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Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo

PJe - Processo Judicial Eletrônico


Consulta Processual

19/09/2017

Número: 5001548-90.2017.8.08.0030
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Última distribuição : 07/08/2017
Valor da causa: R$ 30.000,00
Assuntos: Indenização por Dano Moral
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
BRUNO GONCALVES FEREGUETTI (REQUERENTE) BRUNO GONCALVES FEREGUETTI (ADVOGADO)
ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A
(REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
33644 07/08/2017 14:45 Petição Inicial Petição Inicial
4
33644 07/08/2017 14:45 01 - Petição Inicial Petição Inicial
6
33644 07/08/2017 14:45 02 - Documento pessoal e comprovante de residência Documento de comprovação
9
33645 07/08/2017 14:45 03 - Cadastro Nacional de Pessoa Juridica Documento de Identificação
2
33645 07/08/2017 14:45 04 - Reportagem acidente do requerente Documento de comprovação
3
33645 07/08/2017 14:45 05 - Reportagem Seculo Diário Documento de comprovação
4
33645 07/08/2017 14:45 06 - Reportagem sobre atraso nas obras Documento de comprovação
5
33645 07/08/2017 14:45 07 - Reportagem sobre irregularidades em obras Documento de comprovação
6
33645 07/08/2017 14:45 08 - Confirmação da não duplicação Documento de comprovação
7
33645 07/08/2017 14:45 09 - Prejuizos para o ES Documento de comprovação
8
33645 07/08/2017 14:45 10 - REPORTAGENS ECO 101 Documento de comprovação
9
33849 09/08/2017 07:45 Certidão - Conferência Inicial Certidão - Conferência Inicial
6
34372 10/08/2017 15:49 Despacho Despacho
6
34864 15/08/2017 10:58 Carta Postal - Citação Carta Postal - Citação
2
38621 06/09/2017 14:15 Certidão - Juntada Aviso de Recebimento Certidão - Juntada Aviso de Recebimento
7
38621 06/09/2017 14:15 AR de citação Aviso de Recebimento (AR)
9
39940 15/09/2017 12:05 Petição (outras) Petição (outras)
9
39941 15/09/2017 12:05 Cópia CNH e Documento do Veiculo Documento de comprovação
1
40442 19/09/2017 09:00 Decisão Decisão
0
40557 19/09/2017 14:44 Contestação Contestação
5
40558 19/09/2017 14:44 01 - Contestação (208.0217) v3 Contestação
2
40558 19/09/2017 14:44 Doc. 01 - Conselho Administrativo Documento de representação
4
40558 19/09/2017 14:44 Doc. 01 - Estatuto Documento de representação
6
40558 19/09/2017 14:44 Doc. 01 - Doc.01 - Procuração Documento de representação
8
40558 19/09/2017 14:44 Doc. 01 - Substabelecimento Documento de representação
9
40559 19/09/2017 14:44 Doc. 02 - Contrato de Concessão Documento de comprovação
3
Segue anexo petição inicial e documentos.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 336444 - Pág. 1
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17080714444220900000000317259
Número do documento: 17080714444220900000000317259
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE LINHARES – PODER JUDICIÁRIO DO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

EXISTE PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

BRUNO GONÇALVES FEREGUETTI, brasileiro, casado, advogado, inscrito


na OAB/ES sob o nº. 18.788, com escritório na Av. Governador Carlos Lindemberg,
873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020, advogando
em causa própria, vêm respeitosamente perante Vossa Excelência ajuizar a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face do ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A, pessoa jurídica de


direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº. 15.484.093/0001-44, com sede na Av
Coronel Manoel Nunes, s/n, KM: 264 BR101, Laranjeiras Velha, Serra-ES, CEP:
29.162-155, pelas razões de fato e de direito adiante articuladas:

Av. Governador Carlos Lindemberg, 873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020.
Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 336446 - Pág. 1
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17080714413704400000000317261
Número do documento: 17080714413704400000000317261
DOS FATOS

O Autor morador do município de Linhares-ES e exerce a profissão de


advogado, o qual transita pela Rodovia BR 101 constantemente, pois possui
processos em outras comarcas, onde trajeto mais curto para se deslocar até essas
comarcas é pela BR 101.

Em 03 de Fevereiro do ano de 2012 o requerente dirigia-se ao município de


Vitória-ES, onde realizaria a confecção de uma procuração de um estrangeiro, já que
no município de Linhares/ES, não dispomos de tal recurso, ocorre que no percurso na
ROD. BR 101, mais precisamente no município da Serra-ES, próximo do posto da
Policia Rodoviária Federal, o requerente veio a sofrer um acidente de transito que por
certo se a rodovia fosse duplicada tal acidente poderia não ter ocorrido.

Quando do anuncio de que a rodovia BR 101 seria privatizada para que


ocorresse a duplicação no ano de 2013, o requerente ficou feliz e cheio de
expectativas, pois melhoraria a sua vida de uma forma extraordinária, pois além de
segurança o requerente não iria mas gastar duas horas e meia para chegar a Vitória-
ES, como é atualmente, poupando-lhe tempo e dinheiro, sem falar em segurança.

Desde a instalação da praça do pedágio o requerente vem pagando com


satisfação, pois sabia que o seu dinheiro seria utilizado de forma útil e satisfatória para
a duplicação da rodovia.

Mesmo sem ter iniciado as obras de duplicação a empresa requerida vem


reajustando os preços do pedágio e mesmo assim o requerente vem pagando o
pedágio toda vez que passa pela praça sem questionar o valor e com a esperança de
ver a rodovia BR 101 duplicada, conforme prometido e pactuado pela empresa
requerida.

Ocorre que para a surpresa do requerente no mês de março de 2017 a empresa


requerida anunciou que iria pedir prorrogação do contrato, pois não seria possível
cumprir o contrato firmado para duplicação dentro do prazo estipulado e que iria
duplicar apenas alguns trechos mais precários e de maior risco.

Tal fato vem causando indignação e angustia ao requerente que sempre pagou
o pedágio com a promessa de duplicação da rodovia.

Av. Governador Carlos Lindemberg, 873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020.
Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 336446 - Pág. 2
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17080714413704400000000317261
Número do documento: 17080714413704400000000317261
Para uma surpresa maior ao requerente em julho de 2017 a empresa requerida
anunciou que não iria duplicar a rodovia, pois não possuía dinheiro e tempo para isso,
o que vem causando indignação e angustia ao requerente, que sofre um abalo moral
e material enorme.

Diante de tal fato e atitude da empresa requerida o requerente não vê outra


alternativa senão buscar judicialmente a garantia do direito de ir e vir de forma gratuita,
já que o dinheiro pago não será utilizado em seu benefício, com a duplicação, devendo
ser isento do pagamento do pedágio em todas as praças da rodovia BR 101
administradas pela empresa requerida até o termino das obras, bem como,
indenização pelos danos morais sofridos.

DA NECESSIDADE DA CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA

Como fundamento jurídico do pedido, pode o juiz, a requerimento da parte, a


teor do que dispõe o art. 300 e ss do CPC, antecipar total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se
convença da verossimilhança da alegação e haja fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação.

A principal finalidade da antecipação de tutela é a de adiantar a tutela de mérito,


ou seja, é um adiantamento do objeto da demanda, ou dos efeitos da sentença que
concede aquilo que foi pedido, buscando sempre resguardar os interesses das partes
de um perigo decorrente da demora da prestação jurisdicional definitiva. Busca, assim,
proteger os interesses das partes contra o periculum in mora, ou seja, a probabilidade
de ocorrência de atos ou fatos suscetíveis de causar lesões de difícil ou incerta
reparação, antes do julgamento definitivo da lide. Esse resguardo tanto pode objetivar
a tutela dos interesses que se voltam para a própria função de conhecimento, como
pode dirigir-se a ação executiva ou, ainda, consistir na necessidade de antecipação
provisória da prestação jurisdicional.

Não é demais lembrar que Rui Barbosa, há muito, já atentava para o fato de
que “a justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.

Estriba-se a antecipação da tutela pelo princípio da necessidade, a partir da


constatação de que, sem ela, a espera pela sentença de mérito importaria em
denegação de justiça, já que a efetividade da prestação jurisdicional restaria
gravemente comprometida. Reconhece-se, assim, a existência de casos em que a
tutela somente servirá ao demandante se deferida de imediato.

Destarte requer-se a Vossa Excelência que em caráter INAUDITA ALTERA


PARS, seja concedido ao Requerente, a TUTELA DE URGÊNCIA para que a

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Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

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requerida ABSTENHA-SE DE COBRAR DO REQUERENTE O PEDÁGIO EM
QUALQUER PRAÇA DA RODOVIA BR 101 ADMINISTRADA PELA REQUERIDA
NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, sob pena de multa daria de R$ 1.000,00 (mil reais),
a ser convertida em benefício do Requerente.

DOS FUNDAMENTOS

A reparação do dano está amparada no Código Civil, vejamos:


“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem”.

Esse dispositivo claramente adota a teoria do risco. Seu princípio definidor da


responsabilidade advém de lesão proveniente de situação criada por quem explora
profissão ou atividade que expôs o lesado ao risco do dano que sofreu,
independentemente de determinar se em cada caso, isoladamente, o dano é devido
à imprudência, à negligência, a um erro de conduta.

DO DANO MORAL PURO e a PROVA

Nas hipóteses de indenização por dano moral, consistente na reparação da dor,


do infortúnio, do dissabor, em suma, da falta de respeito à dignidade humana, a
consequência – dano - deflui de forma natural do mundo fático, da ordem natural das
coisas, do que soe acontecer na realidade da vida comunitária. Podemos afirmar,
dependendo do conceito que temos do mundo científico, que esses efeitos resultam
da própria ciência. Em casos tais, em face da evidência, basta provar o fato e o nexo
causal entre a conduta indevida ou ilícita e o fato originário.

DANO MORAL PURO significa que ele se esgota na lesão à personalidade. A


prova do referido dano cingir-se-á à existência do próprio ato ilícito, pois o dano moral
puro atinge, fundamentalmente, bens incorpóreos, a exemplo da imagem, da honra,
da privacidade, da autoestima, tornando extremamente difícil a prova da efetiva lesão.
Por isso, se dispensa a demonstração em juízo dessa espécie de dano moral,
considerando estar o dano moral “IN RE IPSA”.

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Na lição de Sérgio Cavalieri Filho tem-se, igualmente, a compreensão da
desnecessidade de prova, quando se trata de dano moral puro (in Programa de
Responsabilidade Civil, 2ª ed., 2001, p. 79/80):

“...por se tratar de algo imaterial ou ideal a prova do dano moral não pode
ser feita através dos mesmos meios utilizados para a comprovação do dano
material. Seria uma demasia, algo até impossível exigir que a vitima
comprove a dor, a tristeza ou a humilhação através de depoimentos,
documentos ou perícia; não teria ela como demonstrar o descrédito, o
repúdio ou o desprestígio através dos meios probatórios tradicionais, o que
acabaria por ensejar o retorno à fase da irreparabilidade do dano moral em
razão de fatores instrumentais.
(...)
Em outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente
do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está
demonstrado o dano moral à guisa de uma presunção natural, uma
presunção hominis ou facti que decorre das regras de experiência comum”.

Como bem apontou o eminente Desembargador Marco Aurélio dos Santos


Caminha, em relação ao tema, na Apelação Cível nº 70 006 555 460, julgada em
11.09.2003, pela 5ª Câmara Cível doTJRS: “...com o registro guerreado restaram
afetados a reputação e o bom nome da autora, pois é sabido que no conceito amplo
da “honra” estão também contemplados os valores morais, relacionados com a
reputação e o bom nome, não apenas aqueles que afetam a alma e o sentimento do
indivíduo, valores próprios do ser humano. Quem tem seu nome exposto ao público
ou registrado em órgãos de proteção ao crédito, como mau pagador, tem, em seguida
e sem dúvida, sua reputação abalada, e diminuído o conceito que desfrutava no meio
social, pois atingido diretamente o bom nome e a boa fama adquiridos ao longo da
vida, com prejuízos morais evidentes. O dano moral, por atingir o íntimo da pessoa,
faz com que o seu arbitramento não dependa da prova de prejuízo de ordem material,
e a obrigação do ofensor de reparar os danos morais causados a terceiros por conduta
antijurídica que poderia evitar...”,

A respeito da matéria, o STJ já decidiu que, para a fixação de indenização a


título de danos morais basta a presunção, decorrente do fato lesivo, conforme se
verifica do aresto que segue:

CIVIL. DANO MORAL. REGISTRO NO CADASTRO DE DEVEDORES DO


SERASA. IRRELEVÂNCIA DA EXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. A
jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que na concepção
moderna da reparação do dano moral prevalece a orientação de que a
responsabilização do agente se opera por força do simples fato da violação,
de modo a tornar-se desnecessária a prova do prejuízo em concreto. A
existência de vários registros, na mesma época, de outros débitos dos
recorrentes, no cadastro de devedores do SERASA, não afasta a presunção
de existência do dano moral, que decorre in re ipsa, vale dizer, do próprio
registro de fato inexistente. Hipótese em que as instâncias locais
reconheceram categoricamente que foi ilícita a conduta da recorrida em
manter, indevidamente, os nomes dos recorrentes, em cadastro de

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devedores, mesmo após a quitação da dívida. Recurso conhecido em parte
e, nessa parte, parcialmente provido. (RESP 196024/MG, rel. Min. CESAR
ASFOR ROCHA, j. 02/03/1999)

“PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO


INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS. PROVA. DESNECESSIDADE.
INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO. ALTERAÇÃO NA VIA ESPECIAL.
HONORÁRIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. - Nos termos da
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de inscrição
indevida no cadastro de inadimplentes, considera-se presumido o dano
moral, não havendo necessidade da prova do prejuízo, desde que
comprovado o evento danoso...” (RESP 419365/MT, T3 – Terceira Turma,
Rel. Min. Nancy Andrigui, j. em 11/11/2002, DJU 09/12/2002).

Também este é o entendimento do TJRS:

“RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO DE


PESSOA QUE NÃO É DEVEDORA EM BANCO RESTRITIVO DE
CREDITO. DANO MORAL PURO. ALTERAÇÃO DO QUANTUM
INDENIZATÓRIO QUE, NO CASO CONCRETO, SE MOSTRA
EXACERBADO. 1. É ato passível de indenização a inscrição no SPC
e SERASA de pessoa que não é devedora. 2. O dano moral prescinde
de produção probatória, pois considerado in re ipsa (...) Apelo do réu
provido para reduzir o valor da indenização por danos morais,
prejudicado o recurso adesivo”. (APELAÇÃO CÍVEL Nº 70004641411,
SEGUNDA CÂMARA ESPECIAL CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA
DO RS, RELATOR: NEREU JOSÉ GIACOMOLLI, JULGADO EM
30/01/2003).

Espancando qualquer dúvida acerca do tema, permito-me transcrever os


argumentos lançados pelo eminente Des. Carlos Alberto Álvaro de Oliveira quando do
julgamento da Apelação Cível nº 70003128832 do TJRS:
Observo que são notórios os danos decorrentes da indevida manutenção de registros
em cadastros de proteção ao crédito. O constrangimento, a dor, a angústia daquele
que injustamente permanece taxado de devedor, de inadimplente, reclama a proteção
da ordem jurídica, bem assim a correspondente reparação.

Demais disso, tenho que o dano moral, como prática atentatória aos direitos da
personalidade, traduz-se num sentimento de pesar íntimo da pessoa ofendida, capaz
de gerar alterações psíquicas ou prejuízos à parte social ou afetiva de seu patrimônio
moral. Nessas condições, torna-se a meu ver difícil senão mesmo impossível em
certos casos a prova do dano, de modo que me filio à corrente que considera estar o
dano moral ‘in re ipsa’, dispensada a sua demonstração em juízo.

Claro está, como bem acentua Antônio Chaves (Tratado de Direito Civil, vol. III,
3a. ed., São Paulo, RT, 1985, p. 637) que não será todo e qualquer melindre, toda
suscetibilidade exacerbada, toda exaltação do amor próprio, pretensamente ferido,
que merecerá ressarcimento. ‘De minimis non curat praetor’, já ressaltavam as fontes

Av. Governador Carlos Lindemberg, 873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020.
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Número do documento: 17080714413704400000000317261
romanas. Necessário se mostra para o acolhimento do pedido de indenização, repito,
apenas a prova da ilicitude da conduta do agente e a gravidade da lesão suportada
pela vítima. E, esses pressupostos estão presentes na espécie. (Sexta Câmara Cível,
julgado em 07/11/01)

Segundo o ilustre Desembargador, o direito de inscrição do nome do devedor


em órgãos de proteção creditícia não é absoluto, mas relativo, estando sujeito a
determinados pressupostos. Um dos requisitos é o caráter induvidoso do dado, de
modo que haja certeza sobre o débito, pois o registro tem como única finalidade a
proteção do crédito comercial ou bancário (Apelação Cível nº 70001093905, Sexta
Câmara Cível, j. em 11-10-00).

Logo, comprovado o liame causal, cabe o ressarcimento pelos danos sofridos.

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO

Uma vez reconhecida a existência do dano material, e o consequente direito à


indenização dela decorrente, necessário se faz analisar o aspecto do quantum
pecuniário a ser considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do prejuízo,
mas também sob o cunho de caráter punitivo ou sancionário, preventivo, repressor.

Com relação à questão do valor da indenização por esses danos morais, o Autor
pede permissa venia para trazer à colação alguns entendimentos jurisprudenciais à
respeito da matéria:

QUANTUM INDENIZATÓRIO - PRINCÍPIO DA


PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. O valor a ser fixado,
visando a compensação do abalo sofrido, deve possuir critérios
razoáveis para evitar o enriquecimento sem causa e servir como
ensinamento à instituição que cometeu o erro, a fim de evitar a
recidiva. (TJSC – AC n. 2007.050155-8, Rel. Des. Edson Ubaldo –
publ. 15.04.2009).

Portanto, diante da hodierna jurisprudência que se assemelha ao caso em baila,


ampara a parte Autora sua pretensão a fim de que seja a empresa ré condenada a
lhe indenizar pelos danos causados, atingindo o importe do teto deste juizado.

DAS CONSEQUÊNCIAS TRAZIDAS AO AUTOR E DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO


DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Inegável que os fatos até aqui relatados mostram-se plenamente cabível para a
aplicação dos dispositivos previstos no Código de Defesa do Consumidor. De acordo
com o preceituado no CDC, em seu artigo 14, o fornecedor de serviços responde pelos
danos causados ao consumidor, in verbis:

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Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

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Número do documento: 17080714413704400000000317261
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Sendo assim, resta claro que possuo amparo legal do Código de Defesa do
Consumidor para a interposição da presente ação.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O legislador ao elaborar o diploma legal visando à proteção dos direitos do


consumidor, buscando proteger a parte hipossuficiente e vulnerável, no caso, o
consumidor, garantiu-lhe a inversão do ônus da prova, conforme preceitua o artigo 6º,
inciso VIII do CDC, verbis:

Art. 6 - São direitos básicos do consumidor:


[...]
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

A inversão do ônus da prova em favor do consumidor é de caráter genérico e de


efeito relativo, pois depende da comprovação da hipossuficiência do consumidor, ou
quando for verossímil suas alegações para que o juiz a conceda, o que se verifica no
caso vertente.

Desta forma, estando patente a verossimilhança dos fatos apontados neste exórdio,
requer na forma do dispositivo acima apontado, a inversão do ônus da prova, uma vez
que o Autor/consumidor possui o direito de se ver reparado pelos danos
causados/sofridos.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto e com base nas fundamentações fáticas e jurídicas narradas


alhures, é a presente para REQUERER se digne Vossa Excelência que:
Que em caráter INAUDITA ALTERA PARS, seja concedido ao Requerente, a
TUTELA DE URGÊNCIA para que a requerida ABSTENHA-SE DE COBRAR DO
REQUERENTE O PEDÁGIO EM QUALQUER PRAÇA DA RODOVIA BR 101
ADMINISTRADA PELA REQUERIDA NO PRAZO DE 10 (DEZ) DIAS, sob pena de
multa daria de R$ 1.000,00 (mil reais), a ser convertida em benefício do Requerente.

Av. Governador Carlos Lindemberg, 873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020.
Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

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Número do documento: 17080714413704400000000317261
Que ordene a citação da REQUERIDA no endereço inicialmente indicado,
quanto à presente ação, sendo esta realizada por via postal – visando maior economia
e celeridade processual, para que, perante esse Juízo, apresente a defesa que tiver,
dentro do prazo legal, sob pena de confissão quanto à matéria de fato ou pena de
revelia, com designação de data para audiência de conciliação, conforme art. 319,
inciso VII do CPC, a critério do D. Juízo, caso existam propostas de acordo em casos
semelhantes; devendo ao final, ser julgada JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE
a presente lide, condenando a requerida a abster-se de cobrar do requerente o
pedágio até o termino da obra de duplicação;

A condenação do requerido à indenização do quantum de R$ 30.000,00 (trinta


mil reais) a título de DANOS MORAIS, por tudo suportado pelo autor, e que a
importância requerida seja atualizada a partir da data do evento danoso, com o
acréscimo de juros e correção monetária até a data de seu efetivo pagamento;

Requer a CONCESSÃO DO BENEFICIO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA


GRATUITA, por ser o Requerente pobre na forma da lei, não podendo no momento
arcar com as custas processuais, honorários advocatícios, bem como o preparo, em
caso de recurso.

Protesta desde já pela produção de todos os meios de prova em direito


admitidos, mormente, depoimento pessoal, sob pena de confissão, documental,
testemunhal, cujo rol será apresentado em momento oportuno e demais necessárias
ao bom deslinde do feito.

Dá-se a causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Termos em que

Espera deferimento.

Linhares/ES, 25 de Julho de 2017.

BRUNO GONÇALVES FEREGUETTI


OAB/ES 18.788

Av. Governador Carlos Lindemberg, 873, Sala 203, Edifício Claudia, Centro, Linhares-ES, CEP: 29.900-020.
Tel.: 27 – 3151-5516 / 9 9831-2051, e-mail: brunofereguetti@hotmail.com

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EDP ESPIRITO SANTO DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA S.A.
Praça Costa Pereira, 210 - 3° andar - Centro - Vitória/ES
CEP: 29010-080 - Internet: www.edp.com.br
CNPJ: 28.152.650/0001-71 INSCR. EST. 080.250.16-5
Emissão Aut. pelo Reg. Esp. REOA N.010/2016. Processo
N.73491268
Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica: 000.889.143
Cliente / Local de Consumo
Instalação Conta do Mês
EDGARD BORGES DA SILVA JUNIOR
0000477271 Maio/2017
CNPJ/CPF:03095565704
Data de Vencimento Valor Total a Pagar (R$)
AV GOVR CARLOS LINDENBERG 873 29900-203 CENTRO / 06/06/2017 68,63
LINHARES - ES
Atendimento EDP
0800
0800721
7210123
0707
Roteiro de Leitura: B43LI15A00219
RESERVADO AO FISCO

4C22.8FFE.70AD.B5AE.552C.98ED.4040.195E
SEGUNDA VIA DE CONTA EMITIDA ELETRONICAMENTE VIA INTERNET SEM FINS FISCAIS
Demonstrativo de Valores
Descrição Quantidade Tarifa Total R$
Tarifa

Descrição Quantidade x ( TUSD + TE ) = Total R$


Fornecimento de energia elétrica 46,75
Consumo 68 KWH (0,22126000 + 0,21317625) 29,55
Adicional Bandeira Vermelha 2,04

Tributos Base Cálculo Alíquota


PIS 46,75 x 1,32% = 0,61
COFINS 46,75 x 6,10% = 2,85
ICMS 46,75 x 25,00% = 11,70
Juros de Mora Ref.: Abr/17 0,06
Multa Ref.: Abr/17 0,91
Contribuição de Ilum. Pública 20,91

Fatura paga em: 07/06/2017

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
Juízo de Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Rua Alair Garcia Duarte, s/nº, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110
Telefone:(27) 33711876

PROCESSO Nº 5001548-90.2017.8.08.0030
PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)
REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI
REQUERIDO: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A

CERTIDÃO CONFERÊNCIA INICIAL

Certifico que os dados cadastrados estão conforme o conteúdo dos documento(s) anexado(s).

LINHARES-ES, 8 de agosto de 2017.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALINE GABRIELLE COSTA Num. 338496 - Pág. 1
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Número do documento: 17080907454946800000000319241
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
Juízo de Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Rua Alair Garcia Duarte, s/nº, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110
Telefone:(27) 33711876

PROCESSO Nº 5001548-90.2017.8.08.0030
PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)
REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI
REQUERIDO: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A
Advogado do(a) REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI - ES18788

Advogado do(a) REQUERIDO:

DESPACHO

Desde já, inverto o ônus da prova, nos termos do artigo 6°, VIII do Código de Defesa do Consumidor, por
ser a parte requerente hipossuficiente para fins probatórios em relação á requerida, já que a
hipossuficiência que gera a inversão do ônus probatório nas relações jurídicas não é meramente
econômica, mas sim a de acesso às informações e à técnica necessária para produção da prova.

Intime-se a parte requerida para se manifestar sobre o pedido liminar, no prazo de 05 (cinco) dias.

Após, com ou sem manifestação, venham-me os autos conclusos.

Diligencie-se.

LINHARES-ES, 10 de agosto de 2017.

Juiz de Direito

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ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
Juízo de Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Rua Alair Garcia Duarte, s/nº, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110
Telefone:(27) 33711876

PROCESSO Nº 5001548-90.2017.8.08.0030
PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)
REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI
REQUERIDO: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A

CARTA DE CITAÇÃO E INTIMAÇÃO PARA AUDIÊNCIA E DESPACHO

FINALIDADE:

a) CITAÇÃO DO(S) REQUERIDO(S) abaixo descrito de todos os termos da presente ação.

b) INTIMAÇÃO DO(S) REQUERIDO(S) do despacho exarado nos autos e para comparecer na AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃOdesignada nos autos da ação supra mencionada, que será realizada na sala de audiências do Linhares - 1º Juizado
Especial Cível.

c) INTIMAÇÃO DO(S) REQUERIDO(S) de que deverá(ão) apresentar contestação e demais documentos até a data da
audiência de conciliação abaixo aprazada, sob pena de revelia, como forma de possibilitar o julgamento antecipado da lide, caso
não haja acordo entre as partes ou requerimento de prova oral no referido ato. A contestação e os demais documentos deverão ser
apresentados através do sistema PJE e anexados aos autos eletronicamente, no prazo acima mencionado, salvo impossibilidade
técnica ou legal. Poderá ainda a parte apresentar contestação oral, na forma do art. 30 da Lei 9.099/95.

DATA DA AUDIÊNCIA:

Tipo: Conciliação Sala: Sala de Audiência do 1º Juizado Especial Cível Data: 16/10/2017 Hora: 09:50

LOCAL: Fórum Des. Mendes Wanderley – Rua Alair Garcia Duarte, S/Nº, bairro Três Barras, Linhares/ES – CEP.:
29.906-660 (Telefone(s): (27) 3264-0743 / 33716213; Ramal: 245/246).

ADVERTÊNCIAS:

1- Necessário o comparecimento pessoal, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos alegados na inicial (revelia), na
forma do art. 20 da Lei 9.099/95.

2- Pessoa Jurídica poderá ser representada por preposto credenciado (art. 9º, § 4º da Lei 9.099/95), portando carta de preposto e
atos constitutivos da empresa (ressalvado os casos em que os referidos atos estiverem arquivados em pasta própria neste juizado).

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALINE GABRIELLE COSTA Num. 348642 - Pág. 1
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Número do documento: 17081510583065200000000329070
3- As intimações dos advogados das partes, inclusive os estabelecidos fora da Comarca, serão realizadas, exclusivamente, por
meio eletrônico do sistema PJE de forma que, não serão atendidos os requerimentos de intimação exclusiva em nome de advogado
que, não esteja previamente cadastrado no sistema (ATO NORMATIVO CONJUNTO Nº 001/2012).

4- Fica advertida a parte da possibilidade de inversão do ônus da prova, em se tratando de relação de consumo.

5- Informar qualquer mudança de endereço no decorrer do processo, sob pena de reputar-se eficaz a intimação enviada ao
endereço constante nos autos, onde anteriormente já houver citado/intimado, nos termos do art. 19, § 2º da Lei 9.099/95.

6- Haverá obrigatoriedade de ser assistido por advogado nas causas acima de 20 salários - mínimos (art. 9º, Lei 9099/95).

CONSULTA AOS DOCUMENTOS DO PROCESSO (Resolução CNJ nº 185/2013 - art. 20)

O inteiro teor dos documentos anexados ao processo, inclusive a contrafé (petição inicial), poderá ser consultado através da página
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Documentos associados ao processo

Título Tipo Chave de acesso**


Petição Inicial Petição Inicial 17080714444220900000000317259
01 - Petição Inicial Petição Inicial 17080714413704400000000317261
02 - Documento pessoal e comprovante Documento de
17080714415795200000000317264
de residência comprovação
03 - Cadastro Nacional de Pessoa Documento de
17080714420954700000000317267
Juridica Identificação
Documento de
04 - Reportagem acidente do requerente 17080714422343600000000317268
comprovação
Documento de
05 - Reportagem Seculo Diário 17080714423325100000000317269
comprovação
Documento de
06 - Reportagem sobre atraso nas obras 17080714424278100000000317270
comprovação
07 - Reportagem sobre irregularidades Documento de
17080714425190700000000317271
em obras comprovação
Documento de
08 - Confirmação da não duplicação 17080714430443600000000317272
comprovação
Documento de
09 - Prejuizos para o ES 17080714431338000000000317273
comprovação
Documento de
10 - REPORTAGENS ECO 101 17080714432210100000000317274
comprovação
Certidão - Conferência
Certidão - Conferência Inicial 17080907454946800000000319241
Inicial
Despacho Despacho 17081015494368800000000324291

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALINE GABRIELLE COSTA Num. 348642 - Pág. 2
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Número do documento: 17081510583065200000000329070
LINHARES, 15/08/2017

Chefe de Secretaria

Nome: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A


Endereço: Avenida Coronel Manoel Nunes, KM 264, BR101, Laranjeiras Velha, SERRA - ES - CEP: 29162-155

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: ALINE GABRIELLE COSTA Num. 348642 - Pág. 3
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Número do documento: 17081510583065200000000329070
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
Juízo de Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Rua Alair Garcia Duarte, s/nº, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110
Telefone:(27) 33711876

PROCESSO Nº 5001548-90.2017.8.08.0030
PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)
REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI
REQUERIDO: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A

CERTIDÃO

Certifico que nesta data juntei aos autos o AR de citação.

LINHARES-ES, 6 de setembro de 2017

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCIO GABRIEL AMORIM BEZERRA Num. 386217 - Pág. 1
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Número do documento: 17090614151553100000000365214
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ECO 101 CONCESSIONARIA E RODOVIAS S.A
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Três B<itlas
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OECLARAÇÃO DE CONTEUDO (OPCIONAL)
PE; S001548-90.2017/CITIINTIAUDlmS.
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Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCIO GABRIEL AMORIM BEZERRA Num. 386219 - Pág. 1
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Número do documento: 17090614140865800000000365216
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Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: MARCIO GABRIEL AMORIM BEZERRA Num. 386219 - Pág. 2
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Número do documento: 17090614140865800000000365216
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DA COMARCA DE LINHARES ESTADO DO ESPIRITO SANTO

Processo nº. 5001548-90.2017.8.08.0030

BRUNO GONÇALVES FEREGUETTI, já qualificado nos autos da presente ação de


obrigação de fazer c/c indenização por danos morais, que move em face de ECO101
CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A, também qualificada nos autos, vem requerer a
juntada da Carteira Nacional de habilitação e do Documento do Veículo em nome do autor, o
qual requer o deferimento da liminar.

Nestes termos;

Pede e espera deferimento.

Linhares-ES, 15 de setembro de 2017.

BRUNO GONÇALVES FEREGUETTI

OAB/ES 18.788

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 399409 - Pág. 1
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Número do documento: 17091512050231000000000377962
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 399411 - Pág. 1
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17091512031268300000000377964
Número do documento: 17091512031268300000000377964
Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI Num. 399411 - Pág. 2
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17091512031268300000000377964
Número do documento: 17091512031268300000000377964
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO
Juízo de Linhares - 1º Juizado Especial Cível
Rua Alair Garcia Duarte, s/nº, Fórum Desembargador Mendes Wanderley, Três Barras, LINHARES - ES - CEP: 29907-110
Telefone:(27) 33711876

PROCESSO Nº 5001548-90.2017.8.08.0030
PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL (436)
REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI
REQUERIDO: ECO101 CONCESSIONARIA DE RODOVIAS S/A
Advogado do(a) REQUERENTE: BRUNO GONCALVES FEREGUETTI - ES18788

Advogado do(a) REQUERIDO:

DECISÃO

Trata-se de pedido liminar, objetivando obrigar, a requerida, a permitir que o autor trafegue pela BR 101, no trecho administrado pela concessionária
requerida, sem a necessidade de pagamento do pedágio, ao argumento de que a requerida não estaria cumprindo o contrato de concessão, deixando de
duplicar a BR.

A requerida foi intimada para manifestar-se sobre o pedido liminar, contudo, manteve-se inerte.

Vale dizer que, ao caso, se aplica o Código de Defesa do Consumidor, uma vez que a relação do autor para com a requerida é de destinatário final do
serviço que está sendo prestado e pago. Veja jurisprudência neste sentido:

84454054- PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. ENERGIA ELÉTRICA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº 282/STF.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA. FALTA DE ATAQUE A

FUNDAMENTO SUFICIENTE. SÚMULA Nº 283/STF. INVIABILIDADE DE ANÁLISE PROBATÓRIA. ÓBICE DA SÚMULA Nº 7/STJ. 1.

Verifica-se que não houve prequestionamento dos arts. 927 do CPC/1973; 186 e 187 do Código Civil e 14, § 3º, II, do CDC nas
instâncias inferiores, pois os referidos dispositivos legais não foram analisados e decididos pelo órgão julgador. Incide, na espécie, a Súmula

nº 282/STF. 2. Destaca-se que a legislação consumerista prevê a possibilidade de inversão do ônus da prova e que a jurisprudência do

Superior Tribunal de Justiça reconhece ser aplicável o Código de Defesa do Consumidoràs relações entre concessionária de serviço público

e usuário final, para o fornecimento de serviços públicos essenciais, tais como energia elétrica. 3. Ademais, no caso dos autos, a Corte a quo

entendeu que, "acaso haja impedimento para a concessionária fornecedora de energia elétrica em realizar a leitura do medidor, esta deverá

comunicar por escrito o consumidor acerca de tal fato. Ocorre que não há nos autos qualquer prova de que a concessionária tenha enviado

comunicação ao consumidor (...) ". 4. O citado fundamento, suficiente para manutenção do acórdão, não foi combatido nas razões do apelo

nobre. Aplica-se o enunciado da Súmula nº 283/STF: "É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais

de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles. " 5. O caso assume claros contornos probatórios. A adoção de

posicionamento distinto do alcançado pelo Tribunal de origem exceder as razões colacionadas no aresto objurgado, implicando revolvimento

do contexto fático-probatório dos autos, o que é vedado em Recurso Especial, ante o disposto na Súmula nº 7/STJ. 6. Recurso Especial

parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (STJ; REsp 1.671.081; Proc. 2017/0108596-4; AL; Segunda Turma; Rel. Min. Herman

Benjamin; DJE 12/09/2017).

Vale dizer que o artigo 104 do Código de Defesa do Consumidor é claro ao dizer que cabe ao consumidor decidir se deseja que seu direito seja
respeitado através de ação individual ou coletiva, podendo, caso queira, solicitar a suspensão da ação individual, no aguardo da decisão da ação
coletiva.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOS Num. 404420 - Pág. 1
http://sistemas.tjes.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17091909001808000000000382786
Número do documento: 17091909001808000000000382786
O mesmo diploma legal diz que a coexistência das ações individual e coletiva não induz à litispendência. Veja:

"Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas
os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações
individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva."

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça segue neste sentido. Veja:

84390665- PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO INDIVIDUALE AÇÃO COLETIVA. PEDIDO DE EXTINÇÃO. FEITO JÁ SENTENCIADO.

IMPOSSIBILIDADE. ART. 104 DO CDC. INAPLICABILIDADE NO CASO CONCRETO. 1. O sistema processual brasileiro

admite a coexistência de ação coletivae ação individualque postulem o reconhecimento de um mesmo direito, inexistindo litispendência entre

elas. 2. Nos termos do art. 104 do Código de Defesa do Consumidor, aquele que ajuizou ação individualpode aproveitar de eventuais
benefícios resultantes da coisa julgada a ser formada na demanda coletiva, desde que postule a suspensão daquela, no prazo de 30 (trinta)

dias contados da ciência da ação coletiva, até o julgamento do litígio de massa, podendo ser retomada a tramitação no caso de a sentença

coletiva ser pela improcedência do pedido, ou ser (o feito individual) julgado extinto, sem resolução de mérito, por perda de interesse

(utilidade), se o decisumcoletivo for pela procedência do pleito. 3. Para que o pedido de suspensão surta os aludidos efeitos, é necessário

que ele seja apresentado antes de proferida a sentença meritória no processo individual e, sobretudo, antes de transitada em julgado a

sentença proferida na ação coletiva. 4. Prestada a jurisdição em ambas as demandas, não é mais possível ao interessado buscar que o

provimento judicial de uma prevaleça sobre o da outra, porquanto isso representaria clara afronta ao princípio do juiz natural. 5. Hipótese em

que a requerente, ao pedir a extinção do feito por perda superveniente de objeto, busca desonerar-se dos efeitos jurídicos da ação individual

por ela ajuizada, ao argumento de que recentemente filiou-se a sindicato que logrou êxito em ação coletivade mesmo objeto, já transitada em

julgado. 6. Dada a falta de litispendência, a ciência quanto à existência de tutela coletiva já obtida pela entidade sindical não implica perda de

objeto de ação individualjá sentenciada e nem infirma as consequências jurídicas dela advindas. 7. Agravo interno desprovido. (STJ;

AgInt-PET-REsp 1.387.022; Proc. 2013/0158124-9; SC; Primeira Turma; Rel. Min. Gurgel de Faria; DJE 25/04/2017).

Concluído está que ao caso se aplica o Código de Defesa do Consumidor e, ainda, que a presente demanda independe da existência de ação coletiva
sobre os fatos. Resta-nos a análise dos requisitos para a concessão da liminar.

A parte autora, junto com a inicial, apresenta uma série de reportagens, de jornais de grande circulação em nosso Estado, noticiando a intenção da
requerida em não realizar a duplicação no prazo determinado e, ainda, a intenção de solicitar prorrogação de prazo.

Sobre estes fatos, a requerida, intimada a se manifestar, manteve-se inerte, quando poderia esclarecer suas intenções e se havia procedência nas
alegações da parte autora, ratificando, com esta inércia, seu descaso com os consumidores que utilizam seu serviço.

Não havendo esclarecimentos sobre as matérias apresentadas, certo é que surge a possibilidade do calote total da requerida nos consumidores que
utilizam seus serviços.

Esta possibilidade, aliado ao fato concreto de que, até esta data, a requerida não realizou um quilômetro sequer de duplicação da BR 101, faz nascer a
probabilidade do direito pleiteado nesta demanda.

A urgência se mostra evidente, uma vez que a medida urgente não se limita a isentar o autor do pagamento do pedágio, mas também, de forma indireta,
obrigar a requerida a se movimentar em favor da sociedade, cumprindo ou iniciando o cumprimento da parte do contrato que determina a duplicação da
BR 101.

A urgência, no presente caso, está presente não só no calote que o autor vem sofrendo, diante da exigência de pagamento de pedágio, por serviço não
prestado, mas também na necessidade de se dar maior segurança ao consumidor que utiliza a BR 101, quando observamos, a cada dia, vidas sendo
perdidas em trágicos acidentes, que poderiam ser evitados, caso existisse a duplicação prometida.

Quantos mais terão que morrer, para que a requerida seja sacudida e obrigada a despertar para o prejuízo que vem causando ao consumidor e seus
familiares.

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOS Num. 404420 - Pág. 2
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Número do documento: 17091909001808000000000382786
Críticas serão lançadas sobre esta decisão, contudo, se servir para sacudir e para salvar apenas uma vida, já estará valendo a pena.

Por tudo isso, DEFIRO o pedido liminar, pelo que, DETERMINO que a requerida isente o autor do pagamento de pedágio nos postos de
espalhados pela BR 101, dentro do Estado do Espírito Santo, quando o mesmo estiver na condução de seu veículo descrito no documento ID
399411, tudo isso no prazo de dez dias, a contar da intimação, sob pena de multa no valor de R$ 1.000,00 (Um mil reais), por cobrança de
pedágio realizada em desfavor do autor.

Intime-se, pessoalmente, bem como, POR ADVOGADO, a requerida, para cumprimento da liminar. Intime-se a parte autora.

No mais, aguarde-se audiência já designada.

LINHARES-ES, 19 de setembro de 2017.

Juiz(a) de Direito

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: WESLEY SANDRO CAMPANA DOS SANTOS Num. 404420 - Pág. 3
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Número do documento: 17091909001808000000000382786
Petição em PDF

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: IGOR SAUDE IZOTON Num. 405575 - Pág. 1
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Número do documento: 17091914440891100000000383874
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DE LINHARES, ESPÍRITO SANTO

Processo n. 5001548-90.2017.8.08.0030

ECO 101 CONCESSIONÁRIA DE RODOVIAS S.A., devidamente


qualificada nestes autos, em que contende com BRUNO GONÇALVES FEREGUETTI,
vem, por seus advogados (doc. 01), à presença de Vossa Excelência, em atenção ao
despacho do MM. Juízo, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos fundamentos a seguir
aduzidos.

I. RESUMO DO CASO

1. Cuidam os autos de ação proposta sob o procedimento da Lei


9.099/95 – Juizados Especiais Cíveis, com pedido de condenação da Requerida a se
abster de cobrar do Requerente o pedágio até o fim do término da obra de
duplicação, bem como indenização por danos morais no quantum de R$ 30.000,00
(trinta mil reais).

2. O Requerente narra que é morador do município de Linhares-ES e


transita pela Rodovia BR-101 constantemente, em razão de ser advogado e possuir
processos em outras comarcas, pagando regularmente os pedágios.

_____________________________________________________________________________________
RUA DESEMBARGADOR MÁRIO DA SILVA NUNES, N. 148 ● ENSEADA DO SUÁ ● VITÓRIA ● ES
CEP: 29.050-240 ● TEL: (27) 3207-1970 | 3207-2653 ● EMAIL: MFN@MACHADOFERREIRANETO.COM
1

Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: IGOR SAUDE IZOTON Num. 405582 - Pág. 1
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Número do documento: 17091914372028200000000383881
3. Ao argumento de que a Requerida teria anunciado prorrogação do
contrato e que supostamente não haveria duplicação da rodovia, o Requerente
objetiva a isenção do pagamento da tarifa, afirmando um suposto “direito de ir e vir
de forma gratuita” existente no caso.

4. O Requerente formula pedido de antecipação de tutela para que a


Requerida “abstenha-se de cobrar do Requerente o pedágio em qualquer praça a
Rodovia BR-101 administrada pela Requerida no prazo de 10 (dez) dias”.

5. Conforme demonstraremos, a pretensão autoral merece rejeição.

II. DA NECESSIDADE DE RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO LIMINAR.

6. Foi proferida nos autos decisão determinando que a requerida isente o


autor do pagamento de pedágio nos postos de espalhados pela BR 101, dentro do
Estado do Espírito Santo.

7. Ocorre que no caso não estão presentes os pressupostos para a


concessão da tutela antecipada requerida, de modo que se faz necessária a sua
revogação, nos termos do art. 296 do CPC.

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

8. Conforme será detidamente explicado nos tópicos abaixo, não há


probabilidade do direito alegado pelo Requerente.

9. O contrato de concessão tem objeto muito mais amplo do que a


duplicação de trechos da rodovia, abarcando a recuperação, a operação, a
manutenção, a monitoração, a conservação, a implantação de melhorias; e ampliação
da capacidade do Sistema Rodoviário.

_____________________________________________________________________________________
RUA DESEMBARGADOR MÁRIO DA SILVA NUNES, N. 148 ● ENSEADA DO SUÁ ● VITÓRIA ● ES
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Número do documento: 17091914372028200000000383881
10. Com a devida vênia, não se pode afirmar que o Requerente está
pagando por um serviço que não está sendo prestado, visto que o objeto do
contrato de forma global tem sido empreendido, sendo nítida a melhora do sistema
rodoviário da BR-101 (cf. item VI.2).

11. O eventual descumprimento parcial do contrato não seria caso de


isenção da tarifa de pedágio, visto que o serviço público de conservação da rodovia
tem sido prestado devidamente, mas tão somente de eventual redução do preço
global do pedágio, e aplicação de outras penalidades – todas elas para cuja aplicação
o Requerente não possui legitimidade (cf. item V).

12. A isenção para um único usuário que se encontra nas mesmas


condições que a grande massa de usuários que trafega pela rodovia diariamente
ainda violaria o princípio da isonomia e imparcialidade (cf. item VI.1).

13. Denota-se a total inexistência de fumus boni juris (probabilidade do


direito) no caso presente, fazendo-se necessária a revisão e revogação da medida
concedida.

14. Além disso, tem-se por impossível a manutenção da tutela de urgência


pela ausência de periculum in mora (perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo), requisito exigido pelo art. 300 do Código de Processo Civil.

15. Na inicial, o Requerente sequer narra qualquer situação que, mesmo


em tese, poderia configurar urgência para a antecipação de tutela – sendo certo que
o periculum in mora exige um risco de “dano marginal”, decorrente exclusivamente
da provável demora do processo de cognição exauriente.

16. Ao contrário, o próprio Requerente afirma que vem pagando de


forma regular a tarifa de pedágio desde o início das cobranças, sem encontrar
nenhuma sorte de dificuldade.

_____________________________________________________________________________________
RUA DESEMBARGADOR MÁRIO DA SILVA NUNES, N. 148 ● ENSEADA DO SUÁ ● VITÓRIA ● ES
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3

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Número do documento: 17091914372028200000000383881
17. Não fosse isso suficiente, os valores relativos ao pedágio são
significativamente baixos e, na remotíssima hipótese de eventual acolhimento do
pedido inicial, a Requerida não teria nenhuma dificuldade econômica ou financeira
para eventual ressarcimento.

18. A jurisprudência, nesse sentido, tratando de hipótese em que os danos


podem futuramente ser ressarcidos, sem dificuldade, pelo requerido, entende pela
impossibilidade de deferimento da tutela de urgência, especialmente pela não
caracterização do riso de dano irreparável, a que alude o artigo 300 do Código de
Processo Civil.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESSARCIMENTO.PEDIDO


DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. BLOQUEIO E/OU
INDISPONIBILIDADE DE BENS. IMPOSSIBILIDADE.FUNDADO
RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO.
NÃO CONFIGURAÇÃO. PROVA DE DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL.
REQUISITOS AUTORIZADORES DA TUTELA ANTECIPADA.
AUSÊNCIA. (ART. 273, CAPUT E INCISO I do CPC). DECISÃO
SINGULAR MANTIDA. Para a concessão da tutela antecipada é necessária a
observância dos requisitos legais, consistentes na prova inequívoca da
verossimilhança das alegações e o fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação, nos termos do art. 273 do Código de Processo Civil, os quais,
no caso concreto, não estão presentes, máxime a ausência de evidência de
prática de atos tendentes à dilapidação patrimonial, restando descaracterizado o
perigo de dano irreparável ou de difícil reparação. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJPR - 10ª C.Cível -
AI - 1077462-0 - Londrina - Rel.: Jurandyr Reis Junior - Por maioria - - J.
25.09.2014)

19. Assim, verifica-se que não está presente nenhuma circunstância de


agravamento da situação do Requerente pela demora do processo ou possível perigo
de risco ao resultado útil do processo.

20. Ao contrário, verifica-se que não há qualquer modificação na situação


do Requerente de denote urgência na concessão da tutela jurisdicional, de modo que
é perfeitamente possível que se aguarde o resultado final do processo.

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21. Por fim, ainda que se entendesse que estariam presentes os requisitos
de probabilidade do direito e de periculum in mora – o que se refuta –, a tutela
antecipada concedida teria de ser revogada por esbarrar na existência de
periculum in mora inverso (ou reverso).

22. O periculum in mora inverso (ou reverso) ocorre quando, a título de


afastar dano irreparável ou de difícil reparação ao requerente, a concessão da tutela
provisória ocasiona risco de dano de igual ou maior porte à parte requerida.

23. Sobre o tema, a doutrina de THEODORO JR. ensina que o referido


fenômeno não se coaduna com o ordenamento pátrio, uma vez que não elimina o
perigo de dano ocasionado pelo processo, mas somente o transfere de um a outro
sujeito processual:

A função da tutela cautelar ou antecipatória é eliminar, durante a demora do


processo, o perigo de dano, seja em defesa do autor como do réu. Quando a
medida provisória afasta o perigo para o requerente mas o mantém apara o
requerido, forçoso é reconhecer que o periculum in mora não foi eliminado do
processo. Apenas se alterou o sujeito processual a ele submetido.
A propósito do tema, fala-se que este tipo de solução é inaceitável, porquanto o
periculum in mora não pode ser visto como via de mão única, endereçada apenas a
favorecer uma das partes. Para que a tutela jurisdicional seja justa e equitativa a
avaliação do periculum tem de comportar-se como via dupla, em que se
balanceiem igualmente os interesses de ambas as partes contrapostas.1

24. É clara a existência do perigo de dano inverso no caso, visto que a


concessão da presente medida cautelar, nos termos em que realizada – sem qualquer
sorte de demonstração de direito subjetivo à isenção e de perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo – provoca o risco de multiplicação de ações da
mesma natureza.

1 THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. I. 56. Ed. rev., atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense, 2015. p. 613

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25. A concessão de medida liminar aos usuários pelo simples fato de que
supostamente estaria sendo descumprida uma das cláusulas (dentre várias) do
contrato de concessão, certamente incentiva a massa de usuários que se encontram
na mesma situação do Requerente – sem urgência e sem demonstração de provável
direito – a pleitear a mesma medida perante o Judiciário.

26. E a proliferação de demandas desta natureza, bem como de medidas


concedidas desta forma acabaria por prejudicar substancialmente a arrecadação da
tarifa de pedágio, que conforme disposto no contrato firmado entre a Requerida e a
União, por meio da ANTT, é a principal fonte de remuneração do contrato
(ordinária).

27. Por consequência, prejudicada também restaria a execução do


contrato e a adequada prestação do serviço de conservação do sistema rodoviário.

28. Assim sendo, pela ausência dos requisitos para a concessão da tutela
de urgência antecipada no caso concreto, deve a medida ser revogada nos termos do
art. 296 do CPC.

III. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. NECESSÁRIA


EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO

29. Deve-se reconhecer que o MM. Juízo do 1º Juizado Especial Cível de


Linhares não é competente para processar e julgar esta causa, de modo que também
não é competente para a concessão da medida liminar pleiteada.

30. A presente demanda tem como objeto, além da indenização por


supostos danos morais, pedido de isenção de pedágio, o qual tem claro impacto
no Contrato de Concessão firmado entre a Requerida e a União, e cuja fiscalização
compete à Agência Nacional dos Transportes Terrestres – ANTT (doc. 02).

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31. Dentre as principais consequências, no item 19.2.2 do Contrato de
Concessão, há autorização expressa para que o preço geral do pedágio seja
reajustado, de modo a atingir o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, nas
hipóteses de decisões judiciais que alterem a arrecadação. Vejamos a hipótese:

32. Eventual alteração na arrecadação do pedágio pela via judicial deverá


repercutir na esfera jurídica da União e da ANTT, por meio de recomposição do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato e alteração do preço global do pedágio.

33. Neste sentido têm entendido os tribunais pátrios, como se depreende


do julgado do E. Tribunal de Justiça do Paraná, reconhecendo o interesse da União
e da ANTT em caso análogo:

“(...) Incompetência do juizado especial cível. Feito que deve ser


processado no juizado especial federal. Devem ser analisadas as
cláusulas contratuais que autorizam a isenção do pagamento de
pedágio e, nesse importe, as convenções realizadas entre entes da
federação e concessionárias privadas. Assim, há necessidade de
participação da união, nos termos da súmula 150 do STJ, uma vez
signatária do contrato de concessão. Ademais, a concessionária
prestadora de serviço público, neste caso, está a prestar serviço
público por concessão de bem público na BR 476. Sentença anulada,
nos termos apresentados. Recurso conhecido e prejudicado, com anulação
do processo desde o início e extinção do feito pela absoluta incompetência
do juizado especial estadual, nos termos do artigo 267 do CPC.” (TJPR - 1ª
Turma Recursal - 0004500-22.2013.8.16.0103 - Lapa - Rel.: Gustavo
Tinôco de Almeida - Rel.Desig. p/ o Acórdão: Fernando Swain Ganem -
J. 20.10.2014)

“RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. CONCESSIONÁRIA DE


SERVIÇO PÚBLICO. ISENÇÃO DE TARIFA DE PEDÁGIO PARA
MORADORES DE DISTRITO INTEGRANTE DO MUNICÍPIO DA

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LAPA/PR. COMPETENCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
PROCEDÊNCIA. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO CONTRATO
DE CONCESSÃO DOS SERVIÇOS ENTRE A RECORRENTE E A
UNIÃO. INTERESSE DA UNIÃO NO FEITO. PROCESSO EXTINTO
SEM JULGAMENTO DO MÉRITO PELA INCOMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA ESTADUAL. A discussão acerca da administração e atuação
da concessionária, levando a necessidade de análise e interpretação
do contrato de concessão existente entre a concessionária e a União
não é de competência da Justiça Estadual, devendo o feito ser extinto
sem julgamento do mérito, nos termos da legislação dos Juizados
Especiais. Recurso conhecido e provido. Diante do exposto, resolvem os
integrantes desta 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Estado do
Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso inominado e,
por maioria de votos, em dar provimento ao recurso.” (TJPR - 1ª Turma
Recursal - 0002757-74.2013.8.16.0103/0 - Lapa - Rel.: ANA PAULA
KALED ACCIOLY RODRIGUES DA COSTA - - J. 02.12.2014)

34. O Colendo Superior Tribunal de Justiça, em hipótese fática


semelhante, já reconheceu a competência da Justiça Federal para decidir sobre
eventual interesse jurídico da autarquia federal, bem como a possibilidade de
reflexos no contrato de concessão:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


ESPECIAL. CONTRATO DE CONCESSÃO. PEDÁGIO. ISENÇÃO
OU PASSE LIVRE. AUTARQUIA FEDERAL (DNER). INTERESSE
JURÍDICO NA LIDE. APRECIAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL. SÚMULA 150/STJ. PRECEDENTES. AGRAVO
DESPROVIDO. 1. "Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas
autarquias ou empresas públicas" (Súmula 150/STJ). 2. A decisão agravada
– ao contrário do que sustenta o agravante – não decidiu que a competência
para julgar a causa é da Justiça Federal. Apenas reconheceu, à luz da Súmula
150/STJ, ser competência da Justiça Federal decidir sobre eventual
interesse jurídico da autarquia federal, notadamente se considerado o
potencial efeito multiplicador de ações capaz de repercutir na política
tarifária do contrato de concessão. 3. Agravo regimental desprovido.”
(AgRg no REsp 626.118/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/11/2006, DJ 14/12/2006, p. 252)

35. Podendo ser posteriormente demandadas administrativa ou


judicialmente a recomposição do equilíbrio financeiro do contrato, e ante a
necessidade de análise de cláusulas complexas do contrato de concessão, há
interesse jurídico da União e da ANTT no deslinde da causa.

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36. Não fosse o suficiente, é pacífico o entendimento de que compete à
própria Justiça Federal decidir sobre a existência ou não de interesse jurídico da
União, suas autarquias ou empresas públicas2, conforme dispõe a Súmula 150 do
STJ:

"Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse


jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas
autarquias ou empresas públicas".

37. Logo, a competência para processar e julgar o feito é da Justiça


Federal, nos termos do art. 109, I, da Constituição Federal.

IV CAUSA DE ALTA COMPLEXIDADE. INADMISSIBILIDADE DO PROCEDIMENTO


DO JUIZADO ESPECIAL. LEI 9.099/95, ART. 3º

38. Como se observa dos autos, a petição inicial veicula pedido de isenção
de pedágio sob fundamento deveras peculiar: suposta e hipotética inexecução do
Contrato de Concessão da Rodovia BR 101 no Estado do Espírito Santo o que lhe
conferiria suposto direito individual à isenção de tarifas.

39. A par do absurdo veiculado na inicial, ainda que se pudesse crer viável
a análise da pretensão, esta jamais poderia ocorrer pela via estreita e simplificada dos
juizados especiais.

40. O caso é excessivamente complexo e exige o entendimento:

(a) das condições do contrato de concessão e dos seus respectivos anexos,


em centenas páginas;
(b) das vicissitudes econômicas e financeiras que regulam as tarifas dos
pedágios;

2 Neste sentido, confira-se: TJ-PR, ACP n.° 9492171, Relator: Lauri Caetano da Silva, j. 12/12/2012.

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(c) das diferentes formas de medição e aferição do atendimento das metas
do contrato;
(d) da compreensão das normas e dos elementos econômicos e financeiros
que regulam o equilíbrio contratual;
(e) dos meios utilizados pelos órgãos competentes para aferir eventuais
inexecuções e cominar as sanções aplicáveis;
(f) das sanções já aplicadas efetivamente e de sua pertinência.

41. Tudo isso demandaria diferentes tipos de perícias, desde contábeis ou


financeiras, para se avaliar a adequação das tarifas fixadas, como de engenharia para
aferição de obras realizadas e, ainda, de perícias ambientais para se avaliar eventuais
circunstâncias que dificultariam ou atrasariam a obtenção de licenças para obras.

42. Ocorre que nada disso é viável neste procedimento. O art. 3º da Lei
9.099/95 restringe o procedimento dos juizados especiais às causas de menor
complexidade, vedando de forma manifesta qualquer investigação probatória que
envolva perícia ou análise de relação jurídica complexa.

43. A jurisprudência, nesse sentido, reconhece que “Se, em sede de


Juizados Especiais, para o adequado deslinde do feito, for necessária a realização de
perícia, ele deverá ser extinto em razão da complexidade da causa” (TJDF, AC ACJ
20140210018094 DF 0001809-62.2014.8.07.0002, DJ 20.8.2014).

44. Por tais razões, sendo clara a complexidade desta causa, deve ser o
feito extinto sem julgamento do mérito, em razão da incompetência absoluta do
juízo.

V. PRELIMINARMENTE. DA ILEGITIMIDADE DO REQUERENTE PARA


QUESTIONAR O SUPOSTO DESCUMPRIMENTO DO CONTRATO FIRMADO ENTRE
A UNIÃO E A REQUERIDA

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45. A legitimidade para a causa é delimitada pela pertinência entre as
partes e o objeto litigioso do processo. Determina o art. 17 do Código de Processo
Civil que “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”. Na lição
clássica de LIEBMAN ter legitimidade significa ter “pertinência subjetiva” em
relação ao objeto do processo, isto é, ser, ainda que em tese, o efetivo destinatário
da sentença de mérito que possivelmente poderia produzir o processo. (cf. ainda
GIOVANNI VERDE)3.

46. Na mesma linha ensinam CINTRA-GRINOVER-DINAMARCO


que somente pode ser réu “aquele que seja titular da obrigação
correspondente” ao processo4, ou, nas palavras de VICENTE GRECO FILHO,
aquele que deve “suportar as consequências da demanda”5, e se sujeitar aos
“efeitos jurídico-processuais e materiais da sentença”6.

47. A norma do art. 17 do CPC cuida de um filtro. Visa evitar que o


processo siga ao julgamento de mérito quando – especialmente com base nas
simples afirmações da parte – já é possível identificar que ao menos um dos sujeitos
parciais do processo não tem a mínima relação com a lide (impertinência subjetiva).

48. Conforme se observa da inicial, ainda que analisadas as alegações in


status assercionis, é possível determinar que o Requerente não tem legitimidade para
pleitear a aplicação de sanções (consequências jurídicas) decorrentes de um contrato
firmado entre a Requerente e o Poder Público.

49. O contrato de concessão da BR-101 foi firmado entre a Requerida e a


União Federal, por intermédio da ANTT, tendo esta parte ficado responsável pelo
exercício dos poderes de fiscalização da execução do contrato (Cláusula 3 do
contrato de concessão).

3 GIOVANNI VERDI, Profili del processo civile, Napoli, 1.994, Jovene Editore, p. 192.
4 CINTRA-GRINOVER-DINAMARCO, Teoria Geral do Processo, 13ª edição, São Paulo, Ed. Malheiros, 1997, p.
261.
5 VICENTE GRECO FILHO, Direito processual civil brasileiro, Vol. I, Saraiva, São Paulo, 1.984, p. 69.
6 ARRUDA ALVIM, Manual de direito processual civil, Vol. I, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.997, p. 337.

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50. A responsabilidade pela fiscalização e pela tomada das medidas
administrativas e judiciais cabíveis é da ANTT, com a ressalva de que o controle
externo do cumprimento do contrato poderia ainda ser exercido pelo Ministério
Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União.

51. Os referidos órgãos têm realizado efetivamente a fiscalização que lhes


incumbe, o que se pode denotar de processos no âmbito administrativo e judicial
com o objetivo de analisar o cumprimento, por parte da concessionária, de suas
obrigações.

52. A própria lei n.º 8.987/95, que dispõe sobre concessão de serviço
público, prevê que é obrigação do usuário do serviço levar as irregularidades de que
tenha ciência à conhecimento do poder público e da concessionária, bem como
comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos que venham a ser praticados
pela concessionária (art. 7º, IV e V).

53. Tal disposição reforça o que aqui se afirma com relação à


ilegitimidade para o usuário aplicar sanções e questionar o descumprimento do
contrato: quando muito, o usuário tem a obrigação de comunicar às autoridades
competentes, mas jamais o direito de se rogar na prerrogativa de ele mesmo
aplicar a sanção.

54. De todo o exposto, pode-se concluir que o Requerente não possui


legitimidade para requerer a isenção pelo suposto inadimplemento do objeto do
contrato de concessão (CPC, art. 17), devendo o processo ser extinto sem
julgamento de mérito.

VI. MÉRITO

VI.1. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE ISENÇÃO PARA UM USUÁRIO, ÀS


CUSTAS DOS DEMAIS. OFENSA À PROPORCIONALIDADE E À ISONOMIA

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55. Não bastasse a ilegitimidade do Requerente para discutir o
descumprimento do contrato, destaca-se que o Requerente não tem direito à
obtenção de qualquer sorte de isenção.

56. O fundamento normativo para a cobrança de tarifa de pedágio


decorre de comando constitucional do art. 150, V, CF/88. A obrigação de pagar a
tarifa de pedágio, por sua vez, é prevista no contrato de concessão firmado com a
União, na Cláusula 11.1, (v) e se impõe, de forma isonômica, a todos os
destinatários do serviço público prestado.

57. O art. 35 da lei 9.074/1995 é claro em prever que a estipulação de


benefícios tarifários deve preservar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, e
sua concessão somente pode ser atribuída a uma classe ou coletividade de usuários
dos serviços, vedado o benefício singular. A norma foi, inclusive, reforçada no
contrato de concessão, na Cláusula 16.2.3.

58. Essas disposições, de lei e de contrato, concretizam a aplicação dos


princípios da igualdade e da impessoalidade à política tarifária. Não é possível que
se conceda benefícios individuais quando a situação fática de determinado
Requerente é idêntica à da grande massa de destinatários do serviço.

59. Há direito dos usuários à adequada prestação do serviço, que deve ser
realizada sem discriminar o universo de destinatários (cf. CARVALHO FILHO).7
Aplicando-se o princípio da igualdade substancial ao caso, que se reflete no
princípio da impessoalidade, tem-se a vedação ao tratamento jurídico diferenciado
de usuários do serviço público que se encontrem em situações fáticas idênticas (cf.
CARVALHO FILHO).8

7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 28. Ed. rev., ampl. e atual.. São
Paulo: Atlas, 2015. P. 420
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 28. Ed. rev., ampl. e atual.. São

Paulo: Atlas, 2015. P. 404-405

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60. Assim já entendeu o E. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em
caso que se buscava concessão de isenção de tarifa do pedágio sem que houvesse
obrigatoriedade prevista no contrato de concessão. No precedente, a Corte
entendeu pela impossibilidade de isenções para usuários, sob pena de ofensa à
garantia constitucional de isonomia (CF, art. 5º, caput):

“Aliás, em termos de princípio da igualdade, invocado pelo recorrente


através da regra inserta no art. 5º da Constituição Federal, há que se
registrar que a imensa maioria dos usuários da rodovia BR-386 também
paga, sem qualquer favor ou isenção, as tarifas do pedágio ali existente.
Na verdade, ao pretender obter a isenção, sem que tenha mostrado
distinção efetiva em relação à grande massa de usuários que por
ali trafega e que se submetem ao custo daí decorrente, é o
recorrente que busca quebrar o princípio da igualdade.” (Apelação
Cível Nº 70043164821, Segunda Câmara Cível - Serviço de Apoio
Jurisdição, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Heleno Tregnago Saraiva,
Julgado em 26/06/2013)

61. Não fosse suficiente, destaca-se que a concessão de isenção da tarifa


do pedágio fora dos casos previstos como obrigatórios no contrato (veículos
oficiais, cf. Cláusula 16.2.4) constitui-se em discricionariedade da concessionária,
conforme prevê o item 16.2.5 do contato.

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62. No caso dos autos, o Requerente definitivamente não se enquadra na
hipótese da Cláusula 16.2.4. Concomitantemente, verifica-se da Cláusula 16.2.5 a
existência de discricionariedade, por parte da concessionária, ora Requerida, na
concessão de descontos tarifários e promoções (em que se enquadra a isenção
pleiteada) aos usuários.

63. A jurisprudência, neste sentido, tem sido uníssona em reconhecer que


a isenção do pagamento de tarifa de pedágio por parte das concessionárias, fora das
hipóteses contratuais expressas, constitui mera liberalidade:

“A propósito, a isenção, nos moldes em que requerida, afigura-se, em


linha de princípio, mera liberalidade da concessionária, como já
decidiu, em mais de uma oportunidade, este Tribunal de Justiça.” (TJ-RS –
AI 70052104189 RS – Vigésima Primeira Câmara Cível, Relator Armínio
José Abreu Lima da Rosa, Data de Julgamento: 19.11.2012, Data de
publicação DJ: 05.12.2012)

“(...) É que não há previsão legal para a isenção requerida. Conforme


referido pela Agravada na manifestação de fl. 29/31, “as hipóteses de
isenção do pagamento de pedágio estão previstas no Contrato de Outorga
de Concessão (...). Outrossim, a empresa Concessionária possui
discricionariedade frente a concessão de isenções do pagamento de pedágio,
uma vez que o Contrato de Concessão assim contempla, podendo a
Concessionária conceder descontos e/ou isenções, em situações pontuais e
específicas.” O Agravante não se enquadra em nenhuma dessas
hipóteses, afigurando-se a isenção requerida, em princípio, mera
liberalidade da Agravada, inexistindo direito subjetivo ao benefício
pretendido.” (TJ-RS - Agravo de Instrumento Nº 70028469708, Vigésima
Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de
Azevedo Souza, Julgado em 30/01/2009)

“CONCESSIONÁRIA DE RODOVIAS. ISENÇÃO DO PAGAMENTO


DA TARIFA DE PEDÁGIO. LIBERALIDADE. Nada obsta, porque o
Contrato de Concessão assim contempla, possa a Concessionária conceder
descontos ou isenções. Como de liberalidade se cuida, tanto a
Concessionária poderá cancelar o benefício, como impor ou alterar
unilateralmente condições. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA
MANNTIDA. RECURSO DESPROVIDO.” (TJ-RS - Recurso Cível Nº
71001328301, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator:
Carlos Eduardo Richinitti, Julgado em 10/07/2007)

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“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. ISENÇÃO DE
PEDÁGIO. DIREITO. INEXISTÊNCIA. 1- A Carta Constitucional
autoriza a cobrança de pedágio através de contrato de exploração de
rodovias, e as isenções devem estar previstas em Lei ou Ato
Normativo preexistente à própria concessão, sob pena de
desequilíbrio econômico-financeiro. 2- Nesse contexto, verificado que
o instrumento de Concessão limita-se a autorizar que o
concessionário, a seu exclusivo critério, conceda isenções e reduções
de tarifas, impõe-se a improcedência do pedido de isenção de
pedágio.” (TJ-RJ – Apelação 00051338220108190029, Quinta Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Relator Milton Fernandes de
Souza, Data de julgamento: 25.10.2016, Data de publicação: 31.10.2016)

64. Assim, o Requerente não demonstra qualquer característica singular


que o diferencie efetivamente da massa de pessoas que trafega na rodovia
diariamente, tampouco preenche os requisitos elencados para a isenção
discricionária, motivo pelo qual não faz jus à isenção da tarifa do pedágio, e,
consequentemente, à antecipação de tutela.

VI.2. DA INEXISTÊNCIA DE INADIMPLEMENTO CONTRATUAL. A CONCESSÃO


DA RODOVIA NÃO É UM CONTRATO PARA OBRA DE DUPLICAÇÃO, SEU OBJETO É
MUITO MAIS AMPLO

65. Além de o Requerente ser parte ilegítima para a discussão sobre o


descumprimento do contrato, e a isenção representar afronta aos princípios da
razoabilidade de isonomia, deve-se observar que sequer houve descumprimento
contratual apto a justificar, no disfuncional raciocínio jurídico da inicial, hipotético
direito individual à isenção.

66. O contrato de concessão da BR-101 (doc. 02) foi firmado entre a


Requerida e a União Federal, por intermédio da Agência Nacional dos Transportes
Terrestres – ANTT, para exploração da infraestrutura e da prestação do serviço
público de:

a) recuperação;

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b) operação;
c) manutenção;
d) monitoração;
e) conservação;
f) implantação de melhorias; e
g) ampliação da capacidade do Sistema Rodoviário.

67. Todas essas atividades são remuneradas pela tarifa de pedágio


(Cláusula 2).

68. Não se pode admitir que haja requerimento de isenção da tarifa


baseado em suposto descumprimento de apenas uma das diversas obrigações da
Concessionária.

69. Ora, não só o Requerente, mas todos os usuários da rodovia gozam


da plena prestação dos serviços, que atendem integralmente as disposições
contratuais e são desempenhados conforme os parâmetros determinados pela
ANTT.

70. A Requerida vem cumprindo devidamente o contrato de concessão


que, conforme se verifica, tem por objeto uma série de obrigações com foco na
melhoria do serviço público oferecido aos usuários da rodovia:

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71. Sobre essas obrigações, já foram realizados vários investimentos,
dentre os quais se destaca: 330 km de sinalização horizontal e vertical; 215 km de
preenchimento de acostamentos; 175 km de recuperação estrutural de pavimento
em andamento; 70 km de recuperação estrutural de pavimento concluídos
(Linhares/Aracruz, Anchieta/Rio Novo); 200 km de nivelamento entre pista e
acostamento; 90 km de micro revestimento asfáltico; 88 km de fresagem e
recomposição com CBUQ; 45 mil novas placas de sinalização; 38 mil unidades de
tachas refletivas; 15 km de defensas metálicas; 5 km de barreiras rígidas recuperadas
e implantadas; reforma e modernização de 3 postos de pesagem; reforma dos 6
postos da Polícia Rodoviária Federa; Construção de 5 e recuperação de 3 passarelas;
8 ambulâncias emergenciais em operação; 4 ambulâncias de UTI em operação; 12
bases operacionais e de atendimento ao usuário; 1 centro de controle operacional;
12 veículos de inspeção em operação; 18 guinchos leves e pesados em operação; 20
câmeras de vídeo monitoramento; 10 painéis fixos e 4 painéis moveis de mensagens
aos usuários etc.

72. Além da geração de empregos (aproximadamente 1.000, diretos e


indiretos) e aumento da arrecadação tributária (mais de R$ 62 milhões repassados

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aos municípios), tais investimentos têm produzido efeitos positivos aos usuários
rapidamente, o que certamente beneficiou o Requerente:

(i) Comparando as taxas do ano de 2015 com o ano de 2014, houve uma
redução de óbitos na proporção de 40%;
(ii) Comparando as taxas do ano de 2015 com o ano de 2014, houve uma
redução de acidentes na proporção de 15%;
(iii) Comparando as taxas do ano de 2016 com o ano de 2015, houve uma
redução de acidentes na proporção de 9%.

73. Deste modo, ao contrário do que quer fazer crer o Requerente, a


concessionária tem investido todos os esforços possíveis para executar as obras
dentro dos prazos contratualmente previstos, e quando isso não se torna possível,
por fatos alheios à sua vontade, tem buscado as soluções para prover ao usuário as
melhorias na infraestrutura da BR-101.

74. Não fosse isso suficiente, mesmo com relação à parte referente à
duplicação de trechos da rodovia, não se pode falar em inadimplemento contratual.
No próprio contrato de concessão, há previsão de riscos relacionados que não são
de responsabilidade da concessionária (Cláusula 19.2), que podem levar à perda do
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ensejando a sua recomposição
(Cláusula 20.1.2).

75. É importante ressaltar, a União não contratou a ECO 101 para


fazer uma obra de duplicação. O contrato de concessão é muito mais
complexo e amplo que este estreito objeto (Cf. Cláusulas 8.1.2 e 8.3 do contrato
de Concessão).

76. Por isso, é forçoso compreender que não se pode falar em


inadimplemento por suposto descumprimento da obrigação de duplicação de
trechos da rodovia, eis que:

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a) eventual descumprimento desta parte representaria mera inexecução
parcial do contrato;

b) há previsão de adequação do PER às necessidades fáticas que se


imponham.

77. E ainda que se entendesse que houve inadimplemento do contrato, o


que se admite apenas para fins argumentativos, em honra ao princípio da
eventualidade, não assistiria direito ao Requerente.

78. O contrato de concessão prevê, para o caso de descumprimento da


obrigação de realização de obras e serviços de caráter obrigatório, a aplicação de
penalidades, como a aplicação de advertência, multa, ou até mesmo a rescisão
contratual, além de prever a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro na
forma prevista na subcláusula 20.4.2 (iii) (conforme item 8.3.2).

79. Dentre as penalidades, destaca-se a previsão de redução da tarifa do


pedágio e de modificação das obrigações contratuais da concessionária, que se daria
de forma homogênea para beneficiar todos os usuários.

80. Eventual recomposição que se fizesse necessária em razão de um


descumprimento contratual se daria de forma global e homogênea, a beneficiar
todos os usuários que certamente se encontrariam na mesma situação que o
Requerente.

81. A isenção do pagamento de pedágio de um único usuário,


isoladamente, jamais poderia ser considerada como uma penalidade que visasse
reestabelecer o equilíbrio do contrato, sob pena de violação ao princípio da
isonomia.

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82. Assim, resta claro que além de não estarem presentes os elementos
que evidenciem a probabilidade do direito do Requerente, como, ao contrário, está
evidenciada a improcedência do pedido formulado.

VI.3. DA INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL. MERA ALTERAÇÃO DO


CRONOGRAMA DE OBRAS EM CONTRATO DE CONCESSÃO NÃO GERA DANO
MORAL AO INDIVÍDUO-USUÁRIO

83. Conforme demonstramos, não há configuração de conduta ilícita por


parte da Requerida a qual, mesmo em tese, poderia configurar qualquer sorte de
dano moral.

84. E ainda que se pudesse falar em inexecução contratual, resta claro que
o mero atraso no cronograma de obras de duplicação não seria fato, por si só, capaz
de levar o usuário a situação de vexame ou extremo sofrimento.

85. A este respeito, SÉRGIO CAVALIERI FILHO ensina que “Só deve
ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que,
fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do
indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar”. 9

86. A lição é extremamente importante, tendo em vista que o “Mero


dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da
órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso
dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente familiar, tais
situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico
do indivíduo”.10

87. A jurisprudência, nessa linha, reconhece que eventuais inexecuções de


empresas concessionárias de rodovia, no que tange a suas obrigações contratuais

9 CAVALIERI FILHO, Sérgio, Programa de Responsabilidade Civil, 9 ed. São Paulo: Atlas. 2010, p. 87.
10 CAVALIERI FILHO, Sérgio, Programa de Responsabilidade Civil, 9 ed. São Paulo: Atlas. 2010, p. 87.

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relativas a obra, são meros aborrecimentos que não tem o condão de gerar dano
moral. Vejamos:

RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇAO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS. BURACOS NA PISTA.
CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA COM FUNDAMENTO NO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DANOS
MATERIAIS. CONFIGURADOS. DANOS MORAIS.
INEXISTÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
COMPENSAÇAO AFASTADA. 1. É objetiva a responsabilidade da
concessionária de serviço público quando presente o defeito na
prestação do serviço pela ausência de segurança na pista ao usuário. 2.
Na atividade desempenhada pela transportadora os problemas com o
veículo são presumíveis e mero aborrecimento não gera dano
indenizável. 3. Os honorários advocatícios não devem ser
compensados pela natureza alimentar que apresentam”.11

88. No caso dos autos, o Requerente não foi submetido à situação de


vexame ou de extremo sofrimento. Tampouco houve perda de sua capacidade de
trabalho – em nenhum sentido – ou limitações para sua qualidade de vida.

89. E ainda que não fosse assim, conforme demonstrado acima, desde
que assumiu a concessão da rodovia a Requerida efetuou comprovadamente
inúmeras melhorias na vida dos usuários, fato que repele, por completo, qualquer
alegação de danos morais.

90. Repita-se. Já foram realizados vários investimentos, dentre os quais se


destaca: 330 km de sinalização horizontal e vertical; 215 km de preenchimento de
acostamentos; 175 km de recuperação estrutural de pavimento em andamento; 70
km de recuperação estrutural de pavimento concluídos (Linhares/Aracruz,
Anchieta/Rio Novo); 200 km de nivelamento entre pista e acostamento; 90 km de
micro revestimento asfáltico; 88 km de fresagem e recomposição com CBUQ; 45
mil novas placas de sinalização; 38 mil unidades de tachas refletivas; 15 km de

11 TJPR, Apelaçao cível nº 0930354-0, Relator Nilson Mizuta, j. 23.8.2012.

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defensas metálicas; 5 km de barreiras rígidas recuperadas e implantadas; reforma e
modernização de 4 postos de pesagem; reforma dos 6 postos da Polícia Rodoviária
Federa; Construção de 5 e recuperação de 3 passarelas; 8 ambulâncias emergenciais
em operação; 4 ambulâncias de UTI em operação; 12 bases operacionais e de
atendimento ao usuário; 1 centro de controle operacional; 12 veículos de inspeção
em operação; 18 guinchos leves e pesados em operação; 20 câmeras de vídeo
monitoramento; 10 painéis fixos e 4 painéis moveis de mensagens aos usuários etc.
(doc. 05).

91. Além da geração de empregos (aproximadamente 1.000, diretos e


indiretos) e aumento da arrecadação tributária (mais de R$ 62 milhões repassados
aos municípios), a realização de tais investimentos tem produzido efeitos positivos
aos usuários rapidamente, o que certamente beneficiou o Requerente:

(i) Comparando as taxas do ano de 2015 com o ano de 2014, houve uma
redução de óbitos na proporção de 40%;
(ii) Comparando as taxas do ano de 2015 com o ano de 2014, houve uma
redução de acidentes na proporção de 15%;
(iii) Comparando as taxas do ano de 2016 com o ano de 2015, houve uma
redução de acidentes na proporção de 9%.

92. Desse modo, demonstrada a inexistência de vexame ou dor


psicológica que tenha alguma relação com a conduta ou atividade da Requerida,
deve ser julgado improcedente o pedido de condenação em danos morais.

REQUERIMENTOS

93. Ante o exposto, requer seja revogada a tutela antecipada concedida


pela decisão datada de 19 de setembro de 2017, nos termos do art. 296 do CPC,
visto que ausentes os requisitos autorizadores (art. 300, CPC).

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94. Requer seja declarada a incompetência da Justiça Estadual, bem como
a inadmissibilidade do procedimento do juizados especiais, extinguindo-se o
processo nos termos do art. 3º da Lei 9.099/95.

95. Requer seja o processo extinto, sem julgamento de mérito, tendo em


vista a ilegitimidade do autor para pedir aplicação de sanções decorrentes de
contrato do qual não figurou como parte (CPC, art. 17).

96. No mérito, requer-se sejam julgados improcedentes os pedidos


formulados, tendo em vista que (a) o autor não tem direito a isenção de tarifa de
pedágio; (b) eventual atraso no cronograma original de obras não gera dano moral a
usuário de rodovia.

97. Requer, por fim, sejam todas as publicações, citações e


intimações realizadas exclusivamente em nome de MARCELO PACHECO
MACHADO, OAB.ES 13.527, e OSLY DA SILVA FERREIRA NETO,
OAB.ES 13.449.

Pede deferimento.
Vitória (ES), 19 de setembro de 2017.

MARCELO PACHECO MACHADO


OAB.ES 13.527

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