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Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

PJe - Processo Judicial Eletrônico

26/10/2022

Número: 5018320-74.2016.8.13.0079
Classe: [CÍVEL] PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 3ª Vara Empresarial, de Fazenda Pública e Registros Públicos da Comarca de
Contagem
Última distribuição : 06/11/2020
Valor da causa: R$ 74.400,00
Assuntos: Aposentadoria Especial (Art. 57/8)
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
MARIA DE FATIMA BANDEIRA DE MELLO E FARIA
(AUTOR)
ELIZA RODRIGUES SAMPAIO (ADVOGADO)
MUNICIPIO DE CONTAGEM (RÉU/RÉ)
FUNDACAO DE ASSIST MEDICA E DE URGENCIA DE
CONTAGEM (RÉU/RÉ)

Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
13586502 23/09/2016 14:05 Peça Inicial - Petição
EXCELENTÍSSIMO (ª) JUIZ (ª) DE DIREITO DA VARA DE
FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE CONTAGEM-MG

MARIA DE FÁTIMA BANDEIRA DE MELLO E FARIA,


brasileira, casada, enfermeira, C.I. M2.088.561 e CPF: 501.088.676-68,
residente e domiciliado na Rua Desembargador Jose Satyro 412/201,
Castelo, Belo Horizonte - MG, CEP: 31.230-730 vem, à presença de Vossa
Excelência, ajuizar a presente:

AÇÃO ORDINÁRIA DE CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL


C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em desfavor de:

FAMUC – FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA E DE


URGÊNCIA DE CONTAGEM, Fundação Municipal, inscrita no CNPJ:
18.212.084/0001-92 localizada na Avenida General David Sarnoff, 3113 –
Contagem Minas Gerais – Brasil, CEP: 32.210-901.

PREVICON – FUNDO DE PREVIDÊNCIA DE


CONTAGEM, Fundo público municipal, inscrito no CNPJ: 10.584.543/0001-
57 situada na Rua Bernardo Monteiro 900, 3°Andar, Centro, Contagem –
Minas Gerais, Brasil, CEP: 32.040-600

MUNICÍPIO DE CONTAGEM – pessoa jurídica de direito


público, inscrito no CNPJ: 18.715.508/0001-31, situada na Praça Tancredo
Neves, 200 – Camilo Alves, Contagem – Minas Gerais, Brasil CEP: 32.017-
900.
Todo documento deverá apresentar o sigilo das partes da qual se trata o documento.
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Número do documento: 16092313190688300000013063400


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=16092313190688300000013063400
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DOS FATOS

A autora solicitou administrativamente junto a


PREVICON segunda ré a sua aposentadoria especial por exposição a
agentes biológicos diversos e de riscos no dia 28/08/2015, por prazo
ininterrupto da prestação de serviço insalubre, acompanhado de toda
documentação necessária, Porém, foi indeferido em todas as instâncias
sucessivamente de forma administrativa, conforme documento em anexo.

Alega a segunda ré é de que a autora não tem o tempo de


25 (vinte e cinco) anos de contribuição exercendo atividade insalubre para a
concessão da aposentadoria especial.

Contudo, tal decisão não revela a verdade tendo em vista


que a autora sempre foi enfermeira e esteve exposto a agentes
biológicos diversos e de riscos durante todo o período trabalhado
conforme demonstra os PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário).

A decisão da ré se baseia no documento em anexo (PPP


de contagem) que na parte do registro ambiental não veio expressamente à
descrição da exposição a fatores de riscos durante o período de 03/04/2000
a 31/07/2008, 02/08/2009 a 28/02/2010 e de 02/03/2011 até a data da
emissão do PPP, mesmo após a carta de recurso da autora a PREVICON,
informando da fragilidade da situação e que os documentos estavam
completos sim.

Segundo a Secretaria Municipal Adjunta de Saúde,


ressalte-se órgão da terceira ré, que esses períodos onde não consta a
descrição da exposição a fatores de risco, não foram localizados no dossiê do
servidor nem no arquivo da Segurança de Trabalho e nenhum laudo técnico
que comprovasse ou não a exposição a agentes biológicos diversos e de
riscos.
Porém, a Secretaria Municipal Adjunta de Saúde, que é
órgão da terceira ré, localizou conforme consta no mesmo anexo que durante
os períodos; 01/08/2008 a 01/08/2009 e 01/03/2010 a 01/03/2011 houve
laudo técnico comprovando a exposição a agentes biológicos diversos e de
riscos a saúde, a mesma, inclusive se dispôs a enviar novo relatório caso a
FAMUC solicitasse, o envio de novo laudo atestando a insalubridade dos
locais na qual a autora trabalhou, situação que a mesma não fez.

Conforme comprovado no mesmo documento, na parte de


Profissiográfia (onde descrevem as atividades exercidas), a atividade prestada
é a mesma durante todo o período de trabalho, ou seja, de 03/04/2000 até a
data da emissão do PPP, falamos 15 anos, 3 meses e 14 dias.

É no mínimo estranho localizar apenas uma pequena


parte dos laudos de exposição a agentes biológicos, tendo em vista que o
serviço é o mesmo, uma vez que é de responsabilidade da contratante

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manter os laudos técnicos sobre as atividades desenvolvidas pelos seus
colaboradores.

A autora iniciou sua vida como servidora pública em Belo


Horizonte no dia 27 de julho de 1990, onde foi admitida em concurso público
como Técnica Superior de Saúde, na função de Enfermeira e permaneceu
como funcionário publica de Belo Horizonte até o dia 17 de maio de 2000.

Neste período conforme PERFIL PROFISSIOGRÁFICO


PREVIDENCIÁRIO – PPP emitido pela prefeitura de Belo Horizonte no dia
04/03/2016 conforme anexo, que comprova o prazo de 9 anos, 9 meses e
20 dias ininterruptos de serviço prestado sob exposição de agentes
biológicos diversos como Vírus, bactérias e etc.

No dia 03 de abril do ano 2000, tomou posse no concurso


publico realizado pelo município de CONTAGEM para o cargo de enfermeira
da Família e permanece até hoje a serviço do município. Atualmente está
lotada na Unidade de Saúde da Família São Judas Tadeu III, em Nova
Contagem. Neste período conforme PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO – PPP emitido pela prefeitura de Contagem no dia
22/10/2015 conforme anexo, que comprova o prazo de 15 anos, 3 meses
e 14 dias ininterruptos de serviço prestado sob as mesmas condições
profissiográfica.

Mas infelizmente não foi o suficiente para ter sua


solicitação atendida administrativamente.

Somando este tempo, já temos mais de 25 anos na


prestação do mesmo tipo de serviço conforme anexado nos PPP’s, mas como
não foi aceito o pedido da aposentadoria especial por parte da PREVICON,
segunda ré, a autora continua a exercer sua atividade, fazendo com que este
tempo venha aumentando cada vez mais.

Até a presente data (22/09/2016) podemos computar


mais 11 meses de trabalho. Desta maneira elevamos o prazo total para mais
de 26 anos conforme quadro abaixo:

Quadro Cronológico de prestação de serviço


Belo Horizonte Contagem
Inicio da Prestação Inicio da Prestação
27/07/1990 03/04/2000
Final da Prestação Até o momento
17/05/2000 22/09/2016
Prazo Total Prazo Total
9 Anos, 9 Meses e 20 dias 16 anos, 5 Meses e 19 Dias
Soma dos Prazos
26 Anos, 3 Meses e 9 Dias

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Porém, durante um período houve cumulativamente a
prestação de serviço tanto para a Prefeitura de Belo Horizonte quanto para
Contagem, segue quadro;

Prazo Cumulativo
Belo Horizonte Contagem
Final da Prestação Inicio da Prestação
17/05/2000 03/04/2000
Prazo Total: 1 Mês e 14 Dias

E conforme reza o artigo 103 § 3o da lei 8.112 de 1990;

“É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço


prestado concomitantemente em mais de um cargo ou
função de órgão ou entidades dos Poderes da União,
Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação
pública, sociedade de economia mista e empresa pública.”

Valor do prazo total subtraído do prazo


cumulativo
Prazo Total Prazo Cumulativo
26 Anos, 3 Meses e 9
Dias 1 Mês e 14 Dias

Então, para fins de calculo exato e válido temos o


seguinte resultado válido;

Soma Real Válido dos Prazos


26 Anos, 1 Mês e 25 Dias

Somando todo este tempo, falamos de mais de 26 anos


ininterruptos da prestação de serviço na área de saúde como enfermeira
conforme descrito nos PPP’s apresentado.

A incompetência das autarquias, fundações e do


município resulta no não reconhecimento da prestação do serviço de forma
insalubre e os critérios para a concessão da aposentadoria especial dos
servidores públicos que, assim, têm o seu direito inviabilizado.

DA CONDIÇÃO FISICA E PISCOLÓGICA ATUAIS DA AUTORA

Conforme os laudos médicos em anexo, a autora ainda


tem sofrido constantemente com problemas de saúde que vem se
apresentando cada vez mais freqüente em sua vida, entre eles a dor crônica
no Joelho direito e esquerdo evoluindo com perda de força, associados a
SINOVITE e limitação funcional e INSTABILIDADE.

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Osteodegenerativa nas articulações patelofemural de
GRAU IV de IV, alem da degeneração óssea a mesma tem sofrido com o
stress diário com o convívio com pacientes agressivos, devido às condições
atuais da SAÚDE do nosso país.

Além disso, a autora adquiriu gastrite crônica conforme


se atesta por laudos médicos acostados.

Apresenta ainda quadros de depressão, de acordo com


relatório do psiquiatra aconselhando a seu afastamento por 30(trinta) dias
devido a condição atual da mesma, segue anexo.

DO DIREITO

O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento acerca


desta omissão legislativa em regulamentar o artigo 40, § 4º, da Constituição
da República, quando do julgamento do Mandado de Injunção 795-1-DF.

A partir de referido julgamento, deu-se origem ao


enunciado 33, da Súmula vinculante, assim redigido:

“Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do


regime geral da previdência social sobre aposentadoria
especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição
Federal, até a edição de lei complementar específica.
Na sessão do dia 15 de abril de 2009, o Supremo Tribunal
Federal, apreciando diversos mandados de injunção sobre o
tema aqui apresentado, reafirmou a decisão de autorizar o seu
julgamento monocrático.”

Assim, as ementas dos acórdãos proferidos no MI 795 e


no MI 809, ambos de relatoria da ministra Cármen Lúcia:

“Conforme decidido pelo Plenário desta Corte, na sessão de


15.04.2009, está autorizado o julgamento monocrático dos
mandados de injunção que tratam precisamente desta mesma
matéria. Do exposto, com fundamento na orientação
jurisprudencial desta Suprema Corte, reconheço a mora
legislativa em dar concretude ao art. 40, § 4º da Constituição
Federal e concedo parcialmente a ordem, para determinar que
a autoridade administrativa competente proceda à análise da
situação fática da impetrante, à luz do art. 57 da lei
8.213/1991.”

Anoto que, no julgamento do MI 721, sob a relatoria do


ministro Marco Aurélio, o Supremo Tribunal Federal avançou um novo olhar
sobre os dispositivos acima transcritos, dando-lhes maior concretude. Ao
fazê-lo, reconheceu o direito do servidor público à contagem diferenciada do
tempo de serviço em atividade insalubre, após a implantação do regime
estatutário.
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Visto tal sumula vinculante, analisamos a Constituição
Federal que através do artigo 40° versa;

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas
suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados


para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo
regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I- portadores de deficiência;
II- que exerçam atividades de risco;
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

A jurisprudência é no mesmo sentido:

MANDADO DE SEGURANÇA. APOSENTADORIA ESPECIAL.


MÉDICO PERITO DO INSS. MANDADO DE INJUNÇÃO
IMPETRADO JUNTO AO STF. PEDIDO DE
APOSENTADORIA ESPECIAL APRECIADO À LUZ DO ART.
57 DA LEI Nº 8.213/91. PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DA
VIA ELEITA REJEITADA. PROVA PRÉ
CONSTITUÍDA.ATIVIDADE INSALUBRE.
O mandado de injunção impetrado pelo requerente junto ao
STF em face do Presidente da República apenas permitiu que
a pretensão de aposentadoria especial do impetrante, à falta de
edição da lei complementar, fosse apreciada à luz do artigo 57
da Lei nº 8.213/91, reconhecendo se a mora da iniciativa
legislativa quanto à matéria. Preliminar de inadequação da via
eleita que se rejeita.
O cargo de médico enquadra-se no elenco de atividades
profissionais previstas no anexo do Dec. nº 53.831/64, código
2.1.3, bem como no Dec. nº 83.080/79, código 1.3.4 (anexo I),
ficando demonstrado nos autos, com base em ato interno
expedido pela própria autarquia (Orientação Interna
nº01/INSS/DRH, de 19 de janeiro de 2009, fls. 279) e ante a
demonstração de recebimento de adicional de insalubridade
nos contracheques colacionados nos autos,que o impetrante
continua desempenhando sua atividades profissionais em
ambiente insalubre, fazendo jus, portanto, à aposentadoria
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especial vindicada, eis que conta com mais de 25 anos de
tempo de serviço prestado como médico perito junto ao INSS,
conforme certidão de tempo de serviço acostada aos autos.
Instituída a aposentadoria após a promulgação da EC nº
41/2003, a qual extingui com a regra da paridade ou da
integralidade das aposentadorias e pensões de seus
dependentes em relação aos servidores da ativa, o referido
beneficio deve observar as suas disposições. Apelação do
INSS não provida. Remessa oficial parcialmente provida
apenas. para que se observe na instituição da aposentadoria a
EC nº 41/2003.” (APELREEX 200983000197285; 4ª Turma;Rel.
Desembargador Federal Frederico Dantas; DJE
Data::19/05/2011);

Já na Lei do servidor público, Lei 8.112 de 1990 sobre a


regulamentação da aposentadoria mostra o texto:

Art. 186. O servidor será aposentado:

§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas


insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no
art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, "a" e "c",
observará o disposto em lei específica.”,

Ou seja, através da lei complementar a ser lido adiante,


podemos ver o complemento necessário no art. 57 da Lei 8.213, de 1991 que
prevê a aplicação da aposentadoria especial, desde que cumprida a carência
exigida na lei;
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez
cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver
trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou
25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação
dada pela Lei nº 9.032, de 1995).

§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de


comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), do tempo de trabalho permanente,
não ocasional nem intermitente, em condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período
mínimo fixado)”.

A legislação municipal o estatuto dos servidores públicos


de Contagem lei municipal 2.160/1990 assim prevê:

Art. 64 Os servidores que trabalhem com habitualidade em


locais insalubres ou em contato permanente com substâncias
tóxicas ou risco de vida, fazem jus a um adicional, enquanto
estiverem trabalhando naquelas condições.

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§1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
periculosidade deverá optar por um deles, não sendo
acumuláveis estas vantagens.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que
deram causa a sua concessão, não incorporando a
remuneração para nenhum efeito.

Art. 65 O adicional de insalubridade corresponde a 40%


(quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento), incidentes sobre o vencimento mínimo do plano de
cargos, conforme a insalubridade se classifique nos graus
máximo, médio e mínimo, respectivamente.
Parárafo único. VETADO

Art. 66 Haverá permanente controle da atividade de servidores


em operações ou locais considerados penosos,
insalubres ou perigosos.

E ainda:

Art.99 Contar-se-á para efeito de aposentadoria e


disponibilidade:
I - o tempo de serviço público prestado à União, Estados,
demais Municípios e Distrito Federal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do
funcionário, com remuneração;
III - a licença para atividade política, no caso do art. 93;
IV - o tempo de serviço em atividade pública ou privada,
vinculada à Previdência Social, nos termos do §7º, do artigo 52,
da Orgânica e do §2º do artigo 202, da Constituição Federal;
V - o tempo relativo ao serviço militar obrigatório.

§1º O tempo de serviço a que se refere o inciso I deste artigo


não poderá ser contado em dobro ou com quaisquer outros
acréscimos.

§2º O tempo em que o servidor estiver aposentado por


invalidez ou em disponibilidade será apenas contado para
nova aposentadoria ou disponibilidade.

§3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço


prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função
de órgãos ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito
Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de
economia mista e empresa pública.

Sobre o mesmo assunto versa a Lei Complementar


Municipal 005/2005, veja-se:

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Art. 36 Será computado, integralmente, o tempo de
contribuição no serviço público federal, estadual, distrital e
municipal, prestado sob a égide de qualquer regime jurídico,
bem como o tempo de contribuição junto ao Regime Geral de
Previdência Social, na forma da lei.

Art. 37 O segurado que, após completar as exigências para a


aposentadoria voluntária integral, optar por permanecer em
atividade, fará jus a um abono de permanência,
correspondente ao valor da contribuição previdenciária, até
completar a exigência para aposentadoria compulsória.

Parágrafo único O abono de permanência de que trata o caput


deste artigo será pago nos termos do regulamento, observado
o disposto na Constituição da República.

Infelizmente a lei municipal deixou lacunas no que tange


a aposentadoria especial aos servidores que exercem funções insalubres
penosas ou perigosas.

Nesse contexto a Jurisprudência do Egrégio TJMG, já se


posicionou de maneira pacífica em recente decisão:

Relator (a): Des.(a) Peixoto Henriques


Data de Julgamento: 22/03/2016
Data da publicação da súmula: 05/04/2016
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL -
APOSENTADORIA ESPECIAL - SERVIÇO PRESTADO EM CONDIÇÕES
INSALUBRES - ART. 40, § 4º, III, DA CR/88 - ART. 57 DA LEI N.º 8.213/91
- SÚMULA VINCULANTE DO STF - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I - O
servidor público municipal que presta serviços em condições insalubres tem
direito à averbação do respectivo tempo de serviço para fim de
aposentadoria especial, com fundamento no disposto no art. 57 da Lei n.º
8.213/91 c/c art. 40, § 4º, III, da CR/88, conforme já decidiu o Supremo
Tribunal Federal e segundo dispõe a Súmula Vinculante n.º 33. II -
Arbitrados os honorários advocatícios em quantia condizente à
complexidade da causa, presteza do trabalho profissional desenvolvido,
bem como ao tempo exigido para o serviço, impõe-se a manutenção do
quantum.

Relator (a): Des.(a) Alberto Vilas Boas


Data de Julgamento: 23/06/2015
Data da publicação da súmula: 30/06/2015
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO
MUNICIPAL. TRABALHO EM CONDIÇÕES INSALUBRES.
APOSENTADORIA ESPECIAL. POSSIBILIDADE. MORA LEGISLATIVA DO
PODER PÚBLICO. APLICABILIDADE DA LEI Nº 8.213/91. SÚMULA
VINCULANTE Nº 33.
- Comprovado que o servidor público trabalhou em condições insalubres
junto ao Município por período superior a 25 anos, faz ele jus à
aposentadoria especial.
- Hipótese na qual é aplicável, por determinação da Suprema Corte, a Lei nº
8.213/91 que rege a aposentadoria dos trabalhadores em geral para
concretização dos termos do art. 40, §4º da Constituição Federal - que
previu a aposentadoria especial em caso de trabalho em condições
Todo documento deverá apresentar o sigilo das partes da qual se trata o documento.
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prejudiciais à saúde - em razão da mora legislativa dos entes públicos em
editar a necessária lei complementar.
- 'Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral
da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40,
§ 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar
específica.' (Súmula Vinculante nº 33).

Como forma de comprovação temos; PERFIL


PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP, CONTRACHEQUES E
DECLARAÇÕES EMITIDAS PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES E AS
TESTEMUNHAS a serem ouvidas, visto isso, não há mais o que discutir se
existe ou não o direito, apenas o modo comprobatório, uma vez que o direito
é certo e liquido.
E sendo necessária a forma de comprovação, a autora
solicitou na FAMUC, primeira ré e na PBH (PREFEITURA DE BELO
HORIZONTE) os relatórios comprobatórios do PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO – PPP, e a copia de todos os holerites de pagamento
salarial comprovando a insalubridade nestes últimos 26 anos atuando na
área da saúde que seguem em anexo.

Quando fomos conferir o PPP emitido por CONTAGEM,


nos deparamos com um problema, faltam alguns laudos por período, de
evidenciação da exposição a agentes biológicos e risco a saúde da autora.
Este documento faltante está retardando o reconhecimento do seu direito, e
por mais que seja obvio e de fácil comprovação a insalubridade o documento
foi elaborado de maneira equivocada.

Pelo todo exposto, não há duvidas do direito de


aposentadoria da autora face o direito adquirido durante o tempo de serviço,
ou seja, como já explicitado são mais de 25 (vinte e cinco anos),
ininterruptos exercendo a mesma função sob o risco dos mesmos agentes
nocivos a sua saúde. De forma que deverá ser procedente a pedido da
autora.

DA TUTELA DE URGÊNCIA PRETENDIDA

O artigo 300 do Novo Código de Processo Civil enseja os


requisitos para a concessão da tutela antecipada;

“A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem A PROBABILIDADE DO DIREITO E O PERIGO
DE DANO OU O RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO
PROCESSO.”.

É EVIDENTE A PROBABILIDADE DO DIREITO QUE


PRETENDE A AUTORA HAJA VISTA SEUS PPP (PERFIS PSICOGRÁFICOS
PREVIDENCIÁRIOS) JUNTADOS DE TODO O PERÍDO QUE EXERCEU SUAS
FUNÇOES EM NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, BEM COMO OS
DEMAIS PERÍODOS TRABALHADOS NO MUNICÍPIO RÉU E OS
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CONTRACHEQUES DE TODO O PERÍODO LABORADO QUE ENSEJA O
RECEBIMENTO O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE COMPROVANDO A
FUNÇÃO COM RISCO A SUA SAÚDE PELA A EXPOSIÇÃO AOS AGENTES
BIOLÓGICOS.
O fumus boni iuris e periculum in mora faz constante sim
neste caso, pois a autora tem apresentado vários problemas psicológicos e
físicos pela relação do trabalho, conforme relata os laudos médicos:

ENQUANTO AO PERIGO DE DANO ESTÁ EVIDENCIADO


NO MOMENTO EM QUE EXISTE POR PARTE DA ADMINISTRAÇÃO O
ENRRIQUECIMENTO SEM CAUSA QUE CAUSA PREJUÍZOS PARA AUTORA
E DE FORMA ALGUMA PODERÃO SER RESSARCIDOS, TENDO EM VISTA
QUE SAÚDE E MENTE, ESTÃO COMPROMETIDAS.

Os requisitos da verossimilhança das alegações e de


prova inequívoca estão provados tendo em vista que contracheques e o PPP
bem como todo o procedimento administrativo de concessão da
aposentadoria especial foram juntados aos autos o que comprova o direito
que lhe cabe à concessão da aposentadoria.

Os requisitos de que haja fundado receio de dano


irreparável ou de difícil reparação está caracterizado porque não se trata
apenas do cumprimento de um direito, mas sim da necessidade do
afastamento imediato, pois, a autora não tem mais condição de aguardar
mais 4 (QUATRO) anos para aposentar.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou


após justificação prévia.”

E a única forma de não ser concedida a cautelar seria em


casos que;

“§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será


concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.”

Não existe o perigo de irreversibilidade da medida pelo


fato que se trata de direito liquido e certo, tendo em vista que o prazo do
tempo de serviço da autora já foi alcançado e não haverá prejuízo para os
réus.

DO PEDIDO

Pelo exposto pede a V. Exa.:

1. REQUER EM SEDE LIMINAR OS EFEITOS DA


TUTELA DE URGÊNCIA PARA QUE A AUTORA SEJA
IMEDIATAMENTE APOSENTADA POR TER
COMPLETADO O TEMPO DE SERVIÇO DE 26(VINTE

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E SEIS ANOS E 2 MESES) ATÉ O JULGAMENTO DO
PROCESSO.

2. REQUER A MANUTENÇÃO DA LIMINAR DEFERIDA


PARA QUE SEJA FIXADA A DATA DE INÍCIO DO
BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA INTEGRAL EM
28/07/2015.

3. REQUER EM CASO INDEFERIMENTO DA LIMINAR A


APOSENTADORIA ESPECIAL DA AUTORA, FIXANDO-
SE A DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO DE
APOSENTADORIA INTEGRAL EM 28/07/2015;

4. REQUER AINDA A CONDENAÇÃO DOS RÉUS AO


PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO PELA DIFERENÇA
DO BENEFÍCIO NÃO PAGO COM JUROS E
CORREÇÃO MONETÁRIA DE ACORDO COM A
TABELA DO TJMG;

5. REQUER A CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS


ADVOCATÍCIOS NÃO INFERIORES A 20%(VINTE POR
CENTO) BEM COMO AS DEMAIS COMINAÇÕES DE
PRAXE;

DAS PROVAS

Protesta pela produção de todas as provas em direito


admitidas, em especial o depoimento do representante legal dos réus, prova
pericial, oitiva de testemunhas e juntada de novos documentos, se for o
caso.

DOS REQUERIMENTOS

Requer a citação dos réus para que possam se defender


sob pena de revelia.

Atribui-se a causa o valor de R$ 74.400,00 (setenta e


quatro mil e quatrocentos reais)

Nestes termos,
Pede deferimento.

Contagem 14 de setembro de 2016.

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ELIZA RODRIGUES SAMPAIO
OAB/MG 121.253

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