixa a moderada exsudação e que
proporciona um ambiente úmido facilitador do processo de granulação. Este curativo é
mais aderente devido à presença de uma camada de hidropolímero com capacidade de
expansão e manutenção da adesão do curativo a lesão.

 Mecanismo de ação: Proporciona um ambiente úmido e estimula o desbridamento


autolítico. Absorve o exsudato e expande-se delicadamente à medida que absorve o
exsudato.

 Indicações: Tratamento de feridas abertas não infectadas.

 Contraindicações: Queimadura de 3º grau; lesões com vasculite ativa;

 Feridas colonizadas e infectadas, com tecido desvitalizado.

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Unidade 9 – Oxigenoterapia Hiperbárica no Tratamento de Feridas

09
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

A medicina hiperbárica possui dois grandes ramos de atividade:

 Dedicado à atividade profissional de mergulhadores, aeronautas e trabalhadores sob


ar-comprimido, prevalecendo uma abordagem voltada à saúde ocupacional;

 Referente às aplicações clinicas da oxigenoterapia hiperbárica (OHB). O tratamento


é efetuado em várias sessões, cujo nível de pressão, duração, intervalos e número
total de aplicações são variáveis de acordo com as enfermidades. A OHB consiste
na inalação de oxigênio puro com a pressão do ambiente aumentada de duas a três
vezes acima de seu valor normal, estando o cliente no interior de uma câmara
hiperbárica. Durante as sessões ocorre um aumento de 10 a 20 vezes na quantidade
de oxigênio dissolvido nos tecidos.

9.1 APLICAÇÕES CLÍNICAS


Inúmeras são as indicações da OHB determinadas por vários protocolos aceitos
internacionalmente:

 Embolias gasosas.

 Doença descompressiva.

 Embolia traumática pelo ar.

 Envenenamento por monóxido de carbono ou intoxicação por fumaça.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

 Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos.

 Gangrena gasosa clostridiana.

 Doença de Fournier.

 Outras infecções necrotizantes de tecidos moles: celulites, fasciíte e miosites,


deiscência de sutura.

 Isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental,


reimplante de extremidades amputadas e outras.

 Retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco.

 Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas


(aracnídeos, ofídios e insetos.

 Queimadura complexa.

 Lesões refratárias: úlceras de pressão, vasculogênica, neuropática (pé diabético e


outras).

 Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de


mucosas.

 Osteomielite crônica.

 Hipoacusia por ototoxidade a agentes quimioterápicos.

 Anemia aguda nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea.

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Unidade 9 – Oxigenoterapia Hiperbárica no Tratamento de Feridas

10
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
COM VITILIGO

A assistência de enfermagem ao paciente com vitiligo incluem alguns cuidados tais como:

 É fundamental o atendimento ao cliente portador de vitiligo com a maior brevidade


possível, avaliando com a equipe do serviço a aplicação de protocolos de
atendimento, buscando reduzir e recuperar a cor da pele nas regiões detectadas.

 Conhecer as condições socioeconômicas e culturais em que vive o paciente


observando para as condições físicas, de sustento financeiro da família, suas
crenças, seus hábitos culturais e valores associados aos fatores afetivos-culturais e
sociais.

 Ter na família os elementos facilitadores do processo de cuidar do paciente, por


isso envolvê-lo na consulta favorecendo a promoção da saúde ao paciente.

 Uma vez diagnosticado vitiligo, (busque manter os pressupostos teóricos,


metodológicos e filosófico que fundamentaram sua prática) oferecendo suporte que
garanta a família e ao paciente, o atendimento, acesso ao serviço de saúde, com um
sistema de referência que dê respostas eficazes e eficientes à família e ao paciente.

 Implementar Grupo Terapêuticos de Auto- ajuda, estimulando e incentivando o uso


das terapêuticas alternativas junto com uma equipe multidisciplinar, para orientação
e apoio ao paciente com vitiligo e o uso de fitoterapia, homeopatia, pseudocatalase,
helioterapia, UVB, extrato de placenta humana, kuva, fenilalanina tópica e
sistêmicas e antioxidantes.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

11
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
COM DOENÇA FALCIFORME E PORTADOR
DE ÚLCERA DE PERNA

 As úlceras de perna estão presentes em 8% a 10% das pessoas com Doença


Falciforme (DF), principalmente nos adolescentes e nos adultos jovens.

 Ocorrem em geral no terço inferior da perna, sobre e ao redor dos maléolos medial
ou lateral e em algumas ocasiões sobre a tíbia ou o dorso do pé.

 Um percentual de 75% das pessoas com úlcera de perna tem genótipo SS.

 Sua etiologia pode ser traumática, por contusões ou picadas de inseto, espontânea e
por hipóxia tissular devido à crise vaso-oclusiva crônicas.

 São lesões exsudativas, de tamanho variável, com margem definida, bordas em


relevo, recoberta por película amarela e susceptível a infecção. São extremamente
dolorosas, de difícil tratamento e com alto índice de recorrência.

 Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com úlcera venosa, úlcera diabética, úlcera
isquêmica, úlcera neuropática, úlcera por pressão e outras.

 O envolvimento da pessoa com o estímulo do autocuidado é de essencial


importância, não somente na prevenção, como no sucesso do tratamento.

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Unidade 12 – Classificação das Lesões por Pressão

12
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR
PRESSÃO

O National Pressure Ulcer Advisory Pane (NPUAP), que é uma organização norte-
americana sem fins lucrativos, dedicada a prevenção e ao tratamento das lesões por pressão.
Formado em 1986, o conselho diretor é Multidisciplinar, composto de especialistas em
lesões por pressão e líderes de diversas áreas da saúde que compartilham o compromisso
da organização.

No dia 13 de Abril de 2016, o NPUAP anunciou uma mudança na terminologia


ÚLCERA POR PRESSÃO para LESÃO POR PRESSÃO e a atualização da nomenclatura
dos estágios do sistema de classificação.

Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão,
tanto na pele intacta como na pele ulcerada.

As Lesões por Pressão são categorizadas para indicar a extensão do dano tissular.

O sistema de classificação atualizado inclui as seguintes definições:

12.1 LESÃO POR PRESSÃO


É um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato.

A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser
dolorosa.

A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação


com o cisalhamento.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada


pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição.

12.2 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 1: PELE ÍNTEGRA COM


ERITEMA QUE NÃO EMBRANQUECE
Pele integra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer
diferente em pele escura.

12.3 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2: PERDA DA PELE EM


SUA ESPESSURA PARCIAL COM EXPOSIÇÃO DA DERME
Perda da pele em espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável, de
coloração rosa ou vermelha, úmida e pode também apresentar-se como uma bolha intacta
(preenchida com exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não
são visíveis.

12.4 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3: PERDA DA PELE EM


SUA ESPESSURA TOTAL
Perda de pele de espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de
granulação está presente. Esfacelo e tecido desvitalizado pode estar presente. A
profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica, áreas com
adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrem
descolamento e formação de túneis.

12.5 LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 4: PERDA DA PELE EM


SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA TISSULAR
Perda de pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da
fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.

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Unidade 12 – Classificação das Lesões por Pressão

12.6 LESÃO POR PRESSÃO NÃO CLASSIFICÁVEL: PERDA DA


PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA TISSULAR NÃO
VISÍVEL
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode
ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser removido (esfacelo
ou escara), Lesão por pressão grau 3 ou grau 4 ficará aparente.

12.7 LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA:


DESCOLORAÇÃO VERMELHA ESCURA, MARROM, PÚRPURA,
PERSISTENTE QUE NÃO EMBRANQUECE
Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura,
marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com
leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento.

Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração


de pele.

Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada de cisalhamento na interface


osso- músculo.

12.8 DEFINIÇÕES ADICIONAIS

12.8.1 Lesão por Pressão relacionado a Dispositivo


Médico

Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A lesão por pressão relacionada a


dispositivo médico resulta do uso de dispositivo criados e aplicados para fins diagnósticos
e terapêuticos.

12.8.2 Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há histórico de uso de


dispositivo médico no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem
ser categorizadas.

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Unidade 13 – Laserterapia no Tratamento de Feridas

13
LASERTERAPIA NO TRATAMENTO DE
FERIDAS

A partir da década de 1960 foram realizados estudos sobre os efeitos biológicos da


laserterapia na reparação tecidual, sucessivamente outras pesquisas demonstraram a
aplicabilidade clínica e hoje a laserterapia é aplicada no tratamento de feridas.

Para ser utilizado na reparação tecidual o raio laser deve possuir ótima interação
com o tecido cutâneo. O laser pode ser composto de vários gases, tais como: CO2, Diodo,
Neodímio (Nd) e Hélio- Neônio (HeNe). O laser HeNe é o mais empregado na reparação
tecidual.

Durante o tratamento da laserterapia, o leito da lesão deve ser úmido, como por
exemplo, com ácido graxo essencial (AGE) e hidrogel.

O curativo deve ser substituído, em média, a cada 12 ou 24 horas e toda vez que for
contaminado.

13.1 INDICAÇÃO
Atua como coadjuvante no tratamento de feridas superficiais e profundas, limpas ou
infectadas.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

13.2 CONTRAINDICAÇÃO

 Tratamento de lesões neoplásicas, já que pode estimular seu desenvolvimento.

 Clientes portadores de retinopatias

13.3 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA LASERTERAPIA

 Proliferativo: aumenta a neoangiogênese, a síntese de fibroblastos, colágeno e ATP


(adenosina Trifosfato).

 Fibrinolítico: facilita fibrinólise.

 Antiedematogênico: facilita o retorno venoso linfático, devido à ação


vasodilatadora dos capilares.

 Antiinflamatória: interfere na síntese de prostaglandina, aumentando a


permeabilidade capilar.

 Analgésico: libera substâncias quimiotáxicas, que estimulam a liberação de


endorfinas, normalizando o potencial elétrico da membrana celular.

 Bactericida: aumenta a quantidade de interferon, potente agente natural.

13.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

 Técnica Pontual: é aplicado em determinados pontos da borda da ferida.

 Técnica de varredura externa: é aplicada em toda a borda da ferida.

 Técnica de varredura interna: é aplicada dentro da própria lesão.

 Técnica de varredura mista: são aplicadas, de forma conjunta, as varreduras


internas e externas.

 Técnica associada: são aplicadas, de forma conjunta, a pontual e a varredura mista.

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Unidade 13 – Laserterapia no Tratamento de Feridas

13.5 REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM RELAÇÃO AO USO DA


LASERTERAPIA

 A Laserterapia é uma terapia não invasiva, não térmica, asséptica, indolor, sem
efeitos colaterais.

 A técnica de Laserterapia vem sendo amplamente utilizada nas condições de


processo cicatriciais, visando obter cicatrização tecidual mais rápida. Seu êxito é
sugerido às particularidades de respostas induzidas aos tecidos, como diminuição
do processo inflamatório, redução de edema, aumento da fagocitose, da síntese de
colágeno e da epitelização.

 A fotobiomodulação laser tem sido cada vez mais utilizada com a finalidade de
melhorar a qualidade da cicatrização. Os efeitos terapêuticos do laser sobre os
diferentes tipos biológicos são amplos e, entre eles, destacam-se os efeitos trófico
regenerativos, anti-inflamatórios e analgésicos, tendo sido demonstrado que a
regeneração tissular se torna mais eficaz quando tratada com laser de baixa
intensidade.

 Sabe-se que a enfermagem tem um papel fundamental no tratamento das feridas, e


é importante o aprofundamento científico nesta área a fim de promover o
empoderamento dessa nova opção tecnológica de intervenção na cicatrização
tecidual.

 Assim, faz-se necessário ressaltar que há inúmeros trabalhos científicos que


comprovam a eficácia do uso do laser de baixa intensidade no processo de
cicatrização, entre tantas outras aplicações, e que na equipe de enfermagem o uso
da Laserterapia é privativo do Enfermeiro em face ao necessário conhecimento
técnico-científico para sua utilização.

 O exercício profissional da Enfermagem no Brasil é regido pela Lei nº Lei nº 7.498


de 25 de junho de 1986 e pelo Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987, que a
regulamenta e dá outras providências. Sendo assim, tais dispositivos legais se
encarregaram de elencar quem são os membros da equipe de Enfermagem
(Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteira), quais
os requisitos legais para obtenção dos títulos, suas atribuições entre outras
providências.

 No tocante às atividades privativas do Enfermeiro, convém destacar as alíneas “i”,


“j”, “l” e “m”:

 Consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados


diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base
científica e capacidade de tomar decisões imediatas.

 Diante do exposto, a Câmara Técnica do COFEN opina na utilização da


laserterapia com autonomia pelo Enfermeiro, após estar devidamente capacitado
através de curso, pois essa prática requer do profissional conhecimento de física,

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

biofotônica, interação laser e tecido biológico, dosimetria, além de aprofundamento


em fisiologia e reabilitação Resolução COFEN nº 0567/2018. Deve ainda pautar
sua prática aplicando a Sistematização da Assistência de Enfermagem, conforme
previsto na Resolução Cofen 358/09.

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Atualização em Curativos

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

01
APRESENTAÇÃO

A saúde é uma área de trabalho no qual a pesquisa científica é sempre ativa; os constantes
progressos permitem melhorar a conduta clínico-cirúrgica e consequentemente a
possibilidade de reparação dos clientes. Portanto, o crescente avanço científico na área de
curativos tem favorecido o processo cicatricial e melhorado a qualidade de vida dos
pacientes portadores de feridas.

1.2 OBJETIVOS
Atualizar o profissional de enfermagem e estudantes de enfermagem acerca dos
mecanismos de cicatrização das feridas e sobre os curativos mais modernos utilizado no
tratamento de feridas.

Possibilitar ao aluno o conhecimento teórico sobre os estágios da cicatrização de


feridas permitindo-o selecionar o curativo adequado.

Esclarecer dúvidas acerca dos produtos mais utilizados no tratamento de feridas,


seus benefícios, mecanismo de ação e contraindicações.

1.3 PREMISSAS
Historicamente, o tratamento de feridas tem como filosofia, a proteção das lesões contra a
ação de agentes externos físicos, mecânicos ou biológicos. A preocupação com a
contaminação exógena por microrganismos fez com que fossem instituídas técnicas de
curativo, onde o princípio básico era a manutenção do curativo limpo e seco. Atualmente,

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Unidade 1 – Apresentação

após a realização de estudos científicos que comprovaram os benefícios do meio úmido


para a cicatrização das feridas, foram desenvolvidos diversos curativos biocompatíveis que
possibilitam a cicatrização da ferida de maneira mais rápida e eficiente.

Nos últimos anos houve uma explosão na quantidade de novos produtos de


tratamento das feridas. Estes produtos foram elaborados para ter um efeito funcional.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

02
O HISTÓRICO DOS CURATIVOS

Desde a era pré-histórica eram preparadas cataplasmas de folhas e ervas com o intuito de
estancar a hemorragia e facilitar a cicatrização. Com o passar do tempo e evolução das
civilizações foram aperfeiçoados vários métodos como emplastros de ervas, mel,
cauterização das feridas com óleos ferventes ou ferro quente, desinfecção com álcool
proveniente do vinho, utilização de banha de origem animal, cinzas, incenso, mirra dentre
outros.

Os egípcios eram habilidosos no processo de embalsamento, para o tratamento de


feridas utilizavam o conceito de ferida limpa, com a utilização de óleos vegetais, e ocluída
com cataplasmas e faixas de algodão.

Winter em 1962 demonstrou que o meio úmido, enzimas como as colagenases e


proteinases capacitam as células para migrarem através da ferida para as áreas úmidas onde
há fibrina. Como a epitelização significa migração celular, o meio úmido favorece
condições fisiológicas para a cicatrização.

Quando permitimos a uma ferida secar e formar uma crosta, as células epiteliais
necessitam penetrar mais profundamente na lesão para encontrar um plano de umidade que
permita sua proliferação. Assim sendo, uma ferida seca exigirá maior atividade metabólica
e necessitará de mais tempo para a cura. A crosta também é um fator que prejudica a
visualização da evolução do processo cicatricial e muitas vezes impedem o diagnóstico
precoce de complicações infecciosas.

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Unidade 3 – A Importância da Abordagem Interdisciplinar no Tratamento das Feridas

03
A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM
INTERDISCIPLINAR NO TRATAMENTO
DAS FERIDAS

A formação de um grupo interdisciplinar para avaliar as feridas é importante, pois cada


profissional abordará uma área específica e ao mesmo tempo se preocupará com a outra
área que paralelamente está sendo tratada por outro profissional, de forma que o tratamento
seja integral, global, possibilitando a troca de informações entre os profissionais.

É necessária a avaliação inicial abrangente com todos os profissionais para


traçarem um plano de cuidado adequado a esse paciente portador de ferida,
compreendendo assim as questões biopsicossociais da doença.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

04
A PELE

4.1 DEFINIÇÃO
A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indispensável à vida e que isola
os componentes orgânicos do meio externo. A pele apresenta grandes variações ao longo
de sua extensão, sendo ora mais elástica e flexível, ora mais rígida.

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Unidade 4 – A Pele

4.2 ANATOMIA DA PELE

4.2.1 Camadas da Pele

 Epiderme: é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado de origem


ectodérmica. Composta por cinco camadas:

 Camada Basal: É também chamada germinativa, apresenta intensa atividade


mitótica, sendo responsável pela constante renovação da epiderme. Forma uma
membrana que separa a epiderme da derme.

 Camada Espinhosa: Suas células possuem ramificações que saem do citoplasma.


Possui tonofibrilas e desmossomas que tem função de na manutenção da coesão das
células da epiderme e consequentemente na sua resistência ao atrito. Quanto maior
a exposição ao atrito maior será esta camada.

 Camada granulosa: Célula em cujo citoplasma são observado os grânulos


grosseiros e basófilos (grânulos de querato-hialina que vão contribuir para a
constituição do material interfilamento da camada córnea.

 Camada Lúcida: Células achatadas, hialinas e eosinófilos, cujo núcleo e organelas


desapareceram. O citoplasma consiste em numerosos filamentos compactados e
envolvidos por material elétron denso. Ainda se podem ver desmossomas entre as
células.

 Camada Córnea: Constituída por células achatadas mortas e sem núcleo.


Citoplasma com grande quantidade de substâncias córnea, uma escleroproteína
chamada queratina.

 Derme: É o tecido conjuntivo sobre o qual se apoia a epiderme. Espessura máxima


de 3 mm na região plantar.

 Camada Papilar: Delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, ela penetra
nas papilas dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno,

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

que se inserem na membrana basal e penetra profundamente na derme com a


função de prender a derme a epiderme.

 Camada Reticular: Mais espessa constituída por tecido conjuntivo denso.


Apresenta menos células e fibras colágenas mais abundantes e espessas do que a
camada papilar.

 Hipoderme: (camada subcutânea): É formada por tecido conjuntivo frouxo que


une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. A hipoderme poderá
ter uma camada variável de tecido adiposo, dependendo da região e nutrição,
formando uma camada chamada Panículo Adiposo o mesmo proporciona
isolamento térmico, com isso confere proteção contra o frio.

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Unidade 5 – Caracterização das Feridas

05
CARACTERIZAÇÃO DAS FERIDAS

5.1 DEFINIÇÃO DE FERIDA


Toda e qualquer ruptura da integridade de um tecido ou órgão, podendo atingir desde a
epiderme até estruturas mais profundas como fáscias, músculos e órgãos cavitários.

5.2 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS DE ACORDO COM A


ETIOLOGIA

 Agudas: incisões cirúrgicas, traumas, térmicas e infecciosas.

 Crônicas: Feridas ulcerativas (úlcera por pressão). Enfermidades dermatológicas


(psoríase)

 Drenantes: fístulas, drenos e estomas.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

5.3 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO AO ROMPIMENTO


DAS ESTRUTURAS

 Abertas: sem aproximação de bordas.

 Fechadas: com aproximação e sutura de bordas.

5.4 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS QUANTO À PROFUNDIDADE /


COMPROMETIMENTO ESTRUTURAL

 Superficial: até a derme

 Profunda Superficial: até o subcutâneo

 Profunda Total: músculo e estruturas adjacentes

5.5 CLASSIFICAÇÃO GERAL DE FERIDAS

 Feridas Abertas que cicatrizam por 2ª intenção, são classificadas segundo


aparência em:

 Necrótica: presença de placa necrótica dura (escara) ou tecida necrosado.

 Infectada: presença de processo inflamatório e exsudação supurativa.

 Com crosta: exsudação que solidificou.

 Granulada: formação de tecido novo (angiogênese) e matriz do colágeno.

 Epitelizada: formação e migração de células epiteliais sobre a superfície durante o


processo de cicatrização.

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Unidade 5 – Caracterização das Feridas

5.6 CLASSIFICAÇÃO DE FERIDAS: PRESENÇA OU AUSÊNCIA


DO EXSUDATO (ASPECTO)

 Exsudato fibrinoso: passagem de proteínas plasmática pela parede do vaso.

 Fibrina: é uma proteína insolúvel, que se forma durante o processo de coagulação.


Na ferida se apresenta aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou amarelada.

 Padrões Mistos:serosanguinolento, seropurulento, serofibrinoso e fibrinopurulento.

 Coloração: Esbranquiçada, amarelada e esverdeada.

 Odor: Inodoro, fétido e pútrido.

 Derivados de fístulas: biliar, entérica, urinária, pancreática e fecalóide.

5.7 FORMATO E TAMANHO DA FERIDA


O formato e tamanho da ferida podem mudar durante o processo de cicatrização. No início
quando retiram os tecidos necróticos e/ou desvitalizado, a ferida parece aumentar de
tamanho. Isso ocorre porque a dimensão real da ferida era mascarada pelo tecido necrótico.

É importante realizar a monitorização do formato e tamanho da ferida para definir o


curativo ideal.

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5.8 LOCALIZAÇÃO DA FERIDA


No exame físico do paciente se identifica a localização da ferida e evidenciam-se áreas
com grandes possibilidades para contaminação, por exemplo, em região sacra.

5.9 APARÊNCIA DA FERIDA


A aparência da ferida está relacionada com a etapa de cicatrização ou com uma
complicação. As feridas abertas podem ser classificadas como: necróticas, infectadas, com
crosta, granuladas e epitelizadas. Ressalta-se que algumas feridas podem pertencer a mais
de uma categoria denominada ferida mista.

5.10 CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR PRESSÃO

 O National Pressure Ulcer Advisory Pane (NPUAP), que é uma organização norte-
americana sem fins lucrativos, dedicada a prevenção e ao tratamento das lesões por
pressão. Formado em 1986, o conselho diretor é Multidisciplinar, composto de
especialistas em lesões por pressão e líderes de diversas áreas da saúde que
compartilham o compromisso da organização.

 No dia 13 de Abril de 2016, o NPUAP anunciou uma mudança na terminologia


ÚLCERA POR PRESSÃO para LESÃO POR PRESSÃO e a atualização da
nomenclatura dos estágios do sistema de classificação.

 Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão,
tanto na pele intacta como na pele ulcerada.

 As Lesões por Pressão são categorizadas para indicar a extensão do dano tissular.

 O sistema de classificação atualizado inclui as seguintes definições:

5.10.1 Lesão por Pressão

É um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato.

A lesão pode se apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser
dolorosa.

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Unidade 5 – Caracterização das Feridas

A lesão ocorre como resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação


com o cisalhamento.

A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode também ser afetada


pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua condição.

5.10.2 Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com


eritema que não embranquece

Pele integra com área localizada de eritema que não embranquece e que pode parecer
diferente em pele escura.

5.10.3 Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da Pele em


sua espessura parcial com exposição da derme

Perda da pele em espessura parcial com exposição da derme. O leito da ferida é viável, de
coloração rosa ou vermelha, úmida e pode também apresentar-se como uma bolha intacta
(preenchida com exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não
são visíveis.

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5.10.3 Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em


sua espessura total

Perda de pele de espessura total na qual a gordura é visível e, frequentemente, tecido de


granulação está presente. Esfacelo e tecido desvitalizado pode está presente. A
profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica, áreas com
adiposidade significativa podem desenvolver lesões profundas. Podem ocorrem
descolamento e formação de túneis.

5.10.5 Lesão por Pressão Estágio 4: Perda da pele em


sua espessura total e perda tissular

Perda de pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da
fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso.

5.10.6 Lesão por Pressão Não Classificável: perda da


pele em sua espessura total e perda tissular não
visível

Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão do dano não pode
ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser removido (esfacelo
ou escara), Lesão por pressão grau 3 ou grau 4 ficará aparente.

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Unidade 5 – Caracterização das Feridas

5.10.7 Lesão por pressão Tissular Profunda:


descoloração vermelha escura, marrom, púrpura,
persistente que não embranquece

Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha escura,
marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que mostra lesão com
leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento.

Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração


de pele.

Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada de cisalhamento na interface


osso- músculo.

5.10.8 Lesão por Pressão relacionado a Dispositivo


Médico

Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A lesão por pressão relacionada a


dispositivo médico resulta do uso de dispositivo criados e aplicados para fins diagnósticos
e terapêuticos.

5.10.9 Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há histórico de uso de


dispositivo médico no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem
ser categorizadas.

5.10.10 Requisitos para estadiar uma lesão por


pressão

Enfermeiro deve saber avaliar: epiderme, derme, tecido subcutâneo.

Enfermeiro deve saber diferenciar: tecido granulado, músculos, tendões e ossos.

As características lesionam devem ser observadas, pois influenciam diretamente na


conduta e escolha do tratamento adequado: localização, dimensões da ferida, tipo e
quantidade de exsudatos, condições do leito da lesão (tipo de tecido), conteúdo microbiano,
pele Perilesional.

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06
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

O processo de cicatrização de feridas é composto por várias etapas tais como: inflamação,
reconstrução, epitelização e maturação.

 Inflamação: A reação inflamatória é uma reação local não-especificada a danos no


tecido e/ou invasão bacteriana. Ela é uma parte importante dos mecanismos de
defesa do corpo e é a parte fundamental no processo de cicatrização. Os sinais de
inflamação são: dor, rubor, calor e edema. Esta etapa dura de quatro a cinco dias e
requer recursos energéticos e nutricionais.

 Reconstrução: Nesta fase o oxigênio tecidual estimula os macrófagos para criar


fatores de angiogênese que instiga o processo de angiogênese. Os capilares não
danificados estimulam a germinação de células que crescem na direção da
superfície formando uma rede dentro da ferida fornecendo nutrientes e oxigênio
(tecido de granulação).

 Epitelização: Trata-se da fase em que a ferida é coberta por células epiteliais. Nas
feridas fechadas essa fase começa logo no segundo dia. No entanto, nas feridas
abertas, é necessário que a cavidade da ferida seja preenchida com tecido de
granulação antes da epitelização poder começar.

 Maturação: Durante a fase de maturação, a ferida se torna menos vascularizada.


As fibras de colágeno são reorganizadas de forma que formam ângulos com as
margens da ferida. O tecido da cicatriz presente é remodelado e lentamente fica
igual ao tecido normal.

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Unidade 6 – Fisiologia da Cicatrização

6.1 TIPOS DE CICATRIZAÇÃO


Dependendo da maneira como foi produzida a lesão, podemos classificar o processo
cicatricial em:

 Cicatrização por primeira intenção: Ocorre quando há perda mínima de tecido e


as bordas são passiveis de ajuste por sutura. Neste tipo de lesão o curativo é
utilizado apenas para proteção não havendo necessidade de manutenção do meio
úmido. O curativo pode ser removido até após 48 horas.

 Cicatrização por segunda intenção: Ocorre quando há perda acentuada do tecido


e não há possibilidade de fechamento dos bordos. O tempo de cicatrização será
invariavelmente superior e o curativo deve ser utilizado com tratamento da lesão,
havendo necessidade de manutenção do meio úmido.

 Cicatrização por terceira intenção ou mista: Ocorre quando há fatores que


retardam o processo cicatricial por primeira intenção e há necessidade de deixar a
lesão aberta para drenagem ou para debelar uma Infecção. Posterior ao tratamento a
lesão poderá ser fechada por primeira intenção.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

07
TRATAMENTO DE PACIENTES COM
FERIDAS

Na assistência ao paciente portador de feridas se faz necessário uma abordagem holística,


com um levantamento do histórico do paciente e a avaliação das condições atuais,
incluindo o físico, psicológico e o espiritual.

7.1 DENTRE OS CUIDADOS FÍSICOS ESTÃO

 Idade

 Estado Nutricional

 Patologias de base: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia

 Infecções

 Mobilidade no leito

 Duração da internação hospitalar

 Incontinência urinária

 Higiene

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Unidade 7 – Tratamento de Pacientes com Feridas

7.2 DENTRE OS CUIDADOS PSICOLÓGICOS ESTÃO

 Medo da morte

 Estresse

 Impotência

 Baixa autoestima

 Desânimo

7.3 CUIDADOS ESPIRITUAIS


A espiritualidade tem conceitos divergentes no campo da saúde. Todavia ela pode ser
compreendida com um sentido dentro de nós que responde a realidades infinitas da vida.

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08
PREVENÇÃO DA ÚLCERA POR PRESSÃO

 É o melhor remédio para o problema da úlcera de pressão e deve ser compartilhada


entre os profissionais de saúde, pacientes e familiares.

 Mudar de decúbito e redistribuir o peso a cada 2 horas.

 Alivia a pressão e aumenta a resistência da pele a lesões.

 Diminuir o tempo se houver hiperemia ou lesão instalada.

 Elevar o decúbito em no máximo 30º.

 Evita a fricção e principalmente o cisalhamento.

 Elevar o decúbito do cliente em mais de 30º somente por 2 horas, incluir esta
posição na mudança rotineira de decúbito.

 Solicitar avaliação nutricional

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Unidade 8 – Prevenção da Úlcera por Pressão

 Uma nutrição adequada aumenta a tolerância dos tecidos à pressão.

 Prover líquidos e dieta conforme prescrição médica

 Importante oferecer o aporte calórico descrito pelo médico ou nutricionista para um


melhor desempenho na prevenção da úlcera de pressão.

Atenção! NUNCA:

 Utilize boias, almofadas, luvas e colchões de água.

 Pastas e cremes que aderem à pele e que sejam de difícil remoção.

 Boias com furo no centro. (Exceto para proteger a cadeira higiênica)

 Panos juntamente com a fralda.

 Deixe restos de alimentos caídos na cama do paciente.

 Deixe o lençol ou camisola do paciente dobrada sob a pele.

 Utilize placas hidrocolóides grossas e opacas.

 Deixe o paciente em uma posição que você não gostaria de estar.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

09
O AMBIENTE IDEAL PARA
CICATRIZAÇÃO

Atualmente, há uma vasta gama de curativos utilizados no tratamento de feridas no


mercado. Esses curativos foram elaborados para ter um efeito funcional possuindo algumas
características tais como: manter a alta umidade da interface ferida/curativo, permitir trocas
gasosas, remover o excesso de exsudato, impermeável a bactéria, fornece isolamento
pérvio, ser isento de partículas e tóxicos contaminadores das feridas e permitir sua remoção
sem causar trauma na ferida.

1. Manter a umidade da ferida: Deve-se manter o leito da ferida úmido, permitindo


assim que as células epiteliais deslizem pela superfície da ferida. Portanto na
limpeza das feridas abertas, não há a necessidade de secar a superfície da ferida.
Deve-se secar a pele ao redor da ferida para ajudar manter o novo curativo fixado.

2. Retirar o excesso de exsudato: O curativo deve ter um pouco de absorvência. Em


algumas situações serão necessários à utilização de curativo secundário.

3. Isolamento térmico: Pesquisas evidenciaram que leva três horas para a atividade
mitótica retornar a sua velocidade normal. Portanto, as feridas não devem ser
limpas com soluções frias e sim mornas.

4. Impermeável à bactéria: um dos objetivos do curativo é criar uma barreira entre a


ferida e o ambiente.

5. Isento de partículas e tóxicos contaminadores de feridas: As partículas prolongam a


reação inflamatória afetando a velocidade da cicatrização.

6. Retirar sem traumas: a utilização de curativos secos diretamente na superfície da


ferida é a causa principal de trauma.

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Unidade 10 – Princípios para Realização do Curativo

10
PRINCÍPIOS PARA REALIZAÇÃO DO
CURATIVO

Atentar para a Dor: medicar se necessário.

Curativo anterior: observar aspecto, quantidade do exsudato e odor.

10.1 LIMPEZA

 Usar SF 0,9% morno

 Lavar sempre com seringa de 20 mL e agulha 40x12

 Irrigar a ferida de cima para baixo.

 Se houver necrose esfregar uma gaze úmida ao mesmo tempo em que irrigamos.

 Se houver granulação, nunca esfregamos.

10.2 PELE ÍNTEGRA

 Manter borda o mais íntegra possível.

 Manter a pele seca ao redor da lesão.

 Proteger efeitos danosos como maceração, fitas adesivas, dermatites químicas.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

 Preencher espaços mortos.

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Unidade 11 – Curativos

11
CURATIVOS

Por definição, curativo é todo material colocados diretamente por sobre uma ferida, cujos
objetivos são: evitar a contaminação de feridas limpas; facilitar a cicatrização; reduzir a
infecção nas lesões contaminadas; absorver secreções, facilitar a drenagem de secreções,
promoverem a hemostasia com os curativos compressivos, manter o contato de
medicamentos junto à ferida e promover conforto ao paciente.

Os curativos podem ser abertos ou fechados, sendo que os fechados ou oclusivos


são subdivididos em úmidos e secos. Os curativos úmidos têm por finalidade: reduzir o
processo inflamatório por vasoconstricção; limpar a pele dos exsudatos, crostas e escamas;
manter a drenagem das áreas infectadas e promover a cicatrização pela facilitação do
movimento das células.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

12
PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO
TRATAMENTO DAS FERIDAS

As soluções mais utilizadas nos curativos são:

 Soro fisiológico para limpeza e como emoliente;

 Atualmente, a solução mais utilizada para limpeza das lesões/ feridas é solução
fisiológica 0,9%.

12.1 ALGINATOS

São sais de polímero natural ácido algínico derivado de algas marinhas marrons.
Estes curativos apresentam-se em embalagens individuais estéreis.

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Unidade 12 – Produtos Mais Utilizados no Tratamento das Feridas

Mecanismo de ação: o sódio presente no exsudato e no sangue interage com o


cálcio presente no curativo promovendo uma troca iônica que auxilia no desbridamento
autolítico, tem alta capacidade de absorção e resulta na formação de um gel que mantêm o
meio úmido para cicatrização.

Indicações: feridas abertas altamente exsudativas com ou sem infecção e lesões


cavitárias com necessidade de estimulo rápido de do tecido de granulação.

Contraindicações: lesões por queimaduras ou lesões superficiais e feridas sem ou


com pouca exsudação.

12.2 PAPAÍNA
É uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya.

Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta.

Mecanismo de ação: ação antiinflamatória, bactericida e cicatricial; atua como


desbridante.

Modo de usar: preparar a solução em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze
embebida na solução.

Observações: a diluição é feita de acordo com a ferida: 10% em tecido necrosado,


6% nas com exsudato purulento e 2% naquelas com pouco exsudato.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

12.3 HIDROCOLÓIDE

Partículas hidroativas em polímero inerte impermeável.

Indicação - lesões não infectadas com ou sem exsudato, áreas doadoras e incisões
cirúrgicas.

Mecanismo de ação - promove barreira protetora, isolamento térmico, meio úmido,


prevenindo o ressecamento, desbridamento autolítico, granulação e epitelização.

Modo de usar - irrigar a lesão com soro fisiológico, secar as bordas e aplicar
hidrocolóide e fixar o curativo à pele.

Observações: não deve ser utilizado para feridas infectadas.

12.4 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGEs)


São óleos derivados dos vegetais poli-insaturados. A composição do produto
comercializado para o tratamento de feridas e: Ácido Linoléico, Ácido Caprilíco, Ácido
Capríco, Vitaminas A e Ee Lecitina de Soja.

Indicações: Prevenção e tratamento de lesão por pressão e tratamento de lesões


abertas com ou sem infecção.

Contraindicações: Lesões com necrose tecidual sem desbridamento.

Mecanismo de ação: Os AGEs possuem ação quimiotática. São precursores de


substâncias farmacologicamente ativas envolvidas no processo de divisão celular e
diferenciação epidérmica (tromboxanes e prostaglandinas- e possui capacidade de
modificar reações inflamatórias e imunológicas, alterando funções leucocitárias e
acelerando o processo de granulação tecidual.

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Unidade 12 – Produtos Mais Utilizados no Tratamento das Feridas

12.5 ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS LIPÍDIOS INSATURADOS


RICOS EM ÁCIDO LINOLÉICO
Indicação- todos os tipos de lesões, infectadas ou não, desde que desbridadas previamente.

Mecanismo de ação- promove quimiotaxia para leucócitos, facilita a entrada de


fatores de crescimento nas células, promove proliferação e mitose celular, acelerando as
fases da cicatrização.

Modo de usar - irrigar a lesão com soro fisiológico, aplicar AGE por toda a área da
ferida e cobrir.

Observações - não é agente desbridante, porém estimula o desbridamento


autolítico.

12.6 CURATIVO DE CARVÃO ATIVADO

Uma cobertura estéril para ferimentos, de baixa aderência, envolto por uma camada de
tecido selado em toda sua extensão, com uma almofada impregnada por carvão ativado e
prata a 0,15%.

Mecanismo de Ação: o carvão ativado adsorve o exsudato e filtra o odor enquanto a


prata exerce poder bactericida local pela liberação de prata.

Contraindicações: Não deve ser utilizado em queimaduras, pois a prata pode


provocar dor. O curativo não deve ser cortado para não ocorrer liberação do carvão ativado
na lesão.

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12.7 SULFADIAZINA DE PRATA


É um composto solúvel e com ação adstringente derivado de sais de prata com
propriedades antisséptica local.

Mecanismo de ação: o íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente


na parede celular e membrana citoplasmática da célula bacteriana, exercendo ação
bactericida imediata e ação bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades
de prata iônica.

Indicações: prevenção de colonização e tratamento de queimaduras.

12.8 MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS

É um material estéril com possibilidade de uso como cobertura primária ou secundária


indicado principalmente para oclusão de lesões planas poucoexsudativas. São transparentes,
facilitando a visualização das características da lesão e permitindo maior mobilidade ao
paciente.

Composição: filme de poliuretano, transparente, elástico, semipermeável, aderente


a superfícies secas.

Mecanismo de ação - Proporciona ambiente úmido, favorável a cicatrização


permeabilidade seletiva, permitindo a difusão gasosa e evaporação de água. Impermeável a
fluidos e microorganismos.

Indicação - Fixação de cateteres vasculares; proteção de pele íntegra e escoriações;


prevenção de lesão por pressão por fricção, cobertura de incisões cirúrgicas limpas com

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Unidade 12 – Produtos Mais Utilizados no Tratamento das Feridas

pouco ou nenhum exsudato; cobertura de queimaduras de 1º e 2º grau; cobertura de áreas


doadoras de enxerto.

Contra indicações - Feridas com muito exsudato; Feridas infectadas. Trocar quando
perder a transparência.

12.9 HIDROGEL

É um composto de água, carboximetil-celulose (CMC) e propileno-glicol (PPG) que forma


um hidrogel transparente e incolor com função de remover tecidos necróticos através do
desbridamento autolítico.

Mecanismo de ação: a água (77,7%)- mantém o meio úmido, a CMC (2,3%)-


facilita as propriedades reidratantes e de desbridamento e o PPG (20%)- estimula a
liberação do exsudato.

Indicação: remoção de tecido necrótico em lesões cavitárias.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

12.10 PROTETORES CUTÂNEOS PARA OSTOMIAS


Descrição: São compostos de gelatina, pectina, carboximentilcelulose sódica e
polisobutileno de uso tópico com a mesma função de proteger e regenerar a epiderme Peri-
ostomias e Peri-fístulas.

12.10.1 Apresentações

Pó - indicado em lesões úmidas e escoriado da pele Peri-ostomal. Sua função é secar e


forma uma película protetora para fixação da placa.

Pasta - indicada para correção de imperfeições do estoma. Sua função é de selante


da pele com o estoma através da formação de um anel ao redor do estoma.

Placa - indicada para a proteção e regeneração da pele Peri-ostomal e fixação da


bolsa.

Indicações: Peri-fístulas ou Peri-ostomias.

12.11 POMADAS ENZIMÁTICAS


São compostos de enzimas especificas para determinados substratos com o objetivo de
auxiliar no desbridamento da lesão, entretanto não há dados conclusivos sobre sua ação
como estimulador do processo cicatricial.

Composição - colagenaselostridiopeptidase A e enzimas proteolíticas.

Mecanismo de ação - age seletivamente degradando o colágeno nativo da ferida.

Indicação - desbridamento enzimático suave e não invasivo de lesões.

Contraindicação - Feridas com cicatrização por primeira intenção. Não utilizar por
mais de 15 dias. Trocar o curativo a cada 8 horas.

Observações: há controvérsias quanto à eficácia das pomadas enzimáticas como


estimulador da granulação e epitelização, visto que com o aumento dos níveis de ação das
proteinases, temos a degradação dos fatores de crescimento e dos receptores de membrana
celular, que são importantes para o processo de cicatrização.

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Unidade 12 – Produtos Mais Utilizados no Tratamento das Feridas

12.12 CURATIVO ADESIVO COM HIDROPOLIMEROS

É um curativo altamente absorvente para feridas com baixa a moderada exsudação e que
proporciona um ambiente úmido facilitador do processo de granulação. Este curativo é
mais aderente devido à presença de uma camada de hidropolímero com capacidade de
expansão e manutenção da adesão do curativo a lesão.

Mecanismo de ação: Proporciona um ambiente úmido e estimula o desbridamento


autolítico. Absorve o exsudato e expande-se delicadamente à medida que absorve o
exsudato.

Indicações: Tratamento de feridas abertas não infectadas.

Contraindicações: Queimadura de 3º grau; lesões com vasculite ativa;

Feridas colonizadas e infectadas, com tecido desvitalizado.

12.13 CURATIVOS IMPREGNADOS COM PRATA

Mecanismo de Ação: Os íons de prata destroem a parede celular da bactéria, interagem


com o DNA inibindo a divisão celular e interferem na função celular da bactéria.

Indicações: Feridas com risco ou sinais clínicos de infecção

Feridas com retardo no processo de cicatrização.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

Observações:

 Curativos com prata não são eficazes contra biofilme.

 Necrose e película protegem a bactéria. A eficácia dos íons de prata por isto é
altamente limitada.

 Curativos com prata não podem realizar a limpeza da ferida (desbridamento).

 A limpeza da ferida é necessária quando a ferida está coberta com necrose, fibrina e
pus. Nestes casos é necessário uma limpeza cirúrgica, enzimática ou auto-lítica.

 Curativos contendo prata não podem ser considerados como terapia antibiótica, só
podem ser considerados como terapia complementar.

12.14 CURATIVOS COM DRENO


Atualmente, devido ao avanço nas terapias de tratamento e cuidados ao paciente portador
de feridas, foram criados os curativos com drenos. Nesses curativos o exsudato é drenado
para um recipiente e pode ser quantificado e avaliado com relação ao seu aspecto e
coloração.

Utilizado para permitir a saída de fluídos (sangue, linfa, fluidos intestinais),


secreções que estão ou podem estar presentes na ferida.

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Unidade 13 – Características Importantes dos Curativos

13
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DOS
CURATIVOS

 Capacidade de absorção.

 Que permitaintercâmbio gasoso e passagem do vapor de água.

 Que seja uma barreira efetiva frente aos microorganismos.

 Que seja um isolante térmico

 Que seja uma barreira mecânica.

 Capacidade de manter o meio úmido, de forma adequada para o processo de


epitelização.

 Que não seja irritante e nocivo para a pele ao redor da lesão.

 Que não seja aderente ao leito da ferida.

 Que seja estéril.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

14
CUIDADOS BÁSICOS DE ASSEPSIA NO
CURATIVO

 Lavar as mãos com água e sabão antes e após a realização do curativo.

 Utilizar instrumento estéril.

 Obedecer aos princípios da assepsia para evitar a contaminação do material.

 Utilizar luvas estéreis (se for utilizar pinças estéreis não é necessário).

 Curativos removidos para a inspeção da lesão devem ser obrigatoriamente trocados.

 No caso de vários curativos, sempre realize o curativo menos contaminados antes


do mais contaminado.

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Unidade 15 – Cuidados de Catetes, Introdutores, Fixadores Externos

15
CURATIVOS DE CATETERES,
INTRODUTORES, FIXADORES EXTERNOS

O processo de limpeza é fundamental na realização de qualquer curativo, entretanto nem


todos os procedimentos de curativos visam à cicatrização da ferida, pois há lesões
realizadas intencionalmente para inserções de dispositivos com fins diagnósticos e
terapêuticos, cujo cuidado é o de manutenção do curativo seco, com a finalidade de
prevenir a colonização.

Estes dispositivos devem permanecer limpos e o uso de solução antisséptica de


PVPI ou clorexidina, minimiza a colonização bacteriana.

A área de inserção deve ser inspecionada diariamente para a detecção precoce de


sinais de infecção.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

16
CURATIVOS EM DRENOS

No curativo do dreno deve ser realizada limpeza com solução salina 0,9% separado do
curativo da incisão cirúrgica, e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos
contaminado.

O curativo com dreno deve ser mantido limpo. Isto significa que o número de
trocas está diretamente relacionado à quantidade de drenagem.

Locais de inserção dos drenos devem ser protegidos no horário do banho.

Devem ser utilizadas bolsas coletoras para controle de débito nos casos de
drenagem aberta (penrose ou tubular).

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Unidade 17 – Curativos em Feridas

17
CURATIVOS EM FERIDAS

Em feridas abertas o curativo deve ser mantido limpo, ocluído e com manutenção do meio
úmido. Não é recomendado o uso de curativo seco. Deve-se umidificar a ferida com soro
fisiológico a 0,9% e secar somente a bordas da ferida.

Indica-se a limpeza de feridas por meio de irrigação com solução fisiológica morna
e sob pressão. Essa irrigação é capaz de remover partículas, bactérias e exsudato. Não
recomendar esfregar o leito da ferida, pois causa destruição do tecido neoformado.

O tipo do tratamento local depende do tipo e das condições da ferida. O número de


troca do curativo está relacionado à quantidade de drenagem e às características da
secreção, devendo ser trocado sempre que o curativo secundário estiver saturado.

A troca de curativos pode baixar a temperatura da superfície em vários graus. Por


isso, não se deve limpá-las com solução fria nem deixá-las expostas por períodos
prolongados.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

18
DESBRIDAMENTO

Desbridamento é o ato de remover da ferida o tecido desvitalizado e/ou material estranho


ao organismo. Ele é essencial para o tratamento de feridas, pois para que haja reparação
tecidual, o tecido necrótico deve ser removido.

 Sempre antes de iniciar um desbridamento devemos:

 Avaliar se o paciente tem prognóstico

 Avaliar condição vascular do paciente

 Observar se há sinais flogísticos no local.

 Somente o profissional enfermeiro e médico podem legalmente realizar um


desbridamento mecânico com material pérfuro-cortante.

 Realizar cursos e praticar com um Enfermeiro que tenha prática antes de realizar
um desbridamento

 Deve-se desbridar a lesão sempre que esta apresentar tecido desvitalizado:

 Necrose de coagulação – caracterizada pela presença de crosta preta e/ou escura.

 Necrose de liquefação – caracterizada pelo tecido amarelo/esverdeado.

 Quando a lesão apresentar infecção e/ou presença de secreção purulenta.

 Técnicas de desbridamento:

 Mecânico

 Cirúrgico

 Químico

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Unidade 18 – Desbridamento

1. Desbridamento cirúrgico: consiste na remoção do tecido necrótico através de


procedimento cirúrgico. É a técnica mais rápida e efetiva para a remoção da
necrose, principalmente quando o cliente necessita de intervenção urgente, como
nos casos em que há presença de celulite ou sepse. O desbridamento cirúrgico
deverá ser realizado como técnica rigorosa asséptica.

2. Desbridamento Mecânico: Consiste na aplicação de força mecânica diretamente


sobre o tecido necrótico a fim de facilitar sua remoção, promovendo um meio ideal
para a ação de coberturas primárias.

3. Desbridamento Enzimático: consiste na aplicação tópica de enzimas desbridantes


diretamente no tecido necrótico. É um método prático, seguro e pode também ser
associado ao desbridamento cirúrgico ou mecânico.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

19
LASERTERAPIA NO TRATAMENTO DE
FERIDAS

A partir da década de 1960 foram realizados estudos sobre os efeitos biológicos da


laserterapia na reparação tecidual, sucessivamente outras pesquisas demonstraram a
aplicabilidade clínica e hoje a laserterapia é aplicada no tratamento de feridas.

Para ser utilizado na reparação tecidual o raio laser deve possuir ótima interação
com o tecido cutâneo. O laser pode ser composto de vários gases, tais como: CO2, Diodo,
Neodímio (Nd) e Hélio- Neônio (HeNe). O laser HeNe é o mais empregado na reparação
tecidual.

Durante o tratamento da laserterapia, o leito da lesão deve ser úmido, como por
exemplo, com ácido graxo essencial (AGE) e hidrogel.

O curativo deve ser substituído, em média, a cada 12 ou 24 horas e toda vez que for
contaminado.

19.1 INDICAÇÃO
Atua como coadjuvante no tratamento de feridas superficiais e profundas, limpas ou
infectadas.

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Unidade 19 – Laserterapia no Tratamento de Feridas

19.2 CONTRAINDICAÇÃO

 Tratamento de lesões neoplásicas, já que pode estimular seu desenvolvimento.

 Clientes portadores de retinopatias

19.3 EFEITOS TERAPÊUTICOS DA LASERTERAPIA

 Proliferativo: aumenta a neoangiogênese, a síntese de fibroblastos, colágeno e ATP


(adenosina Trifosfato).

 Fibrinolítico: facilita fibrinólise.

 Antiedematogênico: facilita o retorno venoso linfático, devido à ação


vasodilatadora dos capilares.

 Antiinflamatória: interfere na síntese de prostaglandina, aumentando a


permeabilidade capilar.

 Analgésico: libera substâncias quimiotáxicas, que estimulam a liberação de


endorfinas, normalizando o potencial elétrico da membrana celular.

 Bactericida: aumenta a quantidade de interferon, potente agente natural.

19.4 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO

 Técnica Pontual: é aplicado em determinados pontos da borda da ferida.

 Técnica de varredura externa: é aplicada em toda a borda da ferida.

 Técnica de varredura interna: é aplicada dentro da própria lesão.

 Técnica de varredura mista: são aplicadas, de forma conjunta, as varreduras


internas e externas.

 Técnica associada: são aplicadas, de forma conjunta, a pontual e a varredura mista.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

19.5 REGULAMENTAÇÃO DO COFEN EM RELAÇÃO AO USO DA


LASERTERAPIA

 A Laserterapia é uma terapia não invasiva, não térmica, asséptica, indolor, sem
efeitos colaterais.

 A técnica de Laserterapia vem sendo amplamente utilizada nas condições de


processo cicatriciais, visando obter cicatrização tecidual mais rápida. Seu êxito é
sugerido às particularidades de respostas induzidas aos tecidos, como diminuição
do processo inflamatório, redução de edema, aumento da fagocitose, da síntese de
colágeno e da epitelização.

 A fotobiomodulação laser tem sido cada vez mais utilizada com a finalidade de
melhorar a qualidade da cicatrização. Os efeitos terapêuticos do laser sobre os
diferentes tipos biológicos são amplos e, entre eles, destacam-se os efeitos trófico
regenerativos, anti-inflamatórios e analgésicos, tendo sido demonstrado que a
regeneração tissular se torna mais eficaz quando tratada com laser de baixa
intensidade.

 Sabe-se que a enfermagem tem um papel fundamental no tratamento das feridas, e


é importante o aprofundamento científico nesta área a fim de promover o
empoderamento dessa nova opção tecnológica de intervenção na cicatrização
tecidual.

 Assim, faz-se necessário ressaltar que há inúmeros trabalhos científicos que


comprovam a eficácia do uso do laser de baixa intensidade no processo de
cicatrização, entre tantas outras aplicações, e que na equipe de enfermagem o uso
da Laserterapia é privativo do Enfermeiro em face ao necessário conhecimento
técnico-científico para sua utilização.

 O exercício profissional da Enfermagem no Brasil é regido pela Lei nº Lei nº 7.498


de 25 de junho de 1986 e pelo Decreto nº 94.406 de 08 de junho de 1987, que a
regulamenta e dá outras providências. Sendo assim, tais dispositivos legais se
encarregaram de elencar quem são os membros da equipe de Enfermagem
(Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteira), quais
os requisitos legais para obtenção dos títulos, suas atribuições entre outras
providências.

 No tocante às atividades privativas do Enfermeiro, convém destacar as alíneas “i”,


“j”, “l” e “m”:

 Consulta de enfermagem; j) prescrição da assistência de enfermagem; l) cuidados


diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de
enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base
científica e capacidade de tomar decisões imediatas.

 Diante do exposto, a Câmara Técnica do COFEN opina na utilização da


laserterapia com autonomia pelo Enfermeiro, após estar devidamente capacitado
através de curso, pois essa prática requer do profissional conhecimento de física,

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Unidade 19 – Laserterapia no Tratamento de Feridas

biofotônica, interação laser e tecido biológico, dosimetria, além de aprofundamento


em fisiologia e reabilitação Resolução COFEN nº 0567/2018. Deve ainda pautar
sua prática aplicando a Sistematização da Assistência de Enfermagem, conforme
previsto na Resolução Cofen 358/09.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

20
OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO
TRATAMENTO DE FERIDAS

A medicina hiperbárica possui dois grandes ramos de atividade:

a. Dedicadoa atividade profissional de mergulhadores, aeronautas e trabalhadores sob


ar-comprimido, prevalecendo uma abordagem voltada à saúde ocupacional;

b. Referente às aplicações clinicas da oxigenoterapia hiperbárica (OHB). O tratamento


é efetuado em várias sessões, cujo nível de pressão, duração, intervalos e número
total de aplicações são variáveis de acordo com as enfermidades. A OHB consiste
na inalação de oxigênio puro com a pressão do ambiente aumentada de duas a três
vezes acima de seu valor normal, estando o cliente no interior de uma câmara
hiperbárica. Durante as sessões ocorre um aumento de 10 a 20 vezes na quantidade
de oxigênio dissolvido nos tecidos.

20.1 APLICAÇÕES CLÍNICAS


Inúmeras são as indicações da OHB determinadas por vários protocolos aceitos
internacionalmente:

1. Embolias gasosas.

2. Doença descompressiva.

3. Embolia traumática pelo ar.

4. Envenenamento por monóxido de carbono ou intoxicação por fumaça.

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Unidade 20 – Oxigenoterapia Hiperbárica no Tratamento de Feridas

5. Envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos.

6. Gangrena gasosa clostridiana.

7. Doença de Fournier.

8. Outras infecções necrotizantes de tecidos moles: celulites, fasceíte e miosites,


deiscência de sutura.

9. Isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental,


re-implante de extremidades amputadas e outras. Retalhos ou enxertos
comprometidos ou de risco.

10. Vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou por toxinas biológicas


(aracnídeos ofídios e insetos).

11. Queimadura complexa.

12. Lesões refratárias: úlceras de pressão, vasculogênica, neuropática (pé diabético e


outras).

13. Lesões por radiação: radiodermite, osteorradionecrose e lesões actinicas de


mucosas.

14. Osteomielite crônica.

15. Hipoacusia por ototoxidade a agentes quimioterápicos.

16. Anemia aguda nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea.

20.2 CARACTERÍSTICAS DO TRATAMENTO DE FERIDAS COM


OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA

 Na OHB o cliente deve estar dentro da câmara hiperbárica. Estas podem ser
multiclientes ou monoclientes. As multiclientes comportam simultaneamente várias
pessoas. Ela é pressurizada com ar comprimido, sendo que nesta situação o
oxigênio é respirado através das máscaras ou capuzes especiais.

 As câmaras monoclientes permitem a acomodação apenas do próprio cliente, é


pressurizada diretamente com oxigênio puro não havendo necessidade de
dispositivos especiais para a inalação deste gás.

 Antes de ser iniciada a terapia, o cliente deverá ser submetido à anamnese e exame
clínico completo, com particular atenção ao tímpano e sistema pulmonar. Ele
deverá ser informado sobre todas as medidas de segurança como: utilização de
vestimenta adequada fornecida, retirar todo objeto de uso pessoal que possa
originar fagulhas elétricas, pois o oxigênio é altamente inflamável.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

 A OHB atua acelerando a formação do tecido de granulação e como coadjuvante no


controle de infecção. Seus resultados são evidentes no tratamento de fascites
necrotizantes extensas e síndrome de Fournier.

 Em condições hiperbáricas a ação do oxigênio possui alguns mecanismos de


particular interesse fisiológico, como:

1. Efeito antiedematogênico facilitando o retorno venoso.

2. Ação microbicida através da inibição da biossíntese de aminoácidos, do transporte


através da membrana bacteriana e da síntese e degradação do DNA da bactéria.

3. Ação bioquímica oxidativa deslocando substâncias tóxicas.

4. Efeito sinérgico com outras drogas, como antibióticos sistêmicos.

5. Efeito regenerativo facilitando a neoangiogênese e a formação de colágeno.

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Unidade 21 – Atenção do Enfermeiro ao Paciente com Vitiligo

21
ATENÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
COM VITILIGO

A assistência de enfermagem ao paciente com vitiligo incluem alguns cuidados tais como:

 É fundamental o atendimento ao cliente portador de vitiligo com a maior brevidade


possível, avaliando com a equipe do serviço a aplicação de protocolos de
atendimento, buscando reduzir e recuperar a cor da pele nas regiões detectadas.

 Conhecer as condições socioeconômicas e culturais em que vive o paciente


observando para as condições físicas, de sustento financeiro da família, suas
crenças, seus hábitos culturais e valores associados aos fatores afetivos-culturais e
sociais.

 Ter na família os elementos facilitadores do processo de cuidar do paciente, por


isso envolvê-lo na consulta favorecendo a promoção da saúde ao paciente.

 Uma vez diagnosticado vitiligo, (busque manter os pressupostos teóricos,


metodológicos e filosófico que fundamentaram sua prática) oferecendo suporte que
garanta a família e ao paciente, o atendimento, acesso ao serviço de saúde, com um
sistema de referência que dê respostas eficazes e eficientes à família e ao paciente.

 Implementar Grupo Terapêuticos de Auto- ajuda, estimulando e incentivando o uso


das terapêuticas alternativas junto com uma equipe multidisciplinar, para orientação
e apoio ao paciente com vitiligo e o uso de fitoterapia, homeopatia, pseudocatase,
helioterapia, UVB, extrato de placenta humana, kuva, fenilalanina tópica e
sistêmicas e antioxidantes.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

22
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO AO PACIENTE
COM DOENÇA FALCIFORME E PORTADOR
DE ÚLCERA DE PERNA

 As úlceras de perna estão presentes em 8% a 10% das pessoas com Doença


Falciforme (DF), principalmente nos adolescentes e nos adultos jovens.

 Ocorrem em geral no terço inferior da perna, sobre e ao redor dos maléolos medial
ou lateral e em algumas ocasiões sobre a tíbia ou o dorso do pé.

 Um percentual de 75% das pessoas com úlcera de perna tem genótipo SS.

 Sua etiologia pode ser traumática, por contusões ou picadas de inseto, espontânea e
por hipóxia tissular devido à crise vaso-oclusiva crônicas.

 São lesões exsudativas, de tamanho variável, com margem definida, bordas em


relevo, recoberta por película amarela e susceptível a infecção. São extremamente
dolorosas, de difícil tratamento e com alto índice de recorrência.

 Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com úlcera venosa, úlcera diabética, úlcera
isquêmica, úlcera neuropática, úlcera por pressão e outras.

 O envolvimento da pessoa com o estímulo do autocuidado é de essencial


importância, não somente na prevenção, como no sucesso do tratamento.

 Tratamento preventivo: inspecionar a pele diariamente, higiene corporal adequada,


evita traumatismo e picadas de insetos, usar calçados adequados, hidratar a pele
com creme à base de ureia, com óleo mineral ou vegetal; ingerir bastante líquido;
fazer repouso com as pernas elevadas e manter acompanhamento médico regular.

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Unidade 22 – Atuação do Enfermeiro ao Paciente com Doença Falciforme e Portador de Úlcera de Perna

Tratamento tópico:

1. Limpeza da lesão com soro fisiológico em jato não gelado.

2. Métodos desbridamento autolítico ou enzimático para retirada do tecido necrótico e


evitar o desbridamento mecânico.

3. Utilizar coberturas interativas, com alginato de cálcio, hidrofibra, conforme as


características apresentadas pela lesão.

4. Em algumas situações utilizar bandagens elásticas (Bota de Unna) para o retorno


venoso e aquecimento do membro.

5. Coberturas interativas com prata devem ser utilizadas para tratar feridas infectadas
ou criticamente colonizadas.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

AVALIAÇÃO

Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site


www.enfermagemadistancia.com.br. Você precisa atingir um aproveitamento igual
ou superior a 60% para poder emitir o seu certificado.

1. A pele é composta por camadas. Sobre essas estratificações assinale a alternativa errada:

a. A epiderme é composta por cinco camadas denominadas: basal, espinhosa,


granulosa, lúcida e córnea.

b. A derme é um epitélio estratificado, pavimentoso, queratinizado de origem


ectodérmica.

c. A derme é composta pela camada papilar e reticular.

d. A hipoderme é formada por tecidos conjuntivos pouco frouxos que une de maneira
pouco firmea derme aos órgãos subjacentes.

2. As feridas podem ser classificadas de acordo com sua etiologia em:

a. Aberta

b. Fechada

c. Superficial

d. Crônicas

3. Quanto à presença de exsudato assinale a alternativa errada:

a. Fibrina é a passagem de proteína plasmática pela parede do vaso.

b. Exsudato fibrinoso é a passagem da proteína plasmática pela parede do vaso.

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Avaliação

c. A fibrina na ferida se apresenta aderida aos tecidos e tem cor esbranquiçada ou


amarelada.

d. Os padrões mistos incluem: serosanguinolenta, seropurulenta, serofibrinoso,


fibrinopurulenta.

4. O processo de cicatrização de feridas é composta por várias etapas, assinale a


alternativa errada:

a. Inflamação

b. Reconstrução

c. Epiderme

d. Maturação.

5. Dependendo da maneira como foi produzida as lesões podem classificar o processo


cicatricial. Assinale a alternativa errada:

a. Cicatrização por primeira intenção

b. Cicatrização por segunda intenção

c. Cicatrização por terceira intenção ou mista

d. Cicatrização por quarta intenção

6. Assinale a alternativa errada com relação às indicações da Oxigenoterapia Hiperbárica.

a. Embolias gasosas.

b. Doença descompressiva.

c. Intoxicação alimentar

d. Embolia traumática pelo ar.

7. São características do curativo ideal, exceto:

a. Capacidade de absorção.

b. Que eviteintercâmbio gasoso e passagem do vapor de água.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

c. Que seja uma barreira efetiva frente aos microorganismos.

d. Que seja um isolante térmico

8. Antes de iniciar um desbridamento devemos realizar alguns procedimentos, exceto:

a. Avaliar se o paciente tem prognóstico.

b. Avaliar condição neurológica do paciente

c. Avaliar condição vascular do paciente

d. Observar se há sinais flogísticos no local.

9. Sobre os produtos mais utilizados no tratamento das feridas, assinale a alternativa


errada:

a. Membranas ou Filme semipermeável: são compostos de gelatina, pectina,


carboximentilcelulose sódica e polisobutileno de uso tópico com a mesma função
de proteger e regenerar a epiderme Peri-ostomias e Peri-fístulas.

b. Alginatos: são sais de polímero natural ácido algínico derivado de algas marinhas
marrons.

c. Hidrocolóides: Partículas hidroativas em polímero inerte impermeável. Indicado


para lesões não infectadas com ou sem exsudato, áreas doadoras e incisões
cirúrgicas.

d. Curativo de carvão ativado é uma cobertura estéril para ferimentos, de baixa


aderência, envolto por uma camada de tecido selado em toda sua extensão, com
uma almofada impregnada por carvão ativado e prata a 0,15%.

10. São efeitos Terapêuticos da Laserterapia, exceto:

a. Proliferativo: aumenta a neo-angiogênese, a síntese de fibroblastos, colágeno e


ATP (adenosina Trifosfato).

b. Fibrinolítico: facilita fibrinólise.

c. Inflamatória e neurológico: ajuda na síntese de neurotransmissores e prostaglandina,


diminuindo vascularidade capilar.

d. Analgésico: libera substâncias quimiotáxicas, que estimulam a liberação de


endorfinas, normalizando o potencial elétrico da membrana celular.

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Referência

REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda


mais o seu conhecimento.

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diagnóstica de enefermagem no adulto. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

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Artes Médicas Sul Ltda, 2010.

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Mara da Silva; LABBADIA,Lilian Lestingi; TANAKA, Luiza Hiromi. Procedimentos de
Enfermagem: Guia Prático. 1ª ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2009. 236 p.

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para a qualidade da assistência, São Paulo: Atheneu, 2006.

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Atualização em Enfermagem em Tratamento de Feridas e Curativos

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autor (Artigo 97

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