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O Inferno Somos Nós Ou São Os Outros?
O Inferno Somos Nós Ou São Os Outros?
acompanhar toda a nossa vida. Entre muitos outros, é claro, mas que se
revestem de particular relevância: o Bem e o Mal (por oposição obrigatória, a
que todas as conceptualizações estão sujeitas).
Até hoje conhecemos várias propostas de abordagem conceptual, entre
as quais se distinguem as mais marketizadas e enraizadas na nossa civilização,
como: as religiosas, morais, éticas, filosóficas, poéticas e/ou as mais subjetivas:
egoístas, altruístas, circunstanciais (tentativas de objectivação), narcísicas,
teorizações colectivas e grupais - baseadas em efeitos de 'bem maior', 'benefício
comum', 'bem estar social', 'deontologia humanitária' a uma escala
civilizacional e evolucionista, etc…
Mas, tal como Siddartha disse ao Buda Gotama: que apesar de estimar a
sua filosofia de vida, teria ele próprio, partindo do mesmo ventre humano, de
encontrar a sua ética existencial, também eu senti necessidade de encontrar o
meu entendimento à cerca destes conceitos (fundamentado no de muitos outros,
vivos e que já viveram) e é isso que proponho a cada um. O mesmo que a mim
mesmo… por não ser capaz de melhor, nem de pior e considerar essa a
perspectiva mais honesta, pelo menos!
Assim, hoje acredito que quase todo o Mal tem que ver com a Indiferença e
todo ele tem como base alguma indiferença (ainda que, por vezes seja relativa e
direcionada ao próprio e às suas necessidades, nas maldades que cada um
inflige a si mesmo, direta ou indiretamente).
No reverso da medalha, o Bem tem as suas origens na capacidade de nos
colocarmos 'na posição do Outro', de não lhe sermos indiferentes! Acredito
que, assim sendo, para praticar o bem, o sujeito não pode ser indiferente a si
próprio, pois só ao ser auto-consciente, ao ser capaz de se dar conta de si
mesmo possibilitará dar-se conta dos outros. Aí terá de escolher fazê-lo, ou
não. O que eu acredito que dependerá muito da extensão em que cada um
considera os outros merecedores de tal atenção, estando este critério
dependente da história pessoal de cada um e da medida em que considera ter
sido prejudicado ou encorajado pelos ‘Outros’, na medida em que considera
que os outros o viabilizaram ou inviabilizaram e portanto se são viabilizantes
ou inviabilizantes, sujeitos merecedores de estima ou ódio, amor ou amargura,
simpatia ou agressividade… numa escala que se tenta a afigurar recíproca.