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prática
psicanalítica
Prof. Ms. Carlos Souza
Trabalho psicanalítico
1ª Fase: (1895-1897):
Recordar → Ab-reagir: Essa dinâmica se orientava através da
técnica da hipnose.
Kátharsis: “purificar”, “purgar” “evacuar”.
2ª Fase: (1900-):
Divisão do trabalho:
2ª Fase: (1900-1939):
Atividade interpretativa:
“A pintura, diz Leonardo, trabalha per via di porre [pondo]; ela aplica pequeninos
montes de cores onde não os havia, na tela em branco; já a escultura procede per via
di levare [tirando], ela retira da pedra tudo o que cobre a superfície da estátua nela
contida. De modo bem semelhante, meus senhores, a técnica sugestiva procura atuar
per via de porre, não se interessa por origem, força e significado dos sintomas
patológicos, e sim acrescenta algo, a sugestão, da qual espera que seja forte o
bastante para impedir que a ideia patogênica adquira expressão” (FREUD, 1905, pág.
336-337).
Interpretação
Interpretação: per via di levare – Diz respeito àquilo que se faz com um elemento
do material, com uma associação, lapso...;
(Re)Construção: per via de porre – Diz respeito aquilo que podemos apresentar,
conjecturar, ao analisando como um pedaço de sua pré-história esquecida, cindida
de seu mundo psíquico consciente, ajudando o paciente à formular um cenário, um
quadro, do seu mundo interno ou de suas experiências emocionais.
* F R E U D, S. C o n s t r u ç õ e s n a a n á l i s e ( 1 9 3 7 ) . E m : O b ra s c o m p l e t a s , vo l . 1 9 . Tra d u ç ã o : Pa u l o C . d e S o u z a . – S ã o
Pa u l o, C i a d a s L e t ra s , 2 0 1 8 .
Interpretação
Atividade interpretativa:
ANALISTA: “Imagino que você tenha ficado bravo com quem lhe mandou tantos e-
mails”
ANALISTA: “Talvez ontem eu lhe disse coisas que você sentiu que eram demais, se
sentiu impotente em processar esses conteúdos, e isso ficou entulhado dentro de
você, fazendo você sentir e fantasias que teve a sua mente quebrada por mim”
ANALISTA: “Aconteceu algo semelhante quando você era criança, quando a sua
mãe gritava com você daquele jeito insuportável. Isso lhe criou tantos problema
que agora com os chefes qualquer sinal de crítica ou desaprovação é sentido por
você como algo paralisante”
Vamos imaginar a seguinte situação, o paciente diz:
PACIENTE: “Hoje na estrada foi terrível, havia um caminhão que estava
grudado atrás de mim e me aterrorizava ficando tão próximo”.
ANALISTA: “Esta é uma experiência terrível, como naquele filme antigo que
passava na sessão da tarde”
ANALISTA: “E para você, seria impossível dirigir mais rápido?”
ANALISTA: “Acho que você pode estar querendo me dizer que eu preciso ir
mais devagar com você”
ANALISTA: “Creio que na última sessão você possa ter sentido que
interpretei demais, e as minhas palavras foram experimentadas como um
caminhão”
ANALISTA: “Há uma parte sua que na ausência da análise o persegue, e
você não sabe como subtrair-se dessa perseguição”
Recordar, repetir, repetir, repetir,
repetir... Elaborar.
Podemos pensar essa situação como uma repetição de uma atitude passiva. Isto é,
o paciente repete com o analista uma postura que tem na vida cotidiana. Em uma
situação que se espera atividade, o paciente se coloca num modo passivo. O que
então, o outro, o objeto, o analista, pode representar para ele naquela situação?
Recordar, repetir, repetir, repetir,
repetir... Elaborar.
*FREUD, S. Recordar, repetir e elaborar (1914). Em: Obras completas, vol. 10. Tradução:
Paulo C. de Souza. – São Paulo, Cia das Letras, 2010.
Recordar, repetir, repetir, repetir,
repetir... Elaborar.