Você está na página 1de 22

INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

CAMPUS SANTO AUGUSTO


SETOR DE ASSESSORIA PEDAGÓGICA

Estratégias
pedagógicas para
usar nas aulas

Org. Marcia Maria Brisch Schneider


Caro(a) Docente!

As estratégias pedagógicas podem ser definidas como a arte de aplicar ou


explorar os meios e condições favoráveis e disponíveis, visando atingir objetivos
específicos. O trabalho docente não trata apenas de um conteúdo, mas de um
processo que envolve um conjunto de pessoas na construção de saberes.
Assim, a escolha das estratégias deve levar em consideração o conhecimento do
aluno, seu modo de ser, de agir, de estar, além de sua dinâmica pessoal. Até porque
todo conteúdo possui em sua lógica interna uma forma que lhe é própria e que
precisa ser captada e apropriada para sua efetiva compreensão. E para essa forma
de assimilação, que obedece à lógica interna do conteúdo, utilizam-se os processos
mentais ou as operações do pensamento.
As estratégias visam atingir objetivos.E portanto, há que ter clareza sobre aonde
se pretende chegar naquele momento com o processo de ensino aprendizagem.
Por isso, os objetivos que o norteiam devem estar claros, tanto para professores
quanto para estudantes.
Assim o professor precisa ser um verdadeiro estrategista – ainda mais diante de
tanta coisa que compete a atenção dos alunos na aula, como por exemplo os
smartphones. E por isso se usa o termo estratégia, no sentido de estudar,
selecionar, organizar e propor as melhores ferramentas facilitadoras para que os
estudantes se apropriem do conhecimento.
Entre os docentes, existe uma rotina de trabalho (por n motivos) com uma
predominância em exposição do conteúdo em aulas expositivas ou palestras, uma
estratégia funcional para a passagem de informação Essa rotina reforça uma ação
de transmissão de conteúdos prontos, acabados e determinados. E geralmente foi
assim que vivenciamos todo o processo escolar como alunos.
Além disso, a atual configuração curricular e a organização disciplinar (em matriz),
predominantemente conceitual, tem a palestra como a principal forma de trabalho.
E os próprios alunos esperam do professor a contínua exposição dos assuntos que
serão aprendidos. Sair do habitual envolve sair da zona de conforto, e enfrentar
vários desafios para atuar de forma diferente. Como por exemplo, lidar com dúvidas,
críticas, resultados incertos, respostas incompletas e perguntas inesperadas (às
vezes complexas, às vezes incompreensíveis para o professor).
Além disso, novas estratégias também exigem uma modificação na dinâmica da
aula. O que inclui a organização espacial, com o rompimento da antiga disciplina
estabelecida. E ainda resta a incerteza quanto aos resultados.
Afinal, quando damos aula expositiva nos garantimos em relação ao tempo/
conteúdo com maior propriedade. Mas “dar conta” do conteúdo programado não é
garantia de ensino ou de aprendizagem, não é mesmo? Assistir aulas nulas como se
assiste a um programa de TV e dar aulas nulas como se faz uma palestra não é mais
suficiente.
E é pensando nisso que o SAP do IFFAR – Campus Santo Augusto apresenta
estratégias metodológicas para você dar aquele upgrade na sua aula.
Índice

Estratégias Pedagógicas..............................................................................04
Estratégia pedagógica 1: Aula expositiva dialogada.............................05
Estratégia pedagógica 2: Phillips 66.........................................................06
Estratégia pedagógica 3: Tempestade de ideias (Brainstorming).....07
Estratégia pedagógica 4: Mapa conceitual..............................................08
Estratégia pedagógica 5 : Estudo dirigido...............................................09
Estratégia pedagógica 6: Resolução de problemas..............................10
Estratégia pedagógica 7: Estudo de caso................................................11
Estratégia pedagógica 8: Júri simulado....................................................12
Estratégia pedagógica 9: Fórum................................................................13
Estratégia pedagógica 10: Ensino com pesquisa..................................14
Estratégia pedagógica 11:Trabalho em grupo.......................................15
Estratégias pedagógica 12: Empregando novas tecnologias.............16
Estratégia pedagógica 12.1: Metodologia ativa.....................................17
Estratégia pedagógica 12.2: Steam...........................................................18
Estratégia pedagógica 12.4: Movimento maker.....................................19
Estratégia pedagógica 12.5: Design Thinking.........................................20
Estratégia pedagógica 12.6: Gameterapia Pedagógica........................21
Para saber mais..............................................................................................22
04

Estratégias pedagógicas

As estratégias pedagógicas podem ser definidas


como a arte de aplicar ou explorar os meios e
condições favoráveis e disponíveis, visando atingir
objetivos específicos.
O trabalho docente não trata apenas de um
conteúdo, mas de um processo que envolve um
conjunto de pessoas na construção de saberes.
Assim, a escolha das estratégias deve levar em
consideração o conhecimento do aluno, seu
modo de ser, de agir, de estar, além de sua
dinâmica pessoal.

Até porque todo conteúdo possui em sua


lógica interna uma forma que lhe é própria e que
precisa ser captada e apropriada para sua efetiva
compreensão.
E para essa forma de assimilação, que obedece
à lógica interna do conteúdo, utilizam-se os
processos mentais ou as operações do
pensamento.

05

Aula expositiva dialogada


O que é?
É a exposição do conteúdo com a participação ativa dos
estudantes.
Ou seja, o conhecimento prévio deve ser considerado e
pode ser tomado como ponto de partida.
O professor leva os alunos questionarem, interpretarem
e discutirem o objeto de estudo, a partir do
reconhecimento e confronto com a realidade.
Deve favorecer a análise crítica resultando na produção
de novos conhecimentos.
E propõe a superação da passividade e imobilidade
intelectual dos alunos.

O que mobiliza?
Esse tipo de estratégia mobiliza nos alunos a
coleta e organização de dados, interpretação,
raciocínio crítico, comparação e capacidade de
síntese.

Como funciona
O docente contextualiza o tema de modo a mobilizar as estruturas mentais do aluno para
operar com informações que este traz (conhecimento prévio), articulando essas com as que
serão apresentadas.
A exposição, que deve ser bem preparada.
E requer a participação dos alunos como por exemplo, ao solicitar exemplos e buscar o
estabelecimento de conexões entre a experiência vivencial dos participantes, o objeto
estudado e o todo da disciplina.
É importante ouvir o estudante!
Busque identificar sua realidade e seus conhecimentos prévios, que podem mediar a
compreensão crítica do assunto e problematizar essa participação.
O forte dessa estratégia é o dialógo, com espaço para questionamentos, críticas e solução
de dúvidas.
É imprescindível que o grupo discuta e reflita sobre o que está sendo tratado, a fim de que
uma síntese integradora seja elaborada por todos.

Como avaliar os resultados?


A avaliação pode ser feita pela observação da participação dos
estudantes contribuindo na exposição.
Como por exemplo perguntando, respondendo, acompanhando a
compreensão e a análise dos conceitos apresentados e
construídos.
Além disso, é possível usar diferentes formas de obtenção da
síntese pretendida na aula.
Como por exemplo, forma escrita, oral, pela entrega de perguntas,
esquemas, portfólio, sínteses variadas, complementação de dados no
mapa conceitual e outras atividades complementares a serem
efetivadas em continuidade pelos estudantes.

06

Phillips 66

O que é?
Essa estratégia é uma atividade em grupo em que são
feitas análises e discussões sobre temas/problemas do
contexto dos alunos.
Pode também ser útil para obtenção de informação
rápida sobre interesses, problemas, sugestões e
perguntas.

O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam nos alunos
habilidades de interpretação, análise,
levantamento de hipóteses, organização de
dados e explicação.

Como funciona
Os alunos são divididos em grupos de 6 membros.
E durante 6 minutos podem discutir um assunto/tema/problema na busca da proposição de
uma solução provisória.
Também pode ser feita uma síntese com a solução acordada pelo grupo e explicitada aos
demais durante mais 6 minutos.
O professor dá aos alunos suporte para a discussão com um texto de apoio sobre a questão
discutida e estabelece a forma que os resultados serão explicados.

Como avaliar os resultados?


A avaliação dessa estratégia deve ser feita sempre em relação aos
objetivos pretendidos.
Por exemplo, o envolvimento dos membros do grupo; a participação
conforme os papeis estabelecidos; a pertinência das questões/síntese
elaborada em relação ao que foi proposto; e o processo de auto
avaliação dos participante.
Vale ressaltar que toda atividade em grupo precisa de um fechamento
do docente.
O grupo precisa de uma devolutiva sobre o que foi discutido, incluindo
alguma correção caso necessária.
Assim como o desenvolvimento, avanços, desafios e dificuldades
enfrentadas que variam conforme a maturidade e autonomia dos
alunos e devem ser vistos processualmente.
Trabalho em grupo é outra coisa que talvez seus alunos não estejam
habituados e precisam ser guiados para dar resultados.

07

Tempestade de ideias (Brainstorming)

O que é?
Essa estratégia é uma possibilidade de estimular novas
ideias de forma espontânea e natural, deixando
funcionar a imaginação.
Portanto, tudo o que for levantado é considerado.
E, se necessário, pode ser solicitado uma explicação
posterior do aluno para que você, enquanto professor,
consiga direcionar ao assunto foco da discussão.

O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam no aluno a
imaginação e criatividade, a busca de suposições,
e habilidades de classificação.

Como funciona
Ao serem perguntados sobre uma problemática
ou tema, os alunos expressam em palavras ou
frases curtas as ideias que vem a cabeça.
Isso inclui o que o aluno sabe, o que ela acha que
sabe e o que ele associa quando ouve sobre
determinado assunto.
É recomendado registrar e organizar a relação de
ideias espontâneas para que no próximo
momento seja feita a seleção das mesmas, que
serão discutidas conforme critério a ser
combinado (estabelecido pelo professor,
observando o que se pretende trabalhar).

Como avaliar os resultados?


Essa estratégia pode ser avaliada pela observação das habilidades dos estudantes na
apresentação de ideias.
Você pode adotar alguns critérios, como por exemplo, a capacidade criativa, a concisão e a
pertinência.
Também, o desempenho do aluno na descoberta de soluções apropriadas ao problema
proposto.
Vale ressaltar que, por uma questão de tempo, é necessário dar prioridade às ideias que
atendem o que ajuda na discussão que se pretende fazer. Por isso é importante estabelecer
critérios e, apesar disso, ouvir todos.
08

Mapa conceitual
O que é?
É a construção de um diagrama que indica a relação de
conceitos em uma perspectiva bidimensional,
procurando mostrar as relações hierárquicas entre os
conceitos pertinentes a estrutura do conteúdo.

O que mobiliza?
Estratégias deste tipo mobilizam habilidades de
interpretação, classificação, organização de
informações, resumo e raciocínio lógico.

Como funciona
O professor poderá selecionar um conjunto de textos ou de dados, ou ainda, objetos e
informações sobre um tema ou objeto de estudo.
A partir dessa escolha propõe ao aluno identificar os conceitos chave do objeto ou texto
estudado.
Pode ser solicitado ao alunos por exemplo:
Selecionar os conceitos por ordem de importância;
Incluir conceitos e ideias mais específicas;
Estabelecer relação entre os conceitos por meio de linhas e identificá-las com uma ou
mais palavras que explicitem essa relação;
Identificar conceitos e palavras que devem ter um significado ou expressam uma
preposição;
Buscar estabelecer relações horizontais e cruzadas e traça-las.
É legal chamar a atenção dos estudantes para as várias formas de traçar o mapa conceitual.
Outra forma de se utilizar essa estratégia é construir o mapa coletivamente, possibilitando
que o aluno justifique a localização de certos conceitos e verbalize seu entendimento.
A construção coletiva é uma boa opção para ensinar os alunos como fazer um mapa
conceitual.

Como avaliar os resultados?


A avaliação desta estratégia pode ser feita pelo
acompanhamento da construção do mapa
conceitual a partir da definição coletiva dos
critérios de avaliação.
Você pode usar os seguintes critérios de
avaliação: conceitos claros, relação justificada;
riqueza de ideias; criatividade na organização e
representatividade do conteúdo trabalhado.
Uma dica para essa estratégia é o Cmap Tools,
um programa gratuito que facilita muito a
construção e organização de mapas
conceituais.
09

Estudo dirigido

O que é? O que mobiliza?


Essa estratégia é um estudo sob a orientação e Mobiliza habilidades como identificação e
diretividade do professor, visando sanar organização de dados, levantamento de
dificuldades específicas. hipóteses, explicação, argumentação e
É preciso ter claro o objetivo, o roteiro e como é generalização.
preparada a atividade.

Como funciona
Pode ser uma atividade individual ou em grupo.
O docente apresenta o roteiro de estudo com a situação problema para
resolução.
Além disso pode também apresentar as questões que vão ser resolvidas a
partir do material estudado.
É possível fazer discussões sobre o problema abordado para que os alunos
possam expor seus conhecimentos e posicionamentos frente aos assuntos
abordados.

Como avaliar os resultados?


Nesse tipo de estratégia, a avaliação pode
realizada no acompanhamento da produção.
Ou seja, o que o aluno for construindo.
Portanto, você pode avaliar tanto na execução
das atividades propostas no roteiro; nas
questões que formula ao docente; nas revisões
que lhe são solicitadas, quanto na interação e
desempenho no grupo em que pertence.
Uma avaliação diagnóstica, em que se
acompanha todo o processo, é o mais indicado
para estratégias grupais e atividades longas.
10

Resolução de problemas

O que é?
É a proposição de um problema, que exige
pensamento reflexivo, crítico e criativo para ser
resolvido a partir de dados fornecidos.
Demanda a aplicação de conhecimento
científico e de argumentos que fomentem sua
explicação.

O que mobiliza?
Mobilizam habilidades como observação,
levantamento de hipóteses, coleta e
organização de dados, interpretação,
explicação e argumentação.

Como funciona
É apresentado ao aluno um problema sem solução óbvia, em que ele tem que
buscar a solução.
O docente precisa orientar os estudantes nas etapas de construção da
explicação do problema.
Como por exemplo, expor as hipóteses, resultados e explicações para que
possa haver o debate de ideias distintas (se houver) sempre conduzindo para o
objetivo pretendido.
Vale ressaltar que, aqui como em outras estratégias, é preciso priorizar – por
uma questão de tempo – hipóteses e explicações que vão de encontro a
solução esperada por você ao problema proposto.

Como avaliar os resultados?


Observação das habilidades dos estudantes na
apresentação de ideias, bem como seu
desempenho na explicação do problema
proposto.
11

Estudo de caso

O que é?
É a análise minuciosa e objetiva de uma situação real que necessita ser investigada e é
desafiadora para os envolvidos.
Pode ser de um ambiente cotidiano do aluno.
Em um roteiro de trabalho fornecido pelo docente deverá estar descrito os aspectos e
categorias que compõem o todo da situação e as categorias mais importantes que devem ser
analisadas.

O que mobiliza?
Estratégias como essa mobilizam
habilidades de análise, interpretação,
pensamento crítico, levantamento de
hipóteses, explicação, resumo.

Como funciona
O docente expõe o caso a ser estudado (distribui e lê o problema com os
estudantes).
Pode ser um caso para cada grupo ou o mesmo caso para todos os grupos.
O grupo analisa o caso expondo seus pontos de vista e os aspectos do
problema que vão ser enfocados (decisão coletiva).
O docente retoma os prontos principais, analisando coletivamente as soluções
propostas.
O grupo discute as soluções, elegendo as melhores conclusões.
O papel do docente é selecionar o material de estudo, apresentar um roteiro de
trabalho, orientar os grupos no decorrer do trabalho e mediar a argumentação
apresentada pelos alunos, que deverão justificar suas preposições mediante ao
conhecimento científico que dispõe.

Como avaliar os resultados?


Você pode avaliar por meio de fichas com critérios a serem considerados.
Como por exemplo aplicação dos conhecimentos (a argumentação explícita aos
conhecimentos produzidos a partir dos conteúdos); relação entre o argumento
do aluno e o problema proposto e riqueza na argumentação (profundidade e
variedade de informações) e capacidade de síntese.
12

Júri simulado

O que é?
É a simulação de um júri em que, a partir de um problema, são apresentados argumentos de
defesa e de acusação.
Leva o grupo a analisar e avaliar um fato proposto com objetividade e realismo e a
dinamização do grupo para estudar profundamente um tema real.

O que mobiliza?
Mobiliza habilidades de interpretação,
comparação, análise, levantamento de
hipótese, argumentação e explicação.

Como funciona
Você propõe aos alunos um problema concreto e objetivo, estudado e conhecido pelos
participantes.
Pode ser uma situação pontual, como por exemplo a construção de uma usina hidrelétrica em
área de reserva.
Ou os impactos ambientais na construção de um novo bairro.
Pode também ser utilizado uma situação real de um problema cotidiano dos alunos.
Assim, um aluno fará o papel de juiz e outro o papel de escrivão.
E os demais componentes da classe serão divididos em quatro grupos: promotoria (de um a
quatro aluno); defesa (com igual número); conselho de sentença (com sete alunos); e o
plenário (com os demais).
A promotoria e a defesa devem ter alguns dias para a preparação dos trabalhos, sob
orientação do docente.
Cada parte terá 15 min para apresentar seus argumentos.
O juiz manterá a ordem dos trabalhos e formulará os quesitos ao conselho de sentença, que
após ouvir os argumentos de ambas as partes, apresenta sua decisão final.
O escrivão tem a função de fazer o relatório dos trabalhos.
O plenário fica encarregado de observar e avaliar o desempenho da promotoria e da defesa.

Como avaliar os resultados?


Você pode fazer uma avaliação formativa ou utilizando fichas de avaliação.
Para isso pode considerar o processo de formulação do debate, a
apresentação (se é concisa, clara e lógica das ideias), além da profundidade dos
argumentos e embasamento de conhecimento científico.
13

Fórum

O que é?
É um tipo de reunião em que todos os
membros do grupo têm a
oportunidade de participar da
discussão de um tema ou problema
determinado pelo docente.
Dessa forma, pode ser utilizado após
um filme, um livro, a leitura de um
artigo científico, problema ou fato –
histórico ou atual -, notícia de jornal,
uma excursão etc.
E todos os membros apresentam
pontos de vista sobre o assunto
abordado.

O que mobiliza?
Mobiliza habilidades como observação, levantamento de
hipóteses, coleta e organização de dados, interpretação,
explicação, argumentação e capacidade de síntese.

Como funciona
O docente explica os objetivos do fórum, delimita o tempo total e o tempo parcial de cada
participante e define funções dos participantes.
O coordenador organiza a participação.
Ou seja, dirige o grupo e seleciona as contribuições dadas para a síntese final.
E, portanto, recomenda-se que esse papel seja feito pelo docente dependendo do público em
que essa estratégia for utilizada.
O grupo de síntese faz as anotações que irão compor o trabalho final.
E no público participante, cada membro do grupo se identifica ao falar e dá sua contribuição,
fazendo considerações e levantando questionamentos.
Ao final um membro do grupo de síntese relata o resumo elaborado coletivamente.

Como avaliar os resultados?


Você pode pedir que os alunos façam uma auto avaliação.
E utilizar critérios pré estabelecidos como por exemplo a participação dos
alunos como debatedores e público; a habilidade de atenção e concentração; a
síntese de ideias apresentadas; os argumentos apresentados e a produção
escrita final.
14

Ensino com pesquisa


O que é?
É a utilização dos princípios do ensino associados aos da pesquisa.
Trabalha com a concepção de conhecimento e ciência em que a dúvida
e a crítica, assim como a construção coletiva do conhecimento, são
elementos fundamentais.

O que mobiliza?
Observação, interpretação, classificação, resumo, analise,
levantamento de hipóteses, decisão, comparação,
planejamento, coleta e organização de dados,
generalizações.

Como funciona
Desafia o estudante como investigador.
Ou seja, diante de uma situação a ser investigada, o aluno cumpre
etapas como em uma pesquisa científica.
O docente norteia os alunos durante o desenvolvimento da
pesquisa que tem como etapas:

Construção do projeto: delimitação do problema a ser


estudado.
Quais conhecimentos se baseiam a introdução? E qual a hipótese
de trabalho?

Metodologia: como os dados serão coletados (ou se serão


fornecidos pelo docente)
Definição de como analisar os dados, teste de hipóteses e análise
dos dados.

Resultados: interpretação e apresentação dos resultados,


discussão argumentando a explicação do problema.

Considerações finais: o que se concluiu? Qual explicação para o


problema investigado.

Como avaliar os resultados?


Você pode avaliar a execução do cronograma, observando e
corrigindo cada uma das etapas da pesquisa.
As pesquisas podem ser apresentadas para a discussão, e
assim a avaliação além de levar em conta o processo de
produção, pode considerar também o produto final. Ou seja,
o trabalho escrito e a argumentação oral das ideias
defendidas pelos alunos.
15

Trabalho em grupo
O que é?
Essa é uma técnica já conhecida, onde os estudantes se reúnem em
grupos para analisar e discutir os conteúdos sugeridos.
Esse tipo de trabalho conduz os alunos à reflexão analítica,
interpretação, consideração de diferentes hipóteses e explicação das
conclusões.

O que mobiliza?
O trabalho em grupo propicia a troca de conhecimento
entre os estudantes, fazendo com que eles enxerguem
os mesmos assuntos a partir de uma nova perspectiva.
Isso contribui para expandir a sua versatilidade,
permitindo que eles aprendam a considerar pontos de
vista diferentes do seu. Além disso, fomenta a divisão de
tarefas, incentiva a comunicação, desenvolve o
sentimento de pertencer a um grupo e,
consequentemente, auxilia na sociabilidade.
Com relação a este último aspecto, o trabalho em grupo
evidencia a importância de ter respeito e empatia pelo
próximo, possibilitando aos estudantes colocarem-se no
lugar do outro; assim, tornando-se mais solícitos e
dispostos a ajudar.

Como funciona
Divida a turma em grupos de 4 a 6 pessoas (um bom número
para que todos manifestem sua opinião) e determine um tempo
para discussão. Em seguida, oriente todos os grupos a
comunicarem suas conclusões para o restante da sala.

Como avaliar os resultados?


A dinâmica do trabalho em grupo serve para
avaliar competências que são esperadas pela
organização que se está aplicando, sua postura,
sua interface com os estudantes que estão
participando. É um modo eficiente para
identificar características como liderança,
trabalho em equipe, proatividade, comunicação
assertiva e autoconhecimento.
16

N ov as
n olo gias
tec

O uso de smartphones e tablets em sala, muitas vezes, prejudica o bom


andamento da aula, não é mesmo? Você já deve estar habituado a dividir a
atenção dos estudantes com os aparelhos eletrônicos.

Mas isso pode ser revertido ao seu favor. O uso das TICs
(Tecnologias de Informação e Comunicação) em sala de aula
também pode ser favorável para a aprendizagem.
Ex: Você pode criar quizzes personalizados online, com
conteúdos relacionados às matérias da sua aula. Existem
plataformas onde você cria questionários online grátis e
pode disponibilizar para os seus alunos em sala.
17

Metodologia ativa

O que é?
O contexto de inovação nas escolas favorece o uso da
metodologia ativa. Ela tenta colocar o aluno mais no
centro do processo de aprendizagem. Afinal, o
estudante que está em sala de aula já tem as
informações à disposição dele.

O que mobiliza?
A metodologia ativa traz o aluno para o centro do processo e torna o
professor um mediador. Além disso, busca a união entre tecnologia e
educação, pois o mundo virtual desempenha um papel importante no
desenvolvimento do estudante, auxiliando com atividades e dinâmicas fora de
sala (games, estudos, exercícios e pesquisas).

Como funciona
O estudante acessa o Google ou o YouTube e assiste a uma aula. Depois, pode ler um
conteúdo para conseguir se informar. Por isso, papel do docente na sala de aula é fazer que a
criança ou adolescente se aproprie das informações coletadas. Ainda, o aluno busca assimilar
o conteúdo de maneira autônoma, enquanto o docente atua como um intermediador, tirando
dúvidas e avaliando o caminho percorrido para adquirir conhecimento.
Outro ponto interessante da metodologia ativa é o compartilhamento do saber entre os
estudantes. Estimulados ao debate, expõem as opiniões em sala, o que aguça o senso crítico.
Assim, o aluno deixa de ser passivo e de ficar apenas ouvindo o professor. Isso é importante
para ele ser mais ativo, contribuindo para a aprendizagem dele e dos colegas.

Como avaliar os resultados?


Assim como num fórum, já visto,
você pode pedir que os alunos
façam uma auto avaliação.
E utilizar critérios pré estabelecidos
como por exemplo a participação
dos alunos como debatedores e
público; a habilidade de atenção e
concentração; a síntese de ideias
apresentadas; os argumentos
apresentados, entre outros.
18

Steam

O que é?
Passou o tempo em que os alunos deveriam permanecer enfileirados em uma
sala de aula, apenas escutando a explicação dos professores. O aprendizado
não deve ser mecânico, por isso, os alunos precisam botar a mão na massa,
resolver problemas e desenvolver sua criatividade.
A abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Art, Mathematics)
propõe essa mudança de paradigma, fazendo com que os alunos testem o que
aprenderam nas aulas. A ideia é unir as cinco áreas do conhecimento para
resolver um problema proposto de forma criativa, inovadora e funcional.

O que mobiliza?
É uma das metodologias de ensino inovadoras que se destaca pelo foco em
integrar o mundo físico com o digital. Dessa forma, são adotadas duas
dinâmicas para o desenvolvimento do aprendizado. Ou seja, existe o foco na
apresentação de conteúdo presencial e, ao mesmo tempo, são feitas
atividades em que a tecnologia contribui para a aquisição de conhecimento.
Esse processo também contempla o que a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) trouxe com relação ao desenvolvimento de competências digitais. A
BNCC veio endossar o princípio e o propósito dos materiais da Happy Code.

Como funciona
Na prática, os alunos devem se dividir em grupos, sendo que cada um deles deve propor uma
solução para um problema predeterminado.
Também faz parte das metodologias de ensino inovadoras a proposta STEAM. Ela prioriza
trabalhar de forma interdisciplinar para que todos os conceitos tenham sentido. Esse método
contribui para o aluno ter uma visão mais rica do que está sendo estudado.
Assim, ele compreende, por exemplo, a necessidade de entender sobre placas tectônicas. Isso
porque receberá informações sobre como esse assunto interfere em outros segmentos
(construção civil, mudança global de clima, agricultura etc.). O STEAM deseja fazer com que o
aluno entenda como o aprendizado não envolve somente as placas tectônicas, mas também a
necessidade de compreender a importância do tema em outras áreas.

Como avaliar os resultados?


Um desafio nesse sentido é que esse trabalho não gera métrica. Afinal, o trabalho da escola é
desenvolver habilidades e competências nos estudantes. Então, o quão competente alguém é
de 0 a 10?
Quando são destacadas competências e habilidades, não é possível mensurá-las. É difícil
conseguir colocar isso no boletim, prática exigida no ambiente escolar e que os pais têm
expectativa. Essa mudança é complicada, pois vai muito além das paredes da escola e da sala
de aula. Sugere-se, já que se torna indispensável fazê-lo, utilizar critérios pré estabelecidos
como por exemplo a participação dos alunos como debatedores e público; a habilidade de
atenção e concentração; a síntese de ideias apresentadas; os argumentos apresentados,
entre outros.
19

Movimento maker

O que é?
Existem diferentes modos de aprendizado: por imitação, por memorização, por
tentativa e erro e, uma das fortes tendências no cenário educacional, por
experimentação. Essa investigação prática, conhecida como método “mão na
massa”, é a essência do movimento maker, uma das vertentes educacionais que
incentivam o protagonismo do aluno no ambiente escolar.

Aprender fazendo é o princípio da educação


baseada nesse conceito, que busca criar
diferentes espaços de aprendizagem que
proporcionem experiências ativas. Diferente
das metodologias tradicionais – geralmente
pautadas na reprodução de processos e
tutoriais fechados de aprendizados-, a
educação maker está cada vez mais
presentes em sala de aula, tendo a
experimentação como estratégia de
desenvolvimento e apropriação de novos
conceitos.

Como funciona
O movimento maker veio ao encontro das metodologias inovadoras de ensino. Essa situação
ocorre porque, ao adotar essa abordagem, é possível associar várias disciplinas e vários
docentes em um projeto.
Com uso dessa metodologia, as informações em conjunto passam a fazer sentido para o
aluno. Ele precisa perceber que os conteúdos de Física, Ciências e Matemática podem ser
úteis para resolver um problema, como montar um braço mecânico de Lego.
20

Design Thinking
O que é?
No contexto escolar, isso significa incentivar uma cultura
de pensamento, criando diversas oportunidades para
que se possa desenvolver o conhecimento, a
comunicação, a cooperação, o protagonismo e o
pensamento científico, crítico e criativo diante das
situações de aprendizagem colaborativa.
Metodologia já muito abordada no mundo corporativo, o
Design Thinking nada mais é do que uma abordagem
com foco no ser humano para a inovação, levando-o a
pensar de maneira crítica e criativa para desenvolver
ideias, organizar informações, tomar decisões e adquirir
conhecimento.

O que mobiliza?
Esse processo ajuda a identificar a causa central do problema, fazendo deste
uma ótima oportunidade para aprender. Assim, a abordagem do design
thinking enfoca o processo de busca por uma solução, e não apenas a solução
em si.

Como funciona
Dentro das salas de aula, o objetivo desse método é tornar cada
aluno um cidadão consciente e capaz de transformar o mundo
em um lugar melhor, estimulando pensamentos e ações críticas e
criativas. Ou seja, com o Design Thinking é possível despertar o
sentimento de protagonismo nos estudantes, fazendo com que
se envolvam mais com as propostas da escola.
Há diferentes maneiras de aplicar o Design Thinking na sala de
aula. Você pode propor que os alunos reflitam e discutam sobre
qualquer tema — como medidas para melhorar o clima e o
ambiente escolar. Esse é um jeito de diagnosticar os interesses,
necessidades, desejos de cada um deles e usar essas
constatações como base para planejar as práticas pedagógicas.
Outra sugestão é utilizar mapas mentais — processo de
associação de palavras — para estudar, estruturar o pensamento
e aprender, gerando e reunindo ideias. É um método que facilita
a memorização de informações e compreensão e solução de
problemas.
21

Gameterapia Pedagógica

O que é?
A gamificação dos conteúdos é uma
das melhores práticas inovadoras na
educação
Essa é a alternativa perfeita para
você, professor, não precisar mais
competir com o smartphone do seu
aluno. Aliás, em vez disso, por que
não utilizar esse recurso a seu favor
durante as aulas?

O que mobiliza?
Pense bem: as pessoas são natural e inconscientemente interessadas por
competição e socialização, talvez por isso estejamos tão conectados uns com
os outros por meio de nossas redes sociais. Ainda, essas características são
fortalecidas, provavelmente, pelo fato de sermos tão ligados aos aparelhos
eletrônicos, como celular, tablet e computador.
Travar uma guerra com a tecnologia dentro da sala de aula, então, está longe
de ser uma estratégia inteligente. Desse modo, o que você conseguirá, sem
muito esforço, é afastar ainda mais o interesse do estudante.
Nesse contexto, a gamificação dos conteúdos na educação pode ser uma
opção assertiva para atrair a atenção dos alunos, pois, funciona como jogos
com rankings do bem — que premiam os melhores sem expor os piores —,
competições, aventura, interação, medalhas e desafios que garantem
efetivamente a execução das atividades pré-determinadas no planejamento
pedagógico.

Lembrando que o uso exagerado de


tecnologia também atrapalha a
aprendizagem. O excesso de telas pode
tornar a criança ansiosa e imediatista.
Construir e tocar com as próprias mãos é
igualmente importante. Por isso, o segredo é
manter o equilíbrio entre o concreto e a
tecnologia.
22

Para saber mais sobre


estratégias pedagógicas...
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos et al.
Estratégias de ensinagem. Processos de ensinagem
na universidade. Pressupostos para as estratégias de
trabalho em aula, v. 3, p. 67-100, 2004.

BORDENAVE, Juan E. Diaz; PEREIRA, Adair Martins.


Estratégias de ensino-aprendizagem. In: Estrategias
de ensino-aprendizagem. Vozes, 1985.

CADERNO DE ORIENTAÇÕES PARA A RETOMADA


DAS ATIVIDADES LETIVAS NO INSTITUTO
FEDERAL DE BRASÍLIA. Disponível em:
https://www.ifb.edu.br/attachments/article/23605/Ca
derno%20de%20Orienta%C3%A7%C3%B5es%20Ped
ag%C3%B3gicas%20-%20PANDEMIA.pdf

https://pontobiologia.com.br/10-estrategias-didaticas

SALA DE AULA INVERTIDA: POR ONDE COMEÇAR?


Disponível em:
https://ifg.edu.br/attachments/article/19169/Sala%20
de%20aula%20invertida_%20por%20onde%20come
%C3%A7ar%20(21-12-2020).pdf

Você também pode gostar