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MÓDULO 8 – SOI JULIA TRES

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

1. Antecedentes Históricos

• Declaração dos Direitos da Criança:

✓ ONU em 20/11/1959;

✓ Após 2ª Guerra Mundial.

• Regras de Beijing:

✓ ONU em 29/11/1985;

✓ Revisão da Declaração dos Direitos da Criança.

• Diretrizes de Riad:

✓ ONU em 01/03/1988;

✓ Revisão das Regras de Beijing.

• ECA:

✓ Lei Federal nº 8.069 de 13/07/1990;

✓ Princípios de cidadania:

➢ Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos;

➢ Seus direitos deverão ser tratados com prioridade absoluta,


em relação ao restante da população;

➢ Levar em conta a condição peculiar de pessoa em


desenvolvimento.

2. Atualizações do ECA

• Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.068, de 13/07/1990;

• Lei da Alienação Parental – Lei nº 12.318 de 26/08/2010;

• Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) – Lei nº


12.594 de 18/01/2012;

• Lei Menino Bernardo – Lei nº 13.010 de 25/06/2014;

• Lei da Primeira Infância – Lei nº 13.257 de 08/03/2016;

• Lei da Escuta – Lei nº 13.431 de 04/04/2017;


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• Adendo - Lei nº 13.798 de 03/01/2019;

• Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência – Lei nº


13.812 de 16/03/2019;

• Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.

3. Estrutura do ECA

LIVRO 1 – Parte Geral LIVRO 2 – Parte Especial

• Gerais; • Política de atendimento;

• Família natural; • Entidades de atendimento;

• Família substituta; • Medidas de proteção;

• Guarda; • Liberdade assistida;

• Tutela; • Conselho tutelar.

• Direito à educação, cultura,


esporte e lazer.

3.1 Livro 1 – Parte Geral


a) Gerais:

✓ Aborda o direito de todas as mulheres em ter seguimento de pré-


natal;

✓ Ter acesso ao parto assistido, com a presença de 1


acompanhante;

✓ Acompanhamento, inclusive psicológico, no pós-parto;

✓ Licença-gestante;

✓ Orientação e incentivo às práticas de aleitamento materno;

✓ RN tem acesso a acompanhamento no pós-parto;

✓ Acesso a terapia intensiva neonatal;

✓ Acesso aos testes de triagem neonatal;

✓ Acesso às vacinas;

✓ Acesso ao acompanhamento completo de puericultura;

✓ Acesso a todas as terapias pelo SUS;

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✓ Acesso a creches e escolas, nas quais os cuidadores tenham tido


treinamento para cuidar dessas crianças e adolescentes;

✓ Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade:

➢ Ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços


comunitários, ressalvadas as restrições legais;

➢ Opinião e expressão;

➢ Crença e culto religioso;

➢ Brincar, praticar esportes e divertir-se;

➢ Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação


(idade, sexo, cor, etnia, condição física etc.);

➢ Participar da vida política, na forma da lei;

➢ Buscar refúgio, auxílio e orientação.

✓ Lei Menino Bernardo (Lei nº 13.010 de 26/06/2014):

➢ Estabelece o direito da criança e do adolescente de serem


educados sem o uso de castigo físico → ação de natureza
disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física
sobre a criança ou o adolescente que possa resultar em:

▪ Sofrimento físico;

▪ Lesão corporal;

▪ Tratamento cruel ou degradante;

▪ Humilhação, ameaça e ridicularização.

b) Guarda:

✓ Posse e direito de se opor a terceiros, inclusive aos pais, no cuidado


da criança;

✓ Obriga a prestação de assistência material, moral e educacional


à criança ou ao adolescente;

✓ Dá à criança a condição de dependente.

c) Tutela:

✓ Cuidado de uma pessoa de até 18 anos incompletos;

✓ Situação intermediária que perdura até completar-se os 18 anos;

✓ Pressupõe a perda ou a suspensão do pátrio poder;

✓ Tutor nomeado por testamento ou qualquer documento.

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3.1.1 Questão da adoção


• Família natural → assim entendida a comunidade formada pelos pais ou
qualquer deles e seus descendentes.

• Família extensa → aquela que se estende para além da unidade pais e


filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
e afetividade.

• Família substituta → para a qual o menor deve ser encaminhado de


maneira excepcional, por meio de qualquer das três modalidades
possíveis, que são: guarda, tutela e adoção.

• Guarda → os poderes familiares permanecem e a criança ou o


adolescente é colocado sob a responsabilidade de terceiros. A guarda
só pode ser obtida se o interessado tiver condições de prestar a devida
assistência moral, educacional e material à criança ou ao adolescente
em sua companhia.

• Tutela → somente é outorgada ao responsável pela criança ou


adolescente quando não mais existir o poder familiar, seja pelo
falecimento de ambos os pais, ou porque eles foram destituídos ou
suspensos do poder familiar.

• Adoção → consiste na colocação da criança ou adolescente em família


substituta, na qual o adotando (a) perde os vínculos com a família
biológica e estabelece, independentemente de qualquer relação de
parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo de filiação com a nova
família.

✓ Conforme previsão legal, a adoção é medida excepcional, e


somente ocorrerá quando esgotados todos os recursos de
manutenção da criança na família natural ou extensa.

✓ A adoção depende do consentimento dos pais ou do


representante legal do adotando.

✓ O consentimento será dispensado em relação à criança ou


adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
destituídos do poder familiar.

✓ Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será


também necessário o seu consentimento.

✓ O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem


como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito)
anos.

• Suspensão do pátrio poder → a suspensão do poder familiar é uma


restrição no exercício da função dos pais, estabelecida por decisão
judicial e que perdura enquanto for necessária aos interesses do filho.
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✓ A suspensão pode ser decretada em relação a um único filho ou


todos os filhos de um casal.

✓ Uma possibilidade de suspensão, por exemplo, é quando


constatado o emprego do filho em ocupação proibida ou
contrária à moral e aos bons costumes, ou que coloquem em risco
a sua saúde.

• Perda do pátrio poder → a perda, tipo mais grave de destituição do


poder familiar determinada por meio de decisão judicial, está definida
pelo artigo 1.638 do Código Civil, que estabelece algumas hipóteses
para sua configuração: o castigo imoderado ao filho, o abandono, a
prática de atos contrários à moral e aos bons costumes e o fato de um
genitor ou ambos reincidirem reiteradamente nas faltas previstas no
artigo 1.637.

3.2 Livro 2 – Parte Especial


• Política de atendimento;

• Entidades de atendimento;

• Medidas de proteção;

• Liberdade assistida;

• Conselho tutelar:

✓ O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não


jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

✓ Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito


Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão
integrante da administração pública local, composto de 5
membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
anos, permitida recondução, mediante novo processo de
escolha.

✓ Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos


os seguintes requisitos:

I. Reconhecida idoneidade moral;

II. Idade superior a vinte e um anos;

III. Residir no município.

✓ Os membros do Conselho Tutelar são remunerados por seu


trabalho.

✓ Atribuições:

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➢ Atender as crianças e adolescentes;

➢ Atender e aconselhar os pais ou responsável;

➢ Promover a execução de suas decisões, podendo para


tanto:

a) Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,


educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança;

b) Representar a criança / o adolescente junto à


autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.

➢ Encaminhar ao ministério público notícia de fato que


constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;

➢ Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua


competência;

➢ Providenciar a medida estabelecida pela autoridade


judiciária, para o adolescente autor de ato infracional;

➢ Expedir notificações;

➢ Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança


ou adolescente quando necessário;

➢ Assessorar o poder executivo local na elaboração da


proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

➢ Representar, em nome da pessoa e da família, contra a


violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
constituição federal;

➢ Representar ao ministério público para efeito das ações de


perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as
possibilidades de manutenção da criança ou do
adolescente junto à família natural;

➢ Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos


profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes.

Obs.: muitas das atribuições constatadas no Livro 2 não são bem


estabelecidas em todas as localidades, principalmente em municípios
pequenos.

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