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Parte C

A arvore mudyi é um conjunto de simbolismos e encontra-se em um contexto de


configurabilidade ( Gluckman, Max 1962), de modo que sua importância é da sua semente até
sua evolução natural. As folhas da arvore (Mpelu), que são usufruídas para várias ações, a
pretexto de serem itens de magia e ao receberem o sangue dos iniciados tem poderes
adicionados. Vislumbramos o simbolismo na questão do sangue, que ao sair do corpo
representa “morte”, logo confere-se a aqueles que manuseiam a mesma o poder de matar
homens e animais sem dificuldade. Tudo visto no ritual tem um valor simbólico, como a
arvore mudyi que é um santuário para eles, por vezes, a arvore desempenha o papel de “nossa
tribo” que é um símbolo de identidade pessoal deles, de modo que acreditam que o ato da
aflição é único a eles ou a cerveja de milho que representa o sêmen, a folha mudyi a
maternidade e os recipientes tudiwu o falo com prepúcios de antigos ritos. Todavia, eles não
rezam diretamente para a árvore e sim para as medicinas Nfunda que estabelecem o
simbolismo de virilidade. Na mukanda, o que é masculino não pode tocar a terra, resulta no
simbolismo da maldade para a terra que ocasiona a enurese, logo seria voltar para a infância.
Um exemplo pertinente de ultrapassar o térreo é a fruta vista neste excerto: “The kampobela
fruit is spoken of by all Ndembu, even young boys, as 'standing for the sun (mwana)'. The sun
represents all that is 'above' (hewulu). That is why the basket containing nfunda may be
placed on a fruit which represents it  (Gluckman, Max 1962, Pág. 164)

A virilidade ser uma constituinte observável nos simbolismos da mukanda, tanto que o
vínculo de mãe e filho ultrapassa a vida, mas no ritual é o pai que cura e cuida do filho após a
aflição. No muyombu, o papel desta afirmação masculina é o principal, a flecha tem este
sentido quando colocada ereta para representar o falo ou as espécies de arvores que significam
a força destes homens, como a chikoli( que deriva da ku-kola) e a kaleng’ang’ombi, que
representam muito de sua mitologia que auxilia nessa ideia da “força”. Em síntese, esta etapa
é assimilada a ligação simbólica do sangue, da morte simbólica e das relações sexuais em sua
sistematização. A alimentação no mukula, tem o simbolismo do “amor” que deve uni-los e
como vimos anteriormente também exerce o valor de força e virilidade de cada iniciado que
está sendo restituída ao ocorrer a morte simbólica (a aflição).

Em suma, o papel simbólico que esses três exercem é da separação com o mundo de
interações independente do gênero e é o culto aos princípios masculinos universais dos
Ndembu, coexistentes com a união do sexo masculino neste rito de passagem para virarem
“homens”.

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