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Para Habermas, a relação entre poder e direito adquire relevância através dos
pressupostos pragmáticos teoricamente inevitáveis que acompanham a instauração
legítima do direito e da institucionalização da prática de pessoas privadas. As teorias
empiristas do poder não ignoram a impregnação normativa do poder político, mas
reduzem-o ao poder social. O poder social se expressa na imposição de interesses
superiores, que podem ser defendidos de forma mais ou menos racional. O poder
político seria uma forma de poder social abstrato e duradouro, que permite
intervenções no poder administrativo.
Becker acredita que as pessoas aceitam a regra da maioria por medo de uma guerra
civil, caso a maioria não seja respeitada. Existe um acordo do não-uso da violência e
um medo dele se romper. Em relação à garantia de que a maioria não será tirânica em
relação à minoria, Becker argumenta que a alternância de poder - método pelo qual
funciona a democracia - garante que as regras do jogo sejam respeitadas. A minoria
deseja um dia ser maioria, e a maioria teme ser minoria.
“"Todavia, as considerações de bom senso e os argumentos que cada uma das partes
coloca na sua perspectiva pressupõe tacitamente o reconhecimento mútuo das bases
normativas, as quais justificam a imparcialidade do próprio processo, na medida em
que explicam por que certos resultados, que surgiram conforme as exigências do
processo, podem ser considerados equitativos." (HABERMAS, ano, p. 17)
A esfera pública pode ser descrita como uma rede adequada para a comunicação de
conteúdos, tomadas de posição e opiniões; nela, os fluxos comunicacionais são
filtrados e sintetizados, a ponto de se condensar em opiniões públicas enfeixadas em
temas específicos. A esfera pública não se especializa em nenhuma direção, mas
promove o diálogo entre campos de saber especializados e o público leigo.
Generalização:
Opinião pública:
“Na esfera pública, as manifestações são escolhidas de acordo com temas e tomadas
de posição pró ou contra; as informações e argumentos são elaborados na forma de
opiniões focalizadas” (HABERMAS, 1997, p. 94).
“Por isso, o sucesso da comunicação pública não se mede per se pela “produção de
generalidade”, e sim, por critérios formais do surgimento de uma opinião pública
qualificada”.
Autoridade do público:
“A partir do momento em que o espaço público se estende para além do contexto das
interações simples, entra em cena uma diferenciação que distingue entre
organizadores, oradores e ouvintes, entre arena e galeria, entre palco e espaço
reservado ao público espectador. Os papéis de ator, que se multiplicam e se
profissionalizam cada vez mais através da complexidade organizacional, e o alcance
da mídia, têm diferentes chances de influência. Porém, a influência política que os
atores obtêm sobre a comunicação pública, tem que apoiar-se, em última instância,
na ressonância ou, mais precisamente, no assentimento de um público de leigos
que possui os mesmos direitos. O público dos sujeitos privados tem que ser
convencido através de contribuições compreensíveis e interessantes sobre temas que
eles sentem como relevantes. O público possui esta autoridade, uma vez que é
constitutivo para a estrutura interna da esfera pública, na qual atores podem aparecer”
(HABERMAS, 1997, p. 96).
“O limiar entre esfera privada e esfera pública não é definido através de temas ou
relações fixas, porém através de condições de comunicação modificadas. Estas
modificam certamente o acesso, assegurando, de um lado, a intimidade e, de outro, a
publicidade, porém, elas não isolam simplesmente a esfera privada da esfera pública,
pois canalizam o fluxo de temas de uma esfera para a outra” (HABERMAS, 1997, p.
98). As esferas privadas são atingidas, pois, por problemas sociais que nascem nas
esferas públicas.
Conceito:
Autonomia e liberdade:
Privacidade:
“‘Através de uma ofensiva’, eles tentam lançar temas de relevância para toda a
sociedade, definir problemas, trazer contribuições para a solução de problemas,
acrescentar novas informações, interpretar valores de modo diferente, mobilizar bons
argumentos, denunciar argumentos ruins, a fim de produzir uma atmosfera consensual,
capaz de modificar os parâmetros legais de formação da vontade política e exercer
pressão sobre os parlamentos, tribunais e governos em benefício de certas políticas.
Ao passo que, ‘defensivamente’, eles tentam preservar certas estruturas da
associação e da esfera pública, produzir contra-esferas públicas subculturais e
contra-instituições, solidificar identidades coletivas e ganhar novos espaços na forma
de direitos mais amplos e instituições reformadas” (HABERMAS, 1997, p. 103).
Habermas defende que a sociedade civil pode, em certas circunstâncias, ter opiniões
públicas próprias, capazes de influenciar o complexo parlamentar, obrigando o
sistema político a modificar o rumo do poder. Mas, a comunicação dominada pelo
poder deixa a sociologia da comunicação de massas cética quanto às
possibilidades oferecidas pelas esferas públicas das democracias ocidentais.
“Ora, quanto mais o público for unido através dos meios de comunicação de massa, e
incluir todos os membros de uma sociedade nacional ou até todos os contemporâneos,
o que o transformaria numa figura abstrata, tanto mais nítida será a diferenciação entre
os papéis dos atores que se apresentam nas arenas e dos espectadores que se
encontram na galeria” (HABERMAS, 1997, p. 108).
Entre os atores da esfera pública, estão aqueles que surgem do próprio público, sem
poder organizacional, e aqueles que possuem naturalmente poder de organização
(partidos estatizados e organizações de interesses com poder social). Além disso, um
terceiro grupo é formado por jornalistas e repórteres.
“Os produtores da informação impõem-se na esfera pública através de seu
profissionalismo, qualidade técnica e apresentação pessoal. Ao passo que os atores
coletivos, que operam fora do sistema político ou fora das organizações sociais e
associações, têm normalmente menos chances de influenciar conteúdos e tomadas de
posição dos grandes meios” (HABERMAS, 1997, p. 110).
“Isso vale especialmente para opiniões que extrapolam o leque de opiniões da grande
mídia eletrônica, ‘equilibrada’, pouco flexível e limitada centristicamente”
(HABERMAS, 1997, p. 110)
Sensacionalismo: