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Terapia Cognitiva e Pesquisa

https://doi.org/10.1007/s10608-018-9920-y

ARTIGO ORIGINAL

Os Processos da Terapia Cognitivo Comportamental: Uma Revisão da Meta

Análises

Nikolaos Kazantzis1 · Hoang Kim Luong1 · Alexsandra S. Usatoff1 · Tara Impala1 · Rui Ying Yew1 · Stefan G. Hofmann2

© Springer Science+Business Media, LLC, parte da Springer Nature 2018

Abstrato
Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) refere-se a uma abordagem de tratamento com forte suporte empírico para sua eficácia para vários distúrbios
e populações. O objetivo da presente revisão foi fornecer um levantamento abrangente de meta-análises examinando os processos da TCC, a saber:
processos de tratamento (reavaliação cognitiva, estratégias comportamentais, regulação emocional, estratégias de motivação e psicoeducação) e
processos em sessão (reavaliação cognitiva, estratégias comportamentais, regulação emocional, estratégias de motivação e psicoeducação) e
processos em sessão (reavaliação , consenso e colaboração de metas, feedback, coesão de grupo e dever de casa). Identificamos 558 meta-análises
de TCC, e 30 meta-análises preencheram nossos critérios de inclusão como revisões das relações processo-resultado. Para processos de tratamento,
o suporte mais forte atualmente existe para estratégias cognitivas (n=8 meta-análises) e comportamentais (n=3 meta-análises) como processos de
mudança na TCC para transtornos de ansiedade e depressão. Para processos em sessão, o suporte mais forte atualmente existe para o papel da
aliança (n=8 meta-análises) e tarefas de casa (n=6 meta-análises) como preditores de resultado. No geral, a base de evidências para as relações
processo-resultado na TCC está apenas surgindo. Pesquisas adicionais são necessárias para examinar a gama de processos de tratamento em vários
contextos clínicos. Além disso, exceto por uma meta-análise sobre colaboração, nenhum estudo meta-analítico foi relatado sobre elementos específicos
da TCC da relação terapêutica, como o empirismo colaborativo e o diálogo socrático.

Palavras -chave Terapia cognitivo-comportamental · Processo · Revisão

Introdução envolvidos em transtornos psiquiátricos (Hofmann et al. 2012). Uma

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) refere-se a uma abordagem
de tratamento que se baseia na premissa de que (a) os processos
cognitivos estão implicados no desenvolvimento e manutenção da
psicopatologia, especialmente sofrimento emocional e funcionamento
prejudicado, enquanto também (b) esses processos cognitivos
provavelmente estarão presentes durante a sessão e exigem que o
terapeuta adapte a intervenção para melhor atender o paciente. A
primeira aplicação dessas ideias à psicoterapia é creditada a Beck (1963)
e Ellis (1970), a fim de explicar distúrbios emocionais e comportamentais
* Nikolaos Kazantzis
Nikolaos.Kazantzis@monash.edu
1 de tratamento, incluindo, mas não se limitando a, atenção e outros
Unidade de Pesquisa em Terapia Cognitiva
Comportamental, Escola de Ciências Psicológicas e Instituto
Monash de Neurociências Cognitivas e Clínicas, Universidade Monash,
Melbourne 3800, Austrália
2
Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro, Boston
Universidade, Boston, EUA
série de técnicas foram desenvolvidas dentro da terapia cognitiva de
Beck, incluindo aquelas focadas em emoções e comportamentos para
atingir estruturas cognitivas mal-adaptativas, ou esquemas, que contêm
crenças centrais sobre o eu, o mundo/os outros e o futuro, e determinam
pensamentos automáticos, imagens e memórias em situações específicas
(Beck et al. 1979). Historicamente, o papel dos processos em sessão foi
considerado necessário, mas não suficiente, para facilitar a mudança
clínica (Beck et al. 1979; Kazantzis et al. 2017).
O modelo cognitivo-comportamental tem sido aplicado a muitas
populações clínicas específicas, cada uma enfatizando diferentes
características do mesmo modelo central. Uma gama de tratamentos
também foi desenvolvida dentro da ampla classificação de terapias
cognitivas e comportamentais (Kazantzis et al. 2010) , cada uma com
ênfase diferente nas dimensões centrais da psicopatologia e processos
processos de cognição (por exemplo, aceitação, tolerância), reavaliação
cognitiva (por exemplo, descentralização, desfusão), mudança de
comportamento (por exemplo, ativação, exposição) e desregulação
emocional (Aldao et al. 2010; Hayes e

Vol.:(0123456789) 1 3
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Hofmann 2017, 2018, no prelo; Kazantzis 2018; Klepac et ai.
2012). Esses processos centrais levaram ao estabelecimento de
modelos unificados de psicopatologia (por exemplo, Beck e Brede meier
2016), esclarecimentos dos complexos mecanismos de mudança que
ocorrem na TCC (Lorenzo-Luaces et al. 2015), bem como tratamentos
unificados de ansiedade e transtornos do humor, como o protocolo
pioneiro de Barlow (Barlow et al.
2017). A TCC contemporânea é agora um termo abrangente para um
conjunto de intervenções psicológicas empiricamente apoiadas visando
processos específicos (Hayes e Hofmann 2017, 2018).
Os objetivos gerais do tratamento são a redução do sofrimento e a
melhoria do funcionamento e, em última análise, a melhoria do bem-
estar e da qualidade de vida. Para que esses resultados do tratamento
sejam alcançados, o paciente se envolve com o terapeuta em um estilo
particular de relacionamento terapêutico, composto por elementos
genéricos (por exemplo, aliança, empatia expressa, feedback,
consideração positiva expressa; Zilcha-Mano 2017) e elementos
específicos da TCC (por exemplo, empirismo colaborativo, diálogo
socrático; Kazantzis et al. 2017) e uma estrutura de sessão específica
(por exemplo, agenda, dever de casa, resumo, feedback). Assim, a
TCC contemporânea refere-se a uma família de intervenções que
incluem (a) processos em sessão que são genéricos e específicos, bem
como (b) processos centrais de tratamento
que visam dimensões centrais da psicopatologia (Hayes e Hofmann
2017, 2018; Hofmann e Hayes no prelo). Ao mesmo tempo, os
processos em sessão também são reconhecidos por seu papel na
facilitação de mudanças significativas nos distúrbios que estão sendo
tratados. Por exemplo, o empirismo é central para a adoção do método
científico por um paciente para entender suas experiências pessoais
(Tee e Kazantzis 2011), e pode ser incorporado no diálogo socrático
para fins de reavaliação cognitiva, enquanto a adaptação do empirismo
e dos elementos socráticos é idealmente baseado na conceituação do
sistema de crenças do paciente (Kazantzis et al. 2013, no prelo).
Revisões de meta-análises de TCC identificaram um grande número
de revisões quantitativas de ensaios clínicos (por exemplo, 16 estudos
em Butler et al. 2006; 106 estudos em; Hofmann et al. 2012). Examinar
tendências em meta-análises também supera problemas que podem
estar presentes em revisões individuais (Baldwin e Del Re 2016). Até
onde sabemos, essas foram as primeiras revisões de estudos meta-
analíticos examinando a eficácia da TCC para vários distúrbios.
Revisões focadas de meta-análises da literatura continuaram, como
revisões de ensaios para ansiedade (Olatunji et al. 2010).
No entanto, nenhuma revisão anterior pesquisou especificamente por
meta-análises envolvendo os processos de tratamento ou processos
em sessão de TCC.
A American Psychological Association estabeleceu uma Força-
Tarefa Interdivisional sobre Relações de Terapia Baseada em
Evidências (Divisões 12 e 29), e com base em várias meta-análises,
concluiu que a empatia expressa (Elliott et al. 2011), aliança na terapia
individual (Horvath
13
Terapia Cognitiva e Pesquisa
et ai. 2011) e coletar feedback estruturado do cliente (Lam bert e
Shimokawa 2011) foram elementos comprovadamente eficazes do
relacionamento terapêutico em todos os modelos de psicoterapia. A
presente revisão foi projetada para fornecer uma pesquisa abrangente
de todas as meta-análises contemporâneas que examinam a base de
evidências para os processos de TCC até o momento.
Métodos
Estratégia de pesquisa e seleção de estudos
Os estudos foram identificados por meio de uma busca automática de
texto nas bases de dados Cochrane e PsycINFO (via Ovid), combinando
termos indicativos de procedimentos meta-analíticos (meta-análise OU
revisão quantitativa) e terapia psicológica (psicoterapia OU
psicoterapeuta OU terapia OU terapeuta). Devido à natureza do estudo,
limitamos a busca a essas bases de dados, que incluem principalmente
artigos psicológicos. No entanto, não limitamos nossa busca a estudos
usando termos como “terapia cognitiva” ou “cognitivo comportamental”
devido à variabilidade na terminologia usada para se referir à gama de
psicoterapias que agora fazem parte da ampla família de TCCs (por
exemplo, , terapia de aceitação e compromisso, terapia cognitiva
interpessoal/focada na emoção, terapia de resolução de problemas em
Kazantzis et al. 2010). Para identificar estudos contemporâneos,
adotamos a metodologia de outras grandes revisões de metanálises
(ou seja, Hofmann et al. 2012; Olatunji et al. 2010) e incluímos apenas
artigos publicados após 2000 devido aos avanços marcantes na
psicoterapia metodologia de pesquisa de processo nas últimas duas
décadas (ver revisões em Kazantzis 2018; Lorenzo-Luaces e DeRubeis
2018).
A busca foi realizada em setembro de 2017 e identificou 4.938
estudos, dos quais 15 eram duplicados, e 178 não estavam disponíveis
em inglês e foram excluídos (ou seja, usando o programa de computador
EndNote, Thomson Reuters EndNote X7®, 2013). Os 4.745 artigos
restantes foram então examinados para determinar se atendiam aos
critérios de inclusão e exclusão da presente revisão, a saber: (a) o
estudo foi uma meta-análise de terapia psicológica; (b) focado nas
relações processo-resultado; e (c) TCC envolvido. (A lista completa de
558 estudos de TCC está disponível na nossa unidade de pesquisa
site ou o autor correspondente.) Portanto, os estudos que não
envolveram os efeitos diretos da modificação de processos cognitivos
foram excluídos, mesmo que medidas cognitivas fossem incluídas como
parte da medição do resultado do tratamento (por exemplo, Harvey e
Taylor 2010). Por fim, foram excluídos os manuscritos e dissertações
não publicados.
O investigador principal (NK) forneceu treinamento no uso dos
critérios de inclusão e exclusão (a) a (c) e revisou uma parte igual dos
4.938 estudos selecionados especificamente para este estudo. Todas
as seleções de estudo foram duplamente classificadas
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Terapia Cognitiva e Pesquisa

e quaisquer discrepâncias foram resolvidas por discussão. A amostra final 9

incluída nesta revisão consistiu em 30 meta-análises conforme o processo de 8

seleção na Fig. 1. O número de meta-análises por ano é mostrado na Fig. 2.
7

6
9
8
Categorização de Metanálises 5 7
6
4 5
4
Seguindo a metodologia de Hofmann et al. (2012), as meta-análises foram 3
3 2
categorizadas em grupos para fornecer o exame mais significativo dos 1
0
processos na TCC, como (1) processo de tratamento (ou seja, modificar 2

processos cognitivos, estratégias comportamentais, regulação emocional,

1
estratégias motivacionais e psicoeducação baseada sobre as definições de
0
“processo de tratamento”, ver Hayes e Hofmann 2018; Klepac et al. 2012), ou
(2) processo em sessão (ou seja, aliança, consenso de metas e colaboração,
Ano de publicação
feedback, consenso de grupo e lição de casa, com base na definição
comumente aceita de “processo” como comportamentos específicos e
Fig. 2 Número de meta-análises publicadas por ano desde 2000 (Nota
interações de cliente e
esse número de estudos correspondente a 2017 abrangeu apenas estudos até
setembro daquele ano)

Estudos inicialmente identificados,

terapeuta que ocorrem dentro das sessões, ver Lambert e Hill 1994; Orlinsky
com duplicatas removidas et ai. 2004). (Uma meta-análise [Sánchez Meca et al. 2010] atendeu aos
(n = 4.923)
critérios tanto para o processo em sessão quanto para a classificação do
processo de tratamento.)
Excluídos: Publicações que não estão em
Para cada agrupamento de tratamento e processo em sessão, os dados
Inglês (n
= 178) foram descritos qualitativamente, considerando os achados de todas as
metanálises desse grupo. As 30 meta-análises identificadas incluíram uma
grande variedade de estudos que empregaram diferentes metodologias de
Estudos recuperados para triagem de
resumos desenho e, como resultado, diferentes estatísticas de tamanho de efeito
(n = 4.745)
(Lakens 2013; Olejnik e Algina 2003).
Portanto, seguimos os procedimentos empregados por Hofmann et al. (2012)
Excluído: Não é uma meta-análise de e usou os guias de resumo consistentes de “pequeno”, “médio” e “grande” para
terapias psicológicas
(n = 4.187) identificar a magnitude do tamanho do efeito para apoiar nossa revisão das 30
meta-análises e incluiu intervalos de confiança de 95% (ICs) onde disponível
(Cohen 1988). Guias de resumo de “pequeno”, “médio” e “grande” foram
Estudos selecionados que são ambos
meta-análises e contêm TCC usados para identificar a magnitude do tamanho do efeito da seguinte forma: d
(n = 558)
de Cohen (pequeno=0,2; médio=0,5; grande=0,8); Hedges' g (pequeno=0,2;
médio=0,5; grande=0,8) e ES r (pequeno=0,1; médio=0,3; grande=0,5). Todas
as extrações de dados foram codificadas duplamente e quaisquer discrepâncias
Excluído: Não é uma investigação da
relação processo-resultado resolvidas por discussão.
(n = 528)

Estudos incluídos na revisão final

(n = 30)

Resultados

Processos de tratamento
Processo de tratamento Processo em sessão
(n = 13) (n = 18)

Modificando Processos Cognitivos (por exemplo,

Reavaliação, Reenquadramento, Reestruturação)
Fig. 1 Fluxograma mostrando a estratégia de busca sistemática e o efeito da
aplicação de critérios de inclusão e exclusão na amostra meta-analítica (Nota
Oito meta-análises examinando a TCC para ansiedade revelaram efeitos
Uma meta-análise [Sánchez-Meca et al. 2010] atendeu aos critérios tanto para o
processo em sessão quanto para a classificação do processo de tratamento) pequenos a grandes na modificação dos processos cognitivos.

13
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Grandes efeitos foram relatados para autoeficácia no transtorno do pânico (r
= 1,41, IC 95% [1,21, 1,62] por Fentz et al. 2014), e grandes efeitos também
foram relatados para técnicas cognitivas em TCC para fobia social (d =0,76, IC
95% [0,38, 1,15] em Gil et al. 2001). Grandes tamanhos de efeito foram
relatados na modificação das cognições relacionadas ao trauma no TEPT (g =
1,21, 95% CI [0,69, 1,72] em Diehle et al. 2014). Nos transtornos de ansiedade
entre os jovens, os efeitos médios foram obtidos na modificação dos processos
cognitivos (d = 0,50, IC 95% [0,01, 1,77] em Chu e Harrison 2007). Além disso,
Diehle et al. relataram um tamanho de efeito pequeno a médio favorecendo a
TCC com reestruturação cognitiva, em comparação com a TCC com exposição,
mas sem reestruturação cognitiva (g = 0,27, IC 95% [0,03, 0,50]). O papel de
uma intervenção específica de ensaio de imagens na modificação dos processos
de TEPT produziu um grande efeito (d = 0,59, IC 95% [0,15, 1,02] na frequência
de pesadelos em Casement e Swanson 2012), a resolução de problemas
produziu grandes efeitos na ansiedade e na depressão ( g = 1,14, IC de 95%
[0,92, 1,37] em Garcia-Escalera et al. 2016), mas efeitos de rebote pequenos a
moderados foram relatados para supressão de pensamento (d = 0,30, IC de
95% [0,13, 0,48] em Abramowitz et al. 2001).
Na TCC para depressão, tamanhos de efeito pequenos a médios foram
obtidos na modificação de processos cognitivos (d=0,35, IC 95% [ÿ0,64, 1,36]
em Chu e Harrison 2007; g=0,50; IC 95% [0,38, 0,62] in; Cristea et al. 2015).
Cristea em al. também relataram um pequeno efeito da TCC no pensamento
disfuncional em comparação com outras terapias para depressão (g=0,17, IC
95% [ÿ0,05 a 0,39]).
Estratégias comportamentais (por exemplo, agendamento de atividades,
ativação, exposição, gerenciamento de contingências)
Três metanálises relataram os efeitos de processos comportamentais na TCC,
incluindo efeitos pequenos a grandes para exposição e prevenção de resposta
para transtornos de ansiedade (d=0,34, IC 95% [0,05, 0,64] para transtorno de
pânico em Sánchez-Meca et al. 2010; d = 1,93, IC de 95% [1,53, 2,34] para
TOC em Ale, McCarthy et al. 2015). Na meta-análise relatada por Chu e
Harrison (2007), um grande tamanho de efeito para processos comportamentais
na TCC para ansiedade (d = 1,02, IC 95% [0,002–3,59]) não foi replicado na
TCC para depressão, onde pequeno efeito tamanhos foram relatados para
processos comportamentais (d=0,01, IC 95% [0,38–0,39]) e processos
comportamentais de enfrentamento (d=0,05, IC 95% [0,03–0,14]).
Regulação Emocional
Uma meta-análise relatou tamanho de efeito médio para reduzir o sofrimento
emocional em ambientes organizacionais (d = 0,72, IC 95% [ÿ1,2, ÿ0,52] em
David e Szamoskozi 2011).
13
Terapia Cognitiva e Pesquisa
Estratégias motivacionais
Houve evidências de pequenos efeitos específicos para expectativas de
resultados na TCC (r = 0,12, IC 95% [0,10, 0,15] em Constantino et al. 2011).
Psicoeducação
Uma meta-análise examinou os efeitos específicos da intervenção da TCC
focada em crenças sobre tratamento/distúrbios, ou psicoeducação. Bond e
Anderson (2015) descobriram que, em comparação com placebo ou tratamento
usual, a psicoeducação foi eficaz na prevenção de recaídas gerais no transtorno
bipolar (OR = 1,98, IC 95% [1,09, 3,58], p = 0,024).
Processos em sessão
Aliança
Oito meta-análises examinaram as evidências de relações de saída de aliança
e revelaram tamanhos de efeito pequenos a médios para
essas relações correlacionais (r=0,29, SE=0,01 em Fluck iger et al. 2012;
d=0,55, IC 95% [0,16, 0,28] in; Sharf et al. 2010; r=0,22 in; Martin et al. 2000),
para crianças e adolescentes (r=0,14, IC 95% [0,10, 0,18] em McLeod 2011;
r=0,29, IC 95% [0,21, 0,37] in; Murphy e Hutton 2017; r=0,22 , IC 95% [0,16,
0,28] em; Shirk et al. 2011), e terapia de casais e família (r = 0,26, IC 95%
[0,33, 0,20] em Friedlander et al. 2011). Outros estudos indicaram que as
estimativas do tamanho do efeito foram moderadas pela medida de aliança
específica usada (ou seja, Martin et al.), e se os pesquisadores tinham um
interesse específico na aliança (ou seja, Fluckiger et al.). Outra meta-análise
encontrou pequenos efeitos na relação entre os episódios de reparo de ruptura
da aliança e o resultado do tratamento (r = 0,24, IC 95% [0,09, 0,39] em Safran
et al. 2011).
Consenso e Colaboração de Metas
Houve uma meta-análise que examinou as relações correlacionais do consenso
de metas e da parte de colaboração da aliança. Não obstante a crítica publicada
de estudos classificados nesta meta-análise (Kazantzis et al. 2015), meta de
resultado de consenso (r = 0,34, IC 95% [0,23, 0,45]) e resultado de colaboração
(r = 0,33, 95 % CI [0,25, 0,42]) estavam na faixa de tamanho de efeito médio
(Tryon e Winograd 2011).
Comentários
Houve duas meta-análises examinando o efeito de fornecer aos terapeutas e/
ou pacientes feedback sobre os resultados dos sintomas do paciente. Em
ambos os estudos, foram encontrados tamanhos de efeito pequenos, indicando
que os resultados da TCC podem ser
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aprimorado por terapeutas e/ou pacientes que recebem feedback em
ambientes especializados em saúde mental (d = 0,10, IC 95% [0,01,
0,19] em Knaup et al. 2009) e por terapeutas que recebem feedback (r
= 0,23, IC 95% [ 0,15, 0,31]; r = 0,25, 95% CI [0,15, 0,34]; r = 0,25,
95% CI [0,15, 0,34]; r = 0,33, 95% CI [0,25, 0,40] dependendo do
sistema em Lambert e Shimokawa 2011).
Coesão do Grupo
Houve uma meta-análise que examinou a relação entre coesão e
resultado na terapia de grupo, com um tamanho de efeito pequeno (r =
0,25, IC de 95% [0,17, 0,32] em Burlingame et al. 2011) relatado como
sendo significativamente moderado por idade do paciente (Q=214,92,
df=1, p<0,05), orientação teórica do terapeuta (Q=23,56, df=9, p<0,05),
duração do tratamento (Q=6,87, df=2, p<. 05), tamanho do grupo (Q =
4,88, df = 2, p < 0,05) e inclusão de intervenções específicas de coesão
(Q = 12,03, df = 4, p < 0,05).
Trabalho de casa
Evidências de seis meta-análises existiam para efeitos de lição de casa
causais e correlacionais em depressão, ansiedade e uma série de
outros problemas do cliente, com tamanhos de efeito médios
demonstrados entre condições de TCC com e sem lição de casa (r =
0,36, IC 95% [0,23, 0,48] em Kazantzis et al. 2000, 2010; e d = 0,48,
IC 95% [0,25, 0,71] para estudos com condições de controle adequadas
em) e pequenos efeitos em agregações de relações correlacionais
conformidade-resultado do dever de casa (r =. 22, IC de 95% [0,22,
0,22] em Kazantzis et al. 2000, 2016; g = 0,79, IC de 95% [0,57, 1,02]
no pós-tratamento em; e r = 0,26, IC de 95% [0,19, 0,33] em; Mausbach
et al.
2010). (Metanálises de Kazantzis et al. [2010] e Maus bach et al.
apresentaram atualizações da meta-análise de Kazantzis et al. [2000] .)
Esses dados favorecem a inclusão do dever de casa na TCC e maiores
quantidades de cumprimento do dever de casa como melhorando os
resultados, mas houve inconsistência em determinar se a fonte de
dados e a gravidade dos sintomas do paciente servem como
moderadores meta-analíticos (ou seja, Kazantzis et al. 2000, 2016;
Mausbach et al. 2010). Além disso, a meta-análise de Kazantzis et al.
(2016) encontraram relações comparáveis de qualidade e resultado da
lição de casa (g = 1,07, IC 95% [0,06, 2,08] no pós-tratamento). Além
disso, a lição de casa foi examinada como um moderador meta-
analítico dos efeitos da TCC em duas meta-análises, onde a inclusão
da lição de casa nas intervenções produziu tamanhos de efeito maiores
do que aqueles que não (d = 1,18, IC 95% [1,00, 1,36] ; d=0,57, IC
95% [0,23, 0,91], respectivamente em Sánchez-Meca et al. 2010;
eg=1,17, IC 95% [0,94, 1,40]; g=0,67, IC 95% [0,44, 0,90] ,
respectivamente em; Taylor e Harvey 2009).
Discussão
A TCC é uma forma de psicoterapia com eficácia estabelecida a partir
de um número substancial de metanálises de ensaios clínicos. Na
presente revisão de meta-análises, procuramos examinar as evidências
para seu tratamento e
processos. Identificamos 13 meta-análises que avaliaram as relações
do processo de tratamento com o resultado, incluindo modificação de
processos cognitivos, estratégias comportamentais, regulação
emocional, estratégias de motivação e psicoeducação; e mais 18 meta-
análises que avaliaram o papel das relações do processo na sessão
com o resultado, incluindo a aliança, consenso e colaboração de metas,
feedback, coesão do grupo e dever de casa. Houve uma relativa
escassez de pesquisas sobre o tratamento e os processos de TCC em
sessão, uma vez que, por comparação, foram identificadas 269 meta-
análises examinando a eficácia global da TCC em Hofmann et al.
(2012). No entanto, a presente revisão cobriu os processos de
tratamento e em sessão e se concentrou em estudos publicados após
2010, que foi o último ano de cobertura nas revisões da Força-Tarefa
Interdivisional da APA sobre Relações de Terapia Baseada em
Evidências (Elliott et al. 2011; Hor vath et al. 2011; Lambert e
Shimokawa 2011), tornando a presente revisão a mais abrangente e
contemporânea de processos em TCC até o momento.
Para modificar os processos cognitivos, os tamanhos dos efeitos
variaram de pequeno a grande, dependendo do tipo de processo
cognitivo visado e da intervenção específica utilizada. Grandes
tamanhos de efeito foram relatados para modificar processos cognitivos
em pânico e fobia social, mas efeitos médios a grandes foram obtidos
quando cognições de internalização, autoconceito e transtorno
específico foram direcionadas no TEPT. Além disso, um tamanho de
efeito pequeno a médio favorecendo a inclusão da reestruturação
cognitiva foi obtido no TEPT. Caso contrário, as evidências foram
misturadas para intervenções cognitivas específicas, com alguns
estudos sugerindo grandes tamanhos de efeito para intervenções
específicas de ensaio de imagens, resolução de problemas, mas efeitos
rebote para interrupção do pensamento. Na depressão, os tamanhos
de efeito variaram de pequeno a grande para modificar os processos
cognitivos e reduzir o pensamento disfuncional. No entanto, mais
pesquisas sobre a modificação dos processos cognitivos são
necessárias. Por exemplo, existem dados limitados para formar a base
de meta-análises sobre os efeitos da modificação de crenças cognitivas
centrais/estruturas de conhecimento tácito e esclarecimento de valores
em todos os transtornos emocionais (ver revisão em Klepac et al. 2012;
Hayes e Hofmann 2018 ).
Para estratégias comportamentais, os tamanhos de efeito variaram
de pequeno a grande para exposição e prevenção de resposta na TCC
para transtornos de ansiedade e no tratamento de pânico e TOC,
respectivamente. Pequenos tamanhos de efeito foram relatados para
processos comportamentais e enfrentamento comportamental na depressão
13
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tratamento. No entanto, mais pesquisas são necessárias devido à
escassez de estudos que diferenciem a gama de processos
comportamentais na TCC para ansiedade, depressão e outros
transtornos. Esta parecia ser uma área promissora para a TCC, uma
vez que padrões semelhantes de evitação de abordagem foram
implicados como fatores de risco para a ocorrência desses distúrbios
(Hofmann 2011) e aumento do envolvimento no contexto (ou seja,
através da ativação na depressão e exposição gradual na ansiedade )
formam a base para intervenção em protocolos unificados de tratamento
(Barlow et al. 2017).
A literatura meta-analítica sobre a eficácia da TCC no apoio à
regulação emocional foi limitada à aplicação da TCC em um contexto
organizacional (ou seja, programas de intervenção conduzidos em
ambientes ocupacionais, David e Szamoskozi 2011). Embora esses
dados tenham sido encorajadores, eles têm generalização limitada. São
necessárias mais pesquisas sobre os papéis específicos da tolerância
ao sofrimento e da regulação emocional na TCC em todos os distúrbios
emocionais. Além disso, há a necessidade de diferenciar os efeitos de
técnicas específicas focadas em processos de regulação emocional de
outras técnicas de TCC, como a reavaliação cognitiva, que também
representam estratégias de regulação emocional. Os efeitos de gerenciar
expectativas de resultados e fornecer informações sobre distúrbios e
tratamento como psicoeducação produziram tamanhos de efeito
consistentemente pequenos.
Para aliança, foram relatados tamanhos de efeito pequenos a
médios, dependendo da população clínica em que as relações com o
resultado foram examinadas. Com base nas evidências disponíveis, a
contribuição da aliança parece depender da faixa etária da população
clínica ou da modalidade de TCC. Houve evidências que sugerem que
a medida de aliança específica poderia influenciar as relações com o
resultado e que há um efeito de fidelidade da pesquisa (Fluckiger et al.
2012).
Relações semelhantes de tamanho médio com o resultado foram
relatadas para consenso de metas e colaboração em toda a população
de pacientes. No entanto, os estudos mostraram uma variação
considerável na medida de colaboração utilizada, e esses efeitos podem
não ser apenas devidos à colaboração (Kazantzis et al. 2015). Da
mesma forma, várias preocupações ocorreram em agregações meta-
analíticas de aliança, consenso de metas e colaboração, a saber: (1)
uma escassez de estudos cobrindo ambos os elementos genéricos do
relacionamento terapêutico (como o histórico de relacionamento do
paciente, crenças e suposições, e estratégias interpessoais, ver Zilcha-
Mano 2017); (2) uma escassez de estudos examinando os elementos
relacionais específicos da TCC (como o empirismo colaborativo e o
diálogo socrático, ver Kazantzis et al. 2017); e (3) agrupamento da TCC
com outros modelos de terapia na medida em que os efeitos específicos
do processo na TCC, inferiores ou superiores às relações processo-
resultado em outras modalidades, não puderam ser determinados.
Para feedback aos médicos sobre o status dos sintomas do
paciente, foram relatados pequenos tamanhos de efeito. No entanto,
embora seja necessário um maior número de estudos bem controlados para chamado
13
Terapia Cognitiva e Pesquisa
determinar mais adequadamente a eficácia específica de buscar
avaliações de sintomas em comparação com outras formas de feedback
estruturado do paciente durante a terapia (por exemplo, desenvolver
confiança e outros elementos de vínculo). Da mesma forma, a coesão
do grupo demonstrou pequenos efeitos em relação ao resultado.
A eficácia das tarefas de casa foi consistentemente forte, apesar das
diferenças no foco da questão de pesquisa, a saber: (1) se houve efeitos
casuais de incluir tarefas de casa nas sessões; ou (2) se o foco eram as
relações correlacionais adesão-resultado. Tamanhos de efeito médios
foram relatados para relações causais e tamanhos de efeito pequenos
para relações correlacionais. No entanto, houve variação nos achados
dependendo da população de pacientes, ambiente e medida de trabalho
em casa sendo empregada. Mais pesquisas são necessárias para
examinar os comportamentos específicos do terapeuta que contribuem
para diferentes níveis de quantidade e qualidade de adesão.
Limitações
Esta revisão foi focada em processos de tratamento e em processos
de sessão e não teve como objetivo específico cobrir meta-análises da
eficácia da TCC. Outras metanálises examinaram dimensões centrais
da psicopatologia, como a regulação emocional, ou não examinaram as
relações com os resultados (por exemplo, Aldao et al. 2010). Revisões
concentrando-se nos efeitos de técnicas específicas sem considerar
processos (por exemplo, Aderka 2009 em feedback de vídeo), processos
fora da TCC (Ho e Lee 2012 em lição de casa), outros fatores de terapia,
como atrito (por exemplo, Hetzel-Riggin et al. 2007 ), ou o envolvimento
(Podina et al. 2016), fidelidade (Falkenstrom et al. 2013), experiência
(Hetzel-Riggin et al. 2007; John sen e Fribourg 2015; Sawyer et al.
2015), ou competência do terapeuta (Webb et al. 2010) foram igualmente
excluídos de acordo com nossos critérios, pois não examinaram relações
envolvendo processos CBT. No entanto, no Webb et al. metanálise,
notou-se que em estudos onde a aliança foi controlada, o tamanho do
efeito competência-resultado diminuiu significativamente, destacando o
potencial de mediação. Da mesma forma, o efeito das expectativas de
resultados foi influenciado pela aliança (Constantino et al. 2011).
Outra questão que deve ser considerada é que uma série de
metodologias de pesquisa foram incluídas nas meta-análises.
Alguns controlavam a relação entre várias estratégias de tratamento e
resultados onde a estratégia era a variável independente chave. Por
exemplo, estudos que variaram o uso de tarefas de casa foram
agregados e, em seguida, em uma análise separada, as relações entre
o uso dessas tarefas e os resultados também foram examinadas (ver
Kazantzis et al. 2000, 2010). Em contraste, outros estudos permitiram
que as variáveis do processo variassem naturalmente (por exemplo,
consenso de metas e colaboração) e então as relações médias do
processo-resultado foram estimadas. Em sua revisão, Webb et al. (2010)
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Terapia Cognitiva e Pesquisa
para maior uso de metodologia experimental no exame de
processos em sessão (ou seja, condições de tratamento
sistematicamente variáveis) em vez de confiar em projetos
correlacionais. Ao mesmo tempo, avanços importantes estão
sendo feitos no estudo de múltiplos processos em sessão que
convergem na previsão de mudanças de sintomas (Lorenzo-
Luaces e DeRubeis 2018; Sauer-Zavala et al. 2018; Zilcha-
Mano et al. 2018), incluindo investigações da ordem temporal
da mudança e interações entre os processos em sessão na
moderação das relações de aliança-resultado. O número de
estudos na presente revisão impede a avaliação formal, mas
as revisões futuras requerem um exame das diferenças no
desenho da pesquisa. Idealmente, as revisões futuras também
empregariam a codificação da qualidade do estudo.
Embora tenham sido obtidas evidências significativas para
alguns processos de tratamento e em sessão na TCC, está
claro que há uma necessidade premente de mais pesquisas.
Meta-análises de protocolos unificados flexíveis orientados à
formulação de casos (por exemplo, Barlow et al. 2017) também
prometem exames mais detalhados do processo de tratamento
(Hayes e Hofmann 2017, 2018; Newby et al. 2015). De fato,
argumenta-se que o foco nos processos de TCC guiará o
futuro da ciência da intervenção (Hofmann e Hayes no prelo;
Kazantzis 2018).
Conformidade com os padrões éticos
Conflito de Interesse Nikolaos Kazantzis, Hoang Kim Luong, Alexsan dra S.
Usatoff, Tara Impala, Rui Ying Yew e Stefan G. Hofmann declaram que não
possuem conflitos de interesse a serem divulgados neste trabalho submetido
à Terapia Cognitiva e Pesquisa.
Aprovação Ética A atribuição de autoria neste manuscrito também foi
cuidadosamente considerada e está sendo feita de forma consistente com a
prática ética de pesquisa. Um acordo de autoria descrevendo as contribuições
científicas de cada autor, preparado pelo escritório jurídico da Monash
University, foi assinado para determinar a listagem de autores.
Direitos Humanos e Animais e Consentimento Informado Este artigo é
uma revisão sistemática de pesquisas publicadas anteriormente e, portanto,
não contém nenhuma pesquisa com participantes humanos realizada por
nenhum dos autores. Não foi necessário obter o consentimento informado dos
participantes, pois não havia participantes da pesquisa.
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