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Objeto
Credor Devedor
Vínculo Jurídico
I. Bens considerados em si mesmo
Fungíveis
Corpóreos Divisíveis
Podem ser substituídos
São os tem existência Podem ser fracionados
por outros da mesma
material / física. em partes homogêneas e
espécie, qualidade e
Ex: Casa, livro, gás,
distintas, formando cada
quantidade.
eletricidade. qual um todo perfeito.
Ex: Açúcar, carvão,
Ex: Terreno.
dinheiro, serviço.
Incorpóreos
Indivisíveis
Não tem existência física. Infungíveis
Perdem sua utilidade ou
Ex: Direitos autorais, créditos, São os personalizados ou
desvalorizam quando
fundo de comércio, software. individualizados.
divididas.
Ex: Cavalo de corrida, quadro
Ex: Relógio.
de Renoir, n° de série,
serviço.
Por Natureza
Por Determinação Legal – Quando a lei expressamente
impede o seu fracionamento.
Por Vontade das Partes – Um acordo tornará a coisa
comum indivisível, por prazo não maior de 5 anos,
suscetível a prorrogação ulterior (art. 1320, 1°).
Bens considerados em si mesmo
Singulares Consumíveis
Coletivos
Quando contem partes Podem ser fracionados
homogêneas ou da É quando suas partes
em partes homogêneas e
mesma espécie, ligadas heterogêneas foram
distintas, formando cada
entre si. artificialmente unidas.
qual um todo perfeito.
Ex: Animal, vegetal, árvore, Ex: Edifício, máquina,
Ex: Terreno.
cavalo. relógio.
Móveis Imóveis
Podem ser transportados Não podem ser
de um lugar para outro, transportados, sem
por força própria ou alheia, destruição, de um
sem deterioração. lugar para outro.
Ex: Semoventes.
- Por natureza: São bens corpóreos - Por natureza: O solo e tudo quanto lhe incorporar naturalmente.
Ex: Árvores, espaço aéreo e subsolo.
naturalmente suscetíveis de movimento.
Ex: materiais antes da obra. - Por acessão física artificial ou industrial: Sua criação é pela
- Por antecipação: Eram imóveis, mas manifestação da vontade humana. Ex: edifícios e construções.
pela vontade humana foram mobilizados. - Por acessão física intelectual ou por destinação do proprietário:
Ex: Árvore cortada, colheita de uma são bens móveis que foram imobilizados pelo proprietário, sendo
plantação. tratado como pertenças. Ex: Tratores ou máquinas, estátuas de
- Por determinação legal: Bens imateriais jardim, ar condicionado.
considerados por lei (art. 83). Ex: Fundo de - Por determinação legal: Ganham o status de imóveis por lei.
comércio, Ex: Direitos reais sobre imóveis (usufruto), direito a sucessão aberta.
II. Bens reciprocamente considerados
- Bens de uso comum do povo: podem ser utilizados sem restrição, gratuita ou
onerosamente, por todos sem necessidade de qualquer permissão especial.
- Bens de uso especial: são utilizados pelo próprio poder público, imóveis
aplicados ao serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal.
- Bens dominicais: compõem o patrimônio da União, dos Estados, ou dos
Municípios, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas de direito
público interno.
IV. Bens fora do comércio
Alienáveis Inalienáveis
São os que podem ser São os que não podem ser
transferidos ou apropriados, transferidos de um acervo
passando, gratuita ou patrimonial a outro ou
onerosamente, de um patrimônio insuscetíveis de apropriação.
a outro, quer por sua natureza,
quer por disposição legal.
- Inalienáveis por natureza: coisa de uso inexaurível e direitos de
personalidade.
- Legalmente inalienáveis: bens públicos (art. 100); bens de fundação
(arts. 62 a 69); bens de menores (art. 1.691); lotes rurais inferiores ao
módulo fixado; terras ocupadas pelos índios; bem de família.
- Inalienáveis pela vontade humana: em razão de cláusula de
inalienabilidade em doação ou testamento (art. 1.911).
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório,
DIREITO DAS estabelecida entre credor e devedor e cujo objeto
consiste em uma prestação pessoal econômica,
positiva ou negativa devida pelo segundo ao primeiro,
OBRIGAÇÕES: garantindo-lhe o adimplemento através do
patrimônio”. – ..........
Objeto
(Mediato ou imediato)
Sujeito ativo Sujeito Passivo
Imaterial ou Espiritual
Elementos Constitutivos da Obrigação
Subjetivo (sujeitos)
Podem ser pessoa natural ou jurídica, de qualquer natureza, contudo precisam ser determinados ou determináveis.
- Sujeito ativo: é o credor, aquele em favor de quem o devedor prometeu determinada prestação.
- Sujeito passivo: é o devedor, a pessoa sobre a qual recai o dever de cumprir a prestação convencionada.
Objetivo (objeto)
É sempre uma conduta humana do devedor (positiva ou negativa), que consiste em: dar, fazer ou não fazer alguma coisa.
Chamado também de prestação ou objeto imediato.
- O vínculo jurídico da obrigação possui coercibilidade (se não for cumprido espontaneamente pode ser cobrado).
Fazer 1 devedor
- Multiplicidade de objetos
Cumulativas ou conjuntivas (E)
Alternativas ou disjuntivas (OU)
Facultativas
- Multiplicidade de sujeitos
Divisíveis
Indivisíveis
Solidárias (art. 265 – resulta da lei ou das partes)
* Todas sendo ativas ou passivas.
OBRIGAÇÃO DE DAR “É aquela em virtude da qual o devedor fica
jungido a promover, em benefício do credor, a
tradição da coisa (móvel ou imóvel), já como fim
De entregar De restituir de outorgar um novo direito, já com o de
restituir a mesma ao seu dono” – Limongi França
- Móveis (tradição) Devolução ao credor.
- Imóveis (tradição solene) (Legítimo dono)
COISA CERTA
Objeto é certo e determinado.
* Destino da obrigação de dar coisa certa em face do perecimento ou da deterioração do objeto da prestação antes
de efetuada a tradição, pode ser:
I – Com culpa do devedor
II – Sem culpa do devedor
COISA INCERTA
Consiste na relação obrigacional em que o objeto, indicado de forma genérica no início da relação vem a ser
determinado mediante um ato de escolha, por ocasião do seu adimplemento (MHD).
- O objeto não é individualizado, mas indicado pelo gênero e pela quantidade (art. 243).
- Tem duração limitada, pois com a escolha converte-se em coisa certa.
- Não ocorre perecimento e nem deterioração, pois “genus non peret” (gênero não perece) – art. 246.
OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA
OBRIGAÇÃO DE FAZER “É a que vincula o devedor à prestação de um
serviço ou ato positivo, material ou imaterial,
seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de
terceira pessoa.” – Maria Helena Diniz
De natureza fungível
Aquela cuja prestação pode ser realizada pelo devedor ou por terceiro.
I – Por impossibilidade
Ocorre quando a prestação se torna irrealizável.
- Sem culpa do devedor resolve-se a obrigação.
Art. 248, CC
- Com culpa do devedor perdas e danos.
O juiz concede um prazo ao devedor para que este cumpra a obrigação; esgotado o prazo sem
o seu adimplemento, o devedor deverá pagar uma multa até o dia em que a cumprir.
As “astreintes” são multas destinadas a forçar o devedor indiretamente a fazer o que deve. Elas
visam evitar que haja a reparação do dano, decorrente do inadimplemento da obrigação
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER “É aquela em que o devedor assume o
compromisso de se abster de algum ato, que
poderia praticar livremente se não se tivesse
obrigado para atender interesse jurídico do
credor ou de terceiro” – Maria Helena Diniz
Consequências do Descumprimento:
• Obrigação de dar:
Será divisível:
- Se for pecuniária (entregar dinheiro)
- Se for entrega de um certo número de bens da mesma espécie
Será indivisível:
- Se for bem infungível
- Se for 1 bem indivisível
Divisibilidade e indivisibilidade nas modalidades de obrigação
• Obrigação de restituir:
Geralmente é indivisível. Deve-se devolver na íntegra o que foi emprestado, exceto se a outra parte concordar
em receber só uma parte.
Obrigação de fazer:
CARACTERÍSTICAS:
a) Pluralidade de credores (solidariedade ativa), de devedores (solidariedade passiva), ou de ambos (solidariedade mista
ou recíproca)
b) Integralidade da prestação – cada devedor responde pelo débito todo e cada credor pode exigi-lo por inteiro.
c) Co-responsabilidade dos interessados:
- O pagamento feito por um dos devedores extingue a obrigação dos demais, embora o que tenha pago possa reaver dos
outros as quotas de cada um.
- O recebimento por parte de um dos credores extingue o direito dos demais, embora aquele que recebeu o todo fique
obrigado, perante os demais, pelas parcelas de cada um.
REGRAS:
- Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com
direito, ou obrigado, à dívida toda.
- Art. 265, CC: a solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
- Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo,
ou pagável em lugar diferente, para o outro.
AS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS PODEM SER:
Solidariedade ativa:
• Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação
por inteiro.
• Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer
daqueles poderá este pagar.
• Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi
pago.
• Art. 272. O credor que tiver remitido (remissão = perdão) a dívida ou recebido o pagamento responderá
aos outros pela parte que lhes caiba.
• Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos
outros.
Solidariedade passiva:
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento
tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder
ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação
aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à
concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a
posição dos outros sem consentimento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente;
mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado
responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as
exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar
da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente
por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na
obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
EXISTEM DIFERENÇAS ENTRE OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL E SOLIDÁRIA
1) Obrigação solidária: a unidade do objeto decorre de uma relação jurídica subjetiva (de pessoas).
Obrigação indivisível: a unidade do objeto decorre de uma relação jurídica objetiva (do próprio objeto).
2) Obrigação solidária: no caso de conversão em perdas e danos, o objeto permanece indiviso (já que a
solidariedade não desapareceu) – art. 271, CC
Obrigação indivisível: no caso de conversão em perdas e danos, o objeto perde a qualidade de indiviso (já que
o era pela sua natureza) – art. 263, caput, do CC
3) Obrigação solidária: em caso de morte do credor, extingue-se a solidariedade (o crédito reparte-se entre os
herdeiros); o objeto deixa de ser indiviso, já que o era por força da solidariedade agora extinta. Art. 270 (solid.
Ativa) e art. 276 (solid. Passiva)
Obrigação indivisível: em caso de morte do credor, o objeto permanece indivisível, já que o era por força de
sua natureza.
Transmissão
das
obrigações
Cessão de Crédito
“É o negócio jurídico bilateral pelo qual o credor (creditor) transfere ou aliena
a outra pessoa sua qualidade creditória junto ao devedor, implicando a
transferência do direito de crédito e de seus acessórios e de suas garantias.” -
Álvaro Villaça Azevedo
- Por regra, todos os créditos podem ser objeto de cessão, constem de título ou não, vencidos ou por
vencer, salvo se a isso se opuser “a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor” (CC, art.
286).
‐ Pode ser total ou parcial e abrange todos os acessórios do crédito, como os juros e os direitos de
garantia (CC, art. 287).
a) Pela sua natureza, não podem ser objeto de cessão as relações jurídicas de caráter
personalíssimo e as de direito de família.
b) Em virtude da lei, não pode haver cessão do direito de preempção ou pre‐
ferência (CC, art. 520), do benefício da justiça gratuita (Lei n. 1.060/50, art. 10), da
indenização derivada de acidente no trabalho, do direito à herança de pessoa viva (CC,
art. 426), de créditos já penhorados (CC, art. 298), do direito de revogar doação por
ingratidão do donatário (CC, art. 560).
c) Por convenção das partes pode ser estabelecida a impossibilidade de cessão do
crédito. Mas “a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de
boa fé, se não constar do instrumento da obrigação” (CC, art. 286, segunda parte).
Responsabilidade do cedente em relação ao
cedido, a cessão de crédito pode ser:
• Pro soluto: Quando o cedente apenas garante a existência do crédito, sem responder pela solvência
do devedor. (título oneroso)
• Pro solvendo: Quando ocedente obriga-se a pagar se o devedor cedido for insolvente. Portanto, o
cedente assume o risco da insolvência do devedor. (se expresso)
“Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao
cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas
cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.”
“Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.”
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA:
“É um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa
do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais, de
modo que este assume sua posição na relação obrigacional, responsabilizando‐se
pela dívida, que subsiste com os seus acessórios”. – Carlos Roberto Gonçalves
“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor,
ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida,
interpretando-se o seu silêncio como recusa.” (Código Civil 2002)
*A assunção de dívida ou cessão de débito não estava prevista no Código Civil de 1916.
- A assunção pode liberar o devedor primitivo ou mantê-lo “preso” ainda à obrigação, essa é uma opção das
partes, escolha do credor.
- O contrato pode proibir esse fenômeno (cessão de débito), hipótese em que o interessado poderá se opor a ela.
“Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção,
as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor”.
Cessão de posição contratual:
“É a transferência por uma das partes contratuais (cedente), com
consentimento do outro contraente (cedido), para um terceiro (cessio‐
nário), do complexo de posições ativas e passivas criadas por um contrato”.
Existe grande número de transferência de posição contratual no campo da venda em geral, no contrato
de fornecimento, locação, transporte, empreitada, seguro, sociedade, financiamento para construção.
EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
É a maneira pela qual a obrigação se cumpre.
*PAGAMENTO = “O cumprimento da obrigação, também denominado pagamento ou solução do débito, é a
execução da prestação pelo devedor na forma estabelecida no ato jurídico ou na lei, de acordo com as normas
fixadas quanto ao modo, tempo e lugar de sua realização” – Arnoldo Wald
- O pagamento feito por terceiro interessado faz com que ele fique sub-rogado nos direitos do credor.
2. Terceiros não interessados: Não têm interesse jurídico, mas podem ter interesse moral (decorrente de
parentesco ou amizade).
- Pode pagar em nome do devedor, neste caso não pode cobrar do devedor o que pagou (como se fosse uma
doação, sem direito a reembolso), OU pode pagar em seu próprio nome, neste caso tem o direito a se reembolsar
do devedor, mas não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305, CC).
* Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento (art. 305, § único, CC).
A QUEM SE DEVE PAGAR? (accipiens)
A) Quando o devedor, ciente, efetua o pagamento para credor incapaz de quitar. O pagamento só será válido
se o devedor provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz.
Em regra, o pagamento feito ao absolutamente incapaz é nulo e o realizado em mãos do relativamente
incapaz pode ser confirmado pelo representante legal ou pelo próprio credor se cessada a incapacidade (CC, art.
172).
- A quitação exige a capacidade, se não, o pagamento não vale. Porém, provado que reverteu em proveito do incapaz,
cessa a razão da ineficácia.
*Será inválido somente o pagamento cientemente feito ao credor incapaz. / Se tiver dolo do credor, por ocultar
maliciosamente sua idade, será válido o pagamento!
B) Se o credor estiver impedido legalmente de receber, por estar o crédito penhorado ou impugnado por
terceiro.
“Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta
por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando -lhe ressalvado o
regresso contra o credor.”
- Será válido o pagamento feito ao representante do credor, seja o representante legal (pai, tutor, curador), judicial
ou convencional, com poderes para receber e dar quitação.
LUGAR DO PAGAMENTO?
Por regra geral, o pagamento deve ser feito no domicílio do devedor (dívida quesível). Mas se ficar
estipulado que o devedor deverá cumprir a obrigação no domicílio do credor, a dívida será portável.
“Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem
diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.”
TEMPO DO PAGAMENTO?
Quando as partes ou a lei não fixam um prazo para o pagamento ou uma condição, a obrigação é
chamada de pura. Mas, se tiver prazo fixado, a obrigação é a termo.
‘Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o
credor exigi-lo imediatamente.”
“Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao
credor a prova de que deste teve ciência o devedor.”
PRESUNÇÃO EM FAVOR DO DEVEDOR:
Nos contratos, o prazo se presume estabelecido em favor do devedor (CC, art. 133). Assim, se ele quiser, poderá
antecipar o pagamento.
Como é visto nos atigo:
“Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor,
salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do
credor, ou de ambos os contratantes.”
Se o prazo for estipulado em favor do credor, ele pode não aceitar o pagamento antecipado, por preferir, por
exemplo, continuar recebendo os juros fixados a uma taxa conveniente até́ o dia do vencimento da obrigação.
* Será obrigado a aceitá-lo, porém, e com redução proporcional dos juros, se o contrato for regido pelo Código
de Defesa do Consumidor – Lei 8078/90 (art. 52, § 2o).
“Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento
ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante redução
proporcional dos juros e demais acréscimos.””
MODO DO PAGAMENTO
O credor de coisa certa não é obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa (art. 313).
PROVA DO PAGAMENTO
- A prova do pagamento é a quitação.
- O recibo é o instrumento da quitação.
- O ônus da prova do pagamento é do devedor, exceto na obrigação de não fazer, em que é do credor.
Presunções de pagamento:
O CC estabelece três presunções, que facilitam a prova do pagamento, dispensando a quitação:
a) quando a dívida é representada por título de crédito, que se encontra na posse do devedor;
b) quando o pagamento é feito em quotas sucessivas, existindo quitação da última; e
c) quando há quitação do capital, sem reserva dos juros, que se presumem pagos (arts. 322, 323 e 324).