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GROSS, L. Out of the Mainstream: Sexual Minorities and the Mass Media.
Journal of Homosexuality, New York: v. 21, n. 1-2, p. 19-46, 1991.
O texto escrito em 1991, em seu tempo, aborda como lgbts foram tratados pela
mídia até aquele momento. Bem como, a relação do audiovisual, trazendo
algumas reflexões que podem ser usadas em tópicos como influencia da
mídia antes dos anos 90, invisibilidade, heteronormatividade, estereótipos
e queerbaiting (lembrar de voltar nesse texto novamente)
Em outras palavras, isso quer dizer que o que é representado nas telas, muitas
vezes é do interesse daqueles dos detentores reais do poder sendo eles os
únicos eventualmente que ganham essa visibilidade, enquanto camadas baixas
sociais continuam invisíveis, e muitas dessas representações acabam indo
para mídia de acordo com a perspectiva destas classes dominantes.
Nesse momento, Gross (1991) levanta uma questão sobre até que ponto temos
nocção do que é ficcional, quando assistimos alguém sendo baleado não
chamamos a policia, mas até onde vai essa descrença do ficcional? Muitos dos
nossos conhecimentos reais derivam do que foi consumido de narrativas
ficcionais – aqui há um perigo onde a representação de minorias
marginalizadas podem acabar sendo ainda mais marginalizadas, ou sofrerem
uma gama de estereótipos.
“As minorias sexuais não são, é claro, únicas a esse respeito (cf. que coloca o
mainstream “objetivamente equilibrado” claramente à direita do centro. Jesse
Helms pode ser eleito e reeleito para o Senado e pode embarcar em uma
campanha pública para assumir a CBS; seu número oposto à esquerda, quem
quer que seja, não poderia reivindicar ou receber esse grau de visibilidade,
poder e legitimidade. Grosso, 1984). No entanto, lésbicas e gays são
extraordinariamente vulneráveis ao poder da mídia de massa; ainda mais do
que negros, minorias nacionais e mulheres. De todos os grupos sociais (exceto
talvez os comunistas), provavelmente somos os menos autorizados a falar por
nós mesmos na mídia de massa. Somos também o único grupo (mais uma vez,
exceto os comunistas e, atualmente, os “terroristasTM” árabes) cujos inimigos
são geralmente desinibidos pelo consenso de “bom gosto” que protege a
maioria das minorias das demonstrações mais públicas de fanatismo.”(P.26)
Mas não há apenas estereótipos, isso quando são visíveis na mídia, nesse
momento havendo uma representatividade mínima, aparecem como vilões ou
vitimas da ridiculariação reforçando mais anda estereótipos, antes da década
de 90 isso era muito comum, ou o personagem gay cometia suicídio, morria de
forma trágica ou também acabava passando pelo processo de “cura” ficando
com alguém do sexo oposto. Nesse momento era comum diretores evocarem
mensagens que essas obras não eram sobre sexualidade ou ser gay e sim
sobre outras mensagens como solidão, mentiras e insanidade, mas
coincidentemente sendo algo recorrente apenas a personagens gays
reforçando que não merecemos um final feliz
“O movimento de libertação gay surgiu no final dos anos 1960 nos Estados
Unidos, impulsionado pelos exemplos dos movimentos negro, anti-guerra e
feminista. Consequentemente, a atenção da mídia aos gays e às questões
gays aumentou no início dos anos 1970, em grande parte positiva (pelo menos
em comparação com as descrições e discussões heterossexistas anteriores e
contínuas), culminando (no sentido de maior atenção da mídia - no pré- -era
AIDS) em 1973, com a decisão da Associação Psiquiátrica Americana de
excluir a homossexualidade de sua lista “'oficial'' de doenças mentais.” (P.28)
“As regras do jogo da mídia de massa têm um duplo impacto sobre os gays:
não apenas nos mostram como fracos e tolos, ou maus e corruptos, mas
também excluem e negam a existência de lésbicas e gays normais, comuns e
excepcionais. homens. Dificilmente mostrados na mídia são apenas
personagens gays, usados em papéis que não se centram em seu desvio como
uma ameaça à ordem moral que deve ser combatido por meio do ridículo ou da
violência física. O drama televisivo em particular reflete o uso deliberado de
estratégias de elenco clichês que impedem tais inovações ousadas.” (P.30)