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LEI N. 14.

133/2021 –
LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada,
Comparada e Esquematizada

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada

Sumário
Gustavo Scatolino

Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada..................... 4


Dos Contratos Administrativos (Art. 89).................................................................................... 6
Convocação para Assinatura do Contrato. . ................................................................................ 9
Classificação do Contrato Administrativo. . ............................................................................... 11
Reajuste, Revisão e Repactuação.. ..............................................................................................16
Equilíbrio Econômico-financeiro do Contrato – Causas Justificadoras da Inexecução
e Fatos Posteriores à Celebração do Contrato. . ...................................................................... 18
Eficácia do Contrato...................................................................................................................... 25
Substituição do Instrumento de Contrato. . .............................................................................. 27
Garantia nos Contratos.................................................................................................................31
Alocação de Riscos........................................................................................................................ 35
Das Prerrogativas da Administração – Art. 104...................................................................... 35
Alteração Unilateral (Art. 123).................................................................................................... 36
Extinção Unilateral........................................................................................................................ 39
Fiscalização.....................................................................................................................................40
Ocupação Provisória.....................................................................................................................44
Serviços Contínuos........................................................................................................................ 47
Contratos Decorrentes de Contratação Direta.. ......................................................................48
Administração Usuária de Serviço Público.. .............................................................................49
Contratos que Geram Receita para a Administração Pública.............................................. 50
Da Execução dos Contratos – Art. 115.. ...................................................................................... 57
Prorrogação do Prazo de Execução........................................................................................... 58
Prorrogação Automática da Execução...................................................................................... 59
Extinção dos Contratos – Art. 137.............................................................................................. 69
Do Recebimento do Objeto do Contrato – Art. 140................................................................. 73
Remuneração Variável – Art. 144............................................................................................... 78
Aplicação de Penalidades – Art. 155.......................................................................................... 92
Reabilitação (Voltar a Licitar e Contratar)............................................................................... 96

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Rito para Aplicação das Sanções. . .............................................................................................. 97


Desconsideração da Personalidade Jurídica. . ..........................................................................98
Sistemática Recursal.. ................................................................................................................. 104
Exercícios........................................................................................................................................ 113
Gabarito.......................................................................................................................................... 133

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COMPARADA E ESQUEMATIZADA
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
Art. 54. Os contratos administrativos de TÍTULO III
que trata esta Lei regulam-se pelas suas DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
cláusulas e pelos preceitos de direito público, CAPÍTULO I
aplicando-se-lhes, supletivamente, os DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
princípios da teoria geral dos contratos Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei
regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos
e as disposições de direito privado.
preceitos de direito público, e a eles serão
§ 1º Os contratos devem estabelecer
aplicados, supletivamente, os princípios
com clareza e precisão as condições para da teoria geral dos contratos e as
sua execução, expressas em cláusulas disposições de direito privado.
que definam os direitos, obrigações § 1º Todo contrato deverá mencionar
e responsabilidades das partes, em os nomes das partes e os de seus
conformidade com os termos da licitação e representantes, a finalidade, o ato que
da proposta a que se vinculam. autorizou sua lavratura, o número do
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa processo da licitação ou da contratação
ou de inexigibilidade de licitação devem direta e a sujeição dos contratantes às
atender aos termos do ato que os autorizou normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
e da respectiva proposta. § 2º Os contratos deverão estabelecer
com clareza e precisão as condições para
Art. 64. A Administração convocará
sua execução, expressas em cláusulas
regularmente o interessado para assinar
que definam os direitos, as obrigações
o termo de contrato, aceitar ou retirar o e as responsabilidades das partes, em
instrumento equivalente, dentro do prazo e conformidade com os termos do edital de
condições estabelecidos, sob pena de decair licitação e os da proposta vencedora ou com
o direito à contratação, sem prejuízo das os termos do ato que autorizou a contratação
sanções previstas no art. 81 desta Lei. direta e os da respectiva proposta.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser Art. 90. A Administração convocará
prorrogado uma vez, por igual período, regularmente o licitante vencedor para
quando solicitado pela parte durante o assinar o termo de contrato ou para aceitar
seu transcurso e desde que ocorra motivo ou retirar o instrumento equivalente, dentro
justificado aceito pela Administração. do prazo e nas condições estabelecidas
§ 2º É facultado à Administração, quando no edital de licitação, sob pena de decair
o convocado não assinar o termo de o direito à contratação, sem prejuízo das
contrato ou não aceitar ou retirar o
sanções previstas nesta Lei.
instrumento equivalente no prazo e
§ 1º O prazo de convocação poderá ser
condições estabelecidos, convocar os
licitantes remanescentes, na ordem de prorrogado 1 (uma) vez, por igual período,
classificação, para fazê-lo em igual prazo mediante solicitação da parte durante seu
e nas mesmas condições propostas pelo transcurso, devidamente justificada, e desde
primeiro classificado, inclusive quanto aos que o motivo apresentado seja aceito pela
preços atualizados de conformidade com Administração.
o ato convocatório, ou revogar a licitação § 2º Será facultado à Administração, quando
independentemente da cominação prevista o convocado não assinar o termo de contrato
Ono art. 81
conteúdo desta
deste
ou não aceitar
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§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da o instrumento equivalente no prazo e nas


data da entrega das propostas, sem condições estabelecidas, convocar os
convocação para a contratação, ficam os licitantes remanescentes, na ordem
licitantes liberados dos compromissos de classificação, para a celebração do
assumidos. contrato nas condições propostas pelo
licitante vencedor.
§ 3º Decorrido o prazo de validade
da proposta indicado no edital sem
convocação para a contratação, ficarão
os licitantes liberados dos compromissos
assumidos.
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes
aceitar a contratação nos termos do § 2º
deste artigo, a Administração, observados
o valor estimado e sua eventual atualização
nos termos do edital, poderá:
I – convocar os licitantes remanescentes para
negociação, na ordem de classificação, com
vistas à obtenção de preço melhor, mesmo
que acima do preço do adjudicatário;
II – adjudicar e celebrar o contrato nas
condições ofertadas pelos licitantes
remanescentes, atendida a ordem
classificatória, quando frustrada a negociação
de melhor condição.
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário
em assinar o contrato ou em aceitar ou
retirar o instrumento equivalente no
prazo estabelecido pela Administração
caracterizará o descumprimento total
da obrigação assumida e o sujeitará às
penalidades legalmente estabelecidas e à
imediata perda da garantia de proposta em
favor do órgão ou entidade licitante.
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos
licitantes remanescentes convocados na
forma do inciso I do § 4º deste artigo.
§ 7º Será facultada à Administração
a convocação dos demais licitantes
classificados para a contratação de
remanescente de obra, de serviço ou de
fornecimento em consequência de rescisão
contratual, observados os mesmos critérios
estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo.

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Dos Contratos Administrativos (Art. 89)


Contrato é o acordo de vontades destinado a disciplinar os interesses dos contratantes.
A Administração celebra contratos de direito público e contratos de direito privado.
A expressão contratos DA Administração abrange todos os contratos celebrados, em re-
gime de direito público e de direito privado.
A denominação contrato administrativo é reservada para os contratos de Direito Público
celebrados pela Administração, em que predominam as normas de Direito Público. O contrato
administrativo é espécie contrato da Administração.
Porém, a Administração Pública também celebra contratos de direito privado (ou semipú-
blicos). São contratos nos quais ela não está presente como Poder Público, e sim, como se
fosse um particular. Podemos citar como exemplo, um contrato de locação no qual a Admi-
nistração Pública é a locatária.
A principal diferença entre as duas espécies de contratos (contratos administrativos e
contratos de direito privado) são as chamadas cláusulas exorbitantes ou de privilégio que
conferem uma série de prerrogativas à Administração em detrimento do contratado. Essas
cláusulas estarão presentes nos contratos de direito público.

Professor, poderia me dar um exemplo de uma cláusula dessa?

Claro! Vamos ver todas elas ainda nessa aula. Mas para você já poder visualizar a matéria
vou lhe dar um exemplo e um bem marcante: atraso nos pagamentos. Em um contrato admi-
nistrativo a Administração Pública tem em seu favor o privilégio de atrasar a sua obrigação
(fazer os pagamentos) pelo prazo de até 2 meses. Só depois desse período que ela estará
efetivamente em atraso.
Viu só como as cláusulas são exorbitantes, fora do comum...
Em um contrato que celebramos no nosso dia a dia não existe isso. Não há essa possi-
bilidade de um dos contratantes ter um direito que o outro não tem. Mas em contratos admi-
nistrativos sim.
Nos contratos privados celebrados pelo Poder Público como, no qual a Administração
estará no mesmo nível do contratado em relação aos direitos e obrigações, pode (é possível)
a existência de cláusulas exorbitantes em favor da Administração Pública. Porém, isso deve
estar expresso e deve ter aceitação do contratado particular.
Se ele não aceitar, as cláusulas não serão estipuladas.
É possível, também, aplicar supletivamente aos contratos administrativos, as normas de
Direito Privado, conforme expresso no art. 88 da Lei n. 14.133/2021.
Desse modo, por diversas vezes tem que se buscar no Direito Civil, Código Civil, algum
dispositivo sobre contratos privados para aplicar nos contratos administrativos.

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Assim, em determinado contrato administrativo celebrado, este será regido pela Lei n.
14.133/2021; no entanto, pode, por exemplo, a previsão sobre a garantia pós entrega da obra
a ser prestada pelo contratado ficar disciplinada por norma de Direito Privado, fixada em dis-
positivos do Código Civil.

DICA!
As cláusulas exorbitantes estão presentes mesmo que de for-
ma implícita nos contratos administrativos.

Contrato e convênio são a mesma coisa, professor?

Não...
E já adiantando: não se confundem o contrato, o convênio e o consórcio administrativo...
Vamos diferenciar esquematicamente o consórcio, o convênio e o contrato.

CONTRATO CONVÊNIO CONSÓRCIOS


Acordo de vontades Acordo de vontades Acordo de vontades
Quem pode
Quem pode fazer
fazer convênio:
contrato: Administração
Administração Quem pode fazer consórcio: Só há
com Particular;
com Particular; consórcio entre Entes Federativos
Administração com
Administração com (=União, Estados, DF e Municípios).
outra pessoa da
outra pessoa da
Administração.
Administração.
Os interesses vão na
Os interesses vão na mesma direção.
Os interesses são mesma direção. Os
Os que participam do consórcio
opostos. convenentes buscam
buscam interesse público.
interesse público.
Tem que fazer Não precisa fazer
licitação. Salvo quando licitação. Lei n. Não precisam fazer licitação para se
houver dispensa ou 14.133/2021 só se reunirem em consórcio.
inexigibilidade. aplica no que couber.
Não surge pessoa Não surge pessoa
Surge nova pessoa jurídica.
jurídica jurídica

Assim, no CONTRATO entre Administração Pública e particular, a Administração quer ob-


ter, por exemplo, uma obra para algum interesse público e o particular quer fazer a obra para
seu próprio interesse (o lucro). O contrato é apenas um ajuste entre duas partes interessadas,

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onde os interesses são opostos. É feito o contrato, ele é arquivado na própria Administra-
ção Pública.
No CONVÊNIO, também é um ajuste de vontades, mas o interesse dos convenentes é
satisfazer algum interesse coletivo. Por exemplo, quando a União faz repasse de verba por
convênio a município (ou a particular) é porque os dois querem interesse público desta re-
lação (ex.: convênio para repasse de verbas para ajudar em estado de calamidade pública).
Assim, como no contrato, o convênio é feito e arquivado na Administração Pública.
Em relação ao contrato, a regra é fazer licitação, uma vez que essa é a regra da Lei n.
14.133/2021. Mas no convênio a regra é não ter a licitação, pois a Lei de Licitações só
exige o procedimento antes dos contratos. No entanto, para convênios feitos pela União, o
Decreto n. 6.170/2007, estabelece o procedimento competitivo de “chamamento público”1
antes da celebração dos convênios. Esse procedimento não é uma licitação, é um pro-
cedimento objetivo de caráter competitivo para a escolha dos convenentes, mas não é a
mesmo que licitação.
Então, assim como a Lei n. 8666/93, a Lei n. 14.133/2021 não é uma lei feita para os
convênios. No entanto, no que for possível aplicam-se aos convênios as disposições sobre
licitações. Vejamos:

Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e na ausência de norma específi-
ca, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento do Poder Executivo
federal.

Na nossa prática diária na celebração de convênios, vemos, por exemplo, regras de


prorrogação e aplicação de penalidades próprias das licitações sendo aplicados aos
convênios.
No CONSÓRCIO, há um ajuste de vontade entre Entes Federativo, na busca de interesse
público comum desses Entes (ex.: dois Estados criam um consórcio para gestão do lixo
dos dois Estados). Porém, no consórcio surge uma nova entidade. Uma nova pessoa jurídi-
ca. O consórcio é feito com todos os seus trâmites que a lei exige e surge uma nova pessoa
jurídica que irá prestar o serviço que é de interesse comum dos Entes consorciados.
Para finalizar esse tópico inicial, cabe apenas lembrar que a Constituição Federal de
1988 inclui entre as matérias de competência legislativa privativa da União a edição de
normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as Administra-
ções Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do DF e dos Mu-
nicípios e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.
173, § 1º, III.
1
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de
chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
tornem mais eficaz o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011)

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Convocação para Assinatura do Contrato


Com a homologação, encerra-se o procedimento da licitação. Depois, vem a convocação
para assinatura do contrato. Esse período entre homologação e assinatura do contrato que é
regulado pelo art. 89.
Segundo a lei, a Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar
o termo de contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e
nas condições estabelecidas no edital de licitação, sob pena de decair o direito à contratação,
sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei.
O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, mediante soli-
citação da parte durante seu transcurso, devidamente justificada, e desde que o motivo apre-
sentado seja aceito pela Administração.
Veja que é o Edital da licitação que deverá estipular o prazo para assinatura do contrato.
Se o interessado não contratar no prazo legal, decairá (perde o direito) à contratação.
Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou
não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no prazo e nas condições estabelecidas,
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a celebração do con-
trato nas condições propostas pelo licitante vencedor.
Assim, se o vencedor não contratar com a Administração Pública, ela tem a FACULDADE
(ato discricionário) para contratar os licitantes remanescentes (que participaram da licitação)
para contratar nos termos da proposta VENCEDORA. Ou seja, os demais licitantes não serão
chamados para contratar nos termos da sua proposta não, mas sim, conforme a proposta
vencedora e que não quis contratar com a Administração Pública.
Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem convocação para a con-
tratação, ficarão os licitantes liberados dos compromissos assumidos.
Com a Lei n. 14.133/2021, quem fixa o prazo de validade da proposta é o edital. Isso já
vinha sendo aplicado pela jurisprudência do STJ. Agora está na lei. Esse prazo é o prazo que
o licitante deve manter a proposta dele. Se ele for chamado para contratar dentro desse prazo,
e não quiser, pode receber uma penalidade. Isso porque a lei fixa que a recusa injustificada
do adjudicatário em assinar o contrato ou em aceitar ou retirar o instrumento equivalente no
prazo estabelecido pela Administração caracterizará o descumprimento total da obrigação
assumida e o sujeitará às penalidades legalmente estabelecidas e à imediata perda da garan-
tia de proposta em favor do órgão ou entidade licitante.
Claro que os licitantes remanescentes convocados para assinar o contrato no lugar do
vencedor que não quiserem não estarão sujeitos às sanções, pois o licitante não é obrigado a
manter a proposta do outro licitante.
Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação a Administração, observados
o valor estimado e sua eventual atualização nos termos do edital, poderá:

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• convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de classificação, com


vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do preço do adjudicatário;
• adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes remanescentes,
atendida a ordem classificatória, quando frustrada a negociação de melhor condição.

Hummmm....
Aqui uma novidade interessante, Bob Esponja (bunda quadrada de tanto estudar... rs)!
Se, após convocar os remanescentes para contratar conforme a proposta vencedora e nin-
guém quiser, a Administração Pública pode, ainda, fazer nova convocação dos remanescentes
para nova negociação, sem precisar ficar “presa” à proposta vencedora. E, ainda, se essa nego-
ciação ficar frustrada, pode contratar com licitante remanescente pelo valor da proposta dele.
Então resumindo:

Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes classificados para a


contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em consequência de
rescisão contratual, observados os mesmos critérios acima vistos. Neste caso, houve uma
licitação, o licitante foi contratado, mas no decorrer do contrato houve rescisão do contrato por
algum motivo. A Administração Pública pode aproveitar os licitantes remanescentes e contra-
tá-los para concluir a obra antes iniciada.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 91. Os contratos e seus aditamentos
terão forma escrita e serão juntados
ao processo que tiver dado origem à
contratação, divulgados e mantidos à
disposição do público em sítio eletrônico
oficial.
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo
de contratos e de termos aditivos quando
imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado, nos termos da legislação que
regula o acesso à informação.

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§ 2º Contratos relativos a direitos reais


sobre imóveis serão formalizados por
escritura pública lavrada em notas de
tabelião, cujo teor deverá ser divulgado e
mantido à disposição do público em sítio
eletrônico oficial.
§ 3º Será admitida a forma eletrônica
na celebração de contratos e de termos
aditivos, atendidas as exigências previstas
em regulamento.
§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo
de vigência do contrato, a Administração
deverá verificar a regularidade fiscal do
contratado, consultar o Cadastro Nacional
de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis)
e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
(Cnep), emitir as certidões negativas de
inidoneidade, de impedimento e de débitos
trabalhistas e juntá-las ao respectivo
processo.

Classificação do Contrato Administrativo


Essa parte não está na lei. É mais doutrinária, mas é importante saber.
Trata-se da classificação que a doutrina faz do contrato administrativo.
Assim, o contrato administrativo é:
• Comutativo: são os contratos de prestações certas e determinadas. Tem prestação e
contraprestação já estabelecidas e equivalentes. No contrato comutativo, as partes,
além de receber da outra prestação equivalente à sua, podem apreciar imediatamente
(verifica previamente) essa equivalência;

Obs.:
 o contrato comutativo se contrapõe ao contrato aleatório. Os contratos aleatórios são
aqueles contratos nos quais as partes se arriscam a uma contraprestação ainda desco-
nhecida ou desproporcional. Diz respeito a coisas futuras. Ex.: contrato de seguro, pois
uma das partes não sabe se terá que cumprir alguma obrigação e nem sabe qual será.

• Oneroso: é aquele que, por ser bilateral, traz vantagens para ambos os contraentes, pois
estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um proveito almejado. Há um
benefício recebido que corresponde a um sacrifício. Ambas as partes experimentam
benefícios e deveres. É o contrário do contrato gratuito, por exemplo a doação. Neste só
uma das partes tem obrigação que é entregar o bem, a outra não tem;
• Formal: exige condições específicas previstas em lei para sua validade.
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A formalização do contrato é prevista no art. 90 da Lei n. 14.133/2021.


Isso cai muito.
Em regra, o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita; é o que dispõe o art. 90.

Art. 90. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e serão juntados ao processo que tiver
dado origem à contratação, divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico oficial.

Vale lembrar que, contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão formalizados
por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo teor deverá ser divulgado e mantido à
disposição do público em sítio eletrônico oficial (art. 90, § 2º). Não poderia ser diferente essa
regra, isso porque os contratos sobre imóveis seguem as formalidades das leis próprias. As-
sim, se a Administração Pública vende, constitui hipoteca sobre um imóvel dela, deverá fazer
todo o procedimento via cartório.
Bem...
Mas a pergunta que vão fazer na sua prova é: pode ser feito contrato verbal com a Admi-
nistração Pública?
É possível o contrato verbal com a Administração para as pequenas compras ou serviços
de pronto pagamento de valor não superior a R$ 10.000,00.

Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas
compras ou prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não
superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Assim, só nesse caso é que cabe o contrato verbal.


Perceba que é para COMPRAS e PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS de “pequeno valor”.
A Lei n. 14.133/2021 ampliou o contrato verbal para prestação de serviços, o que não
ocorria na Lei n. 8.666/1993.
O que pode ocorrer, também, é a substituição do instrumento de contrato (termo de contra-
to) por outro documento também escrito.
O instrumento de contrato (termo de contrato) é o contrato escrito com o nome dos con-
tratantes, prazo de execução, obrigações de cada um...É um documento longo, cheio de cláu-
sulas. Assim, a lei permite sua substituição por um outro documento, também escrito, mas
não tão formal. Mais simples.

Quais são esses documentos mais simples, professor?

Veremos no art. 95.


Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a Administração deve-
rá verificar a regularidade fiscal do contratado, consultar o Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas (CEIS) e o Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), emitir as

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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certidões negativas de inidoneidade, de impedimento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao


respectivo processo. CEIS e o CNEP são cadastros mantidos por órgãos públicos que regis-
tram as sanções aplicadas. Tais consultas já eram feitas por orientação do TCU. Agora é uma
exigência legal.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 55. São cláusulas necessárias em todo Art. 92. São necessárias em todo contrato
contrato as que estabeleçam: cláusulas que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos; I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de II – a vinculação ao edital de licitação e à
fornecimento; proposta do licitante vencedor ou ao ato
III – o preço e as condições de pagamento, que tiver autorizado a contratação direta e à
os critérios, data-base e periodicidade respectiva proposta;
do reajustamento de preços, os critérios III – a legislação aplicável à execução do
de atualização monetária entre a data do contrato, inclusive quanto aos casos omissos;
adimplemento das obrigações e a do efetivo IV – o regime de execução ou a forma de
pagamento; fornecimento;
IV – os prazos de início de etapas de execução,
V – o preço e as condições de pagamento,
de conclusão, de entrega, de observação e
os critérios, a data-base e a periodicidade
de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, do reajustamento de preços e os critérios
com a indicação da classificação funcional de atualização monetária entre a data do
programática e da categoria econômica; adimplemento das obrigações e a do efetivo
VI – as garantias oferecidas para assegurar pagamento;
sua plena execução, quando exigidas; VI – os critérios e a periodicidade da medição,
VII – os direitos e as responsabilidades das quando for o caso, e o prazo para liquidação
partes, as penalidades cabíveis e os valores e para pagamento;
das multas; VII – os prazos de início das etapas de
VIII – os casos de rescisão; execução, conclusão, entrega, observação e
IX – o reconhecimento dos direitos da recebimento definitivo, quando for o caso;
Administração, em caso de rescisão VIII – o crédito pelo qual correrá a despesa,
administrativa prevista no art. 77 desta Lei; com a indicação da classificação funcional
X – as condições de importação, a data e a
programática e da categoria econômica;
taxa de câmbio para conversão, quando for
IX – a matriz de risco, quando for o caso;
o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou X – o prazo para resposta ao pedido de
ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao repactuação de preços, quando for o caso;
convite e à proposta do licitante vencedor; XI – o prazo para resposta ao pedido
XII – a legislação aplicável à execução do de restabelecimento do equilíbrio
contrato e especialmente aos casos omissos; econômico-financeiro, quando for o caso;
XIII – a obrigação do contratado de manter, XII – as garantias oferecidas para assegurar
durante toda a execução do contrato, em sua plena execução, quando exigidas,
compatibilidade com as obrigações por ele inclusive as que forem oferecidas pelo
assumidas, todas as condições de habilitação contratado no caso de antecipação de
e qualificação exigidas na licitação. valores a título de pagamento;

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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XIII – o prazo de garantia mínima do


objeto, observados os prazos mínimos
estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas
aplicáveis, e as condições de manutenção e
assistência técnica, quando for o caso;
XIV – os direitos e as responsabilidades
das partes, as penalidades cabíveis e os
valores das multas e suas bases de cálculo;
XV – as condições de importação e a data e a
taxa de câmbio para conversão, quando for
o caso;
XVI – a obrigação do contratado de manter,
durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele
assumidas, todas as condições exigidas
para a habilitação na licitação, ou para a
qualificação, na contratação direta;
XVII – a obrigação de o contratado cumprir as
exigências de reserva de cargos prevista
em lei, bem como em outras normas
específicas, para pessoa com deficiência,
para reabilitado da Previdência Social e
para aprendiz;
XVIII – o modelo de gestão do contrato,
observados os requisitos definidos em
regulamento;
XIX – os casos de extinção.
§ 1º Os contratos celebrados pela
Administração Pública com pessoas físicas
ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no
exterior, deverão conter cláusula que
declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer
questão contratual, ressalvadas as
seguintes hipóteses:
I – licitação internacional para a aquisição
de bens e serviços cujo pagamento seja feito
com o produto de financiamento concedido
por organismo financeiro internacional
de que o Brasil faça parte ou por agência
estrangeira de cooperação;

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II – contratação com empresa estrangeira


para a compra de equipamentos fabricados
e entregues no exterior precedida de
autorização do Chefe do Poder Executivo;
III – aquisição de bens e serviços realizada
por unidades administrativas com sede
no exterior.
§ 2º De acordo com as peculiaridades de
seu objeto e de seu regime de execução,
o contrato conterá cláusula que preveja
período antecedente à expedição da ordem
de serviço para verificação de pendências,
liberação de áreas ou adoção de outras
providências cabíveis para a regularidade do
início de sua execução.
§ 3º Independentemente do prazo de
duração, o contrato deverá conter
cláusula que estabeleça o índice de
reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado, e
poderá ser estabelecido mais de um índice
específico ou setorial, em conformidade
com a realidade de mercado dos respectivos
insumos.
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos,
observado o interregno mínimo de 1 (um)
ano, o critério de reajustamento de preços
será por:
I – reajustamento em sentido estrito,
quando não houver regime de dedicação
exclusiva de mão de obra ou predominância
de mão de obra, mediante previsão de
índices específicos ou setoriais;
II – repactuação, quando houver regime
de dedicação exclusiva de mão de obra ou
predominância de mão de obra, mediante
demonstração analítica da variação dos
custos.
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de
engenharia, sempre que compatível com
o regime de execução, a medição será
mensal.

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§ 6º Nos contratos para serviços contínuos


com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra ou com predominância
de mão de obra, o prazo para resposta
ao pedido de repactuação de preços será
preferencialmente de 1 (um) mês, contado
da data do fornecimento da documentação
prevista no § 6º do art. 135 desta Lei.

O art. 92 da Lei n. 14.133/2021 estabelece as cláusulas necessárias em todos os contratos.


Será admitida a forma eletrônica na celebração de contratos e de termos aditivos, aten-
didas as exigências previstas em regulamento. Isso já vinha sendo feito na prática. Inclusive,
contratos celebrados pela União, já tramitavam pelo programa sei.gov.br e eram feitos eletroni-
camente, inclusive as assinaturas.

Reajuste, Revisão e Repactuação


Segundo o art. 92, são cláusulas necessárias a previsão de repactuação e reajustamento.
Na revisão, alteram-se diversas cláusulas dos contratos como, por exemplo, prazo ou regi-
me de execução, cláusula de valor entre outras, ou altera o objeto para exigir que o contratado
entregue mais computadores; faça mais 10 km de uma rodovia.
No reajuste, altera-se apenas a cláusula correspondente ao valor que será atualizada con-
forme o índice inflacionário.
Temos, ainda, a repactuação que é o reajustamento de todos os insumos do contrato. Tudo
o que compõe o contrato e que sofreu alteração de valor será repactuado. Não é apenas cor-
rigir inflação. Um contrato, por exemplo, de serviço de limpeza que envolve fornecimento dos
bens. Quando chegar no ato da renovação desse contrato, a empresa apresentará o aumento
do preço dos produtos necessários para a limpeza, bem como o acréscimo salarial que os em-
pregados da empresa obtiveram. Tudo isso entrará no cálculo da repactuação.
Então, preste atenção quando a lei falar em REAJUSTE, REVISÃO E REPACTUAÇÃO!
Beleza, guerreiro(a)?!
Juntos até aqui? Beleza!! Segue o propósito!!!
Nos contratos de duração continuada (ex.: serviços contínuos), deverá haver cláusula de
reajuste pois é inevitável que no decorrer do tempo não tenha aumento dos preços dos in-
sumos que incidem na execução contratual como, por exemplo, aumento dos produtos de
limpeza; aumento do salário dos empregados da empresa terceirizada etc.
Assim, o reajuste busca neutralizar um fato certo, a inflação, ficando vinculado a índice
determinado. É feita por apostila (apostilamento).

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Porém, a Lei n. 14.133/2021 fez a previsão de que independentemente do prazo de dura-


ção, o contrato deverá conter cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com
data-base vinculada à data do orçamento estimado, e poderá ser estabelecido mais de um
índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos
insumos art. 91, § 3º.
Os preços contratados serão alterados, para mais ou para menos, conforme o caso, se
houver, após a data da apresentação da proposta, criação, alteração ou extinção de quais-
quer tributos ou encargos legais ou a superveniência de disposições legais, com comprovada
repercussão sobre os preços contratados (art. 133). Note que a lei fixou como marco para
pedir um possível reequilíbrio de preços a data da apresentação da proposta. Assim, se após
esse momento as condições do contrato se alterarem, o contratado terá direito a reequilíbrio
financeiro.
Os preços dos contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra ou com predominância de mão de obra serão repactuados para manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro, mediante demonstração analítica da variação dos custos
contratuais, com data vinculada (art. 135):

I – à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado;


II – ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a proposta esteja vinculada,
para os custos de mão de obra.

Contratos para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de obra
ocorre quando os empregados de uma determinada empresa terceirizada prestam o servi-
ço somente para a Administração Pública. Se há um contrato de reforma de banheiros, por
exemplo, os empregados da empresa vão prestar o serviço para a Administração Pública e
para outras empresas também. Mas em um contrato de limpeza com dedicação exclusiva de
mão de obra, os empregados prestam os serviços somente ao órgão contratado. a dedicação
exclusiva de mão de obra deve vir prevista em edital e constar expressamente no contrato.
É sabido que todos os anos, conforme a data-base de cada categoria, ocorre acordos,
convenções ou dissídios coletivos de trabalho. Porém, a Administração não se vinculará às
disposições contidas em acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tratem
de matéria não trabalhista, de pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou
resultados do contratado, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei, como valores ou
índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários, bem como de preços para os in-
sumos relacionados ao exercício da atividade. Assim, a Administração Pública só é obrigada
a reajustar o contrato no caso de aumento ou inserção de direitos aos empregados previstos
em lei/obrigatórios. Se, por exemplo, a empresa oferecer uma PLR (participação nos lucros e
resultados “14º”) que antes não era prevista, a Administração Pública não é obrigada a incluir
o benefício no reajustamento.

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A Lei n. 14.133/2021 disciplinou a repactuação acolhendo diversos entendimentos do TCU.


A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado da data da
apresentação da proposta ou da data da última repactuação (quando for prorrogação).
A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto forem necessárias, obser-
vado o princípio da anualidade do reajuste de preços da contratação, podendo ser realizada
em momentos distintos para discutir a variação de custos que tenham sua anualidade re-
sultante em datas diferenciadas, como os decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos
insumos necessários à execução dos serviços.
Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional (ex.: mesmo contrato
envolve segurança e limpeza), a repactuação a que se refere o inciso poderá ser dividida em
tantos quanto forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho das catego-
rias envolvidas na contratação.
A repactuação será precedida de solicitação do contratado, acompanhada de demons-
tração analítica da variação dos custos, por meio de apresentação da planilha de custos e
formação de preços, ou do novo acordo, convenção ou sentença normativa que fundamenta
a repactuação.
Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser realizados por simples
apostila, dispensada a celebração de termo aditivo, como nas seguintes situações:
• variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactuação de preços
previstos no próprio contrato;
• atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
de pagamento previstas no contrato;
• alterações na razão ou na denominação social do contratado;
• empenho de dotações orçamentárias.

No aditivo, é um acréscimo/alteração ao objeto do contrato. No apostilamento só se rea-


justa cláusula de valor.

Equilíbrio Econômico-financeiro do Contrato – Causas Justificadoras


da Inexecução e Fatos Posteriores à Celebração do Contrato

A seguir, veremos algumas situações em que será permitida a interrupção do contrato


pelo contratado, sem que este seja considerado descumpridor da avença firmada com o Po-
der Público. Nessas hipóteses, não haverá imposição de penalidade pela Administração, pois
são causas que decorrem de fatos alheios à vontade do contratado e justificam a inexecução
contratual.
As causas justificadoras de inexecução podem gerar apenas a interrupção momentânea
da execução contratual ou até mesmo a total impossibilidade de sua conclusão.

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Não é possível afirmar com exatidão quais situações geram somente paralisação ou as
que geram rescisão contratual. Pode ocorrer também que, após a celebração contratual, haja
sensível aumento das despesas assumidas pelo contratado, decorrentes de fatos imprevisí-
veis; mas o certo é que, em todas essas situações, o contratado terá direito à revisão contra-
tual a fim de restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Vale lembrar que as situações que ensejam a revisão contratual a fim de manter o equi-
líbrio econômico financeiro do contrato também devem ser observadas pela Administração
Pública, pois qualquer fator que traga ônus à Administração que não estava inicialmente pre-
visto ou alterado por circunstâncias supervenientes, deve haver a revisão do contrato em
favor da Administração Pública contratante. Por exemplo, foi o que ocorreu com a reforma
trabalhista, instituída pela Lei n. 13.467/2017, alterando o art. 59-A, da CLT. Essa alteração
teve reflexo na jornada de trabalho de 12 x 36h (trabalha 12h com 36h de descanso) nos con-
tratos administrativos. Explico.
A Lei n. 13.467/2017, conhecida como “reforma trabalhista”, inseriu o art. 59-A na CLT “
e de acordo com a nova disposição, na jornada de 12x36 horas, não é mais devido qualquer
pagamento extra relativo ao descanso semanal remunerado (DSR) ou em feriado, bem como
ao trabalho em feriado e à prorrogação do trabalho noturno. Todos os valores que anterior-
mente incidiam a esses títulos são agora considerados abrangidos pela remuneração mensal
do empregado. Ou seja, no valor pago mensalmente ao empregado que trabalha de 12x36
já deve estar consideradas todas as verbas referentes DSR, trabalho noturno e em feriados.
Assim, nos contratos já firmados se o empregado não tem mais direito à percepção de tais
valores, a empregadora deve encerrar os pagamentos correspondentes. No caso do contrato
de terceirização dos serviços de vigilância, se a empresa não mais paga os valores ao em-
pregado, então devem ser totalmente excluídos da planilha de formação do preço do posto
do serviço – tornando-se necessário o reequilíbrio do preço contratual, com fundamento no
art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei n. 8.666/1993. Inclusive o PARECER n. 00057/2020/DECOR/
CGU/AGU orientou que deverá a Administração Pública proceder a revisão dos contratos em
que tais verbas estejam incidindo.
Ocorrendo a revisão contratual, ela não estará limitada aos percentuais do art. 123 (até
25% do valor inicial).
O equilíbrio econômico-financeiro, assegurado pela Constituição Federal (art. 37, XXI),
consiste na manutenção das condições de pagamento estabelecidas inicialmente no con-
trato, de maneira que se mantenha estável a relação entre as obrigações do contratado e a
justa retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução de obra ou prestação
de serviço.
Essa relação estabelecida entre as partes é intocável. Sobrevindo qualquer motivo que
provoque sua alteração, sem culpa do contratado, ela terá de ser restabelecida. Essa garantia
é de cunho constitucional. Nesse contexto, se o contrato for afetado por fatos posteriores à

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sua celebração, onerando o contratado, o equilíbrio econômico-financeiro inicial deverá ser


restabelecido por meio da recomposição contratual.
Algumas condições devem ser cumpridas para que ocorra a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato:

Imprevisibilidade A lei menciona fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de


do evento consequências incalculáveis, condicionando a recomposição do
causador do equilíbrio econômico-financeiro diante dessas situações.
dano
Evento posterior No momento da assinatura contratual, forma-se o equilíbrio
à assinatura do econômico-financeiro. Ocorrendo fatos imprevisíveis, ou previsíveis,
contrato porém de consequências incalculáveis poderá haver ensejo à revisão.

Alteração nos O evento posterior deve provocar sensível alteração nos encargos
encargos do do particular, para conferir direito à revisão.
particular
Ausência de Se decorrer de culpa do próprio contratado não haverá direito à
conduta culposa revisão contratual.
do contratado

Por outro lado, a inexecução do contrato pode decorrer de culpa do contratado, configu-
rada pelo descumprimento ou cumprimento irregular das cláusulas contratuais, em razão de
ação ou omissão culposa ou dolosa do contratado.
A inexecução culposa do contrato pelo contratado acarreta a aplicação das sanções legais
e contratuais. Como vimos, a Administração, regra geral, tem o poder de aplicar diretamente
essas sanções, que incluem advertência, multa de mora, multa pela inexecução, suspensão
temporária da possibilidade de participação em licitação, impedimento de contratar com a
Administração ou, ainda, declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública.
A inexecução por culpa do contratado possibilita também a rescisão unilateral do contrato
pela Administração, da qual decorre a execução da garantia contratual, para ressarcimento da
Administração e pagamento de possíveis prejuízos causados.
Não haverá inexecução culposa por parte do contratado quando este ficar impossibilitado
de prosseguir na execução contratual por motivos provocados pela própria Administração ou
pelo Estado e, também, decorrentes de eventos imprevisíveis. Ex.: a Administração Pública não
liberou o local da execução da obra.
De acordo com a legislação brasileira, seja nas áleas administrativas (fato do príncipe,
fato da Administração e alteração unilateral), seja nas econômicas (teoria da imprevisão), o
contratado tem direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Assim,

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no caso de alteração dessa equação, terá o contratado assegurado o restabelecimento pela


Administração. Essa regra está sedimentada no art. 37, XXI, da Constituição Federal, uma vez
que tal dispositivo exige que sejam mantidas “as condições efetivas da proposta”.
Se, porém, a alteração decorre da álea ordinária, que corresponde ao risco que todo em-
presário suporta pelo exercício da atividade, a Administração não participará dos encargos
suportados.

Fato do Príncipe

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “São medidas de ordem geral, não relacionadas diretamen-
te com o contrato, mas que nele repercutem, provocando desequilíbrio econômico-financeiro
em detrimento do contrato”.
São determinações estatais que afetam todos aqueles que se encontrem na mesma situ-
ação: o contratado e os demais particulares.
Quebra-se o equilíbrio do contrato administrativo por força de ato ou medida instituída
pelo próprio Estado. Caracteriza-se por ser imprevisível, extracontratual e extraordinário.
No fato do príncipe, ocorre a alteração do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, em
razão de uma medida de ordem geral originada do Estado. Essa medida afeta a todos, e não
somente o contratado. Trata-se de ato de repercussão geral, que atinge um número indeter-
minado de pessoas e, por consequência, o contratado. Seria, por exemplo, o aumento de um
tributo ou a proibição de importação de dada matéria-prima. Celso Antônio Bandeira de Melo
cita como hipótese a decisão de alterar o salário mínimo, o que afeta decisivamente o custo
dos serviços de limpeza dos edifícios públicos contratados com empresas especializadas
nesse mister.
O fato do príncipe obriga o Poder Público contratante a compensar os prejuízos supor-
tados pelo contratado, a fim de possibilitar o prosseguimento da execução do contrato e, se
esta for impossível, renderá ensejo à rescisão do contrato, com as indenizações cabíveis,
conforme entendimento de Carvalho Filho e Maria Sylvia. O direito à indenização encontra
fundamento na responsabilidade civil do Estado, prevista no art. 37, § 6º, da CF.

Fato da Administração

O ato se relaciona diretamente, com o contrato; a Administração é “PARTE” no contrato.


Compreende qualquer conduta ou comportamento da Administração que, como parte contra-
tual, torne impossível a execução do contrato ou provoque seu desequilíbrio econômico.
Pode provocar uma suspensão transitória da execução do contrato, ou pode levar a uma
paralisação definitiva, tornando justificável o descumprimento do contrato pelo contratado e,
portanto, isentando-o das sanções administrativas.

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Exemplos são dados por Hely Lopes Meirelles: “quando a Administração deixa de entregar
o local da obra ou do serviço, ou não providencia as desapropriações necessárias, ou não ex-
pede a tempo as competentes ordens de serviço (...)”.
Algumas hipóteses são previstas no art. 136:

I – supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras que acarrete modificação
do valor inicial do contrato além do limite permitido no art. 124 desta Lei;
II – suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a
3 (três) meses;
III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do pagamento
obrigatório de indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mo-
bilizações e outras previstas;
IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de par-
celas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos;
V – não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área, local ou objeto, para execução
de obra, serviço ou fornecimento, e de fontes de materiais naturais especificadas no projeto, inclusive
devido a atraso ou descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração relacio-
nadas a desapropriação, a desocupação de áreas públicas ou a licenciamento ambiental.

Teoria da Imprevisão

É todo acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e


inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato exces-
sivamente onerosa para o contratado.2
A teoria da imprevisão autoriza a revisão contratual para ajustá-lo às circunstâncias su-
pervenientes.
São exemplos os contratos afetados por crise mundial da economia, do dólar, guerras.
Como diz a doutrina, geralmente decorre de desarranjos econômicos.
Conforme estudado em tópico anterior, no direito privado existe, em todos os contratos,
a cláusula da pacta sunt servanda (contratos são feitos para serem cumpridos). A referida
cláusula pode ser relativizada em algumas situações. Uma delas, que recebeu o nome de re-
bus sic stantibus, confirmava que um contrato deveria manter, durante toda sua execução, a
mesma situação contratada segundo seu estado original. Logo, havendo fatos supervenientes
que alterassem a situação original, os contratos não deveriam ser cegamente cumpridos, e sim
adaptados para a situação superveniente no decorrer do contrato.
Entende-se, portanto, que a teoria da imprevisão decorre da aplicação da cláusula rebus
sic stantibus, utilizada nos contratos privados.
Quando for possível ao contratado continuar a execução do contrato, repartir-se-á o pre-
juízo, para restabelecer o equilíbrio econômico financeiro.
2
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2003.

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A teoria da imprevisão aplica-se somente a contratos onerosos, comutativos (prestações


certas e determinadas) e de execução continuada ou diferida, quando sobrevierem circunstân-
cias que impliquem na onerosidade excessiva ou na impossibilidade de execução contratual.
Se a parte prejudicada não puder cumprir as obrigações contratuais, dar-se-á a rescisão,
sem atribuição de culpa. Se o cumprimento for possível, mas acarretar ônus para a parte, terá
esta direito à revisão do preço para restaurar o equilíbrio rompido.

Interferências Imprevistas

São fatos materiais imprevistos, mas existentes ao tempo da celebração do contrato, por
exemplo, a diversidade de terrenos conhecidos somente no curso da execução de uma obra
pública; terreno arenoso; lençol de água subterrâneo de pouca profundidade, onde haverá uma
construção; descoberta de rochas de grande proporção no fundo do lago em que se pretende
fazer a perfuração para a colocação da base de uma ponte a ser construída.
A diferença da teoria da imprevisão para a interferência imprevista está em que nesta o
fato é antigo, já existia, só não foi possível sua previsão; e naquela o fato é novo, imprevisível
e inevitável.
Celso Antônio Bandeira de Mello também destaca que na teoria da imprevisão o que alte-
ra o equilíbrio contratual são incidentes econômicos; ao passo que as sujeições imprevistas
decorrem de fatos materiais, incidentes técnicos.

Caso Fortuito e Força Maior

Decorre de eventos humano ou da natureza, que não permitem a execução contratual.


Pode decorrer de um furacão ou terremoto que destroem parte da obra já executada ou, então,
movimento de naturalistas ou sem-terra (MST), que impedem o contratado de executar deter-
minada obra.
Pode a parte invocá-los para eximir-se das consequências da mora ou obter a rescisão do
contrato. Entretanto, caso fortuito e força maior apenas são causas justificadoras da inexe-
cução quando não tiver havido culpa da parte, isto é, quando não tiver contribuído para colo-
car-se em situação de o evento ser acolhido. Assim, se, quando este sobrevém, a parte já está
em mora, a escusa não lhe aproveita; salvo se provar também que o dano ocorreria mesmo
que estivessem suas obrigações em dia.3
As situações de caso fortuito e força maior podem ser enquadradas como interferências
imprevistas, pois nem todos os autores se referem aos dois primeiros eventos. Assim, em
concursos públicos, se for apresentado fato que paralisa o contrato, sendo decorrente de
evento humano ou da natureza, é razoável admitir que seja caso de interferências imprevistas.
3
Os conceitos de caso fortuito e força maior não são unânimes na doutrina do direito administrativo e do direito civil, pois
apresentam a força maior como evento da natureza e o caso fortuito como evento humano e vice-versa, e outros diplomas
não chegam nem a fazer a distinção, tendo em vista que as duas situações levam ao mesmo efeito.

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Quadro-Resumo

FATO DA TEORIA DA INTERFERÊNCIAS


FATO DO PRÍNCIPE IMPREVISTAS
ADMINISTRAÇÃO IMPREVISÃO
Fato NOVO.
Medida GERAL; afeta Afeta somente o Fato ANTIGO.
Imprevisível e
a todos. contratado. Poderia ser previsto,
inevitável.
Provocada pelo Provocado pela mas não foi.
Incidentes
Estado. Administração. Incidentes técnicos.
econômicos.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 93. Nas contratações de projetos ou
de serviços técnicos especializados,
inclusive daqueles que contemplem o
desenvolvimento de programas e aplicações
de internet para computadores, máquinas,
equipamentos e dispositivos de tratamento
e de comunicação da informação (software)
– e a respectiva documentação técnica
associada –, o autor deverá ceder todos os
direitos patrimoniais a eles relativos para
a Administração Pública, hipótese em que
poderão ser livremente utilizados e alterados
por ela em outras ocasiões, sem necessidade
de nova autorização de seu autor.
§ 1º Quando o projeto se referir a obra
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível
de privilégio, a cessão dos direitos a que
se refere o caput deste artigo incluirá
o fornecimento de todos os dados,
documentos e elementos de informação
pertinentes à tecnologia de concepção,
desenvolvimento, fixação em suporte físico
de qualquer natureza e aplicação da obra.
§ 2º É facultado à Administração Pública deixar
de exigir a cessão de direitos a que se refere
o caput deste artigo quando o objeto da
contratação envolver atividade de pesquisa
e desenvolvimento de caráter científico,
tecnológico ou de inovação, considerados os
princípios e os mecanismos instituídos pela
Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004.
§ 3º Na hipótese de posterior alteração do
projeto pela Administração Pública, o autor
deverá ser comunicado, e os registros
serão promovidos nos órgãos ou entidades
competentes.

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Art. 61, Parágrafo único. A publicação Art. 94. A divulgação no Portal Nacional
resumida do instrumento de contrato ou de de Contratações Públicas (PNCP) é
seus aditamentos na imprensa oficial, que condição indispensável para a eficácia
é condição indispensável para sua eficácia, do contrato e de seus aditamentos e deverá
será providenciada pela Administração até ocorrer nos seguintes prazos, contados da
o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua data de sua assinatura:
assinatura, para ocorrer no prazo de vinte I – 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
dias daquela data, qualquer que seja o seu II – 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação
valor, ainda que sem ônus, ressalvado o direta.
disposto no art. 26 desta Lei. § 1º Os contratos celebrados em caso de
urgência terão eficácia a partir de sua
assinatura e deverão ser publicados nos
prazos previstos nos incisos I e II do caput
deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º A divulgação de que trata o caput deste
artigo, quando referente à contratação
de profissional do setor artístico por
inexigibilidade, deverá identificar
os custos do cachê do artista, dos
músicos ou da banda, quando houver,
do transporte, da hospedagem, da
infraestrutura, da logística do evento e
das demais despesas específicas.
§ 3º No caso de obras, a Administração
divulgará em sítio eletrônico oficial, em até
25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura
do contrato, os quantitativos e os preços
unitários e totais que contratar e, em até 45
(quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão
do contrato, os quantitativos executados e
os preços praticados.
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).

Eficácia do Contrato
Bem, antes de falar de eficácia temos que diferenciar da vigência.
O prazo de vigência contratual tem por finalidade determinar o período de tempo durante
o qual um contrato administrativo se apresenta como obrigatório para as partes (é o prazo de
duração). Já a eficácia consiste na potencialidade de produção de efeitos do contrato. Eficácia
se refere a prazo de execução.
Assim:
• vigência – duração do contrato;
• eficácia – produção de efeitos/prazo de execução.

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Logo, pode ocorrer de o contrato ter prazo de vigência e eficácia idênticos ou não!!
Como assim?
Vamos imaginar que um contrato para treinamento de pessoal seja assinado com uma
instituição para a vigência começar em 1/01/21 e se encerrar em 31/12/22. E a eficácia pode
ser quando as aulas são iniciadas de 3/03/21 a 01/12/21. Assim, em 01/12/21 encerrando-se
as aulas o contrato deixou de ser eficaz, mas continua vigente.
Sempre se entendeu, e estava na Lei n. 8.666/1993, que o contrato só produziria efeitos
com a publicação do seu extrato na imprensa oficial. Mas isso teve uma grande mudança na
Lei n. 14.133/2021.
Segundo a Lei n. 14.133/2021, a divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas
(PNCP) é condição indispensável para a eficácia do contrato e seus aditamentos e deverá
ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:
• vinte dias úteis, no caso de licitação;
• dez dias úteis, no caso de contratação direta.

Então, note, perceba, decore (rs) que: a divulgação no PNCP é condição para a EFICÁCIA
do contrato.
Contudo, os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir da sua assi-
natura e deverão ser publicados nos prazos acima visos, sob pena de nulidade.
A divulgação no PNCP, quando referente à contratação de profissional do setor artístico
por inexigibilidade, deverá identificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda,
quando houver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento e das
demais despesas específicas. Com a Lei n. 14.133/2021, ficará mais clara a discriminação do
que é gasto com serviços artísticos. O povo agradece!!!
No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 25 dias
úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que con-
tratar e, em até 45 dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos executados e os
preços praticados.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 62. O instrumento de contrato é Art. 95. O instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de concorrência obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses,
e de tomada de preços, bem como nas em que a Administração poderá substituí-
dispensas e inexigibilidades cujos preços lo por outro instrumento hábil, como carta-
estejam compreendidos nos limites destas contrato, nota de empenho de despesa,
duas modalidades de licitação, e facultativo autorização de compra ou ordem de
nos demais em que a Administração puder execução de serviço:
substituí-lo por outros instrumentos hábeis, I – dispensa de licitação em razão de valor;
tais como carta-contrato, nota de empenho II – compras com entrega imediata e integral
de despesa, autorização de compra ou dos bens adquiridos e dos quais não resultem
ordem de execução de serviço. obrigações futuras, inclusive quanto a
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará assistência técnica, independentemente de
sempre o edital ou ato convocatório da seu valor.
licitação. § 1º Às hipóteses de substituição do
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho instrumento de contrato, aplica-se, no que
de despesa”, “autorização de compra”, couber, o disposto no art. 92 desta Lei.
“ordem de execução de serviço” ou outros § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato
instrumentos hábeis aplica-se, no que verbal com a Administração, salvo o de
couber, o disposto no art. 55 desta Lei. pequenas compras ou o de prestação
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a de serviços de pronto pagamento, assim
61 desta Lei e demais normas gerais, no que entendidos aqueles de valor não superior a
couber: R$ 10.000,00 (dez mil reais).
I – aos contratos de seguro, de financiamento,
de locação em que o Poder Público seja
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
regido, predominantemente, por norma de
direito privado;
II – aos contratos em que a Administração
for parte como usuária de serviço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato”
e facultada a substituição prevista neste
artigo, a critério da Administração e
independentemente de seu valor, nos casos
de compra com entrega imediata e integral
dos bens adquiridos, dos quais não resultem
obrigações futuras, inclusive assistência
técnica.

Substituição do Instrumento de Contrato


Veja que a lei determinou que o instrumento do contrato é obrigatório, podendo ser subs-
tituído nos casos do art. 95.
O instrumento de contrato ou termo de contrato é o documento contratual com todas as
cláusulas exigidas do art. 92. Portanto, é um documento extenso e complexo. Mas a lei admite
em alguns casos sua substituição, por outros documentos menos complexos.
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As situações que a lei admite a substituição do instrumento contratual são nos casos de
dispensa de licitação em razão de valor e compras com entrega imediata e integral dos bens
adquiridos e dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica,
independentemente de seu valor.
Uma nota de empenho é um documento que decorre do processo de pagamento pela Ad-
ministração Pública. É um documento de uma folha apenas, no qual terá o nome do benefici-
ário do valor, o órgão que irá pagar, o objeto a que se refere o pagamento. Basicamente isso.
Assim, nas situações que a lei permitir, pode, por exemplo, substituir o termo de contrato
pela nota de empenho.
Esta hipótese prevista em lei não se refere ao contrato verbal, trata-se de substituição de
documento escrito de maior complexidade (instrumento contratual), por outro documento
escrito de menor complexidade em razão do valor a ser contratado (carta-contrato, nota de
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço).

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 56. A critério da autoridade competente, CAPÍTULO II
em cada caso, e desde que prevista DAS GARANTIAS
no instrumento convocatório, poderá Art. 96. A critério da autoridade competente,
ser exigida prestação de garantia nas em cada caso, poderá ser exigida, mediante
contratações de obras, serviços e compras. previsão no edital, prestação de garantia
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma nas contratações de obras, serviços e
das seguintes modalidades de garantia: fornecimentos.
I – caução em dinheiro ou em títulos § 1º Caberá ao contratado optar por uma
da dívida pública, devendo estes ter sido das seguintes modalidades de garantia:
emitidos sob a forma escritural, mediante I – caução em dinheiro ou em títulos
registro em sistema centralizado de da dívida pública emitidos sob a forma
liquidação e de custódia autorizado pelo escritural, mediante registro em sistema
Banco Central do Brasil e avaliados pelos centralizado de liquidação e de custódia
seus valores econômicos, conforme definido autorizado pelo Banco Central do Brasil,
pelo Ministério da Fazenda; e avaliados por seus valores econômicos,
II – (VETADO). conforme definido pelo Ministério da
II – seguro-garantia; Economia;
III – fiança bancária. II – seguro-garantia;
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste III – fiança bancária emitida por banco
artigo não excederá a cinco por cento ou instituição financeira devidamente
do valor do contrato e terá seu valor autorizada a operar no País pelo Banco
atualizado nas mesmas condições daquele, Central do Brasil.
ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste § 2º Na hipótese de suspensão do
artigo. contrato por ordem ou inadimplemento
da Administração, o contratado ficará
desobrigado de renovar a garantia ou de
endossar a apólice de seguro até a ordem
de reinício da execução ou o adimplemento
pela Administração.
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§ 3º(VETADO) § 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um)


§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de mês, contado da data de homologação da
grande vulto envolvendo alta complexidade licitação e anterior à assinatura do contrato,
técnica e riscos financeiros consideráveis, para a prestação da garantia pelo contratado
demonstrados através de parecer quando optar pela modalidade prevista no
tecnicamente aprovado pela autoridade inciso II do § 1º deste artigo.
competente, o limite de garantia previsto no Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo
parágrafo anterior poderá ser elevado para garantir o fiel cumprimento das obrigações
até dez por cento do valor do contrato. assumidas pelo contratado perante a
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será Administração, inclusive as multas, os
liberada ou restituída após a execução do prejuízos e as indenizações decorrentes de
contrato e, quando em dinheiro, atualizada inadimplemento, observadas as seguintes
monetariamente. regras nas contratações regidas por esta Lei:
§ 5º Nos casos de contratos que importem I – o prazo de vigência da apólice será
na entrega de bens pela Administração, igual ou superior ao prazo estabelecido no
dos quais o contratado ficará depositário, contrato principal e deverá acompanhar as
ao valor da garantia deverá ser acrescido o modificações referentes à vigência deste
valor desses bens. mediante a emissão do respectivo endosso
Art. 57. A duração dos contratos regidos pela seguradora;
por esta Lei ficará adstrita à vigência dos II – o seguro-garantia continuará em vigor
respectivos créditos orçamentários, exceto mesmo se o contratado não tiver pago o
quanto aos relativos: prêmio nas datas convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução
continuada ou de fornecimento
contínuo de bens e serviços, será
permitida a substituição da apólice de
seguro-garantia na data de renovação ou
de aniversário, desde que mantidas as
mesmas condições e coberturas da apólice
vigente e desde que nenhum período fique
descoberto, ressalvado o disposto no § 2º do
art. 96 desta Lei.
Art. 98. Nas contratações de obras,
serviços e fornecimentos, a garantia
poderá ser de até 5% (cinco por cento)
do valor inicial do contrato, autorizada a
majoração desse percentual para até
10% (dez por cento), desde que justificada
mediante análise da complexidade técnica e
dos riscos envolvidos.

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Parágrafo único. Nas contratações de


serviços e fornecimentos contínuos com
vigência superior a 1 (um) ano, assim
como nas subsequentes prorrogações,
será utilizado o valor anual do contrato
para definição e aplicação dos percentuais
previstos no caput deste artigo.
Art. 99. Nas contratações de obras e
serviços de engenharia de GRANDE
VULTO, poderá ser exigida a prestação de
garantia, na modalidade seguro-garantia,
com cláusula de retomada prevista no art.
102 desta Lei, em percentual equivalente a
até 30% (trinta por cento) do valor inicial do
contrato.
Art. 100. A garantia prestada pelo contratado
será liberada ou restituída após a fiel execução
do contrato ou após a sua extinção por culpa
exclusiva da Administração e, quando em
dinheiro, atualizada monetariamente.
Art. 101. Nos casos de contratos que
impliquem a entrega de bens pela
Administração, dos quais o contratado
ficará depositário, o valor desses bens
deverá ser acrescido ao valor da garantia.
Art. 102. Na contratação de obras e
serviços de engenharia, o edital poderá
exigir a prestação da garantia na modalidade
seguro-garantia e prever a obrigação de a
seguradora, em caso de inadimplemento
pelo contratado, assumir a execução e
concluir o objeto do contrato, hipótese
em que:
I – a seguradora deverá firmar o contrato,
inclusive os aditivos, como interveniente
anuente e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for
executado o contrato principal;

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b) acompanhar a execução do contrato


principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável
técnico pela obra ou pelo fornecimento;
II – a emissão de empenho em nome da
seguradora, ou a quem ela indicar para
a conclusão do contrato, será autorizada
desde que demonstrada sua regularidade
fiscal;
III – a seguradora poderá subcontratar
a conclusão do contrato, total ou
parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de
inadimplemento do contratado, serão
observadas as seguintes disposições:
I – caso a seguradora execute e conclua
o objeto do contrato, estará isenta da
obrigação de pagar a importância segurada
indicada na apólice;
II – caso a seguradora não assuma a execução
do contrato, pagará a integralidade da
importância segurada indicada na apólice.

Garantia nos Contratos


A exigência de garantia é uma cláusula exorbitante.
É exorbitante porque somente a Administração Pública é quem pode exigir garantia do
contratado.
A exigência de garantia recebeu da Lei n. 14.133/2021 importância atenção, pois um dos
problemas na execução contratual é a empresa falir/abandonar a obra e deixar boa parte da
execução contratual inacabada. Você já deve ter visto em algumas cidades grandes obras
públicas inacabadas...ninguém merece!
Assim, é possível a Administração Pública exigir uma garantia desde que haja previsão no
edital da licitação.
O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data da homologação da licita-
ção e anterior à assinatura do contrato, para a prestação da garantia pelo contratado. Se não
prestar a garantia no tempo e modo corretos, não haverá o contrato e o contratado fica sujeito
à aplicação de penalidades.
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a fiel execução do
contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva da Administração, e, quando em dinheiro,
atualizada monetariamente.
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Quais são as garantias que o contratado pode prestar?


• Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, emitidos sob a forma escritural,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo
Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido
pelo Ministério da Economia.
• Seguro-garantia.
• Fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a
operar no País pelo Banco Central do Brasil.

Caução em dinheiro é fácil de entender. Trata-se de uma contraprestação pecuniária


como garantia.
Os títulos da dívida pública são papéis públicos que valem dinheiro. Quando o Estado quer
“pegar dinheiro emprestado” com o particular ele vende seus títulos públicos por um valor e
o resgata depois de um prazo, pagando um valor acordado, com juros e demais encargos. É
uma forma do Estado obter uma receita para investimentos. Você já deve ter ouvido falar em
Tesouro Direto que são exemplos de títulos públicos.
Já que esses títulos têm liquidez e valem dinheiro, podem ser dados como garantia.
Já o seguro-garantia tem o conceito dado pela própria Lei em seu art. 6º, sendo o seguro
que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e con-
tratos, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento. É
um contrato de seguro que o contratado faz com uma empresa para que repare danos à Admi-
nistração Pública caso venha a causar danos durante a execução contratual.
A fiança bancária, em termos bem simples, é um contrato de fiança que o contratado faz
com uma instituição para que seja seu fiador, garantindo a reparação de danos se o contratado
não o fizer.
Mas fique tranquilo(a), no concurso não vão perguntar os conceitos, apenas se pode, ou
não, ser dada a garantia.

Caberá ao contratado escolher a forma de garantia a ser prestada para a Administração Pública.
A Administração Pública exige uma garantia, mas o contratado escolherá aquela que seja mais
conveniente para ele, podendo, também, modificar a forma de garantia prestada durante a exe-
cução contratual.

 Obs.: a escolha da garantia cabe ao contratado.

Quais são os limites do valor da garantia?


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A garantia para celebração do contrato com a Lei n. 14.133/2021 têm vários valores:
Poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor
inicial do contrato, autorizada a majoração desse
OBRAS, SERVIÇOS E percentual para até 10% (dez por cento), desde
FORNECIMENTOS que justificada mediante análise da complexidade
técnica e dos riscos envolvidos.
Poderá ser exigida a prestação de garantia, na
modalidade seguro-garantia, com cláusula
CONTRATAÇÃO DE GRANDE VULTO de retomada prevista no art. 102, em percentual
equivalente a até 30% (trinta por cento) do valor
inicial do contrato.
CONTRATOS QUE IMPLIQUEM
A ENTREGA DE BENS PELA
ADMINISTRAÇÃO, DOS QUAIS O valor desses bens deverá ser acrescido ao
O CONTRATADO FICARÁ valor da garantia.
DEPOSITÁRIO. Assim, todo o valor dos bens entregues deve ser
Ex.: Administração Pública faz somado à garantia.
construção do metrô e transfere
ao contratado os vagões, trilhos e
demais equipamentos.

Agora, uma importante novidade justamente para não deixar obras paradas!!! Inclusive já é
feito em vários países. É uma das novidades mais aplaudidas pela doutrina. Mas já pense na
disposição a seguir tendo em mente o que aconteceu com várias obras paradas e ainda acon-
tece bastante. Já viu por aí aquelas obras públicas inacabadas? Foi pensando nisso que a Lei
n. 14.133/2021 previu a cláusula de retomada. Vejamos!
Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital poderá exigir a prestação da ga-
rantia na modalidade seguro-garantia e prever a obrigação de a seguradora, em caso de inadim-
plemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:

I – a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, como interveniente anuente,


e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou pelo fornecimento;
II – a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem ela indicar para a conclusão do
contrato, será autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal;
III – a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou parcialmente.

Note que a seguradora assumirá a execução contratual, dando continuidade à obra deixada
pelo contratado. Admite-se que a empresa de seguros seja uma espécie de “gestora” da obra e
subcontrate INTEGRALMENTE a execução do contrato.

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO III
DA ALOCAÇÃO DE RISCOS
Art. 103. O contrato poderá identificar os
riscos contratuais previstos e presumíveis e
prever matriz de alocação de riscos, alocando-
os entre contratante e contratado, mediante
indicação daqueles a serem assumidos
pelo setor público ou pelo setor privado ou
daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata
o caput deste artigo considerará, em
compatibilidade com as obrigações e os
encargos atribuídos às partes no contrato,
a natureza do risco, o beneficiário das
prestações a que se vincula e a capacidade
de cada setor para melhor gerenciá-lo.
§ 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida
por seguradoras serão preferencialmente
transferidos ao contratado.
§ 3º A alocação dos riscos contratuais será
quantificada para fins de projeção dos
reflexos de seus custos no valor estimado
da contratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos
definirá o equilíbrio econômico-financeiro
inicial do contrato em relação a eventos
supervenientes e deverá ser observada na
solução de eventuais pleitos das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do
contrato e da matriz de alocação de riscos,
será considerado mantido o equilíbrio
econômico-financeiro, renunciando as
partes aos pedidos de restabelecimento do
equilíbrio relacionados aos riscos assumidos,
exceto no que se refere:
I – às alterações unilaterais determinadas
pela Administração, nas hipóteses do inciso
I do caput do art. 124 desta Lei;
II – ao aumento ou à redução, por legislação
superveniente, dos tributos diretamente
pagos pelo contratado em decorrência do
contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput
deste artigo, poderão ser adotados
métodos e padrões usualmente utilizados
por entidades públicas e privadas, e os
ministérios e secretarias supervisores dos
órgãos e das entidades da Administração
Pública poderão definir os parâmetros
e o detalhamento dos procedimentos
necessários a sua identificação, alocação e
quantificação financeira.
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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Alocação de Riscos
A CF garante a manutenção do equilíbrio financeiro do contrato durante toda a sua exe-
cução. Assim, qualquer fator posterior que quebre esse equilíbrio estabelecido no início do
contrato, acarreta revisão contratual. Porém, isso depende de um processo administrativo para
verificação se houve realmente um fato superveniente, se houve quebra do equilíbrio contratu-
al e demais requisitos exigidos. Entretanto, a função da matriz de riscos já é prever eventuais
fatores que podem alterar o equilíbrio contratual já dividindo para cada parte as responsabi-
lidades se esse fator realmente vier a acontecer. Por exemplo, pode haver uma previsão no
contrato de uma construção de ponte sobre um lago que, se forem encontradas rochas no
local da perfuração, ficará a cargo do contratado a contratação de empresa especializada na
retirada das rochas.
O art. 22 da lei dispõe que o edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre
o contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do valor estimado da contratação
poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitação e os riscos atribuídos ao
contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente federativo.
Matriz de riscos é uma novidade da Lei n. 14.133/2021.
Matriz de riscos é uma ferramenta de gerenciamento que permite ampliar a visibilidade
de possíveis riscos durante a execução contratual já estabelecendo as responsabilidades
das partes em razão dos possíveis riscos na execução do contrato. Com os riscos previs-
tos na matriz de riscos e alocados (distribuídos) entre as partes, a lei prevê que haverá re-
núncia das partes aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacionados aos riscos
assumidos, salvo em casos excepcionais (alteração unilateral e fato do príncipe – altera-
ção tributária).

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO IV
Art. 58. O regime jurídico dos contratos DAS PRERROGATIVAS DA
administrativos instituído por esta Lei ADMINISTRAÇÃO
confere à Administração, em relação a eles, Art. 104. O regime jurídico dos contratos
a prerrogativa de: instituído por esta Lei confere à Administração,
em relação a eles, as prerrogativas de:

Das Prerrogativas da Administração – Art. 104


Veremos agora as CLÁUSULAS EXORBITANTES.
Chegamos a parte mais importante de contratos, para os concursos públicos. As questões
mais frequentes, em todas as bancas, são aquelas que abordam esse tema.
Então! Atenção TOTAL!!!!
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Lembre-se de que são exorbitantes (ou chamadas de leoninas) porque só dão esses pode-
res para a Administração Pública. O contratado não pode se valer dessas cláusulas.
Cláusula leonina em contrato de direito privado (entre particulares) é ilegal, pois nesses
contratos as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obrigações. Se tiver cláusula
em contrato privado que confere direito apenas a uma das partes, será ilegal (leonina).
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
I – modificá-los, unilateralmente, I – modificá-los, unilateralmente,
para melhor adequação às finalidades de para melhor adequação às finalidades de
interesse público, respeitados os direitos do interesse público, respeitados os direitos do
contratado; contratado;

Alteração Unilateral (Art. 123)


Essa é uma das que mais são cobradas em prova!!!
A Administração Pública pode fazer alterações durante a execução contratual de forma
unilateral, vale dizer, independentemente da vontade do contratado.
Quando foi celebrado o contrato, o contratado já sabia que isso poderia ocorrer.
Porém, a lei colocou limites para as alterações serem feitas.
Inicialmente, cabe falar que o contrato administrativo pode ser alterado de forma unila-
teral ou por acordo e as alterações unilaterais podem ser de ordem qualitativa ou quantitati-
va. Vejamos:

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Vamos entender essas modificações que podem ser feitas.


Primeiro, vamos falar das alterações unilaterais.
As modificações impostas (unilaterais) pela Administração referem-se a modificações
quantitativas, de modo que o valor final seja, consequentemente, alterado (para mais ou para
menos), desde que seja dentro dos limites legais.
Mas não é modificar o valor! É modificar a quantidade inicial exigida, de modo que o valor
final, por consequência, também seja modificado. Modificar apenas o valor, de forma unilateral,
não pode ocorrer. Repito: é modificar a quantidade, mas modificando a quantidade, para mais
ou para menos, o valor final modificará também, é uma decorrência.

Exemplo: um contrato de valor inicial de R$ 1.000.000,00 de uma obra como a construção de


uma rodovia de 100 km pode sofrer modificação unilateral para que o contratado tenha que
fazer algo a mais ou a menos. Por exemplo se o contrato era de 100 km, podem exigir que ele
faça mais 15 km, em razão de um trecho que não foi previsto inicialmente. Mas o contratado
receberá o acréscimo de valor por isso proporcionalmente. Se a modificação chegar até R$
1.250.000,00 para acréscimos e até R$ 750.000,00 para supressões serão admitidas as modi-
ficações unilaterais.

A Administração tem o poder de impor ao contratado que aceite as modificações efetu-


adas dentro dos limites fixados em lei, pois quando assinou o contrato sabia que isso pode-
ria ocorrer.
Não se submetendo às alterações, o contratado é considerado descumpridor do contrato,
possibilitando à Administração rescindir o ajuste, atribuindo-lhe culpa na rescisão, com aplica-
ção de penalidade.
Por outro lado, não pode a Administração impor alterações além (acima) dos limites da lei.
E nem poderia mesmo, uma vez que para alterações que superem os limites fixados em lei,
deve haver o devido processo licitatório.
Pode, também, haver alteração abaixo dos limites fixados em lei, mas, neste caso, deve
haver a concordância do contratado, uma vez que poderá suportar prejuí­zo em razão da su-
pressão pretendida pela Administração.
No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido
materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos
custos de aquisição, regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber
indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados. E ainda ocorrerá a revisão de preços para mais ou para menos, em caso
de criação, alteração ou extinção de tributos ou encargos legais, após a apresentação das
propostas e de comprovada repercussão nos preços contratados.
Não dispensa a motivação o ato de alteração unilateral do contrato administrativo. Exige a
lei justificativa para promover alterações.
Em razão de a lei só impor limites (25%, como regra) para as alterações quantitativas, o
TCU vem entendendo que as alterações qualitativas devem observar os mesmos limites para
as alterações quantitativas, salvo em situações excepcionais tecnicamente justificáveis.

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Nas alterações QUALITATIVAS o objeto inicial é o mesmo. Por exemplo continua sendo a
construção dos mesmos 100km de uma rodovia, mas o projeto inicial tem que sofrer adequações
técnicas. Seria o caso, por exemplo, de usar uma tecnologia nova de asfalto na qual terá uma
durabilidade maior, mas veja: mantém-se os mesmos 100 km, só muda a qualidade do asfalto.
Imagino que você deve estar se questionando sobre aquelas notícias divulgadas nos
meios de comunicação que relatam contratos que dobraram ou triplicaram de valor…

É possível, professor?

É possível sim, meu(minha) caro(a)! Porém essas alterações decorrem de fatos super-
venientes, imprevisíveis e inevitáveis que necessitam de novos ajustes para atender a essas
situações. E nesse caso será possível adequar o valor do contrato à situação surgida. Tem
que haver acordo entre os contratantes.
Esses limites de até 25% do valor inicial se refere aos limites que tem a Administração
Pública para impor (unilateralmente) alterações ao contrato.
Deverá haver o reequilíbrio financeiro do contrato nas contratações de obras e serviços de
engenharia, quando a execução for obstada pelo atraso na conclusão de procedimentos de
desapropriação, desocupação, servidão administrativa ou licenciamento ambiental, por cir-
cunstâncias alheias ao contratado. Assim, a Administração Pública e contratado vão “sentar
à mesa” para rediscutir os valores do contrato e recompor o equilíbrio financeiro.
Dispõe, também, a lei que a extinção do contrato não configurará óbice para o reconheci-
mento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedida indenização
por meio de termo indenizatório. Contudo, o pedido de restabelecimento do equilíbrio eco-
nômico-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato e antes de eventual
prorrogação. Assim, diante dessa hipótese é possível falar de reequilíbrio financeiro em con-
trato extinto, desde que o pedido de restabelecimento tenha sido feito na vigência contra-
tual. Se o pedido não foi feito a tempo, a Administração Pública mesmo assim deve fazer o
pagamento, sob pena de enriquecimento ilícito. Contudo, não poderá ser mediante o termo de
indenizatório, devendo ser feito o procedimento de reconhecimento de dívida.
A regra é que havendo alterações, seja feito o TERMO ADITIVO, pois a formalização do
termo aditivo é condição para a execução, pelo contratado, das prestações determinadas
pela Administração no curso da execução do contrato. Porém, a formalização poderá ocorrer
no prazo máximo de 1 (um) mês nos casos de justificada necessidade de antecipação de
seus efeitos.
Os preços contratados serão alterados, para mais ou para menos, conforme o caso, se
houver, após a data da apresentação da proposta, criação, alteração ou extinção de quaisquer
tributos ou encargos legais ou a superveniência de disposições legais, com comprovada reper-
cussão sobre os preços contratados (art. 133). Com a entrega da proposta, o contrato fica a

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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ela vinculado, mas se houver a modificação das condições, especialmente fiscais, que antes
não eram previstas o contratado terá direito à recomposição contratual com a alteração dos
preços ofertados.

As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser alteradas


sem prévia concordância do contratado.
Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos II – extingui-los, unilateralmente, nos
especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; casos especificados nesta Lei;

Extinção Unilateral
Existem algumas formas de extinção do contrato administrativo que veremos mais adiante.
Porém, a extinção unilateral é uma cláusula exorbitante, na medida em que o contratado
não tem o poder de fazer uma extinção unilateral (por conta dele), mas a Administração Públi-
ca tem esse poder, claro que será mediante um processo administrativo prévio. Mas ela pode,
independentemente da vontade do contrato, fazer rescisão nas hipóteses legais.
Os casos que permitem à Administração Pública proceder à extinção unilateral são:
• não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas con-
tratuais, de especificações, de projetos ou de prazos;
• desatendimento das determinações regulares emitidas pela autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autoridade superior;
• alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da empresa que restrinja
sua capacidade de concluir o contrato;
• decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade ou falecimento
do contratado;
• caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da execução do
contrato;
• atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou alteração
substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo previsto;
• atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou a servidão
administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;
• razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do órgão ou da entida-
de contratante;
• não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos prevista em lei, bem
como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para reabilitado da
Previdência Social ou para aprendiz.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


III – fiscalizar-lhes a execução; III – fiscalizar sua execução;

Fiscalização
Mais uma vez, é exorbitante porque quem terá a prerrogativa de fiscalizar a execução da
outra parte é a Administração Pública. O contratado não fiscaliza, na relação contratual, a
Administração Pública.
A instrução normativa n. 5/2017 disciplina muito bem a execução contratual dos servi-
ços contínuos. Em seu art. 39 é possível entender muito bem a funções do fiscal e do gestor
do contrato:

Art. 39 As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual são o conjunto de ações que
tem por objetivo aferir o cumprimento dos resultados previstos pela Administração para os servi-
ços contratados, verificar a regularidade das obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem
como prestar apoio à instrução processual e o encaminhamento da documentação pertinente ao
setor de contratos para a formalização dos procedimentos relativos a repactuação, alteração, re-
equilíbrio, prorrogação, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre
outras, com vista a assegurar o cumprimento das cláusulas avençadas e a solução de problemas
relativos ao objeto.

Segundo a lei, a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou
mais fiscais do contrato, representantes da Administração especialmente designados confor-
me requisitos estabelecidos no art. 7º, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contrata-
ção de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.
De fato, a Administração Pública não pode esperar só no ato da entrega do objeto para
verificar como ficou. Deve designar um representante para fiscalizar a execução.
Contudo, pode a Administração Pública realizar a contratação de terceiros para auxiliar
(subsidiar) na fiscalização, devendo ser observadas as seguintes regras:
• a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva pela
veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará termo de compromisso
de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e exclusiva de fiscal de
contrato;
• a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o fiscal do contrato, nos
limites das informações recebidas do terceiro contratado.

Note que o terceiro contratado para auxiliar, não exercerá o papel de fiscal. É somente
para auxiliá-lo mesmo. E o fiscal do contrato (que será um servidor do órgão) continua sendo
o responsável principal pela fiscalização.

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no local da obra ou do


serviço para representá-lo na execução do contrato. O preposto é uma espécie de represen-
tante do contratado.
Conforme determina o art. 120 da Lei, o contratado será responsável pelos danos causados
diretamente à Administração ou a terceiros em razão da execução do contrato, e não excluirá
nem reduzirá essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo contratante.
A lei retirou da Administração Pública a responsabilidade pelos danos decorrentes da exe-
cução do contrato. O fato de ter um representante da Administração Pública não retirará nem
atenuará a responsabilidade do contratado.
A responsabilidade pelos danos decorrentes durante a execução, que será do contratado,
ocorrerá na forma subjetiva, ou seja, deve ser demonstrada a sua culpa para que o particular
tenha direito à reparação pelo prejuízo. Então, por exemplo, se um empregado do contratado
atropela com um trator da obra um morador, quem responde é a empresa contratada.

Professor, e a questão da responsabilidade pelos demais encargo do contrato? Inclusive


trabalhistas. Como fica?

Fiscalização Administrativa é o acompanhamento dos aspectos administrativos da exe-


cução dos serviços nos contratos quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhis-
tas, bem como quanto às providências tempestivas nos casos de inadimplemento.
Fixa a Lei de Licitações, art. 121, que somente o contratado será responsável pelos en-
cargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato
Note o que a lei disse: o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenci-
ários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. E, a Lei n. 14.133/2021, ainda
acrescentou o “somente”.
Ou seja, o contratado é o responsável pelo pagamento de tais débitos. A lei NÃO atribuiu
tal responsabilidade à Administração Pública.
A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais
não transfere à Administração a responsabilidade pelo seu pagamento e não poderá onerar o
objeto do contrato nem restringir a regularização e o uso das obras e das edificações, inclu-
sive perante o registro de imóveis.
Então, fixe que a regra é: a responsabilidade pelos encargos do contrato são do CONTRATADO.
Contudo, nos contratos de serviços contínuos, com dedicação de mão de obra exclusiva
(ex.: serviço de limpeza e vigilância), sempre foi objeto de discussão a responsabilidade pelos
encargos trabalhistas, pois o TST tinha por costume colocar diretamente na conta da Adminis-
tração Pública quando o contratado não fizesse os pagamentos. Isso gerou algumas ações no
STF para que ele se manifestasse. E a posição do STF foi no sentido de que a lei de licitações
sempre foi clara no sentido de que os encargos trabalhistas são do contratado (o TST estava

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errado), apenas de forma subsidiária (secundária) é que poderia cobrar da Administração Pú-
blica, se ela não fiscalizasse o contrato.
A Lei n. 14.133/2021, trouxe redação acolhendo o entendimento que já era aplica-
do pelo STF:

Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclu-


siva de mão de obra, a Administração responderá solidariamente pelos encargos previ-
denciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fisca-
lização do cumprimento das obrigações do contratado.

Apenas em relação aos encargos PREVIDENCIÁRIOS (espécie de encargo fiscal) que a


LEI colocou a Administração Pública como responsável SOLIDÁRIA junto ao contratado. Na
responsabilidade solidária os dois são responsáveis pelos pagamentos. No mesmo nível, sem
ter um principal e outro acessório. E nos encargos trabalhistas, subsidiariamente, SE (tem um
SE) não provar falha na fiscalização.
Então, para encargos PREVIDENCIÁRIOS se o contratado não pagar, pode cobrar diretamen-
te da Administração Pública. Com os encargos TRABALHISTAS, primeiro cobra do contratado;
SE ele não pagar, para cobrar da Administração Pública tem que provar alguma falha de fiscali-
zação. Se o empregado não provar isso, a Administração Pública não responde pelos encargos.

Já prevendo que nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação ex-
clusiva de mão de obra é que podem ocorrer os problemas com os pagamentos trabalhistas,
a Lei n. 14.133/2021 já trouxe uma série de requisitos. Mediante disposição em edital ou em
contrato, poderá, entre outras medidas:
• exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com cobertura para
verbas rescisórias inadimplidas;
• condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações trabalhistas ven-
cidas relativas ao contrato;
• efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
• em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das verbas trabalhistas,
que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado;

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• estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salário, a ausências


legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado que participarem da execu-
ção dos serviços contratados serão pagos pelo contratante ao contratado somente na
ocorrência do fato gerador.

As provisões realizadas pela Administração contratante para o pagamento dos encargos


trabalhistas, em relação à mão de obra das empresas contratadas para prestar serviços de
forma contínua, por meio de dedicação exclusiva de mão de obra, serão destacadas do valor
mensal do contrato e depositadas pela Administração em Conta-Depósito Vinculada – blo-
queada para movimentação, aberta em nome do prestador de serviço.
Os valores depositados na conta vinculada são absolutamente impenhoráveis!

 Obs.: em relação aos encargos previdenciários há responsabilidade solidária da


Administração.

Fique atento a estas regras:


• o contratado é responsável pelos encargos decorrentes da execução do contrato;
• a Administração responde de forma solidária por débitos previdenciários;
• se houver falha na fiscalização dos pagamentos trabalhistas a Administração pode ser
acionada, desde que prove a omissão/falha na fiscalização.

Não se pode esquecer que nos termos do art. 195, § 3º, da CF a pessoa em débito com a
Seguridade Social não pode contratar com o Poder Público.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


IV – aplicar sanções motivadas pela IV – aplicar sanções motivadas pela
inexecução total ou parcial do ajuste; inexecução total ou parcial do ajuste;

Veremos mais adiante, no art. 155, quais sanções a Administração Pública pode aplicar
ao contratado.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


V – nos casos de serviços essenciais, V – ocupar provisoriamente bens móveis
ocupar provisoriamente bens móveis, e imóveis e utilizar pessoal e serviços
imóveis, pessoal e serviços vinculados vinculados ao objeto do contrato nas
ao objeto do contrato, na hipótese da hipóteses de:
necessidade de acautelar apuração a) risco à prestação de serviços essenciais;
administrativa de faltas contratuais pelo b) necessidade de acautelar apuração
contratado, bem como na hipótese de administrativa de faltas contratuais pelo
rescisão do contrato administrativo. contratado, inclusive após extinção do contrato.
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Ocupação Provisória
A rescisão unilateral pela Administração acarreta a assunção imediata do objeto do
contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração, com a
consequente ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, podendo-se dar con-
tinuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta. A execução direta é feita pelos
órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios, e a execução indireta é aquela em
que o órgão ou entidade contrata com terceiros para a execução do objeto (art. 6º).
A referida cláusula exorbitante tem por objetivo assegurar a continuidade da execução
do contrato, sempre que sua paralisação possa ocasionar prejuízo ao interesse público e,
principalmente, ao andamento do serviço público essencial; trata-se, neste último caso, de
aplicação do princípio da continuidade do serviço público.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


§ 1º As cláusulas econômico-financeiras § 1º As cláusulas econômico-financeiras
e monetárias dos contratos administrativos e monetárias dos contratos não poderão
não poderão ser alteradas sem prévia ser alteradas sem prévia concordância do
concordância do contratado. contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as § 2º Na hipótese prevista no inciso I do
cláusulas econômico-financeiras do contrato caput deste artigo, as cláusulas econômico-
deverão ser revistas para que se mantenha financeiras do contrato deverão ser revistas
o equilíbrio contratual. para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 57. A duração dos contratos regidos CAPÍTULO V
por esta Lei ficará adstrita à vigência DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS
dos respectivos créditos orçamentários, Art. 105. A duração dos contratos regidos
exceto quanto aos relativos: por esta Lei será a prevista em edital, e
I – aos projetos cujos produtos estejam deverão ser observadas, no momento
da contratação e a cada exercício
contemplados nas metas estabelecidas
financeiro, a disponibilidade de créditos
no Plano Plurianual, os quais poderão orçamentários, bem como a previsão no
ser prorrogados se houver interesse da plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um)
Administração e desde que isso tenha sido exercício financeiro.
previsto no ato convocatório; Art. 106. A Administração poderá celebrar
II – à prestação de serviços a serem contratos com prazo de até 5 (cinco) anos
executados de forma contínua, que nas hipóteses de serviços e fornecimentos
poderão ter a sua duração prorrogada por contínuos, observadas as seguintes
iguais e sucessivos períodos com vistas diretrizes:
à obtenção de preços e condições mais I – a autoridade competente do órgão ou
vantajosas para a administração, limitada a entidade contratante deverá atestar a maior
sessenta meses; vantagem econômica vislumbrada em razão
III – (Vetado). da contratação plurianual;

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IV – ao aluguel de equipamentos e à II – a Administração deverá atestar, no


utilização de programas de informática, início da contratação e de cada exercício,
podendo a duração estender-se pelo prazo a existência de créditos orçamentários
de até 48 (quarenta e oito) meses após o vinculados à contratação e a vantagem em
início da vigência do contrato; sua manutenção;
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, III – a Administração terá a opção de
XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos extinguir o contrato, sem ônus, quando não
poderão ter vigência por até 120 (cento
dispuser de créditos orçamentários para
e vinte) meses, caso haja interesse da
sua continuidade ou quando entender que
administração. (Incluído pela Lei n. 12.349,
o contrato não mais lhe oferece vantagem.
de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de § 1º A extinção mencionada no inciso III
execução, de conclusão e de entrega do caput deste artigo ocorrerá apenas na
admitem prorrogação, mantidas as demais próxima data de aniversário do contrato e
cláusulas do contrato e assegurada a não poderá ocorrer em prazo inferior a 2
manutenção de seu equilíbrio econômico- (dois) meses, contado da referida data.
financeiro, desde que ocorra algum dos § 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao
seguintes motivos, devidamente autuados aluguel de equipamentos e à utilização de
em processo: programas de informática.
I – alteração do projeto ou especificações, Art. 107. Os contratos de serviços e
pela Administração; fornecimentos contínuos poderão ser
II – superveniência de fato excepcional ou prorrogados sucessivamente, respeitada
imprevisível, estranho à vontade das partes, a vigência máxima decenal, desde que
que altere fundamentalmente as condições
haja previsão em edital e que a autoridade
de execução do contrato;
competente ateste que as condições e os
III – interrupção da execução do contrato ou
preços permanecem vantajosos para a
diminuição do ritmo de trabalho por ordem
e no interesse da Administração; Administração, permitida a negociação com
IV – aumento das quantidades inicialmente o contratado ou a extinção contratual sem
previstas no contrato, nos limites permitidos ônus para qualquer das partes.
por esta Lei; Art. 108. A Administração poderá
V – impedimento de execução do contrato celebrar contratos com prazo de até
por fato ou ato de terceiro reconhecido 10 (dez) anos nas hipóteses previstas nas
pela Administração em documento alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos incisos V, VI,
contemporâneo à sua ocorrência; XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei.
VI – omissão ou atraso de providências a Art. 109. A Administração poderá
cargo da Administração, inclusive quanto estabelecer a vigência por prazo
indeterminado nos contratos em que
aos pagamentos previstos de que resulte, seja usuária de serviço público oferecido
diretamente, impedimento ou retardamento em regime de monopólio, desde que
comprovada, a cada exercício financeiro,
na execução do contrato, sem prejuízo das a existência de créditos orçamentários
sanções legais aplicáveis aos responsáveis. vinculados à contratação.

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá Art. 110. Na contratação que gere receita
ser justificada por escrito e previamente e no contrato de eficiência que gere
autorizada pela autoridade competente economia para a Administração, os prazos
para celebrar o contrato. serão de:
§ 3º É vedado o contrato com prazo de I – até 10 (dez) anos, nos contratos sem
vigência indeterminado. investimento;
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente II – até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos
justificado e mediante autorização da com investimento, assim considerados
autoridade superior, o prazo de que trata aqueles que impliquem a elaboração de
o inciso II do caput deste artigo poderá ser benfeitorias permanentes, realizadas
prorrogado por até doze meses. exclusivamente a expensas do contratado,
que serão revertidas ao patrimônio da
Administração Pública ao término do
contrato.
Art. 111. Na contratação que previr
a conclusão de escopo predefinido, o
prazo de vigência será automaticamente
prorrogado quando seu objeto não for
concluído no período firmado no contrato.
Parágrafo único. Quando a não conclusão
decorrer de culpa do contratado:
I – o contratado será constituído em mora,
aplicáveis a ele as respectivas sanções
administrativas;
II – a Administração poderá optar pela
extinção do contrato e, nesse caso, adotará
as medidas admitidas em lei para a
continuidade da execução contratual.
Art. 112. Os prazos contratuais previstos
nesta Lei não excluem nem revogam os
prazos contratuais previstos em lei especial.
Art. 113. O contrato firmado sob o
regime de fornecimento e prestação
de serviço associado terá sua vigência
máxima definida pela soma do prazo relativo
ao fornecimento inicial ou à entrega da obra
com o prazo relativo ao serviço de operação
e manutenção, este limitado a 5 (cinco) anos
contados da data de recebimento do objeto
inicial, autorizada a prorrogação na forma do
art. 107 desta Lei.
Art. 114. O contrato que previr a operação
continuada de sistemas estruturantes
de tecnologia da informação poderá ter
vigência máxima de 15 (quinze) anos.

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Nessa parte tivemos muuuuiitas alterações.


Apaga tudo que você sabia da Lei n. 8.666/1993, rs.
Antes, falávamos que o contrato duraria como regra por até 1 ano. Mas a regra agora é
não ter essa limitação.
Veremos que os prazos dos contratos ficaram mais longos. E faz todo sentido, porque a
gestão de contratos no dia a dia da ADPU é muito complicada. Todo ano tem que prorrogar
os contratos que podem prorrogar. E prorrogação é quase fazer um contrato novo, tem que
demonstrar vantajosidade, fazer pesquisa de preços. Tem um procedimento a ser seguido.
Quando esse contrato se encerra, tem que fazer uma nova licitação e começa tudo outra vez.
Segundo o art. 104, a duração dos contratos será a prevista em edital, e deverão ser obser-
vadas, no momento da contratação e a cada exercício financeiro, a disponibilidade de créditos
orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício
financeiro.
Então, veja que não tem mais aquela limitação de duração anual. O edital vai dispor o
prazo de duração, claro que respeitados os prazos previstos em lei e, no momento da contra-
tação e prorrogação, crédito orçamentário.
Bem, então quais são os prazos?

Serviços Contínuos
Serviços de natureza contínua são aqueles auxiliares e necessários à Administração no
desempenho de suas atribuições, cuja contratação deva estender-se por mais de um exercício
financeiro e que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de suas atividades.4
São aqueles que exigem uma permanência do serviço. Segundo o TCU, “as características
necessárias para que um serviço seja considerado contínuo são: essencialidade, execução de
forma contínua, de longa duração e possibilidade de que o fracionamento em períodos venha
a prejudicar a execução do serviço”. É o que ocorre, por exemplo, com serviços de vigilância
ou limpeza. Ou, também, no caso de um Tribunal contratar serviços de um restaurante para
fornecer comida para servidores.
A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até cinco anos nas hipóteses de
serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes diretrizes:
• a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá atestar a maior van-
tagem econômica vislumbrada em razão da contratação plurianual;
• a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada exercício, a existência
de créditos orçamentários vinculados à contratação e a vantagem em sua manutenção;
• a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus, quando não dispuser
de créditos orçamentários para sua continuidade ou quando entender que o contrato
não mais lhe oferece vantagem.
4
Orientação TCU, 3ª ed.

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A extinção mencionada no inciso III, ocorrerá apenas na próxima data de aniversário do


contrato e não poderá ocorrer em prazo inferior a 2 (dois) meses, contados da referida data.
Ou seja, não pode extinguir no decorrer da execução. Na verdade, quando chegar a data da
renovação ela não ocorrerá. E tem de observar também o prazo mínimo de 2 meses de exe-
cução. Essas regras são aplicadas também aos contratos de aluguel de equipamentos e à
utilização de programas de informática.

Mas professor! Já não era assim? Os contratos de serviços contínuos poderiam durar até
60 meses. Então qual é a novidade???

Bem, na Lei n. 8.666/1993 o contrato duraria 12 meses e poderia ser prorrogado por até
60 meses. Não era de 5 anos. Agora, tais contratos podem ser firmados por até 5 anos. E tem
mais...as prorrogações podem chegar a 10 anos. Veja no tópico seguinte.

Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados sucessivamen-


te, respeitada a vigência máxima DECENAL, desde que haja previsão em edital e que a autori-
dade competente ateste que as condições e os preços permanecem vantajosos para a Admi-
nistração, permitida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para
qualquer das partes (art. 106).

Assim, o art. 105 que dispõe que contratos de serviços e fornecimentos contínuos res-
peitarão o prazo de até cinco anos, tem que ser lido em conjunto com o art. 106, permitindo
sua prorrogação sucessiva por até 10 anos, desde que haja previsão em edital e autoridade
competente afirme sua vantajosidade.

Contratos Decorrentes de Contratação Direta


Alguns contratos decorrentes de licitação dispensável poderão durar por até 10 anos.

Art. 107. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10 (dez) anos nas hipóteses
previstas nas alíneas f e g do inciso IV e nos incisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 74 desta Lei.

As hipóteses são:
• bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumulativamente,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional;
• materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e ad-
ministrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela es-
trutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante autorização
por ato do comandante da força militar;

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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• para contratação com vistas ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 3º-A, 4º, 5º e 20
da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contra-
tação constantes da referida Lei;
• para contratação que possa acarretar comprometimento da segurança nacional, nos
casos estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa, mediante demanda dos co-
mandos das Forças Armadas ou dos demais ministérios;
• para contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos
para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elencados em ato da direção nacional
do SUS, inclusive por ocasião da aquisição desses produtos durante as etapas de ab-
sorção tecnológica, e em valores compatíveis com aqueles definidos no instrumento
firmado para a transferência de tecnologia;
• para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de insumos estratégicos
para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por
finalidade apoiar órgão da Administração Pública direta, sua autarquia ou fundação
em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e
tecnológico e de estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência
de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do caput
deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à entra-
da em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
no mercado.

Administração Usuária de Serviço Público


A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos contratos em
que seja usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio, desde que comprova-
da, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentários vinculados à contrata-
ção (art. 108).
Existem algumas atividades que ainda são ‘monopolizadas’ pelo Estado (prestadas com
exclusividade), como é o caso do serviço postal prestado pela EBCT (“Correios”). E muitas ve-
zes o Estado depende do serviço postal (envio de cartas, telegramas e notificações) prestado
pelos Correios, como é o caso, de intimações da Receita Federal e da PGFN. Nessas duas
hipóteses há um contrato da União com os Correios para a prestação do serviço. Com a Lei n.
14.133/2021, tais contratos podem ter vigência indeterminada.
Contudo, vale destacar que a possibilidade de prazo indeterminado se refere somente às
atividades em regime de exclusividade, pois os Correios também prestam atividades que estão
sujeitas à concorrência (ex.: envio de encomendas).

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Para aprofundar, vale lembrar que sendo serviço público com exclusividade, contrata-se
por inexigibilidade (não há licitação). No caso dos Correios, o serviço postal é exclusivo (é ine-
xigível licitação), mas para outros serviços não exclusivos (envio de encomendas) não cabe a
inexigibilidade.

Contratos que Geram Receita para a Administração Pública


Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que gere economia para a Ad-
ministração, os prazos serão de:
• até 10 anos, nos contratos sem investimento;
• até 35 anos, nos contratos com investimento, assim considerados aqueles que impli-
quem a elaboração de benfeitorias permanentes, realizadas exclusivamente a expensas
do contratado, que serão revertidas ao patrimônio da Administração Pública ao término
do contrato.

O contrato de eficiência é aquele que se obtém uma economia proporcionada por técnicas/
equipamentos/expertise empregadas pelo contratado como, por exemplo, a instalação de apa-
relhos de ar-condicionado que o contratado promete reduzir o gasto de energia em 30%.
E o contrato que gera receita é o contrato que a Administração Pública obtém algum lucro
como, por exemplo, concessão de uso de espaço para estacionamento próximo a aeroportos.

Contratos de escopo

Contrato de escopo é contrato feito para a execução de um objeto específico. Ex.: pintura
de uma parede; fornecimento de 60 horas/aula ministradas em um curso.
Nesses tipos de contratos, há um prazo de vigência e um prazo de execução. Por exemplo
no contrato para fornecimento de 60 horas/aula ministradas em um curso. Nesse caso a vi-
gência poderia ser de 1/1/20 a 31/12/20 e a execução (quando as aulas seriam ministradas)
de 1/3/20 a 1/12/20.
Na contratação que previr a conclusão de um escopo predefinido, o prazo de vigência
será automaticamente prorrogado quando seu objeto não for concluído no período firmado
no contrato.
Assim, no exemplo acima, se as aulas porventura não puderam ser ministradas em 2020,
devido à pandemia, a vigência será prorrogada até a execução ser finalizada.
Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado:
• o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas sanções ad-
ministrativas;
• a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse caso, adotará as medi-
das admitidas em lei para a continuidade da execução contratual.

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Contrato com fornecimento de bens

O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação de serviço associado terá


sua vigência máxima definida pela soma do prazo relativo ao fornecimento inicial ou à entrega
da obra com o prazo relativo ao serviço de operação e manutenção, este limitado a cinco anos
contados da data de recebimento do objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma do art.
106 desta Lei.

Contrato de operação continuada de sistemas estruturantes de TI

O contrato que previr a operação continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da


informação poderá ter vigência máxima de quinze anos (art. 113).
Os sistemas estruturantes oferecem apoio informatizado a atividades como a execução
financeira e orçamentária do governo federal, a administração de pessoal, contabilidade, audi-
toria e serviços gerais.5
Os sistemas estruturantes constituem a forma tecnológica que dão suporte ao funciona-
mento destes sistemas estruturadores”. Como exemplo, há o Sigepe que é o sistema que cuida
de registro de servidores federais.

5
h t t p s : // w w w. s e r p r o . g o v. b r / m e n u / n o t i c i a s / n o t i c i a s - a n t i g a s / n o t i c i a s - 2 0 1 5 /
voce-sabe-o-que-sao-sistemas-estruturantes#:~:text=Os%20sistemas%20estruturantes%20ºferecem%20apoio,por%20
sua%20realiza%C3%A7%C3%A3º%20e%20manuten%C3%A7%C3%A3º.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Seção IV CAPÍTULO VI
Da Execução dos Contratos DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS
Art. 66. O contrato deverá ser executado Art. 115. O contrato deverá ser executado
fielmente pelas partes, de acordo com as fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas avençadas e as normas desta Lei, cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e
respondendo cada uma pelas consequências de cada parte responderá pelas consequências de
sua inexecução total ou parcial. sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso
§ 1º É proibido à Administração retardar
V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta
imotivadamente a execução de obra ou serviço,
Lei deverão cumprir, durante todo o período
ou de suas parcelas, inclusive na hipótese de
de execução do contrato, a reserva de cargos
posse do respectivo chefe do Poder Executivo ou
prevista em lei para pessoa com deficiência
de novo titular no órgão ou entidade contratante.
ou para reabilitado da Previdência Social, bem
§ 2º (VETADO).
como as regras de acessibilidade previstas na
§ 3º (VETADO).
legislação.
§ 4º Nas contratações de obras e serviços de
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar
engenharia, sempre que a responsabilidade pelo
o cumprimento dos requisitos de acessibilidade
licenciamento ambiental for da Administração, a
nos serviços e nos ambientes de trabalho.
manifestação prévia ou licença prévia, quando
Art. 67. A execução do contrato deverá ser
cabíveis, deverão ser obtidas antes da divulgação
acompanhada e fiscalizada por um representante
do edital. (Obs.: o dispositivo tinha sido motivo
da Administração especialmente designado,
de VETO que foi derrubado pelo Congresso
permitida a contratação de terceiros para assisti-
Nacional.).
lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a
§ 5º Em caso de impedimento, ordem de
essa atribuição.
paralisação ou suspensão do contrato, o
§ 1º O representante da Administração anotará
cronograma de execução será prorrogado
em registro próprio todas as ocorrências
automaticamente pelo tempo correspondente,
relacionadas com a execução do contrato,
anotadas tais circunstâncias mediante simples
determinando o que for necessário à
apostila.
regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 6º Nas contratações de obras, verificada a
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem
ocorrência do disposto no § 5º deste artigo por
a competência do representante deverão ser
mais de 1 (um) mês, a Administração deverá
solicitadas a seus superiores em tempo hábil
divulgar, em sítio eletrônico oficial e em placa a
para a adoção das medidas convenientes.
ser afixada em local da obra de fácil visualização
Art. 68. O contratado deverá manter preposto,
pelos cidadãos, aviso público de obra paralisada,
aceito pela Administração, no local da obra ou
com o motivo e o responsável pela inexecução
serviço, para representá-lo na execução do
temporária do objeto do contrato e a data
contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, prevista para o reinício da sua execução.
corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às § 7º Os textos com as informações de que trata
suas expensas, no total ou em parte, o objeto do o § 6º deste artigo deverão ser elaborados pela
contrato em que se verificarem vícios, defeitos Administração.
ou incorreções resultantes da execução ou de Art. 116. Ao longo de toda a execução do
materiais empregados. contrato, o contratado deverá cumprir a reserva
de cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência, para reabilitado da Previdência Social
ou para aprendiz, bem como as reservas de
cargos previstas em outras normas específicas.
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela
Administração, o contratado deverá comprovar
o cumprimento da reserva de cargos a que se
refere o caput
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por quaisquer
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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Art. 70. O contratado é responsável pelos com a indicação dos empregados que
danos causados diretamente à Administração preencherem as referidas vagas.
ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou Art. 117. A execução do contrato deverá ser
dolo na execução do contrato, não excluindo acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou
ou reduzindo essa responsabilidade a mais fiscais do contrato, representantes
fiscalização ou o acompanhamento pelo da Administração especialmente designados
órgão interessado. conforme requisitos estabelecidos no art. 7º
Art. 71. O contratado é responsável pelos desta Lei, ou pelos respectivos substitutos,
encargos trabalhistas, previdenciários, permitida a contratação de terceiros para
fiscais e comerciais resultantes da execução assisti-los e subsidiá-los com informações
do contrato. pertinentes a essa atribuição.
§ 1º A inadimplência do contratado, com § 1º O fiscal do contrato anotará em registro
referência aos encargos trabalhistas, fiscais próprio todas as ocorrências relacionadas à
e comerciais não transfere à Administração execução do contrato, determinando o que
Pública a responsabilidade por seu for necessário para a regularização das faltas
pagamento, nem poderá onerar o objeto do ou dos defeitos observados.
contrato ou restringir a regularização e o uso § 2º O fiscal do contrato informará a seus
das obras e edificações, inclusive perante o superiores, em tempo hábil para a adoção
Registro de Imóveis. das medidas convenientes, a situação que
§ 2º A Administração Pública responde demandar decisão ou providência que
solidariamente com o contratado pelos ultrapasse sua competência.
encargos previdenciários resultantes da § 3º O fiscal do contrato será auxiliado
execução do contrato, nos termos do art. 31 pelos órgãos de assessoramento jurídico e
da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991 de controle interno da Administração, que
§ 3º (Vetado) deverão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com
Art. 72. O contratado, na execução do informações relevantes para prevenir riscos
contrato, sem prejuízo das responsabilidades na execução contratual.
contratuais e legais, poderá subcontratar § 4º Na hipótese da contratação de
partes da obra, serviço ou fornecimento, terceiros prevista no caput deste artigo,
até o limite admitido, em cada caso, pela deverão ser observadas as seguintes regras:
Administração. I – a empresa ou o profissional contratado
assumirá responsabilidade civil objetiva pela
veracidade e pela precisão das informações
prestadas, firmará termo de compromisso
de confidencialidade e não poderá exercer
atribuição própria e exclusiva de fiscal de
contrato;
II – a contratação de terceiros não eximirá
de responsabilidade o fiscal do contrato,
nos limites das informações recebidas do
terceiro contratado.

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Art. 118. O contratado deverá manter


preposto aceito pela Administração no local
da obra ou do serviço para representá-lo na
execução do contrato.
Art. 119. O contratado será obrigado a
reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, a suas expensas, no total ou
em parte, o objeto do contrato em que se
verificarem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes de sua execução ou de materiais
nela empregados.
Art. 120. O contratado será responsável
pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros em razão
da execução do contrato, e não excluirá nem
reduzirá essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo contratante.
Art. 121. Somente o contratado será
responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado
em relação aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transferirá à
Administração a responsabilidade pelo seu
pagamento e não poderá onerar o objeto do
contrato nem restringir a regularização e o
uso das obras e das edificações, inclusive
perante o registro de imóveis, ressalvada a
hipótese prevista no § 2º deste artigo.
§ 2º Exclusivamente nas contratações de
serviços contínuos com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra, a Administração
responderá solidariamente pelos encargos
previdenciários e subsidiariamente pelos
encargos trabalhistas se comprovada
falha na fiscalização do cumprimento das
obrigações do contratado.

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§ 3º Nas contratações de serviços contínuos


com regime de dedicação exclusiva de mão
de obra, para assegurar o cumprimento de
obrigações trabalhistas pelo contratado,
a Administração, mediante disposição em
edital ou em contrato, poderá, entre outras
medidas:
I – exigir caução, fiança bancária ou contratação
de seguro-garantia com cobertura para
verbas rescisórias inadimplidas;
II – condicionar o pagamento à comprovação
de quitação das obrigações trabalhistas
vencidas relativas ao contrato;
III – efetuar o depósito de valores em conta
vinculada;
IV – em caso de inadimplemento, efetuar
diretamente o pagamento das verbas
trabalhistas, que serão deduzidas do
pagamento devido ao contratado;
V – estabelecer que os valores destinados a
férias, a décimo terceiro salário, a ausências
legais e a verbas rescisórias dos empregados
do contratado que participarem da execução
dos serviços contratados serão pagos pelo
contratante ao contratado somente na
ocorrência do fato gerador.
§ 4º Os valores depositados na conta
vinculada a que se refere o inciso III do
§ 3º deste artigo são absolutamente
impenhoráveis.
§ 5º O recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art.
31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991.
Art. 122. Na execução do contrato e sem
prejuízo das responsabilidades contratuais
e legais, o contratado poderá subcontratar
partes da obra, do serviço ou do fornecimento
até o limite autorizado, em cada caso, pela
Administração.
§ 1º O contratado apresentará à
Administração documentação que comprove
a capacidade técnica do subcontratado,
que será avaliada e juntada aos autos do
processo correspondente.

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§ 2º Regulamento ou edital de licitação


poderão vedar, restringir ou estabelecer
condições para a subcontratação.
§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa
física ou jurídica, se aquela ou os dirigentes
desta mantiverem vínculo de natureza
técnica, comercial, econômica, financeira,
trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou
entidade contratante ou com agente público
que desempenhe função na licitação ou atue
na fiscalização ou na gestão do contrato,
ou se deles forem cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta, colateral, ou por
afinidade, até o terceiro grau, devendo essa
proibição constar expressamente do edital
de licitação.
Art. 123. A Administração terá o dever de
explicitamente emitir decisão sobre todas
as solicitações e reclamações relacionadas
à execução dos contratos regidos por
esta Lei, ressalvados os requerimentos
manifestamente impertinentes, meramente
protelatórios ou de nenhum interesse para
a boa execução do contrato.
Parágrafo único. Salvo disposição legal
ou cláusula contratual que estabeleça
prazo específico, concluída a instrução do
requerimento, a Administração terá o prazo
de 1 (um) mês para decidir, admitida a
prorrogação motivada por igual período.

Da Execução dos Contratos – Art. 115


A Lei n. 14.133/2021 trouxe um capítulo específico sobre a execução contratual, assim
como na Lei n. 8.666/1993, mas agora com regras mais claras, principalmente, nos contratos
com dedicação de mão de obra exclusiva.
Segundo a Lei n. 14.133/2021 (art. 114), o contrato deverá ser executado fielmente pelas
partes, de acordo com as cláusulas avençadas, e cada parte responderá pelas consequências
de sua inexecução total ou parcial.
Inclusive há nova regra interessante, proibindo à Administração retardar imotivadamente a
execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipótese de posse do respecti-
vo chefe do Poder Executivo ou de novo titular no órgão ou entidade contratante. A regra quer
evitar que na sucessão de governantes, o novo gestor deixe de priorizar ou executar (finalizar)
obras e serviços iniciados na gestão anterior.

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Na redação original da lei que foi VETADA foi previsto que nas contratações de obras a
necessidade de depósito em conta vinculada, conta bloqueada para movimentação, para que
sejam honrados os compromissos do contratado, inclusive os encargos trabalhistas. Segun-
do a IN n. 5/2017 que trata da execução dos serviços contínuos conta vinculada é a conta
aberta pela Administração em nome da empresa contratada, destinada exclusivamente ao
pagamento de férias, 13º salário e verbas rescisórias aos trabalhadores da contratada, não
se constituindo em um fundo de reserva, utilizada na contratação de serviços com dedicação
exclusiva de mão de obra.
Também foi objeto de veto a seguinte disposição: São absolutamente IMPENHORÁVEIS
os valores depositados na conta vinculada.
As razões do VETO para o depósito em conta vinculada foram as seguintes:

A propositura legislativa estabelece que nas contratações de obras, a expedição da ordem de ser-
viço para execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida de depósito em conta vinculada
dos recursos financeiros necessários para custear as despesas correspondentes à etapa a ser
executada.
Entretanto, e em que pese o mérito da proposta, a medida contraria o interesse público, tendo em
vista que a obrigatoriedade de depósito em conta vinculada como requisito para expedição de or-
dem de serviço na execução de obras contribuirá para aumentar significativamente o empoçamen-
to de recursos, inviabilizando remanejamentos financeiros que possam se mostrar necessários ou
mesmo para atender demandas urgentes e inesperadas.
Ademais, tem-se que a existência de financeiro não deve ser exigência para a ordem de início do
contrato, mas apenas a previsão orçamentária, caracterizada pela conhecida nota de empenho.
Por fim, tal medida infringe princípios e normas de direito financeiro, como o art. 56 da Lei n. 4.320,
de 1964, que exige a observância do princípio de unidade de tesouraria e veda qualquer fragmen-
tação para criação de caixas especiais, como seriam as contas vinculadas, para a realização de
antecipação de pagamentos por parte da Administração, que depositaria o valor da etapa da obra
de forma antecipada, antes do cumprimento da obrigação por parte do contratado.

Prorrogação do Prazo de Execução


Conforme já falamos, o prazo de vigência contratual tem por finalidade determinar o perí-
odo de tempo durante o qual um contrato administrativo se apresenta como obrigatório para
as partes (é o prazo de duração). Já a eficácia consiste na potencialidade de produção de
efeitos do contrato. Eficácia se refere a prazo de execução.
Assim:
• vigência – duração do contrato;
• eficácia – produção de efeitos/prazo de execução.

Segundo a lei, em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do contrato,


o cronograma de execução será prorrogado automaticamente pelo tempo correspondente,

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anotadas tais circunstâncias mediante simples apostila. Vamos imaginar que a Administra-
ção Pública contratou um curso presencial cujo prazo de execução seria de 01 de fevereiro a
01 de dezembro. Com aulas semanais todos os dias. Porém, no ano do curso vem uma nova
pandemia e durante 6 meses não é possível aula presencial. Neste caso, o prazo de execução
é automaticamente prorrogado, devendo ser fixado o novo prazo por simples apostilamento
(dispensa aditivo). O apostilamento é apenas alterar a cláusula que fala do prazo.
Como decorrência do princípio da transparência, nas contratações de obras, ocorrendo
impedimento e paralisação por mais de 1 (um) mês, a Administração deverá divulgar, em sítio
eletrônico oficial e em placa a ser afixada em local da obra de fácil visualização pelos cida-
dãos, aviso público de obra paralisada, com o motivo e o responsável da inexecução tempo-
rária do objeto do contrato e a data prevista para o reinício da sua execução.
Sobre a fiscalização do contrato e a responsabilidade do contratado, veja no tópico fisca-
lização contratual em cláusulas exorbitantes.

Prorrogação Automática da Execução


Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do contrato, o cronograma
de execução será prorrogado automaticamente pelo tempo correspondente, anotadas tais
circunstâncias mediante simples apostila.
O cronograma de execução se refere ao período em que o objeto será executado. Por
exemplo, um contrato de uma empresa para oferecer um curso para servidores, haverá um
cronograma das aulas a serem fornecidas com os dias, carga horária e o tempo em que o
curso será ministrado.
Ocorre que na prática vários fatores podem ensejar o não cumprimento da execução, por
exemplo, a pandemia do Coronavírus em que um curso presencial teve de ser interrompido.
Para isso, antes era necessário fazer um aditivo contratual, mandar o processo para a asses-
soria jurídica analisar e até demorava bastante. Com a Lei n. 14.133/2021, havendo causa
de impedimento de execução o contrato é prorrogado automaticamente mediante apostila,
dispensando aditivo.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Seção III CAPÍTULO VII
Da Alteração dos Contratos DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei PREÇOS
poderão ser alterados, com as devidas
Art. 124. Os contratos regidos por esta
justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração: Lei poderão ser alterados, com as devidas
a) quando houver modificação do projeto ou justificativas, nos seguintes casos:
das especificações, para melhor adequação I – UNILATERALMENTE pela
técnica aos seus objetivos; Administração:

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b) quando necessária a modificação do valor a) quando houver modificação do projeto ou


contratual em decorrência de acréscimo ou das especificações, para melhor adequação
diminuição quantitativa de seu objeto, nos técnica a seus objetivos;
limites permitidos por esta Lei; b) quando for necessária a modificação
II – por acordo das partes: do valor contratual em decorrência de
a) quando conveniente a substituição da acréscimo ou diminuição quantitativa
garantia de execução; de seu objeto, nos limites permitidos por
b) quando necessária a modificação do esta Lei;
regime de execução da obra ou serviço, bem II – por ACORDO entre as partes:
como do modo de fornecimento, em face de a) quando conveniente a substituição da
verificação técnica da inaplicabilidade dos garantia de execução;
termos contratuais originários; b) quando necessária a modificação do
c) quando necessária a modificação da regime de execução da obra ou do serviço,
forma de pagamento, por imposição de bem como do modo de fornecimento, em
circunstâncias supervenientes, mantido o face de verificação técnica da inaplicabilidade
valor inicial atualizado, vedada a antecipação dos termos contratuais originários;
do pagamento, com relação ao cronograma c) quando necessária a modificação da
financeiro fixado, sem a correspondente forma de pagamento por imposição de
contraprestação de fornecimento de bens circunstâncias supervenientes, mantido o
ou execução de obra ou serviço; valor inicial atualizado e vedada a antecipação
d) para restabelecer a relação que as partes do pagamento em relação ao cronograma
pactuaram inicialmente entre os encargos do financeiro fixado sem a correspondente
contratado e a retribuição da administração contraprestação de fornecimento de bens
para a justa remuneração da obra, serviço ou execução de obra ou serviço;
ou fornecimento, objetivando a manutenção d) para restabelecer o equilíbrio
do equilíbrio econômico-financeiro inicial econômico-financeiro inicial do contrato
do contrato, na hipótese de sobrevirem em caso de força maior, caso fortuito ou
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de fato do príncipe ou em decorrência de fatos
consequências incalculáveis, retardadores imprevisíveis ou previsíveis de consequências
ou impeditivos da execução do ajustado, ou, incalculáveis, que inviabilizem a execução do
ainda, em caso de força maior, caso fortuito contrato tal como pactuado, respeitada, em
ou fato do príncipe, configurando álea qualquer caso, a repartição objetiva de risco
econômica extraordinária e extracontratual. estabelecida no contrato.
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, § 1º Se forem decorrentes de falhas de
nas mesmas condições contratuais, os projeto, as alterações de contratos de obras
acréscimos ou supressões que se fizerem
nas obras, serviços ou compras, até 25% e serviços de engenharia ensejarão apuração
(vinte e cinco por cento) do valor inicial de responsabilidade do responsável técnico
atualizado do contrato, e, no caso particular
de reforma de edifício ou de equipamento, e adoção das providências necessárias para
até o limite de 50% (cinquenta por cento) o ressarcimento dos danos causados à
para os seus acréscimos. Administração.

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§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão § 2º Será aplicado o disposto na alínea


poderá exceder os limites estabelecidos no “d” do inciso II do caput deste artigo às
parágrafo anterior, salvo contratações de obras e serviços de
I – (VETADO) engenharia, quando a execução for obstada
II – as supressões resultantes de acordo pelo atraso na conclusão de procedimentos
celebrado entre os contratantes. de desapropriação, desocupação, servidão
§ 3º Se no contrato não houverem sido administrativa ou licenciamento ambiental,
contemplados preços unitários para obras por circunstâncias alheias ao contratado.
Art. 125. Nas alterações unilaterais a
ou serviços, esses serão fixados mediante
que se refere o inciso I do caput do art. 124
acordo entre as partes, respeitados os
desta Lei, o contratado será obrigado a
limites estabelecidos no § 1º deste artigo. aceitar, nas mesmas condições contratuais,
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou acréscimos ou supressões de até 25%
serviços, se o contratado já houver adquirido (vinte e cinco por cento) do valor inicial
os materiais e posto no local dos trabalhos, atualizado do contrato que se fizerem
estes deverão ser pagos pela Administração nas obras, nos serviços ou nas compras,
pelos custos de aquisição regularmente e, no caso de reforma de edifício ou
comprovados e monetariamente corrigidos, de equipamento, o limite para os
podendo caber indenização por outros danos acréscimos será de 50% (cinquenta por
eventualmente decorrentes da supressão, cento).
desde que regularmente comprovados. Art. 126. As alterações unilaterais a que se
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais refere o inciso I do caput do art. 124 desta
criados, alterados ou extintos, bem como a Lei não poderão transfigurar o objeto da
contratação.
superveniência de disposições legais, quando
Art. 127. Se o contrato não contemplar
ocorridas após a data da apresentação da
preços unitários para obras ou serviços cujo
proposta, de comprovada repercussão nos
aditamento se fizer necessário, esses serão
preços contratados, implicarão a revisão
fixados por meio da aplicação da relação
destes para mais ou para menos, conforme
geral entre os valores da proposta e o do
o caso.
orçamento-base da Administração sobre os
§ 6º Em havendo alteração unilateral
preços referenciais ou de mercado vigentes
do contrato que aumente os encargos
na data do aditamento, respeitados os
do contratado, a Administração deverá
limites estabelecidos no art. 125 desta Lei.
restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
Art. 128. Nas contratações de obras
econômico-financeiro inicial.
e serviços de engenharia, a diferença
§ 7º (VETADO)
percentual entre o valor global do contrato
§ 8º A variação do valor contratual para
e o preço global de referência não poderá
fazer face ao reajuste de preços previsto
ser reduzida em favor do contratado em
no próprio contrato, as atualizações,
decorrência de aditamentos que modifiquem
compensações ou penalizações financeiras
a planilha orçamentária.
decorrentes das condições de pagamento
nele previstas, bem como o empenho de Art. 129. Nas alterações contratuais para
dotações orçamentárias suplementares supressão de obras, bens ou serviços, se o
até o limite do seu valor corrigido, não contratado já houver adquirido os materiais
caracterizam alteração do mesmo, podendo e os colocado no local dos trabalhos, estes
ser registrados por simples apostila, deverão ser pagos pela Administração
dispensando a celebração de aditamento. pelos custos de aquisição regularmente

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comprovados e monetariamente
reajustados, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes
da supressão, desde que regularmente
comprovados.
Art. 130. Caso haja alteração unilateral
do contrato que aumente ou diminua os
encargos do contratado, a Administração
deverá restabelecer, no mesmo
termo aditivo, o equilíbrio econômico-
financeiro inicial.
Art. 131. A extinção do contrato não
configurará óbice para o reconhecimento
do desequilíbrio econômico-financeiro,
hipótese em que será concedida indenização
por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de
restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro deverá ser formulado durante
a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação nos termos do
art. 107 desta Lei.
Art. 132. A formalização do termo
aditivo é condição para a execução, pelo
contratado, das prestações determinadas
pela Administração no curso da execução
do contrato, salvo nos casos de justificada
necessidade de antecipação de seus efeitos,
hipótese em que a formalização deverá
ocorrer no prazo máximo de 1 (um) mês.
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a
contratação integrada ou semi-integrada,
é vedada a alteração dos valores contratuais,
exceto nos seguintes casos:
I – para restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro decorrente de caso
fortuito ou força maior;
II – por necessidade de alteração do
projeto ou das especificações para
melhor adequação técnica aos objetivos da
contratação, a pedido da Administração,
desde que não decorrente de erros
ou omissões por parte do contratado,
observados os limites estabelecidos no art.
125 desta Lei;

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III – por necessidade de alteração


do projeto nas contratações semi-
integradas, nos termos do § 5º do art. 46
desta Lei;
IV – por ocorrência de evento
superveniente alocado na matriz de
riscos como de responsabilidade da
Administração.
Art. 134. Os preços contratados serão
alterados, para mais ou para menos,
conforme o caso, se houver, após a data
da apresentação da proposta, criação,
alteração ou extinção de quaisquer
tributos ou encargos legais ou a
superveniência de disposições legais,
com comprovada repercussão sobre os
preços contratados.
Art. 135. Os preços dos contratos para
serviços contínuos com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra
ou com predominância de mão de obra
serão repactuados para manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro, mediante
demonstração analítica da variação dos
custos contratuais, com data vinculada:
I – à da apresentação da proposta, para
custos decorrentes do mercado;
II – ao acordo, à convenção coletiva ou
ao dissídio coletivo ao qual a proposta
esteja vinculada, para os custos de mão de
obra.
§ 1º A Administração não se vinculará
às disposições contidas em acordos,
convenções ou dissídios coletivos de
trabalho que tratem de matéria não
trabalhista, de pagamento de participação
dos trabalhadores nos lucros ou resultados
do contratado, ou que estabeleçam direitos
não previstos em lei, como valores ou
índices obrigatórios de encargos sociais ou
previdenciários, bem como de preços para
os insumos relacionados ao exercício da
atividade.
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante
vincular-se às disposições previstas nos
acordos, convenções ou

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dissídios coletivos de trabalho que tratem


de obrigações e direitos que somente se
aplicam aos contratos com a Administração
Pública.
§ 3º A repactuação deverá observar o
interregno mínimo de 1 (um) ano,
contado da data da apresentação
da proposta ou da data da última
repactuação.
§ 4º A repactuação poderá ser dividida
em tantas parcelas quantas forem
necessárias, observado o princípio da
anualidade do reajuste de preços da
contratação, podendo ser realizada
em momentos distintos para discutir
a variação de custos que tenham
sua anualidade resultante em datas
diferenciadas, como os decorrentes de
mão de obra e os decorrentes dos insumos
necessários à execução dos serviços.
§ 5º Quando a contratação envolver
mais de uma categoria profissional, a
repactuação a que se refere o inciso II do
caput deste artigo poderá ser dividida
em tantos quantos forem os acordos,
convenções ou dissídios coletivos de trabalho
das categorias envolvidas na contratação.
§ 6º A repactuação será precedida de
solicitação do contratado, acompanhada
de demonstração analítica da variação dos
custos, por meio de apresentação da planilha
de custos e formação de preços, ou do novo
acordo, convenção ou sentença normativa
que fundamenta a repactuação.
Art. 136. Registros que não caracterizam
alteração do contrato podem ser
realizados por simples apostila,
dispensada a celebração de termo aditivo,
como nas seguintes situações:
I – variação do valor contratual para fazer
face ao REAJUSTE ou à REPACTUAÇÃO de
preços previstos no próprio contrato;
II – atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes
das condições de pagamento previstas no
contrato;
III – alterações na razão ou na
denominação social do contratado;
IV – empenho de dotações orçamentárias.

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Comentado no art. 104, I.


De qualquer modo o art. 136 é um bom tema para cobrar em prova. As alterações que po-
dem ser feitas por APOSTILA (dispensando aditivo).

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Seção V CAPÍTULO VIII
Da Inexecução e da Rescisão dos DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS
Contratos CONTRATOS
Art. 77. A inexecução total ou parcial do Art. 137. Constituirão motivos para
contrato enseja a sua rescisão, com as extinção do contrato, a qual deverá ser
consequências contratuais e as previstas em formalmente motivada nos autos do
lei ou regulamento. processo, assegurados o contraditório e
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do a ampla defesa, as seguintes situações:
contrato: I – não cumprimento ou cumprimento
I – o não cumprimento de cláusulas irregular de normas editalícias ou de
contratuais, especificações, projetos ou cláusulas contratuais, de especificações, de
prazos; projetos ou de prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas II – desatendimento das determinações
contratuais, especificações, projetos e regulares emitidas pela autoridade
prazos; designada para acompanhar e fiscalizar sua
III – a lentidão do seu cumprimento, execução ou por autoridade superior;
levando a Administração a comprovar a III – alteração social ou modificação da
impossibilidade da conclusão da obra, do finalidade ou da estrutura da empresa
serviço ou do fornecimento, nos prazos que restrinja sua capacidade de concluir o
estipulados; contrato;
IV – o atraso injustificado no início da obra, IV – decretação de falência ou de
serviço ou fornecimento; insolvência civil, dissolução da sociedade
V – a paralisação da obra, do serviço ou ou falecimento do contratado;
do fornecimento, sem justa causa e prévia V – caso fortuito ou força maior,
comunicação à Administração; regularmente comprovados, impeditivos da
VI – a subcontratação total ou parcial do execução do contrato;
seu objeto, a associação do contratado VI – atraso na obtenção da licença
com outrem, a cessão ou transferência, ambiental, ou impossibilidade de obtê-
total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou la, ou alteração substancial do anteprojeto
incorporação, não admitidas no edital e no que dela resultar, ainda que obtida no prazo
contrato; previsto;

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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VII – o desatendimento das determinações VII – atraso na liberação das áreas sujeitas
regulares da autoridade designada para a desapropriação, a desocupação
acompanhar e fiscalizar a sua execução, ou a servidão administrativa, ou
assim como as de seus superiores; impossibilidade de liberação dessas áreas;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na VIII – razões de interesse público,
sua execução, anotadas na forma do § 1º do
justificadas pela autoridade máxima do
art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração órgão ou da entidade contratante;
de insolvência civil; IX – não cumprimento das obrigações
X – a dissolução da sociedade ou o relativas à reserva de cargos prevista em
falecimento do contratado; lei, bem como em outras normas específicas,
XI – a alteração social ou a modificação da para pessoa com deficiência, para reabilitado
finalidade ou da estrutura da empresa, que da Previdência Social ou para aprendiz.
prejudique a execução do contrato; § 1º Regulamento poderá especificar
XII – razões de interesse público, de procedimentos e critérios para verificação
alta relevância e amplo conhecimento,
da ocorrência dos motivos previstos no
justificadas e determinadas pela máxima
caput deste artigo.
autoridade da esfera administrativa a que
§ 2º O CONTRATADO terá direito à extinção
está subordinado o contratante e exaradas
no processo administrativo a que se refere do contrato nas seguintes hipóteses:
o contrato; I – supressão, por parte da Administração,
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras que acarrete
de obras, serviços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além
modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no art. 125 desta Lei;
do limite permitido no § 1º do art. 65 desta (25%)
Lei; II – suspensão de execução do contrato, por
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem ordem escrita da Administração, por prazo
escrita da Administração, por prazo superior superior a 3 (três) meses;
a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso III – repetidas suspensões que totalizem 90
de calamidade pública, grave perturbação (noventa) dias úteis, independentemente
da ordem interna ou guerra, ou ainda do pagamento obrigatório de indenização
por repetidas suspensões que totalizem
pelas sucessivas e contratualmente
o mesmo prazo, independentemente do
imprevistas desmobilizações e mobilizações
pagamento obrigatório de indenizações pelas
e outras previstas;
sucessivas e contratualmente imprevistas
desmobilizações e mobilizações e outras IV – atraso superior a 2 (dois) meses,
previstas, assegurado ao contratado, nesses contado da emissão da nota fiscal, dos
casos, o direito de optar pela suspensão do pagamentos ou de parcelas de pagamentos
cumprimento das obrigações assumidas até devidos pela Administração por despesas de
que seja normalizada a situação; obras, serviços ou fornecimentos;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias V – não liberação pela Administração,
dos pagamentos devidos pela Administração nos prazos contratuais, de área, local ou
decorrentes de obras, serviços ou objeto, para execução de obra, serviço ou
fornecimento, ou parcelas destes, já fornecimento, e de fontes de materiais
recebidos ou executados, salvo em caso de naturais especificadas no projeto, inclusive
calamidade pública, grave devido a atraso ou

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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perturbação da ordem interna ou guerra, descumprimento das obrigações atribuídas


assegurado ao contratado o direito de pelo contrato à Administração relacionadas
optar pela suspensão do cumprimento de a desapropriação, a desocupação de áreas
suas obrigações até que seja normalizada a públicas ou a licenciamento ambiental.
situação; § 3º As hipóteses de extinção a que se
XVI – a não liberação, por parte da referem os incisos II, III e IV do § 2º deste
Administração, de área, local ou objeto para artigo observarão as seguintes disposições:
execução de obra, serviço ou fornecimento, I – não serão admitidas em caso de
nos prazos contratuais, bem como das calamidade pública, de grave perturbação
fontes de materiais naturais especificadas da ordem interna ou de guerra, bem como
no projeto;
quando decorrerem de ato ou fato que o
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de
contratado tenha praticado, do qual tenha
força maior, regularmente comprovada,
participado ou para o qual tenha contribuído;
impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no II – assegurarão ao contratado o direito de
inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções optar pela suspensão do cumprimento das
penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de obrigações assumidas até a normalização
1999) da situação, admitido o restabelecimento do
Parágrafo único. Os casos de rescisão equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
contratual serão formalmente motivados na forma da alínea “d” do inciso II do caput
nos autos do processo, assegurado o do art. 124 desta Lei.
contraditório e a ampla defesa. § 4º Os emitentes das garantias previstas
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: no art. 96 desta Lei deverão ser notificados
I – determinada por ato unilateral e escrito pelo contratante quanto ao início de
da Administração, nos casos enumerados processo administrativo para apuração de
nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; descumprimento de cláusulas contratuais.
II – amigável, por acordo entre as partes, Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
reduzida a termo no processo da licitação, I – determinada por ato unilateral e
desde que haja conveniência para a escrito da Administração, exceto no caso de
Administração; descumprimento decorrente de sua própria
III – judicial, nos termos da legislação;
conduta;
IV – (VETADO)
II – consensual, por acordo entre as partes,
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883,
por conciliação, por mediação ou por comitê
de 1994)
de resolução de disputas, desde que haja
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável
deverá ser precedida de autorização escrita interesse da Administração;
e fundamentada da autoridade competente. III – determinada por decisão arbitral, em
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base decorrência de cláusula compromissória
nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem ou compromisso arbitral, ou por decisão
que haja culpa do contratado, será este judicial.
ressarcido dos prejuízos regularmente § 1º A extinção determinada por ato
comprovados que houver sofrido, tendo unilateral da Administração e a extinção
ainda direito a: consensual deverão ser precedidas de
I – devolução de garantia; autorização escrita e fundamentada da
II – pagamentos devidos pela execução do autoridade competente e reduzidas a termo
contrato até a data da rescisão; no respectivo processo.

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III – pagamento do custo da desmobilização. § 2º Quando a extinção decorrer de culpa


§ 3º (VETADO) exclusiva da Administração, o contratado
§ 3º (Vetado). será ressarcido pelos prejuízos regularmente
§ 4º (Vetado). comprovados que houver sofrido e terá
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação direito a:
ou sustação do contrato, o cronograma de I – devolução da garantia;
execução será prorrogado automaticamente II – pagamentos devidos pela execução do
por igual tempo. contrato até a data de extinção;
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I III – pagamento do custo da desmobilização.
do artigo anterior acarreta as seguintes Art. 139. A extinção determinada por ato
consequências, sem prejuízo das sanções unilateral da Administração poderá acarretar,
previstas nesta Lei: sem prejuízo das sanções previstas nesta
I – assunção imediata do objeto do contrato, Lei, as seguintes consequências:
no estado e local em que se encontrar, por I – assunção imediata do objeto do
ato próprio da Administração; contrato, no estado e local em que se
II – ocupação e utilização do local, instalações, encontrar, por ato próprio da Administração;
equipamentos, material e pessoal II – ocupação e utilização do local, das
empregados na execução do contrato, instalações, dos equipamentos, do
necessários à sua continuidade, na forma do material e do pessoal empregados na
inciso V do art. 58 desta Lei; execução do contrato e necessários à sua
III – execução da garantia contratual, para continuidade;
ressarcimento da Administração, e dos III – execução da garantia contratual para:
valores das multas e indenizações a ela a) ressarcimento da Administração Pública
devidos; por prejuízos decorrentes da não execução;
IV – retenção dos créditos decorrentes do b) pagamento de verbas trabalhistas,
contrato até o limite dos prejuízos causados fundiárias e previdenciárias, quando cabível;
à Administração. c) pagamento das multas devidas à
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos Administração Pública;
incisos I e II deste artigo fica a critério da d) exigência da assunção da execução e
Administração, que poderá dar continuidade da conclusão do objeto do contrato pela
à obra ou ao serviço por execução direta ou seguradora, quando cabível;
indireta. IV – retenção dos créditos decorrentes
§ 2º É permitido à Administração, no caso do contrato até o limite dos prejuízos
de concordata do contratado, manter o causados à Administração Pública e das
contrato, podendo assumir o controle multas aplicadas.
de determinadas atividades de serviços
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos
essenciais.
incisos I e II do caput deste artigo ficará a
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo,
critério da Administração, que poderá dar
o ato deverá ser precedido de autorização
continuidade à obra ou ao serviço por
expressa do Ministro de Estado competente,
execução direta ou indireta.
ou Secretário Estadual ou Municipal,
§ 2º Na hipótese do inciso II do caput
conforme o caso. deste artigo, o ato deverá ser precedido de
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do autorização expressa do ministro de Estado,
artigo anterior permite à Administração, do secretário estadual ou do secretário
a seu critério, aplicar a medida prevista no municipal competente, conforme o caso.
inciso I deste artigo.

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Extinção dos Contratos – Art. 137


Tendo em vista que, via de regra, o contrato administrativo deve ter prazo certo, após o
advento do termo fixado, o contrato está extinto.
Da mesma forma, é cláusula obrigatória do contrato administrativo a definição do obje-
to; sendo assim, após a conclusão do objeto licitado (ex.: construção da rodovia), o contrato
também está extinto.
Essas são as formas naturais de se terminar um contrato administrativo: término do prazo
ou conclusão do objeto.
Contudo, existem formas extraordinárias de extinção do contrato, podendo ocorrer de
modo unilateral pela Administração Pública; ou se houver motivo legal o contratado pode
pedir a rescisão ou de comum acordo por ambos, Administração Pública e o contratado.

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Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado será ressar-


cido pelos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido e terá direito a:
• devolução da garantia;
• pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da extinção;
• pagamento do custo da desmobilização.

A extinção determinada por ato unilateral da Administração poderá acarretar, sem prejuí-
zo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes consequências (art. 138):

I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio
da Administração;
II – ocupação e utilização do local, das instalações, dos equipamentos, do material e do pessoal
empregados na execução do contrato e necessários à sua continuidade; (o ato deverá ser precedi-
do de autorização expressa do ministro de Estado, do secretário estadual ou do secretário munici-
pal competente, conforme o caso.)
III – execução da garantia contratual, para:
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decorrentes da não execução;
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciárias, quando cabível;
c) pagamento de valores das multas devidas à Administração Pública;
d) exigência da assunção da execução e conclusão do objeto do contrato pela seguradora, quando
cabível;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Adminis-
tração Pública e das multas aplicadas.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput deste artigo ficará a critério da
Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.

Conforme o inciso I e II a Administração Pública pode fazer ocupação de bens, serviços


e até do pessoal do contratado para não interromper um serviço prestado à sociedade. Infe-
lizmente, é comum empresas de transporte de ônibus, fornecimento de merendas; vendas de
bilhetes de ônibus não cumprirem adequadamente os termos de contrato o que pode levar
a rescisão antecipada por parte da Administração Pública. Mas ela pode retomar o objeto e
fazer ocupação temporária para não prejudicar a sociedade e ficar sem o serviço prestado.
Posteriormente, a Administração Pública deve fazer nova licitação e novo contrato.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto CAPÍTULO IX
será recebido: DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO
I – em se tratando de obras e serviços: CONTRATO
a) provisoriamente, pelo responsável
Art. 140. O objeto do contrato será recebido:
por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado, assinado I – em se tratando de obras e serviços:

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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pelas partes em até 15 (quinze) dias da a) provisoriamente, pelo responsável


comunicação escrita do contratado; por seu acompanhamento e fiscalização,
b) definitivamente, por servidor ou comissão mediante termo detalhado, quando
designada pela autoridade competente, verificado o cumprimento das exigências de
mediante termo circunstanciado, assinado caráter técnico;
pelas partes, após o decurso do prazo de b) definitivamente, por servidor ou comissão
observação, ou vistoria que comprove a designada pela autoridade competente,
adequação do objeto aos termos contratuais, mediante termo detalhado que comprove
observado o disposto no art. 69 desta Lei; o atendimento das exigências contratuais;
II – em se tratando de compras ou de II – em se tratando de compras:
locação de equipamentos: a) provisoriamente, de forma sumária,
a) provisoriamente, para efeito de posterior pelo responsável por seu acompanhamento
verificação da conformidade do material com e fiscalização, com verificação posterior da
a especificação; conformidade do material com as exigências
b) definitivamente, após a verificação contratuais;
da qualidade e quantidade do material e b) definitivamente, por servidor ou
consequente aceitação. comissão designada pela autoridade
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos competente, mediante termo detalhado que
de grande vulto, o recebimento far-se-á comprove o atendimento das exigências
mediante termo circunstanciado e, nos contratuais.
demais, mediante recibo. § 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado,
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo no todo ou em parte, quando estiver em
não exclui a responsabilidade civil pela desacordo com o contrato.
solidez e segurança da obra ou do serviço, § 2º O recebimento provisório ou definitivo
nem ético-profissional pela perfeita execução não excluirá a responsabilidade civil
do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela solidez e pela segurança da obra
pela lei ou pelo contrato. ou serviço nem a responsabilidade ético-
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” profissional pela perfeita execução do
do inciso I deste artigo não poderá ser contrato, nos limites estabelecidos pela lei
superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos ou pelo contrato.
excepcionais, devidamente justificados e § 3º Os prazos e os métodos para a realização
previstos no edital. dos recebimentos provisório e definitivo
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado serão definidos em regulamento ou no
ou a verificação a que se refere este artigo contrato.
não serem, respectivamente, lavrado ou § 4º Salvo disposição em contrário constante
procedida dentro dos prazos fixados, do edital ou de ato normativo, os ensaios, os
testes e as demais provas para aferição da
reputar-se-ão como realizados, desde que
boa execução do objeto do contrato exigidos
comunicados à Administração nos 15 (quinze)
por normas técnicas oficiais correrão por
dias anteriores à exaustão dos mesmos.
conta do contratado.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento
provisório nos seguintes casos: § 5º Em se tratando de projeto de
I – gêneros perecíveis e alimentação obra, o recebimento definitivo pela
preparada; Administração não eximirá o projetista
II – serviços profissionais; ou o consultor da responsabilidade objetiva

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III – obras e serviços de valor até o previsto por todos os danos causados por falha de
no art. 23, inciso II, alínea “a”, desta projeto.
Lei, desde que não se componham de § 6º Em se tratando de obra, o recebimento
aparelhos, equipamentos e instalações definitivo pela Administração não eximirá
sujeitos à verificação de funcionamento e o contratado, pelo prazo mínimo de
produtividade. 5 (cinco) anos, admitida a previsão de
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o prazo de garantia superior no edital e no
recebimento será feito mediante recibo. contrato, da responsabilidade objetiva pela
Art. 75. Salvo disposições em contrário solidez e pela segurança dos materiais e dos
constantes do edital, do convite ou de ato serviços executados e pela funcionalidade
normativo, os ensaios, testes e demais da construção, da reforma, da recuperação
provas exigidos por normas técnicas oficiais ou da ampliação do bem imóvel, e, em caso
para a boa execução do objeto do contrato de vício, defeito ou incorreção identificados,
correm por conta do contratado. o contratado ficará responsável pela
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo reparação, pela correção, pela reconstrução
ou em parte, obra, serviço ou fornecimento ou pela substituição necessárias.
executado em desacordo com o contrato.

Do Recebimento do Objeto do Contrato – Art. 140


Quase chegando à fase final do contrato temos o recebimento do objeto. A entrega do
produto, da obra, do serviço.
Esse é o ideal! Que o contrato siga seu curso normal, sem extinção antecipada, e no final
o objeto seja entregue à Administração Pública conforme a lei exige.
Como se dá o recebimento?

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Assim, tanto nas obras e serviços, quanto nas compras há o recebimento provisório, feito
pelo responsável pelo acompanhamento da execução contratual, e, posteriormente, de forma
definitiva por servidor ou comissão.
O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em desacor-
do com o contrato.
O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a responsabilidade civil pela solidez e
segurança da obra ou serviço nem a responsabilidade ético-profissional pela perfeita execu-
ção do contrato, nos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Em se tratando de obras, o recebimento definitivo pela Administração não eximirá o con-
tratado, pelo prazo mínimo de cinco anos, admitida a previsão de prazo de garantia superior
no edital e no contrato, da responsabilidade objetiva pela solidez e segurança dos materiais
e dos serviços executados e pela funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação
ou da ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorreção identificados, o
contratado ficará responsável pela reparação, pela correção, pela reconstrução ou pela subs-
tituição necessárias.
Neste ponto andou bem a Lei n. 14.133/2021, pois na lei anterior não havia prazo de “ga-
rantia” da obra pela solidez e segurança. Antes, eram aplicadas as regras do Código Civil.
Agora, nas licitações há regra própria.
Em se tratando de projeto de obra, o recebimento definitivo pela Administração não eximi-
rá o projetista ou o consultor da responsabilidade objetiva por todos os danos causados por
falha de projeto.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO X
DOS PAGAMENTOS
Art. 141. No dever de pagamento pela
Administração, será observada a ordem
cronológica para cada fonte diferenciada
de recursos, subdividida nas seguintes
categorias de contratos:
I – fornecimento de bens;
II – locações;
III – prestação de serviços;
IV – realização de obras.
§ 1º A ordem cronológica referida no
caput deste artigo poderá ser alterada,
mediante prévia justificativa da autoridade
competente e posterior comunicação ao
órgão de controle interno da Administração
e ao tribunal de contas competente,
exclusivamente nas seguintes situações:

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I – grave perturbação da ordem, situação de


emergência ou calamidade pública;
II – pagamento a microempresa, empresa de
pequeno porte, agricultor familiar, produtor
rural pessoa física, microempreendedor
individual e sociedade cooperativa, desde
que demonstrado o risco de descontinuidade
do cumprimento do objeto do contrato;
III – pagamento de serviços necessários ao
funcionamento dos sistemas estruturantes,
desde que demonstrado o risco de
descontinuidade do cumprimento do objeto
do contrato;
IV – pagamento de direitos oriundos de
contratos em caso de falência, recuperação
judicial ou dissolução da empresa contratada;
V – pagamento de contrato cujo objeto seja
imprescindível para assegurar a integridade
do patrimônio público ou para manter o
funcionamento das atividades finalísticas do
órgão ou entidade, quando demonstrado
o risco de descontinuidade da prestação
de serviço público de relevância ou o
cumprimento da missão institucional.
§ 2º A inobservância imotivada da ordem
cronológica referida no caput deste artigo
ensejará a apuração de responsabilidade do
agente responsável, cabendo aos órgãos de
controle a sua fiscalização.
§ 3º O órgão ou entidade deverá
disponibilizar, mensalmente, em seção
específica de acesso à informação em seu
sítio na internet, a ordem cronológica de
seus pagamentos, bem como as justificativas
que fundamentarem a eventual alteração
dessa ordem.

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Art. 142. Disposição expressa no edital ou


no contrato poderá prever pagamento em
conta vinculada ou pagamento pela efetiva
comprovação do fato gerador.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a
execução do objeto, quanto a dimensão,
qualidade e quantidade, a parcela
incontroversa deverá ser liberada no prazo
previsto para pagamento.
Art. 144. Na contratação de obras,
fornecimentos e serviços, inclusive de
engenharia, poderá ser estabelecida
remuneração variável vinculada ao
desempenho do contratado, com base em
metas, padrões de qualidade, critérios de
sustentabilidade ambiental e prazos de
entrega definidos no edital de licitação e no
contrato.
§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em
base percentual sobre o valor economizado
em determinada despesa, quando o objeto
do contrato visar à implantação de processo
de racionalização, hipótese em que as
despesas correrão à conta dos mesmos
créditos orçamentários, na forma de
regulamentação específica.
§ 2º A utilização de remuneração variável será
motivada e respeitará o limite orçamentário
fixado pela Administração para a contratação.
Art. 145. Não será permitido pagamento
antecipado, parcial ou total, relativo a parcelas
contratuais vinculadas ao fornecimento de
bens, à execução de obras ou à prestação
de serviços.
§ 1º A antecipação de pagamento somente
será permitida se propiciar sensível
economia de recursos ou se representar
condição indispensável para a obtenção do
bem ou para a prestação do serviço, hipótese
que deverá ser previamente justificada
no processo licitatório e expressamente
prevista no edital de licitação ou instrumento
formal de contratação direta.
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação
de garantia adicional como condição para o
pagamento antecipado.

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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§ 3º Caso o objeto não seja executado no


prazo contratual, o valor antecipado deverá
ser devolvido.
Art. 146. No ato de liquidação da despesa,
os serviços de contabilidade comunicarão
aos órgãos da administração tributária as
características da despesa e os valores
pagos, conforme o disposto no art. 63 da Lei
n. 4.320, de 17 de março de 1964.
A Administração Pública tem, ainda, uma fama de mal pagadora. Atualmente, não é tanto
assim, pois nos últimos anos tem sido mais rigoroso o sistema de pagamentos e a responsa-
bilização dos gestores maliciosos.
A Lei n. 14.133/2021 vem trazendo capítulo específico sobre a regra de pagamentos ao
contratado determinando a observância da ordem cronológica dos pagamentos.
Assim, segundo o art. 141, no dever de pagamento pela Administração será observada a
ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recursos.
Excepcionalmente, a ordem cronológica poderá ser alterada, mediante prévia justificativa
da autoridade competente e posterior comunicação ao órgão de controle interno da Adminis-
tração e ao tribunal de contas competente, exclusivamente nas seguintes situações:
• grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamidade pública;
• pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor familiar, produtor ru-
ral pessoa física, microempreendedor individual e sociedades cooperativas, desde que
demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do contrato;
• pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas estruturantes,
desde que demonstrado o risco de descontinuidade do cumprimento do objeto do con-
trato;
• pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência, recuperação judicial
ou dissolução da empresa contratada;
• pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegurar a integridade do
patrimônio público ou para manter o funcionamento das atividades finalísticas do órgão
ou entidade, quando demonstrado o risco de descontinuidade da prestação de um servi-
ço público de relevância, ou o cumprimento da missão institucional.

Note que para desrespeitar a ordem cronológica deve haver a devida justificativa e comuni-
car ao órgão de controle interno e ao Tribunal de Contas competente e somente pode ocorrer
nas hipóteses estritamente fixadas em lei.
O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente, na seção específica de acesso à
informação de seu sítio da internet, a ordem cronológica de seus pagamentos, bem como as
justificativas que fundamentarem a eventual alteração da ordem.

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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Após decorrido o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado da emissão da nota fiscal,
em razão do atraso, desde que não tenha culpa do contratado, haverá, conforme o caso, atu-
alização do débito vencido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial
(IPCA-E) ou pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), ou por índice que vier a subs-
tituí-los, e incidirão juros de mora de 0,2% (dois décimos por cento) ao mês.
No caso de controvérsia sobre a execução do objeto, quanto a dimensão, qualidade e quan-
tidade, a parcela incontroversa deverá ser liberada no prazo previsto para pagamento. Assim,
havendo dúvida em medições e quantidades, a parte já acordada entre Administração Pública
e contratado terá o pagamento nos prazos legais.

Remuneração Variável – Art. 144


Trata-se de uma forma de remuneração em que se pretende à obtenção de um resul-
tado futuro.
Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, inclusive de engenharia, poderá ser
estabelecida remuneração variável vinculada ao desempenho do contratado, com base em
metas, padrões de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega defi-
nidos no edital de licitação e no contrato.
Pode ser por exemplo, um contrato de obra em que vincula uma maior remuneração ao
contratado se entregar a obra antes do prazo previsto, de modo que a Administração Pública
deixe de pagar aluguel do prédio que é utilizado. Ou a aquisição de um software que torne
mais efetiva a arrecadação de um tributo, sendo que a remuneração ao contratado será maior
a depender da eficiência do programa. Ou a contratação de serviço advocatício em que se
vincula a remuneração conforme o sucesso da causa, podendo até a remuneração consistir
no pagamento de honorários advocatícios pelo êxito da causa. Inclusive o TCU já reconheceu
legalidade da contratação de risco nessas situações (Acórdão n. 589/2004).
O pagamento poderá ser ajustado em base percentual sobre valor economizado em deter-
minada despesa, quando o objeto do contrato visar à implantação de processo de racionaliza-
ção, hipótese em que as despesas correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na
forma de regulamentação específica.
A utilização de remuneração variável será motivada e respeitará o limite orçamentário fixa-
do pela Administração para a contratação.

Pagamento Antecipado

Via de regra, a Administração deve realizar o pagamento somente após o cumprimento da


obrigação pelo particular contratado.
Na Lei n. 8.666/1993 não há previsão de pagamento antecipado, pois o artigo que traria
tal previsão fora objeto de veto sob o fundamento de que a preservação do interesse público

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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impunha o máximo de zelo e cautela, “que só tornam admissíveis pagamentos por bens e
serviços efetivamente prestados ou fornecidos”.
O TCU, em casos muito excepcionais admite realizar pagamentos antes da efetiva execu-
ção do objeto contratado (Acórdãos n. 134/1995 e n. 59/1999 – Plenário).
O pagamento antecipado não é vedado pelo ordenamento jurídico, contudo, é admitido
apenas em situações excepcionais. A possibilidade de pagamento adiantado deve ser con-
dicionada à existência de interesse público devidamente demonstrado, previsão no edital e
exigência de garantias (Acórdão n. 3.614/2013 – Plenário).
A antecipação de pagamento somente deve ser admitida em situações excepcionais, de-
vidamente justificadas pelo interesse público e observadas as devidas cautelas e garantias.
(Acórdão n. 1.565/2015 – Plenário).
A MP n. 961/2020, em razão da situação provocada pelo Coronavírus autorizou a realiza-
ção de pagamentos antecipados nas licitações e contratos durante o estado de calamidade
pública, desde que seja indispensável para obter o bem ou assegurar a prestação de serviço.
Segundo a Lei n. 14.133/2021 é permitido pagamento antecipado, mas somente será per-
mitida a antecipação de pagamento se propiciar sensível economia de recursos ou se repre-
sentar condição indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do serviço, hipó-
tese que deverá ser previamente justificada no processo licitatório e expressamente prevista
no edital de licitação ou instrumento formal de contratação direta.
A lei apenas dispôs em seu texto o que já ocorria na Administração Pública. Inclusive a Lei
n. 8.666/1993, art. 15, dispõe que as compras devem balizar-se pelas regras do setor priva-
do. Assim, no mercado privado o pagamento antecipado (não parcelado e prévio) geralmente
resulta em melhor preço. Assim, se a Administração Pública conseguir sensível economia de
recursos com o pagamento antecipado, assim poderá fazer.
Ou também quando for condição indispensável para a obtenção do bem ou para a presta-
ção do serviço. Por exemplo, um caso que analisamos recentemente foi de uma inexigibilidade
de licitação pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB com pagamento antecipado
para assinatura de “revistas” internacionais sobre matérias aduaneiras (International Bureau
of Fiscal Documentation – IBFD e do Global Tax Treaty Commentaries). Nos contratos para as
assinaturas a exigência das empresas é que o pagamento seja feito antecipadamente.
A Administração poderá exigir a prestação de garantia adicional como condição para o
pagamento antecipado. E caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o valor ante-
cipado deverá ser devolvido.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


Art. 59. A declaração de nulidade do contrato CAPÍTULO XI
administrativo opera retroativamente DA NULIDADE DOS CONTRATOS
impedindo os efeitos jurídicos que ele, Art. 147. Constatada irregularidade no
ordinariamente, deveria produzir, além de procedimento licitatório ou na execução
desconstituir os já produzidos. contratual, caso não seja possível o
Parágrafo único. A nulidade não exonera saneamento, a decisão sobre a suspensão
a Administração do dever de indenizar o da execução ou sobre a declaração de
contratado pelo que este houver executado nulidade do contrato somente será adotada
até a data em que ela for declarada e por na hipótese em que se revelar medida de
outros prejuízos regularmente comprovados, interesse público, com avaliação, entre outros,
contanto que não lhe seja imputável, dos seguintes aspectos:
promovendo-se a responsabilidade de I – impactos econômicos e financeiros
quem lhe deu causa. decorrentes do atraso na fruição dos
benefícios do objeto do contrato;
II – riscos sociais, ambientais e à segurança
da população local decorrentes do atraso na
fruição dos benefícios do objeto do contrato;
III – motivação social e ambiental do contrato;
IV – custo da deterioração ou da perda das
parcelas executadas;
V – despesa necessária à preservação das
instalações e dos serviços já executados;
VI – despesa inerente à desmobilização e ao
posterior retorno às atividades;
VII – medidas efetivamente adotadas
pelo titular do órgão ou entidade para o
saneamento dos indícios de irregularidades
apontados;
VIII – custo total e estágio de execução física
e financeira dos contratos, dos convênios,
das obras ou das parcelas envolvidas;
IX – fechamento de postos de trabalho
diretos e indiretos em razão da paralisação;
X – custo para realização de nova licitação ou
celebração de novo contrato;
XI – custo de oportunidade do capital durante
o período de paralisação.
Parágrafo único. Caso a paralisação ou
anulação não se revele medida de
interesse público, o poder público deverá
optar pela continuidade do contrato
e pela solução da irregularidade por meio
de indenização por perdas e danos, sem
prejuízo da apuração de responsabilidade e
da aplicação de penalidades cabíveis.

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Art. 148. A declaração de nulidade do


contrato administrativo requererá análise
prévia do interesse público envolvido, na
forma do art. 147 desta Lei, e operará
retroativamente, impedindo os efeitos
jurídicos que o contrato deveria produzir
ordinariamente e desconstituindo os já
produzidos.
§ 1º Caso não seja possível o retorno
à situação fática anterior, a nulidade
será resolvida pela indenização por
perdas e danos, sem prejuízo da apuração
de responsabilidade e aplicação das
penalidades cabíveis.
§ 2º Ao declarar a nulidade do contrato,
a autoridade, com vistas à continuidade da
atividade administrativa, poderá decidir
que ela só tenha eficácia em momento
futuro, suficiente para efetuar nova
contratação, por prazo de até 6 (seis) meses,
prorrogável uma única vez.
Art. 149. A nulidade não exonerará a
Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que houver executado até
a data em que for declarada ou tornada
eficaz, bem como por outros prejuízos
regularmente comprovados, desde que
não lhe seja imputável, e será promovida a
responsabilização de quem lhe tenha dado
causa.
Art. 150. Nenhuma contratação será
feita sem a caracterização adequada de
seu objeto e sem a indicação dos créditos
orçamentários para pagamento das parcelas
contratuais vincendas no exercício em que
for realizada a contratação, sob pena de
nulidade do ato e de responsabilização de
quem lhe tiver dado causa.

Uma das piores situações que pode ocorrer na execução de um contrato é a sua interrup-
ção, principalmente, se essa interrupção decorre de alguma nulidade. Andando pelo Brasil,
quantas vezes não vemos obras inacabadas em razão de descoberta de fraude na execu-
ção do contrato, ficando verdadeiros fantasmas de concreto como “saudade do que a gente
não viveu”.
As nulidades são vícios que contaminam todo o procedimento licitatório e inclusive o
contrato dele decorrente.

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Alguns indícios de vícios/fraude que geram corrupção nas licitações e contratos são:
• exigência de muitos requisitos de habilitação para afastar licitantes;
• dispensa de licitação com valores muito próximos aos limites;
• empresas constituídas em início de mandato de agentes políticos;
• empresas que se juntam para combinar propostas;
• documentos falsificados;
• empresa nova constituída com mesmos sócios de empresa anteriormente punida;
• aditivos contratuais excessivos;
• recorrentes casos de licitação deserta para contratar por dispensa. Enfim, a mente hu-
mana é muito criativa para cometer ilicitudes.

Apesar da grande quantidade de fraudes em licitações e contratos, veremos que a Lei pre-
tendeu preservar a execução contratual, sabendo que com a sua extinção antecipada quem
fica no prejuízo no fim das contas é a sociedade.
Nesse sentido, o art. 146 dispõe que constatada irregularidade no procedimento licita-
tório ou na execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão sobre a
suspensão da execução ou anulação do contrato somente será adotada na hipótese em que
se revelar medida de interesse público, com avaliação, entre outros, dos seguintes aspectos:

I – impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos benefícios do objeto


do contrato;
II – riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorrentes do atraso na fruição
dos benefícios do objeto do contrato;
III – motivação social e ambiental do contrato;
IV – custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
V – despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já executados;
VI – despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;
VII – medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade para o saneamento dos
indícios de irregularidades apontados;
VIII – custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos, dos convênios, das obras
ou das parcelas envolvidas;
IX – fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da paralisação;
X – custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;
XI – custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação.

Bem, note que a lei diz que constatada irregularidade “caso não seja possível o sanea-
mento” pode ser feita a anulação e ainda diz que deve ser considerado o interesse público.
Ademais, lembre-se do princípio do informalismo, de modo que não serão anulados atos que
podem ser aproveitados.
Segundo a lei, caso a paralisação ou anulação não se revele medida de interesse público,
o poder público deverá optar pela continuidade do contrato e pela solução da irregularidade

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por meio de indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e
da aplicação de penalidades cabíveis.
Analisados os requisitos acima, e não havendo opção, e sendo feita a anulação do con-
trato, a nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros
prejuízos regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e será promovida a
responsabilização de quem lhe tenha dado causa. Logo, se foi o contratado quem deu causa
a nulidade (por exemplo, apresentou documento falso para ser habilitado) ele não será nem
indenizado pelo que foi executado.
A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá análise prévia do interesse
público envolvido, e operará retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que deveria produzir
ordinariamente e desconstituindo os já produzidos. Isso não significa que se a empresa tem
outros contratos com o poder público eles terão que ser desconstituídos, pois isso traria ain-
da mais prejuízo a sociedade. Nesse sentido, o TCU já entendeu que a declaração de inidonei-
dade só tem efeitos para o futuro (ex nunc):

Administrativo. Declaração de inidoneidade para licitar e contratar com a Administração


Pública. Efeitos ex nunc da declaração de inidoneidade: Significado. Precedente da 1ª
Seção (MS 13.964/DF, DJe de 25.05.2009). 1. Segundo precedentes da 1ª Seção, a decla-
ração de inidoneidade “só produz efeito para o futuro (efeito ex nunc), sem interferir nos
contratos já existentes e em andamento” (MS 13.101/DF, Min. Eliana Calmon, DJe de
09.12.2008). Afirma-se, com isso, que o efeito da sanção inibe a empresa de “licitar ou
contratar com a Administração Pública” (Lei n. 8.666/1993, art. 87), sem, no entanto, acar-
retar, automaticamente, a rescisão de contratos administrativos já aperfeiçoados juridi-
camente e em curso de execução, notadamente os celebrados perante outros órgãos
administrativos não vinculados à autoridade impetrada ou integrantes de outros Entes
da Federação (estados, Distrito Federal e municípios). Todavia, a ausência do efeito res-
cisório automático não compromete nem restringe a faculdade que têm as entidades
da Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação, promover
medidas administrativas específicas para rescindir os contratos, nos casos autorizados e
observadas as formalidades estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei n. 8.666/1993. 2. No
caso, está reconhecido que o ato atacado não operou automaticamente a rescisão dos
contratos em curso, firmados pelas impetrantes. 3. Mandado de segurança denegado,
prejudicado o agravo regimental (MS 14.002/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Pri-
meira Seção, julgado em 28.10.2009, DJe 06.11.2009). MS 13.964/DF, Rel. Ministro Teori
Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 13.05.2009, DJe 25.05.2009; AgRg no REsp
1148351/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 18.03.2010,
DJe 30.03.2010

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Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será resolvida pela in-
denização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das
penalidades cabíveis. Isso se não foi o contratado quem deu causa a nulidade, pois, lembrando
que se ele deu causa ele não terá direito à indenização.
Uma novidade da lei foi a declaração de nulidade com efeitos futuros! Segundo a lei, ao de-
clarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade da atividade administra-
tiva, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para efetuar nova
contratação, por prazo de até seis meses, prorrogável uma única vez. Assim, pode declarar a
nulidade do contrato em execução, mas ele não será automaticamente interrompido. O contra-
tado continuará a executá-lo até ser realizada nova contratação para a conclusão.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO XII
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE
RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
Art. 151. Nas contratações regidas por esta
Lei, poderão ser utilizados meios alternativos
de prevenção e resolução de controvérsias,
notadamente a conciliação, a mediação, o
comitê de resolução de disputas e a arbitragem.
Parágrafo único. Será aplicado o disposto
no caput deste artigo às controvérsias
relacionadas a direitos patrimoniais
disponíveis, como as questões relacionadas
ao restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, ao inadimplemento
de obrigações contratuais por quaisquer das
partes e ao cálculo de indenizações.
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito
e observará o princípio da publicidade.
Art. 153. Os contratos poderão ser aditados
para permitir a adoção dos meios alternativos
de resolução de controvérsias.
Art. 154. O processo de escolha dos árbitros,
dos colegiados arbitrais e dos comitês de
resolução de disputas observará critérios
isonômicos, técnicos e transparentes.

Quando se tratar de direito disponível, poderá haver meios alternativos de resolução de


disputas que não seja a via judicial.
É um fato notório que a opção de ir para o Poder Judiciário resolver um litígio tem re-
sultado incerto. Incerteza quando ao resultado e, principalmente, incerteza quanto ao tempo
de duração.

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A Lei n. 14.133/2021 faculta que nos contratos tenha meios alternativos como conciliação,
a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem. São todas situações que não
são julgadas pelo Poder Judiciário.
A conciliação e mediação são um pouco próximas. Na mediação, o mediador facilita o
diálogo entre as partes, mas são elas que apresentam as soluções. Já, na conciliação, há parti-
cipação mais efetiva do conciliador que pode sugerir soluções. Mas em resumo, são métodos
extrajudiciais de solução de conflitos, por intermédio dos quais um realiza reuniões de conci-
liação, aplicando técnicas específicas para a resolução consensual de controvérsias.
Os comitês de resolução de conflitos são órgãos criados no âmbito da Administração Pú-
blica para resolução de conflitos, a exemplo, da Câmara de Conciliação Federal, instituído pela
Lei n. 13.140, de 2015, que dispõe sobre a mediação entre particulares como meio de solução
de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública.
E, também, pode ser utilizada a arbitragem, solução na qual é escolhido, pelas partes, um
terceiro que irá resolver a lide em caráter definitivo.
Segundo, a lei as questões que possibilitam soluções alternativas são questões relaciona-
das ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento
de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações. Trata-se de
uma “lista” meramente exemplificativa. Mas qualquer questão que não se trate de direito indis-
ponível pode ter resolução alternativa.

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Capítulo IV TÍTULO IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA DAS IRREGULARIDADES
TUTELA JUDICIAL CAPÍTULO I
Seção I DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES
Disposições Gerais ADMINISTRATIVAS
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário Art. 155. O licitante ou o contratado será
em assinar o contrato, aceitar ou retirar o responsabilizado administrativamente pelas
instrumento equivalente, dentro do prazo seguintes infrações:
estabelecido pela Administração, caracteriza I – dar causa à inexecução parcial do contrato;
o descumprimento total da obrigação II – dar causa à inexecução parcial do contrato
assumida, sujeitando-o às penalidades que cause grave dano à Administração, ao
legalmente estabelecidas. funcionamento dos serviços públicos ou ao
Parágrafo único. O disposto neste artigo não interesse coletivo;
se aplica aos licitantes convocados nos termos III – dar causa à inexecução total do contrato;
do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem IV – deixar de entregar a documentação exigida
a contratação, nas mesmas condições para o certame;
propostas pelo primeiro adjudicatário, V – não manter a proposta, salvo em decorrência
inclusive quanto ao prazo e preço. de fato superveniente devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar
Art. 82. Os agentes administrativos que
a documentação exigida para a contratação,
praticarem atos em desacordo com os
quando convocado dentro do prazo de validade
preceitos desta Lei ou visando a frustrar os
de sua proposta;
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções VII – ensejar o retardamento da execução ou
previstas nesta Lei e nos regulamentos da entrega do objeto da licitação sem motivo
próprios, sem prejuízo das responsabilidades justificado;
civil e criminal que seu ato ensejar. VIII – apresentar declaração ou documentação
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda falsa exigida para o certame ou prestar
que simplesmente tentados, sujeitam os declaração falsa durante a licitação ou a
seus autores, quando servidores públicos, execução do contrato;
além das sanções penais, à perda do cargo, IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento
emprego, função ou mandato eletivo. na execução do contrato;
Art. 84. Considera-se servidor público, para X – comportar-se de modo inidôneo ou cometer
os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo fraude de qualquer natureza;
que transitoriamente ou sem remuneração, XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os
cargo, função ou emprego público. objetivos da licitação;
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da
fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Lei
ou função em entidade paraestatal, assim
anticorrupção)
consideradas, além das fundações, empresas
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas
públicas e sociedades de economia mista,
as demais entidades sob controle, direto ou infrações administrativas previstas nesta Lei as
indireto, do Poder Público. seguintes sanções:

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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§ 2º A pena imposta será acrescida da terça I – advertência;


parte, quando os autores dos crimes previstos II – multa;
nesta Lei forem ocupantes de cargo em III – impedimento de licitar e contratar;
comissão ou de função de confiança em órgão IV – declaração de inidoneidade para licitar
ou contratar.
da Administração direta, autarquia, empresa
§ 1º Na aplicação das sanções serão
pública, sociedade de economia mista, fundação considerados:
pública, ou outra entidade controlada direta ou I – a natureza e a gravidade da infração
indiretamente pelo Poder Público. cometida;
Art. 85. As infrações penais previstas nesta II – as peculiaridades do caso concreto;
Lei pertinem às licitações e aos contratos III – as circunstâncias agravantes ou
celebrados pela União, Estados, Distrito atenuantes;
Federal, Municípios, e respectivas autarquias, IV – os danos que dela provierem para a
Administração Pública;
empresas públicas, sociedades de economia
V – a implantação ou o aperfeiçoamento
mista, fundações públicas, e quaisquer outras
de programa de integridade, conforme
entidades sob seu controle direto ou indireto. normas e orientações dos órgãos de controle.

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Seção II § 2º A sanção prevista no inciso I do caput


Das Sanções Administrativas (ADVERTÊNCIA) deste artigo será aplicada
Art. 86. O atraso injustificado na execução exclusivamente pela infração administrativa
do contrato sujeitará o contratado à multa prevista no inciso I do caput do art. 155 desta
de mora, na forma prevista no instrumento Lei, quando não se justificar a imposição de
convocatório ou no contrato. penalidade mais grave.
§ 1º A multa a que alude este artigo não § 3º A sanção prevista no inciso II do caput
impede que a Administração rescinda deste artigo (MULTA), calculada na forma
unilateralmente o contrato e aplique as
do edital ou do contrato, não poderá ser
outras sanções previstas nesta Lei.
inferior a 0,5% (cinco décimos por cento)
§ 2º A multa, aplicada após regular processo
nem superior a 30% (trinta por cento) do
administrativo, será descontada da garantia
do respectivo contratado. valor do contrato licitado ou celebrado
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor com contratação direta e será aplicada ao
da garantia prestada, além da perda desta, responsável por qualquer das infrações
responderá o contratado pela sua diferença, administrativas previstas no art. 155 desta
a qual será descontada dos pagamentos Lei.
eventualmente devidos pela Administração ou § 4º A sanção prevista no inciso III do caput
ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente. deste artigo será aplicada ao responsável
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do pelas infrações administrativas previstas
contrato a Administração poderá, garantida nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do
a prévia defesa, aplicar ao contratado as art. 155 desta Lei, quando não se justificar
seguintes sanções: a imposição de penalidade mais grave, e
I – advertência; impedirá o responsável de licitar ou contratar
II – multa, na forma prevista no instrumento no âmbito da Administração Pública direta e
convocatório ou no contrato; indireta do ente federativo que tiver aplicado
III – suspensão temporária de participação a sanção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.
em licitação e impedimento de contratar com § 5º A sanção prevista no inciso IV do caput
a Administração, por prazo não superior a 2 deste artigo será aplicada ao responsável pelas
(dois) anos; infrações administrativas previstas nos incisos
IV – declaração de inidoneidade para
VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta
licitar ou contratar com a Administração
Lei, bem como pelas infrações administrativas
Pública enquanto perdurarem os motivos
determinantes da punição ou até que seja previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput
promovida a reabilitação perante a própria do referido artigo que justifiquem a imposição
autoridade que aplicou a penalidade, que de penalidade mais grave que a sanção referida
será concedida sempre que o contratado
no § 4º deste artigo, e impedirá o responsável de
ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da licitar ou contratar no âmbito da Administração
sanção aplicada com base no inciso anterior. Pública direta e indireta de todos os entes
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor federativos, pelo prazo mínimo de 3 (três) anos
da garantia prestada, além da perda desta,
e máximo de 6 (seis) anos.
responderá o contratado pela sua diferença,
que será descontada dos pagamentos § 6º A sanção estabelecida no inciso IV do
eventualmente devidos pela Administração caput deste artigo será precedida de análise
ou cobrada judicialmente. jurídica e observará as seguintes regras:

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§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III I – quando aplicada por órgão do Poder
e IV deste artigo poderão ser aplicadas Executivo, será de competência exclusiva de
juntamente com a do inciso II, facultada a ministro de Estado, de secretário estadual
defesa prévia do interessado, no respectivo ou de secretário municipal e, quando
processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
aplicada por autarquia ou fundação, será
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV
de competência exclusiva da autoridade
deste artigo é de competência exclusiva do
Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou máxima da entidade;
Municipal, conforme o caso, facultada a defesa II – quando aplicada por órgãos dos Poderes
do interessado no respectivo processo, no Legislativo e Judiciário, pelo Ministério
prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, Público e pela Defensoria Pública no
podendo a reabilitação ser requerida após 2 desempenho da função administrativa, será
(dois) anos de sua aplicação. (Vide art. 109, de competência exclusiva de autoridade
inciso III) de nível hierárquico equivalente às
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III autoridades referidas no inciso I deste
e IV do artigo anterior poderão também ser parágrafo, na forma de regulamento.
aplicadas às empresas ou aos profissionais
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV
que, em razão dos contratos regidos por esta
do caput deste artigo poderão ser aplicadas
Lei:
cumulativamente com a prevista no inciso II
I – tenham sofrido condenação definitiva por
do caput deste artigo.
praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal
no recolhimento de quaisquer tributos; § 8º Se a multa aplicada e as indenizações
II – tenham praticado atos ilícitos visando a cabíveis forem superiores ao valor de pagamento
frustrar os objetivos da licitação; eventualmente devido pela Administração
III – demonstrem não possuir idoneidade para ao contratado, além da perda desse valor, a
contratar com a Administração em virtude de diferença será descontada da garantia
atos ilícitos praticados. prestada ou será cobrada judicialmente.
§ 9º A aplicação das sanções previstas no caput
deste artigo não exclui, em hipótese alguma,
a obrigação de reparação integral do dano
causado à Administração Pública.
Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no
inciso II do caput do art. 156 desta Lei, será
facultada a defesa do interessado no prazo de
15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua
intimação.
Art. 158. A aplicação das sanções previstas
nos incisos III e IV do caput do art. 156 desta
Lei requererá a instauração de processo
de responsabilização, a ser conduzido
por comissão composta de 2 (dois) ou mais
servidores estáveis, que avaliará fatos e

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circunstâncias conhecidos e intimará o licitante


ou o contratado para, no prazo de 15 (quinze)
dias úteis, contado da data de intimação,
apresentar defesa escrita e especificar as provas
que pretenda produzir.
§ 1º Em órgão ou entidade da Administração
Pública cujo quadro funcional não seja formado
de servidores estatutários, a comissão a que
se refere o caput deste artigo será composta
de 2 (dois) ou mais empregados públicos
pertencentes aos seus quadros permanentes,
preferencialmente com, no mínimo, 3 (três)
anos de tempo de serviço no órgão ou entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido
de produção de novas provas ou de
juntada de provas julgadas indispensáveis
pela comissão, o licitante ou o contratado
poderá apresentar alegações finais no prazo
de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da
intimação.
§ 3º Serão indeferidas pela comissão, mediante
decisão fundamentada, provas ilícitas,
impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou
intempestivas.
§ 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco)
anos, contados da ciência da infração pela
Administração, e será:
I – interrompida pela instauração do processo
de responsabilização a que se refere o caput
deste artigo;
II – suspensa pela celebração de acordo de
leniência previsto na Lei n. 12.846, de 1º de
agosto de 2013;
III – suspensa por decisão judicial que inviabilize
a conclusão da apuração administrativa.
Art. 159. Os atos previstos como infrações
administrativas nesta Lei ou em outras leis de
licitações e contratos da Administração Pública
que também sejam tipificados como atos lesivos
na Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013, serão
apurados e julgados conjuntamente, nos
mesmos autos, observados o rito procedimental
e a autoridade competente definidos na referida
Lei.

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Parágrafo único. (VETADO).


Art. 160. A personalidade jurídica poderá
ser desconsiderada sempre que utilizada
com abuso do direito para facilitar, encobrir ou
dissimular a prática dos atos ilícitos previstos
nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial,
e, nesse caso, todos os efeitos das sanções
aplicadas à pessoa jurídica serão estendidos
aos seus administradores e sócios com
poderes de administração, a pessoa jurídica
sucessora ou a empresa do mesmo ramo com
relação de coligação ou controle, de fato ou
de direito, com o sancionado, observados, em
todos os casos, o contraditório, a ampla defesa
e a obrigatoriedade de análise jurídica prévia.
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os
entes federativos deverão, no prazo máximo 15
(quinze) dias úteis, contado da data de aplicação
da sanção, informar e manter atualizados os
dados relativos às sanções por eles aplicadas,
para fins de publicidade no Cadastro Nacional
de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e no
Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep),
instituídos no âmbito do Poder Executivo
federal.
Parágrafo único. Para fins de aplicação das
sanções previstas nos incisos I, II, III e IV do
caput do art. 156 desta Lei, o Poder Executivo
regulamentará a forma de cômputo e as
consequências da soma de diversas sanções
aplicadas a uma mesma empresa e derivadas
de contratos distintos.
Art. 162. O atraso injustificado na execução do
contrato sujeitará o contratado a multa de mora,
na forma prevista em edital ou em contrato.
Parágrafo único. A aplicação de multa de mora
não impedirá que a Administração a converta
em compensatória e promova a extinção
unilateral do contrato com a aplicação cumulada
de outras sanções previstas nesta Lei.
Art. 163. É admitida a reabilitação do
licitante ou contratado perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade, exigidos,
cumulativamente:

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I – reparação integral do dano causado à


Administração Pública;
II – pagamento da multa;
III – transcurso do prazo mínimo de 1 (um)
ano da aplicação da penalidade, no caso de
impedimento de licitar e contratar, ou de 3
(três) anos da aplicação da penalidade, no caso
de declaração de inidoneidade;
IV – cumprimento das condições de reabilitação
definidas no ato punitivo;
V – análise jurídica prévia, com posicionamento
conclusivo quanto ao cumprimento dos
requisitos definidos neste artigo.
Parágrafo único. A sanção pelas infrações
previstas nos incisos VIII e XII do caput do
art. 155 desta Lei exigirá, como condição
de reabilitação do licitante ou contratado,
a implantação ou aperfeiçoamento de
programa de integridade pelo responsável.
(COMPLIANCE)

Aplicação de Penalidades – Art. 155


O licitante ou o contratado será responsabilizado administrativamente pelas seguintes
infrações:

I – dar causa à inexecução parcial do contrato;


II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Administração, ao funcio-
namento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo;
III – dar causa à inexecução total do contrato;
IV – deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a contratação, quando
convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação sem motivo justificado;
VIII – apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame ou prestar declaração
falsa durante a licitação ou a execução do contrato;
IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;
X – comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;
XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;
XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 (Lei Anticor-
rupção).

A lista das condutas que constituem infração não é taxativa. Assim, o contratado pode
incorrer em outras situações que podem gerar aplicação das penalidades.

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E, também, não se esqueça que as condutas listadas podem, ainda, configurar ato de
improbidade administrativa, tendo um processo civil, e crimes tendo um outro processo na
esfera penal.
E quais são as penalidades que podem ser aplicadas??

Na aplicação das sanções serão considerados:


• a natureza e a gravidade da infração cometida;
• as peculiaridades do caso concreto;
• as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
• os danos que dela provierem para a Administração Pública;
• a implantação ou aperfeiçoamento de programa de integridade, conforme normas e
orientações dos órgãos de controle.

Neste ponto a Lei n. 14.133/2021 criou um ‘caminho’ para a escolha da sanção a ser apli-
cada. Uma espécie de dosimetria. Ponto interessante é o item n. 5 que se refere a programas
de COMPLIANCE. Assim, se a empresa implementou programa de integridade pode ser fator
atenuante.
Quando se trata de aplicação de sanção, há certa discricionariedade da autoridade
competente para a escolha da penalidade mais adequada. Porém, em alguns casos a Lei n.
14.133/2021 predeterminou a sanção a ser aplicada. Assim, temos:

Aplicada exclusivamente pela infração de dar causa à


ADVERTÊNCIA inexecução parcial do contrato, quando não se justificar a
imposição de penalidade considerada mais grave.
Calculada na forma do edital ou do contrato, não poderá ser
inferior a 0,5% (cinco décimos por cento) nem superior a 30%
MULTA (trinta por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado
com contratação direta e será aplicada ao responsável por
qualquer das infrações administrativas.

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II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause


grave dano à Administração, ao funcionamento dos
IMPEDIMENTO DE LICITAR serviços públicos ou ao interesse coletivo;
E CONTRATAR. III – dar causa à inexecução total do contrato;
Impede o responsável IV – deixar de entregar a documentação exigida para o
de licitar ou contratar certame;
no âmbito da V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato
Administração Pública superveniente devidamente justificado;
direta e indireta do ente VI – não celebrar o contrato ou não entregar a documentação
federativo que tiver exigida para a contratação, quando convocado dentro do
aplicado a sanção, pelo prazo de validade de sua proposta;
prazo máximo de 3 (três) VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega do
anos. objeto da licitação sem motivo justificado;
Quando não se justificar a imposição de penalidade mais
grave.
VIII – apresentar declaração ou documentação falsa exigida
para o certame ou prestar declaração falsa durante a
licitação ou a execução do contrato;
IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na
execução do contrato;
X – comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de
qualquer natureza;
DECLARAÇÃO DE XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da
INIDONEIDADE PARA licitação;
LICITAR OU CONTRATAR. XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei n. 12.846, de
impede o responsável 1º de agosto de 2013 (Lei Anticorrupção)
de licitar ou contratar E, nas infrações a seguir, quando justificar penalidade mais
no âmbito da grave.
Administração Pública II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause
direta e indireta de todos grave dano à Administração, ao funcionamento dos serviços
os entes federativos, públicos ou ao interesse coletivo;
pelo prazo mínimo de 3 III – dar causa à inexecução total do contrato;
(três) anos e máximo de IV – deixar de entregar a documentação exigida para o
6 (seis) anos. certame;
V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato
superveniente devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar a documentação
exigida para a contratação, quando convocado dentro do
prazo de validade de sua proposta;
VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega do
objeto da licitação sem motivo justificado;

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IMPEDIMENTO DE Efeito: somente o ente federativo que


Prazo: até 3 anos
LICITAR E CONTRATAR tiver aplicado a sanção.
DECLARAÇÃO DE
INIDONEIDADE
Efeito: todos os entes federativos Prazo: de 3 a 6 anos
PARA LICITAR OU
CONTRATAR

Assim, por exemplo, se uma empresa participou de uma licitação com o Município de
Barrolândia (TO) e sofreu sanção de declaração de inidoneidade não poderá contratar com o
órgão que aplicou a sanção, bem como com nenhum outro órgão da Administração Pública
do município citado, do Estado de TO ou de qualquer outra esfera da federação.
Se fosse a sanção de impedimento de contratar, só não poderia licitar ou contratar dentro
do município que aplicou a sanção.
COMPETÊNCIA DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE
Competência exclusiva de ministro de
Quando aplicada por órgão do PODER
Estado, de secretário estadual ou de
EXECUTIVO.
secretário municipal.
Quando aplicada por AUTARQUIA OU Competência exclusiva da autoridade
FUNDAÇÃO. máxima da entidade.
Competência exclusiva de autoridade de
Quando aplicada por órgãos dos PODERES nível hierárquico equivalente a ministro
LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO. de Estado, de secretário estadual ou de
secretário municipal.
Competência exclusiva de autoridade de
Quando aplicada pelo MINISTÉRIO
nível hierárquico equivalente a ministro
PÚBLICO e pela DEFENSORIA PÚBLICA no
de Estado, de secretário estadual ou de
desempenho da função administrativa.
secretário municipal.

 Obs.: a pena de multa é a única que pode ser aplicada cumulativamente com qualquer uma
das outras.

Assim, pode haver advertência + multa; impedimento + multa e declaração de inidoneida-


de + multa.
Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao valor de pagamento
eventualmente devido pela Administração ao contratado, além da perda desse valor, a diferen-
ça será descontada da garantia prestada ou será cobrada judicialmente.

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Reabilitação (Voltar a Licitar e Contratar)


É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a própria autoridade que apli-
cou a penalidade, exigidos, cumulativamente (art. 162):

I – reparação integral do dano causado à Administração Pública;


II – pagamento da multa;
III – transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de impedi-
mento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração
de inidoneidade;
IV – cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V – análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao cumprimento dos requisitos
definidos neste artigo.

Vale, ainda, destacar que a declaração de inidoneidade somente deve produzir efeitos ex
nunc, não devendo provocar a rescisão dos contratos já firmados com a empresa que recebeu
a penalidade. Essa é a jurisprudência do STJ e do TCU:

Administrativo. Declaração de inidoneidade para licitar e contratar com a Administração


Pública. Efeitos ex nunc da declaração de inidoneidade: Significado. Precedente da 1ª
Seção (MS 13.964/DF, DJe de 25.05.2009). 1. Segundo precedentes da 1ª Seção, a decla-
ração de inidoneidade “só produz efeito para o futuro (efeito ex nunc), sem interferir nos
contratos já existentes e em andamento” (MS 13.101/DF, Min. Eliana Calmon, DJe de
09.12.2008). Afirma-se, com isso, que o efeito da sanção inibe a empresa de “licitar ou
contratar com a Administração Pública” (Lei n. 8.666/1993, art. 87), sem, no entanto, acar-
retar, automaticamente, a rescisão de contratos administrativos já aperfeiçoados juridi-
camente e em curso de execução, notadamente os celebrados perante outros órgãos
administrativos não vinculados à autoridade impetrada ou integrantes de outros Entes
da Federação (estados, Distrito Federal e municípios). Todavia, a ausência do efeito res-
cisório automático não compromete nem restringe a faculdade que têm as entidades
da Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação, promover
medidas administrativas específicas para rescindir os contratos, nos casos autorizados
e observadas as formalidades estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei n. 8.666/1993.
2. No caso, está reconhecido que o ato atacado não operou automaticamente a rescisão
dos contratos em curso, firmados pelas impetrantes. 3. Mandado de segurança dene-
gado, prejudicado o agravo regimental (MS 14.002/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,
Primeira Seção, julgado em 28.10.2009, DJe 06.11.2009).6
6
MS 13.964/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, julgado em 13.05.2009, DJe 25.05.2009; AgRg no REsp
1148351/MG, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 18.03.2010, DJe 30.03.2010.

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Em decisão proferida pelo Tribunal de Contas da União, no mesmo sentido, ficou registra-
do que a declaração de inidoneidade não dá ensejo à imediata rescisão de todos os contratos
firmados entre as empresas sancionadas e a Administração Pública Federal. Isso porque a de-
claração de inidoneidade apenas produz efeitos ex nunc, não autorizando que sejam desfeitos
todos os atos pretéritos ao momento de sua proclamação. A rescisão de todos os contratos
anteriormente celebrados pela empresa declarada inidônea nem sempre se mostra a solução
mais adequada, pois, dependendo da natureza dos serviços pactuados, que em algumas situ-
ações não podem sofrer solução de continuidade:

Não seria vantajoso para a Administração rescindir contratos cuja execução estivesse
adequada para celebrar contratos emergenciais, no geral mais onerosos e com nível de
prestação de serviços diverso, qualitativamente, daquele que seria obtido no regular pro-
cedimento licitatório.7

Rito para Aplicação das Sanções


Na aplicação da MULTA, será facultada a defesa do interessado no prazo de quinze dias úteis,
contado da data de sua intimação. Para a aplicação da multa não há rito próprio, o que a lei deter-
minou foi a necessidade de ser “facultada” (garantida) a defesa do acusado no prazo estipulada.
Por não ter rito próprio e se tratar de um processo administrativo, o processo deve observar, em
nível federal, o trâmite previsto na Lei n. 9.784/1999 que é a lei geral do processo administrativo.
A aplicação das sanções de IMPEDIMENTO E DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE requererá a
instauração de processo de responsabilização (PAR), a ser conduzido por comissão composta
de 2 (dois) ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e inti-
mará o licitante ou o contratado para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de
intimação, apresentar defesa escrita e especificar as provas que pretenda produzir.
Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo quadro funcional não seja formado
de servidores estatutários, a comissão será composta de dois ou mais empregados públicos
pertencentes aos seus quadros permanentes, preferencialmente com, no mínimo, três anos
de tempo de serviço no órgão ou entidade. Nesta disposição da lei, se trata de órgão que os
agentes públicos são contratados pelo regime da CLT, não sendo estatutários. A lei exigiu que
os empregados sejam do quadro permanente, vale dizer, concursados.
Na hipótese de deferimento de pedido de produção de novas provas ou de juntada de pro-
vas julgadas indispensáveis pela comissão, o licitante ou o contratado poderá apresentar ale-
gações finais no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da intimação.
Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão fundamentada, provas ilícitas, imperti-
nentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
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7
Acórdão n. 3002/2010 Plenário, TC-016.556/2005-5, rel. Min. José Jorge, 10.11.2010.
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A lei previu também prazo de prescrição para a aplicação das sanções. Segundo a lei,
a prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciência da infração pela Administra-
ção, e será:

I – interrompida pela instauração do processo de responsabilização a que se refere o caput deste


artigo;
II – suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na Lei n. 12.846, de 1º de agosto de
2013;
III – suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da apuração administrativa.

Interromper significar “zerar” a contagem. Assim, todo o período já transcorrido é “apaga-


do” quando o PAR é instaurado com a portaria designando a comissão.
Se for feito acordo de leniência (“delação premiada da pessoa jurídica”) nos termos da Lei
Anticorrupção, Lei n. 12.846/2013, a prescrição não será contada durante o cumprimento do
acordo, pois pela Lei de Licitações, neste caso a prescrição fica suspensa.
E no inciso III, se decisão judicial de qualquer esfera ou instância inviabilizar a conclusão
do PAR, enquanto isso a prescrição não correrá.

Desconsideração da Personalidade Jurídica


A teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica consiste em subestimar, ignorar,
ou seja, ultrapassar os efeitos da personificação jurídica, em casos concretos, com o fim de
impedir que simulações e fraudes praticadas sob seu manto alcancem suas finalidades, bem
como com o fim de solucionar todos os outros casos em que o respeito à forma societária le-
varia a soluções contrárias à sua função e aos princípios consagrados pelo ordenamento jurí-
dico brasileiro. Para o STJ, e mesmo antes da Lei n. 14133/21, já era possível desconsiderar a
personalidade jurídica da nova entidade constituída com os mesmos sócios que fazem parte
da empresa anterior que recebeu penalidade imposta pela Administração e estava impedida
de participar de licitações e contratos com o Poder Público. Vejamos:

Administrativo. Recurso ordinário em mandado de segurança. Licitação. Sanção de inido-


neidade para licitar. Extensão de efeitos à sociedade com o mesmo objeto social, mesmos
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sócios e mesmo endereço. Fraude à lei e abuso de forma. Desconsideração da persona-


lidade jurídica na esfera administrativa. Possibilidade. Princípio da moralidade adminis-
trativa e da indisponibilidade dos interesses públicos. A constituição de nova sociedade,
com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em subs-
tituição a outra declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual,
com o objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma
e fraude à Lei de Licitações Lei n. 8.666/1993, de modo a possibilitar a aplicação da
teoria da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da
sanção administrativa à nova sociedade constituída. A Administração Pública pode, em
observância ao princípio da moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interes-
ses públicos tutelados, desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída
com abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o contraditório
e a ampla defesa em processo administrativo regular. Recurso a que se nega provimento
(RMS 15166/BA, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 07.08.2003, DJ
08.09.2003, p. 262).

Agora, há previsão em lei para que a nova empresa constituída com os mesmos sócios da
empresa anterior não possa participar de contratações com o Poder Público.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO V CAPÍTULO II
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE
Art. 109. Dos atos da Administração ESCLARECIMENTO E DOS RECURSOS
Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima
decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
para impugnar edital de licitação por
I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis irregularidade na aplicação desta Lei ou
a contar da intimação do ato ou da lavratura para solicitar esclarecimento sobre os seus
da ata, nos casos de: termos, devendo protocolar o pedido até 3
a) habilitação ou inabilitação do licitante; (três) dias úteis antes da data de abertura do
b) julgamento das propostas; certame.
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou
c) anulação ou revogação da licitação; ao pedido de esclarecimento será divulgada
d) indeferimento do pedido de inscrição em sítio eletrônico oficial no prazo de até 3
em registro cadastral, sua alteração ou (três) dias úteis, limitado ao último dia útil
cancelamento; anterior à data da abertura do certame.
e) rescisão do contrato, a que se refere o Art. 165. Dos atos da Administração
decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
inciso I do art. 79 desta Lei;
I – RECURSO, no prazo de 3 (três) dias
f) aplicação das penas de advertência, úteis, contado da data de intimação ou de
suspensão temporária ou de multa; lavratura da ata, em face de:

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II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias a) ato que defira ou indefira pedido de pré-
úteis da intimação da decisão relacionada qualificação de interessado ou de inscrição
com o objeto da licitação ou do contrato, de em registro cadastral, sua alteração ou
que não caiba recurso hierárquico; cancelamento;
III – pedido de reconsideração, de decisão de b) julgamento das propostas;
Ministro de Estado, ou Secretário Estadual c) ato de habilitação ou inabilitação de
ou Municipal, conforme o caso, na hipótese licitante;
do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 d) anulação ou revogação da licitação;
(dez) dias úteis da intimação do ato. e) extinção do contrato, quando determinada
§ 1º A intimação dos atos referidos no
por ato unilateral e escrito da Administração;
inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”, deste artigo,
II – PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO, no
excluídos os relativos a advertência e multa
prazo de 3 (três) dias úteis, contado da
de mora, e no inciso III, será feita mediante
publicação na imprensa oficial, salvo para data de intimação, relativamente a ato do
os casos previstos nas alíneas “a” e “b”, se qual não caiba recurso hierárquico.
presentes os prepostos dos licitantes no § 1º Quanto ao recurso apresentado em
ato em que foi adotada a decisão, quando virtude do disposto nas alíneas “b” e “c”
poderá ser feita por comunicação direta aos do inciso I do caput deste artigo, serão
interessados e lavrada em ata. observadas as seguintes disposições:
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” I – a intenção de recorrer deverá ser
do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, manifestada imediatamente, sob pena de
podendo a autoridade competente, preclusão, e o prazo para apresentação das
motivadamente e presentes razões de razões recursais previsto no inciso I do caput
interesse público, atribuir ao recurso deste artigo será iniciado na data de intimação
interposto eficácia suspensiva aos demais ou de lavratura da ata de habilitação ou
recursos. inabilitação ou, na hipótese de adoção da
inversão de fases prevista no § 1º do art. 17
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado
desta Lei, da ata de julgamento;
aos demais licitantes, que poderão impugná- II – a apreciação dar-se-á em fase única.
lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis. § 2º O recurso de que trata o inciso I do caput
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade deste artigo será dirigido à autoridade que
superior, por intermédio da que praticou o tiver editado o ato ou proferido a decisão
ato recorrido, a qual poderá reconsiderar recorrida, que, se não reconsiderar o ato
sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias ou a decisão no prazo de 3 (três) dias úteis,
úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, encaminhará o recurso com a sua motivação
devidamente informado, devendo, neste caso, à autoridade superior, a qual deverá proferir
a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 sua decisão no prazo máximo de 10 (dez) dias
(cinco) dias úteis, contado do recebimento do úteis, contado do recebimento dos autos.
recurso, sob pena de responsabilidade. § 3º O acolhimento do recurso implicará
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação invalidação apenas de ato insuscetível de
aproveitamento.
ou pedido de reconsideração se inicia ou
§ 4º O prazo para apresentação de
corre sem que os autos do processo estejam contrarrazões será o mesmo do recurso e
com vista franqueada ao interessado. terá início na data de intimação pessoal ou de
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas divulgação da interposição do recurso.
na modalidade de “carta convite” os prazos § 5º Será assegurado ao licitante vista dos
estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo elementos indispensáveis à defesa de seus
3º deste artigo serão de dois dias úteis. interesses.

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Art. 166. Da aplicação das sanções previstas


nos incisos I, II e III do caput do art. 156 desta
Lei caberá recurso no prazo de 15 (quinze)
dias úteis, contado da data da intimação.
Parágrafo único. O recurso de que trata o
caput deste artigo será dirigido à autoridade
que tiver proferido a decisão recorrida,
que, se não a reconsiderar no prazo de 5
(cinco) dias úteis, encaminhará o recurso
com sua motivação à autoridade superior,
a qual deverá proferir sua decisão no prazo
máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado do
recebimento dos autos.
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista
no inciso IV do caput do art. 156 desta Lei
caberá apenas pedido de reconsideração,
que deverá ser apresentado no prazo de
15 (quinze) dias úteis, contado da data da
intimação, e decidido no prazo máximo
de 20 (vinte) dias úteis, contado do seu
recebimento.
Art. 168. O recurso e o pedido de
reconsideração terão efeito suspensivo
do ato ou da decisão recorrida até que
sobrevenha decisão final da autoridade
competente.
Parágrafo único. Na elaboração de suas
decisões, a autoridade competente será
auxiliada pelo órgão de assessoramento
jurídico, que deverá dirimir dúvidas e
subsidiá-la com as informações necessárias.

Impugnar significa questionar. Se algum licitante não concorda com alguma cláusula do
edital poderá questioná-la junto à Administração Pública como, por exemplo, se não concordar
com a modalidade a ser utilizada ou o critério de julgamento.
Segundo a lei, qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregu-
laridade na aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo
protocolar o pedido até três dias úteis antes da data de abertura do certame. A resposta à impug-
nação ou ao pedido de esclarecimento será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de até
três dias úteis, limitado ao último dia útil anterior à data da abertura do certame. (art. 164)
Note que a lei falou qualquer pessoa. Então, mesmo aquele que não participa da licitação
(não é licitante) pode impugnar as disposições do edital se não concordar com alguma cláusula.

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Quanto ao prazo de impugnação, a nosso ver, ficou confusa a redação, pois o dispositivo
afirma que o momento para apresentar o pedido de impugnação é em até três dias úteis antes
da data de abertura do certame. No art. 17 da Lei, a licitação se inicia com a fase preparatória
e em seguida vem a publicação do edital, sendo que o edital só é de conhecimento de todos
com a sua publicação.
Na redação da Lei n. 8.666/1993 o prazo para impugnação é até 5 (cinco) dias úteis antes
da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação. Ou seja, publicado o edital, até
cinco dias úteis antes de iniciar a próxima etapa deve haver a impugnação.
Nesse sentido, a melhor interpretação do dispositivo da lei atual é que o pedido de im-
pugnação deve ser protocolado em até três dias úteis antes do início da etapa seguinte
(pós-edital).
Com a Lei n. 14.133/2021, o licitante pode recorrer de vários momentos da licitação. O
momento de a autoridade competente apreciar os recursos será após a fase de habilitação,
vindo a fase recursal.

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Dos atos decorrentes nas licitações cabem:

Quanto ao recurso apresentado referente às etapas de JULGAMENTO E HABILITAÇÃO, a


intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamente, sob pena de preclusão, e o prazo
para apresentação das razões recursais (3 dias úteis) será iniciado na data de intimação ou
de lavratura da ata de habilitação ou inabilitação ou, na hipótese de adoção de inversão de
fases (primeiro habilitação e julgamento), da ata de julgamento.
Assim, se a licitação seguiu o trâmite padrão (julgamento primeiro e depois habilitação) o
recurso dever ser apresentado as razões recursais são apresentadas a partir da data de inti-
mação ou de lavratura da ata de habilitação ou inabilitação. No entanto, se ocorrer a inversão
de fases (primeiro, habilitação e, depois, julgamento) as razões devem ser apresentadas a
partir da ata de julgamento.
Mas vale frisar que a intenção de recorrer tem que ser imediata. Assim, que ocorrer a fase
de julgamento ou na etapa de habilitação o licitante que não concordar com o seu resultado

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tem que manifestar imediatamente que quer recorrer. O prazo de 3 dias úteis é para apresen-
tar as razões (a fundamentação) do recurso.
A apreciação (julgamento dos recursos) ocorrerá em fase única. Com a Lei 14.133/2021 a
apreciação dos recursos é concentrada em um único momento quando o recurso se refere às
etapas de julgamento e habilitação.

Sistemática Recursal
O recurso será dirigido à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão recor-
rida, que, se não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de três dias úteis, encaminhará o
recurso com a sua motivação à autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no
prazo máximo de 10 dias úteis, contado do recebimento dos autos. O acolhimento de recurso
implicará invalidação apenas de ato insuscetível de aproveitamento.
Havendo recurso decorrente da aplicação das sanções de advertência, multa ou impedi-
mento de licitar e contratar, previstas no art. 155, caberá recurso no prazo de 15 dias úteis,
contado da data de intimação. Nesta hipótese, o recurso será dirigido à autoridade que tiver
proferido a decisão recorrida, que, se não a reconsiderar no prazo de 5 dias úteis, encaminha-
rá o recurso com sua motivação à autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no
prazo máximo de 20 dias úteis, contado do recebimento dos autos.

Da aplicação da sanção de declaração de inidoneidade, caberá apenas PEDIDO DE RE-


CONSIDERAÇÃO, que deverá ser apresentado no prazo de 15 dias úteis, contado da data de
intimação, e decidido no prazo máximo de 20 dias úteis, contado do seu recebimento.
Atente-se também que, em razão do art. 168, os recursos terão efeito suspensivo. Ou seja,
enquanto não houver o julgamento a licitação fica paralisada aguardando decisão.

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Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


CAPÍTULO III
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES
Art. 169. As contratações públicas
deverão submeter-se a práticas contínuas
e permanentes de gestão de riscos e de
controle preventivo, inclusive mediante
adoção de recursos de tecnologia da
informação, e, além de estar subordinadas
ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes
linhas de defesa:
I – primeira linha de defesa, integrada por
servidores e empregados públicos, agentes
de licitação e autoridades que atuam na
estrutura de governança do órgão ou
entidade;
II – segunda linha de defesa, integrada
pelas unidades de assessoramento jurídico
e de controle interno do próprio órgão ou
entidade;
III – terceira linha de defesa, integrada
pelo órgão central de controle interno da
Administração e pelo tribunal de contas.
§ 1º Na forma de regulamento, a
implementação das práticas a que se
refere o caput deste artigo será de
responsabilidade da alta administração do
órgão ou entidade e levará em consideração
os custos e os benefícios decorrentes de
sua implementação, optando-se pelas
medidas que promovam relações íntegras e
confiáveis, com segurança jurídica para todos
os envolvidos, e que produzam o resultado
mais vantajoso para a Administração,
com eficiência, eficácia e efetividade nas
contratações públicas.
§ 2º Para a realização de suas atividades,
os órgãos de controle deverão ter acesso
irrestrito aos documentos e às informações
necessárias à realização dos trabalhos,
inclusive aos documentos classificados pelo
órgão ou entidade nos termos da Lei n.
12.527, de 18 de novembro de 2011, e o órgão
de controle com o qual foi compartilhada
eventual informação sigilosa tornar-se-á
corresponsável pela manutenção do seu
sigilo.

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§ 3º Os integrantes das linhas de defesa a


que se referem os incisos I, II e III do caput
deste artigo observarão o seguinte:
I – quando constatarem simples
impropriedade formal, adotarão medidas
para o seu saneamento e para a mitigação
de riscos de sua nova ocorrência,
preferencialmente com o aperfeiçoamento
dos controles preventivos e com a capacitação
dos agentes públicos responsáveis;
II – quando constatarem irregularidade
que configure dano à Administração,
sem prejuízo das medidas previstas no
inciso I deste § 3º, adotarão as providências
necessárias para a apuração das
infrações administrativas, observadas
a segregação de funções e a necessidade
de individualização das condutas, bem
como remeterão ao Ministério Público
competente cópias dos documentos
cabíveis para a apuração dos ilícitos de sua
competência.
Art. 170. Os órgãos de controle adotarão,
na fiscalização dos atos previstos nesta Lei,
critérios de oportunidade, materialidade,
relevância e risco e considerarão as
razões apresentadas pelos órgãos e
entidades responsáveis e os resultados
obtidos com a contratação, observado o
disposto no § 3º do art. 169 desta Lei.
§ 1º As razões apresentadas pelos órgãos
e entidades responsáveis deverão ser
encaminhadas aos órgãos de controle até a
conclusão da fase de instrução do processo
e não poderão ser desentranhadas dos
autos.
§ 2º A omissão na prestação das informações
não impedirá as deliberações dos órgãos
de controle nem retardará a aplicação de
qualquer de seus prazos de tramitação e de
deliberação.
§ 3º Os órgãos de controle desconsiderarão
os documentos impertinentes, meramente
protelatórios ou de nenhum interesse para
o esclarecimento dos fatos.
§ 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa
física ou jurídica poderá representar aos
órgãos de controle interno ou ao tribunal de
contas competente contra irregularidades
na aplicação desta Lei.
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Art. 171. Na fiscalização de controle será


observado o seguinte:
I – viabilização de oportunidade de
manifestação aos gestores sobre possíveis
propostas de encaminhamento que terão
impacto significativo nas rotinas de trabalho
dos órgãos e entidades fiscalizados, a fim
de que eles disponibilizem subsídios para
avaliação prévia da relação entre custo e
benefício dessas possíveis proposições;
II – adoção de procedimentos objetivos
e imparciais e elaboração de relatórios
tecnicamente fundamentados, baseados
exclusivamente nas evidências obtidas e
organizados de acordo com as normas de
auditoria do respectivo órgão de controle,
de modo a evitar que interesses pessoais
e interpretações tendenciosas interfiram
na apresentação e no tratamento dos fatos
levantados;
III – definição de objetivos, nos regimes
de empreitada por preço global,
empreitada integral, contratação
semi-integrada e contratação integrada,
atendidos os requisitos técnicos, legais,
orçamentários e financeiros, de acordo
comas finalidades da contratação, devendo,
ainda, ser perquirida a conformidade do
preço global com os parâmetros de mercado
para o objeto contratado, considerada
inclusive a dimensão geográfica.
§ 1º Ao suspender cautelarmente o processo
licitatório, o tribunal de contas deverá
pronunciar-se definitivamente sobre
o mérito da irregularidade que tenha
dado causa à suspensão no prazo de
25 (vinte e cinco) dias úteis, contado da
data do recebimento das informações a que
se refere o § 2º deste artigo, prorrogável
por igual período uma única vez, e definirá
objetivamente:

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I – as causas da ordem de suspensão;


II – o modo como será garantido o
atendimento do interesse público obstado
pela suspensão da licitação, no caso de
objetos essenciais ou de contratação por
emergência.
§ 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão
do processo licitatório, o órgão ou entidade
deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis,
admitida a prorrogação:
I – informar as medidas adotadas para
cumprimento da decisão;
II – prestar todas as informações cabíveis;
III – proceder à apuração de responsabilidade,
se for o caso.
§ 3º A decisão que examinar o mérito da
medida cautelar a que se refere o § 1º deste
artigo deverá definir as medidas necessárias
e adequadas, em face das alternativas
possíveis, para o saneamento do processo
licitatório, ou determinar a sua anulação.
§ 4º O descumprimento do disposto no
§ 2º deste artigo ensejará a apuração de
responsabilidade e a obrigação de reparação
do prejuízo causado ao erário.
Art. 172. (VETADO).
Art. 173. Os tribunais de contas deverão,
por meio de suas escolas de contas,
promover eventos de capacitação para os
servidores efetivos e empregados públicos
designados para o desempenho das funções
essenciais à execução desta Lei, incluídos
cursos presenciais e a distância, redes de
aprendizagem, seminários e congressos
sobre contratações públicas.

Neste capítulo novo, a Lei n. 14.133/2021 trata das disposições de controle nas contrata-
ções públicas.
A lei fixou três linhas de defesa que não excluem outras frentes defensivas, mas vejamos
como a lei regulamentou:

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Foi importante, também, a lei fixar prazo para a decisão de MÉRITO quando houver suspen-
são determinada por TC. Isso traz mais segurança jurídica nas contratações públicas. Nesse
sentido, a lei fixou que ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribunal de contas
deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito da irregularidade que tenha dado causa
à suspensão no prazo de 25 dias úteis.

Lei n. 8.666/1993 Lei n. 14.133/2021


TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DO PORTAL NACIONAL DE
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)
Art. 174. É criado o Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP), sítio
eletrônico oficial destinado à:
I – divulgação centralizada e obrigatória
dos atos exigidos por esta Lei;
II – realização facultativa das contratações
pelos órgãos e entidades dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário de todos
os entes federativos.
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê
Gestor da Rede Nacional de Contratações
Públicas, a ser presidido por representante
indicado pelo Presidente da República e
composto de:
I – 3 (três) representantes da União indicados
pelo Presidente da República;

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II – 2 (dois) representantes dos Estados e


do Distrito Federal indicados pelo Conselho
Nacional de Secretários de Estado da
Administração;
III – 2 (dois) representantes dos Municípios
indicados pela Confederação Nacional de
Municípios.
§ 2º O PNCP conterá, entre outras,
as seguintes informações acerca das
contratações:
I – planos de contratação anuais;
II – catálogos eletrônicos de padronização;
III – editais de credenciamento e de pré-
qualificação, avisos de contratação direta e
editais de licitação e respectivos anexos;
IV – atas de registro de preços;
V – contratos e termos aditivos;
VI – notas fiscais eletrônicas, quando for o
caso.
§ 3º O PNCP deverá, entre outras
funcionalidades, oferecer:
I – sistema de registro cadastral unificado;
II – painel para consulta de preços, banco de
preços em saúde e acesso à base nacional
de notas fiscais eletrônicas;
III – sistema de planejamento e
gerenciamento de contratações, incluído
o cadastro de atesto de cumprimento de
obrigações previsto no § 4º do art. 88 desta
Lei;
IV – sistema eletrônico para a realização de
sessões públicas;
V – acesso ao Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas (Ceis) e ao Cadastro
Nacional de Empresas Punidas (Cnep);
VI – sistema de gestão compartilhada com
a sociedade de informações referentes à
execução do contrato, que possibilite:
a) envio, registro, armazenamento e
divulgação de mensagens de texto ou
imagens pelo interessado previamente
identificado;
b) acesso ao sistema informatizado de
acompanhamento de obras a que se refere
o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
c) comunicação entre a população e
representantes da Administração e do
contratado designados para prestar as
informações e esclarecimentos pertinentes,
na forma de regulamento;

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d) divulgação, na forma de regulamento,


de relatório final com informações sobre
a consecução dos objetivos que tenham
justificado a contratação e eventuais condutas
a serem adotadas para o aprimoramento
das atividades da Administração.
§ 4º O PNCP adotará o formato de dados
abertos e observará as exigências previstas
na Lei n. 12.527, de 18 de novembro de
2011.
§ 5º (VETADO).
Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art.
174 desta Lei, os entes federativos poderão
instituir sítio eletrônico oficial para divulgação
complementar e realização das respectivas
contratações.
§ 1º Desde que mantida a integração com
o PNCP, as contratações poderão ser
realizadas por meio de sistema eletrônico
fornecido por pessoa jurídica de direito
privado, na forma de regulamento.
§ 2º (VETADO).
Art. 176. Os Municípios com até 20.000
(vinte mil) habitantes terão o prazo de 6
(seis) anos, contado da data de publicação
desta Lei, para cumprimento:
I – dos requisitos estabelecidos no art. 7º e
no caput do art. 8º desta Lei;
II – da obrigatoriedade de realização da
licitação sob a forma eletrônica a que se
refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
III – das regras relativas à divulgação em sítio
eletrônico oficial.
Parágrafo único. Enquanto não adotarem o
PNCP, os Municípios a que se refere o caput
deste artigo deverão:
I – publicar, em diário oficial, as informações
que esta Lei exige que sejam divulgadas em
sítio eletrônico oficial, admitida a publicação
de extrato;
II – disponibilizar a versão física dos
documentos em suas repartições, vedada a
cobrança de qualquer valor, salvo o referente
ao fornecimento de edital ou de cópia de
documento, que não será superior ao custo
de sua reprodução gráfica.

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Com a criação do PNCP haverá uma centralização maior das informações sobre contrata-
ções públicas. Hoje, cada ente da Federação possui seu cadastro, quando possuem.
Assim, com o PNCP todos os Entes saberão os licitantes punidos e que não podem parti-
cipar de contratações com o poder público e, também, outras funcionalidades como sistema
de registro cadastral unificado; painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e
acesso à base nacional de notas fiscais eletrônicas; sistema de planejamento e gerenciamen-
to de contratações, incluído o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações previsto no
§ 4º do art. 88; sistema eletrônico para a realização de sessões públicas.

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EXERCÍCIOS
001. (INÉDITA/2021) Acerca do tema contratos administrativos e das disposições da lei n.
14.133/2021, assinale a alternativa correta:
a) A denominação “contrato administrativo” é aplicada aos contratos de Direito Público cele-
brados pela Administração, em que predominam as normas de Direito Público.
b) Os contratos administrativos são onerosos, ou seja, possuem prestação e contraprestação
já estabelecidas e equivalentes.
c) As chamadas cláusulas exorbitantes ou de privilégio conferem uma série de prerrogativas
ao contratado em detrimento à Administração.
d)Em regra, o contrato administrativo é celebrado pela forma oral.
e) No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 30 (trinta)
dias úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que
contratar e, em até 50 (cinquenta) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos
executados e os preços praticados.

a) Certa. A expressão contratos da Administração abrange todos os contratos celebrados,


em regime de direito público e de direito privado. Já a denominação “contrato administrati-
vo” é reservada para os contratos de Direito Público celebrados pela Administração, em que
predominam as normas de Direito Público. O contrato administrativo é espécie contrato da
Administração. Porém, a Administração Pública também celebra contratos de direito privado
(ou semipúblicos). São contratos nos quais ela não está presente como Poder Público, e sim,
como se fosse um particular. Podemos citar como exemplo, um contrato de locação no qual
a Administração Pública é a locatária.
b) Errada. Essa é a característica de contratos comutativos, em que há prestação e contra-
prestação já estabelecidas e equivalentes. No contrato comutativo, as partes, além de receber
da outra prestação equivalente à sua, podem apreciar imediatamente (verifica previamente)
essa equivalência.
c) Errada. É o contrário: as cláusulas exorbitantes ou de privilégio conferem uma série de prer-
rogativas à Administração em detrimento do contratado. Essas cláusulas estarão presentes
nos contratos de direito público.
d) Errada. Em regra, o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita; é o que dispõe
o art. 90.

Art. 90. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e serão juntados ao processo que
tiver dado origem à contratação, divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico
oficial.

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e) Errada. As datas corretas são de 25 dias úteis e 45 dias úteis nessas hipóteses:

Art. 94, § 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial, em até 25 (vinte
e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato, os quantitativos e os preços unitários e totais que
contratar e, em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos
executados e os preços praticados.
Letra a.

002. (INÉDITA/2021) São características dos contratos administrativos, EXCETO:


a) Finalidade pública.
b) Mutabilidade.
c) Prazo indeterminado.
d) Intuito personae.
e) Natureza de contrato de adesão.

a) Certa. Assim como todos os atos administrativos, o contrato deve ser voltado sempre ao
interesse público. É sempre o interesse público que a Administração tem que ter em vista,
sob pena de desvio de poder. Se for celebrado contrato administrativo visando ao interesse
próprio ou ao de terceiros, será ilegal.
b) Certa. O contrato administrativo permite alteração durante sua execução. O contrato não é
um documento rígido, inflexível. Ele pode sofrer alterações para se adequar as modificações
que são necessárias durante a execução contratual.
c) Errada. Segundo o art. 104 da NLL, a duração dos contratos será a prevista em edital, e de-
verão ser observadas, no momento da contratação e a cada exercício financeiro, a disponibili-
dade de créditos orçamentários, bem como a previsão no plano plurianual, quando ultrapassar
1 (um) exercício financeiro. Então, veja que não tem mais aquela limitação de duração anual.
O edital vai dispor o prazo de duração, claro que respeitados os prazos previstos em lei e, no
momento da contratação e prorrogação, crédito orçamentário. Logo, não quer dizer que o pra-
zo seja indeterminado.
d) Certa. O contrato administrativo é pessoal, ou seja, deve ser executado pelo próprio contra-
tado. Não permite transferir a execução para terceiros.
e) Certa. Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de adesão, pois todas as
cláusulas contratuais são fixadas pela Administração. Contrato de adesão é aquele em que
todas as cláusulas são fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra-
tivo, a Administração.
Letra c.

003. (INÉDITA/2021) Segundo as disposições da Lei n. 14.133/2021 (NLL) acerca dos contra-
tos da administração, marque a alternativa correta:
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a) O instrumento de contrato é sempre obrigatório, por ser regido por normas de Direito Público.
b) É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas
compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de
valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
c) A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais
do contrato, representantes da Administração especialmente designados ou pelos respecti-
vos substitutos, vedada a contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com infor-
mações pertinentes a essa atribuição.
d) A Administração deverá manter preposto no local da obra ou do serviço para representá-la
na execução do contrato.
e) Apenas nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra, a Administração responderá subsidiariamente pelos encargos previdenciários e
solidariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumpri-
mento das obrigações do contratado.

a) Errada. Nem sempre o instrumento de contrato é obrigatório, havendo exceções em que
este poderá ser substituído:

Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses, em que a Adminis-
tração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço:
I – dispensa de licitação em razão de valor;
II – compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos quais não resultem obriga-
ções futuras, inclusive quanto a assistência técnica, independentemente de seu valor.

b) Certa. É o que estabelece o § 2º do art. 95 da NLL:

Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses, em que a Adminis-
tração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço:
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas com-
pras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor não
superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

c) Errada. A contratação de terceiros para assistir à fiscalização é permitida:

Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais
do contrato, representantes da Administração especialmente designados conforme requisitos es-
tabelecidos no art. 7º desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de tercei-
ros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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d) Errada. O preposto é indicado pelo contratado. O preposto é uma espécie de representante
do contratado.

Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração no local da obra ou do
serviço para representá-lo na execução do contrato.

e) Errada. A responsabilidade nesse caso, está trocada: a Administração responderá solida-
riamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se
comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obrigações do contratado.

Art. 121. § 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação ex-
clusiva de mão de obra, a Administração responderá solidariamente pelos encargos previdenciários
e subsidiariamente pelos encargos trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimen-
to das obrigações do contratado.
Letra b.

004. (INÉDITA/2021) Com relação às garantias exigidas pela Administração na realização do


contrato, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas
pelo contratado perante à Administração, não se estendendo ao pagamento das multas, preju-
ízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento do contratado.
b) É modalidade de garantia a caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos
sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia
autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Economia.
c) A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a fiel execução do con-
trato ou após a sua extinção por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro,
atualizada monetariamente.
d) Na hipótese de inadimplemento do contrato, caso a seguradora execute e conclua o objeto
do contrato, estará isenta da obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice.
e) Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% (cinco
por cento) do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10%
(dez por cento), desde que justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos
envolvidos.

a) Errada. O seguro-garantia também se aplica às multas, prejuízos e demais indenizações:

Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas
pelo contratado perante à Administração, inclusive as multas, os prejuízos e as indenizações decor-
rentes de inadimplemento, observadas as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei:

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b) Certa. A caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública é uma das formas de garantia:

Art. 96, § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante re-
gistro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil,
e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia;

c) Certa. Se trata da literalidade do art. 100 da NLL:

Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a fiel execução do
contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva da Administração e, quando em dinheiro, atua-
lizada monetariamente.

d) Certa. É o que dispõe o art. 102, parágrafo único, inciso I:

Art. 102. Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contratado, serão observadas as se-
guintes disposições:
I – caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isenta da obrigação de pagar a
importância segurada indicada na apólice;
II – caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a integralidade da importância
segurada indicada na apólice.

e) Certa. Essa é a redação do art. 98 da NLL:

Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% (cinco
por cento) do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10% (dez
por cento), desde que justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Letra a.

005. (INÉDITA/2021) Segundo a nova lei de licitações e contratos (NLL), os contratos poderão
ser alterados por acordo entre as partes ou unilateralmente pela Administração. Assinale a
única hipótese que apresenta uma situação de alteração unilateral pela Administração:
a) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias
supervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em
relação ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contraprestação de forneci-
mento de bens ou execução de obra ou serviço;
b) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
c) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força
maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis
de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado,
respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.

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d) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, bem como


do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos con-
tratuais originários;
e) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação téc-
nica a seus objetivos.

A única alternativa que apresenta uma hipótese de alteração unilateral pela Administração é a
alternativa “e”. As demais são casos de alteração por acordo, segundo o que dispõe o art. 124
da Lei 14.133/2021 (NLL):

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica a
seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou dimi-
nuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II – por acordo entre as partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, bem como do
modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de circunstâncias su-
pervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada a antecipação do pagamento em relação
ao cronograma financeiro fixado sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens
ou execução de obra ou serviço;
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de conse-
quências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em
qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.
Letra e.

006. (INÉDITA/2021) Acerca dos contratos administrativos regidos pela Lei n. 14.133/2021
(NLL), assinale a alternativa INCORRETA:
a) A repactuação do contrato deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado da
data da apresentação da proposta ou da data da última repactuação.
b) O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em desacor-
do com o contrato.
c) Os contratos poderão ser alterados unilateralmente pela Administração para restabelecer
o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior, caso fortuito ou
fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências

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incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qual-
quer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.
d) Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou total, relativo a parcelas contratuais
vinculadas ao fornecimento de bens, à execução de obras ou à prestação de serviços.
e) Em caso de nulidade do contrato, a Administração não está dispensada do dever de indeni-
zar o contratado pelo que houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz,
bem como por outros prejuízos regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável,
e será promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa.

a) Certa. É o que estabelece a redação do art. 135, § 3º, da NLL:

Art. 135, § 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado da data
da apresentação da proposta ou da data da última repactuação.

b) Certa. Essa é a literalidade do art. 140, § 1º, da NLL:

Art. 140, § 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte, quando estiver em
desacordo com o contrato.

c) Errada. Essa é uma hipótese em que a alteração do contrato deve ser feita por acordo entre
as partes:

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
II – por acordo entre as partes:
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso de força maior,
caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de conse-
quências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em
qualquer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.

d) Certa. É o que dispõe o art. 145 da NLL:

Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou total, relativo a parcelas contratuais
vinculadas ao fornecimento de bens, à execução de obras ou à prestação de serviços.

e) Certa. É o que se depreende do art. 149 da NLL:

Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuízos
regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e será promovida a responsabiliza-
ção de quem lhe tenha dado causa.
Letra c.

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007. (INÉDITA/2021) Com relação à extinção dos contratos administrativos, marque a respos-
ta correta tendo como referência a Lei n. 14.133/2021 (NLL):
a) A extinção do contrato poderá ser consensual, por acordo entre as partes, por concilia-
ção, por mediação ou por comitê de resolução de disputas, independente de interesse da
Administração.
b) O contratado terá direito à extinção do contrato no caso de atraso superior a 6 (seis) meses,
contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos
pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos.
c) É vedada a extinção do contrato determinada por decisão arbitral.
d) o contratado terá direito à extinção do contrato no caso de ocorrerem repetidas suspen-
sões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do pagamento obrigatório de
indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobiliza-
ções e outras previstas.
e) Mesmo se a extinção do contrato decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contra-
tado não terá direito à devolução da garantia.

a) Errada. Neste caso, a extinção do contrato dependerá de interesse da Administração.

Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:


II – consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação ou por comitê de reso-
lução de disputas, desde que haja interesse da Administração;

b) Errada. O prazo nesse caso, será de dois meses.

Art. 137, § 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas seguintes hipóteses:
IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou
de parcelas de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou
fornecimentos;

c) Errada. É permitida a extinção do contrato por decisão arbitral, em decorrência de cláusula
compromissória ou compromisso arbitral.

Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:


III – determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláusula compromissória ou compromis-
so arbitral, ou por decisão judicial.

d) Certa. De fato, se trata de uma hipótese de extinção do contrato pelo contratante:

Art. 137, § 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas seguintes hipóteses:

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, independentemente do pagamen-
to obrigatório de indenização pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas;

e) Errada. Nesse caso, o contratado terá direito da devolução da garantia prestada:

Art. 138, § 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o contratado será
ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido e terá direito a:
I – devolução da garantia;
Letra d.

008. (INÉDITA/2021) Dentre as alternativas abaixo, marque a opção que não estabelece um
motivo para a extinção do contrato administrativo:
a) atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de obtê-la, ou alteração subs-
tancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que obtida no prazo previsto;
b) não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou de cláusulas contra-
tuais, de especificações, de projetos ou de prazos;
c) caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos da execução
do contrato;
d) atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupação ou a servidão ad-
ministrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;
e) razões de interesse público, independentemente de justificativa.

A letra “e” é a única alternativa que não representa um motivo lícito para a extinção do con-
trato, uma vez que no caso de haver razões de interesse público para a extinção, estas devem
ser justificadas pela autoridade máxima do órgão ou da entidade contratante.
Letra e.

009. (INÉDITA/2021) Uma das piores situações que podem ocorrer na execução de um con-
trato é a sua interrupção, principalmente, se essa interrupção decorre de alguma nulidade.
Tendo como referência a Lei n. 14.133/2021 (NLL), assinale a alternativa correta acerca das
nulidades contratuais:
a) A declaração de nulidade do contrato administrativo nunca poderá operar retroativamente.
b) A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros
prejuízos regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e será promovida a
responsabilização de quem lhe tenha dado causa.
c) Os vícios do procedimento licitatório não contaminam o futuro contrato dele decorrente.

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d) Havendo a declaração de nulidade do contrato, caso não seja possível o retorno à situação
fática anterior, não haverá reparação por perdas e danos, por expressa previsão legal.
e) Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade da atividade
administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para
efetuar nova contratação, por prazo de até 1 (um) ano, prorrogável uma única vez.

a) Errada. A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá análise prévia do


interesse público envolvido, e operará retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que
deveria produzir ordinariamente e desconstituindo os já produzidos.

Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá análise prévia do interesse
público envolvido, na forma do art. 147 desta Lei, e operará retroativamente, impedindo os efeitos
jurídicos que o contrato deveria produzir ordinariamente e desconstituindo os já produzidos.

b) Certa. É o que se depreende do art. 149 da NLL:

Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuí-
zos regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e será promovida a responsabi-
lização de quem lhe tenha dado causa.

c) Errada. As nulidades são vícios que contaminam todo o procedimento licitatório e inclusive
o contrato dele decorrente.
d) Errada. Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será resolvida
pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e aplica-
ção das penalidades cabíveis. Isso se não foi o contratado quem deu causa a nulidade, pois,
lembrando que se ele deu causa ele não terá direito à indenização.

Art. 148. § 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade será resolvida
pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração de responsabilidade e aplicação das
penalidades cabíveis.

e) Errada. O prazo é de seis meses, prorrogável uma vez.

Art. 148. 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade da atividade
administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para efetuar
nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável uma única vez.
Letra b.

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010. (INÉDITA/2021) Assinale a alternativa que não representa uma espécie de cláusula exor-
bitante do contrato administrativo:
a) Fiscalização da execução do contrato.
b) Extinção unilateral.
c) Aplicação de sanções.
d) Alteração das cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos.
e) Ocupação provisória de bens.

A alternativa “d” é a única incorreta, uma vez que as cláusulas econômico-financeiras e mone-
tárias dos contratos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado. So-
mente cláusula regulamentar ou de serviço que comporta alteração unilateral.
Letra d.

011. (INÉDITA/2021) São exemplos de infrações administrativas previstas na Lei n.


14.133/2021 (NLL), EXCETO:
a) Impedimento de licitar e contratar.
b) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
c) Multa.
d) Suspensão da execução da obra ou serviço.
e) Advertência.

A alternativa “d” é a única alternativa que não apresenta uma das sanções elencadas no art.
156 da NLL:

Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as
seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – impedimento de licitar e contratar;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
Letra d.

012. (INÉDITA/2021) Acerca das penalidades e sanções aplicadas ao licitante e ao contrata-


do previstas na Lei n. 14.133/2021 (NLL), marque a resposta correta:
a) A desconsideração da personalidade jurídica é expressamente vedada pela lei em questão.
b) A multa de mora impedirá que a Administração promova a extinção unilateral do contrato.
c) Na aplicação das sanções dessa lei, não serão consideradas as peculiaridades do
caso concreto.

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d) As sanções não poderão ser aplicadas cumulativamente, em qualquer caso.


e) Na aplicação da pena de multa, será facultada a defesa do interessado no prazo de 15
(quinze) dias úteis, contado da data de sua intimação.

a) Errada. A desconsideração da personalidade jurídica é permitida quando a personalidade


for utilizada com abuso de direito ou para provocar confusão patrimonial.

Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa
jurídica serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração, a
pessoa jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle,
de fato ou de direito, com o sancionado, observados, em todos os casos, o contraditório, a ampla
defesa e a obrigatoriedade de análise jurídica prévia.

b) Errada. Quando a mora (atraso) no cumprimento da obrigação for do contratado, a Ad-
ministração poderá de imediato alegar a exceção ao contrato não cumprido. Logo, poderá a
Administração promover a extinção unilateral do contrato.

Art. 162. Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá que a Administração a con-
verta em compensatória e promova a extinção unilateral do contrato com a aplicação cumulada de
outras sanções previstas nesta Lei.

c) Errada. As peculiaridades do caso concreto serão consideradas na aplicação das sanções:

Art. 156, § 1º Na aplicação das sanções serão considerados:


II – as peculiaridades do caso concreto;

d) Errada. As sanções de advertência, impedimento de licitar e contratar e a declaração de


inidoneidade para licitar e contratar poderão ser aplicadas cumulativamente com a sanção de
multa.

Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as
seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – impedimento de licitar e contratar;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste artigo poderão ser aplicadas cumula-
tivamente com a prevista no inciso II do caput deste artigo.

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e) Certa. É o que estabelece o art. 157 da NLL:

Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput do art. 156 desta Lei, será facultada
a defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua intimação
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas previstas nesta Lei as
seguintes sanções:
II – multa;
Letra e.

013. (INÉDITA/2021) Com relação aos prazos da nova Lei de licitações e contratos (Lei n.
14.133/2021), marque a alternativa correta:
a) Na aplicação da multa, será facultada a defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data de sua intimação.
b) O prazo para protocolar a impugnação do edital de licitação por irregularidade é de 5
dias úteis.
c) A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10 anos nas hipóteses de
serviços e fornecimentos contínuos.
d) A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 3 anos, contado da data da apre-
sentação da proposta ou da data da última repactuação.
e) Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade da atividade
administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para
efetuar nova contratação, por prazo de até 2 anos, prorrogável uma única vez.

a) Certa. É o que estabelece o art. 157 da NLL:

Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput do art. 156 desta Lei, será facultada a
defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data de sua intimação.

b) Errada. O prazo será de 3 dias úteis:

Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na
aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o
pedido até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura do certame.

c) Errada. O prazo é de até 5 anos:

Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses
de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as seguintes diretrizes:

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Lei n. 14.133/2021 – Contratos – Comentada, Comparada e Esquematizada
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d) Errada. O prazo é de 3 anos:

Art. 135, § 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um) ano, contado da data
da apresentação da proposta ou da data da última repactuação.

e) Errada. O prazo é de seis meses, prorrogável até uma vez:

Art. 148, § 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à continuidade da ativi-
dade administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia em momento futuro, suficiente para
efetuar nova contratação, por prazo de até 6 (seis) meses, prorrogável uma única vez.
Letra a.

014. (INÉDITA/2021) Segundo a Lei n. 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos), é


admitida a reabilitação (voltar a licitar e contratar) do licitante ou contratado perante a própria
autoridade que aplicou a penalidade. Dito isso, de acordo com a lei, NÃO é exigência para a
reabilitação:
a) Análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao cumprimento dos requi-
sitos definidos neste artigo.
b) Reparação parcial do dano causado à Administração Pública.
c) Pagamento da multa.
d) Transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de impedi-
mento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de decla-
ração de inidoneidade.
e) Cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo.

A letra “b” é a única alternativa que não condiz com a redação do 163, que elenca as exigências
para a reabilitação. Isso porque, segundo o inciso I, a reparação do dano deve ser total.

Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a própria autoridade que apli-
cou a penalidade, exigidos, cumulativamente:
I – reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II – pagamento da multa;
III – transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade, no caso de impedi-
mento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da aplicação da penalidade, no caso de declaração
de inidoneidade;
IV – cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V – análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao cumprimento dos requisitos
definidos neste artigo.
Letra b.

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015. (INÉDITA/2021) Segundo o tema contratos administrativos e a nova Lei n. 14.133/2021,


assinale a resposta correta:
a) Em nenhuma hipótese se aplica aos contratos administrativos as regras de direitos privado.
b) Os contratos administrativos por serem comutativos trazem vantagens para ambos os con-
traentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um proveito almejado.
c) Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de adesão, pois todas as cláusulas
contratuais são fixadas pela Administração.
d) É vedado, em qualquer caso o contrato verbal com a Administração.
e) É permitida a subcontratação da totalidade da execução do contrato.

a) Errada. É possível aplicar supletivamente, aos contratos administrativos, as normas de Di-
reito Privado, conforme expresso no art. 88 da NLL.

Art. 88. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos preceitos de
direito público, e a eles serão aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos
e as disposições de direito privado.

b  ) Errada. Essa é a característica de onerosidade dos contratos administrativos. Sendo oneroso,


no contrato administrativo há um benefício recebido que corresponde a um sacrifício. Ambas
as partes experimentam benefícios e deveres. É o contrário do contrato gratuito, por exemplo a
doação. Neste só uma das partes tem obrigação que é entregar o bem, a outra não tem.
c) Certa. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são fixadas por apenas uma
das partes, no caso do contrato administrativo, a Administração. O contrato administrativo é
assim, mas quem elabora todas as cláusulas é a Administração Pública, sem a participação
do futuro contratado. Inclusive essa minuta de contrato já vem em anexo ao edital da licitação.
Ou seja, o licitante participa da licitação e já vê o contrato que assinará se ganhar a licitação.
d) Errada. É possível o contrato verbal com a Administração para as pequenas compras ou
serviços de pronto pagamento de valor não superior a R$ 10.000,00.

Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas
compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de valor
não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

e) Errada. É possível a subcontratação apenas de parte da execução do contrato. É o que pre-
vê o art. 122 da NLL:

Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, o
contratado poderá subcontratar partes da obra, do serviço ou do fornecimento até o limite autori-
zado, em cada caso, pela Administração.
Letra c.

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LEI N. 14.133/2021 – LEI DE LICITAÇÕES
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Diante das disposições da Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n. 14.133/2021), julgue os
itens seguintes acerca dos contratos administrativos:

016. (INÉDITA/2021) A extinção do contrato configura óbice para o reconhecimento do dese-


quilíbrio econômico-financeiro deste, de forma que não será concedida indenização posterior.

De acordo com o art. 131 da NLL, a extinção do contrato não configurará óbice para o reconhe-
cimento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedida indenização
por meio de termo indenizatório.
Errado.

017. (INÉDITA/2021) Os contratos administrativos poderão ser unilateralmente alterados pela


Administração quando conveniente a substituição da garantia de execução.

No caso de substituição da garantia, a alteração do contrato deve ser mediante acordo:

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos
seguintes casos:
II – por acordo entre as partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
Errado.

018. (INÉDITA/2021) A extinção do contrato determinada por ato unilateral da Administração


e a extinção consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo.

Segundo o art. 138, § 1º, da NLL, a extinção determinada por ato unilateral da Administração
e a extinção consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo.
Certo.

019. (INÉDITA/2021) A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o con-


tratado pelo que houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem
como por outros prejuízos regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e
será promovida a responsabilização de quem lhe tenha dado causa.

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Essa é a redação literal do art. 194 da NLL:

Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que
houver executado até a data em que for declarada ou tornada eficaz, bem como por outros prejuízos
regularmente comprovados, desde que não lhe seja imputável, e será promovida a responsabiliza-
ção de quem lhe tenha dado causa.
Certo.

020. (INÉDITA/2021) Em nenhuma hipótese os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídi-
ca serão estendidos aos seus administradores e sócios.

Os efeitos das sanções serão estendidos no caso de ocorrer a desconsideração da personali-


dade jurídica.

Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do
direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurí-
dica serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração, a pessoa
jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou
de direito, com o sancionado, observados, em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a
obrigatoriedade de análise jurídica prévia.
Errado.

021. (INÉDITA/2021) A caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública é uma modalidade


de garantia a ser escolhida pela Administração.

A modalidade de garantia será escolhida pelo contratado, não pela Administração.

Art. 96, § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante re-
gistro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil,
e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia;
II – seguro-garantia;
III – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a operar
no País pelo Banco Central do Brasil.
Errado.

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022. (INÉDITA/2021) Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá


ser de até 5% do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até
10% desde que justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.

Trata-se da literalidade do art. 98 da NLL:

Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% (cinco
por cento) do valor inicial do contrato, autorizada a majoração desse percentual para até 10% (dez
por cento), desde que justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Certo.

023. (INÉDITA/2021) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos podem


ser alteradas sem prévia concordância do contratado, mediante justificativa da Administração.

Segundo o art. 104, § 1º, as cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
Errado.

024. (INÉDITA/2021) A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo indetermina-


do nos contratos em que seja usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio,
desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentários
vinculados à contratação.

Essa é a literalidade do art. 109 da NLL:

Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo indeterminado nos contratos em
que seja usuária de serviço público oferecido em regime de monopólio, desde que comprovada, a
cada exercício financeiro, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação.
Certo.

025. (INÉDITA/2021) A fiscalização ou acompanhamento do contrato pelo contratante ex-


clui a responsabilidade do contratado pelos danos causados à terceiros durante a execução
do contrato.

Segundo dispõe o art. 120 da NLL, o contratado será responsável pelos danos causados dire-
tamente à Administração ou a terceiros em razão da execução do contrato, e não excluirá nem
reduzirá essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo contratante.
Errado.
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026. (INÉDITA/2021) O regulamento ou edital de licitação poderá vedar, restringir ou estabele-


cer condições para a subcontratação.

Essa é a literalidade do art. 122, § 2º: “Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, res-
tringir ou estabelecer condições para a subcontratação”.
Certo.

027. (INÉDITA/2021) Caso haja alteração unilateral do contrato que aumente ou diminua os
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, no mesmo termo aditivo, o equi-
líbrio econômico-financeiro inicial.

É o que estabelece a redação do art. 130 da NLL:

Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumente ou diminua os encargos do contra-
tado, a Administração deverá restabelecer, no mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-finan-
ceiro inicial.
Certo.

028. (INÉDITA/2021) Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de adesão.

De fato, todo contrato administrativo tem natureza de contrato de adesão, pois todas as cláu-
sulas contratuais são fixadas pela Administração. Contrato de adesão é aquele em que todas
as cláusulas são fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administrativo, a
Administração.
Certo.

029. (INÉDITA/2021) O instrumento de contrato é sempre obrigatório, por expressa pre-


visão legal.

O instrumento de contrato (termo de contrato) é o contrato escrito com o nome dos contratan-
tes, prazo de execução, obrigações de cada um...É um documento longo, cheio de cláusulas.
Assim, a lei permite sua substituição por um outro documento, também escrito, mas não tão
formal em certas hipóteses.

Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hipóteses, em que a Adminis-
tração poderá substituí-lo por outro instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço:

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I – dispensa de licitação em razão de valor;
II – compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos quais não resultem obriga-
ções futuras, inclusive quanto a assistência técnica, independentemente de seu valor.
Errado.

030. (INÉDITA/2021) Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela Adminis-
tração, dos quais o contratado ficará depositário, o valor desses bens deverá ser acrescido ao
valor da garantia.

Trata-se da literalidade do art. 101 da NLL:

Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela Administração, dos quais o
contratado ficará depositário, o valor desses bens deverá ser acrescido ao valor da garantia.
Certo.

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GABARITO
1. a 11. d 21. E
2. c 12. e 22. C
3. b 13. a 23. E
4. a 14. b 24. C
5. e 15. c 25. E
6. c 16. E 26. C
7. d 17. E 27. C
8. e 18. C 28. C
9. b 19. C 29. E
10. d 20. E 30. C

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Gustavo Scatolino
Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito
Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador
do Estado do Espírito Santo.

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