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Mitos
Neurofobia
Áreas de sobreposição
Uma mulher de 68 anos apresenta paralisia facial à direita. A paciente afirma que estava bem
até três dias atrás, quando começou a referir dor no ouvido direito. Ela conta que não tomou qualquer
medicação para a dor e não apresentou febre. Hoje, a paciente acordou com paralisia facial à direita.
Ele se sente um pouco tonta e percebe que está com perda auditiva à direita. A paciente nega
qualquer história anterior de infecções de ouvido. Sua história médica pregressa não apresenta nada
digno de nota. A paciente tem uma história pregressa de varicela quando criança.
• Aspecto central a ser pesquisado: saber se a paralisia pega toda hemiface ou apenas quadrante
inferior de hemiface.
Toda hemiface: lesão periférica
Apenas quadrante inferior: lesão de sistema nervoso central
O exame físico mostra uma mulher de 68 anos, com uma paralisia facial
à direita evidente, envolvendo a região frontal e a boca. Do lado direito de seu
rosto não há movimento ou expressão facial. Seu exame de cabeça e pescoço
evidencia pequenas bolhas sobre uma base eritematosa no pavilhão auricular
da orelha direita. O exame do conduto auditivo é doloroso, mas a membrana
timpânica está intacta. Não se visualiza secreção purulenta no conduto
auditivo direito. O conduto auditivo esquerdo é normal. O restante do exame
físico é normal.
Na imagem: pavilhão auditivo edemaciado, hiperemiado, com vesículas
(algumas com crostas) sugerindo muito algum tipo de infecção.
Lesão central: atinge apenas quadrante inferior e deve ocorrer por alguma lesão supranuclear
(acima do núcleo do nervo facial). Talvez a causa mais comum seja Acidente Vascular Encefálico
(AVC).
Em alguns pacientes com paralisia facial central, a paralisia desaparece momentaneamente
quando paciente sorri espontaneamente.
Paralisia de N. Facial
Uma lesão periférica não compromete a fala. A lesão central pode comprometer a fala, desde
que haja comprometimento do hemisfério cerebral esquerdo, em especial da região perisilviana. Há
muito spacientes que fazem lesão de hemisféria direito e a fala mantém-se absolutamente normal.
Lesões Nucleares = Paralisia Facial Periférica (+/- VI par ipsilateral) + Hemiparesia contralateral
1. Infarto de tronco cerebral (ponte)
2. Hemorragia pontina
3. Tumores
4. Esclerose Múltipla
5. Romboencefalite
A hemiparesia alterna pode acontecer com qualquer núcleo de par craniano, mas o mais
frequentemente comprometido é o VII par. Inclusive, também é possível lesar o 6º par de forma
conjunta, devido à proximidade anatômica, caracterizando a Síndrome de Milland-Gubler. Nesse caso,
há lesão de abducente e facial de um lado, com hemicorpo envolvido do outro.
Lesões Infranucleares = Lesão Facial Periférica (geralmente mais benignas, mas podem ter condições
comprometedoras)
1. Trauma
• Fratura de osso temporal
2. Infecção
• Otite Média ou Mastoidite
• Infecções bacterianas – Lyme, Sífilis, Difteria, Hanseníase
• Infecções virais – Herpes zoster (Sd. Ramsay Hunt), poliomielite, HIV, HSV-1
• Meningite tuberculosa
3. Tumores
• Tumor de glândula parótida
• Tumor de ângulo pontocerebelar
Talvez a condição mais benigna seja a infecção pelo herpes, desde que fique somente pelo
trajeto do VII par. Quando, além de envolver o sétimo par, a infecção é demonstrada na região
auricular, há uma condição chamada de Síndrome de Ramsay Hunt (herpes acometendo o sétimo par,
o gânglio óptico, o conduto auditivo e o pavilhão aurticular). Trata-se de uma condição complicada,
que pode deixar sequelas otológicas e evoluir para condições como encefalite herpética,
principalmente em imunossuprimidos, podendo fazer com que o paciente precise ser internado.
4. Desordens Autoimunes
• Sd. Guillain-Barré
• Esclerose Múltipla
• Neurosarcoidose
5. Congênitas
• Agenesia do Núcleo do VII par (Sd. De Mobius – paralisia facial periférica
bilateral). Pessoa nasce com rosto totalmente inexpressivo.
• Quadro clínico:
1. Paresia ou paralisia dos músculos da hemiface
2. Dor retroauricular frequentemente precede a paralisia em 1 a 2 dias
3. Perda ipsilateral do paladar nos 2/3 anteriores da língua por lesão da corda do tímpano
4. Hiperacusia ipsilateral, pelo envolvimento do músculo estapédio
5. Fenômeno de Bell – desvio do olho para cima à tentativa de fechamento
6. Irritação corneana por diminuição do lacrimejamento e falha da oclusão palpebral
• Tratamento:
1. Prednisona 1mg/kg, 1x/dia, por 7dias (ideal no 1º dia após início dos sintomas, até 2º ainda vai)
2. Aciclovir 400mg, 5x/dia, por 7 dias
3. Proteção ocular com lágrimas artificiais e pomadas lubrificantes
4. Ocluir o olho no período noturno
• Prognóstico:
1. 70-90% dos casos se recuperam sem tratamento
2. 90% recuperam totalmente a função com uso de corticóide
3. 10% não se recuperam e evoluem com distonia de face
4. Capacidade de fechar o olho e recuperação do paladar são sinais prognósticos favoráveis
• Paralisia facial periférica causada por Herpes Zoster comprometendo o gânglio geniculado
• Perda de acuidade auditiva ipsilateral
• Presença de vesículas no meato auditivo externo e sobre o processo mastóide
• Pode comprometer o nervo trigêmio
• Tratamento
1. Prednisona 1mg/kg, 1x/dia, por 7 dias (ideal no 1º dia após início dos sintomas, até 2º ainda vai)
2. Aciclovir 400mg, 5x/dia, por 7 dias
3. Pode optar por internar o paciente, a fim de evitar o risco de sequelas
AULA 3 – CEFALEIAS --------------------------------------------------------------
CLASSIFICAÇÃO
1. Cefaléias primárias
• São funcionais
• Não envolvem lesões estruturais
• Causada por disfunção das estruturas nociceptoras cranianas
• Traz muito desconforto, mas não causa risco de vida ao paciente
2. Cefaléias secundárias
• Decorrentes de lesões estruturais
1) Migrânea
• Sem aura
• Com aura
3) Cefaleia em Salvas
• Episódica
• Crônica
RED FLAGS
Sinais ou sintomas comuns porém com apresentações atípicas, sugerindo cefaleia secundária.
SNOOP4
ARTERITE TEMPORAL
EPIDEMIOLOGIA
A aura antecede a dor em até 60 minutos e desaparece imediatamente antes de iniciar a dor.
Se a aura permanecer mesmo com o início da dor, indica cefaleia secundária.
• História familiar
• Patência de Forâmem Oval
• Sedentarismo
• Migrânea Crônica (TAG – transtorno de ansiedade generalizada, depressão, distúrbios de humor,
obesidade)
DEPRESSÃO ALASTRANTE
Leão (1943) = aura migranosa é assocaida a uma redução do fluxo sanguíneo cerebral que se
propaga a uma velocidade de 2mm/min a 3mm/min, iniciando-se, geralmente, no pólo posterior do
cérebro.
A depressão alastrante consiste em uma área de silêncio bioelétrico no córtex. Geralmente, na
migrânea, essa depressão começa na região occiptal e se alastra para a região parietal, podendo até
mesmo chegar à frontal ou mesmo ao tronco, acarretando os diferentes sintomas. É pelo fato de
começar no occiptal que, geralmente, a primeira coisa que acontece é alteração visual.
Geralmente para quem tem poucos episódios de dor (1x/mês ou mesmo 1x/semestre).
Náusea ou Vômitos:
• Metoclopramida (IM ou EV)
O ideal é que o medicamento sintomático seja tomado no máximo 60 minutos após o início do
período prodrômico. Após 60 minutos, a cefaléia pode entrar em uma fase refratária, em que o
medicamento não apresenta efeito.
TRATAMENTO PROFILÁTICO
O tratamento sintomático não pode virar rotina, uma vez que isso pode causar cronificação da
cefaleia (cefaléia medicamentosa/de rebote). Sendo assim, é muito importante realizar a profilaxia da
migrânea. Os medicamentos profiláticos são utilizados em média por 6 a 9 meses.
Neuromoduladores:
• Topiramato 25 a 200mg/dia (2x/dia)
Os principais efeitos colaterais são parestesia e perda de peso
• Venlafaxina
Iniciar sempre com doses baixas (37,5 a 75mg/dia), para então proceder ao seu aumento
gradativo (150mg/dia), devendo sempre ser administrada pela manhã
Os efeitos colaterais são xerostomia, tremor, constipação, taquicardia, vertigem,
desorientação, sedação.
Toxina Butolínica
Indicado no tratamento da migrânea crônica, não sendo recomendado nos casos de migrânea
episódica.
Profilaxia Multialvo
1. Topiramato + Divalproato de Sódio
2. Topiramato + betabloqueador → Clássico, usado para as mais refratárias, mais resistentes
3. Topiramato + Antidepressivos Tricíclicos
4. Divalproato + Antidepressivos Tricíclicos
5. Divalproato + Betabloqueadores
6. Bloqueador de Canal de Cálcio + Betabloqueador
7. Bloqueador de Canal de Cálcio + Topiramato
8. Lamotrigina + Antidepressivo Tricíclico + Divalproato de Sódio + Betabloqueador
9. Amitriptilina + Atenolol + Flunarizina
10. Antidepressivos Tricíclicos + Antipsicóticos
Anticorpos Monoclonais
Nutracêuticos
• Riboflavina – Vitamina B2 (400mg/dia)
• Citrato de Magnésio (400-600mg/dia)
• Petasites hybridus - (Butterbur (150mg/dia)
• Tanacetum parthenium – Matricária (50-300mg/dia)
• Coenzima Q10 (100mg 3x/dia)
• Melatonina (5-10mg/dia)
Dieta
DIÁRIO DA CEFALEIA
Assim que paciente inicia com o tratamento profilático, deve fazer um diário da cefaleia. Nesse
diário, ele precisa anotar sempre que ocorrer a dor, especificando quando aconteceu, quanto tempo
durou, qual medicamento utilizou etc.
MIGRÂNEA CATAMENIAL (CEFALEIA MENSTRUAL)
Clínica:
• Migrânea sem aura
• 20 a 60% das mulheres com migrânea
• 10% com migrânea puramente catamenial
• Mais intensa e refratária
• Duração média de 5 dias, iniciando 2 dias antes
Fisiopatologia:
• Queda dos níveis de estrogênio na fase lútea
• Aumento dos níveis de Prostaglandinas (3x)
• Aumento da prostaglandina leva a uma inflamação asséptica dos vasos e consequente dor
Profilaxia Perimenstrual:
• Triptanos (Naratriptano 1mg 2x/dia ou Zolmitriptano 2,5mg 2x/dia – 3 dias antes até 3 dias após
a menstruação) Nível de evidência 1B
• Naproxeno (550mg 2x/dia – 7 a 14 dias, começando 1 semana antes da menstruação) 1B → tem
sido a profilaxia mais escolhida
• Estradiol (1,5mg transdérmico/dia – iniciando 5 dias antes até 2 dias após) 2C
AULA 4 – CASO CLÍNICO ----------------------------------------------------------
QP: “Desmaios”.
HMA: 9h30 – a esposa do paciente encontra o mesmo caído no chão, na plantação de batatinhas,
tendo recuperado a consciência logo após. 9h45 – novo episódio de perda de consciência, desta vez
na cozinha da sua casa, tendo duração de aproximadamente 1 minuto, com recuperação plena da
consciência. 10h20 – Estando já a caminho de Curitiba, em um carro conduzido pelo seu filho, evolui
com novo episódio de perda de consciência, tendo o episódio durado 1 minuto. O paciente refe que
os episódios de perda de consciência foram antecedidos por “escurecimento da visão”, seguidos por
absoluta inconsciência. Após aproximadamente 1 minuto havia a recuperação da consciência, sem
nenhuma outra queixa.
HMP: HAS há 10 anos, em tratamento com captopril 25mg 8/8h e HCTZ 50mg/dia. Nega outras
doenças;
HMF: Pai falecido por IAM, com a idade de 55 anos. Irmão hipertenso. Mãe falecida por câncer de
útero.
CHV: Tabagista, 1 carteira/dia/30 anos. Nega uso de drogas.
PPS: Lavrador.
Exame físico:
Hipótese da equipe:
01. Síncope por BAVT (bloqueio atrioventricular) → síncope é perda da consciência por diminuição
da perfusão tecidual cerebral
02. Síndrome Stokes-Adams → é um BAVT recorrente
Tratamento:
• Marcapasso
CAUSA DE SÍNCOPE
SÍNCOPE CARDIOGÊNICA
• Causa estrutural
• Estenose aórtica
• Estenose de valvula pulmonar
• Pericardite constritiva
• Arritmia
• Causa mais comum de síncope cardiogênica
• BAV de 2º e 3º graus ou taquiarritmias
SÍNCOPE VASOVAGAL
Reflexo inibitório de Bezold-Jarisch (fisiologia que faz sempre ocorrer a síncope): baixo retorno
venoso + alta das catecolaminas séricas → aumento da contração ventricular → reduz volume de
sangue intracavitário → estimula mecanorreceptores ventriculares na região ínfero-posterior do VE
→ (diminuição da ação do simpático = vasodilatação reflexa e bradicardia / aumento do
parassimpático = bradicardia reflexa por inibição sinusal) → hipotensão arterial → diminuição da
pressão da perfusão cerebral = Síncope
* esse item foi adaptado, tendo sido eliminada a frequência das crises
** nos pacientes com frequência de crises ≥ 15 dias por mês (cefaleia do tipo tensão crônica): náusea
leve ou fotofobia ou fonofobia podem estar presentes.
TRATAMENTO SINTOMÁTICO:
PROFILAXIA:
Antidepressivos Tricíclicos:
Antidepressivo ISRSN:
• Venlafaxina
• Dose de 37,5 a 150mg/dia
• Efeitos colaterais: insônia, ganho de peso, convulsões e midríase
D. Ocorrendo com uma frequência entre uma a cada dois dias e oito por dia*
E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3
Dica: a cefaleia em salvas, com inalação de O2 (3 a 5 L/min), evolui rapidamente com melhora,
podendo ser um teste terapêutico! Em aproximadamente 5-10min há remissão da dor.
TRATAMENTO PROFILÁTICO
Agudo:
• Inalação com O2 (3-4L /min)
• Sumatriptano SC 6mg
• Zolmitriptano nasal 20mg
Transição
• Prednisona 60-100mg/dia por 5 dias e reduzir 10mg/dia
• Dexametasona 4mg 2x/dia por 2 semanas seguido por 4mg durante 1 semana
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
1. Cefaleia em salvas
2. Hemicrania Paroxística
3. SUNCT: Short-lasting unilateral neuralgiform headache attacks with conjunctival injection, tearing
and rhinorrhea
4. SUNA: Short-lasting unilateral neuralgiform headache attacks with cranial autonomic symptoms
----------------------------------- CEFALEIA CRÔNICA DIÁRIA ---------------------------------
CEFALEIA DE REBOTE
TRATAMENTO
TRATAMENTO
Cefaleias de curta duração (como trovoada, tosse, facada, numular, atividade sexual)
• Indometacina 25mg 3x/dia, 2 a 8 semanas
• Propranolol 40 a 200mg/dia
ACUPUNTURA
“Acupuncture could be considered a treatment option for Chronic Migraine patients willing to
undergo this prophylactic treatment, even for those patients with medication overuse”.
“[…] acupuncture’s benefits are similar to prophylactic medications and superior to sham”.
PATOLOGIA
• Esclerose múltipla
• Isquemia pontina
• Massa tumoral
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS RED FLAGS DA NEURALGIA:
Neuromoduladores
• Carbamazepina 600-1200mg/dia (tão bom que pode ser usado como teste terapêutico)
• Oxcarbamazepina 600-1200mg/dia
• Lamotrigina 200-400mg/dia
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Uma mulher de 38 anos refere cefaleia há pelo menos 10 anos. Atualmente, as cefaleias
ocorrem todos os dias e são de intensidade leve a moderada. De modo geral, a dor está localizada na
região temporal com irradiação para região cervical. A paciente também relata uma cefaleia diferente,
percebida aproximadamente três vezes ao mês, localizada sobre um dos olhos e associada a náusea,
vômito, fotofobia e fonofobia. Essas cefaleias costumam piorar durante o ciclo menstrual. A paciente
tem uma história prévia de enxaqueca episódica, que começou por volta dos 20 anos. Inicialmente,
essa cefaleia ocorria uma a três vezes por ano, mas evoluiu para uma a três vezes por semana. A
paciente experimentou vários medicamentos para as suas cefaleias, vendidos sem receita, e usou
regularmente paracetamol, ácido acetilsalicílico, caféina, ibuprofeno e naproxeno. Atualmenete, a
paciente está tomadno três drágeas de paracetamol a cada quatro horas e continua com cefaleia. Ela
observa que, quando essas cefaleias iniciaram, duas doses de paracetamol aliviavam a dor. Agora, 18
comprimidos de paracetamol por dia não melhoram mais os sintomas.
Exame físico:
O exame físico geral está dentro dos limites normais. O exame neurológico não revela rigidez
de nuca, reflexos anormais, fraqueza ou alterações sensoriais. Existe, porém, sensibilidade dolorosa
no território do nervo occipital, bilateralmente (alodinia).
Alodinia: dor desencadeada por estímulos que não são dolorosos, ou seja, uma sensibilização
central. Está associada a sintomas psiquiátricos, como tristeza, depressão e síndrome do pensamento
catastrófico.
Síndrome do pensamento catastrófico: indivíduo com uma dor crônica, fazendo uso de grande
quantidade de medicamentos, se torna refratário a qualquer argumentação lógica, além de um
deprimido e pessimista convicto e um ansioso crônico. O indivíduo acha que tudo é uma desgraça e
nada funciona. Ocorre devido à modulação do SNC via trato paleoespinotalâmico, fibras do tipo C
amielínicas, que se distribui de forma difusa no SNC, incluindo no sistema límbico, regiões subcorticais
e tronco.
Esse trato é responsável por uma percepção difusa e mal localizada da dor e evoca uma
resposta comportamental primitiva – antes chamada cérebro reptiliano. É o sistema nervoso
autônomo que entra em ação. Essa condição pode acontecer em qualquer paciente com dor crônica,
por isso é de grande importância tratar sempre a porção psíquica concomitantemente.
Qual é o diagnóstico?
R.: Cefaleia medicamentosa ou de rebote (overuse headache).
Trata-se de uma cefaleia secundária, que coexiste com uma cefaleia primária transformada
pelo uso excessivo de sintomáticos.
É necessário exame complementar? Qual?
R.: Exame de imagem pode ser necessário quando existe suspeita de lesão estrutural, sendo a RNM
de encéfalo o mais adequado. Exames de sangue também seriam úteis para avaliar fígado e rim da
paciente, aproveitando para pedir um hemograma de rotina.
• Dor de cabeça que ocorre em 15 ou mais dias por mês em um paciente com cefaleia pré-existente
• Uso excessivo regular por mais de três meses de um ou mais medicamentos que podem ser
tomados para tratamento agudo e/ou sintomático da dor de cabeça:
• Ingestão regular por ≥ 10 dias por mês por > 3 meses, de ergotaminas, triptanos, opioides ou
analgésicos combinados, ou qualquer combinação de ergotaminas, triptanos, analgésicos
simples, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e/ou opioides sem uso excessivo de
qualquer droga ou classe de drogas isoladamente ou quando o padrão de uso excessivo não
pode ser estabelecido de forma confiável.
• Ingestão regular por ≥ 15 dias por mÊs por > 3 meses, de analgésicos simples
(acetaminofeno, aspirina ou AINE).
TRATAMENTO
Epilepsia consiste em pelo menos duas crises epilépticas espontâneas ou reflexas ocorrendo
com mais de 24 horas de intervalo ou uma crise não provocada ou reflexa quando o risco de outra
em 10 anos é 60%* ou existe um síndrome epiléptico (doença que cursa com epilepsia).
* 60% é o limite inferior do intervalo de confiança para alguém com 2 crises não provocadas ter outra
crise em 10 anos.
Resolução da epilepsia:
• Sim, é uma doença que pode ter cura. São considerados paciente com resolução:
• Indivíduos com Sd. Epiléptico idade-dependente e estão acima desta idade
• Estar sem novas crises há 10 anos e sem medicamentos há 5 anos
EPIDEMIOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
Início generalizado:
Circuitos talâmicos geram descargas bilaterais e
difusas, envolvendo áreas corticais extensas.
Predomina na população pediátrica.
Início focal:
Geradas em uma parte do córtex, em um ou ambos
os hemisférios cerebrais. Ocorre muito em adultos.
Início desconhecido
Focais:
• Perceptivas: tem evento epiléptico, mas mantém a consciência íntegra. Paciente sabe tudo que
está acontecendo, vê que a crise está acontecendo nele mesmo. Por exemplo, dedo começa a se
mexer sem a possibilidade de controlá-lo, podendo aumentar e atingir mão, braço etc. Enquanto a
pessoa ainda está consciente.
• Disperceptivas: paciente fica inconsciente em relação ao que está acontecendo. Se perguntarem
a ele depois o que aconteceu, não saberá.
Generalizadas:
• Paciente não mantém a consciência, pois ambos os hemisférios estão comprometidos
Quatro possíveis níveis de diagnósticos:
Síndrome
Nível 3 Ohtahara, Dravet, Lennox-Gastaut, West etc
epiléptico
ETIOLOGIA
Infância
• Ausência Infantil
• Epilepsia com espículas centrotemporais
• Síndrome de West
Adulto
• Epilepsia mioclônica juvenil
• Epilepsia focal do lobo temporal
SÍNDROME DE WEST
• Prognóstico ruim
• Dificil de ser tratada
• Sequelas cognitivas durane a vida. Muitas inclusive
falecem precocemente
• EEG totalmente assincrônico
Clínica:
Imagem: alteração no uncus do lobo temporal por esclerose (esclerose mesial temporal)
Auras:
• Consciência preservada
• Ilusões e alucinações
• Déjà vu, Déjà vecu
• Jamais vu, jamais vecu
• Déjà entendu, jamais entendu
• Medo
• Desconforto abdominal
• Sons, odores e sabores
• Pensamentos forçados, ilusões ou alucinações visuais (visão
de túnel), ilusões de tempo, fenômenos de autoscopia,
despersonalização e sensação de fuga da realidade, parada
comportamental
• Fenômenos de autoscopia: você se vê fora do seu corpo
Clínica:
Clínica:
• 1,4% das epilepsias focais
• Parestesias e disestesias em face e braço
• Marcha jacksoniana
• Alucinação liliputiana (acha que é gigante)
• Fenômenos motores no membro envolvido
• Distúrbios da imagem corporal
Clínica:
VÍDEO 1:
R.: Se paciente possui crises refratárias ao tratamento, pode-se cogitar condutas intervencionistas
cirurgicas que consistem na retirada de áreas vinculadas ao foco epileptogênico. Se está no lobo
esquerdo, paceinte pode desenvolver afasia. Portanto, foco no hemisfério esquerdo pode ser uma
contraindicação relativa.
VÍDEO 2:
Crise generalizada. Paciente iniciou com uma crise de ausência associada a mioclonias ou
abalos mioclônicos periorais. Ou seja, trata-se de um padrão combinado de envolvimento motor. É
uma crise rápida e paciente não se lembrará do que aconteceu nesses poucos segundos.
VÍDEO 3:
Crise focal. Paciente começa a piscar, o que chamamos de mioclonias palpebrais. É um padrão
epiléptico um pouco mais incomum. Indivíduo mantém consciência íntegra.
VÍDEO 4:
Crise generalizada mioclônica. Parece que ela está levando choques. Ela conseguiu manter o
tônus. Em alguns casos, pode haver preservação de consciência nas mioclonias.
Mioclonias benignas do sono: é o que ocorre quanod você está quase dormindo e acorda com abalos
musculares para depois voltar a dormir.
VÍDEO 5:
Paciente abre os olhos e faz movimentos com a boca como se tivesse mascando. Movimentos
bucomastigatórios ou mesmo como se pessoa tivesse chupando indicam, até que se prova o
contrário, crise focal de lobo temporal. Disperceptiva, pois houve comprometimento do nível de
consciência.
VÍDEO 6:
Crise generalizada de ausência. Bianca desligou por alguns segundos, fazendo alguns
movimentos clônicos e alguns abalos musculares. Esse tipo de crise é muito mais prevalente em
crianças e tende a desaparecer durante a adolescência, mas em 20-30% pode permanecer na vida
adulta. É uma causa de dificuldade de aprendizado, por dificuldade de acompanhar a aula visto que
paciente desliga várias vezes.
VÍDEO 7:
Paciente tem abalos mioclônicos, grito epiléptico (pois ar sai do pulmão devido à contração
muscular), fase tônica, evolução para fase clônica e depois para período pós-ictal (período de
confusão e desorientação, que devagarinho vai melhorando).
Os abalos mioclônicos foram seguidos por uma crise convulsiva generalizada tônico-clônica.
Trata-se de um padrão importante chamado epilepsia mioclônica juvenil. Geralmente se mantém
durante toda vida do paciente. Pode ser combinado om crises de ausência e mioclônicas.
VÍDEO 8:
Criança deitada tranquila quando de repente faz uma crise generalizada tônica. Paciente fica
inconsciente. Pode haver vários episódios desse durante a noite e paciente nem lembra.
Se for coreia: consiste em movimentos randômicos, de rápidas contrações musculares, que ocorrem
em diferentes grupos em diferentes momentos de tempo com a consciência do paciente
absolutamente íntegra. Se ele quiser, consegue voluntariamente parar a coreia durante alguns
instantes, mas por pouquíssimo tempo.
VÍDEO 9:
Paciente revira os olhos, faz abalos musculares. Consiste em uma crise vibratória axo-
risomélica. Crise tônica que pega mais segmento proximal dos membros com componente vibratório.
Geralmente ocorre quando há outras doenças neurológicas associadas.
VÍDEO 10:
Parece ser generalizada, mas, ao verificar o eletroencefalograma, trata-se de crise focal com
manifestações clônicas. Por isso é muito importante verificar o EEG.
VÍDEO 11:
Crise focal motora de face. Foco irritativo bem localizado no córtex contralateralmente. É um
defeito de migração neuronal, fazendo uma polimicrogiria. Áreas de córtex nas regiões cerebrais mais
profundas. Mais prevalente na população pediátrica.
VÍDEO 12:
Crise agressiva com movimentos estereotipados, impulsão pélvica, grunhidos. Parece crise
generalizada, mas trata-se de uma crise focal de lobo frontal. Simula uma parassonia em que paciente
acorda agitado.
VÍDEO 13:
Crise generalizada. Combinação de abalos mioclônicos, seguidos por crise de ausência. Início
e término abruptos.
VÍDEO 14:
Crise focal de lobo temporal disperceptiva. Paciente faz movimentos de automatismo com o
braço, ipsilaterais ao lobo do foco epileptogênico, roça o nariz, faz expressão facial de náusea ou nojo.
VÍDEO 15:
Crise focal disperceptiva que deve ser de lobo temporal. Se há automatismo, pensa-se em lobo
temporal. A etiologia mais comum de epilepsia do lobo temporal é esclerose mesial temporal (área
de atrofia e gliose que leva a crises desse padrão).
VÍDEO 16:
Crise focal de lobo occiptal. Atinge a região pericalcarina, que responsável por movimentos
oculares involuntários. Como a paciente virou a cabeça e os olhos para a direita, a lesão deve estar à
esquerda. Ocorre por malformação congênita, por distúrbio de migração neuronal.
VÍDEO 17:
VÍDEO 18:
Mesmo com fala ictal*, paciente está completamente consciente. Trata-se de uma crise focal
perceptiva de lobo temporal. Crise está ocorerndo à direita, reconhecida pelos movimentos de mão
à direita e por paciente estar falando.
* Fala ictal: pessoa começa a falar uma série de coisas durante a crise, geralmente sem sentido.
VÍDEO 19:
VÍDEO 20:
Crise generalizada mioclônica negativa (relaxamento muscular, paciente não sustenta o tônus
muscular e o membro cai). Paciente pode ter sensação de choques.
VÍDEO 21:
SÍNDROME DE WEST
• Tríade:
1. Espasmos infantis: semelhante a cólica
2. Parada do desenvolvimento neuropsicomotor
3. Hipsarritmia
SÍNDROME LENNOX-GASTAUT
AUSÊNCIA JUVENIL
• Simples:
• Crise tônico-clônica generalizada
• Duração inferior a 15 minutos
• Sem recorrência em 24h
• As vezes são só 2 episódios ou mesmo apenas 1
• Complexa:
• Crise focal
• Duração superior a 15 minutos
• Recorrência em 24h
ELETROENCEFALOGRAMA
Herpes tem afinidade pelo lobo temporal. No Ponta onda em todas as derivações, em todo o
EEG percebe-se ponta onda nos lobos córtex. Quadro epiléptico com envolvimento
temporais, no lado direito difuso do cérebro.
Alguns padrões:
Vídeo-EEG
• Registro sincronizado da imagem com o registro EEG por 24 horas por vários dias consecutivos
• A monitorização pode ser por eletrodos no escalpo ou invasiva (avalia estruturas mediais dos
hemisférios)
Eletrocorticografia
NEUROIMAGEM
• Ressonância
• Tomografia
• Pet Scan
• Ressonância magnética funcional
EPIDEMIOLOGIA
QUANDO TRATAR?
• Após a segunda crise epiléptica a recorrência é de 70%, devendo então ser instituído o tratamento
Associações medicamentosas:
Epilepsia e gestação:
EPILEPSIAS REFRATÁRIAS
✓ Hiperlipídica ✓ Normoprotéica
✓ Hipoglicídica ✓ Hipocalórica
• Estimulação vagal por marcapasso. Inibe a ocorrências das crises. Procedimento muito caro.
Tratamento cirúrgico
Etiologia:
Complicações clínicas:
→ No Brasil: Fenitoína
NEUROLIGA
TACIANA MALOSTI DA SILVEIRA
INTRODUÇÃO –--------------------------------------------------------------------
• Palestras quinzenais
o Atualmente online aos sábados de manhã
o Com professores convidados
o Temas de Neurologia pouco abordados na graduação
o Sábado em torno das 10h da manhã
• Atividades de extensão
o Planos 2021 → Dia mundial do AVC, Curso de Toxicologia, Curso de Neuropatias
Cranianas Agudas, Curso de neurocardiologia, Workshop de Vertigem e Tontura,
Eventos Interligas e muito mais!
• Produção Científica
o Artigos para a publicação e apresentação em eventos
o Manuais da liga → 3ª edição do maual de condutas em emergências neurológicas
o Posts para mídias sociais
• Introdução
• Como identificar onde está a lesão?
• Casos clínicos
o Onde está a lesao?
o Como abordar?
• Conclusão
INTRODUÇÃO
Qual é a causa?
1º: Infecções de sistema respratório
2º: Alterações metabólicas / desidratação
3º: Neoplasia
Grau
5 Normal
4 Movimento ativo contra a gravidade e resistência
3 Movimento ativo contra gravidade mas não a resistência
2 Movimento ativo mas não contra a gravidade
1 Contração muscular visível mas sem movimento ativo
0 Ausência de movimento
Medula: Nervo:
Fraqueza simétrica Fraqueza simétrica distal
Alterações sensitivas com nível definido Alterações sensitivas bota/luva
(analisar se seguem distribuição de algum Reflexos hipo ou abolidos
dermátomo, para ajudar a topografar a lesão) Nervos cranianos podem ou não estar
Reflexos hipo ou abolidos acometidos
Nervos cranianos normais
Alteração esfincteriana
CASOS CLÍNICOS
E.P.L., 57 anos, masculino. Há 10 dias refere episódio spubito de dor em região lombar
evoluindo com fraqueza muscular e alteração de sensibilidade em MMII acompanhado de
incontinência fecal e urinária. Antecedente de Mieloma múltiplo diagnosticado há 6 anos.
Exame neurológico:
Lembrar:
• Ocasionalmente pacientes com mielopatia
crônica simulam sintomas agudos transitórios
(pseudoexacerbação)
• Outras situações podem simular mielopatia
aguda (diagnóstico diferencial)
2) Se presente:
• Neoplasia
• Metástase
• Abscesso
• Outras
3) Se ausente:
• Na fase aguda: 101/170 (59,4%) pacientes
com causa indefinida
• Na fase crônica:
CASO CLÍNICO
SGB, 59 anos, masculino. Há duas semanas refere episódio de “resfriado” fazendo uso de
analgésicos simples com melhora dos sintomas. Há 3 dias refere início de discreta diminuição de
força muscular em mãos e pés porém sem interferir em suas atividades diárias. Há 01 dia refere piora
da força muscular que progrediu para perna e braço sendo acompanhada de parestesia em pés e
mãos procurando atendimento médico na UPA onde também fez um ECG obtendo diagnóstico de
“arritmia cardíaca”, sendo encaminhado para a UR do HC/UFPR. Atualmente refere piora progressiva
com disfagia e importante dificuldade para caminhar pois necessitava do uso de cadeira de rodas.
Exame físico:
Síndrome de Guillain-Barré
Critérios diagnósticos:
CASO CLÍNICO
Exame físico:
Paciente é grave, antes de analisar a topografia, o que fazer? Intubação orotraqueal, Ventilação
mecânica e UTI.
Miastenia Gravis
• Formas clínicas:
• Teste do edrofônio: melhora fugaz após injeção de edrofônio. Não se tem mais feito esse teste
pois não tem mais sido comercializado no brasil, por ser muito fugaz. A piridostigmina tem meia
vida mais longa.
G.V., 35 anos, masculino. Aos 35 anos recebeu diagnóstico de dislipidemia que foi tratado com
rosuvastatina (10mg/dia) devido seu risco cardiovascular. Após 8 dias de uso da medicação foi
adminitido na UTI devido progressiva fraqueza muscular em MMSS e MMII, acompanhada de episódio
de síncope, crises convulsivas e “hematúria”. A história familiar foi negativa para doenças
neuromusculares, porém referia sintomas de intolerância aos exercícios, fadiga muscular, mialgia e
cãimbras no início da atividade física desde infância.
Exame neurológico:
• Exame laboratorial:
• Creatinina: 1.7 mg/dl (normal <1.3)
• Uréia: 57mg/dl (normal < 25)
• K: 6.3 mEq/l (normal <190)
• Parcial Urina: proteinúria e hematúria macroscópica
• Com o exame da enzima (predominantemente
intramuscular) notamos lesão muscular muito grande,
muito intensa.
• Eletromiografia:
• “Padrão miopático”
• Condução nervosa Sensitiva-Motora: anormal
• Biópsia muscular
Miopatia Aguda
Causas:
Diagnóstico:
CONCLUSÃO
Quando chega uma informação ao córtex, seja ela qual for, auditiva,
visual etc., há relação entre diversas áreas do córtex e subcorticais.
A Imagem ao lado que parece uma árvore representa aos tratos.
• Flecha preta à esquerda: abrir os olhos espontaneamente
• Flecha branca à direita: o quanto estou interagindo e ciente do que está acontecendo ao redor
• Colunas:
Função cognitiva:
Linguagem, emoções (dor), percepção
Memória autobiográfica
Funções executivas
Funções motoras:
Reflexos
Não reflexos
Resposta a comandos
Comunicação
• Metabolismo cerebral é alterado nessas
situações.
• No estado vegetativo é muito reduzido, como é possível ver no gráfico acima
COMA
GLASGOW
Abertura Ocular:
4: Abertura espontânea
Dificuldades: edema
3: Abertura ao chamado
palpebral, trauma
2: Abertura a dor
facial
1: Sem resposta
Resposta Verbal:
5: Orientado
4: Confuso Dificuldades: TOT,
3: Palavras desconexas TQT, trauma gacial,
2: Sons incompreensíveis afasia, anartria
1: Sem resposta
Resposta Motora:
6: Atende comando
5: Localiza a dor Dificuldades: Paresia/plegia,
4: Retirada inespecífica reflexos medulares, liberação
3: Decorticação frontal, contenção, neuropatias
2: Decerebração
1: Sem resposta
Reflexo medular: felizmente é raro. Quando faz hiperextensão ou flexão cervical, faz um reflexo de
moro no adulto. Paciente pode levantar o tronco (reflexo de lázaro). Isso não é localizar a dor.
Melhor local que não deixa dúvida no localiza a dor: região supraorbital. Isso pq não tem nada
a ver com a medula, então não faz nem reflexo.
Se paciente levantar o braço acima da altura do ombro, já é considerado localiza a dor. Se não
levantar acima da altura do ombro é uma retirada inespecífica.
Glasgow Liège
01. Fronto-orbicular
02. Vertical oculovestibular
03. Luz pupilar
04. Oculovestibular horizontal
05. Oculocardíaco
06. Nenhum
É obrigatório, quando paciente está em coma, avaliar sua resposta pupilar à luz. As pupilas são
muito importantes para análise topográfica. Também ajudam avaliar se houve melhora ou piora.
Escala de ramsey
• Mais detalhada
• Resposta ocular inclui seguimento
• Resposta motora semelhante à escala de Glasgow
• Resposta pupilar e córneo-palpebral
• Respiração (parâmetro ventilatório)
• Se paciente vai voltar 100% vai depender de uma série de fatores. Ele pode progredir e parar no
meio do caminho ou até o máximo e voltar 100% ao normal.
• Para dizer que paciente está em estado de consciência mínima, é preciso tem avaliado ele em pelo
menos 5 momentos e circunstâncias diferentes. Maior possibilidade de acertar.
COMA
• Primeiro motivo para IOT (17%) em um trial multicêntrico de VM (mais que ICC, trauma ou BPN)
• Causas mais comuns de coma (EUA): overdose, trauma e PCR
• 80% sobreviventes - comatosos após RCP
• 29% das PCR domiciliares vivos após 4h
• <10% sobrevivem e recebem alta
• 18% das PCR intra hospitalares recebem alta
04. Ainda, se tiver disponível: Eletro contínuo (melhor que 1x ao dia), Ressonância funcional e até
mesmo estrutural, pois, no pós parada, com dano difuso, precisa de tempo para perder os tratos,
que só será vista após um certo tempo
✓ Amantadina (amantidan)
✓ Zolpidem
✓ Estimulação transcraniana magnética
✓ Colocar eletrodo de estimulação profunda (estimulando o tálamo)
✓ Metilfenidato
✓ Ritalina
✓ Modafinila
✓ Apomorfina (não há no Brasil),
Prognóstico
SUMÁRIO
DEFINIÇÃO DE DOR
Alodinia e hiperalgesia são sintomas de sensibilização central, não são exclusivos de dor
neuropática.
Dor aguda: papel essencialmente adaptativo. Estímulo provoca algo desagradável e injúria de tecido
criando resposta para parar o estímulo. Essencialmente nociceptiva, resultando de um dano ao tecido.
1. Transdução
2. Transmissão Fibras A delta: aguda
3. Modulação Fibras C: crônica
4. Percepção
Via da dor:
Tipos de dor:
1. Mecanismos neurofisiológicos
2. Nociceptiva
3. Neuropática
4. Nociplástica
5. Mista
Tratamento adequado para cada tipo de dor.
DOR NOCICEPTIVA
DOR NOCIPLÁSTICA
• Dor por alteração da nocicepção, mas sem evidência de lesão ou ameaça de lesão tecidual
• Nocicepção alterada
• Sem evidência de lesão
• “Dor disfuncional”, “dor por hipersensibilidade de sensório”, “dor psicogênica”
• Exemplos: Fibromialgia, Síndrome de Dor Complexa Regional, algumas dores pélvicas crônicas
Nociceptivo: Neuropático
Pontada, facada, cólica Queimação / choque / formigamento
Dor desenha região muscular Segue um trajeto neural
Dor difusa profunda Alteração de sensibilidade
Dor articular Alteração de força
Antecedentes pessoais Antecedentes pessoais
Nociceptivo:
AINES
• Somático: dor miofasciais, articular, inflamatória, pós-operatória ANALGÉSICOS SIMPLES
• Visceral: dor referida (qual víscera?) OPIOIDES
ADJUVANTES
Neuropático:
OPIOIDES
• Neuropatia diabética ADJUVANTES
• Dor pós-herpética
• Neuralgias (trigêmio, hipoglosso)
RESGATE
Analgésicos simples:
• Paracetamol:
• Via oral, pouco utilizado
• Dipirona:
• Teoria de ação central; ação no bulbo inibindo síntese de prostaglandinas
• Facilita via analgésica descendente -PAG
• Ação COX-3? Ativação via L-arnginina?
• Agranulocitose? (0,86%)
• Alergia (menos de 3%)
• Tendência a hipotensão
AINES
Opioides
• Opioides fracos
• Codeína (VO)
• Tramadol
▪ Dose 50-200mg/dia até de 8/8 horas
▪ Agonista e recaptação de noradrenalina (NOR) e serotonina (SER)
▪ Efeitos adversos: tonturas, náuseas, constipação, hipotensão postural, pode
reduzir limiar convulsivante
▪ Para diminuir sintoma: administra de forma mais lenta ou concomitante com um
antiemético
▪ Em uso crônico usa como opioide atipico, quase como antidepressivo dual,
podendo até o usar ao invés desse
▪ Pode ocasionar síndrome serotoninérgica se associar com antidepressivo
tricíclico, como venlafaxina
• Opioides fortes
• Morfina
▪ 1mg EV = 3mg VO
▪ 0,05 – 0,1 mg/kg/dose EV, repetir a cada 15-120 min
▪ Uso crônico de opioides: morfina 10 a 15% dose total diária
• Metadona
• Oxicodona (VO)
• Burprenorfina
• Fentanil
CUIDADOS ESPECIAIS
Se paciente chega com uso crônico de morfina, você deve administrar metadona. Ele
provavelmente dirá que nao fará efeito, então está viciado.
OUTROS FÁRMACOS
Cetamina
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Neuralgia do Trigêmio
Bloqueios anestésicos
• Cefaleias refratárias
• Opioide não deve ser usado em cefaleias
• Bloqueio de nervos occiptais combinado com bloqueio de gânglio esfenopalatino
▪ Nível A para Salvas
▪ Reduz intensidade e tempo de migrânea
• Bloqueio de nervos occiptais combinado com bloqueio de gânglio esfenopalatino
• Lidocaína 1 a 2% / Ropivacaína 0,2%
• Geralmente feito atraves de gaze, introduzida até bater próximo ao gânglio esfenopalatino
Por que eu procuro um pronto socorro quando estou com cefaleia? Esta pergunta nunca foi tão
importante como agora, em época de Covid.
Fase 1: pré-covid
Fase 2: covid
2) Já tinha cefaleia, mais um episódio (pode-se cometer erro e deixar passar alguma
patologia, portanto, do ponto de vista clínico, pode ser considerado mais grave)
1. Padrão Thunderclap < 60 segundos (a intensidade da dor leva no máximo 60 segundos após seu
início pra alcançar seu máximo)
▪ Pode ser aneurisma cerebral
▪ Aneurisma ainda se desenvolvendo pode sobrer pequenas fissurações, com pouquíssimo
sangue, que estimula e irrita os nervos e realiza a mesma dor padrão thunderclap, que passa
muito rápido, chama-se cefaleia sentinela. Dias, semanas ou até mesmo meses o paciente pode
manifestar uma cefaleia Thunderclap mais de curta duração somente horas sem nenhum
sintoma associado. É um sinal de alerta para um futuro rompimento de um aneurisma.
▪ 20-30% de aneurimas rotos com thunderclap tem história de cefaleia sentinela.
2. História de perda de peso não intencional (+ de 5kg em período de 3 meses sem dieta e atividade
física vigorosa)
▪ Pode ser neoplasia do sistema nervoso central
▪ Cefaleia que geralmente desperta o paciente durante a madrugada, devido à ação da gravidade
e de aumento de pressão
5. Alteração Cognitiva
▪ Pensar em patologias relacionadas ao córtez cerebral que vão levar a hipertensão intracraniana,
como neoplasias, hidrocefalia, hematoma subdural (as vezes o idoso demora para evolução após
trauma)
SINAIS DE LOCALIZAÇÃO
01. Bordos da papila (edema pode se instalar até 24h depois da HIC, não sendo tão sensível)
02. Pulso da veia central da retina (ausência indica HIC, pode se instalar 60 min depois)
03. Escavação do nervo óptico (nunca pode ser maior que 40%)
Figura à direita: perda da nitidez do contorto com a hipertensão intracraniana. Sangramento
em chama de vela é típico de hipertensão intracraniana. O que diferencia de HIC aguda, como
aneurisma cerebral ou hidrocefalia, de um tumor cerebral é a hemorragia em chama de vela, que é
típica de HIC de instalação súbita ou relaticamente súbita. Edema de papila sem chama de vela
geralmente indica HIC que foram se instalando de maneira mais lenta.
Trombose de seio venoso (mulheres fazendo uso de anticoncepcional e
mulheres pós parto).
Após ter localizado algum dos sinais de localização (papila anormal e ou ausência de pulso da veia
central da retina):
AVALIAÇÃO OBRIGATÓRIA: NEUROIMAGEM LÍQUOR
Nunca fazer punção liquórica em PS em paciente com cefaleia e red flag sem neuroimagem.
Isso porque, se houver um tumor, pode fazer uma hérnia e matar o paciente.
MIGRÂNEA CRASH:
Tratamento:
Em Salvas:
PS:
1. Oxigenoterapia: O2 nasal em
máscara 100%; 7 a 12 litros por
minutos, de 15 a 30 minutos.
2. Bloqueio de gânglio esfenopalatino.
Lidocaína 10% nasal aplicada bem
no fundo do nariz, bilateralmente.
3. Dexametasona 4mg EV.
4. Sumatriptana SC
Domiciliar:
5. Prednisona 1mg/kg por 6 dias → após 0,5mg/kg 4 dias → após 0,25mg/kg 4 dias
6. Verapamil ou Lamotrigina
7. Pantoprazol 20mg em jejum
Hemicrânica Paroxística:
• Inibidor de COX-1 e COX-2: Indometacina 12,5 à 300mg VO (25mg no segundo dia e aumenta 25mg
a cada 5 dias)
MIGRÂNEAS
1. Migrânea refratária
2. Estado de mal migranoso (evolui da migrânea refratária) → precisa internar
3. Migrânea crônica
Tratamento
Com alodinia (dor quando passa a mão na cabeça): se tiver já não adianta administrar triptanas,
pois não irá mais fazer efeito, visto que o cérebro já está sensibilizado. Dev-se então usar derivados
de ergotamínicos (cefaliv, cefalium).
Se a migrânea refratária não respondeu há duas classes diferentes de analgésicos, ou seja, nem
aos triptanos, nem aos ergotamínicos (cuidado na associação desses dois, pois pode acarretar
problemas vasculares), evoluiu para estado de mal migranoso.
Estado de mal migranoso: cefaleia que tem uma duração superior a 72 horas com importante
influência sobre a qualidade de vida do paciente (existe muito sofrimento) e o paciente não responde
a pelo menor duas classes diferentes de analgésicos.
Não se faz mais clorpromazina pois pode fazer arritmias, só caso não haja dexametasona. Pode
usar haldol, mas cuidado com arritmia. Para náuseas e vômitos: antieméticos como metoclopramida
EV e ondansetrona EV.
CEFALEIA NO COVID
• Fisiopatologia:
Primária:
• Infecção viral sistêmica
• Síndrome da secreção das citocinas
• Causa vascular (trombose venosa central) – sempre
pesquisar D-dímero e, se aumentando, RM.
Secundária:
• Enxaqueca desencadeada pela infecção viral
• Enxaqueca desencadeada pelo estresse do covid
• Infecção viral promovendo a transformação da enxaqeuca episódica em crônica
• Infecção viral induzindo ao aparecimento da cefaleia persistente e diária de nova, causada por
um ataque do vírus dobre o gânglio do trigêmio. Totalmente refratária aos tratamentos.
DEFINIÇÃO
4 EIXOS
• Semiologia
• Etiologia
• Aspectos EEG
• Idade
SEMIOLOGIA
ETIOLOGIA
1. Conhecida (sintomático)
• Aguda (AVC, intoxicação, malária, encefalite)
• Remota (pós-traumática, pós-encefalite, pós-AVC, TCE)
• Progressiva (tumor cerebral, doença de Lafora, encefalopatias progressivas, demências)
• Estado de mal em outras doenças eletroclínicas definidas
• Localização
• Padrão
• Morfologia
• Frequência
• Modulação
• Efeito da intervenção (medicação) no EEG
IDADE
1. Neonatal: 0 a 30 dias
2. Infância: 1 mês a 2 anos
3. Fase da criança: >2 a 12 anos
4. Adolescência e idade adulta: >12 a 59 anos
5. Idosos: >60 anos
DURAÇÃO DA MONITORIZAÇÃO
• Pandia et al evidenciaram que em EEG de rotina (30min) apenas 11% registraram crises
• 28% detectaram crises em EEGc pelo menos 24 horas
• 80 a 90% dos pacientes comatosos fazem sua primeira crise nas 1ªs 24 horas
• Ideal: deixar monitorado pelo menos de 24 a 48h
→Padrão de
mulher, 89 anos,
que apresentou AVC de cerebral média. Padrão bem
lateralizado, bem localizado do lado direito. Alteração na
frequência das descargas. Padrão sugestivo de crise, pois,
nas descargas lesionais, o padrão geralmente é regular.
← Entre as pontas, ritmo mais rápido. Indicativo que há crise e
não é apenas lesional.
→ Padrão de surto-supressão:
difícil definir se é estado de
mal ou não, pois muitos
pacientes evoluem com esse
padrão pelo próprio
tratamento medicamentoso.
De acordo com achados elétricos e achados clínicos já dá pra ter uma melhor noção.
• Confirmado:
• Detecção crises e EME NC
• Ajuste nível DAEs (drogas antiepiléticas) e sedação
• Identificar padrôes ECG específicos + correlacionar quadro clínico e evolução (encefalite
herpes, coma metabólico – ondas trifásicas)
• Prognóstico encefalopatia hipóxico-isquêmica
• Provável:
• Detecção vasoespasmo (HSA, mas o doppler é superior)
TRATAMENTO
Objetivos:
• História
Antecedentes de crises epilépticas e outras doenças
Medicações em uso e suspensas recentemente
Uso de álcool e outras drogas recreativas
Queixas nos últimos dias
• Exame físico:
Nível de consciência (Glasgow e FOUR)
Sinais de déficit motor ou de hipotensão intracraniana
Sinais de infecção do SNC ou sistêmica
Sinais de traumatismo craniano
a) Dose de ataque + doses fracionadas (1/2 dose inicial) até controle da crise e/ou padrão surto
supressão no EEG contínuo
b) Ajuste dose de manutenlçao para 2 a 3 surto-supressão cada 10 segundos no EEG ou hipotensão
arterial não controlada com droga vasoativa
c) Mantém por 24 a 48 horas + antiepiléptico EV
d) Retira gradulmente (20% a cada 3 horas) em 12-24 horas
e) Se recidiva das crises, trocar para outro anestésico
• Ketamina:
(Antagonista não competitivo do receptor NMDA, usar em EME com >1 hora de duração associado a
diazepínico, menos efeito hemodinâmico, eventual hipertensão)
Apresentação: ampolas 10ml (50mg/ml)
Crianças: bolo inicial 2 a 3 mg/kg (até 2x) → infusão EV 2,4 mg/kg/h (0,6-3,6mg/kg/h)
Adultos: bolo inicial 1 a 5mg/kg → infusão EV 0,6 a 15mg/kg/h
• Topiramato
Quando associado a valproato pode precipitar encefalopatia hiperamoníaca
Apresentação: comprimidos de 25, 50 e 100mg
Crianças: 15 a 30 mg/kg/dia (2 a 3 tomadas)
Adultos: 400 a 600 mg/dia (2 tomadas)
• Clobazam
Apresentação: comprimidos de 10 e 20 mg
Crianças: 1 a 2 mg/kg/dia (2 a 3 tomadas)
Adultos: 1mg/kg/dia (2 tomadas)
• 60 minutos após término antiepiléptico se ainda estiver sem controle da crise ou melhora da
consciência
• Na suspeita de EME não convulsivo
• Durante o tratamento com anestésicos (Tiopental, Midazolam ou Propofol) para ajuste dose
Avaliação do risco de mortalidade pelo EME conforme as comorbidades (escore >27 associado
com 90% de mortalidade.
Esse score leva em consideração etiologia, idade, comorbidades e achados do eletroencefalo-
grama (EEG).
ENCEFALITE AUTOIMUNE
Suspeitas quando EME super refratário com líquor, TC e RM com pouca ou nenhuma alteração
significatica (semelhante encefalite herpética com RM e PCR negativos); antecedentes de alteração
humor, comportamento ou personalidade recente; presença de discinesias e disautonomias; extreme
delta brush no EEG (semelhante encefalite herpética com RM e PCR negativos).
DIETA CETOGÊNICA
• Paralisia facial
• Dificuldade na articulação das palavras (disartria)
• Dificuldade na linguagem (afasia)
• Diminuição de força ou sensibilidade
• Alteração da coordenação motora
Tempo é cérebro. Essencial na avaliação de pacientes com suspeita de AVC. O quanto antes o
paciente for diganóstico e tratado, menor a probablidade de desenvolver sequelas e inabilidade.
• Fora do hospital:
• Reconhecer os sintomas (familiares)
• Ferramenta de screening: FAST, CPSS – Cincinnati Prehospital Stroke Acale, LAPSS – Los
Angeles Prehospital Stroke Scale
FAST:
Face drooping: paralisia facial Sorriso caído
Arm weakness: fraqueza do braço Braço fraco
Speech difficulty: dificuldade na fala Fala enrolada
Time to call emergency: ligar para emergência 192
Cincinnati
LAPSS
• Aferir e monitorar pressão arterial – NÃO TRATAR, pois ainda não definido se isquêm. ou hemor.
• Monitoramento cardíaco
• Oxigênio suplementar >94%
• Acesso endovenoso (diminui tempo se tiver que adm trombolítico)
• Glicemia capilar e corrigir se necessário
• Determinar início dos sintomas com a família (tratamentos de fase aguda dependem do tempo)
• Se o AVC não foi acompanhado por alguém da família, considera-se o início dos sintomas o
último momento em que foi visto normal por alguém da família
• Triagem e transporte ao local mais próximo capaz de administrar alteplase
• Suspeita de oclusão de grande vaso – local mais próximo capaz de realizar trombectomia mecânica
Departamento de emergência:
ÁSPECTS
Recomendação classe 1
• Incapacidade pré-existente (Rankin >=2, escala de funcionalidade após eventos isquêmicos) (IIb)
• Dentro de 6 horas:
• Rankin prévio 0-1 (sem sequelas ou incapacidade mínima)
• Oclusão de artéria carótida interna ou ACM proximal (M1)
• Idade >= 18 anos
• NIHSS >= 6
• ASPECTS >= 6
• 6-24 horas:
• Oclusão de artéria carótida interna ou ACM proximal (M1)
• Preenche critérios dos estudos DAWN ou DEFUSE 3
Complicações:
1. Transformação hemorrágica – ECASS (European Cooperative Acute Stroke Study); tipo 4 pode
até ser fatal.
2. Angiedema
3. Extravasamento da medicação para subcutâneo fazendo hematoma
4. Epistaxe
5. Sangramentos diversos como gengivorragia
6. Sangramento de trato gastrintestinal
7. Etc.
ABCD2:
Diagnóstico diferencial:
Vertebrobasilar:
• Paralisia de nervos cranianos / déficit sensitivos contralaterais / diplopia, vertigem, náuseas,
vômitos, disartria, disfagia, soluços, ataxia de membros e de marcha, déficit motor, como, sintomas
bilaterais sugerem doença de artéria basilar
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
CLASSIFICAÇÃO
Relacionada à pródromos:
01. Tontura
02. Sensação de calor
03. Palidez
04. Náuseas / vômitos
05. Dor abdominal
06. Diaforese
Fisiopatologia:
Mecanismos:
Vasovagal:
• Ortostática: em pé, menos comumento sentado
• Emocional: medo, dor (somática ou visceral), fobia por sangue
Situacional:
• Miccional
• Gastrointestinal: deglutição, defecação
• Tosse, espirro
• Pós exercícios físicos moderados a intensos
• Outros: riso incontrolado (Suetônio), tocar instrumentos de sopro (trompete, trombone, tuba)
Definição:
• Queda maior que 20mmHg na Pressão Arterial Sistólica em ortostase sem aumento compensatório
da frequência cardíaca
• Risco de traumas graves por quedas
• Eventualmente associação com mais de uma causa de síncope com diagnóstico diferencial difícil
Desencadeantes:
Mecanismos:
Hipovolemia:
• Hemorragia (digestiva, menorragia) ou desidratação (diarreia, vômitos)
SÍNCIPE CARDIOGÊNICA
• Durante exercício
• Em repouso (sentado ou deitado) – luz de alerta, merece atenção especial
• Precedido por palpitações e histórico familiar de morte súbita, especialmente em jovens
• Presença conhecida de cardiopatia estrutural ou isquêmica
• ECG com alterações de qualquer ordem
Mecanismos:
Arritmias:
• Bradicardia: dsifunção do nó sinoatrial, comprometimento da condução AV
• Taquicardia: supraventricular e ventricular
Alterações estruturais:
• Estenose v. Aórtica, infarto ou isquemia, insuficiência cardíaca sistólica e diastólica,
cardiomiopatia hipertrófica, mixoma atrial, tamponamento cardíaco, anomalias congênitas de
artérias coronárias, disfunção de valva protética
Alterações pulmonares:
• Embolia pulmonar, hipertensão pulmonar
ATENÇÃO
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO:
• Pacientes com síncope sem evidência de doença cardíaca estrutural e ECG normal
• Geralmente, nos casos de síncipe neuromediada
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA:
PATOFISIOLOGIA
• Injúria cerebral primária: momento do impacto
• Lesão axonal difusa / LAD
• onteúdo encefálico executa movimento angular rotacional (aceleração e desaceleração) com
vértice na região occipto-cervical
• As estruturas encefálicas ganham velocidades lineares diferentes e em diversos planos =
mecanismo de cisalhamento
• Axônios rotos. O movimento de ida e vinda estica o axônio e faz o rompimento.
• Diagnóstico efetivo por exame anatomopatológico
• Contusão cerebral: movimento inercial do cérebro dentro da própria caixa craniana, resultando
de forças de aceleração e desaceleração. Mecanismo de contragolpe.
• Sistêmicas:
Choque hemorrágico / neurogênico (isquemia)
Hipotensão arterial
Obstrução VAS (hipoxemia / hipercarbia)
CIVD
• Intracranianas:
Hematoma epi ou subdural (PIC)
Hemorragia intracerebral (PIC)
Edema cerebral / swelling (PIC)
DOUTRINA DE MONRO-KELLIE
HEMORRAGIA EPIDURAL
HEMATOMA INTRACEREBRAL
EDEMA CEREBRAL:
• Citotóxico: disfunção da bomba Na+ / K+ membrana celular, por falta de ATP. Acumúlo de Na+
intracelular e edema intracelular, acontece em casos de lesão tissular cerebral. Responde bem aos
diuréticos osmóticos.
ATLS / ABCDE. Escala de Coma de Glasgow é o método para definir estado neurológico de
pacientes com lesão cerebral aguda, utilizando seu nível de consciência.
• TCE leve = 13 a 15
• TCE moderado = 9 a 12
• TCE grave = 3 a 8
• Boa evolução = GCS 3-6 (8%) / GCS 7-8 (41%) / GCS 9-12 (81%) / GCS 13-15 (98%)
• Reatividade pupilar:
• 2 pontos / nenhuma pupila
• 1 ponto / uma pupila
• 0 pontos / duas pupilas
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
MANEJO TERAPÊUTICO
HERNIAÇÃO CEREBRAL
Hérnia de uncus: sinal de alerta para abordar imediatamente a lesão, seja qualquer tipo de hematoma.
Compressão ocasionada pela porção mesial do lobo temporal, levando ao sofrimento do III par
craniano ao nível do mesencéfalo. É a região que mais hernia através da incisura tentorial (tenda do
cerebelo).
Acarreta em uma dilatação da pupila (midríase) ipsilateral e hemiplegia contralateral.
O nervo oculomotor passa ao longo da margem da tenda do cerebelo. A lesão de massa ou
edema supratentoral faz uma herniação cerebral acarretando uma compressão do 3º par.
CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA
Retirada da metade da caixa craniana, e abertura da dura-máter fazendo com que as linhas
de força convergam para fora ao invês de ser para dentro. Isso não protege tanto o encéfalo, mas
protege o tronco, impedindo que faça a parada respiratória que levaria ele à morte. Salva o paciente
mas não protege tanto de sequelas. Após a melhora, recoloca a placa, que geralmente mantém-se
guardada em um banco de osso).
CASO CLÍNICO
Dona Lúcia, 82 anos de idade, mora com a filha e leva uma vida relativamente independente.
Há 2 dias foi encontrada caída no banheiro, com dor no quadril direito e não conseguia ficar de pé.
Identificada fratura de colo de fêmur – fixação cirúrgica há 24 horas. Procedimento de fixação
cirúrgica com haste e parafuso e pós-operatório imediato sem intercorrências.
PO em UTI – últimas 12 horas iniciou quadro de agitação, confusão, agressividade, necessitando
ser contida no leito. Sedada com Diazepam 10 mg + Haloperidol 5mg, sem melhora do quadro.
DSM-5
Qual a causa?
MOMENTO DO INÍCIO DO DELIRIUM
• 604 pacientes consecutivos admitidos na UTI sem delírio. 90% iniciam com delirium até o 6º dia.
TIPOS DE DELIRIUM
• Hiperativo
• Hipoativo: pode evoluir rapidamente para o hiperativo
• Ciclo vicioso: controlar a hiperatividade leva à hipoatividade, aumentando o tempo de internação
e consequentemente de complicações.
PREVALÊNCIA DE DELIRIUM
FATORES PREDISPONENTES:
COMO AVALIAR?
• Suspeitar sempre
• Busca ativa em pacientes de risco
• Seguir o Critical Care ABCDE →
• Usar escalas padronizadas
• Haloperidol e Ziprasiodona (Haldol e Geodon). Não melhoraram os dias com delirium, não
melhoraram a permanência de vida etc.
• Dexmedetomidina (Precedex) mostrou-se um pouco melhor que o placebo.
• Intervenções cognitivas físicas também não mostraram eficiência.
• Fatores com pior resposta em compração ao placebo à esquerda e fatores com melhor resposta
que o placebo à direita:
• Medicamentos e incidência de delírio:
COMO PREVENIR?
• Identificar pacientes com risco aumentado. Distúrbio hidroeletrolítico, febre, medicações com
efeitos anticolinérgicos, dor não controlada, ICC ou infecção, imobilidade prolongada e distúrbio
de sono.
• Busca ativa com escalas em pacientes de risco. Hipoativos não são facilmente percebidos.
• Discutir diariamente as avaliações com equipe UTI
• Rever sedação e analgesia. Mínimo necessário, uso intermitente, definir necessidade.
• Avaliar risco e benefícios de iniciar / manter medicamentos que aumentem o risco
• A família possui papel de dar conforto, segurança e apoio, para situá-lo na realidade.
• Sempre que possível, particularmente à noitem ter um familiar, cuidador ou amigo presente (isso
que o acompanhante não dificultar ainda mais o processo)
• Permitir objetos familiares (fotos, cobertores etc.)
• Ambiente quieto, silencioso, com iluminação adequada (intensidade, período, deve variar) e
talvez, música ambiente suave
• Não retirar os óculos, a dentadura e o aparelho audição
• Orientar sobre quem ele é e porque está aí
• Evitar conteção e sedação. Incentivar deambulação