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DGESTE-DIREÇÃO GERAL
DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO ALGARVE- DSRAL
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR.ª LAURA AYRES
aplicáveis à distribuição
25 horas
Manual de Formação
Objetivos gerais:
Explicar a importância da aplicação da legislação adequada à distribuição.
Enumerar os principais delitos económicos a que esta área de atuação está
sujeita.
Identificar os requisitos essenciais para garantir o sucesso no âmbito de
atuação
Identificar as coimas e sanções a que a ocorrência do delito pode estar sujeita.
Conteúdos:
Enquadramento
Delitos económicos
o Noção
o Tipologias
- Crimes contra a saúde pública - código penal
- Crimes contra a economia
- Contraordenações
- Outras
o Contraordenações
- Coimas
- Sanções acessórias
Defesa do consumidor
o Venda de bem não conforme, dentro do prazo de garantia
o Reparação fora do prazo de garantia
o Avaria do bem cuja reparação não pode ser abrangida pela garantia
o Venda (intencional) de artigo com defeito
o Consumidor pretende efetuar a troca/reembolso do preço sem causa
justificativa
o Direito de informação
Regime geral de fixação dos preços
Saldos e promoções
Rotulagem
o Rotulagem em português
o Rotulagem alimentar
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Manual de Formação
Índice
FICHA TÉCNICA.............................................................................................................................2
Introdução....................................................................................................................................7
Delitos económicos......................................................................................................................8
Tipologias................................................................................................................................8
Outras Contraordenações.......................................................................................................10
Defesa do consumidor................................................................................................................11
Direitos do consumidor..........................................................................................................11
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Manual de Formação
Bens usados............................................................................................................................13
Direito de regresso.................................................................................................................13
Avaria do bem cuja reparação não pode ser abrangida pela garantia......................................15
Direito de informação.............................................................................................................16
Saldos e promoções................................................................................................................17
Rotulagem..................................................................................................................................19
Rotulagem em português........................................................................................................19
Coimas...................................................................................................................................21
Sanções Acessórias................................................................................................................23
Rotulagem alimentar..................................................................................................................24
Menções obrigatórias.............................................................................................................24
Coimas...................................................................................................................................26
Sanções acessórias.................................................................................................................29
Furtos e roubos...........................................................................................................................29
Cheques......................................................................................................................................33
Livro de Reclamações................................................................................................................34
Obrigações do retalhista.........................................................................................................35
Procedimento da ASAE..........................................................................................................35
Contraordenações...................................................................................................................36
Sanções acessórias.................................................................................................................37
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Manual de Formação
Introdução
Portugal é um dos poucos países do mundo em que os direitos do consumidor estão
consagrados constitucionalmente. Os consumidores dispõem de um conjunto de direitos
que salvaguardam os seus interesses.
Nas últimas décadas, nos países desenvolvidos, a era da escassez foi substituída pela da
abundância, que se caracteriza pelo facto da maioria dos consumidores ter as suas
principais necessidades integralmente satisfeitas e se assistir por isso a uma gradual
saturação de consumo em muitas categorias de produtos básicos.
Agora quem manda é o consumidor, que não compra aquilo que há, mas aquilo que
quer!
Agora quem compra está preservado pelos Princípios legais base aplicáveis à
distribuição.
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Manual de Formação
Delitos económicos
Tipologias
Estelionato - falsificação de dinheiro.
Lavagem de dinheiro
Fraude - Furto, assalto, extorsão e extorsão mediante sequestro de
dinheiro mediante violação do direito autoral.
Os crimes contra a saúde pública – que emergem ao lado do crime previsto na parte
especial do Código Penal, quando está em causa particular ou especificamente a vida, a
saúde e a integridade física dos lesados - visam proteger, igualmente, os consumidores
de condutas que colocam em crise a sua proteção da confiança nas relações negociais.
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Manual de Formação
Outras Contraordenações
Coimas
As coimas podem aplicar-se tanto às pessoas singulares como às pessoas coletivas, bem
como às associações sem personalidade jurídica.
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Manual de Formação
Sanções acessórias
Nos casos em que a lei o determine poderá decidir-se como sanção acessória de uma
contraordenação a apreensão de objetos.
A lei poderá ainda determinar os casos em que deva dar-se publicidade à punição por
contraordenação.
Defesa do consumidor
Direitos do consumidor
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Manual de Formação
a) Não for conforme com a descrição que dele é feita ou não possua as qualidades
apresentadas pelo vendedor, através de uma amostra ou modelo (alínea a) do n.º
2 do artigo 2.º).
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Manual de Formação
Quanto à publicidade, é importante referir que o n.º 5 do artigo 7.º da Lei de Defesa do
Consumidor estabelece que “as informações concretas e objetivas contidas nas
mensagens publicitárias de determinado bem (…) consideram-se integradas no
conteúdo dos contratos que se venham a celebrar após a sua emissão, tendo-se por não
escritas as cláusulas contratuais em contrário”.
Bens usados
Direito de regresso
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Manual de Formação
Informe que deseja receber as peças substituídas (se for o caso). Mesmo não sendo
garantia de que houve substituição, mostra que é um cliente atento. Depois de as ver, se
não fizer questão de ficar com elas, deixe-as no estabelecimento para que tenham um
tratamento adequado.
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Manual de Formação
avaria também beneficiam de uma garantia de dois anos. Nos dois casos, a fatura é
fundamental para provar datas e trabalhos realizados.
Avaria do bem cuja reparação não pode ser abrangida pela garantia
Nos termos das disposições conjugadas do n.º 1 do artigo 5.º e n.º 2 do artigo 4.º do
Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de abril, com redação atual, só existe prazo de reparação
para os bens em garantia.
Decorre do disposto no art. 913.º do Código Civil que se a coisa objeto da venda sofrer
de vício que a desvalorize ou impeça a realização do fim a que é destinada, ou não tiver
as qualidades asseguradas pelo vendedor ou necessárias para a realização daquele fim, é
reconhecido ao comprador o direito à anulação do contrato – art. 905.º do Código Civil
-, ou à redução do preço – art. 911.º do Código Civil -, e ainda a ser indemnizado pelos
prejuízos sofridos – arts. 908.º e 909.º do mesmo diploma legal.
Para além do direito à anulação por erro ou dolo, o regime da venda de coisa defeituosa
confere ainda ao comprador os direitos à reparação ou substituição da coisa - art. 914.º
do Código Civil -, à indemnização em caso de simples erro – art. 915.º do Código Civil
-, ao cumprimento coercivo ou à indemnização respetiva – art. 918.º do Código Civil - e
à garantia de bom funcionamento – art. 921.º do Código Civil.
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Manual de Formação
O consumidor tem um direito de cancelamento, seja qual for o país da União Europeia
em que a loja eletrónica se situe, incluindo a Islândia e a Noruega, mas as regras variam
de país para país. Nalguns casos está protegido pela lei portuguesa e noutros, pela
legislação do país em que se encontra a loja.
Direito de informação
Informação pré-contratual
Direito de retratação
Direito de compensação
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Manual de Formação
Coimas
1 - As infrações ao disposto nos artigos 1.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º do presente diploma
constituem contraordenação punível com as seguintes coimas:
2 - A negligência é punível.
Saldos e promoções
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Manual de Formação
A venda de produtos com defeito é permitida, mas tal venda deve obedecer aos
seguintes requisitos: - A venda de produtos com defeito deve ser anunciada de forma
clara através de letreiros; - Os produtos com defeito devem estar expostos em local
previsto para o efeito e destacados da venda dos restantes produtos; - Devem ter aposta
uma etiqueta que identifique de forma precisa o respetivo defeito. Se estes requisitos
não forem cumpridos, o consumidor pode exigir a troca do produto por outro que
preencha a mesma finalidade ou a devolução do valor que tiver pago, mediante a
apresentação do comprovativo de compra.
Rotulagem
Adicionalmente, o rótulo também se tem tornado um meio de publicidade cada vez mais
importante, realçando todas as características diferenciadoras do produto de forma
atrativa.
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Manual de Formação
Rotulagem em português
Menções obrigatórias
Os géneros alimentícios pré-embalados para venda direta devem apresentar as seguintes
menções obrigatórias:
c) Quantidade líquida do género alimentício, salvo nos casos previstos no n.º 1 do anexo
ix do Regulamento;
4 - No caso das embalagens ou recipientes cuja face maior tenha uma superfície inferior
a 10 cm2, só são obrigatórias na embalagem ou no rótulo as menções previstas nas
alíneas a), b), c), e d) do n.º 2, sendo as menções referidas nas alíneas e), f), g) e h) do
mesmo número ser fornecidas por outros meios, ou disponibilizadas a pedido do
consumidor.
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Manual de Formação
Coimas
c) A não indicação nos géneros alimentícios das menções obrigatórias exigidas pelo n.º
1 do artigo 9.º e pelos artigos 10.º e 11.º do Regulamento;
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Manual de Formação
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Manual de Formação
4 - Para além da aplicação da coima, pode ser determinada, enquanto sanção acessória,
a perda de objetos pertencentes ao agente da infração.
Sanções Acessórias
3 - Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o produto das coimas reverte em:
a) 60 % para o Estado;
b) 30 % para a ASAE;
c) 10 % para a DGAV.
Rotulagem alimentar
Menções obrigatórias
1 - Os géneros alimentícios pré-embalados para venda direta são aqueles que foram
acondicionados no estabelecimento onde são apresentados para venda ao consumidor
final.
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Manual de Formação
c) Quantidade líquida do género alimentício, salvo nos casos previstos no n.º 1 do anexo
ix do Regulamento;
4 - No caso das embalagens ou recipientes cuja face maior tenha uma superfície inferior
a 10 cm2, só são obrigatórias na embalagem ou no rótulo as menções previstas nas
alíneas a), b), c), e d) do n.º 2, sendo as menções referidas nas alíneas e), f), g) e h) do
mesmo número ser fornecidas por outros meios, ou disponibilizadas a pedido do
consumidor.
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Manual de Formação
Artigo 3.º
Géneros alimentícios para venda aos estabelecimentos de restauração coletiva sem pré-
embalagem
Coimas
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Manual de Formação
c) A não indicação nos géneros alimentícios das menções obrigatórias exigidas pelo n.º
1 do artigo 9.º e pelos artigos 10.º e 11.º do Regulamento;
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Manual de Formação
4 - Para além da aplicação da coima, pode ser determinada, enquanto sanção acessória,
a perda de objetos pertencentes ao agente da infração.
Sanções acessórias
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Manual de Formação
3 - Sem prejuízo do disposto no artigo seguinte, o produto das coimas reverte em:
a) 60 % para o Estado;
b) 30 % para a ASAE;
c) 10 % para a DGAV.
Furtos e roubos
No Código Penal português (aprovado pelo Decreto-Lei nº 48/95, de 15 de março) dois
artigos estabelecem a diferença entre roubo e furto. Na linguagem de todos os dias é
muito comum falarmos de roubo para definir ambas as situações. Porém, em termos
jurídicos existem as duas figuras com definições diferentes. O furto, ao contrário do
roubo, pressupõe que não existe violência ou constrangimento.
Artigo 203.º
«Furto
1 - Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair
coisa móvel alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - A tentativa é punível.
Artigo 210.º
«Roubo
1 - Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair,
ou constranger a que lhe seja entregue, coisa móvel alheia, por meio de violência contra
uma pessoa, de ameaça com perigo iminente para a vida ou para a integridade física, ou
pondo-a na impossibilidade de resistir, é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.
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Manual de Formação
a) Qualquer dos agentes produzir perigo para a vida da vítima ou lhe infligir, pelo
menos por negligência, ofensa à integridade física grave; ou
3 - Se do facto resultar a morte de outra pessoa, o agente é punido com pena de prisão
de 8 a 16 anos.»
Queixa
Ainda que os factos denunciados não venham a ser investigados nesse departamento, a
queixa será transmitida e encaminhada para a entidade competente.
Pena
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Manual de Formação
No Código Penal português, dentro do capítulo dos crimes contra a propriedade, dois
artigos estabelecem a diferença penalizando diferentemente cada uma das duas
situações.
O artigo 203.º, sob a epígrafe "Furto", dá a definição seguinte, com o regime seguinte:
«1 - Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair
coisa móvel alheia, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa.
2 - A tentativa é punível.
O artigo 210.º, sob a epígrafe "Roubo", dá a definição seguinte, com o regime seguinte:
«1 - Quem, com ilegítima intenção de apropriação para si ou para outra pessoa, subtrair,
ou constranger a que lhe seja entregue, coisa móvel alheia, por meio de violência contra
uma pessoa, de ameaça com perigo iminente para a vida ou para a integridade física,
ou pondo-a na impossibilidade de resistir, é punido com pena de prisão de um a oito
anos.
a) Qualquer dos agentes produzir perigo para a vida da vítima ou lhe infligir, pelo
menos por negligência, ofensa à integridade física grave; ou
3 - Se do facto resultar a morte de outra pessoa, o agente é punido com pena de prisão
de oito a dezasseis anos.»
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Manual de Formação
Cheques
O cheque contém:
1.º A palavra "cheque" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada
para a redação desse título; 2.º O mandato puro e simples de pagar uma quantia
determinada;
Principais crimes
Comete o crime de emissão de cheque sem provisão (cfr. art.º 11.º, do Decreto-Lei n.º
454/1991, de 28 de dezembro, na nova redação do Dec. Lei n.º 316/1997, de 19 de
novembro) (Regime Jurídico do Cheque Sem Provisão) quem, causando prejuízo
patrimonial ao tomador ou a terceiro (crime de dano):
- Emitir e entregar a outrem cheque para pagamento de quantia superior a 150 € e que
não seja integralmente pago por falta de provisão ou por irregularidade do saque;(cfr.
art.º 11.º, n.º 1, alínea a), do Decreto-Lei n.º 454/1991, de 28 de Dezembro, na nova
redação da Lei n.º 48/2005, de 29 de Agosto) (Regime Jurídico do Cheque Sem
Provisão).
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Manual de Formação
Procedimentos
Não havendo em Portugal, no nosso processo civil, prisão por dívidas, o cheque sem
provisão permite, preenchidos os requisitos de prazo, o recurso à queixa-crime, à via
criminal, podendo revelar-se assim particularmente útil, provocando no arguido
(condómino devedor que emitiu o cheque sem provisão) o receio de sujeição a uma
pena privativa de liberdade, “facilitando” o surgimento do dinheiro para pagamento da
dívida, como forma de tentar evitar a aplicação da pena ou relevar na medida da pena
criminal.
Livro de Reclamações
Obrigações do retalhista
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Manual de Formação
Procedimento da ASAE
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Manual de Formação
Contraordenações
a) De (euro) 250 a (euro) 3500 e de (euro) 1500 a (euro) 15 000, consoante o infrator
seja pessoa singular ou coletiva, a violação do disposto nas alíneas a), b) e e) do n.º 1 do
artigo 3.º, nos n.os 1 e 2 do artigo 5.º , no n.º 3 do artigo 5.º-A, nos n.os 1 a 3 do artigo
5.º-B e nos n.os 1 e 3 do artigo 8.º;
b) De (euro) 150 a (euro) 2500 e de (euro) 500 a (euro) 5000, consoante o infrator seja
pessoa singular ou coletiva, a violação do disposto no n.º 3 do artigo 1.º, nas alíneas c) e
d) do n.º 1 e nos n.os 2, 3 e 5 do artigo 3.º, nos n.os 3 e 4 do artigo 4.º, nos n.os 4 e 5 do
artigo 5.º, no n.º 4 do artigo 5.º-B, no n.º 6 do artigo 6.º e nos n.os 2 e 5 do artigo 8.º
Sanções acessórias
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Manual de Formação
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Manual de Formação
Bibliografia
AA.VV. (2013), Lei da Concorrência - Com. Conimbr., coord.: Carolina Cunha, Miguel
Gorjão-Henriques, José L. C. Vilaça, Gonçalo Anastácio, M.el Lopes Porto, Coimbra:
Almedina.
Legislação
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