No início dos anos oitenta, na Universidade de Harvard, o psicólogo Howard
Gardner concluiu, através de suas pesquisas, que a inteligência humana é composta por oito peças, todas com o mesmo valor e importância.
Antes dessa descoberta, a principal teoria que tratava da inteligência era a de
Alfred Binet, o teste de inteligência que media o quociente de inteligência (QI). Howard Gardner questionou essa visão tradicional da inteligência, acreditava que testes de lápis e papel não seriam capazes de medir a inteligência de um indivíduo. Para elaborar a Teoria das Inteligências Múltiplas, o psicólogo observou, em diversas culturas, o estilo de vida das pessoas. Com isso, ele percebeu que a inteligência é em conjunto de diversas habilidades para resolver problemas e produzir resultados e que, os problemas ou resultados, podem variar desde teorias científicas à composições musicais.
Para Gardner todos nascem com as oito inteligências mas, ao decorrer do
crescimento, através de estímulos, são desenvolvidas em diferentes níveis de aptidões. A cultura, logo, é essencial para compreender esse processo.
Inteligências múltiplas de Gardner
● Inteligência linguística: manifesta-se através da habilidade com o uso da
linguagem em suas diversas formas, apresentando facilidade em convencer, contar histórias, relatar fatos com precisão ou transmitir idéias. Entre as pessoas com inteligência linguística avançada podemos citar advogados, escritores e poetas.
● Inteligência lógico-matemática: trata-se da habilidade para lidar com séries de
raciocínios, analisar e resolver problemas com lógica, a sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. Matemáticos e cientistas são exemplos de indivíduos que exploram essa inteligência. ● Inteligência musical: habilidade na composição e apreciação de padrões musicais. Sensibilidade para ritmos, timbres, produção e reprodução de músicas, inserindo, nesse campo, os músicos e compositores. Está, também, muito associada à inteligência linguística.
● Inteligência espacial: capacidade de observar o mundo e os objetos em
diferentes perspectivas. Habilidade de criar imagens mentais, desenhar e identificar detalhes. Com essa inteligência desenvolvida, destacam-se pintores, fotógrafos, designers, publicitários e arquitetos.
● Inteligência físico-cinestésica: potencial para resolver problemas utilizando o
próprio corpo com a ajuda da coordenação grossa ou fina. Nessa inteligência enquadram-se cirurgiões, artesãos, dançarinos e atletas.
● Inteligência interpessoal: capacidade de entender o próximo, compreendendo
suas intenções, desejos, humores e temperamento. A inteligência interpessoal aprimora a capacidade de empatia. Vendedores, professores, psicoterapeutas, líderes religiosos e políticos precisam ter uma Inteligência interpessoal aguda.
● Inteligência intrapessoal: refere-se ao autoconhecimento. As pessoas que se
destacam nesse tipo de inteligência são capazes de acessar seus sentimentos e refletir sobre eles.
● Inteligência naturalista: está relacionada, obviamente, com questões
envolvendo a natureza, como espécies, animais e vegetais ou fenômenos relacionados ao clima, geografia ou fenômenos naturais. Manifesta-se em pessoas que têm facilidade para entender os processos biológicos.
Papel da escola
Cabe à escola, na figura do educador, oferecer atividades que estimulem as
múltiplas inteligências de seus alunos. Gardner chama a atenção para o fato de que as escolas declaram preparar seus alunos para a vida, no entanto, a vida certamente não se limita a raciocínios verbais e lógicos. A mente humana é dotada de múltiplos componentes e deve ser estimulada tanto em casa, quanto em sala de aula, por isso, é necessário repensar os objetivos e métodos educacionais. A educação, também, deveria valorizar as diferenças humanas para cada estilo de aprendizagem, garantindo o crescimento do potencial intelectual particular da pessoa.