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REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIL DA UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E

DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS FEDERAIS (LEI Nº 8.112/90 E SUAS ALTERAÇÕES): TÍTULO II – DO


PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO; TÍTULO III – DOS
DIREITOS E VANTAGENS; TÍTULO IV – DO REGIME DISCIPLINAR; TÍTULO V – DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

‘Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.

Formas de provimento e vacância dos cargos públicos

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

Basicamente, provimento é a ocupação do cargo por uma pessoa, transformando-a em servidora pública; enquanto
-

direção por outra.

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

Segundo Hely Lopes Meirelles1, provimento “é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a
designação de seu titular”, podendo ser originário ou inicial se o agente não possui vinculação anterior com a Adminis-
tração Pública; ou derivado, que pressupõe a existência de um vínculo com a Administração, o qual pode ser horizontal,
sem ascensão na carreira, ou vertical, com ascensão na carreira.

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I - a nacionalidade brasileira;
Nacional é o que possui vínculo político-jurídico com um Estado, fazendo parte de seu povo na qualidade de cidadão.

II - o gozo dos direitos políticos;


Direitos políticos são os direitos garantidos ao cidadão que envolvem sua participação direta ou indireta nas decisões
políticas do Estado. No Brasil, se encontram nos artigos 14 e 15 da Constituição Federal.

III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;


IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
Ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior, conforme a complexidade das funções do cargo.

V - a idade mínima de dezoito anos;


VI - aptidão física e mental.

P. ex., 3 anos de atividade jurídica para cargos de membros do Ministério Público ou da Magistratura.

§ 2o
-
vadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3o -
fessores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei.
Exceção ao inciso I do art. 5°.
LEGISLAÇÃO

Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.


1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro

1
Por investidura entende-se a instalação formal em um § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de
cargo público, o que se dará quando a pessoa for em- -
possada.
grande circulação.
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver
I - nomeação; candidato aprovado em concurso anterior com prazo
II - promoção; de validade não expirado.
III e IV - (Revogados)
V - readaptação; No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
VI - reversão; nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
VII - aproveitamento; concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
VIII - reintegração;
IX - recondução. O edital delimita questões como valor da taxa de ins-
Detalhes adiante. crição, casos de isenção, número de vagas e prazo de
validade.
SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO SEÇÃO IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Art. 9o A nomeação far-se-á:
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respec-
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isola-
tivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
do de provimento efetivo ou de carreira; deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes
II - em comissão, inclusive na condição de interino, ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados uni-
lateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co- atos de ofício previstos em lei.
missão ou de natureza especial poderá ser nomeado § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de da publicação do ato de provimento.
- § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
publicação do ato de provimento, em licença prevista
remuneração de um deles durante o período da in- -
terinidade. teses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e
O cargo em comissão é temporário e não depende de “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término
concurso público. Se o servidor for nomeado para outro do impedimento.
cargo em comissão poderá exercer ambos de maneira § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração es-
interina (temporária), mas somente poderá receber re-
muneração por um deles, o que optar. § 4o
por nomeação.
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração
isolado de provimento efetivo depende de prévia habi- de bens e valores que constituem seu patrimônio e de-
litação em concurso público de provas ou de provas e claração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
emprego ou função pública.
de sua validade. § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste ar-
e o desenvolvimento do servidor na carreira, median- tigo.

diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú-


blica Federal e seus regulamentos.
Não há posse nos cargos em comissão. A declaração de
-
SEÇÃO III nanceira do servidor, de forma a perceber se ele enrique-
DO CONCURSO PÚBLICO ceu desproporcionalmente durante o exercício do cargo.
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu- Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia
los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano
de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao for julgado apto física e mentalmente para o exercício
- do cargo.
LEGISLAÇÃO

isenção nele expressamente previstas. Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 § 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empos-
(dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, sado em cargo público entrar em exercício, contados
por igual período. da data da posse.

2
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tor- ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo
nado sem efeito o ato de sua designação para função ser convocado sempre que houver interesse da Admi-
nistração.
previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
§ 3o trabalho estabelecida em leis especiais.
para onde for nomeado ou designado o servidor com-
pete dar-lhe exercício. Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado
§ 4o - -
cidirá com a data de publicação do ato de designação, período de 24 (vinte e quatro) me-
salvo quando o servidor estiver em licença ou afasta- ses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
objeto de avaliação para o desempenho do cargo, ob-
- servados os seguinte fatores:
dimento, que não poderá exceder a trinta dias da pu- I - assiduidade;
blicação. II - disciplina;
III - capacidade de iniciativa;
IV - produtividade;
prazo de 15 dias da posse, até mesmo porque ela não V - responsabilidade.
existe nestas funções. Então, o prazo para exercício será § 1o -
o do dia da publicação do ato de designação.
autoridade competente a avaliação do desempenho
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o rei- do servidor, realizada por comissão constituída para
nício do exercício serão registrados no assentamento
individual do servidor. ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores
- enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.
cessários ao seu assentamento individual. § 2o
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exer- será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
cício, que é contado no novo posicionamento na car- anteriormente ocupado, observado o disposto no pa-
reira a partir da data de publicação do ato que pro- rágrafo único do art. 29.
mover o servidor. § 3o
Na promoção não há nova posse. Então, o servidor quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
não tem 15 dias para entrar em exercício, o fazendo no
dia da publicação do ato. ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido
-
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro tureza Especial, cargos de provimento em comissão do
município em razão de ter sido removido, redistribuí- Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de
- níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
rio terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de § 4o -
prazo, contados da publicação do ato, para a retoma- derão ser concedidas as licenças e os afastamentos
da do efetivo desempenho das atribuições do cargo, previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem
incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslo- assim afastamento para participar de curso de forma-
camento para a nova sede. ção decorrente de aprovação em concurso para outro
§ 1o cargo na Administração Pública Federal.
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este § 5o
artigo será contado a partir do término do impedi- licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
mento. § 1o
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos esta- em curso de formação, e será retomado a partir do
belecidos no caput. término do impedimento.

Se o servidor estava em exercício em outro município Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a dis-
e é convocado por publicação para retomar a posição ciplina do estágio probatório mudou, notadamente au-

desistir, se quiser. que a norma constitucional prevalece sobre a lei federal,


mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de traba-

respectivos cargos, respeitada a duração máxima do -


trabalho semanal de quarenta horas e observados os
LEGISLAÇÃO

cício os servidores nomeados para cargo de provimen-


limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas to efetivo em virtude de concurso público.
diárias, respectivamente.
§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
gado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja zer tantos movimentos no exercício das funções. Por isso,
assegurada ampla defesa; pode ser reconduzido para outro cargo técnico na repar-
tição que seja mais burocrático e exija menos movimen-
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- tação física, como o de assistente de um superior.
rada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do SEÇÃO VIII
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual DA REVERSÃO
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remune- aposentado:
ração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida- insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que:
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até a) tenha solicitado a reversão;
seu adequado aproveitamento em outro cargo. b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos an-

e) haja cargo vago.


SEÇÃO V § 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
DA ESTABILIDADE resultante de sua transformação.
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e será considerado para concessão da aposentadoria.
empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá § 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o
estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) cargo, o servidor exercerá suas atribuições como exce-
anos de efetivo exercício.
§ 4o -
- se da administração perceberá, em substituição aos
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo
- que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de
tude de sentença judicial transitada em julgado ou de -
processo administrativo disciplinar no qual lhe seja as- sentadoria.
segurada ampla defesa. § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os
proventos calculados com base nas regras atuais se
SEÇÃO VI permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
DA TRANSFERÊNCIA § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
artigo.
Art. 23. (Execução suspensa)
Art. 26. (Revogado)
SEÇÃO VII Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
DA READAPTAÇÃO completado 70 (setenta) anos de idade.

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em Merece destaque a impossibilidade de cumulação da


cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis aposentadoria com a remuneração caso o servidor retor-
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade ne às funções.

§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o rea- SEÇÃO IX


daptando será aposentado. DA REINTEGRAÇÃO
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atri-
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a
exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
com ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1o
Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psi-
cológicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado arts. 30 e 31.
LEGISLAÇÃO

para cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex.: § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual
funcionário trabalhava como atendente numa repartição, ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
se movimentando o tempo todo e sofre um acidente,
ou, ainda, posto em disponibilidade.
prejudicada, embora seja inconveniente ele ter que fa-
Se um servidor for injustamente demitido e a sua de- CAPÍTULO II
missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo DA VACÂNCIA
totalmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salá-
rios do período em que foi afastado). Caso o cargo es- Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
teja extinto, será posto em disponibilidade; caso o cargo I - exoneração;
exista e alguém o estiver ocupando, este será retirado do II - demissão;
cargo, devolvendo-o ao seu legítimo titular. III - promoção;
IV e V - (Revogados)
SEÇÃO X VI - readaptação;
DA RECONDUÇÃO VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor es- IX - falecimento.
tável ao cargo anteriormente ocupado e decor-
rerá de: Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pe-
I - inabilitação em estágio probatório relativo a dido do servidor, ou de ofício.
outro cargo; Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
de origem, o servidor será aproveitado em outro, em exercício no prazo estabelecido.
observado o disposto no art. 30.
Sendo o cargo efetivo, somente será exonerado de
Como visto, quando um servidor é promovido ele se ofício se não for habilitado no estágio probatório e se
sujeita a novo estágio probatório e, caso seja inabilitado, não entrar em exercício no prazo legal.
voltará ao cargo que antes ocupava. Ainda, se alguém
estiver ocupando o cargo de um servidor que tenha sido Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-
injustamente demitido, quando este voltar deverá deso-
I - a juízo da autoridade competente;
cupar o cargo. Se a posição antes ocupada não estiver
livre, deverá ser reaproveitado em outro cargo semelhan-
te.
Como o cargo em comissão refere-se a uma relação
SEÇÃO XI
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
poderá exonerar o servidor.
-
#FicaDica
em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado. Formas de provimento
- Originário
Nomeação – Em caráter efetivo ou em co-
determinará o imediato aproveitamento de servidor missão
em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos - Derivado
- Promoção – Ascensão do cargo ocupado
eral. para um cargo sucessivo e ascendente, pos-
o
do art. sível quando o servidor tiver seu cargo es-
37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser truturado em carreira.
Aproveitamento – Retorno de um servidor
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - posto em disponibilidade.
SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro Readaptação – Realocação de servidor que
-
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e patível.
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em Reintegração – Retorno de servidor a cargo
exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por anteriormente ocupado ou em cargo resul-
tante de sua transformação quando invalida-
da a decisão de sua demissão.
Servidor posto em disponibilidade não é servidor Recondução – Retorno de servidor a cargo
aposentado. É apenas um servidor aguardando que surja anteriormente ocupado em decorrência de
um posto adequado para que ocupe. Quando ele surgir, inabilitação no estágio probatório de outro
deverá entrar em exercício, sob pena de ter revogada a cargo ou por ter o ocupante anterior sido
reintegrado.
LEGISLAÇÃO

disponibilidade, deixando de ser servidor público.


Reversão – Retorno do servidor ao cargo
ocupado quando anteriormente aposentado
por invalidez, caso cesse a doença ou condi-
ção incapacitante.

5
Resume Carvalho Filho2: “os direitos sociais constitu-
EXERCÍCIOS COMENTADOS determina que dezesseis dos direitos sociais outorgados
aos empregados sejam estendidos aos servidores públi-
1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) cos. Dentre esses direitos estão o do salário mínimo (art.
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos feder-
ais, julgue o item a seguir.
A investidura em cargo público ocorre com a nomeação -

constitucional. [...] Além disso, há vários direitos de na-


( ) CERTO ( ) ERRADO tureza social relacionados nos diversos estatutos funcio-
nais das pessoas federativas. É nas leis estatutárias que
Resposta: Errado. o
, Lei nº se encontram tais direitos, como o direito às licenças, à
8.112/1990: “A investidura em cargo público ocorrerá pensão, aos auxílios pecuniários, como o auxílio-funeral
com a posse”. e o auxílio-reclusão, à assistência, à saúde etc.”
2. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa - CAPÍTULO I
CESPE/2018) Julgue o seguinte item de acordo com as DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
disposições constitucionais e legais acerca dos agentes
públicos. Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo ex-
A reversão constitui a reinvestidura do servidor estável
no cargo anteriormente ocupado, e ocorre quando é in- Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
validada a demissão do servidor por decisão judicial ou acrescido das vantagens pecuniárias permanentes es-
administrativa. Nesse caso, o servidor deve ser ressarcido tabelecidas em lei.
de todas as vantagens que deixou de perceber durante o
período demissório.
remuneração diária, proporcional aos atrasos, aus-
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O erro da assertiva está em de-


screver a reintegração, não a reversão, conforme artigo
28, Lei nº 8.112/1990: “A reintegração é a reinvestidura
caso fortuito ou de força maior poderão ser compen-
do servidor estável no cargo anteriormente ocupado,
-
ou no cargo resultante de sua transformação, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa sideradas como efetivo exercício.
ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens”.
Somente não geram perda de remuneração as faltas

Justiça Avaliador Federal - CESPE/2017) Com base


na Lei nº 8.112/1990 e no regime jurídico aplicável aos Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judi-
agentes públicos, julgue o item a seguir. cial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
Servidor aposentado por invalidez poderá retornar à ou provento.
§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver
os motivos da sua aposentadoria, hipótese em que se consignação em folha de pagamento em favor de ter-
procederá à reversão do servidor. ceiros, a critério da administração e com reposição de

( ) CERTO ( ) ERRADO § 2º O total de consignações facultativas de que trata


o § 1o não excederá a 35% (trinta e cinco por cento)
Resposta: Certo. A hipótese é de reversão, conforme da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento)
artigo 25, I, Lei nº 8.112/1990: “Reversão é o retorno reservados exclusivamente para: I - a amortização de
à atividade de servidor aposentado: I - por invalidez, despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou

motivos da aposentadoria”. cartão de crédito.


Para descontos em folha, é preciso ordem judicial ou
autorização do servidor.
Dos Direitos e Vantagens
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atual-
TÍTULO III izadas até 30 de junho de 1994, serão previamente co-
DOS DIREITOS E VANTAGENS
LEGISLAÇÃO

municadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen-


sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta
Em sete capítulos, o terceiro título da legislação em es- dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.
tudo estabelece os direitos e vantagens do servidor públi-
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
co, para em seguida trazer seus deveres e proibições.
trativo
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior IV - auxílio-moradia.
ao correspondente a dez por cento da remuneração, A leitura da legislação seca permite conceituar e dife-
provento ou pensão. renciar cada modalidade de indenização.
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocor-
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
a reposição será feita imediatamente, em uma única incisos I a III do art. 51, assim como as condições para
parcela. a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
§ 3o
de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada SUBSEÇÃO I
ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, DA AJUDA DE CUSTO
serão eles atualizados até a data da reposição.
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for despesas de instalação do servidor que, no interesse
demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta mudança de domicílio em caráter permanente, ve-
dias para quitar o débito. dado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que de-
previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. tenha também a condição de servidor, vier a ter exer-
Débito com o erário = dívida com o Estado. cício na mesma sede.
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento § 1o Correm por conta da administração as despesas
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, ex- de transporte do servidor e de sua família, compreen-
ceto nos casos de prestação de alimentos resultante de dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
decisão judicial.
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede
são assegurados ajuda de custo e transporte para a
CAPÍTULO II localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano,
DAS VANTAGENS

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo
servidor as seguintes vantagens: único do art. 36.
I - indenizações; Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remu-
neração do servidor, conforme se dispuser em regu-
III - adicionais. lamento, não podendo exceder a importância corre-
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimen-
to ou provento para qualquer efeito.
§ 2o Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
vencimento ou provento, nos casos e condições indi- que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
cados em lei. mandato eletivo.
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão com-
putadas, nem acumuladas, para efeito de concessão
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores,
comissão, com mudança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I
-
De acordo com Hely Lopes Meirelles , “o que caracte-
sionário, quando cabível.
-
le que recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou
uma retribuição pelo desempenho de funções especiais
-
que fogem da rotina burocrática, e esta, uma compensa-
ção por serviços comuns executados em condições anor- tar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.
mais para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de
certas situações que agravam o orçamento do servidor”. SUBSEÇÃO II
DAS DIÁRIAS
SEÇÃO I
DAS INDENIZAÇÕES Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em
-
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
LEGISLAÇÃO

I - ajuda de custo; e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas


II - diárias; extraordinária com pousada, alimentação e locomoção
III - transporte. urbana, conforme dispuser em regulamento.
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento,
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
sendo devida pela metade quando o deslocamento
não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão
custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias
cobertas por diárias.
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede con- domicílio do servidor;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha
fará jus a diárias. residido no Município, nos últimos doze meses, aonde
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que for exercer o cargo em comissão ou função de con-
se deslocar dentro da mesma região metropolitana,
aglomeração urbana ou microrregião, constituídas dias dentro desse período; e
por municípios limítrofes e regularmente instituídas, VIII - o deslocamento não tenha sido por força de al-
ou em áreas de controle integrado mantidas com teração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.

de 2006.
- -
siderado o prazo no qual o servidor estava ocupando
outro cargo em comissão relacionado no inciso V.
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar Art. 60-C. (Revogado).
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limi-
las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. tado a 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo
em comissão, função comissionada ou cargo de Min-
istro de Estado ocupado.
afastamento, restituirá as diárias recebidas em exces- § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar
so, no prazo previsto no caput. 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Min-
istro de Estado.
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comis-
SUBSEÇÃO III
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
que preencherem os requisitos o ressarcimento até o
valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colo-
servidor que realizar despesas com a utilização de
-

cargo, conforme se dispuser em regulamento.


A subseção IV trabalha com o auxílio-moradia, bene-
SUBSEÇÃO IV fício que é concedido a alguns servidores. Ele serve para
DO AUXÍLIO-MORADIA ajudar o servidor a arcar com despesas de moradia, seja
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarci- pago 1 mês depois que o servidor comprovar a despesa
mento das despesas comprovadamente realizadas que teve. No entanto, não é qualquer servidor e não é em
pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio qualquer situação que se tem o auxílio-moradia.
de hospedagem administrado por empresa hoteleira, -
trições: não haver disponibilidade de imóvel funcional
pelo servidor.
moradia, dispensando gastos particulares), não se ter
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor tentado vender ou vendido um imóvel na cidade (evitan-
se atendidos os seguintes requisitos: do que tente utilizar o auxílio-moradia como um modo
de se obter vantagem patrimonial), um cônjuge ou pes-
pelo servidor; soa com quem more não receber auxílio da mesma na-
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe tureza (cumulando indevidamente), além do exercício de
cargos de determinada natureza (perceba-se, cargos de
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não relevante direção).
seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, O auxílio-moradia é pago proporcionalmente aos
vencimentos, não excedendo 25%. Destaca-se que o ar-
-

nos doze meses que antecederem a sua nomeação; SEÇÃO II


IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
receba auxílio-moradia;
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
LEGISLAÇÃO

para ocupar cargo em comissão ou função de con- nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes
-
ores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de I - retribuição pelo exercício de função de direção, che-
Ministro de Estado ou equivalentes;

8
SUBSEÇÃO IV
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICU-
perigosas ou penosas; LOSIDADE OU ATIVIDADES PENOSAS
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
VI - adicional noturno; Art. 68. Os servidores que trabalhem com habituali-
VII - adicional de férias; dade em locais insalubres ou em contato permanente
VIII - outros, re -
balho. vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do
cargo efetivo.
§ 1o -
bridade e de periculosidade deverá optar por um deles.
própria legislação, conforme se denota abaixo. § 2o O direito ao adicional de insalubridade ou pericu-
losidade cessa com a eliminação das condições ou dos
SUBSEÇÃO I riscos que deram causa a sua concessão.
DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de
servidores em operações ou locais considerados peno-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo inves-
sos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
cargo de provimento em comissão ou de Natureza Es-
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
pecial é devida retribuição pelo seu exercício.
operações e locais previstos neste artigo, exercendo
-
suas atividades em local salubre e em serviço não
neração dos cargos em comissão de que trata o inciso
penoso e não perigoso.
II do art. 9o.
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão
observadas as situações estabelecidas em legislação
ou assessoramento, cargo de provimento em comis-
são ou de Natureza Especial a que se referem os arts. Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido
3º e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou
3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998.
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste -
- mento.
muneração dos servidores públicos federais. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que op-
eram com Raios X ou substâncias radioativas serão
SUBSEÇÃO II mantidos sob controle permanente, de modo que as
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível

Parágrafo único. Os servidores a que se refere este


artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6
- (seis) meses.
spectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 SUBSEÇÃO V
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁ-
RIO

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com

- hora normal de trabalho.


cação natalina, proporcionalmente aos meses de ex-
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
exoneração. para atender a situações excepcionais e temporárias,
respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jor-
nada.
para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
SUBSEÇÃO VI
SUBSEÇÃO III
LEGISLAÇÃO

DO ADICIONAL NOTURNO
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário com-
preendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia
e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora

9
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computan- b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se
do-se cada hora como cinquenta e dois minutos e tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do
trinta segundos. caput deste artigo.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço ex- § 2o
traordinário, o acréscimo de que trata este artigo in- somente será paga se as atividades referidas nos inci-
cidirá sobre a remuneração prevista no art. 73. sos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo
das atribuições do cargo de que o servidor for titular,
SUBSEÇÃO VII devendo ser objeto de compensação de carga horária
DO ADICIONAL DE FÉRIAS quando desempenhadas durante a jornada de trabal-
ho, na forma do § 4odo art. 98 desta Lei.
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago § 3o
ao servidor, por ocasião das férias, um adicional cor- não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor
- para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como
ríodo das férias. base de cálculo para quaisquer outras vantagens, in-
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função -
tadoria e das pensões.
em comissão, a respectiva vantagem será considerada
no cálculo do adicional de que trata este artigo. CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS
SUBSEÇÃO VIII
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que
OU CONCURSO podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío-
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as

§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão


Concurso é devida ao servidor que, em caráter even-
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
tual:
§ 2o
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
serviço.
desenvolvimento ou de treinamento regularmente in-
§ 3o -
stituído no âmbito da administração pública federal;
pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
II - participar de banca examinadora ou de comis-
interesse da administração pública.
são para exames orais, para análise curricular, para
É possível impedir que o servidor tire férias por até 2
correção de provas discursivas, para elaboração de períodos se o seu serviço for altamente necessário.
questões de provas ou para julgamento de recursos
intentados por candidatos; Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será
III - participar da logística de preparação e de reali- efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
zação de concurso público envolvendo atividades de período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.
planejamento, coordenação, supervisão, execução e §1° e §2°. Revogados.
avaliação de resultado, quando tais atividades não § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-
estiverem incluídas entre as suas atribuições perma- missão, perceberá indenização relativa ao período das
nentes; férias a que tiver direito e ao incompleto, na propor-
-
vas de exame vestibular ou de concurso público ou su- fração superior a quatorze dias.
pervisionar essas atividades. § 4o A indenização será calculada com base na remu-
§ 1o - -
-
lamento, observados os seguintes parâmetros: § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da
observadas a natureza e a complexidade da atividade Constituição Federal quando da utilização do primeiro
exercida; período.
II - a retribuição não poderá ser superior ao equiva-
lente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, Art. 79. O servidor que opera direta e permanente-
ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente mente com Raios X ou substâncias radioativas gozará
20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de

acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho a acumulação.


anuais; Manutenção da saúde do servidor.
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
LEGISLAÇÃO

aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior


vencimento básico da administração pública federal: por motivo de calamidade pública, comoção interna,
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do por necessidade do serviço declarada pela autoridade
caput deste artigo;

10
Parágrafo único. O restante do período interrompido SEÇÃO II
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES-
art. 77. SOA DA FAMÍLIA

O direito individual às férias pode ser mitigado pelo Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
direito da coletividade de manutenção da paz e da or- motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
dem social.
ou dependente que viva a suas expensas e conste do
seu assentamento funcional, mediante comprovação
#FicaDica
Vantagens: § 1o
- Indenizações (não se incorporam) direta do servidor for indispensável e não puder ser
Ajuda de custo prestada simultaneamente com o exercício do cargo
Diárias ou mediante compensação de horário, na forma do
Transporte disposto no inciso II do art. 44.
Auxílio-moradia § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorro-
gações, poderá ser concedida a cada período de doze
meses nas seguintes condições:
Natalina I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
Por Encargo, de curso ou concurso (não se mantida a remuneração do servidor; e
incorpora) II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
- Adicionais (podem se incorporar) remuneração.
Insalubridade § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será
Periculosidade contado a partir da data do deferimento da primeira
Atividades penosas licença concedida.
Serviço extraordinário § 4o A soma das licenças remuneradas e das licen-
Noturno ças não remuneradas, incluídas as respectivas pror-
De férias rogações, concedidas em um mesmo período de
Relativo à natureza ou local de trabalho 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
I e II do § 2o.
CAPÍTULO IV SEÇÃO III
DAS LICENÇAS DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO
DO CÔNJUGE
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslo-
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I - por motivo de doença em pessoa da família; exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com- Poderes Executivo e Legislativo.
panheiro; § 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re-
III - para o serviço militar; muneração.
IV - para atividade política; § 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
V - para capacitação; companheiro também seja servidor público, civil ou
VI - para tratar de interesses particulares; militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
VII - para desempenho de mandato classista. dos, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver
Atenção aos motivos que autorizam licença, detalha- -
dos a seguir na legislação. istração Federal direta, autárquica ou fundacional,
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste ar- desde que para o exercício de atividade compatível
tigo bem como cada uma de suas prorrogações serão com o seu cargo.
-
vado o disposto no art. 204 desta Lei. SEÇÃO IV
§ 2.º (Revogado pela Lei n.º 9.527, de 10.12.97) DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR
§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada du-
rante o período da licença prevista no inciso I deste Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar
artigo. será concedida licença, na forma e condições previstas
LEGISLAÇÃO

Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor
dias do término de outra da mesma espécie será con- terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reas-
siderada como prorrogação. sumir o exercício do cargo.

11
SEÇÃO V III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA associados, 8 (oito) servidores.
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remu- eleitos para cargos de direção ou de representação nas
neração, durante o período que mediar entre a sua
escolha em convenção partidária, como candidato a competente.
cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candida- § 2º A licença t -
tura perante a Justiça Eleitoral. dendo ser renovada, no caso de reeleição.
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de #FicaDica
-
calização, dele será afastado, a partir do dia imediato - Licença por Motivo de Doença em Pessoa
ao do registro de sua candidatura perante a Justiça
Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. saúde com um familiar próximo ou depen-
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o déci- dente legal. Remunerada.
- Licença por Motivo de Afastamento do
licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, -
juge de um servidor público de cidade ou
país. Não remunerada.
SEÇÃO VI
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO para o caso de convocação do servidor para
o serviço militar. Não remunerada.
o servidor poderá, no interesse da Administração, para o caso de servidor candidato a cargo
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respec- político eletivo, sendo obrigatório entre o
dia da candidatura e dez dias após as elei-
ções. Não remunerada.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata
o caput não são acumuláveis.
Remunerada.
Art. 90. (Vetado)
- Licença Para Tratar Interesses Particulares
SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PAR-
TICULARES servidor. Não remunerada.
- Licença para Desempenho de Mandato
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser con- -
cedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde vocação do servidor como responsável por
gerir ou representar em tempo integral enti-
dade de classe. Não remunerada.
anos consecutivos, sem remuneração. - Licença para Tratamento de Saúde – jus-
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a -
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse cessário o afastamento para tratamento. Re-
do serviço. munerada.
-
SEÇÃO VIII -se por maternidade, biológica ou adotada.
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDA- Remunerada.
TO CLASSISTA -
nidade, biológica ou adotada. Remunerada.

sem remuneração para o desempenho de mandato


em confederação, federação, associação de classe de CAPÍTULO V
âmbito nacional, sindicato representativo da catego- DOS AFASTAMENTOS

- SEÇÃO I
ciedade cooperativa constituída por servidores públi- DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓR-
cos para prestar serviços a seus membros, observado GÃO OU ENTIDADE
o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta
Lei, conforme disposto em regulamento e observados Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício
os seguintes limites:
LEGISLAÇÃO

I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associa- dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou em
dos, 2 (dois) servidores; serviço social autônomo instituído pela União que ex-
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 erça atividades de cooperação com a administração
(trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores;

12
I - para exercício de cargo em comissão ou função de § 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor con-
tribuirá para a seguridade social como se em exercício
estivesse.
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou clas-
sista não poderá ser removido ou redistribuído de
ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do ofício para localidade diversa daquela onde exerce o
mandato.
cedente nos demais casos.
SEÇÃO III
pública ou sociedade de economia mista, nos termos DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO
das respectivas normas, optar pela remuneração do NO EXTERIOR
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo
acrescida de percentual da retribuição do cargo em Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembol-
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
origem. Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Federal.
§ 1o
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da a missão ou estudo, somente decorrido igual período,
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter
§ 2o
não será concedida exoneração ou licença para tra-
tar de interesse particular antes de decorrido período
-
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ sarcimento da despesa havida com seu afastamento.
1º e 2º deste artigo. § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servi-
§ 6° As cessões de empregados de empresa pública ou dores da carreira diplomática.
de sociedade de economia mista, que receba recursos § 4o -
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da ização de que trata este artigo, inclusive no que se
sua folha de pagamento de pessoal, independem das
disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste em regulamento.
-
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em or-
Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos ganismo internacional de que o Brasil participe ou
de ocupação de cargo em comissão ou função grati- com o qual coopere dar-se-á com perda total da re-
muneração.
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e
SEÇÃO IV
- DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM
ministração Pública Federal, poderá determinar a lo- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO
tação ou o exercício de empregado ou servidor, inde- SENSU NO PAÍS
pendentemente da observância do constante no inciso
I e nos §§ 1° e 2° deste artigo. Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Adminis-
tração, e desde que a participação não possa ocorrer
SEÇÃO II simultaneamente com o exercício do cargo ou medi-
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MAN- ante compensação de horário, afastar-se do exercício
DATO ELETIVO do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para
-
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- su em instituição de ensino superior no País.
cam-se as seguintes disposições: § 1o
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distri-
os programas de capacitação e os critérios para par-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remu- com ou sem afastamento do servidor, que serão avali-
neração;
III - investido no mandato de vereador: § 2o Os afastamentos para realização de programas de
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração
LEGISLAÇÃO

servidores titulares de cargos efetivos no respectivo


do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração. afastado por licença para tratar de assuntos particu-
lares para gozo de licença capacitação ou com funda- § 4o Será igualmente concedido horário especial, vin-

da solicitação de afastamento. prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe


§ 3o Os afastamentos para realização de programas de atividade prevista nos incisos I e II do caput do art.
- 76-A desta Lei.

ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no
interesse da administração é assegurada, na locali-
afastado por licença para tratar de assuntos particu- -
lares ou com fundamento neste artigo, nos quatro
época, independentemente de vaga.
§ 4o Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que per-
- servidor que vivam na sua companhia, bem como aos
torno por um período igual ao do afastamento con- menores sob sua guarda, com autorização judicial.
cedido.
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do CAPÍTULO VII
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período DO TEMPO DE SERVIÇO
o
deste artigo, deverá
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de
Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos
com seu aperfeiçoamento. Armadas.
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita
se o disposto no § 5o em dias, que serão convertidos em anos, considerado
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a cri- o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

§ 7o
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. art. 97, são considerados como de efetivo exercício os
95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. afastamentos em virtude de:
I - férias;
CAPÍTULO VI II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
DAS CONCESSÕES
Municípios e Distrito Federal;
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor aus- III - exercício de cargo ou função de governo ou ad-
entar-se do serviço:
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; por nomeação do Presidente da República;
II - pelo período comprovadamente necessário para IV - participação em programa de treinamento regu-
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, -
em qualquer caso, a dois dias; e (Redação dada pela ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regu-
lamento;
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
a) casamento; municipal ou do Distrito Federal, exceto para pro-
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma- moção por merecimento;
-
da ou tutela e irmãos. VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado
o afastamento, conforme dispuser o regulamento;
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor VIII - licença:
estudante, quando comprovada a incompatibilidade
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo
do exercício do cargo. vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tem-
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida
provimento efetivo;
tiver exercício, respeitada a duração semanal do tra- c) para o desempenho de mandato classista ou par-
balho.
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- cooperativa constituída por servidores para prestar
serviços a seus membros, exceto para efeito de pro-
LEGISLAÇÃO

- moção por merecimento;


mente de compensação de horário. -
§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas sional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamen-
to;
f) por convocação para o serviço militar; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o terpostos.
art. 18; § 1o -
X - participação em competição desportiva nacional
ou convocação para integrar representação desportiva
nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em demais autoridades.
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da
XI - afastamento para servir em organismo internac- autoridade a que estiver imediatamente subordinado
ional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. o requerente.
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta- Art. 108. O prazo para interposição de pedido de re-
doria e disponibilidade: consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a con-
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
Municípios e Distrito Federal; decisão recorrida.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
família do servidor, com remuneração, que exceder a Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito sus-
30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. pensivo, a juízo da autoridade competente.
III - a licença para atividade política, no caso do art. Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido
86, § 2o; de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital,
anterior ao ingresso no serviço público federal; Art. 110. O direito de requerer prescreve:
V - o tempo de serviço em atividade privada, vincu- I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão
e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; ou que afetem interesse patrimonial e créditos result-
antes das relações de trabalho;
saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
do inciso VIII do art. 102.
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado
será contado apenas para nova aposentadoria. da data da publicação do ato impugnado ou da data
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço pre- -
licado.
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de
serviço prestado concomitantemente em mais de um Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição.
da União, Estado, Distrito Federal e Município, autar-
quia, fundação pública, sociedade de economia mista Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não poden-
e empresa pública. do ser relevada pela administração.

CAPÍTULO VIII Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é as-


DO DIREITO DE PETIÇÃO segurada vista do processo ou documento, na repar-
tição, ao servidor ou ao procurador por ele constituído.
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de req-
uerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a
interesse legítimo. qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos esta-
belecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição,
competente para decidi-lo e encaminhado por inter- assegurado a todos: “são a todos assegurados, inde-
médio daquela a que estiver imediatamente subordi- pendentemente do pagamento de taxas: a) o direito
nado o requerente. de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder;”. Os artigos

que houver expedido o ato ou proferido a primeira de- servidores públicos.


cisão, não podendo ser renovado.
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de recon-
sideração de que tratam os artigos anteriores deverão
ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos
LEGISLAÇÃO

dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso:


I - do indeferimento do pedido de reconsideração;

15
Administração: a) para acompanhar cônjuge ou com-
panheiro, também servidor público civil ou militar, de
EXERCÍCIO COMENTADO qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
1. (EBSERH - Analista Administrativo - Administração interesse da Administração; b) por motivo de saúde
- CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao re- do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente
gime dos servidores públicos federais e à ética no serviço que viva às suas expensas e conste do seu assenta-
público. mento funcional, condicionada à comprovação por
Em caso de licença por motivo de doença de enteado
promovido, na hipótese em que o número de inter-
suspenso, sendo retomado ao término do período da li- essados for superior ao número de vagas, de acordo
cença. com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade
em que aqueles estejam lotados”.
( ) CERTO ( ) ERRADO Do Regime Disciplinar
Resposta: Certo. Observe a disciplina da Lei nº
- TÍTULO IV
cará suspenso durante as licenças e os afastamentos DO REGIME DISCIPLINAR

na hipótese de participação em curso de formação, e O regime disciplinar do servidor público civil federal
será retomado a partir do término do impedimento”. está estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres
e proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: am-
concedida licença ao servidor por motivo de doença bos deveres e proibições são normas protetivas da boa
Administração. Nas duas hipóteses, violado o preceito,
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que cabível é uma punição. Deve-se notar, porém, que os de-
viva a suas expensas e conste do seu assentamento veres constam da lei como ações, como conduta positiva;
funcional, mediante comprovação por perícia médica as proibições, ao contrário, são descritas como condutas
vedadas ao servidor, de modo que ele deve abster-se de

2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) de modo exaustivo, porque o servidor deve obediência a
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos feder- todas as normas legais ou infralegais, e o próprio inciso
ais, julgue o item a seguir. III do referido dispositivo é, de certa maneira, uma norma
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as disciplinar em branco .
- “Estes dispositivos preveem, basicamente, um con-
cionais, incorporando-se as duas últimas ao vencimento junto de normas de conduta e de proibições impostas
ou provento, nas condições indicadas em lei. pela lei aos servidores por ela abrangidos, tendo em
vista a prevenção, a apuração e a possível punição de
( ) CERTO ( ) ERRADO atos e omissões que possam por em risco o funciona-
mento adequado da administração pública, do posto de
Resposta: Certo.
Lei nº 8.112/1990: “Além do vencimento, poderão ser de vista da legalidade. Decorrem, estes dispositivos, do
pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indeni- denominado Poder Disciplinar que é aquele conferido à
- Administração com o objetivo de manter sua disciplina
zações não se incorporam ao vencimento ou provento interna, na medida em que lhe atribui instrumentos para
para qualquer efeito”. punir seus servidores (e também àqueles que estejam a
ela vinculados por um instrumento jurídico determinado
3. (STM - Analista Judiciário - Área Judiciária - - particulares contratados pela Administração). [...]“O dis-
CESPE/2018) Acerca das regras aplicáveis aos servidores posto no Título IV da lei nº 8.112/90 prevê basicamente
públicos do Poder Judiciário, e considerando o que dis- um conjunto de obrigações impostas aos servidores por
ela regidos. Tais obrigações, ora positivas (os denomina-
item a seguir.
A legislação que dispõe sobre o regime estatutário prevê
-
a possibilidade de o servidor público, em determinadas
hipóteses, pedir remoção para outra localidade, inde-
então, a aplicação de uma das sanções administrativas
pendentemente do interesse da administração pública.
que a responsabilidade administrativa resulta da prática
( ) CERTO ( ) ERRADO
de ato omissivo (quando o servidor deixa de cumprir os
deveres a ele impostos) ou comissivo (quando viola proi-
Resposta: Certo. D bição) praticado no desempenho do cargo ou função”5.
LEGISLAÇÃO

8.112/1990: “Remoção é o deslocamento do servidor,


LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos
a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar-
com ou sem mudança de sede. [...] III - a pedido, para tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
outra localidade, independentemente do interesse da
5 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi-
CAPÍTULO I III - observar as normas legais e regulamentares;
DOS DEVERES “A função desta norma é de não deixar sem resposta
qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a neces-
Art. 116. São deveres do servidor: sária correlação nesses casos que temos de fazer do art.

são em muito compatíveis com os previstos no Código lei, decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.

- IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando


mas das condutas esperadas do servidor público quando manifestamente ilegais;
do desempenho de suas funções. Em resumo, o servi- “O servidor integra a estrutura organizacional do ór-
dor público deve desempenhar suas funções com cuida- gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado
do, rapidez e pontualidade, sendo leal à instituição que se movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro
compõe, respeitando as ordens de seus superiores que dos órgãos públicos, há um escalonamento de cargos e
sejam adequadas às funções que desempenhe e buscan- funções que servem ao cumprimento da vontade do ente
do conservar o patrimônio do Estado. No tratamento do estatal. Este escalonamento, posto em movimento, é o
público, deve ser prestativo e não negar o acesso a infor- que vimos até agora chamando de hierarquia. A hierar-
mações que não sejam sigilosas. Caso presencie alguma quia existe para que do alto escalão até a prática dos
ilegalidade ou abuso de poder, deve denunciar. Tomam- administrados as coisas funcionem. Disso decorre que
-se como base os ensinamentos de Lima a respeito des- quando é emitida uma ordem para o servidor subordi-
tes deveres: nado, este deve dar cumprimento ao comando. Porém
quando a ordem é visivelmente ilegal, arbitrária, incons-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do titucional ou absurda, o servidor não é obrigado a dar
cargo; seguimento ao que lhe é ordenado. Quando a ordem é
“O primeiro dos deveres insculpidos no regime esta- manifestamente ilegal? Há uma margem de interpreta-
tutário é o dever de zelo. O zelo diz respeito às atribui- ção, principalmente se o servidor subordinado não tiver
ções funcionais e também ao cuidado com a economia nenhuma formação de ordem jurídica. Logo, é o bom
do material, os bens da repartição e o patrimônio públi- -
co. Sob o prisma da disciplina e da conservação dos bens titucional”.
e materiais da repartição, o servidor deve sempre agir
com dedicação no desempenho das funções do cargo V - atender com presteza:
que ocupa, e que lhe foram atribuídas desde o termo de a) ao público em geral, prestando as informações req-
posse. O servidor não é o dono do cargo. Dono do car- ueridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
go é o Estado que o remunera. Se o referido cargo não
lhe pertence, o servidor deve exercer suas funções com de direito ou esclarecimento de situações de interesse
o máximo de zelo que estiver ao seu alcance. Sua even- pessoal;
tual menor capacidade de desempenho, para não con-

ser compensada com um maior esforço e dedicação de “Este dever foi insculpido na lei para que o servidor
sua parte. Se um servidor altamente preparado e capaz, público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a
imagem desagradável que o mesmo possui perante a so-
falta mais grave, poderá vir a ser punido. Porque o que ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimen-
se julgará não é a pessoa do servidor, mas a conduta a to a informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta
ele imputável. O zelo não deve se limitar apenas às atri-
servidor público tem que ser expedito, diligente, laborio-
zelo não somente com os bens e interesses imateriais (a so. Não há mais lugar para o burocrata que se afasta do
imagem, os símbolos, a moralidade, a pontualidade, o
sigilo, a hierarquia) como também para com os bens e atendimento rápido e escorreito. Entretanto, há um lon-
interesses patrimoniais do Estado”. go caminho a ser percorrido até que se atinja um mínimo
ideal de atendimento e de funcionamento dos órgãos
públicos, o que deve necessariamente passar por crité-
“O servidor que cumprir todos os deveres e normas rios de valorização dos servidores bons e de treinamento
administrativas já positivadas, consequentemente, é leal à
instituição que lhe remunera. Sob o prisma constitucional
é que devemos entender a norma hoje. Sendo assim, o
dever de lealdade está inserido no Estatuto como norma razão do cargo ao conhecimento da autoridade su-
programática, orientadora da conduta dos servidores”. perior ou, quando houver suspeita de envolvimento
desta, ao conhecimento de outra autoridade compe-
LEGISLAÇÃO

cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com. tente para apuração;


“Todo servidor público é obrigado a dar conhecimen-
LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos to ao chefe da repartição acerca das irregularidades de
servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar- que toma conhecimento no exercício de suas atribuições.
tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
-
deve se comportar em seus atos de maneira proba, es-
ou divisões detêm um conhecimento maior de como cor- correita, séria, não atuando com intenções escusas e des-
rigir o erro ou comunicar aos órgãos de controle para a virtuadas. Seu poder-dever não pode ser utilizado, por
devida apuração. De nada adiantaria o servidor, ciente de exemplo, para satisfação de interesses menores, como
um ato irregular, ir comunicar ao público ou a terceiros.
Além do dever de sigilo, há assuntos que exigem certas amante ou um parente. Se o agente viola o dever de agir
reservas, visando ao bem do serviço público, da seguran- com comportamento incompatível com a moralidade
ça nacional e mesmo da sociedade”. administrativa, poderá estar sujeito a sanção disciplinar.
VII - zelar pela economia do material e a conservação -
do patrimônio público; vio de poder, que é totalmente abominável no Direito
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela eco- Administrativo e poderá ser anulado interna corporis ou
nomia e pela conservação dos bens públicos presta um judicialmente através da ação popular, ação de ressarci-
desserviço à nação que lhe remunera. E como se verá mento ao erário e ação civil pública se o ato violar direito
adiante poderá ser causa inclusive de demissão, se não coletivo ou transindividual”.
cumprir o presente dever, quando por descumprimento
dele a gravidade do fato implicar a infração a normas X - ser assíduo e pontual ao serviço;
mais graves”. “Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí-
-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o
passa na repartição, principalmente quanto aos assun- que comparece no horário para as reuniões de trabalho
e demais atividades relacionadas com o exercício do car-
2011, hoje está regulamentado o acesso às informações. go que ocupa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui
Porém, o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o o dever violado, seja por impontualidade, seja por inassi-
fornecimento ou divulgação das informações exigem um duidade (que ainda não aquela inassiduidade habitual de
procedimento. Maior cuidado há que se ter, quando a
informação possa expor a intimidade da pessoa huma- -
na. As informações pessoais dos administrados em geral vidor”.
devem ser tratadas forma transparente e com respeito à
intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pes-
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
soas, bem como às liberdades e garantias individuais, se-
“No mundo moderno, e máxime em nossa civilização
ocidental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Ur-
o sigilo existe, pois, não devemos tratar a questão em
bano, nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo
termos de cláusula jurídica de caráter absoluto, poden-
da urbe (cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e
do ter autorizada a divulgação ou o acesso por tercei-
que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços
ros quando haja previsão legal. Outra exceção é quando
há o consentimento expresso da pessoa a que elas se públicos”.
referirem. No caso de cumprimento de ordem judicial, XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
para a defesa de direitos humanos, e quando a prote- de poder.
ção do interesse público e geral preponderante o exigir, Parágrafo único. A representação de que trata o inci-
também devem ser fornecidas as informações. Portan- so XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
to, o servidor há que ter reserva no seu comportamento pela autoridade superior àquela contra a qual é for-
e fala, esquivando-se de revelar o conteúdo do que se mulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
passa no seu trabalho. Se o assunto pululante é uma ir- Caso o funcionário público denuncie outro servidor,
regularidade absurda, deve então reduzir a escrito e re- esta representação será encaminhada a alguém que seja
presentar para que se apure o caso. Deveriam diminuir superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direi-
as conversas de corredor e se efetivar a apuração dos to à ampla defesa.
fatos através do processo administrativo disciplinar. Os “O servidor tem obrigação legal de dar conhecimento
às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver
circunscritos aos servidores designados para o respectivo ciência em razão do cargo, principalmente no processo
trabalho interno, não devendo sair da seção ou setor de em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as
trabalho, sem o trâmite hierárquico do chefe imediato. Se suas vistas. Não é concebível que o servidor se defron-

ampla, deve ser contatado o órgão de assessoria de co- Deve provocar quem de direito para que a irregularidade
seja sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu
obedecendo ao bom senso e às leis vigentes”. círculo de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá re-
presentar aos órgãos superiores. Assim é que o dever de
IX - manter conduta compatível com a moralidade ad- informar acerca de irregularidades anda de braço dado
ministrativa; com o dever de representar. Não surtindo efeito a notí-
LEGISLAÇÃO

cia da irregularidade, não corrigida esta, sobrevém o de-


“O ato administrativo não se satisfaz somente com o ver de representar. O dever de representação não deixa
ser legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser de ser uma prerrogativa legal, investindo o servidor de
compatível com a moralidade administrativa. O agente um múnus público importante, constituindo o servidor

18
em um curador legal do ente público. O mais humilde Quem é designado para o desempenho de uma fun-
servidor passa a ser um agente promotor de legalidade. ção pública deve desempenhá-la, não podendo designar
outra pessoa para prestar seus serviços ou de seu subor-
do servidor “representar contra ilegalidade, omissão ou dinado.
abuso de poder”. De modo que também a omissão pode
ensejar a representação. A omissão do agente que ile- VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
galmente não pratica ato a que se acha vinculado pode
partido político;
representação deve ser privilegiado, mas deve ser usado O direito de associação é livre, não podendo um fun-
- cionário forçar o seu subordinado a associar-se sindical
des egoísticas, político-partidárias, induzido por inimiza- ou politicamente.
des de cunho pessoal, o que de pronto trespassará o re-
presentante de autor a réu por prática de abuso de poder
ou denunciação caluniosa”.
até o segundo grau civil;
Capítulo II
É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
neto ou descendente, é o termo utilizado para designar
Art. 117. Ao servidor é proibido: o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em
Em contraposição aos deveres do servidor público,
existem diversas proibições, que também estão em boa no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.
dos deveres ou a prática de alguma das violações abaixo a vedação do nepotismo no âmbito da administração pú-
descritas caracterizam infração administrativa disciplinar. blica federal.
Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge,
sua objetividade e taxatividade, o que veda sua amplia- companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
ção e o uso de interpretações analógicas ou sistemáticas
visto serem condutas restritivas de direitos, sujeitas, por-
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, in-
tanto, ao princípio da reserva legal. O descumprimento
dessas proibições podem inclusive, ensejar o enquadra-
mento penal do servidor, pois muitas das condutas ali
.
direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreen-
prévia autorização do chefe imediato;
Violação do dever de assiduidade. dido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.” Obs.: se o concurso pedir pelo en-
- tendimento jurisprudencial, vá pela súmula, mas se não
petente, qualquer documento ou objeto da repartição; mencionar nada se atenha ao texto da lei, visto que há
Violação do dever de zelo com o patrimônio público. pequenas variações entre o texto da súmula e o da lei.

III - recusar fé a documentos públicos; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
É dever do servidor público conferir fé aos documen- de outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;
que seu cargo possui. Violação do dever de transparên- O cargo público serve apenas aos interesses da admi-
cia. nistração pública, ou seja, da coletividade, não aos inte-
resses pessoais do servidor.

documento e processo ou execução de serviço; -


Não cabe impedir que o trâmite da administração
seja alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
Não cabe ao servidor público administrar sociedade
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no -
recinto da repartição; cialidade no exercício da função pública. No princípio, ou
Violação do dever de discrição. seja, na redação original do Estatuto era proibida apenas
a participação do servidor como sócio gerente ou ad-
ministrador de empresa privada, exceto na qualidade de
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição mero cotista, acionário ou comanditário. Atualmente, a
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi-
LEGISLAÇÃO

nado; não estar devidamente constituída e registrada nos ór-


-
MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi- nicipal, distrital e federal, e órgãos de controle: ambiental,
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com. trabalhista etc.). Comprovada detidamente a gerência ou

19
administração da sociedade particular em concomitância -
com a pretensa carga horária da repartição pública, deve cal de empresas ou entidades em que a União deten-
ser aplicada a penalidade de demissão. ha, direta ou indiretamente, participação no capital
social ou em sociedade cooperativa constituída para
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a prestar serviços a seus membros; e
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- II - gozo de licença para o trato de interesses particu-
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o lares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legis-
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
Não cabe atuar como procurador perante repartições Nestes casos, é possível participar diretamente da ad-
ministração de sociedade privada, pois o interesse estatal
como representante de parente até segundo grau (ir- não será comprometido.
mãos, ascendentes e descendentes, cônjuges e compa-
nheiros).
#FicaDica
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; Proibições puníveis com demissão:
A percepção de vantagem indevida gerando enrique- - Utilizar recursos pessoais e materiais para
cimento ilícito também caracteriza ato de improbidade atividades particulares;
administrativa de maior gravidade, bem como crime de - Valer-se do cargo para lograr proveito pes-
corrupção passiva. soal;
- Proceder de forma desidiosa;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado - Praticar usura;
estrangeiro; - Aceitar comissão, emprego, pensão de Es-
Trata-se de indício da intenção de praticar atos con- tado estrangeiro;
trários ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado. - Receber propina, comissão, presente ou
qualquer outra vantagem;
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; - Atuar como procurador ou intermediário
- (salvo benefício ou assistência previdenci-
nheiro a particulares obtendo juros abusivos em troca. As ária de cônjuge, companheiro ou paciente
atividades de empréstimo somente podem ser desempe- até 2o grau);
- Participar de sociedade privada (gerência/
-
XV - proceder de forma desidiosa; mércio (salvo acionista, cotista ou coman-
Desídia é desleixo, descuido, preguiça, indolência. ditário).
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repar-
tição em serviços ou atividades particulares;
O aparato da administração pública pertence ao Es- CAPÍTULO III
tado, não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades DA ACUMULAÇÃO
particulares.
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constitu-
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ição, é vedada a acumulação remunerada de cargos
- públicos.

Cada servidor público tem sua atribuição legal, não


cabendo designá-lo para desempenhar funções diversas É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
salvo em caso de extrema necessidade. cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários,

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- a) a de dois cargos de professor;
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
horário de trabalho;
O exercício de atividades incompatíveis propicia uma -
violação ao princípio da imparcialidade.

XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibi-
quando solicitado. ção é impedir que o cúmulo de funções públicas faça
A atualização de dados cadastrais é necessária para com que o servidor não execute qualquer delas com a
manter a administração ciente da situação de seu ser- -
LEGISLAÇÃO

vidor. var que o Constituinte quis também impedir a cumulação


de ganhos em detrimento da boa execução de tarefas
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do públicas. [...] Nota-se que a vedação se refere à acumula-
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo

20
ção remunerada. Em consequência, se a acumulação só -
encerra a percepção de vencimentos por uma das fontes, tituição da República. De fato, a acumulação ilícita de
não incide a regra constitucional proibitiva”. cargos públicos constitui uma das infrações mais comuns
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em- praticadas por servidores públicos, o que se constata ob-
pregos e funções em autarquias, fundações públicas, servando o elevado número de processos administrati-
empresas públicas, sociedades de economia mista da vos instaurados com esse objeto. O sistema adotado pela
lei nº 8.112/90 é relativamente brando, quando cotejado
e dos Municípios. com outros estatutos de alguns Estados, visto que propi-
A proibição vale tanto para a administração direta cia ao servidor incurso nessa ilicitude diversas oportuni-
quanto para a indireta. dades para regularizar sua situação e escapar da pena de
§ 2o demissão. Também prevê a lei em comentário, um pro-

horários. 9
.
Se o Estado pretende que o desempenho de ativida-
de cumulada não gere prejuízo à função pública, correto CAPÍTULO IV
que exija a comprovação de compatibilidade de horários; DAS RESPONSABILIDADES
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção Art. 121. O servidor responde civil, penal e administra-
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo tivamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
com proventos da inatividade, salvo quando os cargos
de que decorram essas remunerações forem acumu- Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omis-
láveis na atividade. sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
Exterioriza-se, por exemplo, a proibição de que o prejuízo ao erário ou a terceiros.
agente se aposente do serviço público e continue o exer- § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado
cendo, recebendo aposentadoria e salário. ao erário somente será liquidada na forma prevista
no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um execução do débito pela via judicial.
cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará- § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
grafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela par- derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
regressiva.
Cargo em comissão é aquele que não exige aprova-
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
ção em concurso público, sendo designado para o exer-
sucessores e contra eles será executada, até o limite do
-
valor da herança recebida.
rior. Somente é possível exercer 1, salvo interinamente.
Da mesma forma, não cabe remuneração por participar
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes
de órgão de deliberação coletiva.
e contravenções imputadas ao servidor, nessa quali-
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
dade.
-

e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resul-
controladas, bem como quaisquer empresas ou enti- ta de ato omissivo ou comissivo praticado no desem-
dades em que a União, direta ou indiretamente, de- penho do cargo ou função.
tenha participação no capital social, observado o que,
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-
O exercício de função em determinados conselhos de derão cumular-se, sendo independentes entre si.

exceção ao caput. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servi-


dor será afastada no caso de absolvição criminal que
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando in-
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabili-
- -
tese em que houver compatibilidade de horário e local
com o exercício de um deles, declarada pelas autori- de envolvimento desta, a outra autoridade competen-

Se o servidor já cumular dois cargos efetivos e for in- de crimes ou improbidade de que tenha conhecimen-

cargos efetivos a não ser que exista compatibilidade de emprego ou função pública.
horários e local com um deles, caso em que se afastará
LEGISLAÇÃO

de somente um cargo efetivo.


“Os artigos 118 a 120 da lei nº 8.112/90 ao tratarem
da acumulação de cargos e funções públicas, regulamen- 9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi-
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.
tam, no âmbito do serviço público federal a vedação ge-
.

21
Este dispositivo visa garantir que os servidores públi-
cos denunciem os servidores hierarquicamente superio- suspensão.
§ 2o
ser responsabilizados civil, penal ou administrativamente penalidade de suspensão poderá ser convertida em
multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
que ela não procedia.
obrigado a permanecer em serviço.
CAPÍTULO V Se for inconveniente para a administração pública
DAS PENALIDADES abrir mão do servidor, poderá multá-lo em 50% de seu
vencimento/remuneração diário pelo número de dias de
Art. 127. São penalidades disciplinares: suspensão. O servidor não poderá se recusar a permane-
cer em serviço.
II - suspensão;
III - demissão; -
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão; -
VI - destituição de função comissionada. mente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
A advertência é a pena mais leve, um aviso de que cado nova infração disciplinar.
o funcionário se portou de forma inadequada e de que Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
isso não deve se repetir. A suspensão é uma sanção in- surtirá efeitos retroativos.
termediária, fazendo com que o funcionário deixe de O bom comportamento posterior do servidor faz com
desempenhar o cargo por certo período. Na demissão, -
o funcionário não mais exercerá o cargo, sendo assim são (após 5 anos) seja apagado de seu registro, o que
sanção mais grave. Outras sanções são cassação da apo- -
sentadoria ou disponibilidade, destituição do cargo em
comissão, destituição da função comissionada.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consid- Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes ca-
eradas a natureza e a gravidade da infração cometida, sos:
os danos que dela provierem para o serviço público, I - crime contra a administração pública;
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os ante-
cedentes funcionais.
II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
Deixar totalmente de exercer o cargo ou faltar em ex-
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
cesso.
sanção disciplinar.
IV - improbidade administrativa;
uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato pra-
ticado.

casos de violação de proibição constante do art. 117, repartição;


incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever fun- Ausência de discrição no exercício das funções.
cional previsto em lei, regulamentação ou norma
VI - insubordinação grave em serviço;
mais grave. Violação grave do dever de obediência hierárquica.

norma é genérica, envolvendo ainda qualquer outra viola- VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu-
ção de dever funcional que não exija sanção mais grave.
Ofensa física a servidor ou administrado que não para
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de re- se defender.

- VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;


fração sujeita a penalidade de demissão, não podendo IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
exceder de 90 (noventa) dias. razão do cargo;
A suspensão é uma sanção administrativa interme- X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do
diária, aplicável se as práticas sujeitas a advertência se patrimônio nacional;
repetirem ou em caso de infração grave que ainda assim XI - corrupção;
não gere pena de demissão. XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun-
§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias ções públicas;
LEGISLAÇÃO

Na verdade, são atos de improbidade administrativa,


submetido a inspeção médica determinada pela au- então nem precisariam ser mencionados.
toridade competente, cessando os efeitos da penali-
dade uma vez cumprida a determinação. XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

22
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável,
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au- desta Lei.
O artigo descreve o procedimento em caso de vio-
- lação do dever de não acumular cargos ilicitamente. No
tar opção no prazo improrrogável de dez dias, con- -

adotará procedimento sumário para a sua apuração e a opção, será instaurado processo administrativo disci-
regularização imediata, cujo processo administrativo plinar. Nele, o servidor poderá apresentar defesa no sen-
disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: tido de ser lícita a cumulação. Mas até o último dia do
I - instauração, com a publicação do ato que consti- prazo para defesa o servidor poderá optar por um caso,
tuir a comissão, a ser composta por dois servidores caso em que o procedimento se converterá em pedido
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a ma- de exoneração do cargo não escolhido, presumindo-se a
terialidade da transgressão objeto da apuração; boa-fé do servidor.
II - instrução sumária, que compreende indiciação, de- Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
lidade do inativo que houver praticado, na atividade,
III - julgamento. falta punível com a demissão.
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I Supondo que o servidor tenha praticado ato punível
dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a ma- com demissão e, sabendo disso, se demita. Isso não evi-
terialidade pela descrição dos cargos, empregos ou tará que sua aposentadoria seja cassada, assim como ele
funções públicas em situação de acumulação ilegal, seria demitido se no exercício das funções.

ingresso, do horário de trabalho e do correspondente Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido
regime jurídico. por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
§ 2o
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que e de demissão.
serão transcritas as informações de que trata o pará-
grafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art.
35 será convertida em destituição de cargo em comis-
imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar de- são.
fesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na Logo, a destituição do cargo em comissão por quem
repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. não ocupe um cargo efetivo é aplicável quando o comis-
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará sionado aplicar não só os atos sujeitos à pena de demis-
são, mas também os sujeitos à pena de suspensão.
-
sabilidade do servidor, em que resumirá as peças prin-
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co-
cipais dos autos, opinará sobre a licitude da acumu-
missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
lação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
julgamento.
Nos casos de demissão e destituição do cargo em co-
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento
-
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
to do prejuízo sofrido pelo Estado, cabendo ainda ação
decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto penal própria.
no § 3o do art. 167. Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co-
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura
se converterá automaticamente em pedido de exoner- em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
ação do outro cargo. O ex-servidor que tenha se valido do cargo para lo-
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a grar proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição dignidade da função pública ou que tenha atuado como
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em procurador ou intermediário, junto a repartições públi-
relação aos cargos, empregos ou funções públicas -
vestido em cargo público federal pelo prazo de 5 anos.
-
dos. Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço
§ 7o O prazo para a conclusão do processo adminis- público federal o servidor que for demitido ou destituí-
LEGISLAÇÃO

trativo disciplinar submetido ao rito sumário não ex-


cederá trinta dias, contados da data de publicação do incisos I, IV, VIII, X e XI.
ato que constituir a comissão, admitida a sua pror- -
rogação por até quinze dias, quando as circunstâncias sos, não caberá jamais retorno ao serviço público federal,
o exigirem. diante da gravidade dos atos praticados.
- Autoridade administrativa de hierarquia imediata-
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
consecutivos. dias (sanção de suspensão, de gravidade intermediária,
Conceito de abandono de cargo: ausência intencional por maior período).
Chefe da repartição e outras autoridades previstas no

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta (sanção de suspensão, de gravidade intermediária, por
- menor período).
terpoladamente, durante o período de doze meses. Autoridade que houver feito a nomeação, em qual-
Conceito de inassiduidade habitual, que também quer cargo de comissão, independente da pena.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inas- demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili-
siduidade habitual, também será adotado o procedi- dade e destituição de cargo em comissão;
mento sumário a que se refere o art. 133, observando-
se especialmente que: -
I - a indicação da materialidade dar-se-á: cia.
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em
que o fato se tornou conhecido.
ao serviço superior a trinta dias; § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
como crime.
período igual ou superior a sessenta dias interpolada- § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de
mente, durante o período de doze meses; processo disciplinar interrompe a prescrição, até a de-
-
-
sponsabilidade do servidor, em que resumirá as peças § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo
principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo começará a correr a partir do dia em que cessar a in-
- terrupção.
Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
- direito de acionar judicialmente.
stauradora para julgamento. No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais
Por indicação de materialidade, entenda-se demons- graves, 2 para as de gravidade intermediária (pena de
suspensão) e 180 dias para as menos graves (pena de
faltados. advertência) - Contados da data em que o fato se tornou
conhecido pela administração pública.
Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das favoráveis ao servidor.
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar do prazo para que, retornando, comece do zero. Da aber-
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponi- tura da sindicância ou processo administrativo disciplinar
bilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo co-
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia meça a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais
- propor ação disciplinar.
ciso anterior quando se tratar de suspensão superior
a 30 (trinta) dias;
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
#FicaDica
forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, Penalidades:
(trinta) dias; - Suspensão – reincidência em infração pu-
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, nível com advertência, incumbência a outro
quando se tratar de destituição de cargo em comissão. servidor de atribuições estranhas ao cargo,
Presidente da República/Presidentes da Câmara dos exercício de atividades incompatíveis com
Deputados ou do Senado Federal/Presidentes dos Tri- cargo ou função;
LEGISLAÇÃO

bunais Federais - TRF, TRE, TRT, TSE, TST, STJ e STF/Pro- -


curador-Geral da República - demissão ou cassação de cia em infração punível com suspensão.
aposentadoria/disponibilidade do servidor vinculado ao
órgão (sanções mais graves).
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
EXERCÍCIOS COMENTADOS
TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
1. (EBSERH - Analista Administrativo – Administração
- CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao re- CAPÍTULO I
gime dos servidores públicos federais e à ética no serviço DISPOSIÇÕES GERAIS
público.
A demissão será a penalidade disciplinar cabível para o -
servidor que se recusar a ser submetido a inspeção mé- dade no serviço público é obrigada a promover a sua
dica determinada pela autoridade competente. apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
( ) CERTO ( ) ERRADO ampla defesa.
§§ 1º e 2º (Revogados)
Resposta: Errado. Preconiza o artigo 130, § 1o, Lei § 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida

recusar-se a ser submetido a inspeção médica determi- em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante
nada pela autoridade competente, cessando os efeitos
da penalidade uma vez cumprida a determinação”. em caráter permanente ou temporário pelo Presidente
da República, pelos presidentes das Casas do Poder
2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018) Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos feder- Geral da República, no âmbito do respectivo Poder,
ais, julgue o item a seguir.
O servidor responde apenas administrativamente pelo
exercício irregular de suas atribuições, o qual pode ense- Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão
jar a aplicação de penalidade disciplinar - até mesmo de -
demissão -, que deve, sempre, mencionar o fundamento cação e o endereço do denunciante e sejam formula-
legal e a causa da sanção.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não con-
( ) CERTO ( ) ERRADO
denúncia será arquivada, por falta de objeto.
Resposta: Errado. A responsabilidade do servidor é,
simultaneamente, civil, penal e administrativa, con- Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
- I - arquivamento do processo;
dem ser cumuladas, de acordo com o artigo 125 da Lei. -
O erro está na expressão “apenas”. são de até 30 (trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.
3.(EBSERH - Tecnólogo em Gestão Pública - Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicân-
CESPE/2018) No que concerne a direitos, deveres e re- cia não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser pror-
sponsabilidades dos servidores públicos, julgue o próx- rogado por igual período, a critério da autoridade su-
imo item. perior.
Nos termos da Lei nº 8.112/1990, os deveres do servidor
público incluem representar contra ilegalidade, omissão Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
ou abuso de poder e promover manifestação de apreço ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
no recinto da repartição. mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
( ) CERTO ( ) ERRADO
processo disciplinar.
Resposta: Errado. A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
nº 8.112/1990, é dever do servidor “representar con- ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
tra ilegalidade, omissão ou abuso de poder”. Contudo, cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
- o processo administrativo disciplinar que aplique a san-
mover manifestação de apreço ou desapreço no re- ção mais grave, entendendo-se por sanções mais graves
cinto da repartição”.

outras que geram perda do cargo ou da aposentadoria).


LEGISLAÇÃO

25
CAPÍTULO II § 2º As reuniões da comissão serão registradas em
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.

- Este capítulo introduz aspectos sobre o processo ad-


ministrativo que serão aprofundados adiante e na pró-
a autoridade instauradora do processo disciplinar
poderá determinar o seu afastamento do exercício do administrativo deve garantir a ampla defesa, será condu-
cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem pre- -
juízo da remuneração. veis que decidirão com independência e imparcialidade,
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorro-

efeitos, ainda que não concluído o processo.


O afastamento preventivo é uma medida cautelar que SEÇÃO I
DO INQUÉRITO
apuração de sua infração, podendo ocorrer por no má-
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao

CAPÍTULO III ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos


DO PROCESSO DISCIPLINAR admitidos em direito.

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento des- Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o pro-
tinado a apurar responsabilidade de servidor por in- cesso disciplinar, como peça informativa da instrução.
fração praticada no exercício de suas atribuições, ou -
que tenha relação com as atribuições do cargo em que dicância concluir que a infração está capitulada como
se encontre investido. -
Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co- pia dos autos ao Ministério Público, independentemente
- da imediata instauração do processo disciplinar.
dos pela autoridade competente, observado o disposto
no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá
presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo a tomada de depoimentos, acareações, investigações
superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari-
dade igual ou superior ao do indiciado. recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de
§ 1º A Comissão terá como secretário servidor desig- modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
nado pelo seu presidente, podendo a indicação recair Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acom-
em um de seus membros. panhar o processo pessoalmente ou por intermédio de
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir
ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do provas e contraprovas e formular quesitos, quando se
- tratar de prova pericial.
lateral, até o terceiro grau. § 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fa-
tos.
- § 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando
esse da administração. a comprovação do fato independer de conhecimento
- especial de perito.
missões terão caráter reservado.
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me-
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas diante mandado expedido pelo presidente da comis-
seguintes fases: são, devendo a segunda via, com o ciente do interes-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir sado, ser anexado aos autos.
a comissão; Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público,
II - inquérito administrativo, que compreende in- a expedição do mandado será imediatamente comu-
nicada ao chefe da repartição onde serve, com a indi-
III - julgamento. cação do dia e hora marcados para inquirição.

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo dis- Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re-
ciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da
data de publicação do ato que constituir a comissão, lo por escrito.
admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando § 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
LEGISLAÇÃO

as circunstâncias o exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-
depoentes.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
-
servados os procedimentos previstos nos arts. 157 e dos autos e mencionará as provas em que se baseou
158. para formar a sua convicção.
§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles -
será ouvido separadamente, e sempre que divergirem
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, § 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
será promovida a acareação entre eles. missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao in- transgredido, bem como as circunstâncias agravantes
ou atenuantes.
sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, -
facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermé-
dio do presidente da comissão. sua instauração, para julgamento.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade O inquérito é uma das fases do processo adminis-
trativo disciplinar, obedecendo às regras descritas nes-
competente que ele seja submetido a exame por junta ta seção, destacando-se as que tratam da produção de
- provas.
dico psiquiatra.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será SEÇÃO II
processado em auto apartado e apenso ao processo DO JULGAMENTO

- Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do re-


cebimento do processo, a autoridade julgadora profer-
fatos a ele imputados e das respectivas provas. irá a sua decisão.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido § 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
da autoridade instauradora do processo, este será en-
pelo presidente da comissão para apresentar defesa
escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe
igual prazo.
vista do processo na repartição.
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
-
comum e de 20 (vinte) dias.
tente para a imposição da pena mais grave.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cas-
sação de aposentadoria ou disponibilidade, o jul-
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente
I do art. 141.
-
da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) dor, a autoridade instauradora do processo determi-
duas testemunhas.

-
ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e contrariar as provas dos autos, a autoridade julga-
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário dora poderá, motivadamente, agravar a penalidade
proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de respon-
localidade do último domicílio conhecido, para apre- sabilidade.
sentar defesa.

para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última autoridade que determinou a instauração do processo
publicação do edital. ou outra de hierarquia superior declarará a sua nuli-
dade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regu- constituição de outra comissão para instauração de
larmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. novo processo.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica
processo e devolverá o prazo para a defesa. nulidade do processo.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade in-
stauradora do processo designará um servidor como de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na
LEGISLAÇÃO

defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo forma do Capítulo IV do Título IV.
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a au-
escolaridade igual ou superior ao do indiciado. toridade julgadora determinará o registro do fato nos
assentamentos individuais do servidor.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em
demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:


I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de-
nunciado ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a reali-
zação de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Nesta seção, trata-se do julgamento do processo administrativo disciplinar, que não será feito pela comissão, mas
-
mento. Se houver mais de um indiciado e as sanções forem diversas, julga a autoridade de maior nível hierárquico.
Ex: autoridade que pode aplicar suspensão não pode aplicar demissão, de forma que se a um dos indiciados couber
demissão será a autoridade que pode aplicar esta pena que aplicará também a suspensão ao outro indiciado.

SEÇÃO III
DA REVISÃO DO PROCESSO

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos

a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elemen-
tos novos, ainda não apreciados no processo originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará a constituição de comissão, na forma do
art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.


Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a produção de provas e inquirição das teste-
munhas que arrolar.

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.

-
missão do processo disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade.

A revisão do processo consiste na possibilidade do servidor condenado requerer que sua condenação seja revista se

ser requerida ao ministro de Estado ou autoridade de mesma hierarquia e será apensada ao processo administrativo
LEGISLAÇÃO

originário. O julgamento será feito pela mesma autoridade que aplicou a pena. Se apurado que na verdade a pena
deveria ser maior, não cabe agravar a situação do servidor.

28
#FicaDica

Inquérito admi-
Sindicância Procedimento sumário
nistrativo
Prazo
Suspensão por Inassiduidade
Pe n a li d a d e/ Suspensão Abandono de cargo
Motivo Demissão
Acumulação ilegal de
Cassação cargos
-
Comissão 2 servidores
vidores

EXERCÍCIO COMENTADO

Julgue o item a seguir, relativo ao


regime jurídico dos servidores públicos civis da União, às carreiras dos servidores do Poder Judiciário da União e à
responsabilidade civil do Estado.

omisso, será instaurado procedimento administrativo disciplinar sumário conduzido por comissão composta por dois
servidores estáveis.
( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Certo.
-

dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e
regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: I - Instauração,
com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente
indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; [...]”. É a denominada comissão de inquérito,
que se difere da comissão de processo disciplinar.

CÓDIGO DA ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL FEDERAL (DECRETO Nº 1.171


DE 22/06/1994).

DECRETO N° 1.171 DE 22 DE JUNHO DE 1994

-
-

(médicos, contadores...), mas diferenciando-se destes por possuir o caráter jurídico, logo, coativo.
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que existem
entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regu-
lador. Tal conjunto racional, com o propósito de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação desta ciência que
se consubstancia em uma peça magna, como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos sociais. Uma
LEGISLAÇÃO

controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo
e o todo social. O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a ser de todos. O exercício de uma

mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza à vontade de agir, de acordo com o estabelecido. Essa

29
disciplina da atividade é antiga, já encontrada nas provas cionam pela inconstitucionalidade do Decreto: “O Decre-
históricas mais remotas, e é uma tendência natural na -
vida das comunidades. É inequívoco que o ser tenha sua gras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima
individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas diz, no seu art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer
também o é que uma norma comportamental deva reger ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’

relação a seus semelhantes” 10. Logo, embora se reconhe- pena sem prévia cominação legal’. Esta lei citada pelo art.
ça que o indivíduo tem particularidades no desempenho 5º é a norma primária, não podendo ser confundida com
de suas funções, isto é, que emprega algo de sua per- a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela
sonalidade no exercício delas, cabe o estabelecimento norma secundária. Assim, não poderia ser imposta ne-
de um rol de condutas padronizadas genericamente, as nhuma norma de conduta a alguém via Decreto, que é
uma norma secundária, porque só a norma primária tem
que se pode ter, um desempenho ético. esta capacidade constitucional. Atualmente, com a nova
- -
zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base
falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em

abrange as relações com os utentes dos serviços, os co- organização e funcionamento da Administração Pública
legas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns Federal, quando não houver aumento de despesa nem
- criação ou extinção de órgãos públicos, e também para
- extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. So-
tos éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer mente uma grande força de interpretação, que chegaria

a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O CF/88, poderia aceitar que a criação de normas de con-
duta para servidores públicos estaria inserta na organiza-
11
. ção e funcionamento da Administração Pública Federal.
Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, ge- Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apare-
ceu verdadeiramente no ordenamento jurídico nacional
informações privilegiadas no exercício do cargo.
Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código -
de Ética foi expedido pelo Presidente da República, con- to jurídico o Decreto como norma primária. Por isso, o
siderada a atribuição da Constituição Federal para dispor
sobre a organização e o funcionamento da administração materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação
às normas processuais, como a obrigação de criação de
Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos pú-
blicos federais”.
execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) or- Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato
ganização e funcionamento da administração federal, dos decretos autônomos terem surgido após o Decreto
quando não implicar aumento de despesa nem criação -
ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções mente. Contudo, trata-se de uma norma secundária que
ou cargos públicos, quando vagos”. Exatamente por cau- encontra bases em normas primárias, quais sejam a Lei
sa desta atribuição que o Código de Ética em estudo -
adota a forma de decreto e não de lei, já que as leis são retrizes estabelecidas no Código de Ética são repetidas
elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional). em leis federais e decorrem diretamente do texto cons-
titucional. Assim, a adoção da forma de decreto não sig-
exercício de poder regulamentar inerente ao Executivo,
que se perfaz em decretos regulamentares. Embora se- obrigatórias: o servidor público federal que desobede-
jam factíveis decretos autônomos12, não é o caso do de- cê-las estará sujeito à apuração de sua conduta perante
creto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações
ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar até
mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censu-
administrativa), além da Constituição Federal. Assim, o ra nos casos menos graves. Não obstante, o respeito ao

Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas promoção. Isso sem falar na total efetividade das regras
de conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de determinantes da instituição de Comissões de Ética.
obrigatoriedade dele. Autores como Azevedo se posi-
10 . 9. ed. São Paulo: Atlas,
LEGISLAÇÃO

2010.
11 . 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
12 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed.
São Paulo: Saraiva, 2011. em: <http://portal.damasio.com.br/Arquivos/Material/AulasOnli-
AZEVEDO, Márcio. Ética no serviço público federal. Disponível
cumprimento, inclusive mediante criação das Comissões
#FicaDica de Ética, as quais não podem ser compostas por servido-
res temporários.
O decreto conferiu um prazo para cada uma das en-
se vincula às disciplinas da Lei nº 8.112/1990 tidades da administração pública federal direta ou in-
– Regime Jurídico dos Servidores Públicos direta para constituir em seu âmbito uma Comissão de
Ética que irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com
Improbidade Administrativa. efeito, não há nenhuma facultatividade quanto ao dever
de respeito ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto
na administração direta quanto na indireta. A Comissão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições de Ética será composta por: três servidores ou empre-
gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanen-
te. A constituição (quando foi criada) e a composição
(quem a compõe) da Comissão deverão ser informadas
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
junho de 1992, República.
DECRETA:
ANEXO

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que Civil do Poder Executivo Federal
com este baixa. CAPÍTULO I
Seção I
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta Das Regras Deontológicas

O Direito como valor do justo é estudado pela Filoso-


-
vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Di-
emprego permanente. reito . Deontologia é uma das teorias normativas se-
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética -
- rias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre

respectivos membros titulares e suplentes. o que deve ser feito, considerada a moral vigente. Por
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua pu- sua vez, a deontologia jurídica é a ciência que cuida dos
blicação. deveres e dos direitos dos operadores do Direito, bem
como de seus fundamentos éticos e legais, consolidan-
do o valor do justo. Por isso, os incisos que se seguem
traduzem o comportamento moral esperado do servidor
público não só enquanto desempenha suas funções, mas
ITAMAR FRANCO também em sua vida social.
Romildo Canhim Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz
respeito à moral; conjunto de deveres que impõe a cer-
Os principais elementos que podem ser extraídos do
preâmbulo do Código de Ética são: dizer ainda que a deontologia consiste no conjunto de
Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente -
da República à época e, como tal, permanece válido até sional, uma ciência que estuda os deveres de uma de-
que seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteú-
do incompatível (revogação tácita) ou até outro decre- a uma deontologia própria a regular o exercício de sua
to ser expedido para substituí-lo (revogação expressa).
O decreto aceita, ainda, reformas e revogações parciais: Direito é o mínimo de moral para que o homem viva em
sociedade e a deontologia dele decorre posto que trata
alguns incisos do Código e que será estudado oportu- -
namente.
Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do O Código de Ética cria regras deontológicas de ética,
isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da
moral, daí porque não se preocupa com a previsão de
referem-se aos deveres e proibições do servidor público punição e processo disciplinar contra o servidor antiéti-
co, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência
LEGISLAÇÃO

entre a conduta antiética e a necessidade de punição ad-


improbidade administrativa.
ministrativa. A verdadeira intenção do Código de Ética
A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tor-
foi estimular os órgãos e entidades públicas federais a
nou obrigatório a todas as esferas da atividade pública.
REALE, Miguel. . 19. ed. São Paulo: Saraiva,
Daí a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu 2002.
promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as lavra-chave para a vida particular do servidor público,
discussões que dela se extrai, permeie amiúde as reparti- preservando a instituição da qual faz parte. Por exemplo,
ções, até com naturalidade. quem se sentiria bem em ser atendido por um funcioná-
rio que é sempre visto embriagado em bares ou provo-
- cando confusões familiares, por mais que os serviços por
dade, múltiplas exigências existem, mas entre elas, des- ele desempenhados sejam de qualidade?
tacam-se algumas, básicas, sem as quais se impossibilita O comportamento ético do servidor público na sua
a consecução do êxito moral. Quase sempre, na maioria vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo,
houver uma razoável exigência do servidor se comportar
condutas fundamentais corretas. Tais virtudes básicas são moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras

não se consegue a realização de um exercício ético com- todo e qualquer servidor, na sua vida particular, inde-
petente, seja qual for a natureza do serviço prestado. Tais pendentemente da natureza do seu cargo? Quando tal
virtudes devem formar a consciência ética estrutural, os Código estabelece, logo no Capítulo I do Anexo, algu-
- mas “Regras Deontológicas”, quer dizer que o servidor
sional ao êxito em seu desempenho” 15. público está envolto em um sistema onde a moral tem
Para bem compreender o conteúdo dos incisos que -
se seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa blica. Assim, quem passa pelo serviço público sabe ou
buscando atendimento no órgão público em questão,
como eu gostaria de ser tratado? Qual o tipo de funcio- cumprimento das atribuições do cargo estão condicio-
nário que eu gostaria que fosse responsável pela solução nados também pela ética e, assim, pelo comportamento
particular do servidor.
da moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se II - O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
racionalmente desejar que todas as pessoas ajam da
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
mesma forma - inclusive em relação a mim, ou seja, “age
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
sempre como princípio de uma legislação universal” .
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
-
caput, e § 4°, da Constituição Federal.
que devem nortear o servidor público, seja no exercí-
Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo con-
ceito de ética que se contrapõem. Com efeito, o servi-
dor deve sempre escolher o conveniente, o oportuno,
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados o justo e o . No caso, parte-se das escolhas de
para a preservação da honra e da tradição dos servi- menor relevância para aquelas fundamentais, que envol-
ços públicos. vem a opção pelo justo e honesto. Estes são os principais
valores morais exigidos pelo inciso. Quando se fala que é
Primeiramente, vale compreender o sentido de algu- preciso escolher acima de tudo entre honesto e desones-
mas palavras do inciso: por dignidade, deve-se entender to, evidencia-se que o Código busca mais do que o res-
autoridade moral; por decoro, compostura e decência; peito à lei, e sim a efetiva ação conforme a moralidade.
por zelo, cuidado
efeito esperado. qual o inciso em estudo faz remissão.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
de consciência dos princípios morais: sei que devo agir trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de modo que inspire os demais que me rodeiam, isto de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida-
é, exatamente como o melhor cidadão de bem; no de-
sempenho das minhas funções, devo me manter sério e § 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
comprometido, desempenhando cada uma das atribui- tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
ções recebidas com o maior cuidado e atenção possível, função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
evitando erros, de modo que o serviço que eu preste seja sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
o que eu puder prestar. em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Não basta que o funcionário aja desta forma no exer-
cício de suas funções, porque ele participa da sociedade
consequências dos atos de improbidade administra-
por sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma tiva, que poderão variar conforme o grau de gravidade
pela sociedade, que espera dele uma conduta ilibada, (uma das sanções possíveis é a de obrigar o servidor a
devolver o dinheiro aos cofres públicos, o que se enten-
LEGISLAÇÃO

ou seja, livre de vícios e compulsões. Discrição é a pa-


de por ressarcir o erário).
15 . 9. ed. São Paulo: Atlas, III - A moralidade da Administração Pública não se
2010.
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução Paulo Bar- -
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe-
na conduta do servidor público, é que poderá consoli- rante a comunidade deve ser entendido como acrés-
dar a moralidade do ato administrativo.

Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera ser considerado como seu maior patrimônio.
particular. O servidor público não deve pensar por uma O cidadão paga impostos e demais tributos apenas
pessoa, mas por toda a sociedade. Assim, não se deve para que o Estado garanta a ele a prestação do melhor
serviço público possível, isto é, a manutenção de uma so-
que isso possa ser um bem para ele, é injusto para com ciedade justa e bem estruturada. O mesmo dinheiro que
a sociedade que uma pessoa seja tratada melhor que a sai dos bolsos do cidadão, inclusive do próprio servidor
bem comum, ou público, é o que remunera os serviços por ele prestados.
seja, o bem da coletividade. O coletivo sempre deve pre- Por isso, agir contra a moral é insultante, mais que um
valecer sobre o particular. aproveitamento da máquina estatal, é um desrespeito
Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que ao cidadão honesto que paga parte do que recebe ao
Estado.
Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir con-
o respeito à lei é fundamental, mas a atitude do servidor forme a moralidade administrativa, sob pena de mais que
não pode cair numa burocratização sem sentido, ou seja, violar a lei, também desrespeitar o bem comum e preju-
o respeito às minúcias da lei não pode prejudicar o bem dicar a sociedade como um todo - inclusive a si próprio.
comum, sob pena de violar a moralidade. No mais, chama-se atenção à vedação de que o ser-
IV - A remuneração do servidor público é custeada pe- vidor receba do particular qualquer verba extra: sua
los tributos pagos direta ou indiretamente por todos, remuneração já é paga pelo particular, por meio dos im-
- postos, não devendo pretender mais do que aquilo. Isto
partida, que a moralidade administrativa se integre no
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação seu salário - há um patrimônio inerente à boa prestação
do serviço, proporcionando a melhoria da sociedade em
em fator de legalidade. que vive.
VI - A função pública deve ser tida como exercício
O servidor público deve colocar de lado seus inte-
resses egoísticos e buscar a aplicação da moralidade no de cada servidor público. Assim, os fatos e atos veri-
Direito, lembrando que quem paga pelos seus serviços
é a sociedade como um todo. “Parece ser uma tendên- poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
cia do ser humano, como tem sido objeto de referência vida funcional.
de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar,
seus interesses próprios, quando, entretanto, esses são Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Éti-
de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos ca lembra que um funcionário público carrega consigo a
problemas. Quando o trabalho é executado só para au- imagem da administração pública, ou seja, não é servi-
ferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro dor público apenas quando está desempenhando suas
lado, nos serviços realizados com amor, visando ao be- funções, mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o
nefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com melhor funcionário público da repartição se a vida parti-
consciência do bem comum, passa a existir a expressão cular estiver devassada, isto é, se não agir com discrição,
social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois, variá- coerência, compostura e moralidade também na vida
vel de acordo com seu alcance em face da comunidade. particular. Isso implica em ser um bom pai/mãe, uma
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, pessoa livre de vícios, um cidadão reservado e cumpridor
tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela de seus deveres sociais.
preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocor- VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
re com a sua comunidade e muito menos com a socieda- tigações policiais ou interesse superior do Estado e
de. [...] O egoísmo desenfreado pode atingir um número da Administração Pública, a serem preservados em
processo previamente declarado sigiloso, nos termos
destino de nações, partindo da ausência de conduta vir- da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
tuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com
seus lucros. [...] Sabemos que a conduta do ser humano sua omissão comprometimento ético contra o bem co-
tende ao egoísmo, repetimos, mas, para os interesses mum, imputável a quem a negar.
de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se
acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas Como visto, a publicidade é um princípio basilar da
em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem administração pública, ao lado da moralidade. Como tal,
condições de garantir o bem comum, a Ética tem sido o
LEGISLAÇÃO

caminha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor pú-


caminho justo, adequado, para o benefício geral” . blico negar o acesso à informação por parte do cidadão,
salvo em situações especiais. Nota-se que “quando be-
. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
um desempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só po-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal,
ordem muito superior o possam impedir, pois o descum- podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até
primento será sempre uma lesão à consciência ética” 18.
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado
FIQUE ATENTO! na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega-
tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao
O dispositivo autoriza que os atos adminis- passo que uma absolvição por falta de provas não o faz).
trativos não sejam públicos em situações Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
excepcionais, quais sejam segurança nacio-
nal, investigações policiais e interesse supe- ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
rior do Estado e da Administração Pública. violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do
instituto da responsabilidade civil, que tem como elemen-
tos: ação ou omissão voluntária (agir como não se deve ou
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente (dolo
- é a vontade de cometer uma violação de direito e culpa é
ministração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e efeito
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é
erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniqui- o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser individual ou
lam até mesmo a dignidade humana quanto mais a coletivo, moral ou material, econômico e não econômico).
de uma Nação.
Mentir é uma atitude contrária à moralidade espe- pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
rada do servidor público, ainda mais se tal mentira se do prestadoras de serviços públicos responderão pelos
referir à função desempenhada, por exemplo, negando danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
a prática de um ato ou informando erroneamente um ci- terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res-
dadão. Não existe uma hipótese em que mentir é aceito: ponsável nos casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa
não importa se dizer a verdade implicará em prejuízo clara a formação de uma relação jurídica autônoma en-
à Administração Pública. tre o Estado e o agente público que causou o dano no
Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá se desempenho de suas funções. Nesta relação, a respon-
eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto ofen- sabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado
de a integridade dos cidadãos e da própria Nação. Para ser provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi
um bom país, não é preciso se fundar em erros ou mentiras, anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso
mas sim se esforçar ao máximo para evitá-los e corrigi-los. é justamente o direito de acionar o causador direto do
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, con-
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço siderada a existência de uma relação obrigacional que se
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qual- te causar aos membros da sociedade, mas se este agente
quer bem pertencente ao patrimônio público, deterio- agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que
rando-o, por descuido ou má vontade, não constitui foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
condutas incompatíveis com o comportamento ético
ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade dele esperado.20
- A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
ranças e seus esforços para construí-los. cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
contraditório e ampla defesa.
Quem nunca chegou a uma repartição pública ou Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com
cartório e recebeu um tratamento ruim por parte de um culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor
funcionário? Infelizmente, esta é uma atitude comum no que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro
serviço público. Contudo, o esperado do servidor é que (administrado), o servidor terá o dever de indenizar.
ele atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade, Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que
fazendo tudo o possível para ajudá-lo, despendendo o busca atendimento pode caracterizar dano moral, isto
tempo necessário e tomando as devidas cautelas. é, gerar tamanho abalo emocional e psicológico que im-
O instituto da responsabilidade civil é parte inte- plique num dano. Apesar deste dano não ser econômico,
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal isto é, de a dor causada não ter meio de compensação
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o a compense razoavelmente.
pagamento de indenização que se refere às perdas e da- Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteri-
za dano material -
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas ceiro direto, de modo que a condenação será no sentido
LEGISLAÇÃO

decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.19 de pagar ao Estado o equivalente ao bem destruído ou


deteriorado.
18 . 9. ed. São Pau- Paulo: Saraiva, 2005.
20 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo
19 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São Método, 2011.
- Os demais funcionários e a soc
pera de solução que compete ao setor em que exerça atentos às atitudes do servidor público e qualquer percep-
ção de relaxo no desempenho das funções será observada,
ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do notadamente no que tange a ausências frequentes.
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave estrutura organizacional, respeitando seus colegas e
dano moral aos usuários dos serviços públicos. cada concidadão, colabora e de todos pode receber
colaboração, pois sua atividade pública é a grande
Este inciso é um desdobramento do inciso anterior, oportunidade para o crescimento e o engrandecimen-
to da Nação.
relação ao usuário do serviço público, qual seja a de dei-
xá-lo esperando por atendimento que seja de sua com- O bom desempenho das funções a o agir conforme o
petência. Claro, a espera é algo natural, notadamente esperado pela sociedade implica numa boa imagem do
quando o atendimento estiver sobrecarregado. O que o servidor público, o que permite que ele receba apoio dos
demais quando realmente precisar.
-
guiça e desânimo.

ordens legais de seus superiores, velando atentamen- contribuição ou a sonega. Quando adquire a consciência
te por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta do valor social de sua ação, da vontade volvida ao geral,
negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo pode realizar importantes feitos que alcançam repercus-
são ampla” 22.
As regras ontológicas do Código de Ética trazem uma
da função pública. concepção abrangente de deveres comportamentais do
servidor público, que adiante são aprofundadas de forma
Dentro do serviço público há uma , que
deve ser obedecida para a boa execução das atividades.
Seção II
Seria uma desordem se todos mandassem e se cada qual
Dos Principais Deveres do Servidor Público
decidisse que função iria desempenhar. Por isso, cabe o
respeito ao que o superior determina, executando as fun-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
ções da melhor forma possível.
“A razão pela qual se exige uma disciplina do homem Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há
em seu grupo repousa no fato de que as associações continuidade no tratamento do agir moral esperado do
possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equi- servidor público. No caso, são elencados alguns deveres
líbrio que só se encontra quando a autonomia dos seres essenciais que devem ser obedecidos.
“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para
que se torna imperiosa, do átomo às galáxias, de cada in-
divíduo até sua sociedade. [...] Cada ser, assim como a so-
- de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades perti-
nentes à satisfação da necessidade, de quem requer a
tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempe-
uma ordem que permita a evolução harmônica do traba- nho. Logo, um complexo de deveres envolve a vida pro-
lho de todos, a partir da conduta de cada um, através de
uma tutela no trabalho que conduza a regularização do execução de um trabalho” .
individualismo perante o coletivo” 21.
Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é, a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas função ou emprego público de que seja titular;
negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros
sejam minimizados, a atenção seja uma marca do serviço Cabe ao servidor público desempenhar todas as atri-
e a retidão algo sempre presente. Imprudência, por sua buições inerentes à posição de que seja titular.
vez, é o agir sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo
ao serviço público. b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
- -
cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço

relações humanas. na prestação dos serviços pelo setor em que exerça


O servidor público tem obrigação de comparecer reli-
LEGISLAÇÃO

giosamente em seu local de trabalho no horário determi- usuário;


nado. Todas as ausências devem ser evitadas e, quando
22 . 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
21 . 9. ed. São Paulo: Atlas, . 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 2010.
O desempenho de funções deve se dar de forma
de representar contra qualquer comprometimento in-
adiam a prestação do serviço público. Procrastinar signi- devido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
- i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-
dear. Cabe ao servidor público não deixar para amanhã o cos, de contratantes, interessados e outros que visem
que pode fazer no dia e agilizar ainda mais o seu serviço obter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde-
-
para evitar dano moral ao cidadão. ticas e denunciá-las;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor pú-
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quan- blico, pois se ele não existisse as atividades seriam de-
do estiver diante de duas opções, a melhor e a mais
vantajosa para o bem comum; -
cer a todas as ordens sem questioná-las, notadamente
Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores quando perceber que a atitude de seu superior contraria
os interesses do bem comum, nem que deva ter medo
da pessoa. O servidor público deve erigir tais valores, de denunciar atitudes antiéticas de seus superiores ou
sempre fazendo a melhor escolha para a coletividade. colegas.
São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con- superiores ou de pessoas que contratem ou busquem
dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços serviços do poder público: obtenção de favores, benefí-
da coletividade a seu cargo; cios ou vantagens indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas.
Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de Ao se deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las.
todos aqueles que cuidam de algo que não lhe perten-
ce. No caso, o servidor público cuida do patrimônio do -
Estado. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito -
deste patrimônio, relatando a sua situação e garantindo letiva;
que ele seja preservado.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços públicos possuem o direito de greve, devendo se aten-
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato tar pela preservação da sociedade quando exercê-lo. En-
com o público;
os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral
A atitude ética esperada do servidor público consis-
te em exercer suas funções de forma adequada, sempre
atendendo da melhor forma possível os usuários.
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que
princípios éticos que se materializam na adequada -
prestação dos serviços públicos;
Os funcionários públicos nunca podem perder de vis- m) comunicar imediatamente a seus superiores todo
ta o dever ético que eles possuem com relação à socie- e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
dade como um todo, que é o de respeito à moralidade
insculpida no texto constitucional. “A consciência ética n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-
busca ser cidadã e, por isso, faz da honestidade pessoal -
um caminho certo para a ética pública. Vivendo numa nização e distribuição;
República, estamos tratando da ‘coisa pública’, do que é
de todos; isso requer vida administrativa e política trans- Os três incisos acima reiteram deveres constantemen-
parente, numa disposição a colocar-se a serviço de toda te enumerados pelo Código de Ética como o de com-
a coletividade” . parecimento assíduo e pontual no local de trabalho, o
- de comunicação de atos contrários ao interesse públi-
ção, respeitando a capacidade e as limitações indi- co (inclusive os praticados por seus superiores) e o de
viduais de todos os usuários do serviço público, sem preservação do local de trabalho (mantendo-o limpo e
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, organizado).
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político
e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar- o) participar dos movimentos e estudos que se rela-
-lhes dano moral; cionem com a melhoria do exercício de suas funções,
tendo por escopo a realização do bem comum;
Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com
igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale Frequentemente, são promovidos cursos de aperfei-
LEGISLAÇÃO

lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educa- çoamento pela própria instituição, sem contar aqueles
do caracteriza dano moral, cabendo reparação. disponibilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe
24 Ética melhoria de suas funções.
O servidor público deve agir conforme a lei determi-
- na, observando-a estritamente, preservando assim os in-
ra, especialmente em ramos do saber aplicáveis a todos teresses da sociedade.
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
matemáticas e históricas. Uma classe que se sustenta em -
elites cultas te garantida sua posição social, porque se mulando o seu integral cumprimento.
habilita às lideranças e aos postos de comando no po-
der. A especialização tem sua utilidade, seu valor, sendo O Código de Ética é o principal instrumento jurídico
impossível negar tal evidência [...]”25. que trata das atitudes do servidor público esperadas e
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade- vedadas. É preciso obedecer suas diretrizes e aconselhar
quadas ao exercício da função; a sua leitura àqueles que o desconheçam.

-
te sua autoridade moral no exercício das funções. Por Seção III
exemplo, é absurdo chegar ao local de trabalho utilizan-
-
caso do serviço público. As roupas devem ser sóbrias, XV - É vedado ao servidor público;
compatíveis com a seriedade esperada da Administração
Pública e de seus funcionários. Nesta seção, são descritas algumas atitudes que con-
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas trariam as diretrizes do Código de Ética. Trata-se de um

exerce suas funções; um juízo de interpretação das regras éticas até então es-
tudadas.
A regulamentação das funções exercidas pelos ór- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
gãos administrativos está sempre mudando, cabendo ao -
servidor público se manter atualizado. cimento, para si ou para outrem;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun- O cargo público é para a sociedade, não para o indi-
-
ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e
damente. A esta descrição corresponde o tipo criminal
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.
da corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu

Corrupção passiva
-
mum.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
quem de direito; antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
cabendo ao servidor demonstrar que as atividades atri- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
buídas estão sendo prestadas conforme a lei determina. servidores ou de cidadãos que deles dependam;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a
ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é
usuários do serviço público e dos jurisdicionados ad- uma clara violação ao dever ético.
ministrativos; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-

Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela


lei ao servidor público para que ele possa bem desempe-
nhar suas funções. Não cabe exercê-las a torto e direito, Como visto, é dever do servidor público denunciar
é preciso ter razoabilidade, moderação. Assim, quando aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como
invocá-las, o servidor público será levado a sério. obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir o
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, erro do outro é algo solidário, porque todos os erros co-
- metidos numa função pública são prejudiciais à socie-
resse público, mesmo que observando as formalidades dade.
LEGISLAÇÃO

lei; exercício regular de direito por qualquer pessoa, causan-


do-lhe dano moral ou material;
25 . 9. ed. São Pau-
O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
do atendimento em serviços públicos;
material aos usuários e ao Estado.
Como visto, o funcionário público deve atender com
Na esfera penal, pode incidir no crime de prevarica- -
mações da maneira mais correta e verdadeira possível,
sem mentiras ou ilusões.
Prevaricação j) desviar servidor público para atendimento a interes-
se particular;
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição ex- Todos os servidores públicos são contratados pelo Es-
pressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento tado, devendo prestar serviços que atendam ao seu inte-
pessoal: resse. Por isso, um servidor não pode pedir ao seu subor-
dinado que lhe preste serviços particulares, por exemplo,
pagar uma conta pessoal em agência bancária, telefonar
seu alcance ou do seu conhecimento para atendimen- para consultórios para agendar consultas, fazer compras
to do seu mister; num supermercado.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
A incorporação da tecnologia aos serviços públicos, autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
aproximando-o da sociedade, é chamada de governança cente ao patrimônio público;
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com
tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do ser- Os bens que se encontram no local de trabalho per-
viço prestado. tencem à máquina estatal e devem ser utilizados exclu-
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca- sivamente para a prestação do serviço público, não po-
prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter-
civil e administrativamente, bem como criminalmente
administrativos ou com colegas hierarquicamente su-
periores ou inferiores;
Peculato
O funcionário público deve agir com impessoalidade
na prestação do serviço, tratando todas as pessoas igual-
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di-
mente, tanto os usuários quanto os colegas de trabalho.
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie,
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumpri-
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário pú-
-
blico, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
A remuneração do servidor público já é paga pelo -
Estado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não dade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
cabe ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação
de seus serviços, seja solicitando (caso que caracteriza Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por
- -
ciável economicamente, para proveito próprio ou alheio,
faça, se sujeitará às penas cíveis, penais e administrativas. por servidor público que o administra ou guarda.
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no

parentes, de amigos ou de terceiros;


Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas,
incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (mo- As informações que são acessadas pelo funcionário
público somente devem ser aproveitadas para o bom
desempenho das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda
que sem nenhum interesse de obter privilégio econômi-
co, ou seja, apenas para aparentar importância por mera
Inserção de dados falsos em sistema de informações vaidade pessoal. É possível que caracterize crime de vio-
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autoriza- lação de sigilo funcional pois utilizar-se de informações
do, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir in- obtidas no âmbito interno da administração, nos casos
devidamente dados corretos nos sistemas informati- em que deva ser guardado sigilo pode caracterizar crime,
LEGISLAÇÃO

zados ou bancos de dados da Administração Pública

outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2


(dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Violação de sigilo funcional ética consiste em produzir na pessoa do servidor público
-
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar- nais preexistentes à luz de um espírito crítico, para efeito
-lhe a revelação: de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, por parte de cada um e, em consequência, o resgate do
se o fato não constitui crime mais grave. respeito ao serviço público e à dignidade social de cada
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla
habitualmente; dos deveres e das vedações previstas, através de um tra-
Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão, va- balho de cunho educativo com os servidores públicos
- federais.
blico.
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten- XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or-
te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da ganismos encarregados da execução do quadro de
pessoa humana; carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo-
nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
O servidor público, seja na vida privada, seja no exer- da carreira do servidor público.
Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética
contrariem a moral, por exemplo, que incitem o precon- sobre os funcionários a ela
submetidos, tanto para instruir promoções, quanto para
- alimentar processo administrativo disciplinar.
res tradicionais.
25).
CAPÍTULO II XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Co-
DAS COMISSÕES DE ÉTICA missão de Ética é a de censura e sua fundamentação
constará do respectivo parecer, assinado por todos os
-
tração Pública Federal direta, indireta autárquica e
A única sanção que pode ser aplicada diretamente
exerça atribuições delegadas pelo poder público, de- pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena
verá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada mais branda pela prática de uma conduta inadequada
que seja praticada no exercício das funções. Nos demais
servidor, no tratamento com as pessoas e com o pa- casos, caberá sindicância ou processo administrativo dis-
trimônio público, competindo-lhe conhecer concreta- ciplinar, sendo que a Comissão de Ética fornecerá ele-
mente de imputação ou de procedimento suscetível de mentos para instrução.
censura. Censura é o poder do Estado de interditar ou restrin-
gir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito,
“Estabelecido um código de ética, para uma classe, quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pú-
cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de blica vigente.
incorrer em transgressão, punível pelo órgão competen-

FIQUE ATENTO!
classe compreende as fases preventiva (ou educacional)
- Todas entidades da administração pública
práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se federal direta ou indireta devem constituir
em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou em seu âmbito uma Comissão de Ética que
irá apurar as infrações ao Código de Ética.
deriva-se de atos propositadamente praticados. Os ór- - A Comissão será composta por três ser-
- vidores ou empregados titulares de cargo
pel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços efetivo ou emprego permanente.
. - A constituição (quando foi criada) e a
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função composição (quem a compõe) da Comissão
de orientação e , devendo se fazer deverão ser informadas à Secretaria da Ad-
presentes em todo órgão ou entidade da administração ministração Federal da Presidência da Re-
direta ou indireta. pública.

sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito


LEGISLAÇÃO

pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar


a instauração desses processos, mediante trabalho de ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária
. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está
-
ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas “Em todos os órgãos e entidades da Administração
públicas e as sociedades de economia mista, ou em Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser
Este último inciso do Código de Ética é de fundamen- criada uma Comissão de Ética [...]”.

quem é o servidor público que se sujeita a ele. 2. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CONHECIMENTOS
BÁSICOS – CESPE – 2018) Considerando os conceitos,
- princípios e valores da ética e da moral, bem como o dis-
neidade do trabalho executado, pela natureza do conhe-
cimento exigido preferencialmente para tal execução e A consciência moral deve nortear o comportamento do
pela identidade de habilitação para o exercício da mes- servidor público, que deve sempre apresentar conduta
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que
lhe imponha conduta imoral e antiética.
desempenho de tarefa” .
Elementos do conceito de servidor público: ( ) CERTO ( ) ERRADO

a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por Resposta: Certo. O funcionário está subordinado em
exemplo, prestação de serviços como jurado ou sua conduta às leis e ao Código de Ética e não pode
mesário), contrato (contratação direta, sem con- desobedecê-los mesmo diante de ordens superiores.
curso público, para atender a uma urgência ou A previsão decorre ainda do dever previsto no Decreto
emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o
caso da nomeação por aprovação em concurso pú- pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
- interessados e outros que visem obter quaisquer favo-
culação à administração pública, desde que esteja res, benesses ou vantagens indevidas em decorrência
realmente vinculado; de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”.
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou ex-
cepcional - isto é, ainda que preste o serviço só 3. (SEDF – ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL –
por um dia, como no caso do mesário de eleição, é ADMINISTRAÇÃO – CESPE – 2017) À luz da legislação
servidor público, da mesma forma que aquele que que rege os atos administrativos, a requisição dos ser-
foi aprovado em concurso público e tomou posse; vidores distritais e a ética no serviço público, julgue o
- por exem- seguinte item.
plo, o jurado não recebe por seus serviços, mas Servidor público apresentar-se ao trabalho com vesti-
não deixa de ser servidor público; mentas inadequadas ao exercício do cargo não constitui
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à adminis-
tração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão éticas no serviço.
.
O conceito é o mais amplo possível, abrangendo ( ) CERTO ( ) ERRADO
autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
Resposta: Errado.
entidade ou setor que vise atender o interesse do
Estado. servidor público: [...] p) apresentar-se ao trabalho com
vestimentas adequadas ao exercício da função”.

EXERCÍCIOS COMENTADOS LEI Nº 11.091, DE 12/01/2005.

1. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ADMI-


NISTRAÇÃO – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, A Lei nº 11.091/2005 disciplina o Plano de Carreira
relativo ao regime dos servidores públicos federais e à dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação no
ética no serviço público. âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao
Comissões de ética são obrigatórias para todos os ór- Ministério da Educação. Técnicos de universidades e ins-
gãos da administração pública federal direta, sendo fa- titutos federais se sujeitam ao plano de carreira descrito
cultativas para entidades da administração indireta. na lei.
Abaixo, segue seu inteiro teor com destaque aos prin-
LEGISLAÇÃO

( ) CERTO ( ) ERRADO cipais pontos:

. 9. ed. São Paulo: Atlas,


2010.
CAPÍTULO I ção, se for o caso, o seu redimensionamento, conside-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES radas, entre outras, as seguintes variáveis:
I - demandas institucionais;
Art. 1o Fica estruturado o Plano de Carreira dos Car- II - proporção entre os quantitativos da força de traba-
gos Técnico-Administrativos em Educação, compos- lho do Plano de Carreira e usuários;
to pelos cargos efetivos de técnico-administrativos e
IV - modernização dos processos de trabalho no âm-
bito da Instituição.
do art. 15 desta Lei. Parágrafo único. Os cargos vagos e alocados proviso-
riamente no Ministério da Educação deverão ser redis-
vagos e ocupados, integram o quadro de pessoal das tribuídos para as Instituições Federais de Ensino para
Instituições Federais de Ensino. -
- veis indicadas nos incisos I a IV deste artigo e confor-
ra é o instituído pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
de 1990, observadas as disposições desta Lei.
Art. 2o Para os efeitos desta Lei, são consideradas Os princípios e diretrizes são expressões genéricas de
Instituições Federais de Ensino os órgãos e entida- vetores que devem guiar a atuação dos técnicos vincu-
des públicos vinculados ao Ministério da Educação lados ao plano de carreira, passando por aspectos como
-
aperfeiçoamento do ensino, da pesquisa e extensão lorização da função, reconhecimento da relevância do
e que integram o Sistema Federal de Ensino. trabalho desempenhado, entre outros.
A Lei nº 8.112/1990 disciplina o regime jurídico úni- A instituição federal pode propor o redimensiona-
co dos servidores públicos civis federais. Neste sentido, mento dos servidores do quadro conforme se alterem as
enquadram-se como servidores públicos civis federais os demandas institucionais ou surjam novos métodos tec-
que ocupam cargos efetivos no quadro de pessoal das nológicos que afetem os processos de trabalho.
Instituições Federais de Ensino, sujeitando-se ao teor da
lei. CAPÍTULO III
DOS CONCEITOS
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL Art. 5o Para todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os
seguintes conceitos:
Art. 3o A gestão dos cargos do Plano de Carreira ob- I - plano de carreira: conjunto de princípios, diretrizes
servará os seguintes princípios e diretrizes:
I - natureza do processo educativo, função social e ob- dos servidores titulares de cargos que integram deter-
jetivos do Sistema Federal de Ensino; minada carreira, constituindo-se em instrumento de
II - dinâmica dos processos de pesquisa, de ensino, de
- -

III - qualidade do processo de trabalho; escolaridade, nível de responsabilidade, conhecimen-


IV - reconhecimento do saber não instituído resultan-

pesquisa e de extensão; de suas atribuições;


V - vinculação ao planejamento estratégico e ao de-
senvolvimento organizacional das instituições; III - padrão de vencimento: posição do servidor na es-
- cala de vencimento da carreira em função do nível de
vação em concurso público;
VII - desenvolvimento do servidor vinculado aos obje- IV - cargo: conjunto de atribuições e responsabilidades
tivos institucionais; previstas na estrutura organizacional que são cometi-
VIII - garantia de programas de capacitação que con- das a um servidor;
- V - nível de capacitação: posição do servidor na Matriz
da a educação formal; -
IX - avaliação do desempenho funcional dos servido-
-
critérios objetivos decorrentes das metas institucio- so;
nais, referenciada no caráter coletivo do trabalho e -
nas expectativas dos usuários; e
complementares, organizada a partir das necessida-
LEGISLAÇÃO

des institucionais e que orienta a política de desenvol-


vimento de pessoal; e
- VII - usuários: pessoas ou coletividades internas ou ex-

suas necessidades, propondo ao Ministério da Educa- direta ou indiretamente dos serviços por ela prestados.
O dispositivo conceitual é relevante porque traz no-
menclaturas que se repetirão ao longo da lei, valendo concurso público, os requisitos de escolaridade, a forma-
efetuar uma leitura atenta dele. -

CAPÍTULO IV restrições e condicionantes decorrentes do ambiente or-


DA ESTRUTURA DO PLANO DE CARREIRA DOS ganizacional ao qual serão destinadas as vagas.
CARGOS TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDU- Art. 10. O desenvolvimento do servidor na carreira
CAÇÃO dar-se-á, exclusivamente, pela mudança de nível de
capacitação e de padrão de vencimento mediante,
Art. 6o O Plano de Carreira está estruturado em 5 -
sional ou Progressão por
capacitação cada, conforme Anexo I-C desta Lei.
Art. 7o Os cargos do Plano de Carreira são organiza- mudança de nível de capacitação, no mesmo cargo

de acordo com o disposto no inciso II do art. 5o e no


Anexo II desta Lei. compatível com o cargo ocupado, o ambiente organi-
Art. 8o São atribuições gerais dos cargos que integram zacional e a carga horária mínima exigida, respeitado
o Plano de Carreira, sem prejuízo das atribuições es- o interstício de 18 (dezoito) meses, nos termos da ta-
bela constante do Anexo III desta Lei.

para o padrão de vencimento imediatamente subse-


I - planejar, organizar, executar ou avaliar as ativida- quente, a cada 2 (dois) anos de efetivo exercício, desde
des inerentes ao apoio técnico-administrativo ao en- -
sino; ma de avaliação de desempenho, observado o respec-
II - planejar, organizar, executar ou avaliar as ativida- tivo nível de capacitação.
-
extensão nas Instituições Federais de Ensino; -
-
- em padrão de vencimento na mesma posição relativa
a que ocupava anteriormente, mantida a distância
entre o padrão que ocupava e o padrão inicial do novo
ensino, pesquisa e extensão das Instituições Federais nível de capacitação.
de Ensino. § 4o No cumprimento dos critérios estabelecidos no
§ 1o As atribuições gerais referidas neste artigo serão
exercidas de acordo com o ambiente organizacional.
de cursos realizados pelo servidor durante a perma-
-
talhadas em regulamento.
-
gressão no interstício do nível anterior, vedado o apro-
As atribuições gerais do cargo de técnico de instituto
veitamento de cursos com carga horária inferior a 20
federal são:
(vinte) horas-aula.
- Planejamento, organização, execução e avaliação
das atividades de ensino, pesquisa e extensão; § 5o A mudança de nível de capacitação e de padrão
- de vencimento não acarretará mudança de nível de
cácia e a efetividade das atividades de ensino, pes-
quisa e extensão.
- artigo aos servidores titulares de cargos de Nível de
mento.
condição de aluno regular, de disciplinas isoladas, que
CAPÍTULO V tenham relação direta com as atividades inerentes ao
DO INGRESSO NO CARGO E DAS FORMAS DE DE- cargo do servidor, em cursos de Mestrado e Doutorado
SENVOLVIMENTO reconhecidos pelo Ministério da Educação - MEC, des-
de que devidamente comprovada, poderá ser conside-
Art. 9o O ingresso nos cargos do Plano de Carreira
far-se-á no padrão inicial do 1o (primeiro) nível de ca-
- conforme disciplinado em ato do Ministro de Estado
te concurso público de provas ou de provas e títulos, da Educação.
§ 7o A liberação do servidor para a realização de cur-
no Anexo II desta Lei. sos de Mestrado e Doutorado está condicionada ao
§ 1o O concurso referido no caput deste artigo poderá resultado favorável na avaliação de desempenho.
LEGISLAÇÃO

ser realizado por áreas de especialização, organizado § 8o Os critérios básicos para a liberação a que se re-
em 1 (uma) ou mais fases, bem como incluir curso de fere o § 7o deste artigo serão estabelecidos em Porta-
formação, conforme dispuser o plano de desenvolvi- ria conjunta dos Ministros de Estado do Planejamento,
mento dos integrantes do Plano de Carreira. Orçamento e Gestão e da Educação.
Art. 10-A. A partir de 1o de maio de 2008, o interstício CAPÍTULO VI
DA REMUNERAÇÃO
de que trata o § 2o do art. 10 desta Lei, passa a ser de
18 (dezoito) meses de efetivo exercício. Art. 13. A remuneração dos integrantes do Plano de
Parágrafo único. Na contagem do interstício necessá- Carreira será composta do vencimento básico, cor-
respondente ao valor estabelecido para o padrão de
caput deste artigo, será aproveitado o tempo compu- -
tado desde a última progressão. tação ocupados pelo servidor, acrescido dos incentivos
- previstos nesta Lei e das demais vantagens pecuniá-
vidor que possuir educação formal superior ao exigido rias estabelecidas em lei.
para o cargo de que é titular, na forma de regulamen- Parágrafo único. Os integrantes do Plano de Carreira
to.
- -
centual calculado sobre o padrão de vencimento per-
cebido pelo servidor, na forma do Anexo IV desta Lei,
observados os seguintes parâmetros: GEAT, de que trata a Lei nº 10.908, de 15 de julho de
I - a aquisição de título em área de conhecimento com 2004.
relação direta ao ambiente organizacional de atuação Art. 13-A. Os servidores lotados nas Instituições Fe-
derais de Ensino integrantes do Plano de Carreira dos
- Cargos Técnico-Administrativos em Educação não fa-
mento com relação indireta; e -
tuída pela Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003.
fundamental e ao ensino médio, quando excederem
Art. 14. Os vencimentos básicos do Plano de Carrei-
qual o servidor é titular, será considerada, para efei- ra dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação
estão estruturados na forma do Anexo I-C desta Lei,
conhecimento relacionado diretamente ao ambiente -
organizacional.
Parágrafo único. Sobre os vencimentos básicos referi-
são acumuláveis e serão incorporados aos respectivos dos no caput deste artigo incidirão os reajustes con-
proventos de aposentadoria e pensão. cedidos a título de revisão geral da remuneração dos
servidores públicos federais.
proventos de aposentadorias e as pensões quando os
-
rem sido obtidos até a data em que se deu a aposen- #FicaDica
tadoria ou a instituição da pensão. Vencimento básico + incentivos = remune-
- ração.
-
cimento relacionadas direta e indiretamente ao am-
biente organizacional e os critérios e processos de CAPÍTULO VII
- DO ENQUADRAMENTO
retrizes previstas no § 2o do art. 24 desta Lei.
Art. 15. O enquadramento previsto nesta Lei será efe-
tuado de acordo com a Tabela de Correlação, constan-
- te do Anexo VII desta Lei.
-
para ingresso no cargo do qual é titular, independen- quica será efetuado no prazo máximo de 90 (noventa)
-
cionado, na forma do Anexo IV. I - o posicionamento inicial no Nível de Capacitação I

II - o tempo de efetivo exercício no serviço público fe-


#FicaDica deral, na forma do Anexo V desta Lei.

Organização do plano: o § 1o deste artigo resultar em vencimento básico de


-
-
-
LEGISLAÇÃO

pagamento da diferença como parcela complementar,


de caráter temporário.
§ 3o A parcela complementar a que se refere o § 2o citação e padrão de vencimento básico do cargo de
deste artigo será considerada para todos os efeitos destino, observados os critérios de enquadramento es-
como parte integrante do novo vencimento básico, e tabelecidos por esta Lei.
será absorvida por ocasião da reorganização ou rees- Art. 19. Será instituída em cada Instituição Federal de
- Ensino Comissão de Enquadramento responsável pela
aplicação do disposto neste Capítulo, na forma previs-
Anexo I-B desta Lei. ta em regulamento.
§ 4o O enquadramento do servidor no nível de ca- § 1o O resultado do trabalho efetuado pela Comissão
de que trata o caput deste artigo será objeto de homo-
logação pelo colegiado superior da Instituição Federal
o disposto no art. 26, inciso III, e no Anexo III desta Lei, de Ensino.
§ 2o A Comissão de Enquadramento será composta,
Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira dos Car- paritariamente, por servidores integrantes do Plano de
gos Técnico-Administrativos em Educação, previsto no Carreira da respectiva instituição, mediante indicação
art. 24 desta Lei. dos seus pares, e por representantes da administração
§ 5o Os servidores redistribuídos para as Instituições superior da Instituição Federal de Ensino.
Federais de Ensino serão enquadrados no Plano de Art. 20. Para o efeito de subsidiar a elaboração do Re-
Carreira no prazo de 90 (noventa) dias da data de pu- gulamento de que trata o inciso III do art. 26 desta Lei,
blicação desta Lei. a Comissão de Enquadramento relacionará, no prazo
Art. 16. O enquadramento dos cargos referido no art. de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua
1o desta Lei dar-se-á mediante opção irretratável do instalação, os servidores habilitados a perceber o In-
respectivo titular, a ser formalizada no prazo de 60
capacitação, nos termos dos arts. 11, 12 e 15 desta Lei.
na forma do termo de opção constante do Anexo VI
desta Lei. Art. 21. O servidor terá até 30 (trinta) dias, a partir
Parágrafo único. O servidor que não formalizar a op- da data de publicação dos atos de enquadramento,
ção pelo enquadramento comporá quadro em extin- de que tratam os §§ 1o e 2o do art. 15 desta Lei, para
interpor recurso na Comissão de Enquadramento, que
cujo cargo será transformado em cargo equivalente do decidirá no prazo de 60 (sessenta) dias.
Plano de Carreira quando vagar. Parágrafo único. Indeferido o recurso pela Comissão
Art. 17. Os cargos vagos dos grupos Técnico-Adminis- -
trativo e Técnico-Marítimo do Plano Único de Classi- gão colegiado máximo da Instituição Federal de En-
sino.
O servidor será em quadrado conforme seu nível de
transformados nos cargos equivalentes do Plano de
desempenhado pela Comissão de Enquadramento com
Carreira de que trata esta Lei.
base nas informações apresentadas pelo servidor ingres-
Parágrafo único. Os cargos vagos de nível superior, in-
sante.
termediário e auxiliar, não organizados em carreira,
redistribuídos para as Instituições Federais de Ensino,
CAPÍTULO VIII
até a data da publicação desta Lei, serão transforma-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
dos nos cargos equivalentes do Plano de Carreira de
que trata esta Lei. Art. 22. Fica criada a Comissão Nacional de Supervi-
Art. 18. O Poder Executivo promoverá, mediante de- são do Plano de Carreira, vinculada ao Ministério da
creto, a racionalização dos cargos integrantes do Pla- -
no de Carreira, observados os seguintes critérios e re- rar e avaliar a implementação do Plano de Carreira,
quisitos: cabendo-lhe, em especial:
I - propor normas regulamentadoras desta Lei relati-
nível de escolaridade, dos cargos de denominações -
ção e avaliação de desempenho;
e Retribuição de Cargos e Empregos, do Plano de II - acompanhar a implementação e propor alterações
no Plano de Carreira;
- III - avaliar, anualmente, as propostas de lotação das
- Instituições Federais de Ensino, conforme inciso I do §
1o do art. 24 desta Lei; e
iguais aos cargos de destino; IV - examinar os casos omissos referentes ao Plano de
II - transposição aos respectivos cargos, e inclusão dos
LEGISLAÇÃO

servidores na nova situação, obedecida a correspon- competentes.


§ 1o A Comissão Nacional de Supervisão será compos-
o cargo de origem e o cargo em que for enquadrado; e ta, paritariamente, por representantes do Ministério
III - posicionamento do servidor ocupante dos cargos da Educação, dos dirigentes das IFES e das entidades
- representativas da categoria.
§ 2o A forma de designação, a duração do mandato e Art. 25. O Ministério da Educação, no prazo de 12
os critérios e procedimentos de trabalho da Comissão (doze) meses a contar da publicação desta Lei, promo-
Nacional de Supervisão serão estabelecidos em regu- verá avaliação e exame da política relativa a contratos
lamento. -
§ 3o Cada Instituição Federal de Ensino deverá ter gos no âmbito do Sistema Federal de Ensino.
uma Comissão Interna de Supervisão do Plano de -
Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Edu- nanceiros, será implantado gradualmente, na seguin-
cação composta por servidores integrantes do Plano te conformidade:
-
- do art. 15 desta Lei, enquadramento por tempo de ser-
to da respectiva Instituição Federal de Ensino e propor viço público federal e posicionamento dos servidores
- no 1o (primeiro) nível de capacitação na nova tabela
cessárias para seu aprimoramento. constante no Anexo I desta Lei, com início em de mar-
Art. 23. Aplicam-se os efeitos desta Lei: ço de 2005;
I - aos servidores aposentados, aos pensionistas, exce- II - implantação de nova tabela de vencimentos cons-
to no que se refere ao estabelecido no art. 10 desta Lei; tante no Anexo I-B desta Lei, em 1o de janeiro de
II - aos titulares de empregos técnico-administrativos 2006; e
e técnico-marítimos integrantes dos quadros das Ins- -
tituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério tivação do enquadramento por nível de capacitação,
a partir da publicação do regulamento de que trata o
art. 11 e o § 4o do art. 15 desta Lei.
inclusão e desenvolvimento na Matriz Hierárquica e Parágrafo único. A edição do regulamento referido

- ao cumprimento do disposto nos arts. 16 e 17 da Lei


posto nesta Lei. Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
Art. 24. O plano de desenvolvimento institucional de Art. 26-A. Além dos casos previstos na legislação vi-
cada Instituição Federal de Ensino contemplará pla- gente, o ocupante de cargo do Plano de Carreira dos
no de desenvolvimento dos integrantes do Plano de Cargos Técnico-Administrativos em Educação poderá
Carreira, observados os princípios e diretrizes do art. afastar-se de suas funções para prestar colaboração a
3o desta Lei. outra instituição federal de ensino ou de pesquisa e ao
Ministério da Educação, com ônus para a instituição
§ 1o O plano de desenvolvimento dos integrantes do de origem, não podendo o afastamento exceder a 4
Plano de Carreira deverá conter: (quatro) anos.
I - dimensionamento das necessidades institucionais,
Parágrafo único. O afastamento de que trata o caput
deste artigo será autorizado pelo dirigente máximo
contemplem a diversidade da instituição;
II - Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento; e
III - Programa de Avaliação de Desempenho.
Art. 26-B. É vedada a aplicação do instituto da redis-
§ 2o O plano de desenvolvimento dos integrantes do
tribuição aos cargos vagos ou ocupados, dos Quadros
Plano de Carreira será elaborado com base em diretri-
de Pessoal das Instituições Federais de Ensino para
zes nacionais estabelecidas em regulamento, no prazo
de 100 (cem) dias, a contar da publicação desta Lei.
§ 3o A partir da publicação do regulamento de que
trata o § 2o deste artigo, as Instituições Federais de para aquelas instituições.
Ensino disporão dos seguintes prazos: Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não
I - 90 (noventa) dias para a formulação do plano de
desenvolvimento dos integrantes do Plano de Carreira; Federais de Ensino.
II – 180 (cento e oitenta) dias para formulação do pro- -
grama de capacitação e aperfeiçoamento; e blicação.
III – 360 (trezentos e sessenta) dias para o início da
execução do programa de avaliação de desempenho -
e o dimensionamento das necessidades institucionais

- Os anexos da legislação estão disponíveis no seguinte


- link:
po computado entre a data em que tiver ocorrido a
última progressão processada segundo os critérios
vigentes até a data da publicação desta Lei e aplicá-
LEGISLAÇÃO

Cargos e Empregos e a data em que tiver sido feita a


implantação do programa de avaliação de desempe-
nho, previsto neste artigo, em cada Instituição Federal
de Ensino.
diretrizes e normas que regulam o desenvolvimento
-
EXERCÍCIO COMENTADO tegram determinada carreira, constituindo-se em ins-
trumento de gestão do órgão ou entidade”.
1. (UFES - Assistente em Administração - UFES - 2015)
-
mar: DECRETO Nº 5.707, DE 23/02/2006.
a) Cargo é a posição do servidor na Matriz Hierárquica
dos Padrões de Vencimento em decorrência da ca- DECRETO Nº 5.707, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006.
inerentes ao cargo ocupado, realizada após o ingresso. Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvi-
- mento de Pessoal da administração pública federal dire-
ta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos
complementares, organizada a partir das necessida-
da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
des institucionais, que orienta a política de desenvol-
vimento de pessoal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
c) Nível de capacitação é o conjunto de atribuições e res-
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional
que são cometidas a um servidor.
102, incisos IV e VII, da Lei no 8.112, de 11 de dezembro
-
de 1990,
retrizes e normas que regulam o desenvolvimento
-
tegram determinada carreira, constituindo-se em ins- DECRETA:
trumento de gestão do órgão ou entidade.
e) Plano de carreira é o conjunto de cargos de mesma Objeto e Âmbito de Aplicação
- Art. 1o Fica instituída a Política Nacional de Desenvol-
laridade, nível de responsabilidade, conhecimentos,
- e entidades da administração pública federal direta,
riência, risco e esforço físico para o desempenho de -
atribuições inerentes aos respectivos cargos. des:
-
Resposta: Letra B. Disciplina o artigo 5o, VI, Lei nº viços públicos prestados ao cidadão;
11.091/2005: “Para todos os efeitos desta Lei, apli- II - desenvolvimento permanente do servidor público;
cam-se os seguintes conceitos: [...] VI - ambiente or- -
vidores aos objetivos das instituições, tendo como re-

organizada a partir das necessidades institucionais e IV - divulgação e gerenciamento das ações de capa-
que orienta a política de desenvolvimento de pessoal”. citação; e
A. Disciplina o artigo 5o, IV, Lei nº 11.091/2005: “Para V - racionalização e efetividade dos gastos com ca-
todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes pacitação.
conceitos: [...] IV - cargo: conjunto de atribuições e Art. 2o
responsabilidades previstas na estrutura organizacio- I - capacitação: processo permanente e deliberado de
nal que são cometidas a um servidor”.
C. Disciplina o artigo 5o, V, Lei nº 11.091/2005: “Para
todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes -
conceitos: [...] V - nível de capacitação: posição do ser- ais;
vidor na Matriz Hierárquica dos Padrões de Vencimen-
orientada para o desenvolvimento do conjunto de
exercício das atividades do cargo ocupado, realizada conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao
após o ingresso”. desempenho das funções dos servidores, visando ao
D. Disciplina o artigo 5o, II, Lei nº 11.091/2005: “Para alcance dos objetivos da instituição; e
todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes -
tância, aprendizagem em serviço, grupos formais de
estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congres-
requisito de escolaridade, nível de responsabilidade, sos, que contribuam para o desenvolvimento do ser-
- vidor e que atendam aos interesses da administração
pecializada, experiência, risco e esforço físico para o
LEGISLAÇÃO

pública federal direta, autárquica e fundacional.


desempenho de suas atribuições”.
E. Disciplina o artigo 5o, I, Lei nº 11.091/2005: “Para to- Diretrizes
dos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes con- Art. 3o São diretrizes da Política Nacional de Desen-
ceitos: [...] I - plano de carreira: conjunto de princípios, volvimento de Pessoal:
I - incentivar e apoiar o servidor público em suas ini- Instrumentos
ciativas de capacitação voltadas para o desenvolvi- Art. 5o São instrumentos da Política Nacional de De-
senvolvimento de Pessoal:
II - assegurar o acesso dos servidores a eventos de I - plano anual de capacitação;
capacitação interna ou externamente ao seu local de -
trabalho; tação; e
III - promover a capacitação gerencial do servidor e
- § 1o
reção e assessoramento; Planejamento, Orçamento e Gestão desenvolver e im-
IV - incentivar e apoiar as iniciativas de capacitação
§ 2o Compete ao Ministro de Estado do Planejamen-
aproveitamento de habilidades e conhecimentos de to, Orçamento e Gestão disciplinar os instrumentos da
Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal.
V - estimular a participação do servidor em ações de Art. 6o -
educação continuada, entendida como a oferta regu- blica federal direta, autárquica e fundacional deverão
incluir em seus planos de capacitação ações voltadas
longo de sua vida funcional;
VI - incentivar a inclusão das atividades de capacita- cargos de direção e assessoramento superiores, as
ção como requisito para a promoção funcional do ser- quais terão, na forma do art. 9o da Lei no 7.834, de
vidor nas carreiras da administração pública federal 6 de outubro de 1989, prioridade nos programas de
direta, autárquica e fundacional, e assegurar a ele a desenvolvimento de recursos humanos.
participação nessas atividades;
VII - considerar o resultado das ações de capacitação
e a mensuração do desempenho do servidor comple- no caput, bem assim a coordenação e supervisão dos
mentares entre si; programas de capacitação gerencial de pessoal civil
executados pelas demais escolas de governo da ad-
servidores redistribuídos; ministração pública federal direta, autárquica e fun-
- dacional.

a cada carreira ou cargo, aos servidores que ingres-


Art. 7o -
efetivo com a administração pública; nal de Desenvolvimento de Pessoal, com as seguintes
X - avaliar permanentemente os resultados das ações
de capacitação;
XI - elaborar o plano anual de capacitação da insti- -
ca Nacional de Desenvolvimento de Pessoal;
metodologias de capacitação a serem implementadas;
XII - promover entre os servidores ampla divulgação pública federal direta, autárquica e fundacional na
das oportunidades de capacitação; e
XIII - priorizar, no caso de eventos externos de apren- capacitação de seus servidores;
dizagem, os cursos ofertados pelas escolas de governo, III - promover a disseminação da Política Nacional de
- Desenvolvimento de Pessoal entre os dirigentes dos
trução de sistema de escolas de governo da União, a
ser coordenado pela Escola Nacional de Administra- recursos humanos, os responsáveis pela capacitação,
ção Pública - ENAP. os servidores públicos federais e suas entidades repre-
Parágrafo único. As instituições federais de ensino sentativas; e
poderão ofertar cursos de capacitação, previstos neste IV - zelar pela observância do disposto neste Decreto.

ou desde que reconhecidas, para tanto, em ato con- -


junto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orça- retrizes para implementação da Política Nacional de
mento e Gestão e da Educação.
Políticas de Gestão Pública, de que trata o Decreto
Escolas de Governo no 5.383, de 3 de março de 2005.
Art. 4o Art. 8o -
escolas de governo as instituições destinadas, precipu- senvolvimento de Pessoal será composto por represen-
-
res públicos, incluídas na estrutura da administração do Planejamento, Orçamento e Gestão, designados
LEGISLAÇÃO

pública federal direta, autárquica e fundacional. pelo Ministro de Estado:


Parágrafo único. As escolas de governo contribuirão I - Secretaria de Recursos Humanos, que o coorde-
nará;
- II - Secretaria de Gestão; e
radas na programação de suas atividades. III - ENAP.
Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão: -

- de instrumentalizá-las para a execução das ações de


dores, instrutores e multiplicadores em ações de ca- capacitação.
pacitação; e
II - prestar apoio técnico e administrativo e os meios
- Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua
tor. publicação.

Treinamento Regularmente Instituído Revogação


Art. 9o Considera-se treinamento regularmente insti- Art. 14. Fica revogado o Decreto no 2.794, de 1o de
tuído qualquer ação de capacitação contemplada no outubro de 1998.
art. 2o, inciso III, deste Decreto.
Parágrafo único. Somente serão autorizados os afas- Brasília, 23 de fevereiro de 2006; 185o -
tamentos para treinamento regularmente instituído cia e 118o da República.
quando o horário do evento de capacitação inviabi- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
lizar o cumprimento da jornada semanal de trabalho Paulo Bernardo Silva
do servidor, observados os seguintes prazos: Este texto não substitui o publicado no DOU
I - até vinte e quatro meses, para mestrado; de 24.2.2006
II - até quarenta e oito meses, para doutorado;
-
DECRETO Nº 5.825, DE 29/06/2006.
lização; e
IV - até seis meses, para estágio.
O Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Pla-
Licença para Capacitação
no de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em
Educação é um documento que serve para monitorar a
-
-
gão ou da entidade onde se encontrar em exercício li-
tes na mão-de-obra dos servidores no âmbito das insti-
tuições federais. Busca, inclusive, aperfeiçoar e capacitar
de ação de capacitação. os servidores para a melhor alocação destes recursos
§ 1º humanos, bem como efetuar a averiguação periódica do
condicionada ao planejamento interno da unidade -
relevância do curso ou da atividade para a institui- plano no âmbito de cada instituição federal de ensino.
ção. (Incluído pelo Decreto nº 9.149, de 2017) Estabelece as diretrizes para elaboração do Plano de
§ 2o A licença para capacitação poderá ser parcelada, Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira
não podendo a menor parcela ser inferior a trinta dias. dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, insti-
§ 3o tuído pela Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005.
do servidor em ações de capacitação durante a licença
a que se refere o caput deste artigo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
§ 4o A licença para capacitação poderá ser utiliza-
da integralmente para a elaboração de dissertação
de mestrado ou tese de doutorado, cujo objeto seja 11.091, de 12 de janeiro de 2005,
compatível com o plano anual de capacitação da ins-
tituição. DECRETA:
§ 5º A licença para capacitação poderá ser utilizada
integral ou parcialmente para a realização de ativida- Art. 1o Ficam estabelecidas as diretrizes para a elabo-
de voluntária em entidade que preste serviços dessa ração do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes
natureza tanto no País quanto no exterior, na forma do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administra-
tivos em Educação, instituído pela Lei nº 11.091, de
servidor” (Incluído pelo Decreto nº 9.149, de 2017) 12 de janeiro de 2005, em cada Instituição Federal de
Ensino - IFE vinculada ao Ministério da Educação.
Reserva de Recursos Art. 2o A elaboração do Plano de Desenvolvimento dos
Art. 11. Do total de recursos orçamentários aprovados Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-
-Administrativos em Educação observará os princípios
e diretrizes estabelecidos no art. 3o da Lei nº 11.091,
LEGISLAÇÃO

de 2005, e ainda:
- I - cooperação técnica entre as instituições públicas de
ensino e as de pesquisa e dessas com o Ministério da
Educação;
II - co-responsabilidade do dirigente da IFE, dos diri- X - matriz de alocação de cargos: conjunto de variá-
-
da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira e tica, traduz a distribuição ideal dos Cargos Técnico-
do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Pla- -Administrativos na IFE;
no de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em XI - força de trabalho: conjunto formado pelas pessoas
Educação; e que, independentemente do seu vínculo de trabalho
com a IFE, desenvolvem atividades técnico-adminis-
institucionais. trativas e de gestão;
Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, aplicam-se os XII - equipe de trabalho: conjunto da força de trabalho
seguintes conceitos: da IFE que real
I - desenvolvimento: processo continuado que visa am- XIII - ocupante da carreira: servidor efetivo perten-
pliar os conhecimentos, as capacidades e habilidades cente ao quadro da IFE que ocupa cargo do Plano de
Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Edu-
funcional no cumprimento dos objetivos institucionais; cação; e
II - capacitação: processo permanente e deliberado de XIV - processo de trabalho: conjunto de ações sequen-
aprendizagem, que utiliza ações de aperfeiçoamento ciadas que organizam as atividades da força de tra-
balho e a utilização dos meios de trabalho, visando o
cumprimento dos objetivos e metas institucionais.
- Art. 4o O Plano de Desenvolvimento dos Integrantes
ais; do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administra-
III - educação formal: educação oferecida pelos siste-
mas formais de ensino, por meio de instituições pú- I - a função estratégica do ocupante da carreira dentro
blicas ou privadas, nos diferentes níveis da educação da IFE;
brasileira, entendidos como educação básica e educa- II - a apropriação do processo de trabalho pelos ocu-
ção superior; pantes da carreira, inserindo-os como sujeitos no pla-
IV - aperfeiçoamento: processo de aprendizagem, ba- nejamento institucional;
seado em ações de ensino-aprendizagem, que atu- III - o aprimoramento do processo de trabalho, trans-
aliza, aprofunda conhecimentos e complementa a formando-o em conhecimento coletivo e de domínio
público;
torná-lo apto a desenvolver suas atividades, tendo em IV - a construção coletiva de soluções para as questões
- institucionais;

de seu desempenho em relação aos objetivos institu-


em ações de educação formal, por meio do qual o ser- cionais;
vidor adquire conhecimentos e habilidades, tendo em VI - a administração de pessoal como uma atividade
vista o planejamento institucional e o desenvolvimen-
demais unidades da administração das IFE;
to do servidor na carreira;
-
VI - desempenho: execução de atividades e cumpri-
sive remanejamento, readaptação e redistribuição da
mento de metas previamente pactuadas entre o ocu-
força de trabalho de cada unidade organizacional;
pante da carreira e a IFE, com vistas ao alcance de
VIII - as condições institucionais para capacitação e
objetivos institucionais;
avaliação que tornem viável a melhoria da qualidade
VII - avaliação de desempenho: instrumento gerencial
na prestação de serviços, no cumprimento dos obje-
que permite ao administrador mensurar os resulta-
tivos institucionais, o desenvolvimento das potencia-
dos obtidos pelo servidor ou pela equipe de trabalho,
lidades dos ocupantes da carreira e sua realização
mediante critérios objetivos decorrentes das metas
institucionais, previamente pactuadas com a equipe IX - a avaliação de desempenho como um processo
de trabalho, considerando o padrão de qualidade de que contemple a avaliação realizada pela força de tra-
- balho, pela equipe de trabalho e pela IFE e que terão
nalidade de subsidiar a política de desenvolvimento o resultado acompanhado pela comunidade externa; e
institucional e do servidor; X - a integração entre ambientes organizacionais e as
diferentes áreas do conhecimento.
análise quantitativa e qualitativa da força de trabalho Art. 5o O Plano de Desenvolvimento dos Integrantes
necessária ao cumprimento dos objetivos institucio- do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administra-
- tivos em Educação será vinculado ao Plano de Desen-
dernização dos processos de trabalho no âmbito da -
IFE; nido no art. 24 da Lei nº 11.091, de 2005, e deverá
IX - alocação de cargos: processo de distribuição de
LEGISLAÇÃO

contemplar:
cargos baseado em critérios de dimensionamento ob- I - dimensionamento das necessidades institucionais
de
matriz, visando o desenvolvimento institucional; vagas que contemple a realidade da instituição;
II - Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento; e
III - Programa de Avaliação de Desempenho. Parágrafo único. O Programa de Capacitação e Aper-
§ 1o As ações de planejamento, coordenação, exe- feiçoamento deverá ser implementado nas seguintes
cução e avaliação do Plano de Desenvolvimento dos linhas de desenvolvimento:
Integrantes da Carreira dos Cargos Técnico-Adminis- I - iniciação ao serviço público: visa ao conhecimen-
trativos em Educação são de responsabilidade do di-
- público, da missão da IFE e da conduta do servidor
público e sua integração no ambiente institucional;
de gestão de pessoas. -
§ 2o A unidade de gestão de pessoas deverá assumir mações ao servidor sobre a importância dos aspectos
o gerenciamento dos programas vinculados ao Plano -
de Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira dos
Cargos Técnico-Administrativos em Educação.
§ 3o Em cada IFE, o Plano de Desenvolvimento dos que contemplem os diversos níveis de educação for-
Integrantes da Carreira dos Cargos Técnico-Adminis- mal;
-
pela Comissão Interna de Supervisão, conforme dis- senvolvimento da atividade de gestão, que deverá se
posto no § 3o do art. 22 da Lei nº 11.091, de 2005. constituir em pré-requisito para o exercício de funções
Art. 6o O dimensionamento das necessidades institu-
cionais de pessoal, objetivando estabelecer a matriz de
do servidor para o desenvolvimento de atividades re-
de vagas, dar-se-á mediante: lacionadas e desenvolvidas em mais de um ambiente
I - a análise do quadro de pessoal, inclusive no que organizacional; e

II - a análise da estrutura organizacional da IFE e suas desempenho de atividades vinculadas ao ambiente


organizacional em que atua e ao cargo que ocupa.
III - a análise dos processos e condições de trabalho; e Art. 8o O Programa de Avaliação de Desempenho terá
por objetivo promover o desenvolvimento institucio-
Parágrafo único. Para o cumprimento do estabelecido -
no caput, deverão ser adotadas as seguintes ações: cas de gestão de pessoas e garantindo a melhoria da
-
posição, conforme estabelecido neste Decreto; § 1o O resultado do Programa de Avaliação de De-
II - descrição das atividades dos setores em relação sempenho deverá:
I - fornecer indicadores que subsidiem o planejamento
- estratégico, visando ao desenvolvimento de pessoal da
lho; IFE;
- -
ção e do nível de capacitação da força de trabalho da cessos de trabalho;
IFE;
-
V - análise dos processos de trabalho com indicação
vidual do servidor, consideradas as condições de tra-
das necessidades de racionalização, democratização e
balho;
IV - subsidiar a elaboração dos Programas de Capa-
citação e Aperfeiçoamento, bem como o dimensiona-
-
mento das necessidades institucionais de pessoal e de
dades da IFE;
políticas de saúde ocupacional; e
VII - aplicação da matriz de alocação de cargos e de-
mais critérios para o estabelecimento da real necessi- V - aferir o mérito para progressão.
dade de força de trabalho; § 2o O Programa de Avaliação de Desempenho, como
VIII - comparação entre a força de trabalho existente e -
gerá, de forma integrada, a avaliação:
IX - remanejamento interno de pessoal com vistas ao I - das ações da IFE;
II - das atividades das equipes de trabalho;
cargos; e III - das condições de trabalho; e
-
- § 3o Os instrumentos a serem utilizados para a ava-
cionais. liação de desempenho deverão ser estruturados, com
Art. 7o O Programa de Capacitação e Aperfeiçoamen- base nos princípios de objetividade, legitimidade e pu-
to terá por objetivo: blicidade e na adequação do processo aos objetivos,
I - contribuir para o desenvolvimento do servidor,
Art. 9o A aplicação do processo de avaliação de de-
LEGISLAÇÃO

II - capacitar o servidor para o desenvolvimento de sempenho deverá ocorrer no mínimo uma vez por
ações de gestão pública; e ano, ou em etapas necessárias a compor a avaliação
III - capacitar o servidor para o exercício de atividades -
de forma articulada com a função social da IFE. mento da IFE.

50
Art. 10. Participarão do processo de avaliação todos os e do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do
integrantes da equipe de trabalho e usuários, confor- Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
me estabelecido no parágrafo único. em Educação; e II – adequação do quadro de pessoal
- às demandas institucionais, somente.
tar formas sistemáticas e permanentes de participa- d) I – cooperação técnica entre as instituições públicas
ção de usuários na avaliação dos serviços prestados, de ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da
com base nos padrões de qualidade em atendimento Educação; e II – adequação do quadro de pessoal às
por ela estabelecidos. demandas institucionais, somente.
e) I – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos diri-
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua gentes das unidades acadêmicas e administrativas, e
publicação. da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira
e do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do
Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
e 118o da República. em Educação, exclusivamente.

Resposta: Letra B. -
#FicaDica na em seu artigo 2o: “A elaboração do Plano de De-
senvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira
Em cada instituição federal de ensino será dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação
elaborado um Plano de Desenvolvimento observará os princípios e diretrizes estabelecidos no
dos Integrantes do Plano de Carreira dos -
Cargos Técnico-Administrativos em Educa- ração técnica entre as instituições públicas de ensi-
ção, buscando direcionar esforços para a no e as de pesquisa e dessas com o Ministério da
Educação; II - co-responsabilidade do dirigente da
IFE, dos dirigentes das unidades acadêmicas e ad-
ministrativas, e da área de gestão de pessoas pela
gestão da carreira e do Plano de Desenvolvimento
EXERCÍCIO COMENTADO dos Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Téc-
nico-Administrativos em Educação; e III - adequação
do quadro de pessoal às demandas institucionais”.
1. (UFPA - Analista de Tecnologia da Informação - De-
A, C, D e E. Por exclusão, devido ao teor do artigo 2o
senvolvimento de Web - CEPS-UFPA/2018) O Decreto

para elaboração do Plano de Desenvolvimento dos In-


tegrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Ad- DECRETO Nº 9.094, DE 17/07/2017.
ministrativos em Educação, instituído pela Lei no 11.091,
de 12 de janeiro de 2005. A elaboração do Plano de De-
senvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
Cargos Técnico-administrativos em Educação observará
Constituição,
nº 11.091, de 2005, e ainda:
DECRETA:
a) I – cooperação técnica entre as instituições públicas
de ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da
federal observarão as seguintes diretrizes nas relações
Educação; II – corresponsabilidade do dirigente da IFE,
entre si e com os usuários dos serviços públicos:
dos dirigentes das unidades acadêmicas e administra-
I - presunção de boa-fé;
tivas, e da área de gestão de pessoas pela gestão da
II - compartilhamento de informações, nos termos da
carreira e do Plano de Desenvolvimento dos Integran-
lei;
tes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Adminis-
trativos em Educação, somente.
b) I – cooperação técnica entre as instituições públicas
regularidade;
de ensino e as pesquisas e dessas com o Ministério da
IV - racionalização de métodos e procedimentos de
Educação; II – corresponsabilidade do dirigente da IFE,
controle;
dos dirigentes das unidades acadêmicas e administra-
tivas, e da área de gestão de pessoas pela gestão da
econômico ou social seja superior ao risco envolvido;
carreira e do Plano de Desenvolvimento dos Integran-
tes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Adminis-
trativos em Educação; e III – adequação do quadro de
LEGISLAÇÃO

aos usuários dos serviços públicos e a propiciar me-


pessoal às demandas institucionais.
lhores condições para o compartilhamento das infor-
c) I – corresponsabilidade do dirigente da IFE, dos diri-
mações;
gentes das unidades acadêmicas e administrativas, e
VII - utilização de linguagem clara, que evite o uso de
da área de gestão de pessoas pela gestão da carreira
siglas, jargões e estrangeirismos; e

51
VIII - articulação com os Estados, o Distrito Federal, ou a decisão da matéria, deverá providenciar a remes-
os Municípios e os outros Poderes para a integração,
do Poder Executivo federal competente.
serviços públicos. § 3º Quando a remessa referida no § 2º não for pos-
Parágrafo único. Usuários dos serviços públicos são as sível, o interessado deverá ser comunicado imediata-
pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou priva- -
do, diretamente atendidas por serviço público. sárias.

CAPÍTULO I de exercício de obrigações e direitos e de obtenção de


DA RACIONALIZAÇÃO DE EXIGÊNCIAS E DA TRO-
CA DE INFORMAÇÕES Executivo federal, o número de inscrição no Cadastro

a apresentação dos seguintes dados:(Incluído pelo De-


e as entidades do Poder Executivo federal que neces- creto nº 9.723, de 2019) (Vide Decreto nº 9.723, de
- 2019)
dade da situação de usuários dos serviços públicos,
de atestados, de certidões ou de outros documentos que trata o inciso I do caput do art. 3º do Decreto nº
97.936, de 10 de julho de 1989; (Incluído pelo Decre-
- to nº 9.723, de 2019)
II - número do cadastro perante o Programa de Inte-
base de dados, nos termos do Decreto nº 8.789, de 29 gração Social - PIS ou o Programa de Formação do
de junho de 2016, e não poderão exigi-los dos usuá- Patrimônio do Servidor Público - Pasep; (Incluído
rios dos serviços públicos. pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
III - número e série da Carteira de Trabalho e Previ-
art. 2º conterem informações sigilosas sobre os usuá-
-
dação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei
-
nº 5.452, de 1º de maio de 1943; (Incluído pelo Decre-
-
to nº 9.723, de 2019)
rio, exceto nas situações previstas em lei.
IV - número da Permissão para Dirigir ou da Carteira
Parágrafo único. Quando não for possível a obtenção
Nacional de Habilitação, de que trata o inciso VII do
dos documentos a que a que se refere o art. 2º direta-
caput do art. 19 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de

feita por meio de declaração escrita e assinada pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
- V - número de matrícula em instituições públicas fe-
- derais de ensino superior; (Incluído pelo Decreto nº
vas, civis e penais aplicáveis. 9.723, de 2019)
-
de Reservista, de Dispensa de Incorporação e de Isen-
- ção de que trata a Lei nº 4.375, de 17 de agosto de
- 1964; (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
tantes das bases de dados, observadas as disposições
legais aplicáveis.
Art. 5º No atendimento aos usuários dos serviços pú- 9.723, de 2019)
- VIII - número de inscrição no Cadastro Único para
deral observarão as seguintes práticas: Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico, de
I - gratuidade dos atos necessários ao exercício da ci- que trata o Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007;
dadania, nos termos da Lei nº 9.265, de 12 de feverei- e (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
ro de 1996; IX - demais números de inscrição existentes em bases
- de dados públicas federais. (Incluído pelo Decreto nº
zação de formulários, guias e outros documentos con- 9.723, de 2019)
§ 1º O disposto no inciso IV do caput não se aplica
III - vedação de recusa de recebimento de requerimen-
federais do Sistema Nacional de Trânsito para os quais
ou a entidade for manifestamente incompetente. seja necessário apresentar o número da Permissão
- para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habilitação
viços de protocolo deverão prover as informações e as
LEGISLAÇÃO

orientações necessárias para que o interessado possa nº 9.723, de 2019)


dar andamento ao requerimento. § 2º O disposto no inciso VI do caput não se aplica aos
-
rais vinculados ao Ministério da Defesa para os quais
Poder Executivo federal é incompetente para o exame

52
de Alistamento Militar, de Reservista, de Dispensa de § 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo
- informar aos usuários: (Redação dada pelo Decreto nº
mação. (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019) 9.723, de 2019)
§ 3º Os cadastros, formulários, sistemas e outros ins-
trumentos exigidos dos usuários para a prestação de do Poder Executivo federal;(Incluído pelo Decreto nº
serviço público conterão campo de preenchimento 9.723, de 2019)
do número de inscrição no II - as formas de acesso aos serviços a que se refere o
CPF. (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019) inciso I;(Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
§ 4º Ato do Secretário Especial de Desburocratização, III - os compromissos e padrões de qualidade do
Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia atendimento ao público; e (Incluído pelo Decreto nº
- 9.723, de 2019)
tas no caput. (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de IV - os serviços publicados no Portal de Serviços do
2019) Governo Federal, nos termos do disposto no Decreto
§ 5º A substituição dos dados constantes nos incisos I nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016. (Incluído pelo
a VIII do caput pelo número de inscrição no CPF é ato Decreto nº 9.723, de 2019)
- § 2º Da Carta de Serviços ao Usuário, deverão constar
nal de Identidade a que se refere oart. 8º da Lei nº informações claras e precisas sobre cada um dos ser-
13.444, de 11 de maio de 2017. (Incluído pelo Decreto viços prestados, especialmente as relativas:
I - ao serviço oferecido;
nº 9.723, de 2019)
II - aos requisitos e aos documentos necessários para
acessar o serviço;

IV - ao prazo para a prestação do serviço;


dúvida superveniente.
Art. 7º Não será exigida prova de fato já comprova-
-
do pela apresentação de documento ou informação
viço; e
válida.
Art.8º Para complementar informações ou solicitar § 3º Além das informações referidas no § 2º, a Carta
de Serviços ao Usuário deverá, para detalhar o padrão
entidade do Poder Executivo federal e o interessado de qualidade do atendimento, estabelecer:
poderá ser feita por qualquer meio, preferencialmente -
eletrônico. mento;
- II - o tempo de espera para o atendimento;
- III - o prazo para a realização dos serviços;
IV - os mecanismos de comunicação com os usuários;
documentos expedidos no País e destinados a fazer V - os procedimentos para receber, atender, gerir e res-

federal. VI - as etapas, presentes e futuras, esperadas para a


Art. 10. A apresentaç de documentos por usuários dos realização dos serviços, incluídas a estimativas de pra-
zos;
- VII - os mecanismos para a consulta pelos usuários
cumento original. acerca das etapas, cumpridas e pendentes, para a rea-
lização do serviço solicitado;
- VIII - o tratamento a ser dispensado aos usuários
to original, pelo servidor público a quem o documento quando do atendimento;
deva ser apresentado. IX - os elementos básicos para o sistema de sinaliza-
ção visual das unidades de atendimento;
X - as condições mínimas a serem observadas pelas
- unidades de atendimento, em especial no que se refe-
-
tiva e, no prazo de até cinco dias, dará conhecimento XI - os procedimentos para atendimento quando o sis-
tema informatizado se encontrar indisponível; e
XII - outras informações julgadas de interesse dos
usuários.
CAPÍTULO II
DA CARTA DE SERVIÇOS AO USUÁRIO CAPÍTULO III
DA RACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS
Art. 11. Os órgãos e as entidades do Poder Executi-
Art. 12. A edição e a alteração das normas relativas
LEGISLAÇÃO

vo federal que prestam atendimento aos usuários dos


serviços públicos, direta ou indiretamente, deverão ao atendimento dos usuários dos serviços públicos ob-
elaborar e divulgar Carta de Serviços ao Usuário, no -
de e considerarão os efeitos práticos tanto para a ad-
ministração pública federal quanto para os usuários.
CAPÍTULO IV CAPÍTULO VI
DA SOLICITAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÃO DA DIVULGAÇÃO AOS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS
PÚBLICOS
Art. 13. Os usuários dos serviços públicos poderão
Art. 18. A Carta de Serviços ao Usuário, a forma de
acesso, as orientações de uso e as informações do
- -
nente divulgação aos usuários dos serviços públicos, e
9.723, de 2019) mantidos visíveis e acessíveis ao público:
I - quando a prestação de serviço público não observar I - nos locais de atendimento, por meio de extração
o disposto:(Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019) das informações, em formato impresso, a partir do
a) neste Decreto; (Incluída pelo Decreto nº 9.723, de Portal de Serviços do Governo Federal; e (Redação
2019) dada pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
b) na Lei nº 13.460, de 2017; (Incluída pelo Decreto II - nos portais institucionais e de prestação de serviços
nº 9.723, de 2019) na internet, a partir de link de acesso ao Portal de Ser-
c) na Lei nº 13.726, de 8 de outubro de 2018; ou (In- viços do Governo Federal.(Redação dada pelo Decreto
cluída pelo Decreto nº 9.723, de 2019) nº 9.723, de 2019)
d) na legislação correlata; e (Incluída pelo Decreto nº
9.723, de 2019) administração pública federal solicitar ao usuário do
II - sempre que vislumbrarem oportunidade de sim- serviço público requisitos, documentos, informações e
procedimentos cuja exigibilidade não esteja informa-
(Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019) da no Portal de Serviços do Governo Federal. (Incluído
- pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
sentada, preferencialmente, por meio eletrônico, em § 1º A disponibilização de informações sobre serviços
canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União
da Controladoria-Geral da União. (Redação dada e das entidades da administração pública federal não
pelo Decreto nº 9.723, de 2019) dispensa a obrigatoriedade da divulgação no Portal
de Serviços do Governo Federal. (Incluído pelo Decreto
as entidades deverão digitalizar a Solicitação de Sim-
nº 9.723, de 2019)
§ 2º A criação ou a alteração do rol de requisitos,
se refere o § 1º.
documentos, informações e procedimentos do serviço
público deverá ser precedida de publicação no Portal
de Serviços do Governo Federal. (Incluído pelo Decre-
to nº 9.723, de 2019)
serviço foi solicitado; § 3º A Secretaria de Governo Digital da Secretaria
IV - a descrição dos atos ou fatos; e Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
V - facultativamente, a proposta de melhoria. Digital do Ministério da Economia disponibilizará os
Art. 15. Ato conjunto dos Ministros de Estado da Con- meios para publicação dos serviços públicos no Portal
troladoria-Geral da União e da Economia disciplinará
- acesso, credenciamento e procedimentos de publica-
ção.(Redação dada pelo Decreto nº 9.723, de 2019) ção. (Incluído pelo Decreto nº 9.723, de 2019)

CAPÍTULO V de que trata o art. 14, serão divulgadas no painel de


DAS SANÇÕES PELO DESCUMPRIMENTO monitoramento do desempenho dos serviços públicos
prestados a que se refere o inciso V do caput do art.
Art. 16. O servidor público ou o militar que descum- 3º do Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016.
-
dades previstas, respectivamente, na Lei nº 8.112, de CAPÍTULO VII
11 de dezembro de 1990, e na Lei nº 6.880, de 9 de DA AVALIAÇÃO E DA MELHORIA DOS SERVIÇOS
dezembro de 1980. PÚBLICOS
Parágrafo único. Os usuários dos serviços públicos
que tiverem os direitos garantidos neste Decreto des-
- federal deverão utilizar ferramenta de pesquisa de sa-
ral da União. (Redação dada pelo Decreto nº 9.723, de tisfação dos usuários dos seus serviços, constante do
Portal de Serviços do Governo federal, e do Sistema de
Ouvidoria do Poder Executivo federal, e utilizar os da-
do Poder Executivo federal zelar pelo cumprimento do dos como subsídio relevante para reorientar e ajustar
a prestação dos serviços.
LEGISLAÇÃO

responsabilização dos servidores públicos e dos milita- § 1º Os canais de ouvidoria e as pesquisas de satis-
res, e de seus superiores hierárquicos, que praticarem fação objetivam assegurar a efetiva participação dos
atos em desacordo com suas disposições. (Redação -
dada pelo Decreto nº 9.723, de 2019)
- -
deral deverão dar ampla divulgação aos resultados mentos do cidadão no exercício de obrigações e direitos
das pesquisas de satisfação. ou na obtenção de benefícios e regulamentar dispositi-
Art. 20-A. As avaliações da efetividade e dos níveis de
satisfação dos usuários, de que trata o art. 24 da Lei
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribui-
ato do Secretário de Governo Digital da Secretaria Es- caput , incisos IV e VI,
pecial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto
do Ministério da Economia. (Incluído pelo Decreto nº
9.723, de 2019)
Art. 20-B. A Secretaria de Governo Digital da Secre- DECRETA :
taria Especial de Desburocratização, Gestão e Gover-
no Digital do Ministério da Economia publicará no Art. 1º A ementa do Decreto nº 9.094, de 17 de julho
Portal de Serviços do Governo Federal o ranking das de 2017 , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Regulamenta dispositivos da Lei nº 13.460, de 26 de
usuários e com melhor avaliação de serviços por par- -
te dos usuários, de que trata o § 2º do art. 23 da Lei dimento prestado aos usuários dos serviços públicos,
nº 13.460, de 2017.(Incluído pelo Decreto nº 9.723, de institui o Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como ins-
2019)
de dados do cidadão no exercício de obrigações e di-
CAPÍTULO VIII -
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
documentos produzidos no País e institui a Carta de
Art. 21. A Controladoria-Geral da União terá prazo de Serviços ao Usuário.” (NR)
cento e oitenta dias, contado da data de publicação Art. 2º O Decreto nº 9.094, de 2017 , passa a vigorar
deste Decreto, para disponibilizar os meios de acesso com as seguintes alterações:
- “Art. 5º-A
dação dada pelo Decreto nº 9.723, de 2019) de exercício de obrigações e direitos e de obtenção de
Art. 22. A Controladoria-Geral da União, por meio
da Ouvidoria-Geral da União, e o Ministério da Eco- Executivo federal, o número de inscrição no Cadas-
nomia, por meio da Secretaria de Governo Digital
da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão para a apresentação dos seguintes dados:
e Governo Digital, poderão expedir normas comple-
mentares ao disposto neste Decreto. (Redação dada que trata o inciso I do caput do art. 3º do Decreto nº
pelo Decreto nº 9.723, de 2019) 97.936, de 10 de julho de 1989 ;
Art. 23. O Decreto nº 8.936, de 2016, passa vigorar II - número do cadastro perante o Programa de Inte-
com as seguintes alterações: gração Social - PIS ou o Programa de Formação do
“Art. 3º .................................................................. Patrimônio do Servidor Público - Pasep;
....................................................................................... III - número e série da Carteira de Trabalho e Previ-
V - ........................................................................... art. 16 da Consoli-
........................................................................................ dação das Leis do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei
b) tempo médio de atendimento; nº 5.452, de 1º de maio de 1943 ;
c) grau de satisfação dos usuários; e IV - número da Permissão para Dirigir ou da Cartei-
ra Nacional de Habilitação, de que trata o inciso VII
ao serviço.” (NR) do caput do art. 19 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua ;
publicação. V - número de matrícula em instituições públicas fe-
Art. 25. Ficam revogados: derais de ensino superior;
I - o Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009; e
II - o Decreto nº 5.378, de 23 de fevereiro de 2005. de Reservista, de Dispensa de Incorporação e de Isen-
ção de que trata a Lei nº 4.375, de 17 de agosto de
1964 ;
e 129º da República.

VIII - número de inscrição no Cadastro Único para


DECRETO Nº 9.723, DE 11/03/2019. Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico, de
que trata o Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007 ; e
LEGISLAÇÃO

IX - demais números de inscrição existentes em bases


de dados públicas federais.
- § 1º O disposto no inciso IV do caput não se aplica
aos processos administrativos em trâmite nos ór-
Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento su- gãos federais do Sistema Nacional de Trânsito para

55
os quais seja necessário apresentar o número da Per- “Art. 16. .......................................................................................
missão para Dirigir ou da Carteira Nacional de Habi- ..............
Parágrafo único . Os usuários dos serviços públicos
§ 2º O disposto no inciso VI do caput não se aplica aos que tiverem os direitos garantidos neste Decreto des-
- -
rais vinculados ao Ministério da Defesa para os quais ral da União.” (NR)
“Art. 17.
de Alistamento Militar, de Reservista, de Dispensa de
- Poder Executivo federal zelar pelo cumprimento do
mação.
§ 3º Os cadastros, formulários, sistemas e outros ins- responsabilização dos servidores públicos e dos milita-
trumentos exigidos dos usuários para a prestação de res, e de seus superiores hierárquicos, que praticarem
serviço público conterão campo de preenchimento atos em desacordo com suas disposições.” (NR)
“Art. 18. .......................................................................................
CPF. ..............
§ 4º Ato do Secretário Especial de Desburocratização, I - nos locais de atendimento, por meio de extração
Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia das informações, em formato impresso, a partir do
- Portal de Serviços do Governo Federal; e
tas no caput . II - nos portais institucionais e de prestação de servi-
§ 5º A substituição dos dados constantes nos incisos I ços na internet, a partir de link de acesso ao Portal de
a VIII do caput pelo número de inscrição no CPF é ato Serviços do Governo Federal.” (NR)
- “Art. 18-A
nal de Identidade a que se refere o art. 8º da Lei nº administração pública federal solicitar ao usuário do
13.444, de 11 de maio de 2017 .” (NR) serviço público requisitos, documentos, informações e
“Art. 11. ....................................................................................... procedimentos cuja exigibilidade não esteja informa-
.............. da no Portal de Serviços do Governo Federal.
§ 1º A Carta de Serviços ao Usuário tem por objetivo § 1º A disponibilização de informações sobre serviços
informar aos usuários:
e das entidades da administração pública federal não
do Poder Executivo federal; dispensa a obrigatoriedade da divulgação no Portal
II - as formas de acesso aos serviços a que se refere o de Serviços do Governo Federal.
inciso I; § 2º A criação ou a alteração do rol de requisitos,
III - os compromissos e padrões de qualidade do aten- documentos, informações e procedimentos do serviço
dimento ao público; e público deverá ser precedida de publicação no Portal
IV - os serviços publicados no Portal de Serviços do de Serviços do Governo Federal.
Governo Federal, nos termos do disposto no Decreto § 3º A Secretaria de Governo Digital da Secretaria
nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016 . Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
......................................................................................................... Digital do Ministério da Economia disponibilizará os
...” (NR) meios para publicação dos serviços públicos no Portal
“Art. 13 . Os usuários dos serviços públicos poderão
acesso, credenciamento e procedimentos de publica-
ção.” (NR)
- “Art. 20-A . As avaliações da efetividade e dos níveis
de satisfação dos usuários, de que trata o art. 24 da Lei
I - quando a prestação de serviço público não observar nº 13.460, de 2017
o disposto: ato do Secretário de Governo Digital da Secretaria Es-
a) neste Decreto; pecial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital
b) na Lei nº 13.460, de 2017 ; do Ministério da Economia.” (NR)
c) na Lei nº 13.726, de 8 de outubro de 2018 ; ou “Art. 20-B . A Secretaria de Governo Digital da Secre-
d) na legislação correlata; e taria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo
II - sempre que vislumbrarem oportunidade de sim- Digital do Ministério da Economia publicará no Portal
de Serviços do Governo Federal o ranking das entida-
-
sentada, preferencialmente, por meio eletrônico, em e com melhor avaliação de serviços por parte dos usu-
canal único oferecido pela Ouvidoria-Geral da União ários, de que trata o § 2º do art. 23 da Lei nº 13.460,
da Controladoria-Geral da União. de 2017 .” (NR)
......................................................................................................... “Art. 21 . A Controladoria-Geral da União terá prazo
LEGISLAÇÃO

...” (NR) de cento e oitenta dias, contado da data de publicação


“Art. 15 . Ato conjunto dos Ministros de Estado da deste Decreto, para disponibilizar os meios de acesso
Controladoria-Geral da União e da Economia discipli-
- “Art. 22. A Controladoria-Geral da União, por meio da
Ouvidoria-Geral da União, e o Ministério da Economia,
por meio da Secretaria de Governo Digital da Secreta-
ria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo voluntária, nos termos do regulamento expedido pelo
Digital, poderão expedir normas complementares ao Ouvidor-Geral da União da Controladoria-Geral da
disposto neste Decreto.” (NR)
Art. 3º O Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de entre outros, os direitos a:
2016 , passa a vigorar com as seguintes alterações: I - uso gratuito de sistema informatizado e integrado
“Art. 3º ........................................................................................ para recebimento de manifestações, inclusive de soli-
..............
......................................................................................................... II - capacitação para agentes públicos em matéria de
...........
Parágrafo único - § 3º As ações de capacitação a que se refere o inciso
II do § 2º serão desenvolvidas com o apoio da Escola
Secretaria de Governo Digital da Secretaria Especial -
de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do cadas.” (NR)
Ministério da Economia os dados da prestação dos “Art. 24-B . A Controladoria-Geral da União disponibi-
serviços públicos sob sua responsabilidade para com-
posição dos indicadores do painel de monitoramento
do Portal de Serviços do Governo Federal.” (NR) promover a participação do usuário de serviços públi-
“Art. 6º ........................................................................................ -
.............. ção de serviços, nos termos do disposto no art. 10 da
I - Ministério da Economia, que o presidirá; Lei nº 13.460, de 2017 , e no art. 6º da Lei nº 13.726,
II - .................................................................................................. de 8 de outubro de 2018
............. Parágrafo único. Os indicadores e os dados gerados
III - Controladoria-Geral da União. pelo sistema a que se refere o caput serão disponibili-
§ 1º - -
put serão indicados pelos respectivos titulares e de- solveu?, da Controladoria-Geral da União, nos termos
signados em ato do Secretário Especial de Desburo-
cratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Art. 5º Para se adequarem ao disposto no art. 5º-A do
Economia. Decreto nº 9.094, de 2017
......................................................................................................... da administração pública federal terão:
.” (NR) -
“Art. 7º ........................................................................................ ção deste Decreto, para a adequação dos sistemas e
.............. procedimentos de atendimento ao cidadão; e
......................................................................................................... II - o prazo de doze meses, contado da data de publi-
........... cação deste Decreto, para consolidar os cadastros e
IV - até quinhentos e quarenta dias, para a disponibi- as bases de dados a partir do número do Cadastro de
lização da ferramenta de avaliação da satisfação dos Pessoas Físicas - CPF.
usuários e do painel de monitoramento do desempe- Art. 6º Ficam revogados:
nho dos serviços públicos a que se referem os incisos I - o inciso III do caput do art. 18 do Decreto nº 9.094,
IV e V do caput do art. 3º; de 2017 ; e
V - até 31 de dezembro de 2019, para a adoção de II - os seguintes dispositivos do Decreto nº 8.936, de 19
ferramenta de solicitação e acompanhamento dos ser- de dezembro de 2016 :
viços públicos a que se refere o inciso III do caput do a) o inciso I do caput do art. 4º ;
art. 4º; e b) o inciso I do caput do art. 7º ; e
VI - até 31 de dezembro de 2019, para a adoção do c) o art. 9º .
mecanismo de acesso a que se refere o inciso IV do ca- Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua
put do art. 4º.” (NR) publicação.
“Art. 8º O Secretário de Governo Digital da Secreta-
ria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo e 131º da República.
Digital do Ministério da Economia poderá editar nor- JAIR MESSIAS BOLSONARO
mas complementares para o cumprimento do disposto Paulo Guedes
neste Decreto.” (NR) Wagner de Campos Rosário
Art. 4º O Decreto nº 9.492, de 5 setembro de 2018 , Este texto não substitui o publicado no DOU de
passa a vigorar com as seguintes alterações: 12.3.2019 e
“Art. 24-A . Fica instituída a Rede Nacional de Ouvi-
-
LEGISLAÇÃO

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios.
-
doria-Geral da União a coordenação da Rede Nacio-
nal de Ouvidorias.
ANOTAÇÕES
HORA DE PRATICAR!
1. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014) Com
________________________________________________
referência à CF, aos direitos e garantias fundamentais, à
organização político-administrativa, à administração pú- _________________________________________________
blica e ao Poder Judiciário, julgue os itens subsecutivos.
A CF prevê o direito de greve na iniciativa privada e de- _________________________________________________

essenciais e dispor sobre o atendimento das necessida- _________________________________________________


des inadiáveis da comunidade.
_________________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO _________________________________________________

2. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES- _________________________________________________


PE/2014)
Julgue os itens seguintes, em relação à organização polí- _________________________________________________
tico-administrativa da República Federativa do Brasil. _________________________________________________
O poder constituinte dos estados, dada a sua condição
de ente federativo autônomo, é soberano e ilimitado. _________________________________________________

( ) CERTO ( ) ERRADO _________________________________________________

_________________________________________________
3. (TJ/SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária - CES-
PE/2014) Julgue os itens seguintes, em relação à orga- _________________________________________________
nização político-administrativa da República Federativa
do Brasil. _________________________________________________
A despeito de serem entes federativos, os territórios fe-
derais carecem de autonomia. _________________________________________________
_________________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO
_________________________________________________
4. (MDIC - Agente Administrativo - CESPE/2014) No
que se refere aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- _________________________________________________
rio, bem como às funções essenciais à justiça, julgue os
seguintes itens. _________________________________________________
A CF garante autonomia funcional e administrativa à de- _________________________________________________
fensoria pública estadual e ao Ministério Público.
_________________________________________________
( ) CERTO ( ) ERRADO
_________________________________________________

_________________________________________________

GABARITO _________________________________________________
_________________________________________________
1 CERTO _________________________________________________
2 ERRADO
_________________________________________________
ERRADO
CERTO _________________________________________________
_________________________________________________

_________________________________________________
_________________________________________________
LEGISLAÇÃO

_________________________________________________

_________________________________________________

_________________________________________________

58

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