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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA


FACULDADE DE ETNODIVERSIDADE
CURSO DE LICENCIATURA EM ETNODESENVOLVIMENTO

JAYRA TATIANA MACHADO DA SILVA JURUNA

ATIVIDADE 1
RELATÓRIO DOS VÍDEOS

ALTAMIRA – PA
2022
RELATÓRIO DA DISCIPLINA DIREITOS DE POVOS E COMUNIDADES
TRADICIONAIS

A disciplina Direitos de Povos e Comunidades Tradicionais do curso de


Licenciatura em Etnodesenvolvimento da Universidade Federal do Pará ministrada
pelo professor Assis Costa Oliveira nos remete a temáticas relevantes que diz a
respeito as tais populações, a qual são fundamentais para a preservação da cultura
mantendo as tradições para que os habitantes de uma região, conheçam seus
direitos perante a sociedade. Nesse sentido, tal disciplina se constitui um tempo,
possibilitando o conhecimento de direitos e deveres que são fundamentadas pela
teoria e estabelecem uma visão real e significativa sobre a atuação profissional.
Assim sendo, a disciplina durante as aulas síncronas considerou a exibição de três
vídeos, que tiveram temáticas relacionadas aos direitos dos povos tradicionais e sua
relevância para a cidadania.

VÍDEO 1

Durante a exibição do vídeo 1, a aula tratou das seguintes temáticas:


“Constitucionalismo intercultural e cidadania diferenciada; autodeterminação dos
povos e comunidades tradicionais e os macro-direitos relacionados a autonomia;
participação e reparação; abordagem teórica, prática e metodológica do protocolo
comunitário de consulta e consentimento livre, prévio e informado; e abordagem
didático-pedagógico da educação sobre os direitos de povos e comunidades
tradicionais nos ambientes escolares e não escolares.”
Cabe destacar que a aula teve como como abordagem a importância da
constituição como um espaço de diálogo entre as diferentes culturas sociais. Dessa
maneira, tal temática diz a respeito aos povos e comunidades tradicionais,
ocasionado a inclusão integrativa das comunidades.
Verificou-se que durante a aula foi comentado que os movimentos do
constitucionalismo que ocorrem nos países sul-americanos puderam quebrar com a
lógica individualista das Constituições tradicionais. Assim, esse movimento inclui
uma nova concepção de espaço público acerca das necessidades das minorias.
Diante do exposto foi ressaltado que a luta por direitos dos povos e
comunidades tradicionais é garantido pela nossa constituição cidadã que estabelece
boas condições de possibilidade para utilização dos direitos para a emancipação ou
violação às coletividades. Dessa maneira, a cidadania foi mencionada pelo professor
como direito legitimados aos povos indígenas visando a proteção e promoção da
diversidade cultural, autonomia política e pluralismo jurídico.
Vale salientar que foi comentado o princípio da autodeterminação dos povos,
a qual confere o direito de autogoverno e de decidirem livremente a sua situação
política, bem como aos Estados o direito de defender a sua existência e condição de
independente. Contudo, foi discutido a consequência direta da autodeterminação
que é a possibilidade de resultar tanto na independência de um povo, quanto a
chance de uma integração com um Estado vizinho ou mesmo de sua associação a
qualquer outro Estado político.
No decorrer da aula foi mencionado que os povos indígenas têm o direito de
promover, desenvolver e manter suas estruturas institucionais e seus próprios
costumes, espiritualidade, tradições, procedimentos, práticas e, quando existam,
costumes ou sistema jurídicos, em conformidade com as normas internacionais
de direitos humanos.
Neste sentido, a aula esclareceu como a educação não formal traz benefícios
para a vida pessoal de cada ser humano. Sendo assim, esse tipo de educação
existe uma liberdade nos métodos de ensino e também para aprender. Desse modo,
fica mais fácil atender às necessidades individuais, que são naturais de cada
indivíduo. Ademais, a temática da aula foi interessante, pois pude agregar
conhecimentos, podendo compreender a construção da identidade indígena
entendendo que a política de identidade se baseia na suposição de que as
identidades são aspectos essenciais para os sujeitos e que a escola pode contribuir
com a produção e construção de materiais para aquisição de conhecimentos desse
povo. Entretanto, esta é uma discussão que ainda tem muito que se falar, discutir,
refletir frente aos modelos de racionalidade postos na sociedade.

VÍDEO 2
A segunda aula síncrona teve como tema: “A Autodeterminação dos povos e
comunidades tradicionais e os macro-direitos relacionados à autonomia, participação
e reparação”, a qual foi debatido inicialmente sobre o conceito de macro-direitos,
visto que, o professor ressaltou que são fundamentos jurídicos que sustentam outros
direitos. Dessa maneira, o professor comentou sobre o papel do estado diante da
garantia de direitos aos povos e comunidades tradicionais, tendo como referência os
aspectos culturais dessas populações.
Neste sentido, durante a explanação da aula, ficou claro que o fato do direito
não satisfazer de forma plena às demandas e reivindicações advindas dos povos e
comunidades tradicionais tem-se observado grandes dificuldades jurídicas acerca
das situações vivenciadas aos modelos jurídicos preexistentes, os quais têm
embasado e estruturado todo ordenamento jurídico, mesmo os modelos que possam
estar relacionados às situações sociais. Assim sendo, os direitos dos povos e
comunidades tradicionais devem ser plenos, é imprescindível garantir aos povos e
comunidades tradicionais a sua reprodução física e social, consubstanciada numa
“prática social”, que se relaciona a um modo de “criar”, de “fazer” e de “viver”.
Diante do exposto, o professor comentou na aula que a cidadania
diferenciada em relação aos povos e comunidades tradicionais fica a critério do
Estado brasileiro reconhecer a decisão dessas populações de manterem relações
diferenciadas com a sociedade nacional, acerca da participação da vida política e à
seletividade na incorporação de bens e serviços.
Neste aspecto, foi mencionado que a cidadania tem um vínculo jurídico entre
Estados e indivíduos, formando a perspectiva de um corpo social com igualdade,
homogeneidade, identidade e aspirações comuns. Assim, lutar, por direitos
preservados requer uma nova cidadania, a qual significa romper os limites
conceituais à própria cidadania, ao Estado e ao direito.
 Vale ressaltar que foi discutido que o princípio da autodeterminação dos
povos pode ser atuado nas modalidades de independência, associação, integração,
autonomia e reconhecimento de direitos de “minorias”, e, por possuir um enorme
conteúdo democrático, é aplicável a um povo somente em conformidade com a sua
vontade.
Verifica-se que falar hoje dos povos e comunidades tradicionais no Brasil,
significa falar de uma diversidade enorme de povos e etnias que habitam essas
terras há muitos anos. Dessa maneira, esses povos vivem hoje uma realidade
diferente daquela época, a qual os portugueses identificaram os índios como
ingênuos e, desse modo, implantaram sua cultura, sua língua, sua religião e seus
costumes para dominá-los. Todavia, a presença dos índios gerou um forte entrave
aos interesses portugueses, pois, dificultaria a posse das terras, visto que alguns
daqueles resistiriam a inserção dos portugueses que enfrentaram com a pressão
colonial que escondiam e negavam suas identidades.
Cabe inferir, que a aula foi gratificante, pois pude perceber a importância de
tais temáticas para minha formação enquanto futura licenciada em
Etnodesenvolvimento, a qual sinto-me honrada em aprender direitos fundamentais
para o meu povo, visto que a os povos indígenas fazem parte da história do povo
brasileiro Amazônida subjugadas em movimento migratório e no contexto histórico e
cultural desse território.

VÍDEO 3

O vídeo 3 referente a aula síncrona do curso em Licenciatura em


Etnodesenvolvimento da Universidade Federal do Pará trata sobre os aspectos
teóricos, práticos e normativos do direito à reparação, sobretudo em relação às
ações afirmativas, além de abordar os protocolos de consulta e as possibilidades da
educação em direitos humanos com povos e comunidades tradicionais.
Durante a aula, o professor abordou a questão dos aspectos teóricos,
práticos e normativos do direito à reparação, sobretudo em relação às ações
afirmativas. Desse modo, o professor comentou que a política de ações afirmativas é
definida como o estabelecimento de normas, regras, organização administrativa,
ordem social e representativa destinada à garantia de direitos e reparação histórica
pelo Estado, Poder Público e sociedade, mediante ações específicas de um
governo.
Neste sentido, discutiu que no Brasil, a política de ações afirmativas
destinada à população aos povos e comunidades tradicionais se constitui como uma
agenda pública, com uma tradição histórica nos processos reivindicatórios e
políticos. Sendo assim, a legitimação da política de ações afirmativas representa o
reconhecimento social e político que envolve o processo de reparação histórica,
garantia da efetividade de direitos, o combate às desigualdades educacionais, sócio-
econômicas, a discriminação, o preconceito, o racismo, mediante a definição de
responsabilidade do Estado, do Poder Público e da sociedade brasileira.
Diante do exposto, foi ressaltado que a política de ações afirmativas,
representa um avanço no que tange a integração entre as políticas públicas, a
inclusão social, a valorização positiva da identidade e pluralidade da cultura afro-
brasileira, além de garantir o acesso e a permanência da população negra em
distintos espaços e formas de atuação. Além disso, comentou que o princípio
constitucional da igualdade constitui um dos pilares do Estado Democrático de
Direito é essencial para a democracia contemporânea. A igualdade entre os
cidadãos é um fator de extrema importância e necessária à participação democrática
de todos nos procedimentos discursivos de criação autônoma e legítima do Direito.
Cabe inferir que durante a aula foi mencionado que o Protocolo de Consulta
(PC) é um mecanismo de orientação fruto de um histórico de luta em defesa dos
direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs), visto que é uma consulta
prévia que obriga o estado brasileiro a consultar a posição dos povos e
comunidades tradicionais sobre decisões administrativas e legislativas que afetem
suas vidas. Contudo, através da consulta prévia é possível garantir o direito de
escolha, participação e avaliação sobre projetos, empreendimentos, propostas
legislativas, pesquisas acadêmicas e quaisquer intervenções que afetem seu modo
de vida, seus direitos e o seu território. 
Ademais, foi discutido a questão dos direitos humanos dos povos e
comunidades tradicionais, a qual é referenciada pela constituição federal de 1988,
como fundamentado e garantia de direitos, uma vez que é no artigo 5º que garante
ao cidadão o direito à propriedade, à liberdade de ir e vir, de se expressar, de ter a
religião que quiser, de ter garantida a inviolabilidade de seu lar, de sua
correspondência, de suas contas bancárias, salvo com decisão judicial. Sendo
assim, garante tratamento humano, que proíbe a tortura, que garante a herança, o
direito à ampla defesa, à Justiça gratuita aos necessitados, a presunção da
inocência, o direito à certidão de nascimento, a educação e óbito gratuitas aos
reconhecidamente pobres.
Isto posto, a educação dos povos e comunidades tradicionais foi
mencionada como práticas que ampliam o desenvolvimento integral do cidadão em
seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social. Entende-se que a Educação
é a base essencial para uma sociedade.
Vale destacar que a aula foi gratificante, pois contribuiu para minha
formação podendo agregar experiências profissionais para meu futuro enquanto
docente. Assim a aula permitiu pensar sobre a cultura dos povos, cuja reflexão
remete ao que foi estudado, ou seja, é hora de unir a teoria e a prática, a fim de
estabelecer conhecimentos para a formação docente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Constituição Federal do Brasil. Brasília, 1988.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Sobre o diálogo intolerante.. São Paulo: Edusp,
2021.

RIBEIRO, Berta. O índio na história do Brasil. São Paulo: Global Editora, 2021.

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