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Ministério da Educação
INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA
CATUMBELA
UNIDADE V - OS BANCOS
Assim, o sistema financeiro desempenha um papel bastante importante e cada vez mais
crescente nas nossas economias, condicionando os níveis de crescimento económico e de bem-estar.
O sistema financeiro engloba a obtenção de recursos e a sua aplicação. Designamos por actividade
financeiras o conjunto de actividades de obtenção e aplicação de recursos na economia.
A moeda
Os instrumentos financeiros
Os mercados financeiros
As instituições financeiras
As autoridades de regulação e supervisão
O financiamento das empresas pode ser dividido da seguinte forma, tendo em conta a sua
origem:
Vantagens:
Desvantagens:
Existe uma diversidade de fontes de financiamento externo usualmente apresentada pela banca
angolana para as empresas como é o caso:
- MPME Crédito Bonificado que foi criada para facilitar o financiamento das
PME em investimentos de imobilizado corpóreo ou para o reforço do fundo de
maneio. Pretendendo contribuir para o alargamento do tecido empresarial
Angolano, permite o aumento da oferta da produção nacional, estimula e
fortalece o espírito de empreendedorismo.
As fontes de financiamento podem ser internas e/ou externas, cabendo a empresa escolher
aquela que melhor satisfaz os interesses da empresa, por esta via faz todo o sentido analisar as
fontes de financiamento tendo em conta os diferentes estágios de vida de uma empresa, pois que as
necessidades de financiamento vão mudando ao desse ciclo.
Esta importância é tão grande que o empresário, muitas das vezes, encontra aí a solução para
poder atingir seus objectivos e maximizar o valor da empresa, embora o recurso aos capitais alheios
seja oneroso servindo também como forma de minimizar o risco, que pode resultar da própria
exigência de planos de negócios bastantes exequíveis.
Corresponde ao período em que duram os financimentos. E, estes prazos podem ser curto, médio e
longo.
O financiamento a curto prazo consiste em obrigações que devem vencer dentro de um ano ou
menos. É necessário para cobrir uma grande parcela dos activos correntes da empresa, tais como
caixa, titulos negociáveis, dívidas a receber e estoque.
Quando se utiliza o financiamento a curto prazo, o custo deste crédito tende a ser menor do que se
fosse a longo prazo. A empresa passa a incorrer um risco maior também, já que o prazo para a
liquidação da dívida é reduzido, podendo comprometer a sua liquidez.
Crédito comercial
Representa a maior fonte de fundos de curto prazo da empresa, sendo uma fonte de
financiamento comum a quase todas as empresas.
Linhas de crédito
Linhas de crédito é um acordo entre um banco comercial e uma empresa, que determina o
montante de empréstimo a curto prazo à disposição da empresa no banco. Esse acordo
normalmente é feito por um período de um ano. Sua maior vantagem, do ponto de vista do
banco, é que ela elimina a necessidade de examinar a situação de crédito de um cliente, toda
vez que ele pedir dinheiro emprestado. Para um tomador obter uma linha de crédito, ele
precisa fazer uma solicitação formal, que deverá exigir dentre outros documentos as
Demonstrações Financeiras recentes.
Adiantamento de clientes
Através de adiantamentos de clientes, uma empresa poderá obter fundos a curto prazo, ou
seja, os clientes podem pagar por tudo ou parte do que eles pretendem comprar antes de
receber as mercadorias. Nos casos em que um ítem grande e dispendioso estiver sendo
produzido por encomenda, o cliente poderá fazer um adiantamento para financiar parte dos
custos de produção.
No processo de intermediação financeira para operação de crédito, uma Instituição Financeira pode
actuar, simultaneamente como sujeito activo e sujeito passivo.
Crédito Aplica
Tomador de Instituições Poupador
recursos Financeiras (Aplicador)
Resgate Resgate
Produtos de renda fixa – caracterizadas por terem sua forma de remuneração previamente
definida. Isso não quer dizer que os rendimentos serão predifinidos, dado que eles podem ser
pré ou pós-fixados, ou seja, atrelado a algum indexador, taxa de juros ou mesmo ao câmbio
(taxa de valorização do dólar ou euro, por exemplo). Mesmo nos títulos prefixados, somente
o rendimento nominal é conhecido, dado que seu desempenho real dependerá do
desempenho dos custos de oportunidades dos aplicadores no período da aplicação.
A taxa média diária dos CDIs representa quanto os bancos pagam para captar
recursos de outros bancos. Por isso, é utilizada como referencial para avaliar a
rentabilidade de instrumentos financeiros de renda fixa. Também é utilizada como
indexador da rentabilidade em alguns instrumentos financeiros.
As IFs fazem o repasse dos recursos captados dos agentes económicos superavitários (que
tem sobra de recursos disponíveis) aos agentes económicos deficitários (que necessitam de
recursos).
Crédito pessoal – um crédito a médio prazo para aquisição de bens ou serviços que
não se enquadrem no crédito automóvel ou habitação. Prazo de reembolso superior
ao prático nas modalidades de crédito ao consumo. O montante é até ao limite da
capacidade de endividamento do cliente. Prazo até meses e a taxa de reforço até 35%
do salário-base mensal auferido pelo cliente.
Crédito renova – um crédito que permite transferir para o BAI, os seus créditos de
outras instituições financeiras bancárias. Oferta exclusiva a clientes do segmento
particulares com rendimentos mensais superiores a 250.000 kz, sem registo de
incumprimento de crédito na CIRC durante os últimos quatro anos.
O Mercado financeiro também pode ser entendido como conjunto de instituições e de instrumentos
destinados a oferecer alternativas de aplicação e de captação de recursos financeiros. Basicamente,
é o mercado destinado ao fluxo financeiro entre poupadores e tomadores. Desta forma, optimiza a
utilização de recursos financeiros e cria condições de liquidez e de administração de riscos.
Prever liquidez às unidades económicas – bancos que captam e emitem depósitos à vista
ou depósitos em contam corrente devem ser capazes de oferecer liquidez imediata a seus
A classificação do mercado financeiro, em função das características que evidenciam, obedece aos
seguintes critérios:
1.º Critério: Quanto à natureza das operações desenvolvidas, o mercado financeiro subdivide-se
em:
Mercado monetário
Mercado de crédito
Mercado de capitais
Mercado cambial
1
Um banco inglês ofereceu aos soviéticos a possibilidade de efectuar seus depósitos em Londres, não na moeda local (a
libra esterlina), mas em dólares americanos. O banco inglês, por sua vez, depositava os activos soviéticos em bancos
estado-unidenses e tornava-se, dessa forma, o proprietário dos dólares junto àquele banco. Não havia, assim, o risco de
esses dólares serem retidos, pois pertenciam ao banco inglês e não aos soviéticos. Este foi o ponto de partida do
eurodólar. Na realidade, embora escrituralmente os activos estejam localizados no eurobanco, todo montante em
eurodólares está depositado em bancos estado-unidenses e jamais deixa o país. Quando há uma transferência de uma
conta em eurodólares para outra conta do mesmo eurobanco, os valores permanecem intocados na conta (em um banco
Elab.: Prof. Rafael Alembe 16
Mercado de Crédito – mercado caracterizado por operações de curto e médio prazo, onde
as empresas buscam recursos para o financiamento de capital circulante e onde as famílias
obtêm recursos para a aquisição de bens de consumo duradouros (automóveis,
eletrodomésticos, etc.).
Mercado Primário
É aquele onde as emissões de activos são realizadas, como por exemplo quando uma
empresa de capital fechado resolve abrir seu capital e lança acções ou emite
debêntures para financiar novos investimentos. É igualmente o mercado da emissão
de valores mobiliário, ou seja, é o mercado onde são feitas novas emissões de títulos
(Artigo 3.º Lei dos Valores Mobiliários). Os valores mobiliários são emitidos por
entidades públicas e privados, respeitando legislação em vigor.
norte-americano) do eurobanco em questão. Se há uma transferência entre eurobancos, na prática o que ocorre é a
migração do depósito da conta do eurobanco. A para a conta do eurobanco B (ambas no sistema bancário dos EUA).
Elab.: Prof. Rafael Alembe 17
A entidade emissora de valores mobiliários deve informar a CMC, a bolsa e ao
público sempre que há ocorrência de factos relevantes relativos à companhia.
Os valores mobiliários podem ser subscritos por oferta pública e privada. A oferta
pública consiste na oferta dos valores mobiliários ao público em geral ou a um
número determinado deste, através de comercialização pública. Considera-se
igualmente oferta pública a emissão de acções por uma sociedade aberta cuja
subscrição é reservada aos accionistas. Considera-se que a oferta é privada quando
se trata de uma emissão de obrigações que é colocada de forma privada junto de
investidores institucionais.(Bartardo, 2011, p.27).
Acções – são títulos representativos do capital social de uma sociedade anónima com
um rendimento incerto (dividendo), segundo Bartardo (2011, p. 77). O adquirente as
acções tem o direito de participar e votar em assembleia geral da sociedade. Quanto
ao tipo, as acções podem ser ordinárias ou preferenciais. Para Bartardo (2011, p. 78),
estas últimas diferem das primeiras pelo facto de não darem direito ao voto, e muitas
vezes o recebimento de dividendos é em função dos resultados da sociedade, tendo
direito apenas ao dividendo preferencial.
a oferta pública de obrigações está sujeita ao disposto na LVM. Com isso, o contrato
de emissão celebrado pela emissora e o representante das obrigações, bem como os
futuros obrigacionistas, deve ser limitado a escritura pública e registado na CMC; ao
que esta irá regular as características das emissões de obrigações, e os termos do
contrato (Art.º. 51 - LVM).
Nos termos do Decreto n.º 51/03, por Decreto executivo do Ministério das Finanças,
são definidos o valor nominal da OT, as taxas de juros de cupão e o prazo de resgate,
não sendo este superior a 30 anos. No dia 15 de cada mês, ou quando este não seja
útil no dia útil seguinte são pagáveis semestralmente os juros de cupão; sendo que o
resgate é feito ao par, acrescidos dos juros do último cupão no dia 15 de cada mês, ou
quando este não seja útil no dia útil seguinte. Com efeito, consideram-se fungíveis os
títulos com as mesmas taxas de juro e datas de resgate.
No que toca aos Bilhetes de Tesouro (BT), o Decreto 52/03 diz que os prazos de
resgate são de 28, 63, 91, 182 e 364 dias. O Ministro das Finanças, mediante
Despacho, fixa o montante máximo em circulação, ponderando o montante em
circulação em 31 de Dezembro do ano anterior e o limite máximo de financiamento
interno inscrito na Lei do Orçamento do Estado. São colocados no mercado primário
pelo seu valor facial descontado do montante correspondente aos juros, sendo que o
resgate é feito pelo valor nominal na data de vencimento. Os juros de cada emissão
são contabilizados na respectiva data de vencimento, quando esta ocorre dentro do
Mercado Secundário
Desta forma, neste mercado ocorrem as vendas e compras dos títulos adquiridos no
mercado primário. Assim, as transacções podem ser feitas de duas formas: no
mercado de bolsa e em balcão.
Crédito
Este acordo é estabelecido entre o banco e o cliente por meio da celebração de um contrato de
crédito que estabelece, entre outros aspectos, o prazo, o modo de reembolso do empréstimo e os
encargos associados.
As despesas são custos suportados pelas instituições, perante terceiros, por conta dos
clientes (por exemplo, imposto de selo).
Os seguros de vida ou outros podem ser exigidos pelas instituições como garantia do
crédito.
Taxa de juros é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no fim de um período financeiro e o
capital aplicado. Ou seja, que é uma variável positiva (> 0) de proporcionalidade entre o capital e o
juro, para cada período de capitalização, habitualmente expressa na forma percentual.
. ,
Taxa de juros → , ao m s
. . ,
Observação:
Taxa percentual: quando representar os juros de 100 (cem) unidades de capital durante o
período financeiro a que se refere;
Taxa unitária: quando representar, nas mesmas condições, os juros de uma unidade de
capital.
15% = = 0,15
Há no entanto, diversos tipos de taxas de juros, com significados claramente diferentes, como:
Nem sempre o chamado período de referência da taxa de juro (período de tempo a que se refere a
taxa de juro: um ano, um mês, etc.) coincide com o período de capitalização. Ou seja, podemos ter
um regime de capitalização semestral e a taxa que serve de base de cálculo ser uma taxa anual. Para
podermos calcular o valor dos juros e/ou do capital acumulado ao longo dos vários períodos de
capitalização, necessitamos converter a taxa de juro anual na correspondente taxa de juro semestral.
Este cálculo pode ser realizado essencialmente por dois processos, em função do tipo de taxa de
juro que estamos a utilizar:
Taxa de juro efectiva: Esta taxa está de acordo com as regras de ouro da matemática
financeira e pressupõe que há lugar ao pagamento de juros, correspondente ao regime de
capitalização de juros compostos. Ou seja, o juro que vai ser gerado ao longo de, por
exemplo, um ano, é independente de o período de capitalização e o período de referência da
taxa juros serem alterados para um mês ou um semestre. O capital acumulado no final do
ano vai ser o mesmo.
Por exemplo, se tivermos uma taxa de juro efectiva anual e um processo de capitalização
mensal, teremos:
A fórmula geral de cálculo de taxas equivalentes a taxas efectivas com outro período de
referência é a seguinte:
ix = (1 + iy) x/y – 1
Se por exemplo a taxa de juro for de 10% anual efectiva e quisermos calcular a taxa de juro
semestral equivalente, seria:
Se por exemplo a taxa de juro for de 5% semestral efectiva e quisermos calcular a taxa de
juro anual equivalente, seria:
Taxa de juro nominal: a conversão do período de referência das taxas de juro nominais faz-
se pela regra da proporcionalidade: a uma taxa de juro anual nominal de 12% correspondem
uma taxa semestral de 6%, uma taxa trimestral de 3%, uma taxa mensal de 1%, uma taxa
bianual de 24%, assim sucessivamente.
A fórmula geral de cálculo de taxas equivalentes a taxas nominais com outro período de
referência é a seguinte:
ix = ( ) * iy
em que x e y são os períodos de referência das duas taxas de juro, que devem ser expressos
na mesma base temporal (dias, meses, anos, etc.).
Ao contrário da taxa efectiva, este tipo de taxa de juro não gera o mesmo capital acumulado
se for alterado o seu período de referência e capitalização. Por isso tem a designação de
nominal, com o sentido de ser apenas “aparente”. Pagar ou receber, por exemplo . Kz
de juros todos os trimestres ou receber 4.000 Kz de juros no final do ano não é o mesmo. Ao
recebermos parte do capital mais cedo podemos reinvesti-lo e receber o juro correspondente
no final do ano.
Pelo que foi atrás exposto, conclui-se que, se tivermos a necessidade de fazer a conversão do
período de referência de uma taxa de juro, é imprescindível saber se esta é efectiva ou
nominal, dado que o respectivo processo de conversão é diferente.
Elab.: Prof. Rafael Alembe 25
Em termos de matemática financeira, só a taxa efectiva é que respeita as suas três regras
básicas. O facto de a taxa ser efectiva ou nominal pode ser importante em termos dos custos
ou benefícios reais das operações financeiras, como sejam a contracção de um empréstimo
ou a realização de um depósito bancário.
Em suma, duas ou mais taxas de juros são proporcionais quando os seus valores e os períodos a
que elas se referem estão na mesma razão.
meses
Assim, 20% ao ano e 5% ao trimestre são taxas proporcionais, pois =
meses
E, duas ou mais taxas de juros são equivalentes quando ao serem aplicadas a um mesmo principal,
durante um mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo montante.
Exemplo: Seja calcular o montante de uma aplicação de Kz 5.000.000,00 pelo prazo de 6 meses,
utilizando as taxas proporcionais 20% a.a. e 5% a.t., respectivamente.
a) M . . ( , x →
b) M . . ( , x →
Preço do crédito
O preço do crédito é o preço pelo qual se empresta dinheiro. É definido pelas taxas directoras
porque estas determinam o custo dos financiamentos de capital.
As taxas directoras ou de referências do Banco Central, nas economias modernas são o instrumento
mais importante do sistema económico. Alterações nas taxas directoras têm influência nas taxas de
juro do mercado monetário interbancário, nas taxas de juro de crédito bancário, nas taxas de juro
dos depósitos a prazo e de poupança (Leão, Leão e Lagoa). Por sua vez, estes dois tipos de taxa de
juro são essenciais para a determinação de taxa de juro das obrigações emitidas pelo Estado. Além
disso, fornecem informações sobre a actividade futura do mercado económico e financeiro e ajudam
a determinar a força ou fraqueza da economia.
As taxas de juro, afectas aos vários riscos de crédito, devem tender em conformidade com as
situações socioeconómicas dos países e, como esperado, causam impacto nos preços dos activos
Elab.: Prof. Rafael Alembe 26
financeiros. Se a situação verificada é de inflação controlada, as decisões de política monetária
podem ser tomadas no sentido de se reduzirem as taxas de juro até níveis que estejam em
conformidade com o crescimento da economia.
A mudança na taxa de juro tem implicações muito sérias para a economia porque afecta uma grande
variedade de decisões, desde as despesas diárias dos consumidores até decisões críticas de
investimentos que afectam a estrutura económica de determinado país. Consequentemente, a taxa de
juro desempenha um papel chave nos custos de todos os sectores da economia.
É importante notar que há estreitas relações entre a taxa de juro e as variações económicas chave
como: a inflação, o desemprego, a taxa de câmbio, os fluxos de capitais, a estrutura da balança
de pagamento e o nível da dívida externa e interna.
Em país com dívida pública alta (por exemplo, Angola) o impacto da alta taxa de juro se ligará
directamente ao aumento da dívida pública e afectará severamente a capacidade do Governo para
financiar seus projectos de investimento e cumprimento de seus programas económicos e sociais.
Em uma economia aberta com mercados mundiais altamente integrados, qualquer mudança na taxa
de juro poderia produzir movimentos nos fluxos de capital estrangeiro de importantes volumes que
poderiam complicar a condução da política macroeconómica e gerar instabilidade económica.
As decisões da política monetária consistem em alterações das taxas directoras decididas pelo
Banco Central. Quando este decide aumentar taxas directoras esse facto levará a um aumento das
taxas do mercado monetário interbancário, das taxas de juro de crédito bancário, das taxas dos
bilhetes de tesouro. Consequentemente, o aumento dessas taxas terá efeitos sobre o mercado
acionista.
Num cenário de taxas de juro mais altas as vendas das empresas são prejudicadas, na medida em
que existirá uma menor procura ao crédito bancário e, como tal, uma menor procura de bem. Noutro
sentido, os juros mais altos irão reflectir-se em maiores custos financeiros para as empresas.
As taxas de juro são mais elevadas para prazos mais longos do que para prazos mais curtos. Esse
facto está relacionado com a retribuição a dar ao investidor por este disponibilizar fundos por
prazos mais longos e para cobrir o aumento de risco de crédito.
A combinação destas duas situações leva uma diminuição dos resultados das empresas, que por sua
vez levará a uma diminuição dos dividendos esperados, tornando as acções menos atractivas. Por
Elab.: Prof. Rafael Alembe 27
outro lado, alguns investidores poderão optar por vender as suas acções e investir noutro tipo de
aplicações. A menor procura de acções e o aumento da oferta levará a uma queda do valor das
acções.
As taxas de juro mais baixas possibilitam aos agentes económicos maior acesso ao crédito e,
consequentemente gera um aumento do consumo. Esse aumento da procura pode pressionar os
preços caso os agentes económicos não estejam preparados para acréscimos do consumo. Por outro
lado, com uma estratégia assente na subida da taxa de juro, os bancos centrais desincentivam o
consumo e limitam os riscos ascendentes para a estabilidade dos preços.
A título de exemplo, é a notícia do BNA (Banco Nacional de Angola), que “reduz taxa de
juros de referência para incentivar concessão de crédito”, segundo Jornal de Angola, tal
redução cifrou-se na ordem de 1,5%, saindo de 19,5% para 18%. Disse José Lima Massano,
governador do BNA, “esta decisão fundamenta-se na redução da inflação observada ao
longo de 2022 e das pressões inflacionistas, bem como no alinhamento das condições
monetárias com o objectivo da inflação de médio e longo prazo, ou seja, esta redução
deveu-se por causa da recuperação gradual da economia nacional”.
Portanto, na óptica do investimento, taxas de juro baixas, reduzem a atractividade dos tradicionais
produtos financeiros sem risco – designados por depósitos a prazo – promovendo um excesso de
liquidez nos mercados financeiros. Deste modo, existe uma maior propensão para a viabilização de
investimentos que tenha retorno maior que o pago pelos bancos. Se a taxa sobe, ocorre o inverso.