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Índice
Celebrando a Fé
Folha de rosto
Pá gina de direitos autorais
Dedicaçã o
Indice
Agradecimentos
Abreviaçõ es
Apresentaçã o
Pró logo
Comentá rios
Introduçã o: - Juan Diego, Mensageiro da Esperança
CAPITULO UM
Durante o trauma da conquista e a morte de seus ı́dolos, os primeiros
passos da evangelizaçã o estavam sendo dados
Os frades franciscanos antes do antitestimô nio de seus compatriotas
cató licos
CAPITULO DOIS
A estrela da evangelizaçã o aparece na escuridã o
Tilma de Juan Diego: um sinal, uma mensagem, uma nova vida
CAPITULO TRES
Juan Diego, Mensageiro e Missioná rio do Amor de Nossa Senhora de
Guadalupe
Testemunhos juramentados em Informaciones Jurı́dicas de 1666
Algumas das fontes que convergem com as Informaciones Jurı́dicas de
1666
CAPITULO QUATRO
Algumas caracterı́sticas da educaçã o indı́gena que nos aproximam de Juan
Diego
CAPITULO CINCO
Uma conversã o do fundo do coraçã o
CAPITULO SEIS
Um relató rio que ilumina a verdade sobre a grande devoçã o a Nossa
Senhora de Guadalupe
CAPITULO SETE
O Povo Marcou em Sua Histó ria o Evento Guadalupano
CAPITULO OITO
O evento Guadalupan se espalha rapidamente
CAPITULO NOVE
A santidade de juan diego
CAPITULO DEZ
Um Compromisso com o Mundo Inteiro
CAPITULO ONZE
Papa Joã o Paulo II canoniza Sã o Juan Diego
Fontes histó ricas e bibliogra ia
Indice
Sobre o autor
Celebrando a Fé
PO Box 317
Oxford
OX2 9RU, Reino Unido
BT660.G8C4813 2006
232,91'7097252 — dc22
2005029159
Celebrando a Fé
Pá gina de Tı́tulo Copyright
Pá gina Dedicaçã o Agradecimentos Abreviaçõ es Apresentaçã o Pró logo
Comentá rios Introduçã o: - Juan Diego, Mensageiro da
Esperança CAPITULO UM CAPITULO DOIS CAPITULO TRES CAPITULO
QUATRO CAPITULO CINCO CAPITULO SEIS CAPITULO SETE CAPITULO
OITO CAPITULO NOVE CAPITULO DEZ CAPITULO ONZE Fontes
Histó ricas e Bibliogra ia Indice Sobre o Autor
Agradecimentos
Abreviações
Apresentação
Prólogo
Comentários
Introdução:
Juan Diego, Mensageiro da Esperança
Para aproximar-se de um homem humilde, como foi Juan Diego, um dos
principais protagonistas do Evento Guadalupano, foi necessá rio
aprofundar as vá rias investigaçõ es que se realizaram ao longo dos
sé culos: procurar em bibliotecas e arquivos em vá rios partes do
mundo; analisar comentá rios e estudos que vê m aprofundando em
diversos aspectos este evento; investigar desde a tradiçã o oral contı́nua
e ininterrupta que se manteve na memó ria do povo até fontes
documentais histó ricas de grande importâ ncia, como mapas, có dices,
testamentos, cançõ es, narraçõ es antigas como o Nican Mopohua e
o Nican Motecpana, Información de 1556, Informaciones Jurídicas de
1666 , importantes manuscritos dos primeiros frades missioná rios e
tantos outros documentos que trazem notı́cias e informaçõ es muito
valiosas sobre este grande acontecimento. Em seguida, processamos
tudo isso com um mé todo cientı́ ico histó rico que propõ e a
convergê ncia das fontes documentais histó ricas.
Se nã o é possı́vel fechar um fenô meno sobrenatural, como a Apariçã o
da Virgem Maria, na histó ria temporal, é possı́vel demonstrar
evidê ncias das manifestaçõ es de tal evento, e també m é possı́vel
conhecer as pessoas que viveram aquele momento. , suas vidas,
ocupaçõ es, costumes, educaçã o, comportamento, sociedade e assim por
diante. Tudo isso deixa um rastro claro e marca a histó ria. Se nã o é
possı́vel medir o grau de fé ou o grau de conversã o do coraçã o e da
alma de um ser humano, é possı́vel conhecer e con irmar algumas de
suas expressõ es ao longo da histó ria.
Em dezembro de 1531, o que é chamado de Evento Guadalupan
aconteceu. Em outras palavras, Nossa Senhora de Guadalupe apareceu
a Juan Diego Cuauhtlatoatzin (que signi ica “á guia que fala”),11Indı́gena
humilde, da etnia Indı́gena Chichimecas. Ele nasceu por volta de 1474,
em Cuauhtitlá n, que na é poca pertencia ao reino de Texcoco, e foi
batizado pelos primeiros franciscanos por volta de 152412Em 1531 ele
era um homem maduro, com cerca de 57 anos. Ele edi icou outras
pessoas com seu testemunho e sua palavra; na verdade, eles iriam até
ele, como veremos mais tarde, para que intercedesse pelas
necessidades, petiçõ es e oraçõ es do seu povo, porque “tudo o que ele
pediu foi concedido pela Senhora do Cé u”.13 Juan Diego nunca
negligenciou a oportunidade de narrar a maneira como ocorreu o
maravilhoso encontro com a Santa Maria de Guadalupe e o privilé gio
que fora Sua mensagem.
Ele foi um autê ntico missioná rio. Pelo extraordiná rio encontro que
viveu, Juan Diego recebe diversos nomes que marcam sua missã o e sua
condiçã o: o ı́ndio humilde e obediente, o ı́ndio bom, o bom cristã o, o
homem santo, o peregrino, o humilde embaixador da Virgem ,
Visioná rio de Nossa Senhora, Mensageira de Santa Maria de
Guadalupe. Por isso as pessoas simples o reconheceram e o veneraram
como um verdadeiro santo, e o usaram como exemplo para seus
ilhos. Isto coincide com o documento Nican Motecpana , onde nos fala
sobre a vida exemplar de Juan Diego: “Se a servíssemos e nos
afastássemos de todas as coisas perturbadoras deste mundo, para que
també m nó s pudé ssemos obter a alegria eterna do cé u ! ”14 Juan Diego
morreu em 1548,15pouco depois da morte de outro importante
protagonista do Evento, o Arcebispo do Mé xico, Frei Juan de
Zumá rraga. Como destacou Fernando de Alva Ixtlilxó chitl: “Depois de
servir à Senhora do Cé u durante 16 anos, morreu em 1548, altura em
que faleceu o Bispo. . . . Ele també m foi enterrado no templo. Ele tinha
74 anos. ”16
Todos os sucessores de Frei Juan de Zumá rraga promoveram
ininterruptamente o Evento Guadalupan. Da mesma forma, o
Episcopado do Mé xico tem sido um dos maiores apoiadores,
motivando a investigaçã o cientı́ ica, bem como a evangelizaçã o e a
devoçã o popular em uma pastoral integral. O Episcopado do Mé xico
declarou em 12 de outubro de 2001: “A verdade das Apariçõ es da
Santı́ssima Virgem Maria a Juan Diego na colina de Tepeyac foi, desde o
inı́cio da Evangelizaçã o até o presente, uma tradiçã o constante e
profunda. convicçã o arraigada entre nó s cató licos mexicanos, nã o
infundada mas baseada em documentos da é poca e em rigorosas
investigaçõ es o iciais veri icadas no sé culo seguinte, por pessoas que
conviveram com aqueles que foram testemunhas e protagonistas da
construçã o do primeiro Hermitage. ”17 Mais adiante, é mencionado que
“Consideramos també m nosso dever manifestar que a histó ria das
apariçõ es deve acompanhar o reconhecimento do orador visioná rio
privilegiado da Virgem Maria”.18
Os papas, compreendendo a grande importâ ncia do Evento
Guadalupano, concederam graças, privilé gios e indulgê ncias ao
Santuá rio Guadalupano do Tepeyac. Um dos exemplos documentais
mais antigos é o de 1573, onde o Papa Gregó rio XIII19 concedeu graças
e indulgê ncias plená rias aos ié is que visitavam a Igreja da Bem-
aventurada Virgem Maria de Guadalupe para aı́ recitar piedosas
oraçõ es.20 Isso aconteceu apenas 25 anos apó s a morte de Juan Diego e,
em 1576, o papa revalidou e prolongou essas graças. 21 O entã o
arcebispo do Mé xico, Pedro Moya de Contreras, agradeceu
explicitamente.22 Outro exemplo da devoçã o dos pontı́ ices a Nossa
Senhora de Guadalupe do Tepeyac foi quando o Papa Bento XIV
concedeu, em 1754, missa e ofı́cio pró prios para celebrar a Santa Maria
de Guadalupe em 12 de dezembro, estendendo esse privilé gio ao resto
dos territó rios espanhó is em 2 de julho de 1757. Isso foi apó s extensos
estudos, inspeçõ es e investigaçõ es cientı́ icas.
Até agora, os pontı́ ices reconheceram que o acontecimento de
Guadalupan deixou uma marca evidente de um fato ocorrido na
histó ria e que está manifestando frutos de evangelizaçã o. O Papa Pio
XII, por exemplo, ofereceu uma Alocuçã o para o qü inquagé simo
aniversá rio da Pontifı́cia Coroaçã o da Imagem de Nossa Senhora de
Guadalupe do Mé xico, que foi transmitida por rá dio em 12 de outubro
de 1945. O Santo Padre disse: “E assim aconteceu , como a Hora do
Senhor soou para as numerosas regiõ es de Anahuac. O mundo acabava
de se abrir quando, perto do lago de Texcoco, o milagre loresceu. Sobre
o ' tilma' do mais pobre Juan Diego, como diz a tradiçã o, os pincé is que
nã o eram daqui deixavam pintada a imagem mais doce e que a obra
corrosiva dos sé culos respeitaria maravilhosamente ”.23
Alé m disso, em 12 de outubro de 1961, na celebraçã o do
qü inquagé simo aniversá rio do Padroado da Virgem de Guadalupe sobre
toda a Amé rica Latina, o Papa Joã o XXIII declarou:
A sempre Virgem Santa Maria, Mã e do Deus verdadeiro, por quem se
vive, derrama sua ternura e delicadeza maternal no morro de Tepeyac,
con iando ao indı́gena Juan Diego Sua mensagem com algumas rosas
que caı́ram de seu “ tilma ”, enquanto sobre ele Seu retrato mais doce,
que nenhuma mã o humana pintou, permanece. Assim, Nossa Senhora
quis continuar a demonstrar a sua vocaçã o de Mã e: Ela, com o
Seu rosto mestiço , entre o Indı́gena Juan Diego e o Bispo Zumá rraga,
como se simbolizasse um beijo de duas raças. . . . Primeira Mã e e
Padroeira do Mé xico, depois da Amé rica e das Filipinas;24 e assim o
sentido histó rico de sua mensagem foi adquirindo sua plenitude,
enquanto ela abria seus braços para todos os horizontes em um desejo
universal de amor.25
O Papa Paulo VI, em 12 de outubro de 1970, septuagé simo quinto
aniversá rio da Pontifı́cia Coroaçã o da Imagem, exclamou: “A devoçã o à
Santı́ssima Virgem de Guadalupe, tã o profundamente enraizada no
coraçã o de cada mexicano e tã o intimamente unida à A sua naçã o
histó rica, depois de quatro sé culos, continua preservando entre vó s a
sua vitalidade e o seu valor, e deve ser uma exigê ncia constante e
particular de uma autê ntica renovaçã o cristã para todos ”.26
O Papa Joã o Paulo II sempre declarou a grande importâ ncia do Evento
Guadalupano como o fato histó rico que deu frutos de salvaçã o. Desde a
sua primeira visita pastoral ao Mé xico, em 1979, foi direto e preciso ao
falar de Santa Maria de Guadalupe como aquela que iluminou o
caminho da evangelizaçã o. Disse nessa ocasiã o: “Nossa Senhora de
Guadalupe, venerada no Mé xico e em todos os paı́ses como a Mã e da
Igreja na Amé rica Latina, é para mim alegria e fonte de
esperança. Estrela da Evangelizaçã o, deixe-a ser seu guia. ”27Alé m
disso, para o Santo Padre, Juan Diego cumpriu uma missã o muito
importante no inı́cio deste evento. O Santo Padre disse: “Já que o
indı́gena Juan Diego falava da doce Senhora de Tepeyac, Tu, Mã e de
Guadalupe, entra, em sentido verdadeiro, na vida cristã do povo
mexicano”.28
Há muito tempo os bispos do Mé xico e da Amé rica Latina pediam a
canonizaçã o de Juan Diego, mas só depois que o arcebispo do Mé xico,
Ernesto Corripio Ahumada, deu inı́cio aos trâ mites, o processo foi
iniciado. Em 7 de janeiro de 1984, na Bası́lica Nacional de Guadalupe,
presidiu a cerimô nia de inı́cio do Processo Canô nico para o Servo de
Deus Juan Diego, o humilde mensageiro indı́gena da Virgem de
Guadalupe. Ele concluiu seus procedimentos em 23 de março de 1986.
Pouco tempo depois, toda a documentaçã o foi entregue à Congregaçã o
para as Causas dos Santos, que aprovou o trabalho.29Alé m disso, o
Arcebispo Corripio reuniu 21 especialistas em histó ria, investigadores
e especialistas no Evento Guadalupano, eu entre eles, com o abade da
é poca - Mons. Guillermo Schulenburg - discutir todos os aspectos a
favor e contra a Causa de Juan Diego. O evento aconteceu no dia 9 de
outubro de 1989, na sala de conferê ncias da Arquidiocese do
Mé xico. Era importante conhecer todos os diferentes pontos de vista
para analisar nã o só a personalidade de Juan Diego, mas també m a
oportunidade de dar continuidade à Causa. Qualquer opiniã o poderia
ser expressa com total liberdade, a favor ou contra, e a conclusã o era:
“Nenhuma opiniã o foi emitida contra a existê ncia fı́sica do Servo de
Deus. Sua reputaçã o, virtudes e veneraçã o foram profundamente
discernidas e con irmadas como positivas ”.30
A Positio , aprovada em 1990, foi elaborada de acordo com as normas e
diretrizes da Congregaçã o para as Causas dos Santos,31depois de ter
percorrido um longo caminho de exames e tribunais, especialmente de
historiadores, teó logos, bispos e cardeais que con irmaram que Juan
Diego era venerado desde “tempos imemoriais”. Isso se manifestou por
todos os tipos de objetos, como imagens e desenhos de Juan Diego, nos
quais ele é representado com um halo em cá lices, pú lpitos, altares,
pinturas de testemunhos milagrosos e oferendas. Vá rios sã o os
documentos que a irmam que Juan Diego foi um bom e santo ı́ndio
cristã o, como veremos adiante. Em 1746, Cayetano de Cabrera y
Quintero, em seu livro Escudo de Armas, assim o expressava: “Até o
mesmo indı́gena que visitava o Santuá rio con iava nas oraçõ es de seu
conterrâ neo, vivo e depois morto e sepultado. Eles o viam como um
intercessor diante de Maria Santı́ssima para obter suas petiçõ es ”. 32
Em 9 de abril de 1990, no Decreto de Beati icaçã o, o Santo Padre Joã o
Paulo II reconheceu a vida de santidade e veneraçã o atribuı́da a Juan
Diego desde tempos imemoriais. Durante sua segunda visita apostó lica
ao Mé xico, em 6 de maio, o Santo Padre presidiu na Bası́lica de
Guadalupe a solene celebraçã o em homenagem ao beato Juan Diego,
inaugurando a forma de veneraçã o litú rgica que deve ser prestada aos
humildes e obedientes indı́genas, mensageiro da Virgem de Guadalupe.
O Santo Padre a irmou que
Juan Diego é um exemplo para todos os ié is porque nos mostra que
todos os seguidores de Cristo, qualquer que seja sua condiçã o ou
estado, sã o chamados pelo Senhor à perfeiçã o da santidade pela qual o
Pai é perfeito, cada um a seu modo.33Juan Diego, obedecendo
cuidadosamente ao impulso da Graça, seguiu ielmente a sua vocaçã o e
se submeteu totalmente à vontade de Deus, segundo a forma como se
sentia chamado pelo Senhor. Isso se destacou pelo seu terno amor à
Santı́ssima Virgem Maria, a quem sempre manteve presente e venerou
como Mã e, e se submeteu aos cuidados da sua casa com atitude
humilde e ilial. Nã o é de estranhar que muitos ié is o vissem como um
santo em vida e lhe pedissem que os ajudasse com suas oraçõ es. Esta
fama de santidade continuou apó s a sua morte, por isso existem
muitos testemunhos da sua veneraçã o, que demonstram
su icientemente que os cristã os se referiam a ele como um santo, e
como tal conhecido, foram dados os sinais de veneraçã o que
normalmente sã o reservados aos Beatos e os Santos. Isso també m é
evidente nos monumentos, nos quais a igura de Juan Diego pode ser
vista adornada com uma auré ola e outros sinais de santidade. E
verdade que tais sinais de veneraçã o se manifestaram sobretudo logo
apó s a morte de Juan Diego, mas ningué m pode negar que ainda
perduram até hoje. Entã o, com certeza, há um testemunho congruente
de uma veneraçã o peculiar dada sem interrupçã o a Juan Diego. Tendo
muitos bispos e cristã os laicos, principalmente mexicanos, o
solicitaram, a Congregaçã o para as Causas dos Santos procurou
recolher os documentos que ilustram a vida, virtudes e fama da
santidade de Juan Diego e mostraram a veneraçã o que lhe foi
concedida, que acertadamente investigou, concluiu com a Positio sobre
a santidade de Juan Diego, de suas virtudes e veneraçã o que foi dada a
ele desde tempos imemoriais.34
O trabalho da Congregaçã o para as Causas dos Santos é altamente
pro issional. Lá trabalham os maiores especialistas no assunto, fazendo
todos os procedimentos de forma meticulosa e detalhada, nã o deixando
nenhuma dú vida obscura, nenhuma pergunta sem resposta, mesmo que
isso signi ique ir alé m do procedimento normal como está
escrito. Como em todos os casos que foram apresentados ao longo da
histó ria, a Congregaçã o nã o negligenciou nenhuma das dú vidas ou
objeçõ es que se apresentaram na Causa de Canonizaçã o de Juan
Diego. Assim, foi arranjado que, junto com a Arquidiocese do Mé xico,
fosse formada uma comissã o histó rica, que conduziria uma
investigaçã o de acordo com o mé todo cientı́ ico histó rico e sob as
normas da Congregaçã o. Esta comissã o foi liderada pelo P. Dr. Fidel
Gonzá lez, doutor em histó ria da Igreja, consultor da Congregaçã o para
as Causas dos Santos, professor da Pontifı́cia Universidade Gregoriana e
da Pontifı́cia Universidade Urbaniana, especialista em histó ria da Igreja
latino-americana ; eu, P. Dr. Eduardo Chá vez, doutor em histó ria da
Igreja, diretor acadê mico de estudos do Pontifı́cio Colé gio Mexicano,
membro da Sociedade Mexicana de Histó ria Eclesiá stica, membro
fundador do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos e pesquisador
especializado do Arquidiocese do Mé xico; e Mons. José Luis Guerrero,
cô nego da Bası́lica de Guadalupe, advogado em direito civil e canô nico,
investigador e professor, homem de vasta formaçã o e grande
especialista no Evento Guadalupano, e diretor do Instituto Superior de
Estudos Guadalupanos.
Esta comissã o histó rica recolheu tudo o que foi feito ao longo dos
sé culos, investigou novamente em arquivos e bibliotecas de vá rias
partes do mundo, analisou nã o só dú vidas e objeçõ es que alguns
colocaram a seus pró prios interesses, mas també m estudou e analisou a
tradiçã o oral contı́nua e ininterrupta. que ainda hoje se conserva na
memó ria do povo, a fontes documentais como mapas, có dices, anais,
testemunhos, cançõ es, narraçõ es antigas, os chamados Nican
Mopohua e Nican Motecpana, a Información de 1556, as Informaciones
Jurídicas de 1666 , os escritos importantes dos primeiros frades
missioná rios e muitos mais documentos. Assim como foram levadas em
consideraçã o dú vidas e objeçõ es, també m o foram as novas
contribuiçõ es e a irmaçõ es a favor desse fato histó rico, vindas dos mais
diversos pesquisadores, cientistas e especialistas do Evento
Guadalupano. O trabalho foi um esforço de vá rios anos, analisando,
estudando e investigando sob o mé todo cientı́ ico histó rico, e colocando
cada fonte histó rica em seu devido valor e natureza em sua
convergê ncia. Sob as normas precisas da Congregaçã o para as Causas
dos Santos, os resultados da investigaçã o cientı́ ica foram aprovados em
28 de outubro de 1998, a irmando e con irmando a verdade sobre o
acontecimento de Guadalupan e sobre a missã o do humilde Indı́gena,
modelo Juan Diego de santidade, que depois de 1531 difundiu a
mensagem de Nossa Senhora de Guadalupe com a sua palavra e com o
testemunho exemplar da sua vida.
Mais um passo foi dado, pedindo à Congregaçã o que fossem publicados
os resultados essenciais e mais importantes da investigaçã o da
comissã o histó rica. Graças a isso o livro, com o tı́tulo El Encuentro de la
Virgen de Guadalupe e Juan Diego, 35 foi publicado em 1999.
A Congregaçã o con iou a alguns doutores e professores de histó ria da
Igreja das mais prestigiosas universidades pontı́ icas, especialistas do
Mé xico e da Amé rica Latina, uma aná lise lenta e meticulosa deste
livro. Sua aceitaçã o foi unanimemente positiva e laudató ria, tanto na
essê ncia da histó ria do Evento Guadalupan, especialmente sobre Juan
Diego, como també m sobre a metodologia cientı́ ica utilizada na
investigaçã o.
P. Alberto Gutié rrez, SJ, Doutor em Histó ria da Igreja, por exemplo,
declarou:
Este é um esforço colossal para reunir toda a documentaçã o escrita e
oral [tradiçõ es] sobre o fato da apariçã o da Santı́ssima Virgem e do vi-
sioná rio, Juan Diego Cuauhtlatoatzin. Alé m da exemplar consulta do
arquivo, e pelo que se pode dizer, uma vasta e exaustiva bibliogra ia
sobre o tema Guadalupe [a favor e contra as apariçõ es e a existê ncia de
Juan Diego]. Os documentos de origem indı́gena, espanhola e mista sã o
apresentados ordenadamente e sem prejuı́zo de seleçã o ou
interpretaçã o premeditada. Acredito que deva ser a irmado que essas
fontes conduzem a uma certeza histó rica inegá vel sobre o fato das
apariçõ es da Virgem Maria a uma pessoa real, que foi o indı́gena Juan
Diego, nã o só por sua variedade e convergê ncia, mas també m por causa
de a forma transparente como sã o apresentados e contextualizados.36
Outro grande especialista, professor e doutor em histó ria da Igreja, é P.
Eutimio Sastre Santos, que apó s uma longa elaboraçã o de todos os
elementos que compõ em o seu julgamento da investigaçã o realizada,
concluiu: “A questã o, se com tal documentaçã o se pode ter uma
con irmaçã o signi icativa da histó ria de Juan Diego, respondo:
A irmativa ”.37
P. Willi Henkel, um dos historiadores mais conhecidos no meio
internacional, també m deu suas conclusõ es apó s a publicaçã o da
investigaçã o cientı́ ica, como mencionamos, no livro El Encuentro de la
Virgen de Guadalupe e Juan Diego. Ele a irmou fortemente que
Sejam as fontes indı́genas ou espanholas, elas nos mostram que desde
o inı́cio da segunda metade do sé culo XVI existiam elementos
histó ricos vá lidos sobre as apariçõ es e a pessoa de Juan Diego. O
livro El Encuentro apresentou fontes su icientes. As tradiçõ es orais e
escritas continuaram existindo desde 1531. As apariçõ es de Nossa
Senhora de Guadalupe eram bem conhecidas no sé culo XVI. A
veneraçã o cresceu com o passar do tempo e chegou a Roma, onde o
Papa Gregó rio XIII concedeu indulgê ncias em 1573. No decorrer dos
sé culos seguintes, a veneraçã o continuou sempre a crescer. Juan Diego
está inseparavelmente unido à veneraçã o de Nossa Senhora de
Guadalupe. Esse conhecimento é baseado em uma histó ria
só lida. Vá rios papas, como Gregó rio XIII, Bento XIV, Leã o XIII e Joã o
Paulo II, reconheceram e con irmaram a veneraçã o de Nossa Senhora
de Guadalupe. Eles con iaram a proteçã o do povo latino-americano a
Nossa Senhora de Guadalupe.38
Vá rios dos documentos histó ricos falam-nos da importâ ncia do
Santuá rio de Guadalupe, a veneraçã o da Imagem que está impressa ou
estampada no tilma de Juan Diego. Sã o també m uma parte importante
da convergê ncia das fontes histó ricas que nos falam da existê ncia de
Juan Diego, bem como de sua fama de santidade, e devem ser levadas
em consideraçã o. Percebe-se a importâ ncia desta devoçã o centená ria.
Certamente os pontı́ ices con irmaram ao longo dos sé culos a
importâ ncia do Evento Guadalupano, que marcou a histó ria.
Em 1999, o Papa Joã o Paulo II rea irmou com grande vigor a
importâ ncia da mensagem de Guadalupe veiculada por Juan Diego e
con irmou a perfeita Evangelizaçã o que nos foi dada por Nossa Mã e,
Maria de Guadalupe. O Papa declarou: “E a Amé rica, que historicamente
foi e é um caldeirã o de gente, reconheceu no semblante mestiço da
Virgem de Tepeyac,. . . em Santa Maria de Guadalupe,. . . um grande
exemplo de Evangelizaçã o, perfeitamente inculturado. . . . Por isso, nã o
só no centro e no sul, mas també m no norte do continente, a Virgem de
Guadalupe é venerada como Rainha de toda a Amé rica ”.39O Papa
con irmou a força e a ternura da mensagem de Deus por meio da
Estrela da Evangelizaçã o, Santa Maria de Guadalupe, e do Seu iel,
humilde e verdadeiro mensageiro, Juan Diego, em quem Ela depositou
toda a sua con iança: um momento histó rico para o Evangelizaçã o do
povo. O Santo Padre rea irmou que “A apariçã o de Maria ao indı́gena
Juan Diego, no morro do Tepeyac, em 1531, teve uma repercussã o
decisiva na evangelizaçã o. Essa in luê ncia ultrapassa os limites da
naçã o mexicana, atingindo todo o continente. . . . Santı́ssima Maria é
invocada como 'Padroeira de toda a Amé rica e Estrela da primeira e
nova Evangelizaçã o ”.40
Para melhor compreender este grande acontecimento Guadalupano e a
missã o de Juan Diego, é importante ter presente o contexto em que se
deu, que foi em certo sentido trá gico mas ao mesmo tempo cheio de
esperança. Ou seja, em meio à tremenda depressã o indı́gena, no
dramá tico momento da conquista e na inquietante consciê ncia dos
espanhó is da é poca, surgiu uma nova naçã o. Foi precisamente nesse
momento que se desenvolveu a devoçã o à Virgem de Guadalupe e ao
seu papel na histó ria da humanidade e, como o viu o Papa Joã o Paulo II,
fez deste evento um modelo de “Evangelizaçã o perfeitamente
inculturada”. Sua mensagem é cheia de esperança e Juan Diego foi seu
portador.
Mas entremos, ainda que por meio de alguns esboços, no
reconhecimento dos passos iniciais que a Evangelizaçã o realizou com
os primeiros frades missioná rios, um pouco depois dos momentos
dramá ticos e chocantes que a conquista signi icou.
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
A estrela da evangelização aparece na escuridão
Dez anos depois da Conquista, a evangelizaçã o destas terras começou
lentamente quando no sá bado, 9 de dezembro de 1531, bem cedo pela
manhã , Juan Diego caminhava para a missa de sá bado pela Virgem
Maria e o catecismo em Tlaltelolco, com a presença de franciscanos do
primeiro convento construı́do entã o na Cidade do Mé xico. Ele havia se
convertido e sido batizado apenas alguns anos antes. Ele nasceu em
Cuauhtitlá n, casou-se com uma indı́gena chamada Marı́a Lucı́a e na
é poca morava na cidade de Tulpetlac com seu tio Juan Bernardino.
Quando o humilde Juan Diego chegou ao sopé da colina chamada
Tepeyac, de repente ouviu belos cantos, harmoniosos e doces, vindos do
alto da colina. Eles pareciam ser um coro de vá rios pá ssaros
respondendo de um lado para outro em um concerto de extraordiná ria
beleza. Ele viu uma nuvem branca e brilhante e um arco-ı́ris
maravilhoso de muitas cores.
O ı́ndio icou hipnotizado, de espanto, e disse para si mesmo: '“Por
acaso sou digno do que vejo? Talvez eu esteja apenas sonhando. Talvez
eu apenas veja isso como se estivesse entre sonhos. Onde estou? Onde
eu me vejo? Talvez eu esteja lá onde nossos antigos ancestrais, nossos
avó s disseram: na terra das lores, na terra do milho, da nossa carne, do
nosso sustento, talvez na terra do cé u? ' Ele estava olhando para lá , no
topo da colina, no lado onde o sol nasce, de onde o precioso canto
celestial está vindo. ”57
Ainda nesse ê xtase, de repente o canto parou e ele ouviu como uma
mulher, doce e delicada, o chamava pelo nome, justamente do alto do
morro. Ela o chamava de: “Juanito, Juan Dieguito”. Sem hesitar, o
indı́gena decidiu ir para onde estava sendo chamado; alegre e feliz ele
começou a subir a colina, e quando chegou ao topo se viu diante de
uma bela Donzela de pé , esperando por ele, e Ela o chamou para se
aproximar. E quando ele se colocou na frente dela, percebeu com
grande espanto, a beleza de seu semblante, sua beleza perfeita: “Seu
vestido brilhava como o sol, como se vibrasse, e a pedra onde Ela
estava, como se lançando raios. Seu esplendor era como pedras
preciosas, como uma joia, tudo o que há de mais belo, Ela era. O chã o
ofuscou com o resplendor do arco-ı́ris no nevoeiro. As mesquitas e os
cactos e todas as outras plantas que normalmente crescem lá pareciam
esmeraldas, a folhagem como turquesas, e seus caules e espinhos
brilhavam como ouro. ”58 Tudo manifestou a presença do cé u.
Juan Diego prostrou-se diante dela e ouviu a voz da doce e graciosa
Senhora do cé u, como na lı́ngua mexicana, Ela disse: “Escuta, meu ilho,
o mais novo, Juanito, para onde vais?” E ele respondeu: “Minha
Senhora, Rainha, Minha Menininha, eu vou lá , à tua casinha no Mé xico,
Tlaltelolco, para seguir as coisas de Deus que nos sã o dadas, que nos
ensinam, por aqueles que sã o a imagem de Nosso Senhor, nossos
sacerdotes. ”59 Desta forma, dialogando com Juan Diego, a preciosa
Donzela disse-lhe quem era e o que queria:
Saiba, esteja certo, meu ilho, o mais pequeno, que eu sou a perfeita
sempre Virgem, Santa Maria, Mã e do verdadeiro Deus para quem se
vive, Criador dos homens, Dono do mais pró ximo e do imediato, Dono
do Cé u e Terra. Quero muito, desejo muito que seja erguida aqui a
minha casinha sagrada, onde O mostrarei, O exaltarei quando O
manifestar, O darei a todas as pessoas no meu amor pessoal, na minha
compassiva vista, em minha ajuda, em minha salvaçã o; porque eu sou
verdadeiramente a tua Mã e compassiva, tua e aqueles homens nesta
terra que sã o um, e o resto das vá rias naçõ es dos homens, meus
amantes que clamam por mim, que me procuram, que con iam em
mim, porque lá eu vai ouvir seu clamor, sua tristeza, para remediar,
para curar todos os diferentes sofrimentos, suas misé rias, suas
dores. E para cumprir o que pretende o meu olhar compassivo e
misericordioso, vá ao palá cio do Bispo do Mé xico, e lhe dirá como o
enviei, lhe dirá que desejo que ele providencie uma casa aqui para mim,
para construir meu templo na planı́cie. Você vai contar a ele tudo, tudo
o que você viu e admirou, e o que você ouviu60
E a Senhora do Cé u fez-lhe uma promessa especial: “Fica tranquilo que
serei muito grato e que pagarei por isso, por isso te enriquecerei, te
glori icarei,61e muito disso você vai merecer. Vou retribuir o seu
cansaço, o seu serviço de ir pedir o assunto que eu te envio. ”62
Assim, de maneira tã o sublime, a Dama do Cé u enviou Juan Diego como
Seu mensageiro antes do chefe da Igreja no Mé xico, o Bispo Frei Juan de
Zumá rraga. O humilde e obediente Juan Diego se prostrou diante dela
no chã o e logo começou a caminhar, direto para a cidade do Mé xico,
para cumprir o desejo da Senhora do Paraı́so.
Chegou à casa do bispo, o frade franciscano Juan de Zumá rraga, e pediu
aos servos e à famı́lia que dissessem ao bispo que trazia uma
mensagem para ele, mas eles, vendo-o tã o humilde e tã o pobre,
simplesmente o ignoraram e o fez esperar. Com in inita paciê ncia, Juan
Diego estava determinado a cumprir sua missã o, entã o
esperou. Quando avisaram o bispo, ele pediu que o ı́ndio fosse trazido à
sua presença. Juan Diego entrou e se ajoelhou diante
dele; imediatamente ele disse a ele tudo o que ele admirou, contemplou
e ouviu; deu-lhe a mensagem da Senhora do Cé u, a Mã e de Deus,
palavra por palavra o que Ela o tinha enviado e qual era a Sua
vontade. Cé tico em relaçã o a suas palavras, o bispo ouviu Juan Diego,
julgando que fazia parte do imaginá rio do indı́gena, principalmente por
ter se convertido recentemente, mas embora lhe izesse muitas
perguntas sobre o que havia contado, viu que o indı́gena tinha sendo
consistente e claro em sua mensagem, o bispo nã o lhe deu muita
importâ ncia, de qualquer maneira. Ele dispensou Juan Diego com
respeito e cordialidade, mas nã o acreditou no que disse. Mesmo assim,
o bispo levou algum tempo para pensar sobre a mensagem. O indı́gena
saiu da casa do bispo muito triste e angustiado, porque percebeu que
suas palavras nã o eram acreditadas e ele havia sido descon iado, e
també m porque nã o cumpriu a vontade de Maria Santı́ssima.
Virgilio Elizondo nos dá uma re lexã o:
Frei Juan de Zumá rraga foi, junto com muitos dos outros missioná rios,
um dos maiores evangelizadores e defensores dos ı́ndios. No entanto,
ele foi igualmente um dos mais ferozes em destruir qualquer coisa que
sugerisse paganismo. Em uma de suas cartas famosas (12 de junho de
1531), ele escreveu que havia destruı́do mais de 500 templos e 20.000
ı́dolos. Ele estava convencido de que primeiro precisava destruir antes
de poder construir a nova igreja. Ele estava tã o ocupado destruindo
templos das divindades indianas, e entã o, aparentemente do nada, este
ı́ndio, este macehual, queria um templo construı́do em Tepeyac, o local
da antiga deusa indiana Tonantzin. Que ridı́culo! Estou surpreso por ele
nã o ter condenado Juan Diego por tal absurdo aparente.63
Juan Diego voltou ao morro, ao mesmo lugar onde a Mã e de Deus lhe
havia aparecido:
e assim que a viu, prostrou-se diante dela, atirou-se ao chã o, disse:
“Pequena padroeira, senhora, rainha, minha ilha, a mais nova, minha
garotinha, já fui para onde tu me enviou para cumprir sua palavra
amá vel. Poré m, mal entrei no lugar do Sacerdote Governante, eu o vi,
apresentei sua palavra diante dele, como você me ordenou. Ele me
recebeu gentilmente e ouviu perfeitamente, mas, a julgar por sua
resposta, ele pode nã o entender, ele nã o considera isso como
verdade. Ele me disse: 'Você virá de novo, vou ouvi-lo com paciê ncia,
desde o inı́cio verei por que você veio, seu desejo, seu desejo'.64
Juan Diego compreendeu que o bispo pensava que ele mentia ou
fantasiava, e com toda humildade disse à Senhora do Cé u:
Rogo-lhe muitı́ssimo, minha senhora, rainha, minha menininha, que
mande uma das nobres pessoas, que é conhecida, respeitada, honrada,
que aceite a sua palavra amá vel para que acredite. Porque sou
verdadeiramente um homem do campo, sou um mecapal, sou
um parihuela, sou um rabo, uma asa; Eu mesmo preciso ser conduzido,
carregado, nã o cabe a mim entrar nem parar ali onde me
mandaste.65 Minha Virgem, minha ilha mais nova, Senhora, Criança,
por favor, desculpe-me, vou a ligir seu semblante, seu coraçã o com
tristeza, vou cair sobre sua raiva, seu descontentamento, Senhora,
minha Senhora.66
A Rainha do Cé u ouviu com ternura e gentileza, mas respondeu com
irmeza aos Indı́genas:
Escute, o menor dos meus ilhos, esteja certo de que nã o sã o poucos os
meus servidores, os meus mensageiros a quem posso con iar a minha
palavra para que cumpram a minha vontade. Mas é necessá rio que
você , pessoalmente, vá , implore, que por sua intercessã o meu desejo,
minha vontade, seja realizado. E peço-lhe muito, meu ilho, o caçula, e
ordeno-lhe com rigor que amanhã volte a ver o Bispo. Faça-o conhecer
para mim, faça-o ouvir o meu desejo, a minha vontade, de construir, de
fazer o meu templo que lhe peço. E repita-lhe como eu, pessoalmente, a
Sempre Virgem Santa Maria, eu, que sou a Mã e de Deus, vos envio.67
Juan Diego, ainda triste com o ocorrido, despediu-se da Senhora do Cé u,
garantindo-lhe que no dia seguinte faria a Sua vontade, embora
duvidasse que sua palavra fosse acreditada. Ainda assim, ele garantiu a
Ela que obedeceria e esperaria. Ele se despediu de Maria Santı́ssima e
foi para casa descansar.
No dia seguinte, domingo, 10 de dezembro, preparou-se muito cedo e
foi direto para Tlaltelolco, e depois de ouvir a missa e assistir ao
catecismo, dirigiu-se à casa do bispo, onde, novamente, os empregados
domé sticos do bispo o izeram esperar muito tempo. Ao entrar, Juan
Diego ajoelhou-se perante o bispo e com lá grimas voltou a dizer-lhe a
vontade da Senhora do Cé u, assegurando-lhe que era a Mã e de Deus, a
Sempre Virgem Maria, quem lhe pedia uma casinha sagrada para ser
construı́do para Ela naquele lugar no Tepeyac. O bispo o ouviu com
grande interesse, mas para veri icar a veracidade da mensagem de Juan
Diego, fez-lhe vá rias perguntas sobre o que ele havia a irmado, sobre
como era a Senhora do Cé u, sobre tudo o que tinha visto e ouvido. O
bispo começou a perceber que aquilo a que Juan Diego se referia nã o
era possı́vel, que tinha sido um sonho ou uma fantasia, mas pediu um
sinal para veri icar a verdade nas palavras do indı́gena. Sem se
aborrecer, Juan Diego aceitou ir até Maria Santı́ssima com o pedido do
bispo. Quando Juan Diego começou a ir embora, o bispo enviou duas
pessoas de con iança para segui-lo, sem perdê -lo de vista, para ver
aonde ia e com quem conversava. Juan Diego chegou a uma ponte de
madeira por onde passava um rio, onde os criados o perderam de
vista; embora o procurassem desesperadamente, nã o conseguiram
encontrá -lo. Os servos icaram muito chateados com o que aconteceu e
quando voltaram disseram ao bispo que Juan Diego era um enganador,
um mentiroso e um feiticeiro. Eles o avisaram para nã o acreditar em
Juan Diego, que ele estava apenas enganando o bispo e que se ele
voltasse merecia ser punido.
Nesse ı́nterim, Juan Diego havia chegado ao Tepeyac e encontrado
Maria Santı́ssima esperando por ele. Juan Diego ajoelhou-se diante dela
e contou-Lhe tudo o que tinha acontecido na casa do bispo, como o
bispo tinha feito todas aquelas perguntas em detalhes sobre o que tinha
visto e ouvido, e pediu-lhe um sinal para poder acreditar no seu
mensagem.
Com amá veis palavras cheias de amor, Maria Santı́ssima agradeceu a
Juan Diego a diligê ncia e o interesse que tinha demonstrado para
cumprir a Sua vontade, e ordenou-lhe que voltasse ao mesmo lugar no
dia seguinte e ali Ela lhe daria o sinal de que o bispo pediu.
No dia seguinte, 11 de dezembro, Juan Diego nã o pô de voltar ao lugar
onde viu a Senhora do Cé u para levar o sinal ao bispo, porque seu tio,
chamado Juan Bernardino, a quem amava como um pai, estava
gravemente doente. do que os indı́genas chamavam de Cocoliztli. Ele
procurou um mé dico para curá -lo, mas nã o encontrou ningué m. Na
madrugada da terça-feira, 12 de dezembro, seu tio implorou-lhe que
fosse ao convento de Santiago Tlaltelolco para pedir a um dos religiosos
que o confessasse e o preparasse, porque sabia que nã o teria muito
tempo de vida. Juan Diego correu a Tlaltelolco para fazer a vontade do
moribundo e, chegando perto do lugar onde a Senhora do Cé u havia
aparecido, ingenuamente pensou que seria melhor desviar e tomar
outro caminho, contornando a colina de Tepeyac em o lado leste; assim,
nã o sendo retido por Ela, ele poderia chegar ao convento de Tlaltelolco
o mais rá pido possı́vel, pensando que mais tarde poderia retornar
diante da Senhora do Cé u e manter o seu compromisso de levar o sinal
ao bispo.
Mas Maria Santı́ssima desceu a colina e passou por um lugar onde
corria uma fonte de á gua salgada, encontrando Juan Diego ao passar e
Ela perguntou-lhe: “O que está acontecendo, o menor dos meus
ilhos? Onde você está indo? Onde você está indo?"68 O indı́gena icou
surpreso, confuso, temeroso e constrangido, e respondeu preocupado e
prostrado de joelhos,
Minha jovem, minha ilha, a menor, minha garotinha, espero que você
esteja feliz. Como você começou seu dia? Você sente bem o seu amado
corpinho, minha senhora, minha garotinha? Com dor angustiarei o seu
semblante, o seu coraçã o: digo-lhe, minha donzela, que um dos seus
servos, meu tio, está gravemente doente. Uma doença terrı́vel o
dominou, com certeza ele morrerá em breve por causa disso. E agora
irei rapidamente à sua casa no Mé xico, para pedir a um dos amados de
Nosso Senhor, um dos nossos sacerdotes, que vá confessá -lo e prepará -
lo para a sua morte. Portanto, se eu terminar isso com sucesso, mais
tarde voltarei aqui para levar a sua palavra, Minha Pequena Jovem. Peço
que me perdoe, tenha um pouco de paciê ncia comigo, porque eu nã o te
engano, minha ilha, a mais nova, minha garotinha, amanhã com
certeza irei logo.69
Maria Santı́ssima ouviu o apelo do indı́gena com expressã o serena. Ela
entendeu perfeitamente o momento de grande angú stia, tristeza e
preocupaçã o que Juan Diego estava passando, já que seu tio, uma
pessoa tã o amada, estava morrendo. E foi justamente nesse momento
que a Mã e de Deus lhe disse algumas das palavras mais belas, que
penetraram no mais profundo do seu ser: “Escuta, põ e isto no teu
coraçã o, meu ilho, o mais novo, o que te assustava , o que te a ligiu, nã o
é nada; seu rosto, seu coraçã o, nã o deve ser perturbado, nã o tema
aquela doença nem qualquer outra doença, nem qualquer coisa
penetrante, a litiva. Eu sou, quem sou sua mã e, nã o aqui? Você nã o está
sob minha sombra e meu abrigo? Nã o sou eu a fonte da sua
alegria? Você nã o está no oco do meu manto, onde meus braços se
cruzam? Você precisa de mais alguma coisa? ”70E a Dama do Cé u lhe
disse: “Que nenhuma outra coisa te a lija, te perturbe, a doença do teu
tio nã o te deve perturbar, porque ele nã o morrerá dela
agora. Certi ique-se de que ele já está bem. ”71
Com efeito, naquele preciso momento, Maria Santı́ssima estava com o
tio Juan Bernardino devolvendo-lhe a saú de; Juan Diego descobriria
isso mais tarde. Juan Diego con iava totalmente no que lhe assegurava
Maria Santı́ssima, a Rainha dos Cé us. Assim, consolado e decidido,
implorou imediatamente a Ela que o enviasse ao bispo para lhe levar o
sinal da prova, para que acreditasse na mensagem.
A Santı́ssima Virgem ordenou-lhe que subisse ao topo da colina, onde
se tinham encontrado antes, e disse-lhe: “Verá s que há vá rias lores:
corta-as, junta-as e põ e-nas todas, depois desce , traga-os aqui à minha
presença. ”72Juan Diego imediatamente subiu a colina, embora
soubesse que naquele lugar nã o havia lores por ser uma á rea á rida,
cheia de grandes rochas, e que só havia cardos, cactos, algaroba e
espinhos; alé m do mais, estava tã o frio que havia gelo. Mas quando
chegou ao topo icou maravilhado com o que tinha pela frente: um
lindo jardim de lores diversas, frescas e cheias de orvalho, do mais
suave perfume. Colocando seu tilma, ou ayate, da maneira usada pelos
ı́ndios, ele começou a cortar todas as lores que conseguia colher em
seu ayate. Imediatamente ele desceu a colina, levando a bela carga
diante da Senhora do Paraı́so.
Santı́ssima Maria pegou as lores em suas mã os e, em seguida, colocou-
as novamente na cavidade do tilma de Juan Diego e disse:
Meu ilhinho, o mais novo, estas lores diversas sã o a prova, o sinal que
levará s ao Bispo. Em meu nome, você dirá a ele para ver neles o meu
desejo, para que ele cumpra o meu desejo, a minha vontade. E você , ...
você que é meu mensageiro, ... em você minha con iança está
depositada e eu te ordeno muito fortemente que só sozinho, na
presença do Bispo, você vai estender seu ayate, e mostrar a ele o que
você carrega e você vai contar a ele tudo exatamente, você vai dizer a
ele que eu te mandei subir até o topo da pequena colina para cortar as
lores, e cada coisa que você viu e admirou para convencer o Bispo,
para que entã o ele o faça faça a sua parte para construir o meu templo
que lhe pedi.73
Depois de dizer isso, a Virgem Maria despediu-se de Juan Diego. Seu
coraçã o estava tranquilo, ele estava muito feliz e contente com o sinal,
pois percebeu que seria um sucesso e que sua missã o teria um bom
resultado. E carregando as rosas com muito cuidado, nã o as deixando
cair, olhava para elas de vez em quando, apreciando sua fragrâ ncia e
beleza.
Juan Diego chegou à casa do bispo e implorou ao porteiro e aos outros
criados que dissessem ao bispo que gostaria de vê -lo, mas nenhum
deles queria deixar Juan Diego entrar. Fingiram nã o entender, talvez
porque ainda estava escuro, ou porque o reconheceram ou porque
pensaram que ele apenas os incomodava e importunava. Juan Diego
esperou muito tempo, e quando os servos viram que o Indı́gena ainda
estava lá , sem fazer nada, apenas esperando ser chamado, e percebendo
també m que ele carregava algo em seu tilma, eles se aproximaram para
ver o que ele estava carregando. Juan Diego nã o pô de impedir que
vissem o que carregava porque podiam empurrá -lo e até estragar as
lores, entã o abriu um pouco o tilma e viram que eram lores preciosas
que exalavam um perfume maravilhoso. Tentaram agarrar alguns,
tentaram trê s vezes mas nã o conseguiram porque quando tentaram já
nã o viam as lores mas viam-nas como se estivessem pintadas, ou
bordadas, ou cosidas no tilma.
Imediatamente foram contar ao bispo o que haviam visto e como os
pequenos ı́ndios que haviam vindo em outras ocasiõ es queriam vê -lo e
esperavam muito tempo pela permissã o. Assim que o bispo ouviu isso,
percebeu que era Juan Diego trazendo a prova para convencê -lo, a im
de iniciar o que os ı́ndios pediam. Imediatamente deu ordem para
deixá -lo ir vê -lo. E Juan Diego, tendo entrado, prostrou-se em sua
presença, como izera outras vezes. Novamente ele relatou o que tinha
visto e admirado e a mensagem dela.
Foi nesse momento que Juan Diego deu o sinal de Maria Santı́ssima,
estendendo o seu tilma, as lores preciosas caindo no chã o, e viram
nela, admiravelmente impressionada, a Imagem de Maria Santı́ssima,
como se vê hoje e se guarda. em sua casa sagrada. O Bispo Zumá rraga,
junto com a sua famı́lia e os criados que o rodeavam, sentiram uma
grande emoçã o, nã o puderam acreditar no que os seus olhos
contemplavam, uma belı́ssima Imagem da Virgem, da Mã e de Deus, da
Senhora do Cé u. Eles a veneraram como algo celestial. O bispo “com
lá grimas, com tristeza, implorou-Lhe, pedindo-Lhe perdã o por nã o ter
feito Sua vontade, Sua palavra venerada”.74
Quando o bispo se levantou, ele desamarrou o tilma do pescoço de Juan
Diego, no qual a Rainha Celestial apareceu. Depois disso, ele colocou
em seu orató rio. Juan Diego passou o dia na casa do bispo, e no dia
seguinte o bispo lhe disse: “vamos para que nos mostre onde é a
vontade da Rainha dos Cé us mandar construir o Seu templo”.75
Juan Diego mostrou-lhe os lugares onde tinha visto e falado quatro
vezes com a Mã e de Deus. Em seguida, pediu permissã o para ver seu
tio Juan Bernardino, que havia deixado gravemente doente. O bispo
pediu a alguns parentes que fossem com Juan Diego e ordenou que
levassem o doente à sua presença se o encontrassem sã o. Quando
chegaram ao povoado de Tulpetlac viram que o tio, Juan Bernardino,
estava bem, nada o machucava. Ele, por outro lado, icou surpreso com
a forma como seu sobrinho foi acompanhado e homenageado pelos
espanhó is enviados pelo bispo. Juan Diego contou ao seu tio como
tinha ocorrido o seu encontro com a Dama do Cé u, como Ela o tinha
enviado para ver o bispo com o sinal prometido para mandar construir
um templo em Tepeyac e, por ú ltimo, como Ela lhe assegurou que ele
estava bem. Imediatamente Juan Bernardino con irmou que naquele
preciso momento a Virgem lhe apareceu, exatamente como seu
sobrinho a descreveu, e que Ela també m lhe pediu que fosse ao Mé xico
para ver o bispo, para lhe dar o testemunho do que tinha visto e para
contar a ele a maneira maravilhosa como Ela o curou, “e que assim
como ele a chamou, Ela seria chamada: a perfeita Virgem Santa Maria
de Guadalupe, Sua Imagem Amada”.76
Para cumprir essa vontade, Juan Bernardino foi levado perante o bispo
para relatar seu testemunho e, junto com seu sobrinho, Juan Diego, foi
alojado na casa do bispo por alguns dias. Desta forma, o bispo sabia
exatamente o que havia acontecido, como Juan Bernardino havia
recuperado a saú de e como era a Dama do Cé u.
Era surpreendente como a palavra do milagre se espalhava e como o
povo mexicano visitava a casa do bispo para venerar a
Imagem. Quando o bispo percebeu o grande nú mero de pessoas que
foram ver de perto o ocorrido, decidiu levar a Santa Imagem para a
igreja matriz e colocá -la no altar, onde todos icaram maravilhados em
vê -la. Aqui Ela icou enquanto uma capela era construı́da no lugar
designado por Juan Diego. Todos contemplaram a Santa Imagem com
espanto. “Absolutamente toda a cidade, sem exceçã o, icou emocionada
quando vieram ver, admirar Sua preciosa Imagem. Eles viriam a
reconhecer Seu cará ter divino. Eles viriam apresentar suas oraçõ es a
Ela. Muitos admiraram a maneira milagrosa como Ela apareceu, porque
absolutamente nenhuma mã o humana na terra pintou Sua imagem
amada. ”77
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
Uma conversão do fundo do coração
A luz da Estrela da Evangelizaçã o revelou-se um momento de
intervençã o de Deus na histó ria da humanidade. Ainda que o homem,
independentemente da intervençã o divina, continue tendo limitaçõ es,
in idelidades e traiçõ es, nã o há dú vida de que imediatamente apó s a
data das Apariçõ es notou-se uma mudança impressionante tanto no
que diz respeito à s conversõ es dos ı́ndios, como nas. atitude dos
pró prios espanhó is: uma mudança na alma da populaçã o mexicana.
Frei Juan de Zumá rraga, bispo do Mé xico, foi o primeiro a manifestar
uma mudança radical de espı́rito. Como vimos anteriormente, em 1529,
Zumá rraga mostrava grande angú stia, impotê ncia e preocupaçõ es, nã o
só porque os ı́ndios estavam voltando aos seus rituais idó latras, mas
també m pelos desastres cometidos por seus pró prios irmã os
espanhó is, que pouco se importavam em ir. contra os Frades e os
princı́pios mais bá sicos de sua missã o. Depois de 1531, Zumá rraga
mostrou um espı́rito totalmente diferente. Ele escreveu uma nota para
Herná n Corté s, dizendo:
Agora entendo na minha procissã o e na minha escrita à Veracruz, a
alegria de todos nã o se pode descrever. Nã o se pode escrever com
Salamanca. Enviei o Custodiante a Cuernavaca como mensageiro. Já
existe um ı́ndio que vai ao Frei Toribio, e que tudo seja para louvor de
Deus, Laudente nomen domini, com louvores indı́genas. Vé spera da festa
das festas.
Majestade, diga à Marquesa que quero chamar a Igreja Matriz de
'Concepçã o da Mã e de Deus', porque naquele dia Deus e a Sua Mã e
quiseram realizar esta misericó rdia por esta terra que conquistou. Nã o
mais por enquanto.
De YL Chaplain [Zumá rraga]
Assinado como “Os jubilosos eleitos”220
Mariano Cuevas, que publicou este documento, comenta: “O Bispo,
deixando seu habitual cará ter grave, sua seriedade e serenidade,. . . deu
a Corté s tal aviso, ou melhor, um aviso que foi dado ou conhecido, para
o qual 'Nã o se pode descrever a alegria de todos e de todos os laudentes
nomen domini'. Ele supô s que haveria uma grande alegria do povo, que
deveria ser celebrada com festividades religiosas e expressava
claramente um favor concedido pela Santı́ssima Virgem, por volta do
Dia da Imaculada Conceiçã o, um favor extraordinariamente grande,
prestado a todos os terras conquistadas por Herná n Corté s e
intimamente relacionadas com a Imaculada Conceiçã o ”.221 Cuevas,
depois de fazer um exame minucioso para esclarecer a data, concluiu
que este documento correspondia ao inal de dezembro de 1531.
Certamente, o bispo eleito, Frei Juan de Zumá rraga, manifestou uma
grande diferença de espı́rito entre a carta de 1529, enviado ao rei, que
poderia ter assinado "os eleitos oprimidos", e este de 1531 para Corté s,
onde exclama que é "o eleito jubiloso".
Mas esta carta nã o é a ú nica manifestaçã o da importante mudança
ocorrida no inal de 1531; há outro sinal concreto, claro e objetivo, de
que essa alegria penetrou por completo: as conversõ es dos indı́genas,
que depois daquele momento contaram aos milhares. E isso é
comprovado por registros histó ricos. Por exemplo, assim como Frei
Toribio Motolinia nos apontou que a grande obra dos franciscanos teve
como resultado uma certa quantidade de batismos de indı́genas, ele
nã o podia negar que durante os primeiros anos os indı́genas
permaneceram relutantes em se converter ao catolicismo. O
missioná rio declarou que “Os mexicanos permaneceram muito frios
durante cinco anos”.222 Alé m disso, estava ciente da insigni icâ ncia de
seus recursos para esta enorme tarefa, de seus terrı́veis problemas e da
incerteza de que sua conversã o fosse sincera.223 O medo de que a
piedade dos indı́genas fosse disfarçada de idolatria perdurou por
muito tempo entre todos os missioná rios e chegou a ser uma obsessã o
para alguns deles, como para Frei Diego de Durá n.224
Poré m, depois daqueles primeiros anos, Motolı́nia escreveu sobre a
grande quantidade de indı́genas que pediam o batismo, e que naquele
momento, inexplicavelmente, contavam aos milhares. Ele con irmou
que “Frei Juan de Per iñ á n e Frei Francisco de Valencia, batizaram mais
de 100.000 cada um dos 60 que estã o neste ano de 1536”.225 Motolı́nia
continuou contando aos milhares os batizados e chegou à conclusã o de
que o total em 1536 “seriam cerca de 5 milhõ es de batizados até
hoje”.226Por sua vez, Frei Juan de Torquemada nos informa em seu
manuscrito Monarquía Indiana que “Muitos milhares foram batizados
em um dia”.227
Até os frades icaram surpresos com essa conversã o massiva. Mendieta
destacou que “No inı́cio, iam 200 de cada vez, depois 300 de cada vez,
sempre crescendo e se multiplicando, até chegar aos milhares; alguns
de dois dias de jornada, outros de trê s, outros de quatro e alguns mais
distantes. Isso causou grande admiraçã o a quem o viu. Adultos e
jovens, homens e mulheres, saudá veis e doentes. Os idosos batizados
trouxeram seus ilhos para serem batizados, e os jovens batizados
trouxeram seus pais; o marido trouxe sua esposa, e a esposa, seu
marido. ”228Os indı́genas icavam nos mosteiros para aprender o
catecismo; eles repetiam muitas vezes para memorizar as oraçõ es em
latim. “Na é poca do batismo, muitos receberam o sacramento com
lá grimas nos olhos. Quem se atreveria a dizer que vieram sem fé :
vieram de tã o longe, com tantos problemas, ningué m os obrigou, na
procura do sacramento do baptismo? ”229
Alguns indı́genas, como disse Mendieta, izeram um grande esforço
para chegar ao mosteiro onde lhes seria administrado o sacramento do
batismo. Por exemplo, para chegar ao mosteiro de Guacachula, os
indı́genas tiveram que atravessar montanhas e des iladeiros, quase sem
comida. Esse luxo de indı́genas nã o foi um fenô meno passageiro; eles
continuaram chegando de terras distantes e com todas aquelas
di iculdades, por meses. Mendieta acrescentou que
Um religioso servo de Deus, que estava ali como hó spede, disse que em
cinco dias que ali estava batizando, ele e outro sacerdote contaram
mais de 14.200. Mesmo com muito trabalho (porque colocou ó leo e
crisma em cada um), ele disse que sentia no coraçã o algo mais alegre
ao batizá -los do que aos outros. A devoçã o e o fervor deles colocavam
no ministro â nimo e força para que pudesse consolar a todos, para que
ningué m saı́sse sem consolo. Ver o desejo fervoroso que esses novos
convertidos trouxeram ao batismo foi realmente algo para se notar e se
maravilhar; nã o se lê sobre coisas maiores na Igreja primitiva. Nã o se
sabe o que mais nos maravilhar, vendo essas novas pessoas chegando
ou vendo como Deus os trouxe. Embora seja melhor dizer para ver
como Deus os trouxe e como Sua Santa Igreja os recebeu. Depois de
serem batizados, foi notá vel vê -los tã o consolados, alegres e felizes,
com seus ilhos pequenos nas costas, que pareciam nã o conseguir
conter em si toda a alegria.230
Quando esta conversã o adquiriu dimensõ es maciças, eles se
questionaram sobre a melhor forma de administrar o batismo e
buscaram um guia seguro, escrevendo ao Papa para saber as soluçõ es
que poderiam ser dadas a esta situaçã o. Enquanto a resposta chegava
de Roma, os frades tiveram que suspender os batismos em grandes
missas. Isso causou uma situaçã o que partiu o coraçã o dos frades, pois
as pessoas estavam ansiosas para receber o sacramento, com atitudes
que comoveram e surpreenderam os missioná rios. Por exemplo, o
pró prio Mendieta nos fala sobre esses ı́ndios, que nã o se importavam
com distâ ncias, clima, fome e assim por diante, apenas para se
batizarem; e, claro, eles nã o se importaram em esperar. No convento de
Guacachula, assim como no de Tlaxcala, foram contabilizados 2.000
indı́genas que esperavam pacientemente nos pá tios e imploravam a
qualquer missioná rio que encontrassem para batizá -los. Os
missioná rios testemunharam como, expulsos sem serem batizados, os
ı́ndios voltaram para casa, “chorando e reclamando, com muitos
arrependimentos, que partiu o coraçã o, mesmo sendo de pedra”.231
Nã o há dú vida de que foi uma surpresa essa conversã o massiva dos
indı́genas, “algo para se notar e se maravilhar”, e o mesmo se pode dizer
dos indı́genas que tentaram se confessar. Mendieta disse
Aconteceu que nas estradas, morros e sertõ es, 1.000.2.000 ı́ndios,
homens e mulheres, seguiriam os religiosos, apenas para se confessar,
deixando suas casas e terras sozinhas; muitas delas eram mulheres
grá vidas, algumas dando à luz no caminho, e quase todas com os ilhos
nas costas. Outros idosos que mal conseguiam icar de pé , com suas
bengalas e até cegos, eram levados 15 ou 20 lé guas de cada vez, à
procura de um confessor. Entre os saudá veis, muitos vinham de 30
lé guas, e outros iam de um mosteiro a outro, mais de 80 lé guas, em
busca de quem as confessasse. Porque havia muito o que fazer em
todos os lugares, eles nã o foram aceitos. Muitos levavam suas esposas
e ilhos e sua comida como se estivessem se mudando para outro
lugar. Eles podem icar um ou dois meses esperando por um confessor,
ou algum lugar para confessar.232
Um dos sacramentos mais difı́ceis de serem aceitos pelos indı́genas era
o do matrimô nio, porque deixar as esposas e ter apenas uma nã o era
fá cil, um esquema familiar que até em algumas partes do Mé xico ainda
é a norma hoje. Os indı́genas, povos que se submeteram a guerras e
sacrifı́cios humanos como parte da harmonia có smica, nã o podiam
conceber nã o ter muitos ilhos, parte fundamental dessa harmonia
sagrada. Por isso, mesmo que a conversã o em massa ocorrida apó s o
evento de Guadalupan fosse surpreendente, os missioná rios sabiam
que os indı́genas rejeitavam o sacramento do matrimô nio com apenas
uma mulher, entã o é ainda mais admirá vel que logo apó s o evento de
Guadalupan eles o fariam com fervor peça o matrimô nio cristã o.
Frei Toribio Motolinia nos fala desse processo de mudança. Depois de
muito esforço e cansaço, o primeiro casamento cristã o aconteceu em
14 de outubro de 1526, quando se casaram oito casais, entre os quais
estava dom Hernando, irmã o do senhor de Texcoco; Motolinia cita este
primeiro matrimô nio na terra de Aná huac, apontando esta data como
referê ncia pelo fato de os matrimô nios serem muito escassos, e nos
conta o motivo disso: “Os homens tê m muitas mulheres, eles nã o
querem deixar deles, nem mesmo os missioná rios podem fazê -los
partir; nenhuma persuasã o, nenhum sermã o, nem qualquer coisa que
eles izeram foi o su iciente para eles deixarem todos, exceto um, para
se casar pela Igreja. Responderiam que os espanhó is també m tinham
muitas mulheres; e se lhes fosse dito que eles os tinham ao seu serviço,
eles diriam que també m os tinham para o mesmo. Assim, embora os
ı́ndios tivessem muitas esposas com quem se casavam segundo seus
costumes, eles també m as tinham para lucrar, porque faziam todos
tecer e fazer tecidos e outros negó cios ”.233Motolı́nia prova e foi
testemunha de que depois de 1531 as coisas mudaram radicalmente, e
ele continuou: “Agradou a Nosso Senhor que por Sua vontade alguns
tenham deixado aquela multidã o de mulheres que tinham e se
contentam com apenas uma, casando-se com ela, como a Igreja
demandas. Os jovens que se casam pela primeira vez sã o tantos agora
que as igrejas cresceram, porque em alguns dias 100 casais se casam,
alguns dias 200, 300 e outros 500 ”.234
Mendieta, por sua vez, disse: “Havia muito o que se admirar na fé dos
ı́ndios. Muitos abandonaram a esposa legı́tima porque nã o a amavam e
envolveram-se com as concubinas de quem gostavam, tendo com elas
trê s ou quatro ilhos; mas entã o, para fazer o que era ordenado, eles
deixariam aqueles por quem sentiam uma grande paixã o, e iriam
procurar o primeiro, a 15 ou 20 lé guas de distâ ncia, para que seu
batismo nã o fosse negado ”.235
Os missioná rios se confundiam com essa mudança radical, de tantas
conversõ es, e procuravam raciocinar esse fenô meno, dizendo que, em
parte, tinha sido fruto de sua pregaçã o e testemunho. Como já
dissemos, nã o há dú vida de que isso certamente in luenciou as
primeiras conversõ es. No entanto, a conversã o massiva deixou os
missioná rios será icos admirados e surpresos; como disse Mendieta,
“foi algo para se notar e maravilhar” e “muito admirá vel”, e ele
con irmou que isso ultrapassou a intervençã o missioná ria: “Quem
ousaria dizer que vieram sem fé , porque vieram com tanto sacrifı́cio e
por si pró prios? ”
O Nican Motecpana també m veri ica e con irma essa mudança dentro
do coraçã o indı́gena, que se manifestou na aceitaçã o da fé . A seu modo
e estilo, atravé s desta importante fonte, somos informados de que os
indı́genas, “submersos nas trevas profundas, ainda amavam e serviam
falsos deuses, estatuetas de barro e imagens do nosso inimigo o diabo,
apesar de terem ouvido falar da fé . Mas quando ouviram que apareceu
a Santa Mã e de Nosso Senhor Jesus Cristo, e visto que viram e
admiraram a Sua imagem mais perfeita, que nã o tem arte
humana; seus olhos foram abertos como se de repente o dia tivesse
amanhecido para eles. "236 A conversã o foi tal que muitos deles
jogaram fora seus ı́dolos, “e entã o (de acordo com o que o mais velho
deixou pintou) alguns nobres, assim como seus servos plebeus,
voluntariamente jogaram suas imagens do diabo para fora de suas
casas e as espalharam, e eles começaram a acreditar e a venerar Nosso
Senhor Jesus Cristo e Sua preciosa Mã e. ”237
Um dos aspectos-chave dessa conversã o é que Maria veio para nos
trazer Seu Filho, Jesus Cristo; o que quer dizer que a Imagem de Nossa
Senhora de Guadalupe é cristocê ntrica, porque Ela coloca Seu Filho no
lugar que lhe corresponde, no centro da Imagem, na lor de quatro
pé talas, que para os indı́genas representava movimento, vida, o ú nico
Deus verdadeiro que é vida e dá vida: Ometeotl. A Virgem grá vida
espera Jesus Cristo, carrega-O no seio, como um tesouro que nos é
oferecido. Isso també m é con irmado no Nican Motecpana: “No que foi
realizado, Ela nã o só veio se mostrar como a Rainha do Cé u, nossa
preciosa Mã e de Guadalupe, para ajudar os indı́genas em suas misé rias
mundanas, mas na verdade, porque Ela queria dar-lhes a Sua luz e a Sua
ajuda, para que inalmente conhecessem o Deus Verdadeiro e Unico e,
atravé s Dele, vissem e conhecessem a vida no Cé u ”.238Do mesmo
modo, Ela nã o desgosta da obra dos missioná rios, mas a acrescenta à
obra evangelizadora, como se expressa no Nican Motecpana: “Para o
fazer, Ela pró pria veio introduzir e fortalecer a fé , que os reverentes
ilhos de Sã o Francisco começou a compartilhar. ”239
E verdade que esta mudança, que teve origem no fundo do coraçã o, é
surpreendente, e esta nova atitude, que revela uma luz de esperança,
que permite a evangelizaçã o fazer-se num povo, como a terra bem
preparada, para receba a mensagem de Salvaçã o. Com efeito, iniciou-se
uma devoçã o que ningué m pode conter e, mais ainda, aprofundou-se e
difundiu-se nos diversos perı́odos histó ricos ocorridos no Mé xico. Esta
é uma histó ria fascinante que transcende fronteiras, culturas, etnias e
tempo; e na qual o humilde indı́gena Juan Diego teve uma importante
participaçã o, sendo o embaixador desta mensagem, uma mensagem
que chega precisamente ao coraçã o de todos os homens para libertá -lo,
uma mensagem inculturada de Maria de Guadalupe, Estrela da
Evangelizaçã o.
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
Abraham
Acevedo y Zú ñ iga, Gaspar
Acosta, José de
agricultura
Aguilar, Cristó bal de
Alarcó n, Gonzalo de
Alazraki, Valentina
Albornoz, Garcı́a de
Alcibar, José de
esmolas. Veja também legados
Alva Ixtlilxó chitl, Fernando de
Alvarez, Fernando de
Amé rica. Veja também a Amé rica Latina
Añalejo de Bartolache
Anales de Cuetlaxcoapan
Anales de la Catedral
Anales de los Sabios Tlaxcaltecas
Anales de Puebla e Tlaxcala
Anales de Tlaltelolco y México
anjo
Angulo, Nicolá s de
"Anuais,"
Annuae Literae
Anónimo B
Anónimo C,
Antonio Vallejo, Francisco
Arnaez, José Ventura
arte: devoçã o com; gravuras; Juan Diego em; medalhõ es; Nossa Senhora de
Guadalupe em; pintura; escultura; imagem tilma analisada
como; imagem tilma em; Zumá rraga, Juan de, em
Agostinho Santo
autores
ayate. Veja tilma
Baez, Francisco
batismo: apó s o evento de Guadalupan; dos povos indı́genas; de Juan
Diego; Ritual romano de. Veja também conversã o
Bartolache y Dı́az de Posadas, José Ignacio
Bası́lica de Nossa Senhora de Guadalupe. Veja também Igreja do Santuá rio de
Guadalupe; Eremité rio; tê mpora
Baudot, Georges
Becerra Tanco, Luis
Benedict
legados. Veja também esmolas
Bernardino, Juan
Betancourt, Luis Angel de
Boturini, Lorenzo
Bustamante, Francisco de
Cabrera, Miguel
Cal, Luis
Calderó n, Cipriano
Calmecac
Cananea, Isabel
Cananea, Justina
bengala
Cano Moctezuma, Diego
canonizaçã o
Cantares
Canto Mexicano
Cá rdenas Soto, Lucas de
Carlos V,
Catolicismo. Veja também o Cristianismo
Cepeda, Juan de
Cervantes de Salazar, Francisco
castidade
Chá vez, Eduardo
parto
crianças
Chimalpopoca, Galiza
cristandade
igrejas
Igreja da Bem-Aventurada Virgem Maria de Guadalupe. Ver Hermitage
Igreja do Santuá rio de Guadalupe. Veja também a Bası́lica de Nossa Senhora de
Guadalupe; Eremité rio; tê mpora
Cicero
Cisneros, Diego de
Cisneros, Luis de
clero. Veja missioná rios; clero secular
imagens de nuvem
Coatlicue Tonantzin
Códice Gómez de Orozco
Colı́n, Francisco
Igreja Colegial de Guadalupe
Colorado, José
Conferencia del Episcopado Latinoamericano (CELAM)
con issã o
confrarias
Congregaçã o para as Causas dos Santos
conquista: conversã o e; evangelizaçã o e; Evento e Guadalupan; Nossa Senhora
de Guadalupe e; Zumá rraga, Juan de, e
Conrado Thomas
Contreras, Marcial de
conversã o: anjo e; conquista e; apó s o evento Guadalupan; idolatria e; dos
povos indı́genas, em geral; de Juan Diego; Motolinia, Toribio
e; imagem tilma e. Veja também batismo; missioná rios
Corripio, Cardeal Ernesto
Corté s, Herná n
Conselho das Indias
Cristo ana de
Cuauhtlatoatzin. Veja também Juan Diego, Saint
Cuauhxicalli
Cuebas y Dá valos, Miguel de
Cuevas, Mariano
Cuevas y Dá valos, Alonso
cultura
mã o morta
morte
devoçã o: com arte; em legados; na Igreja do Santuá rio de
Guadalupe; disseminaçã o geográ ica de; em Hermitage; como idolatria; dos
povos indı́genas; para Juan Diego; missioná rios e; a Nossa Senhora de
Guadalupe; raça e; clero secular e; vice-reis e. Veja também intercessã o; serviço
diá logo
Dı́az del Castillo, Bernal
doaçõ es. Veja esmolas; legados
tambor
boca seca
Durá n, Diego de
Aguia
Echave, Baltasar de
Educaçã o
anciã os
Regra dos anciã os para a vida
El Encuentro de la Virgen de Guadalupe e Juan Diego (Chá vez et al.)
Elizondo, Virgilio
gravuras
Enrı́quez de Almanza, Martı́n
Episcopado do Mé xico
Comissã o Episcopal de Educaçã o e Cultura do Mé xico
Estrella del Norte (Florencia)
evangelizaçã o: conquista e; na vida contemporâ nea; a cultura e a; Quinto
Centená rio de; Evento e Guadalupan; fato histó rico e; Joã o Paulo II em
diante; Nossa Senhora de Guadalupe e
fé
paternidade
Festa da Virgem de Guadalupe,. Veja também ofı́cio litú rgico
Felicidad de México (Becerra Tanco)
Ferná ndez, José
Ferná ndez de Có rdova, Diego
Ferná ndez de la Cueva, Francisco
Quinto centená rio
Primeiro Conselho Provincial do Mé xico
Florencia, Francisco de
Flores, Pedro
lores. Veja també m a imagem tilma
imagens de nevoeiro
Fox, Vicente
Franciscanos. Ver missioná rios
Francisco Ló pez, Juan
Fuenlabrada, Nicolá s de
Fuenleal, Ramirez de
Gama, Antonio de
Gaona, Juan de
Garı́a, Isabel
Garcı́a, Sabastiá n
Garcı́a Gutié rrez, Jesú s
Garcia Icazbalceta, Joaquı́n
Garcı́a Martin, Juan
Genaro Cuadriello, Jaime
Deus: Indı́genas e; Jesus Cristo e
Gó mez, Alvar
Gonzá lez, Baltasar
Gonzá lez, Fidel
Evangelho
graça
graças
Gregory XIII,
Evento Guadalupan: em “Annals,”; depois do batismo; conquista
e; consequê ncias de, em geral; na vida contemporâ nea; conversã o
depois; evangelizaçã o e; disseminaçã o geográ ica de; graça e; como fato
histó rico; Informaciones Jurídicas de 1666 em; Amé rica Latina e; signi icado
de; como milagre; missioná rios e; mú sica e; em Nican Mopohua ; realismo
e; em Relación Primitiva ; historia de; como sı́mbolo; em documentos
testamentá rios; efeito uni icador de
Santuá rio de Guadalupan do Tepeyac. Ver Hermitage
Guadalupe Victoria, José
Guerra, Garcı́a
Gutié rrez, Alberto
Hawkins, John
Paraı́so
Henkel, Willi
Ermida: administraçã o de; cofraternidades de; construçã o de, inicial; devoçã o
em; condiçõ es ambientais de; in Informaciones Jurídicas de 1666 ,; Juan Diego
mora perto; localizaçã o de; permissibilidade de; peregrinaçõ es
para; restauraçã o de; vice-reis e. Veja também a Bası́lica de Nossa Senhora de
Guadalupe; Igreja do Santuá rio de Guadalupe; tê mpora
Herná ndez, Diego
Herná ndez de Siles, Alonso
Herná ndez Illescas ,, Juan Homero
Herrera, Juan de
Monge hierô nimo. Veja Santa Maria, Diego de
Historia de la Imagen de Nuestra Señora de los Remedios (Cisneros)
Historia General (Sahagú n)
Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España (Dı́az del Castillo)
fato histó rico: Episcopado do Mé xico em; evangelizaçã o e; Evangelho e; graça
e; Evento Guadalupan como; Encarnaçã o e; em Informaciones Jurídicas de
1666; Juan Diego as; milagre e; papado e visã o geral de; processo de
avaliaçã o; realismo e
santidade, de Juan Diego: canonizaçã o e; contexto cultural de; registro
histó rico de
Huehuetlamanitilizt / i
Huehuetlatolli
Huei Tlamahuizoltica (la Vega). Veja também Nican Mopohua
Huete, Antonio de
Huey Tlamahuizoltica. Veja Nican Mopohua
humildade
fome
Ibarra, José de
idolatria: ritual batismal e; conversã o e; devoçã o a Nossa Senhora de
Guadalupe como; Durá n, Diego de, e; imagens e; Povos indı́genas
e; missioná rios e; Nican Motecpana diante; puniçã o para; Sahagú n, Bernardino
de, on; Testera, Jacobo de, on; imagem tilma e. Veja também Satan
Ignacio Andrade, Manuel
Imagen de la Virgen Santísima de Guadalupe (Sá nchez)
imagens
imagens. Veja també m a imagem tilma
Encarnaçã o
Povos indı́genas: batismo de; castidade de; conquista e; Conversã o de; cultura
semelhante ao cristianismo; devoçã o de; educaçã o de; deuses de; Evento e
Guadalupan, geralmente; humildade de; idolatria e; linguagem de; casamento
e; missioná rios e; obediê ncia de; religiã o de; serviço e; escravidã o
e; imagem tilma , signi icando
indulgê ncias
Información de 1556,
Informaciones Jurídicas de 1666,
Ininhueytlamahuizoltzin. Veja Relación Primitiva
intercessã o. Veja também milagres
Ipalnemohuani
Javier Alegre, Francisco
Javier Molina, Alejandro
Jeró nima, Marı́a
Jesú s, Marı́a de
Jesú s Chauvet, Fidel de
Jesus Cristo
Joã o XXIII,
Joã o Paulo II: sobre evangelizaçã o; Quinto Centená rio e; Juan Diego,
beati icaçã o de, e; Juan Diego, canonizaçã o de, e
Juan, André s
Juan Diego, Santo: na arte; batismo de; beati icaçã o de; biogra ia
de; canonizaçã o de; castidade de; Conversã o de; morte de; dı́vida de
mexicanos devidos; descendentes de; devoçã o a; Educaçã o e; no cé u; em
Hermitage; como fato histó rico; santidade de; humildade de; Informaciones
Jurídicas de 1666 em; intercessã o por; casamento de; como missioná rio; nomes
de; obediê ncia de; personalidade de; propriedade de propriedade de; raça
e; historia de; Valeriano, Antonio e. Veja também Evento Guadalupan
la Ascenció n, Marı́a de
la Asunció n, Jeró nima de
Evangé lica Trabalhista (Colı́n)
la Concepció n, Juana de
la Coruna, Agustı́n de
la Cruz, Mateo de
lı́ngua
la Peñ a, Pedro de
la Santa Cruz, Alonso de
la Serna, Juan de
Amé rica latina. Veja também Amé rica; Mé xico
Conferê ncia Episcopal Latino-Americana. Veja Conferencia del Episcopado
Latinoamericano (CELAM)
la Torre, Juan de
la Torre Villar, Ernesto de
la Vega, Luis Lasso de
Leó n – Portilla, Miguel
Leo XIII,
Libro Primero
ofı́cio litú rgico,. Veja também Festa da Virgem de Guadalupe
Lizardi y Valle, Joseph
tanga e manto
Ló pez, Bartholome
Ló pez, Francisco
Ló pez, Geronimo
Ló pez de Avalos, Sebastian
Ló pez de Cá rdenas, Alonso
Ló pez de Montoya, Diego
Ló pez Murto, Antonio
Lozano Barragá n, Javier
Lucı́a, Marı́a
Luis Guerrero, José
macehualiztli
Maldonado, Antonio
Mancera, Marquê s de
Manrı́que de Zú ñ iga, Alvaro
Manuel Altamirano, Ignacio
Manuscrito de la Universidad
Maravilla Americana (Cabrera)
Marı́a Garibay, Angel
casado
Missa e Ofı́cio, xvn2. Veja também Festa da Virgem de Guadalupe
Masseguer, Juan de
tapete e cadeira
signi icado
medalhõ es
Mejı́a Salmeró n, Baltasar
Melgarejo, Juan
memorizaçã o
Mendieta, Geró nimo de: sobre o batismo; na con issã o; na conquista; na
conversã o; na educaçã o; na fé ; na idolatria; no casamento; nos templos
Mendoza, Alonso de
Mendoza, Antonio de
Mendoza y Luna, Juan de
Mercuriano, Everado
Mesa, Juan de
Conselhos Provinciais Mexicanos
Mé xico. Veja também a Amé rica Latina
Cidade do Mé xico
milagres: Evento como Guadalupan; fato histó rico e; Nossa Senhora de
Guadalupe, elaborada; nas Filipinas. Veja também intercessã o
missioná rios: conquista e; devoçã o e; Educaçã o e; Evento e
Guadalupan; idolatria e; Povos indı́genas e; Jesus Cristo e; Juan Diego as; clero
secular e. Veja também conversã o
Moctezuma
Mó nica, Catalina
Monroy, Diego de
Montabte, Alonso
Montesinos, Antonio de
Montú far, Alonso de
Mora y del Rı́o , José
Morlete Ruiz, Patricio
maternidade
Motolinia, Toribio: sobre a castidade; conversã o e; na educaçã o; no evento
Guadalupan; na idolatria; no casamento; Montú far, Alonso de, e
Moya de Contreras, Pedro
mú sica. Veja também as cançõ es
Natividade da Virgem Maria
natureza
Navarro de Anda, Ramiro
nepotismo
Nican Mopohua (Valeriano)
Nican Motecpana
Noguez, Xavier
Noticas Históricas de la Nueva España (Peralta)
Novak, Mons.
juramentos
obediê ncia
Ochoterena, Isaac
Escritó rio. Veja ofı́cio litú rgico
O'Gorman, Edmundo
Ojeda, Alonso de
Olmedo Casas, Ismael
Ometeotl
Ortiz, Jeró nimo
Ortiz Vaquero, Manuel
Osorio, Manuel
Nossa Senhora de Guadalupe: na arte; conquista e; semblante de; devoçã o
a; evangelizaçã o e; sinal de lor de; intercessã o por; linguagem usada por; Leo
XIII e; milagres realizados; como mã e; nome de; como padroeira; raça e; na
Espanha; historia de; pedido de templo de; como desconhecido no sé culo
XVII; aparê ncia visual de. Veja também Evento Guadalupan; imagem tilma O
Nossa Senhora de Guadalupe (na Espanha)
Nossa Senhora dos Remé dios
Ovando, Juan de
Oyanguren, Pedro de
Pacheco, Marcos
Pacheco, Marı́a
Pacheco Osorio, Rodrigo
pintura. Veja também arte
cestos
papado. Veja també m papas individuais
Paredes de Benavente, Toribio. Veja Motolinia, Toribio
Sã o Paulo
Paulo de Betancour, Santo
Paulo VI,
Paz
Peralta, Gastó n de
Peralta, Juan Suá rez de
Perea, Luis de
Pé rez Carpio, Luciano
Per iñ á n, Juan de
Philip II,
Philip III,
Philip IV,
Filipinas
Philips, Miles
peregrinaçõ es
Pimentel, Diego de
Pio X,
Pio XI,
Pio XII,
Poema
poesia. Veja também as cançõ es
Ponce, Alonso
Ponce de Leó n, Pedro, xxviiin5
Poole, Stafford
Prabes, Gaspar de
Primavera Indiana (Sigü enza y Gó ngora)
privilé gios
protestantismo
Puebla, anais de
Puebla, Bachiller de
raça: catolicismo e; devoçã o e; fé , inculturaçã o de, e; Juan Diego e; no
Mé xico; Nossa Senhora de Guadalupe e
Ramı́rez, Elvira
chocalho
realismo
Relación Primitiva
religiã o
Rivera Carrera, Norberto
estrada para Guadalupe
Rubio Mañ é , José Ignacio
Rubio y Salinas, Manuel
Rudolph II,
Sahagú n, Bemardino de: sobre educaçã o; no evento Guadalupan; idolatria
e; em tilmas
Salazar, Francisco de
Salazar, Juan de
Salguero, Juan
Salinas, Carlos
Salomé , Martina
Sá nchez, Anna
Sá nchez, Juan
Sá nchez, Miguel
Sá nchez, Pedro
Sá nchez de Cisneros, Alonso
santuá rio. Veja a Igreja do Santuá rio de Guadalupe; Eremité rio; tê mpora
Sandoval, Gonzalo de
San José , Gertrudis del
San Joseph, Juan de
San Luis, Martı́n de
San Nicolá s, Pedro de
San Simó n, Pedro de
Santa Maria, Diego de
Santiago, Alonso de
Saraiva, Joseph
Sarmiento de Sotomayor, Garcı́a
Sastre Santos, Eutimio
Sataná s. Veja também idolatria
Schulenburg, Guillermo
Ciê ncia
escultura
Segundo Conselho Provincial do Mé xico
Concı́lio Vaticano II
clero secular
Sermonario (Tovar)
Sermón de la Natividad de la Virgen María Señ ora Nuestra (Cepeda)
sermõ es
serviço. Veja também devoçã o
Sigü enza y Gó ngora, Carlos de
Sitio, Naturaleza y Propiedades de la Ciudad de México (Cisneros)
escravidã o
imagem solar
cançõ es. Veja também mú sica; poesia
estabilidade
Stradanus, Samuel
Suá rez de Mendoza, Lorenzo
Suá rez de Peralta, Juan
sustento
sı́mbolo
Tapia, Bartholomé de
templo: construçã o de; em Informaciones Jurídicas de 1666 ,; localizaçã o
de; Pedidos de Nossa Senhora de Guadalupe; peregrinaçõ es para; reverê ncia
por; Zumá rraga, Juan de e. Veja também a Bası́lica de Nossa Senhora de
Guadalupe; Igreja do Santuá rio de Guadalupe; Eremité rio
Santuá rio Tepeyac. Ver Hermitage
Tepochcalli
documentos testamentá rios
Testamento de Alonso Hernández de Siles
Testamento de Alonso Montabte
Testamento de Anna Sánchez
Testamento de Elvira Ramírez
Testamento de Francisco Quetzalmamalintzin
Testamento de la hija de Juan García Martín
Testamento de Sebastián ou Esteban Tome / in
Testera, Jacobo de
Terceiro Conselho Provincial do Mé xico
tigre
imagem tilma : á cido derramado; anjo em; em arte; aná lise artı́stica de; bomba
explodiu nas proximidades; conversã o e; semblante em; coroaçã o de; Primeiro
Conselho Provincial do Mé xico e; cé u e; identidade e; idolatria e; imagens
de; Investigaçã o de; signi icado de; Montú far, Alonso de, supostamente
instala; pintor de; Pio XII diante; preservaçã o de; em Relación
Primitiva ; historia de; retoque de; verdade e. Veja também lores
tilmas, geralmente
dı́zimos
Tloque Nahuaque. Veja também Deus
Tomelı́n, Sabastiá n
tonacayotl
Torquemada, Juan de
Torres, Pablo de
Torres Bulló n, Diego de
Torres Vá zquez, Diego de
Tovar, Juan de
Tratado del Descubrimiento de / as Indias (Peralta)
verdade
uni icaçã o
Valê ncia, Francisco de
Valeriano, Antonio
Vargas Lugo, Elisa
Velasco, Luis de (pai)
Velasco, Luis de ( ilho)
Verdugo Quetzalmamalintzin, Francisco
vice-reis. Veja també m os vice-reis individuais
Villaseca, Alonso de
Virgen de Guadalupe (Echave)
Virgem Maria, Natividade de
guerra
Xuá rez, Gabriel
Xuá rez, Juan (pai)
Xuá rez, Juan ( ilho)
Xuá rez, Mateo
Xuá rez, Pablo
Zá rate, Alonso de
Zavala, Silvio
Zerdá n, Nicolá s
Zodiaco Guadalupano (Florencia)
Zozocolco
Zumá rraga, Juan de: chegada de; em arte; conquista e; morte de; Evento
Guadalupan, efeito sobre; idolatria e; in Informaciones Jurídicas de
1666, 40; em Relación Primitiva ; ceticismo de; historia de; templo e
Sobre o autor