De facto, numa perspetiva subjetiva pessoana, alguns
heróis de Mensagem são retratados como “sonhadores” e “loucos”, assumindo um valor simbólico determinante para o que o poeta considera fundamental para a construção do futuro.
Em “Brasão”, destacam-se Ulisses associado à coragem e à
capacidade guerreira, bem como a apetência para as viagens marítimas da qual resultou a fundação de Lisboa; Viriato representativo da raça / da força do instinto de defesa do território e da resiliência; D. Dinis, capaz de antever o futuro como lavrador visionário e como símbolo da cultura e D. Sebastião personificando o desejo de grandeza e a “loucura” de não se contentar com a “certeza”. Já em “Mar Português”, surge o Infante, personificando o sonho de alargamento do Império dos mares. Pessoa defende que aquilo que os moveu, as suas posições e crenças, é o que deve ser recuperado. Apela a que outros se inspirem no seu heroísmo, o retomem, prosseguindo com a sua capacidade sonhadora e a sua “loucura”.
Assim, em Mensagem valoriza-se a faceta mítica dos