O documento discute a importância do texto de Collins e Pinch para o estudo do método científico em economia. Ele argumenta que (1) a teoria neoclássica defende o método hipotético-dedutivo, (2) Popper influenciou essa visão mas Kuhn criticou Popper, apontando a importância do contexto, e (3) os estudos de Collins e Pinch sobre experimentos científicos importantes mostraram que fatores não puramente científicos influenciaram os resultados, desafiando visões ideais da ciência.
Descrição original:
Título original
Importância do texto de Collins e Pinch ao estudo do método científico em economia
O documento discute a importância do texto de Collins e Pinch para o estudo do método científico em economia. Ele argumenta que (1) a teoria neoclássica defende o método hipotético-dedutivo, (2) Popper influenciou essa visão mas Kuhn criticou Popper, apontando a importância do contexto, e (3) os estudos de Collins e Pinch sobre experimentos científicos importantes mostraram que fatores não puramente científicos influenciaram os resultados, desafiando visões ideais da ciência.
O documento discute a importância do texto de Collins e Pinch para o estudo do método científico em economia. Ele argumenta que (1) a teoria neoclássica defende o método hipotético-dedutivo, (2) Popper influenciou essa visão mas Kuhn criticou Popper, apontando a importância do contexto, e (3) os estudos de Collins e Pinch sobre experimentos científicos importantes mostraram que fatores não puramente científicos influenciaram os resultados, desafiando visões ideais da ciência.
ALGUMAS RAZÕES PELAS QUAIS O TEXTO DE COLLINS E PINCH IMPORTA AO
ESTUDO DO MÉTODO CIENTÍFICO EM ECONOMIA
1. PORQUE uma das mais influentes propostas metodológicas para o campo da Ciência Econômica é a defesa pela teoria neoclássica do Método Hipotético-Dedutivo, e embora tal proposta tenha contrapartida na defesa de propostas metodológicas alternativas nos debates neste campo, a defesa do Método Hipotético-Dedutivo ostenta certa hegemonia pelo menos no âmbito dos centros renomados do ensino da Economia, notadamente Inglaterra e EUA; 2. PORQUE a defesa do Método Hipotético-Dedutivo tem em Karl Popper um dos filósofos mais influentes no cenário da epistemologia desde meados do Século XX. Destaque dessa concepção são a defesa de parâmetros e valores “puramente científicos” e tendo como meta a aproximação à “verdade absoluta”; 3. PORQUE a defesa do Método Hipotético-Dedutivo por Karl Popper é extensiva ao campo das ciências humanas e, portanto, ao campo da Ciência Econômica; 4. PORQUE a concepção de ciência de Sir Karl Popper encontra uma substantiva crítica na concepção de ciência formulada pelo filósofo Thomas Kuhn; 5. PORQUE um dos pilares da substantividade da crítica de Kuhn a Popper radica na defesa da necessidade imperiosa do conhecimento dos fatores complexos presentes no chamado “contexto da descoberta”, para uma compreensão mais efetiva do modo como os cientistas lidam que as questões epistemológicas durante a ocorrência dos episódios científicos; 6. PORQUE os inúmeros estudos de casos de episódios importantes da história da ciência impulsionados pela concepção de ciência kuhniana tem mostrado que no “contexto da descoberta” os comportamentos dos cientistas não são pautados exclusivamente por parâmetros e valores “puramente científicos” e tendo como meta a aproximação à “verdade absoluta”; 7. PORQUE o estudo de Collins e Pinch sobre os experimentos de Michelson-Morley-Miller, bem como sobre a observação do eclipe solar de 1919 por Eddington, ostentam uma profusão de parâmetros e valores não “puramente científicos” que tornam problemática a sua consagrada utilização como provas decisivas da teoria da relatividade de Einstein; 8. PORQUE ao incidirem sobre campos das chamadas hard sciences, que, em princípio, não seriam impactadas por parâmetros e valores não “puramente científicos”, os estudos de Collins e Pinch mostram assim, que a perspectiva epistemológica de orientação histórico- sociológica serve, a fortiori, para melhor compreensão também das ciências humanas; 9. PORQUE tendo a Ciência Econômica a pretensão de atingir status de cientificidade a discussão metodológica no seu âmbito não pode ignorar o debate epistemológico vigente no campo das “ciências consolidadas”; 10. PORQUE, enfim, a defesa pela teoria neoclássica do Método Hipotético-Dedutivo como o mais apropriado à investigação em Economia não poderá deixar de ser revisada à luz das complexas questões levantadas pelo rico debate epistemológico que, iniciado na segunda metade do século passado, continua a transformar, no atual Século XXI, a concepção tradicional de ciência. _________________ COLLINS, H. Dois experimentos que “provaram” a teoria da relatividade. IN: COLLINS, H. O golem: o que você deveria saber sobre a ciência. Trad. Laura Cardellini Barbosa de Oliveira. São Paulo: Editora da Unesp, 2003, p. 51-85 The, PI, 22.09.2022. VICENTE DE PAULA GOMES Prof. Adjunto TP 20 Mat. 423668 Fones: 9901.3668 – icv@uol.com.br
GARCIA, Fernando Coutinho; BRONZO, Marcelo. as Bases Epistemológicas Do Pensamento Administrativo Convencional Ea Crítica à Teoria Das Organizações. ENCONTRO de ESTUDOS ORGANIZACIONAIS DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL de PÓS-GRA