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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

MARYA EDWARDA SOUZA LAPENDA


HABERMAS E A TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA

VII. Política Deliberativa - Um conceito procedimental de democracia

Críticas às teorias empiristas da democracia

Para Habermas, a relação entre poder e direito adquire relevância através dos
pressupostos pragmáticos teoricamente inevitáveis que acompanham a instauração
legítima do direito e da institucionalização da prática de pessoas privadas. As teorias
empiristas do poder não ignoram a impregnação normativa do poder político, mas
reduzem-o ao poder social. O poder social se expressa na imposição de interesses
superiores, que podem ser defendidos de forma mais ou menos racional. O poder
político seria uma forma de poder social abstrato e duradouro, que permite
intervenções no poder administrativo.

Habermas aponta, portanto, a inconsistência das teorias empiristas da democracia, que


exclui do conceito de poder político sua vinculação com o direito legítimo, e reduz o
poder político ao poder social. O poder político seria, portanto, uma forma de poder
social positivo e estável que permite conquistar o poder administrativo, através do
acesso a cargos públicos. Habermas se confronta, especificamente, com a posição de
Werner Becker (1982), que afirma que os participantes do processo democrático -
elites e cidadãos - devem aceitar participar do jogo, mesmo sabendo que as decisões
democráticas são resultado de decisões contingentes e não justificáveis.

Para Becker, o poder estatal se legitima por meio da estabilidade e da aceitação/adesão


voluntária ou tolerância dos cidadãos. As razões dessa adesão são subjetivas e não são
objetivamente fundamentadas. Portanto, uma ditadura pode ser considerada legítima,
pois as razões que levam à aceitação por parte dos cidadãos não é justificada
racionalmente. A teoria da democracia de Becker explicita os conceitos a partir das
regras das eleições universais e igualitárias, da concorrência entre partidos e do
domínio da maioria. Não existe uma justificativa normativa para o arranjo
democrático, mas empírica, enfatizando que corresponde ao interesse de todos, elites,
partidos e cidadãos, se ater às regras do jogo de uma democracia de massas.
Becker enfatiza, primeiro, o fato da democracia se basear no voto universal, na
vontade da maioria e na moderna compreensão de liberdade. Nessa concepção, os
homens possuem igual valor dentro do sistema político, com suas específicas vontades
individuais. Ao invés de uma origem transcendental da validade dos mandamentos,
passa a haver uma validade que se ancora na própria vontade dos sujeitos. É o
chamado “subjetivismo ético”.

A isso corresponde um positivismo em relação ao Direito: só é juridicamente válido o


que um legislador político determina. No entanto, quando os participantes da
democracia querem opinar e participar do processo, eles tendem a apelar para os
direitos humanos suprapositivos e para a norma segundo a qual só é válido aquilo que
todos na democracia querem. Becker acredita que essas fugas racionalistas - de querer
justificar racionalmente as normas estabelecidas - desvia da contingência/incerteza das
normas que se consideram válidas. Becker foge de um racionalismo, da argumentação,
ao passo que Habermas defende que todos necessitam de uma explicação racional para
aquilo que está sendo decidido e imposto.

Becker acredita que as pessoas aceitam a regra da maioria por medo de uma guerra
civil, caso a maioria não seja respeitada. Existe um acordo do não-uso da violência e
um medo dele se romper. Em relação à garantia de que a maioria não será tirânica em
relação à minoria, Becker argumenta que a alternância de poder - método pelo qual
funciona a democracia - garante que as regras do jogo sejam respeitadas. A minoria
deseja um dia ser maioria, e a maioria teme ser minoria.

“"Todavia, as considerações de bom senso e os argumentos que cada uma das partes
coloca na sua perspectiva pressupõe tacitamente o reconhecimento mútuo das bases
normativas, as quais justificam a imparcialidade do próprio processo, na medida em
que explicam por que certos resultados, que surgiram conforme as exigências do
processo, podem ser considerados equitativos." (HABERMAS, ano, p. 17)

“"Nisso se reflete a autocontradição performativa da teoria empírica da democracia,


enunciada pelo próprio autor no subtítulo: os pressupostos da "decisão pela
democracia", proposta pelo livro, não permitem que ela seja entendida como uma
decisão fundamentada racionalmente. Ora, se se trata de uma simples decisão, somos
levados a perguntar com que tipos de texto o leitor está lidando. Tudo leva a crer que
se trata de uma teoria filosófica destinada a explicitar e justificar as regras da
democracia liberal. Porém, uma análise mais acurada da teoria do autor leva a concluir
que ela não passa de uma ‘propaganda ideológica (elaborada) para a compreensão do
Estado de direito do liberalismo’" (HABERMAS, ano, p. 18)
Teoria do Discurso

Não satisfeito com a compreensão empirista da democracia, Habermas


argumenta que devemos recorrer aos modelos de democracia que possuem um
conteúdo normativo.

“Na perspectiva liberal, o processo democrático se realiza exclusivamente na forma de


compromissos de interesses. E as regras da formação do compromisso, que devem
assegurar a equidade dos resultados, e que passam pelo direito igual e geral ao voto,
pela composição representativa das corporações parlamentares, pelo modo de decisão,
pela ordem dos negócios, etc., são fundamentadas, em última instância, nos direitos
fundamentais liberais. Ao passo que a interpretação republicana vê a formação
democrática da vontade realizando-se na forma de um auto-entendimento
ético-político, onde o conteúdo da deliberação deve ter o respaldo de um consenso
entre os sujeitos privados, e ser exercitado pelas vias culturais; essa pré compreensão
socialmente integradora pode renovar-se através da recordação ritualizada do ato de
fundação da república.” (HABERMAS, ano, p. 19)

A teoria do discurso assimila elementos de ambos os lados. Nessa linha, a razão


prática passa dos direitos humanos universais ou da eticidade para as regras do
discurso e as formas de argumentação, que extraem seu conteúdo normativo da base
de validade do agir orientado pelo entendimento, da estruturação da comunicação
linguística e da ordem insubstituível da socialização comunicativa. A teoria do
discurso coloca no centro o processo político da formação da opinião e da vontade,
sem entender a constituição do Estado de direito como algo secundário (nisso, ela se
aproxima do republicanismo por um lado, e do modelo liberal por outro lado). Na
teoria do discurso, o desabrochar da política deliberativa depende da
institucionalização dos processos deliberativos e pressupostos comunicacionais,
depende do processo de procedimentalização da soberania popular e da ligação do
sistema político às redes periféricas da esfera pública política.

“A teoria do discurso conta com a intersubjetividade de processos de entendimento,


situada num nível superior, os quais se realizam através de procedimentos
democráticos ou na rede comunicacional de esferas públicas políticas. Essas
comunicações destituídas de sujeito - que acontecem dentro e fora do complexo
parlamentar e de suas corporações - formam arenas nas quais pode acontecer uma
formação mais ou menos racional da opinião e da vontade acerca de matérias
relevantes para toda a sociedade e necessitadas de regulamentação.” (HABERMAS,
ano, p. 22)
VIII. O papel da sociedade civil e da esfera pública política

A esfera pública política é uma estrutura comunicacional enraizada no mundo da vida


através da sociedade civil. “Na perspectiva de uma teoria da democracia, a esfera
pública tem que reforçar a pressão exercida pelos problemas, ou seja, ela não pode
limitar-se a percebê-los e a identificá-los, devendo, além disso, tematiza-los,
problematizá-los e dramatiza-los de modo convincente e eficaz, a ponto de serem
assumidos e elaborados pelo complexo parlamentar” (HABERMAS, 1997, p. 91)

A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada para a comunicação de
conteúdos, tomadas de posição e opiniões; nela, os fluxos comunicacionais são
filtrados e sintetizados, a ponto de se condensar em opiniões públicas enfeixadas em
temas específicos. A esfera pública não se especializa em nenhuma direção, mas
promove o diálogo entre campos de saber especializados e o público leigo.

Generalização:

“As estruturas comunicacionais assim generalizadas comprimem-se em conteúdos e


tomadas de posição desacopladas dos contextos densos das interações simples de
determinadas pessoas e de obrigações relevantes para a decisão” (HABERMAS, 1997,
p. 93).

“De outro lado, a generalização do contexto, a inclusão, o anonimato crescente, etc.,


exigem um grau maior de explicação e a renúncia a linguagens de especialistas ou a
códigos especiais” (HABERMAS, 1997, p. 93)

Opinião pública:

“Na esfera pública, as manifestações são escolhidas de acordo com temas e tomadas
de posição pró ou contra; as informações e argumentos são elaborados na forma de
opiniões focalizadas” (HABERMAS, 1997, p. 94).

“Uma opinião pública não é um agregado de opiniões individuais pesquisadas uma a


uma ou manifestadas privadamente; por isso, ela não pode ser confundida com
resultados da pesquisa de opinião. A pesquisa de opinião política pode fornecer um
certo reflexo da ‘opinião pública’, se o levantamento for precedido por uma formação
de opinião através de temas específicos num espaço público mobilizado”
(HABERMAS, 1997, p. 94).

Para a formação de uma opinião pública:

“Porém, as regras de uma prática comunicacional, seguida em comum, têm um


significado muito amor para a estruturação de uma opinião pública. O assentimento a
temas e contribuições só se forma como resultado de uma controvérsia mais ou
menos ampla, na qual propostas, informações e argumentos podem ser elaborados
de forma mais ou menos racional.”

“Por isso, o sucesso da comunicação pública não se mede per se pela “produção de
generalidade”, e sim, por critérios formais do surgimento de uma opinião pública
qualificada”.

A opinião pública é aquela que exerce influência.

Autoridade do público:

“A partir do momento em que o espaço público se estende para além do contexto das
interações simples, entra em cena uma diferenciação que distingue entre
organizadores, oradores e ouvintes, entre arena e galeria, entre palco e espaço
reservado ao público espectador. Os papéis de ator, que se multiplicam e se
profissionalizam cada vez mais através da complexidade organizacional, e o alcance
da mídia, têm diferentes chances de influência. Porém, a influência política que os
atores obtêm sobre a comunicação pública, tem que apoiar-se, em última instância,
na ressonância ou, mais precisamente, no assentimento de um público de leigos
que possui os mesmos direitos. O público dos sujeitos privados tem que ser
convencido através de contribuições compreensíveis e interessantes sobre temas que
eles sentem como relevantes. O público possui esta autoridade, uma vez que é
constitutivo para a estrutura interna da esfera pública, na qual atores podem aparecer”
(HABERMAS, 1997, p. 96).

Esfera privada x pública:

“O limiar entre esfera privada e esfera pública não é definido através de temas ou
relações fixas, porém através de condições de comunicação modificadas. Estas
modificam certamente o acesso, assegurando, de um lado, a intimidade e, de outro, a
publicidade, porém, elas não isolam simplesmente a esfera privada da esfera pública,
pois canalizam o fluxo de temas de uma esfera para a outra” (HABERMAS, 1997, p.
98). As esferas privadas são atingidas, pois, por problemas sociais que nascem nas
esferas públicas.

O conceito de sociedade civil

A sociedade civil não se confunde com a sociedade burguesa de Hegel, esfera do


trabalho social e das trocas de mercado. O seu núcleo é formado por associações e
organizações livres, não estatais e não econômicas, as quais ancoram as estruturas de
comunicação da esfera pública.

Conceito:

“A sociedade civil compõe-se de movimentos, organizações e associações, os quais


captam os ecos dos problemas sociais que ressoam nas esferas privadas,
condensam-nos e os transmitem, a seguir, para a esfera pública política.”
(HABERMAS, 1997, p. 99)

A sociedade civil está apoiada em direitos fundamentais, sendo característica de sua


estrutura social: a liberdade de reunião e opinião, direito de fundar sociedades e
associações, representação de interesses diversos da sociedade, além da liberdade de
imprensa.

Autonomia e liberdade:

“Finalmente, as associações só podem afirmar sua autonomia e conservar sua


espontaneidade na medida em que puderem apoiar-se num pluralismo de formas de
vida, sub culturas e credos religiosos. A proteção da ‘privacidade’ através de direitos
fundamentais serve à incolumidade de domínios vitais privados; direitos da
personalidade, liberdades de crença e de consciência, liberalidade, sigilo da
correspondência e do telefone, inviolabilidade da residência, bem como a proteção da
família, caracterizam uma zona inviolável da integridade pessoal e da formação do
juízo e da consciência autônoma” (HABERMAS, 1997, p. 101)

Privacidade:

“O nexo estreito entre cidadania autônoma e esfera privada intacta revela-se


claramente quando a comparamos com sociedades totalitárias onde existe o socialismo
de estado. Nelas, um estado pan-óptico controla diretamente a base privada dessa
esfera pública. Intervenções administrativas e supervisão constante desintegram a
estrutura comunicativa do dia-a-dia na família, na escola, na comuna e na vizinhança”
(HABERMAS, 1997, p. 101). Nesse contexto, a racionalidade comunicativa é
destruída, tanto nos contextos públicos de entendimento, como nos privados.

Habermas reforça o caráter auto-referencial da prática comunicacional da


sociedade civil. Enquanto alguns querem apenas se utilizar dos foros existentes,
outros não só querem participar da discussão e promover mudanças na esfera pública,
mas preservar a estrutura da esfera pública política que permite a livre
associação e manifestação de todos. Eles assumem uma postura ao mesmo tempo
“ofensiva” e “defensiva”.

Defesa da esfera pública crítica:

“‘Através de uma ofensiva’, eles tentam lançar temas de relevância para toda a
sociedade, definir problemas, trazer contribuições para a solução de problemas,
acrescentar novas informações, interpretar valores de modo diferente, mobilizar bons
argumentos, denunciar argumentos ruins, a fim de produzir uma atmosfera consensual,
capaz de modificar os parâmetros legais de formação da vontade política e exercer
pressão sobre os parlamentos, tribunais e governos em benefício de certas políticas.
Ao passo que, ‘defensivamente’, eles tentam preservar certas estruturas da
associação e da esfera pública, produzir contra-esferas públicas subculturais e
contra-instituições, solidificar identidades coletivas e ganhar novos espaços na forma
de direitos mais amplos e instituições reformadas” (HABERMAS, 1997, p. 103).

Habermas enfatiza a posição de Cohen e Arato sobre a autolimitação da sociedade


civil: ela possui uma margem de ação muito limitada para as formas não
institucionalizadas de movimento e expressão da política:

1) Na esfera pública liberal, os atores não podem exercer poder político,


apenas influência. E sua influência tem que abranger as deliberações de
instituições democráticas da formação da vontade, assumindo uma forma
autorizada.
2) Os sujeitos participam mais indiretamente, fazendo com que se abandone às
aspirações de uma sociedade auto-organizada, base das ideias marxistas da
revolução social. O poder comunicativo, por si só, não gera formas de vida
emancipadas, mas influencia nos processos institucionalizados de decisão.
Barreiras e estruturas no interior da esfera pública

Habermas defende que a sociedade civil pode, em certas circunstâncias, ter opiniões
públicas próprias, capazes de influenciar o complexo parlamentar, obrigando o
sistema político a modificar o rumo do poder. Mas, a comunicação dominada pelo
poder deixa a sociologia da comunicação de massas cética quanto às
possibilidades oferecidas pelas esferas públicas das democracias ocidentais.

“Movimentos sociais, iniciativas de sujeitos privados e de foros civis, uniões políticas


e outras associações, numa palavra, os agrupamentos da sociedade civil, são sensíveis
aos problemas, porém os sinais que emitem e os impulsos que fornecem são, em
geral, muito fracos para despertar a curto prazo processos de aprendizagem no
sistema político ou para reorientar processos de decisão” (HABERMAS, 1997, p.
107).

A esfera pública pode ser episódica, da presença organizada ou abstrata (mídia). Se


diferencia pela sua complexidade organizacional e seu alcance. No interior da esfera
pública geral, as fronteiras não são rígidas. Os direitos à inclusão e à igualdade
ilimitada impedem mecanismos de exclusão. Nos séculos XIX e XX, movimentos
sociais criticaram os discursos universalistas da esfera pública burguesa, que não estão
imunes das críticas oriundas dela mesma.

“Ora, quanto mais o público for unido através dos meios de comunicação de massa, e
incluir todos os membros de uma sociedade nacional ou até todos os contemporâneos,
o que o transformaria numa figura abstrata, tanto mais nítida será a diferenciação entre
os papéis dos atores que se apresentam nas arenas e dos espectadores que se
encontram na galeria” (HABERMAS, 1997, p. 108).

“[...] os processos públicos de comunicação são tanto mais isentos de distorções


quanto mais estiverem entregues a uma sociedade civil oriunda do mundo da vida” p.
108.

Entre os atores da esfera pública, estão aqueles que surgem do próprio público, sem
poder organizacional, e aqueles que possuem naturalmente poder de organização
(partidos estatizados e organizações de interesses com poder social). Além disso, um
terceiro grupo é formado por jornalistas e repórteres.
“Os produtores da informação impõem-se na esfera pública através de seu
profissionalismo, qualidade técnica e apresentação pessoal. Ao passo que os atores
coletivos, que operam fora do sistema político ou fora das organizações sociais e
associações, têm normalmente menos chances de influenciar conteúdos e tomadas de
posição dos grandes meios” (HABERMAS, 1997, p. 110).

“Isso vale especialmente para opiniões que extrapolam o leque de opiniões da grande
mídia eletrônica, ‘equilibrada’, pouco flexível e limitada centristicamente”
(HABERMAS, 1997, p. 110)

Sensacionalismo:

“Antes de serem postas no ar, tais mensagens são submetidas a estratégias de


elaboração da informação, as quais se orientam pelas condições de recepção ditadas
pelos técnicos em publicidade e dado que a disposição de recepção, capacidade
cognitiva e atenção do público constituem uma fonte extremamente escassa, que é
alvo dos programas concorrentes de várias ‘emissoras’, a apresentação de notícias e
comentários segue conselhos e receitas dos especialistas em propaganda. A
personalização das questões objetivas, a mistura entre informação e
entretenimento, a elaboração episódica e a fragmentação de contextos formam uma
síndrome que promove a despolitização da comunicação pública” (HABERMAS,
1997, p. 110).

“O código profissional dos jornalistas e a autocompreensão ética da corporação, de


um lado, bem como a organização de uma imprensa livre, de outro lado, tornam tais
princípios como orientação. Eles expressam uma ideia reguladora bastante simples,
que coincide com o conceito de política deliberativa, a saber: os meios de massa
devem situar-se como mandatários de um público esclarecido, capaz de aprender e de
criticar; devem preservar sua independência frente a atores políticos e sociais,
imitando nisso a justiça; devem aceitar imparcialmente as preocupações e sugestões
do público, obrigando o processo político a se legitimar à luz desses temas”
(HABERMAS, 1997, p. 112)

“Quando tomamos consciência da imagem difusa da esfera pública veiculada pela


sociologia da comunicação de massa, que aparece submetida ao poder e à dominação
dos meios de comunicação de massa, cresce nosso ceticismo em relação às chances de
a sociedade civil vir a exercer influência sobre o sistema político. Todavia, tal
avaliação vale somente para uma esfera pública em repouso. Pois, a partir do
momento em que acontece uma mobilização, as estruturas sobre as quais se apóia a
autoridade de um público que toma posição começam a vibrar. E as relações de forças
entre a sociedade civil e o sistema político devem sofrer modificações” (HABERMAS
1997, p. 113).

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