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As representações de diferentes grupos sociais sobre a mídia

A mídia, por ser um importante veículo de transmissão de comunicação, possui


grande influência sobre seus consumidores, de maneira que é atuante na formulação e
legitimação de opiniões, hábitos, costumes e consumo da sociedade. A partir de tal
consideração, nota-se que a forma como a mídia cria e transmite seu conteúdo é importante
para a sociedade.

Uma das problemáticas que envolve a mídia, é a representação de certos grupos socias
nesta. As relações sociais de classe, gênero, orientação sexual, raça, etnia e nacionalidades
criam grupos, que podem ser dominantes ou minoritários. Tanto os grupos dominantes quanto
os minoritários, são representados, porém, nota-se que muitas vezes grupos sociais
minoritários são representados de maneira estigmatizada, folclórica, exótica, ou ainda,
erótica.

Ao longo dos anos, as imagens de grupos minoritários, foram apresentadas ao público,


pelos meios de comunicação de massa, de forma distorcida e estereotipada, reforçando assim
a opressão e marginalização sobre estes. A identidade social desses grupos, foi produzida e
disseminada sem a consideração da política de identidade, que defende a singularidade
cultural dos grupos sociais. Exemplo disso, é a ideia disseminada em novelas, durante muito
tempo, de que pessoas negras deveriam ocupar posições subalternas, ou a suposição de que
estas teriam baixo nível de instrução.

Essa construção de imagens de grupos minoritários, que se concretizam nos espaços


midiáticos, é fruto da presença de grupos sociais dominantes, que atuam ativamente no setor.
Por exemplo, a representação da classe trabalhadora é comum nas novelas, porém, como a
produção de TV, é dominada por profissionais da classe média, a imagem construída reflete a
visão da classe média sobre a vida da classe trabalhadora. As consequências diretas de tais
imposições, é a distribuição de prestígio, oportunidades de emprego, de participação na vida
pública, entre outros âmbitos sociais, tipificados para cada grupo social.

O combate à estigmatização de grupos sociais, ou ainda à sua sub representação, é a


representatividade, que opera de maneira que haja identificação de uma pessoa com outra.
Segundo Woodward (2017), é por intermédio das representações que damos razão à nossa
experiência, a respeito do que somos e do que poderemos nos tornar. Por exemplo, as
promoções de marketing, as novelas, e outras produções midiáticas, são capazes de construir
novas identidades, que passam a ser aceitas, adaptadas e replicadas para a realidade.
Pesquisas recentes apontam que os veículos midiáticos têm se preocupado cada vez
mais com a representatividade dos diversos grupos. Exemplos interessantes no Brasil, são
como as novelas têm redistribuído papéis de destaque para pessoas com deficiências, negras,
LGBT’s, entre outros grupos marginalizados, representando apenas pessoas comuns e não
figuras estereotipadas.

Por fim, conclui-se que, a sub-representação de grupos sociais na mídia, não é a causa
da discriminação ou exclusão, porém, reitera perspectivas negativas sobre os grupos sociais e,
dessa forma, alimenta o problema.

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