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Série automotiva

Fundamentos
dos Sistemas
Eletrônicos
Automotivos
Série automotiva

Fundamentos
dos Sistemas
Eletrônicos
Automotivos
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série automotiva

Fundamentos
dos Sistemas
ELETRônicos
Automotivos
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

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nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
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Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Núcleo de Educação – NED

FICHA CATALOGRÁFICA
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S491f
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos / Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de
Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2012.
67 p. il. (Série Automotiva).

ISBN 978-85-7519-506-2

1. Automóveis – Equipamento eletrônico. 2. Circuitos eletrônicos.


3. Soldagem. 4. Segurança do trabalho. I. Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina.
II. Título. III. Série.

CDU: 629.3.064.5
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Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Semicondutor.................................................................................................................................................14
Figura 2 -  Átomo de silício.............................................................................................................................................14
Figura 3 -  Cristal de silício...............................................................................................................................................15
Figura 4 -  Cristal do silício em sua forma natural...................................................................................................15
Figura 5 -  Dopagem do cristal de silício....................................................................................................................16
Figura 6 -  Processos de dopagem do silício............................................................................................................16
Figura 7 -  Átomos de fósforo........................................................................................................................................17
Figura 8 -  Elétron submetido a um determinado tipo de tensão....................................................................18
Figura 9 -  Introdução de átomos de boro................................................................................................................18
Figura 10 -  Elétrons circulando de forma livre........................................................................................................19
Figura 11 -  Fluxo de informação entre o sensor, a central e o atuador..........................................................21
Figura 12 -  Simbologia dos componentes eletrônicos........................................................................................24
Figura 13 -  Diagrama eletrônico..................................................................................................................................25
Figura 14 -  Diodo semicondutor.................................................................................................................................26
Figura 15 -  Aplicação do diodo semicondutor na automotiva.........................................................................26
Figura 16 -  Símbolo do diodo semicondutor nos esquemas eletrônicos.....................................................26
Figura 17 -  Identificação de terminais (anodo)......................................................................................................27
Figura 18 -  Identificação de terminais (catodo).....................................................................................................27
Figura 19 -  Constituição do diodo..............................................................................................................................28
Figura 20 -  Camada de depleção.................................................................................................................................28
Figura 21 -  Polarização direta do diodo semicondutor.......................................................................................29
Figura 22 -  Polarização inversa do diodo..................................................................................................................30
Figura 23 -  Diodo emissor de luz – LED.....................................................................................................................30
Figura 24 -  Simbologia do LED em diagramas eletrônicos................................................................................31
Figura 25 -  Identificação dos terminais de LED......................................................................................................31
Figura 26 -  Construção física do LED..........................................................................................................................32
Figura 27 -  Diagrama eletrônico do LED bicolor....................................................................................................32
Figura 28 -  Diagrama eletrônico do LED bicolor....................................................................................................33
Figura 29 -  Aspecto real do LED...................................................................................................................................33
Figura 30 -  Diagrama eletrônico..................................................................................................................................33
Figura 31 -  Diodo Zener ............................................................................................................................................. 34
Figura 32 -  Simbologia do diodo Zener em diagramas eletrônicos...............................................................34
Figura 33 -  Aspecto real e simbologia do diodo Zener.......................................................................................34
Figura 34 -  Polarização inversa do diodo Zener.....................................................................................................35
Figura 35 -  Foto do primeiro transistor.....................................................................................................................36
Figura 36 -  Estrutura básica do transistor.................................................................................................................37
Figura 37 -  Disposição dos terminais no componente .......................................................................................38
Figura 38 -  Símbolo do transistor NPN......................................................................................................................38
Figura 39 -  Símbolo do transistor PNP ......................................................................................................................38
Figura 40 -  Tipos construtivos de transistores .......................................................................................................39
Figura 41 -  Funcionamento do transistor NPN.......................................................................................................40
Figura 42 -  Retificação de meia onda.........................................................................................................................41
Figura 43 -  Configuração do circuito retificador....................................................................................................42
Figura 44 -  Configuração da retificação de onda completa em ponte..........................................................44
Figura 45 -  Embalagem com estanho para solda eletrônica.............................................................................49
Figura 46 -  Ferro de solda para componentes eletrônicos................................................................................50
Figura 47 -  Foto de profissionais de diferentes áreas ..........................................................................................56

Quadro 1 - Módulo básico e módulo introdutório de cursos da automotiva. ...........................................11


Quadro 2 - Tipos de solda................................................................................................................................................48
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................11

2 Componentes Eletrônicos...........................................................................................................................................13
2.1 Materiais semicondutores.........................................................................................................................14
2.2 Princípios de funcionamento de sensores e atuadores.................................................................20

3 Circuitos Eletrônicos......................................................................................................................................................23
3.1 Simbologia......................................................................................................................................................24
3.2 Diagramas eletrônicos................................................................................................................................24
3.3 Diodos .............................................................................................................................................................25
3.3.1 Diodo semicondutor.................................................................................................................26
3.3.2 Formação do diodo...................................................................................................................27
3.3.3 Comportamento dos cristais após a junção.....................................................................28
3.3.4 Aplicação de tensão sobre o diodo.....................................................................................29
3.4 Diodo emissor de luz (LED).......................................................................................................................30
3.4.1 Funcionamento do LED...........................................................................................................32
3.4.2 Diodo zener..................................................................................................................................34
3.5 Transistores ....................................................................................................................................................36
3.5.1 Transistor bipolar.......................................................................................................................36
3.5.2 Estrutura básica..........................................................................................................................36
3.5.3 Tipos de transistores.................................................................................................................37
3.5.4 Terminais dos transistores.......................................................................................................37
3.5.5 Simbologia...................................................................................................................................38
3.5.6 Aspecto real dos transistores.................................................................................................39
3.5.7 Funcionamento do transistor bipolar.................................................................................39
3.6 Pontes retificadoras.....................................................................................................................................40
3.6.1 Retificação de meia onda........................................................................................................40
3.6.2 Circuito retificador de onda completa com diodos.......................................................42
3.6.3 Retificação de onda completa com derivação central.................................................42
3.6.4 Retificação de onda completa em ponte..........................................................................43

4 Técnicas de Soldagem e Dessoldagem de Componentes Eletrônicos........................................................47


4.1 Tipos de soldagem.......................................................................................................................................48
4.2 Finalidade da solda......................................................................................................................................49
4.2.1 O estanho como elemento de soldagem..........................................................................49
4.2.2 O ferro de solda..........................................................................................................................50

5 Saúde e Segurança no Trabalho................................................................................................................................55


5.1 Equipamentos de proteção individual e coletiva.............................................................................56
5.2 Legislação e normas....................................................................................................................................57
Referências............................................................................................................................................................................61

Minicurrículo dos Autores...............................................................................................................................................65

Índice......................................................................................................................................................................................67
Introdução

Você está iniciando o estudo de Fundamentos dos Sistemas Eletrônicos Automotivos, em que
terá um apanhado de diferentes áreas do conhecimento: componentes eletrônicos, princípios de
funcionamento de sensores e atuadores, soldagem de componentes, dentre outras subáreas. Ao
estudar este conteúdo, você conhecerá conceitos e aplicações importantes para cada tema.
Com todos os conceitos e conhecimentos aqui apresentados você obterá fundamentos teóricos e terá
competência para desempenhar tarefas técnicas ligadas a este vasto universo no seu dia a dia de trabalho.
A nossa expectativa é que o material seja o propulsor de novos conhecimentos!
A Unidade Curricular Fundamentos dos Sistemas Eletrônicos Automotivos módulo básico e mó-
dulo introdutório comum a três cursos de qualificação da área Automotiva oferecidos pelo SENAI.
São eles: Eletricista de automóveis; Instalador de acessórios automotivos e Mecânico de manuten-
ção em transmissão automática.
O quadro a seguir apresenta o módulo básico e módulo introdutório dos cursos relacionados
acima e a distribuição de sua carga horária:

Módulo básico e Módulo Introdutório de cursos da automotiva


Carga
Unidades Carga
Módulos Denominação horária do
curriculares horária
módulo
• Fundamentos de Tecnologia
30h
Automotiva
Básico Básico 60h
• Organização do Ambiente
30h
de Trabalho

• Fundamentos dos Sistemas


40h
Elétricos Automotivos
Introdutório de Eletro-
Introdutório I 60h
eletrônica
• Fundamentos dos Sistemas
20h
Eletrônicos Automotivos

Quadro 1 - Módulo básico e módulo introdutório de cursos da automotiva.

Fonte: SENAI DN

Bons estudos!
Componentes Eletrônicos

A eletrônica vem assumindo crescente importância no mundo atual, estando presente na


informática, nas telecomunicações, nos controles de processos industriais1, na automação2
dos serviços bancários e comerciais e nos bens de consumo. Quanto a esses últimos, ela apare-
ce não apenas nos tradicionais segmentos de áudio e vídeo, mas de forma disseminada entre os
eletrodomésticos, e cada vez mais inteligente nos automóveis. A título de curiosidade, um carro
brasileiro popular possui, atualmente, um conteúdo eletrônico total equivalente a R$ 2.000,00.
Sobre este tema, veja quais são nossos objetivos de aprendizagem:
a) conhecer de forma clara e objetiva os principais componentes formados por semicondu-
tores utilizados na eletrônica automotiva;
b) conhecer técnicas de soldagem eletrônica.
Pronto para começar? Vamos lá!
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
14

1 Processos Industriais 2.1 MATERIAIS SEMICONDUTORES


Processos industriais são Alguns dos componentes eletrônicos3, como diodos e transistores, são forma-
procedimentos envolvendo
passos químicos ou dos a partir de materiais semicondutores, por isso precisamos entender com fun-
mecânicos que fazem parte
da manufatura de um ou cionam esses materiais antes de estudar tais componentes. Você talvez já tenha
vários itens, usualmente em ouvido falar no termo “semicondutor”, certo? Mas saberia defini-lo? Sabe o que
grande escala.
são materiais semicondutores? Bem, vamos tentar esclarecer!

2 Automação

Automação é a aplicação de
técnicas computadorizadas
ou mecânicas para diminuir
o uso de mão de obra
em qualquer processo,

Dreamstime (2012)
especialmente o uso
de robôs nas linhas de
produção. A automação
diminui os custos e
aumenta a velocidade da
produção. Figura 1 -  Semicondutor

Os semicondutores são materiais que podem apresentar características de iso-


lantes ou condutores, dependendo da formação de sua estrutura química.
3 Componentes
eletrônicos Um exemplo típico de material semicondutor é o carbono. Dependendo da
São os componentes, forma como os átomos de carbono se interligam, o material formado pode se
interligados entre si, que tornar condutor ou isolante.
estruturam um circuito
elétrico ou eletrônico. Mas será que a estrutura química dos materiais está relacionada a tudo isso?
Vejamos, então!
Os materiais semicondutores caracterizam-se por ser constituídos de átomos
que possuem 4 (quatro) elétrons na última camada. Tomamos como exemplo um
átomo de silício.
Denis Pacher (2012)

Figura 2 -  Átomo de silício


2 COMPONENTES ELETRÔNICOS
15

VOCÊ Os átomos que possuem quatro elétrons na última ca-


mada possuem tendência a se agrupar em formação
SABIA? cristalina.

Na figura abaixo podemos ver um cristal de silício da forma que o encontra-


mos na natureza:

Dreamstime (2012)

Figura 3 -  Cristal de silício

Mas até agora não ficou claro aonde queremos chegar, certo? Bem, a questão
é a seguinte: estruturas cristalinas puras são elementos eletricamente isolantes.
O silício e o germânio puros, por exemplo, são materiais semicondutores com
características isolantes quando agrupados em forma de cristal.
Tudo o que vimos até o momento não faz sentido se o material não passar por
um processo chamado de dopagem.
A dopagem é um processo químico que tem por finalidade introduzir átomos
estranhos a uma substância na sua estrutura cristalina. Nos cristais semicondu-
tores (silício e germânio), a dopagem é realizada por atribuir ao material certa
condutividade elétrica.
Agora, provavelmente, as coisas começam a fazer sentido para nosso estu-
do sobre semicondutores, não é? Observe as figuras a seguir, que servem como
exemplo do processo de dopagem em materiais semicondutores.
Usaremos o silício como exemplo:

Si Si Si
Si Si Si
Denis Pacher (2012)

Si Si Si
Figura 4 -  Cristal do silício em sua forma natural
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
16

4 Material condutor A figura abaixo mostra o cristal de silício em sua forma natural, ou seja, o ele-
mento desta figura não passou por nenhum processo de dopagem.
Material que permite
facilmente a passagem de
cargas elétricas.
Si Si Si
Si P Si

Denis Pacher (2012)


Si Si Si
Figura 5 -  Dopagem do cristal de silício

Na figura seguinte, podemos observar um exemplo de dopagem do cristal de


silício utilizando-se um átomo de fósforo (P).
A forma como o cristal irá conduzir a corrente elétrica depende do tipo de im-
pureza utilizada e da quantidade de impureza aplicada.

Si Si Si Si

Elétron
livre
Boro Lacuna

B Si P Si

Fósforo

Si Si Si Si
Denis Pacher (2012)

Elétrons
compartilhados

Figura 6 -  Processos de dopagem do silício

A próxima figura representa dois processos de dopagem no silício: a dopagem


com o boro (B) e a dopagem com o fósforo (P). Os processos representados nesta
figura formam as características relacionadas à condutividade elétrica dos semi-
condutores.
Em outras palavras, cada tipo de dopagem no material condutor4 apresenta-
rá uma característica diferente.
2 COMPONENTES ELETRÔNICOS
17

Vamos ver que características são essas:


a) Cristal N:
Quando o processo de dopagem introduz na estrutura cristalina uma quanti-
dade de átomos com mais de quatro elétrons, na última camada forma-se uma
nova estrutura, denominada de Cristal N.
Vamos tomar como exemplo a figura a seguir na qual é apresentada a introdu-
ção de átomos de fósforo, que possuem cinco elétrons na última camada, no cristal:

Si Si Si Si

Si Si P Si

Si Si Si Si
Denis Pacher (2012)

Figura 7 -  Átomos de fósforo

O elétron isolado possui a característica de se movimentar livremente, consti-


tuindo-se um portador livre de carga elétrica.
O que queremos dizer com isso? É o seguinte: como o silício é um cristal, ele
possui quatro elétrons em sua última camada. Podemos observar na figura ante-
rior que todos os átomos de silício estão ligados uns aos outros, formando uma
ligação estável. Com a inserção de um átomo de fósforo, que possui 5 (cinco)
elétrons em sua última camada, um de seus elétrons não se ligará com nenhum
átomo, ficando livre na estrutura.
É justamente esse elétron que formará a corrente elétrica quando submetido a
um determinado nível de tensão, como podemos ver na próxima figura:
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
18

5 Tensão Elétrica
Si P Si Si
É a força que impulsiona os
elétrons por um condutor. _
_

Si Si Si P

Denis Pacher (2012)


+ -
Figura 8 -  Elétron submetido a um determinado tipo de tensão

b) Cristal P:
Quando o processo de dopagem introduz na estrutura cristalina uma quanti-
dade de átomos com menos de quatro elétrons na última camada, forma-se uma
nova estrutura, denominada de Cristal P.
Vamos tomar como exemplo a introdução de átomos de boro (B), que pos-
suem três elétrons na última camada:

Si Si Si Si

B Si Si Si

Si Si Si Si
Denis Pacher (2012)

Figura 9 -  Introdução de átomos de boro

A ausência do elétron no interior do cristal é denominada de lacuna, sendo


representada por uma carga elétrica positiva na estrutura química.
Ao contrário da dopagem com o fósforo, a dopagem com o boro faz com que
haja a ausência de um elétron para se ligar com os demais átomos de silício.
2 COMPONENTES ELETRÔNICOS
19

Desta forma, haverá um local no qual elétrons estarão circulando de forma


livre entre os átomos do silício, gerando uma corrente elétrica quando esse mate-
rial for submetido à tensão elétrica5.

Si B Si Si

+
+

Si Si Si B

+ -

Figura 10 -  Elétrons circulando de forma livre

A corrente elétrica pode ser fatal para o ser humano, por-


FIQUE tanto, esteja devidamente equipado e ciente dos cuidados
ALERTA que precisam ser tomados antes de realizar qualquer tipo
de trabalho envolvendo eletricidade.

Fique atento a todas as orientações de proteção individual. Isso pode salvar a


sua vida.

CASOS E RELATOS

Componentes Eletrônicos
Ao abrir pela primeira vez o módulo amplificador de som do seu carro, Mar-
celo encontrou componentes eletrônicos já familiares, como resistores, ca-
pacitores e indutores.
Porém, como seu módulo estava apresentando um defeito na saída, e ele já
tinha um pequeno conhecimento de eletrônica, tentou testar um compo-
nente desconhecido da mesma forma que antes testava um resistor.
Ao aplicar a mesma técnica, Marcelo logo percebeu que o resultado não
estava coerente com o esperado.
Após aprofundar seus estudos de sistemas eletrônicos automotivos, ele
mata a charada: o componente é feito de um material semicondutor, e
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
20

por este motivo as técnicas de testes são totalmente diferentes de compo-


nentes convencionais como resistores e capacitores.

2.2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DE SENSORES E ATUADORES

Você já deve ter se deparado com um sensor em algum momento de sua vida.
Vamos pensar em sensores automotivos, mais especificamente os sensores do
alarme de um automóvel. Sabemos que ao acionar o alarme, o sensor fará com
que um alerta sonoro seja disparado ao captar movimento. Mas como isso fun-
ciona?
Ao pressionar o botão que aciona o alarme, o motorista envia um sinal para
uma central eletrônica, que irá gerenciar o funcionamento do sistema. Nesse mo-
mento, a central irá acionar os sensores, que iniciarão um trabalho de emissão de
sinais em ultrassom (frequência acima de 20 Khz).
Quando o sinal ultrassônico “toca” em algum material, ele retorna ao sensor,
provocando uma alteração na sua leitura habitual. Assim que o sensor apresenta
essa anomalia, a central eletrônica está preparada para dar o comando para que
o atuador, no caso a sirene, dispare.
Como consideramos no exemplo do alarme automotivo, os sensores não tra-
balham sozinhos, sempre estão ligados a uma central que está ligada aos atuado-
res. Então vamos separar as coisas para facilitar a compreensão.
Podemos comparar um sensor ao olho humano: este serve para captar as ima-
gens, mas quem as processa para que possamos compreendê-las é o cérebro.
Quando estamos andando na rua, ao vermos um veículo se aproximando, o cé-
rebro interpreta a cena e dá uma ordem para que as pernas guiem todo o corpo
para fora da área de perigo. Assim podemos estabelecer uma comparação entre
o funcionamento do corpo humano e o funcionamento das centrais eletrônicas.
Todo sensor tem a tarefa de perceber as coisas, seja por um movimento, um
toque, uma alteração de tensão elétrica etc. Ao detectar algum acontecimento, o
sensor transmite as informações a uma central eletrônica, comparada com nosso
cérebro, responsável por interpretar as leituras do sensor e disparar ordens para
que os atuadores entrem em ação.
A central é mapeada, ou seja, programada para disparar ordens diferentes de
acordo com as informações que são captadas pelos sensores. Os atuadores podem
ser comparados aos nossos braços e pernas, pois sua função principal não é enviar
informações para a central e sim executar as ordens que são enviadas pela central.
De acordo com o comando que um atuador recebe, ele irá tomar uma ação.
2 COMPONENTES ELETRÔNICOS
21

De forma resumida, podemos dizer que o fluxo de informações ocorre assim:


acontece algo e os sensores detectam e transmitem a uma central; a seguir a cen-
tral interpreta o que ocorreu e dispara uma ordem pré-programada para que os
atuadores ajam em função do fato.

SAIBA Você pode obter mais informações sobre os tipos de senso-


MAIS res em <webx.ubi.pt/~felippe/texts3/sensores.pdf>.

SENSOR CENTRAL ATUADOR

Figura 11 -  Fluxo de informação entre o sensor, a central e o atuador

RECAPITULANDO

Até aqui você aprendeu que os semicondutores são materiais que podem
apresentar características de isolantes ou de condutores. Além disso, vimos
também os princípios de funcionamento de sensores e atuadores. Agora
você já sabe que os sensores não agem sozinhos, mas dependem de uma
central e de atuadores. Está pronto para seguir em frente? Então vamos lá!
Circuitos Eletrônicos

Vamos estudar um pouco sobre circuitos eletrônicos. A partir de agora, você compreenderá
que enquanto os circuitos elétricos têm somente conexões entre componentes elétricos, os
circuitos eletrônicos possuem interligações entre diversos componentes eletrônicos.
Neste capítulo, você irá:
a) conhecer as simbologias que identificam os componentes eletrônicos disponíveis nos cir-
cuitos eletrônicos;
b) conhecer o que são os diagramas eletrônicos, os diodos e os transistores.
Você já percebeu que temos muito a aprender, não é? Então vamos em frente!
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
24

3.1 SIMBOLOGIA

Os componentes eletrônicos que serão estudados a seguir são identificados


nos circuitos eletrônicos por meio de sua simbologia. Cada componente possui
uma simbologia própria, que por sua vez identifica seus terminais.
A simbologia dos componentes é reconhecida internacionalmente, ou seja,
em qualquer lugar do mundo, ao ler um esquema eletrônico, você rapidamente
vai identificar os componentes do circuito.
A figura que segue mostra um exemplo de simbologia dos componentes
eletrônicos:

Resistor Capacitor Indutores Transistores Diodo Lâmpada

Zener

Potenciômetro Variável Bateria Fusistor Pilha


Símbolos
dos
principais
componentes
eletrônicos
utilizados
em projetos

TRIMPOT Trimmer Transformador LED Alto-falante Chaves

Denis Pacher (2012)

Figura 12 -  Simbologia dos componentes eletrônicos


Fonte: Adaptado de Saber Eletrônica (2012).

3.2 DIAGRAMAS ELETRÔNICOS

No desenvolvimento de um projeto eletrônico, a documentação deve conter


desenhos de diagramas eletrônicos. Mas o que seria um diagrama? A definição
geral é que um diagrama se refere a uma representação gráfica de um conceito
ou uma ideia. No caso de diagramas eletrônicos, estamos falando de esquemas
de bloco simples, com descrição do funcionamento básico da etapa do projeto e
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
25

uma descrição funcional detalhada dos componentes com o desenho do esque-


ma eletrônico completo.
O desenho de esquema completo deverá servir para a montagem ou execu-
ção do projeto. O diagrama eletrônico pode ser simples ou completo, e tem a
finalidade de interpretar o funcionamento do circuito de forma simples como
bloco ou de forma funcional como componente. A figura a seguir representa um
exemplo de diagrama eletrônico:

12V WHV01
H-DY
RH25 TH01
47 H-LIN
1/2W 1250T/22T
6 1 SW
SWH01
H-CENT
CH25 CH25 RH27
RH25
+

47U 10U 270


1.2K
16V 50V 1/2W
CH27 DH10 DH11
RH28 5 3 1.5ΩCD 1N4936 1N4936
2.2K 1KV
H-LIN OH05
C3198Y DH06 RH07
FROM MCU #35
D1NL40U HF7DBYL
CH12
TH 02 CS404
HDT-90 DH03
880UH 1N4002 CH44 LH02
24V
4.7nPP 8.2mH
RH29 RH30 CH 28 1.6KV
68 68 47U +
DH07 CH46
3W 3W 50V ERD07-15L
KME 0.3-PP
RH31 CH45 400V
0.62 1W 22nPP
OH04 + 250V
IRF630M
CH30 CH31
RH28 /YTA530 CH29 RH32
1U 1000PE
+ 2.2K 100U 18 CH43
RH35 63V 1/2W 5500PP
120 SXE DH06 1KV RH53

Denis Pacher (2012)


2DH02 RH34 1/2W FMP2FUR 100
12V 22K LH03 2W
165UH

RH36
1.5M 24V RH39 RH40

Figura 13 -  Diagrama eletrônico


Fonte: Adaptado de Acrisoft (2012).

3.3 DIODOS

Você sabe o que é um diodo? Sabe reconhecê-lo? Saberia definir um diodo


condutor? Vejamos então.
De maneira geral podemos identificar um diodo como “uma válvula ou dis-
posto semicondutor utilizado na retificação da corrente elétrica” (Fonte: Dicioná-
rio Eletrônico Houaiss, 2009). Os diodos, que conduzem a corrente elétrica em ape-
nas uma direção, apresentam características muito diversas. Dentre os diferentes
tipos de diodos, o mais comum é o diodo semicondutor, que será explanado a
seguir.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
26

1 Isolante elétrico 3.3.1 Diodo semicondutor


Material com poucos
elétrons livres que possui
grande resistência ao fluxo
de cargas.

Dreamstime (2012)
Dreamstime (2012)
2 Corrente alternada
Figura 14 -  Diodo semicondutor
Corrente elétrica cujo
sentido varia no tempo.
O diodo semicondutor é um componente eletrônico que apresenta a carac-
terística de se comportar como condutor ou isolante elétrico1, dependendo da
forma como a tensão é aplicada aos seus terminais.
3 Corrente contínua
Uma das aplicações do diodo é na transformação de corrente alternada2 em
Corrente elétrica cujo corrente contínua3.
sentido permanece
constante ao longo do
Ventilador
tempo. Anel
Coletor

Diodo

Denis Pacher (2012)

Carcaça

Figura 15 -  Aplicação do diodo semicondutor na automotiva


Fonte: Rowal Centro Automotivo (2012).

a) Simbologia do diodo semicondutor:


O diodo semicondutor é representado nos esquemas eletrônicos pelo seguin-
te símbolo:
Denis Pacher (2012)

A K
Anodo Catodo
Figura 16 -  Símbolo do diodo semicondutor nos esquemas eletrônicos
Fonte: Adaptado de Electrónica (2012).
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
27

O terminal da seta representa o material P, denominado de anodo (polo nega-


tivo) do diodo, enquanto o terminal da barra representa o material N, denomina-
do de catodo (polo positivo) do diodo.
A identificação dos terminais (anodo e catodo) no componente real pode apa-
recer de duas formas:
a) Símbolo impresso sobre o corpo do componente.

Dreamstime (2012)
Figura 17 -  Identificação de terminais (anodo)

b) Uma barra impressa sobre o corpo do componente, que indica o catodo:


Diode (2012)

Figura 18 -  Identificação de terminais (catodo)

3.3.2 Formação do diodo

Como o diodo se forma? Vejamos.


O diodo se constitui na junção de duas pastilhas de material semicondutor:
uma de material N e uma de material P.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
28

4 Diferença de
potencial

Dois corpos que não


estejam igualmente Anodo Catodo
carregados.

Denis Pacher (2012)


Figura 19 -  Constituição do diodo
Fonte: Adaptado de E-LEE (2012).

3.3.3 Comportamento dos cristais após a junção

Após a junção das pastilhas que formam o diodo, ocorre um processo de “as-
sentamento” químico entre os cristais.
Na região da junção, alguns elétrons livres saem do material N e passam para
o material P, recombinando-se com as lacunas das proximidades.
O mesmo ocorre com algumas lacunas que passam do material P para o mate-
rial N e se recombinam com os elétrons livres.
Esta região é denominada de camada de depleção. Denis Pacher (2012)

Figura 20 -  Camada de depleção


Fonte: Adaptado de Agostinhorosa (2012).

Podemos verificar que na região da junção existe uma diferença de poten-


cial4, proporcionada pelo movimento dos portadores de um cristal para o outro.
Esse desequilíbrio é denominado de barreira de potencial.
No funcionamento do diodo, essa barreira de potencial se comporta como
uma pequena bateria no interior do componente.
A tensão proporcionada pela barreira de potencial no interior do diodo de-
pende do material utilizado na sua fabricação.
Nos diodos de germânio, a barreira de potencial tem aproximadamente 0,2 V
e, nos diodos de silício, aproximadamente 0,7 V.
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
29

Não é possível medir a tensão da barreira de potencial, porque essa tensão


existe apenas internamente no componente.

3.3.4 Aplicação de tensão sobre o diodo

A aplicação de tensão sobre o diodo estabelece a forma como o componente


se comportará eletricamente.
A tensão pode ser aplicada de duas formas diferentes, tecnicamente denomi-
nadas de:
a) polarização direta;
b) polarização reversa.
Vamos defini-las a seguir.
a) Polarização direta
A polarização do diodo é denominada de polarização direta quando a tensão
POSITIVA é aplicada ao material P e a tensão NEGATIVA ao material N.

I
Denis Pacher (2012)

Figura 21 -  Polarização direta do diodo semicondutor

O polo positivo da fonte repele as lacunas do material P em direção ao polo


negativo, enquanto os elétrons livres são repelidos pelo polo negativo em dire-
ção ao polo positivo. Quando o diodo está polarizado diretamente, conduzindo
corrente elétrica, diz-se que: O DIODO ESTÁ EM CONDUÇÃO.
É importante observar que a seta do símbolo do diodo indica o sentido de
circulação convencional da corrente.
b) Polarização inversa
A polarização inversa de um diodo consiste na aplicação de tensão positiva no
material N e negativa no material P. Nessa situação, os portadores livres de cada
cristal são atraídos pelos potenciais da bateria para os extremos do diodo.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
30

5 Chanfro

É uma aresta curva nas

Denis Pacher (2012)


peças de trabalho.

Figura 22 -  Polarização inversa do diodo

Quando o diodo está polarizado inversamente, impedindo a circulação de cor-


rente, diz-se que: O DIODO ESTÁ EM BLOQUEIO.

3.4 DIODO EMISSOR DE LUZ (LED)

Você já deve ter percebido “pequenas luzes” em diversos equipamentos ele-


trônicos que estão sempre acesas e não aquecem, certo? Essas “pequenas luzes”,
na verdade, são diodos especiais. Vamos ver como eles funcionam.

Dreamstime (2012)

Figura 23 -  Diodo emissor de luz – LED

Alguns diodos são feitos com materiais que emitem luz quando há passagem
de corrente elétrica por eles. Essa luz é produzida na junção do diodo.
O diodo emissor de luz pode ser chamado por sua sigla, LED, que significa Li-
ght Emitting Diode. Alguns LEDs emitem luz laranja, outros vermelha, verde, ama-
rela, azul e branca. A cor da luz é uma característica do LED e depende do material
de que o diodo é feito.
Num LED vermelho, por exemplo, a barreira de potencial é de 1,8 V, o que sig-
nifica que a tensão deve ser no mínimo igual para que o LED acenda. No entanto,
a tensão máxima que um diodo desse tipo suporta é de 5 V.
O diodo LED é utilizado principalmente em substituição às lâmpadas incandes-
centes de sinalização, devido a uma série de vantagens que apresenta, tais como:
a) baixo consumo;
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
31

b) alta resistência às vibrações;


c) nenhum aquecimento;
d) grande durabilidade.
A simbologia do LED em diagramas eletrônicos é representada na figura a seguir:

Denis Pacher (2012)


A K
Figura 24 -  Simbologia do LED em diagramas eletrônicos
Fonte: Adaptado de Didática (2012).

Observando a figura, tiramos a seguinte conclusão: a simbologia, bem como a


nomenclatura de seus terminais (diodo e catodo), são exatamente as mesmas do
diodo semicondutor.
Em termos de simbologia, a diferença está nas pequenas setas (representadas
em vermelho na figura acima) que o diferem do diodo convencional.
As setas representam a emissão de luz do LED.
A identificação dos terminais do LED é feita da seguinte maneira: o catodo es-
tará representado no componente como um chanfro5, no encapsulamento. Veja
na figura a seguir:

anodo catodo
Denis Pacher (2012)

Figura 25 -  Identificação dos terminais de LED


Fonte: Adaptado de Didática (2012).

VOCÊ Diferente do que muitos pensam, a cor do LED não de-


pende da cor do seu encapsulamento, mas da dopagem
SABIA? utilizada.

Na próxima figura, podemos observar a construção física do LED:


fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
32

6 Invólucro Dentro
do diodo
Algo que serve para emissor Feixes de luz
envolver. de luz emitidos

Diodo

Estojo de plástico
transparente

Denis Pacher (2012)


Pinos
terminais

Figura 26 -  Construção física do LED


Fonte: Adaptado de Mundo (2012).

3.4.1 Funcionamento do LED

Quando o LED é polarizado diretamente, entra em condução permitindo a cir-


culação de corrente.
A circulação de corrente por meio da junção dos materiais P e N (camada de
depleção) provoca a liberação de energia na forma de luz, proveniente do mate-
rial depositado na junção do diodo.

FIQUE O LED não deve ser utilizado como um diodo convencio-


nal, pois sua estrutura eletrônica não permite sua polariza-
ALERTA ção na forma inversa.

Para o correto funcionamento do LED, ele deve ser polarizado sempre na for-
ma direta.
a) LED bicolor
O LED bicolor consiste, na verdade, de dois LEDs colocados dentro de uma
mesma cápsula.
As figuras seguintes representam o eletrônico do LED bicolor em funcionamento.
Denis Pacher (2012)

Figura 27 -  Diagrama eletrônico do LED bicolor


3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
33

Verde Vermelho

Denis Pacher (2012)


R
B
Figura 28 -  Diagrama eletrônico do LED bicolor
Fonte: Adaptado de Eletrônica (2012).

Os LEDs bicolores são constituídos por duas junções de materiais diferentes


em um mesmo invólucro6, de modo que uma inversão na polarização muda a cor
da luz emitida de verde para vermelho, e vice-versa.
Existem ainda LEDs bicolores com três terminais, sendo um para acionar a jun-
ção dopada com material para produzir luz verde, outro para acionar a junção do-
pada com material para gerar a luz vermelha, e o terceiro comum às duas junções.

Verde Vermelho
Denis Pacher (2012)

Figura 29 -  Aspecto real do LED


Fonte: Adaptado de Eletrônica (2012).
Denis Pacher (2012)

Figura 30 -  Diagrama eletrônico


Fonte: Eletrônica (2012).
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
34

7 Regulador de tensão 3.4.2 Diodo Zener


Dispositivo que tem como
finalidade manter a tensão
produzida pelo gerador
dentro dos limites da
bateria.

Dreamstime (2012)
Figura 31 -  Diodo Zener

O diodo Zener é um tipo especial de diodo utilizado como regulador de ten-


são. A sua capacidade de regulação de tensão é empregada principalmente nas
fontes de alimentação, visando à obtenção de uma tensão de saída fixa.
O diodo Zener é essencialmente um regulador de tensão7. Sua simbologia
em diagramas eletrônicos está representada a seguir:

Denis Pacher (2012)

Figura 32 -  Simbologia do diodo Zener em diagramas eletrônicos


Fonte: Adaptado de Eletrônica (2012).

Seu aspecto real está ilustrado na figura seguinte, comparado com sua simbo-
logia técnica:

Anodo Catodo
Denis Pacher (2012)

Anodo Catodo

Figura 33 -  Aspecto real e simbologia do diodo Zener


Fonte: Adaptado de GADGETJQ (2012).

a) Comportamento do diodo Zener


O comportamento do diodo Zener depende fundamentalmente da forma
como é polarizado, como veremos a seguir:
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
35

Polarização direta

Com a polarização direta, o diodo Zener se comporta da mesma forma que


um diodo retificador, entrando em condução e assumindo uma queda de tensão
típica. Normalmente o diodo Zener não é utilizado com polarização direta nos
circuitos eletrônicos.

Polarização inversa

Até um determinado valor de tensão inversa, o diodo Zener se comporta como


um diodo comum, ou seja, ficando em bloqueio.

UIN UOUT
Denis Pacher (2012)

Figura 34 -  Polarização inversa do diodo Zener

Em um determinado valor de tensão inversa, o diodo Zener entra subitamente


em condução, apesar de polarizado inversamente. A corrente inversa aumenta
rapidamente e a tensão sobre o diodo Zener se mantém praticamente constante.
O valor da tensão inversa faz com que o diodo Zener entre em condução. Isto
é denominado de Tensão Diodo Zener. Enquanto houver corrente inversa circu-
lando no diodo Zener, a tensão sobre seus terminais se mantém praticamente no
valor da tensão Zener.
O funcionamento típico do diodo Zener é com corrente inversa, o que estabe-
lece uma tensão fixa sobre seus terminais. É importante observar que, no sentido
reverso, o diodo Zener difere do diodo retificador convencional.
Um diodo retificador nunca chega a conduzir intensamente no sentido rever-
so, e se isso acontecer o diodo estará em curso, danificando permanentemente.
O diodo Zener é levado propositalmente a conduzir no sentido reverso, visan-
do obter a tensão Zener constante sobre seus terminais, sem que isso danifique
o componente.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
36

3.5 TRANSISTORES

O transistor é um componente eletrônico que surgiu no final da década de


1940 e desempenhou um importante papel na evolução dos dispositivos eletrô-
nicos da época. O primeiro protótipo surgiu em 16 de dezembro de 1947, consis-
tindo em um pequeno bloco de germânio e três filamentos de ouro: um filamento
era o polo positivo, o outro, o polo negativo, enquanto o terceiro tinha a função
de controle. Tendo apenas uma carga elétrica no polo positivo, nada acontecia:
o germânio atuava como um isolante, bloqueando a corrente. Porém, quando
certa tensão elétrica era aplicada usando o filamento de controle, um fenômeno
acontecia e a carga elétrica passava a fluir para o polo negativo. Haviam criado
um dispositivo que substituía a válvula, que não possuía partes móveis, gastava
uma fração da eletricidade e, ao mesmo tempo, era muito mais rápido.

Morimoto (2007)

Figura 35 -  Foto do primeiro transistor

3.5.1 Transistor bipolar

O transistor bipolar é um componente eletrônico constituído por materiais se-


micondutores capaz de atuar como controlador de corrente, o que possibilita seu
uso como amplificador de sinais ou como um interruptor eletrônico.

O transistor bipolar proporcionou um grande desenvolvi-


SAIBA mento à eletrônica, devido à versatilidade de aplicação,
MAIS constituindo-se em elemento chave de grande parte dos
equipamentos eletrônicos.

3.5.2 Estrutura básica

A estrutura básica do transistor se compõe de duas pastilhas de material se-


micondutor de mesmo tipo, entre as quais é colocada uma terceira pastilha, bas-
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
37

tante fina, de material semicondutor com diferente tipo de dopagem, formando


uma configuração semelhante a um sanduíche, como podemos observar na figu-
ra abaixo:

N
P N
P
P N
N

P
N P

Denis Pacher (2012)


N
N P
P
Figura 36 -  Estrutura básica do transistor
Fonte: Adaptado de Lesurf (2012).

3.5.3 Tipos de transistores

A configuração da estrutura, em forma de sanduíche permite que se obte-


nham dois tipos de transistores:
a) um com pastilhas externas com material N e com pastilha central de mate-
rial P: esse tipo de transistor é denominado NPN;
b) outro com pastilhas externas com material P e com pastilha central de ma-
terial N: esse tipo de transistor é denominado PNP.
Os dois tipos de transistores podem cumprir as mesmas funções, diferindo
apenas na forma como as fontes de alimentação são ligadas ao circuito eletrônico.

3.5.4 Terminais dos transistores

Cada uma das pastilhas formadoras do transistor é conectada a um material


que permite a interligação da estrutura do componente aos circuitos eletrônicos.
Os terminais recebem uma designação que permite distinguir cada uma das
pastilhas:
a) a pastilha central é denominada base, representada pela letra B;
b) uma das pastilhas externas é denominada de coletor, representado pela letra C;
c) a outra pastilha externa é denominada de emissor, representada pela letra E.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
38

A figura seguinte representa a disposição dos terminais no componente pro-


priamente dito:

Dreamstime (2012)
C
B
E
Figura 37 -  Disposição dos terminais no componente

3.5.5 Simbologia

As próximas figuras apresentam o símbolo dos transistores NPN e PNP, indi-


cando a designação dos terminais:

UCB IC

IB

UCE
Denis Pacher (2012)

UBE
IE
Figura 38 -  Símbolo do transistor NPN

UCB IC

IB

UCE
Denis Pacher (2012)

UBE
IE
Figura 39 -  Símbolo do transistor PNP

Como você pode perceber, a diferença entre os símbolos dos dois transistores
é apenas o sentido da seta no terminal do emissor.
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
39

3.5.6 Aspecto real dos transistores

Os transistores podem se apresentar nos mais diversos formatos. Os formatos


geralmente variam em função:
a) do fabricante;
b) da função da montagem;
c) do tipo de montagem;
d) da capacidade de dissipar calor.

Dreamstime (2012)

Figura 40 -  Tipos construtivos de transistores

3.5.7 Funcionamento do transistor bipolar

No transistor bipolar, o controle da corrente entre o terminal coletor e o termi-


nal emissor é feito injetando corrente no terminal da base.
O efeito transistor ocorre quando a junção coletor-base é polarizada reversa-
mente e a junção base-emissor é polarizada diretamente.
Uma pequena corrente de base é suficiente para estabelecer uma corrente
entre os terminais de coletor-emissor. Essa corrente será tão maior quanto maior
for a corrente de base, de acordo com o ganho.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
40

Coletor Coletor
R R
+ +

N
P

P
Base
Base

N
Ic

N
- Ib
-

Emissor Emissor

Denis Pacher (2012)


Não conduzindo Conduzindo

Figura 41 -  Funcionamento do transistor NPN


Fonte: Adaptado de Ribeiro (2009).

3.6 PONTES RETIFICADORAS

Você já parou para pensar como transformamos corrente alternada em cor-


rente contínua? Veremos a seguir como isso acontece.

3.6.1 Retificação de meia onda

Retificação é o nome dado ao processo de transformação de corrente alterna-


da em corrente contínua. A retificação é utilizada nos equipamentos eletrônicos
com a finalidade de permitir que equipamentos de corrente contínua sejam ali-
mentados a partir da rede elétrica que, por sua vez, opera em corrente alternada.
A retificação de meia onda é um processo de transformação de corrente alter-
nada em corrente contínua que permite o aproveitamento de apenas um semici-
clo da tensão de entrada na carga.
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
41

B A

1kHz

b
12
8

4
0

-4
-8

Denis Pacher (2012)


-12
0 833u 1.67m
Ref=Ground X=833u/Div Y=voltage
Figura 42 -  Retificação de meia onda

O circuito retificador de meia onda com diodo é empregado em circuitos que


não exigem uma tensão contínua pura, como, por exemplo, os carregadores de
bateria.
Vamos tomar como referência o circuito retificador de meia onda com diodo
da figura acima. Durante o primeiro semiciclo, a tensão é positiva no ponto B em
relação ao ponto A. Essa polaridade de tensão de entrada coloca o diodo em con-
dução, permitindo a circulação de corrente.
A tensão sobre a carga assume a mesma forma de onda da tensão de entrada.
O valor do pico de tensão sobre a carga é menor que o valor de pico de tensão
da entrada, porque o diodo, durante a condução, apresenta uma pequena queda
de tensão em virtude da camada de depleção (0,7 V para o diodo de silício).
Durante o segundo semiciclo, a tensão de entrada é negativa no ponto B em
relação ao ponto A. Essa polaridade de tensão de entrada coloca o diodo em blo-
queio, impedindo a circulação de corrente.
Nessa condição, toda a tensão de entrada é aplicada sobre o diodo que atua
como um interruptor aberto, e a tensão na carga é nula, porque não há circulação
de corrente. A forma de tensão encontrada na carga é denominada de tensão
contínua pulsante.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
42

3.6.2 Circuito retificador de onda completa com diodos

É um processo de conversão de corrente alternada em corrente contínua que


faz um aproveitamento dos dois semiciclos da tensão de entrada.
O circuito retificador de onda completa é o mais empregado nos equipamen-
tos eletrônicos porque realiza um melhor aproveitamento da energia aplicada na
entrada.
A retificação de onda completa com diodos semicondutores pode ser realiza-
da de duas formas distintas:
a) empregando um transformador com derivação central e dois diodos;
b) empregando 4 (quatro) diodos em ponte.

3.6.3 Retificação de onda completa com derivação central

Retificação de onda completa com derivação central é a denominação técnica


de um circuito retificador de onda completa que emprega dois diodos e um trans-
formador com derivação central.

1kHz

b
600M

400M

200M

200M

400M
Denis Pacher (2012)

600M
0 833u

Ref=Ground X=833u/Div Y=voltage


Figura 43 -  Configuração do circuito retificador
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
43

O princípio de funcionamento do circuito retificador de onda completa é fa-


cilmente compreendido, considerando-se cada um dos semiciclos da tensão de
entrada isoladamente. Vejamos a seguir cada etapa desta retificação:
a) Primeiro semiciclo
Com base na figura anterior, considerando-se o terminal central do secundá-
rio como referência, observa-se a formação de duas polaridades opostas nos ex-
tremos das bobinas. Nessa condição o diodo superior é polarizado diretamente,
conduzindo, enquanto o diodo inferior é polarizado inversamente, entrando em
bloqueio.
A condição de condução do diodo superior permite a circulação de corrente
por meio da carga do terminal positivo para o terminal de referência. A tensão
aplicada na carga é a tensão existente entre o terminal central do secundário e o
extremo superior do transformador.
b) Segundo semiciclo
No segundo semiciclo ocorre uma inversão no secundário do transformador.
Nesta condição o diodo inferior entra em condução e o superior em bloqueio.
A corrente circula pela carga, passando através do diodo inferior que está em
condução, no mesmo sentido que circulou no primeiro semiciclo. A tensão aplica-
da à carga é a tensão da bobina inferior do secundário do transformador.
Analisando um ciclo completo da tensão de entrada, verifica-se que o circuito
retificador entrega dois semiciclos de tensão sobre a carga:
a) um semiciclo do extremo superior do secundário até a condução do diodo
superior;
b) um semiciclo do extremo inferior do secundário até a condução do diodo
inferior.

3.6.4 Retificação de onda completa em ponte

A retificação em ponte, com quatro diodos, entrega à carga uma onda, sem
que seja necessário utilizar um transformador com derivação central.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
44

B
anodo
60Hz (-) A

catodo
(+)

Denis Pacher (2012)


13.9m 27.8m 41.7m
Figura 44 -  Configuração da retificação de onda completa em ponte

No circuito retificador, a tensão alternada presente no secundário do transfor-


mador é retificada, porque sempre haverá um caminho para a corrente circular,
formado por um par de diodos que direciona a corrente para o terminal positivo
da ponte. Observe o encadeamento na sequência:
a) Quando a tensão no secundário for positiva no ponto “A” em relação ao
ponto “B”, a corrente flui passando pelo diodo D1 da ponte, pois a corrente
deve seguir o sentido da seta dos diodos.
b) A corrente passa pela carga, volta pelo terra para o terminal negativo da
ponte e encontra dois diodos com setas habilitando a corrente a circular.
Mas a corrente vai para o potencial mais baixo, que é o ponto “B” do transfor-
mador, via diodo D2, e segue em direção ao terminal negativo. Na verdade,
o diodo D1 está inversamente polarizado, pois o potencial mais alto está no
catodo.
c) Quando a tensão no secundário for positiva no ponto “B” em relação ao
ponto “A”, a corrente flui passando pelo diodo D4 da ponte, pois a corrente
deve seguir o sentido da seta dos diodos.
d) A corrente passa pela carga, volta pelo terra para o terminal negativo da
ponte e encontra dois diodos com setas habilitando a corrente a circular.
Mas a corrente vai para o potencial mais baixo, que é o ponto “A” do transfor-
mador, via diodo D3, e segue em direção ao terminal negativo. Na verdade,
3 CIRCUITOS ELETRÔNICOS
45

o diodo D2 está inversamente polarizado, pois o potencial mais alto está no


catodo.
Observe que na carga a corrente sempre flui do terminal superior para o termi-
nal inferior; o terminal superior é o positivo da fonte.

CASOS E RELATOS

Sistema de Partida e Ignição


Ao dar a partida em seu carro pela manhã, João tentou abrir o vidro, que
possui acionamento elétrico, e acabou não conseguindo realizar essa sim-
ples operação.
Como esse problema envolve questões de segurança, João levou o carro na
auto elétrica do Rodrigo.
Rodrigo examinou o problema do carro do João e, ao realizar diversos tes-
tes, constatou que o problema do vidro estava na central eletrônica que
comanda os vidros elétricos do automóvel.
Ao abrir a central, Rodrigo se deparou com uma série de componentes, en-
tre os quais um transistor que se encontrava com um aspecto de queimado.
Para ter certeza, Rodrigo realizou um teste no transistor e verificou o dano.
Ao substituir o transistor danificado por um transistor equivalente, Rodrigo
conseguiu rapidamente resolver o problema do carro do João.

Você observou que, ao realizar os testes, Rodrigo pôde detectar o problema


com precisão? Isso poupa tempo e evita prejuízos. Fique atento!

RECAPITULANDO

Conhecemos aqui um pouco mais sobre os circuitos eletrônicos. Vimos a


simbologia que os identificam, conhecemos os diagramas eletrônicos e
aprofundamos nossos estudos com relação aos diodos e transistores.
Com esses conhecimentos, você está pronto para avançar e conhecer nos-
so próximo conteúdo: as Técnicas de Soldagem. Vamos em frente!
Técnicas de Soldagem e Dessoldagem de
Componentes Eletrônicos

Você sabia que os componentes dos circuitos eletrônicos são fixados por meio de solda na
placa eletrônica? Vamos ver como funciona esse processo e estudar algumas técnicas para a
soldagem dos componentes?
O sucesso da montagem da parte eletrônica de um projeto não depende apenas de empre-
gar os componentes corretos, mas também de fazer uma placa de circuito impresso1 sem de-
feitos e obedecer a todas as recomendações de ajustes e procedimentos dados pelo projetista.
Tão importante quanto tudo o que foi dito é uma soldagem bem-feita. Vários projetos são
comprometidos por causa de uma soldagem malfeita ou indevida. Se o técnico ainda não faz
uma boa soldagem, ou está pretendendo começar agora a fazer suas montagens, as orienta-
ções que vamos dar são de importância vital.
Veja agora os objetivos de aprendizagem deste capítulo:
a) conhecer os tipos de soldagem existentes;
b) entender a finalidade da solda.
Vamos começar conhecendo os tipos de soldagem. Pronto para prosseguir?
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
48

1 Circuito impresso 4.1 TIPOS DE SOLDAGEM


Placa que possui uma Todos sabem que as montagens eletrônicas exigem o emprego da solda e que
(ou duas) face coberta
por película de cobre ela é feita com um ferro aquecido especial. No entanto, nem todos avaliam a im-
(ou prata, ouro etc.), na
qual são desenhadas portância de uma soldagem bem-feita para o bom funcionamento de qualquer
pistas condutoras que aparelho.
representam o circuito
no qual serão fixados os A observação de montagens com soldas em excesso, soldas “frias” (as quais
componentes eletrônicos.
não apresentam contato elétrico), soldas irregulares (excesso de material) e ou-
tras, conforme mostram as figuras a seguir, nos levam a afirmar que 50% das cau-
sas de insucesso no funcionamento de circuitos eletrônicos ocorrem por causa de
2 ESTANHO
problemas na soldagem dos componentes. Veja alguns exemplos:
É um metal prateado –
elemento químico de Solda com espalhamento indevido
símbolo Sn.
Esta solda pode provocar curto-circuito em outros componentes, devido ao
seu espalhamento sobre a placa.

3 chumbo
Solda espalhada
Metal tóxico e mau Devido ao excesso de estanho2, esta solda pode provocar uma resistência
condutor de eletricidade
– elemento químico de elétrica no contato entre o terminal do componente e a placa.
símbolo Pb.

Solda em excesso
Esta solda, além de causar um aumento de resistência elétrica entre o com-
ponente e a placa, pode provocar curto-circuito entre as trilhas da placa.

Solda fria
Na solda fria não há contato elétrico entre o componente e a placa. O con-
tato é somente mecânico.

Solda boa
Para uma solda ser considerada boa, é preciso derreter apenas a quanti-
dade necessária de solda para envolver o material, e a solda deve ficar lisa,
brilhante e sem excessos.

Quadro 2 - Tipos de solda

Um soldador de arco de solda sem proteção corre o


VOCÊ risco de inalar até meio grama de partículas venenosas
durante um turno de oito horas. Isto é o equivalente a
SABIA? 100 gramas por ano. Ou, colocado de outra maneira, 2,5
quilos em 25 anos!
4 TÉCNICAS DE SOLDAGEM E DESSOLDAGEM DE COMPONENTES ELETRÔNICOS 49

4.2 FINALIDADE DA SOLDA

A solda tem duas funções em qualquer circuito eletrônico: ao mesmo tempo


que cumpre a função de fixação mecânica dos componentes eletrônicos, ela pro-
porciona a conexão elétrica desses componentes com o restante do circuito.
Existe uma terceira função importante da solda que é observada em alguns
casos: há componentes que se aquecem, e o calor que produzem precisa ser dis-
sipado rapidamente para não ocorra a queima desses componentes.
Pois bem, esses componentes podem usar a solda como um meio de transferir
o calor gerado em seu interior (e que passa pelos seus terminais) para uma região
da placa que funciona como radiador de calor.

4.2.1 O estanho como elemento de soldagem

A solda utilizada nos trabalhos de eletrônica consiste, portanto, de uma liga de


estanho com chumbo3 que, dependendo do tipo de trabalho a ser realizado, está
na proporção de 60/40, ou próximo disso.
Para facilitar os trabalhos de soldagem, essa solda é fornecida basicamente em fios
que contêm em seu interior uma resina limpadora que ajuda na aderência da solda.
Rolos, cartelinhas e mesmo tubinhos podem ser adquiridos contendo essa solda.
Dreamstime (2012)

Figura 45 -  Embalagem com estanho para solda eletrônica

Assim, a solda de estanho/chumbo usada em trabalhos eletrônicos é utilizada


para fazer conexões, principalmente em peças de cobre e alumínio. Metais como
ferro, aço e outros não “aceitam” essa solda e nenhum componente poderá ser
soldado neles.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
50

4.2.2 O ferro de solda

Para derreter a solda no local em que deverá ser feita a junção do terminal de
um componente com outro ou com uma placa de circuito impresso, é preciso
aplicar calor. Isso é conseguido por meio de uma ferramenta elétrica chamada
“ferro de solda” ou “soldador”.
A figura mostra um típico exemplo de um ferro de solda para componentes
eletrônicos:

Dreamstime (2012)
Figura 46 -  Ferro de solda para componentes eletrônicos

FIQUE O melhor soldador não é o mais potente, pois se for apli-


cado muito calor no local de uma soldagem, esse calor
ALERTA poderá se propagar até o componente e danificá-lo.

A maioria dos componentes resiste a um processo de aquecimento em uma


soldagem rápida, mas se for aplicado muito calor durante muito tempo ao com-
ponente, ele poderá ser danificado.
O melhor de tudo, todavia, é ter um ferro apropriado com potência de acordo
com o trabalho que devemos fazer e ter a capacidade de soldar rapidamente para
não aplicar calor em excesso ao local.
Para os trabalhos de montagens com transistores e circuitos integrados, um
soldador de 20 W a 30 W é o mais recomendado. Para soldar fios mais grossos ou
terminais de componentes maiores, será interessante ter um segundo soldador,
de 40 W a 60 W de potência.
Veja agora algumas dicas para uma boa solda:
a) Se os terminais de componentes, fios ou locais de soldagem estiverem sujos
ou oxidados, será preciso limpá-los para que a solda possa aderir. Para isso,
use uma lâmina afiada (canivete, por exemplo) e uma lixa fina. Remova toda
4 TÉCNICAS DE SOLDAGEM E DESSOLDAGEM DE COMPONENTES ELETRÔNICOS 51

a sujeira deixando aparecer o metal brilhante no local em que deve ser feita
a soldagem.
b) Aqueça o local em que deve ser feita a soldagem, encostando ali a ponta
do soldador e imediatamente encoste a solda nos terminais ou nos locais
de solda (não encoste a ponta do ferro). Se o local estiver aquecido, a solda
derreterá e envolverá os componentes que devem ser soldados.
c) Derreta quantidade suficiente de solda para envolver os elementos que
devem ser soldados, afaste o soldador mantendo as peças firmes em sua
posição até que a solda esfrie. Para endurecer completamente, o tempo ne-
cessário deverá ser da ordem de 5 a 10 segundos, dependendo do tamanho
da junção. A junção perfeita (solda boa) deve ficar lisa, brilhante e envolver
todo o local de junção dos componentes, conforme ilustrado anteriormente.
d) Se o local não for aquecido suficientemente, a solda poderá “empedrar”,
dando origem a maus contatos, ou seja, o componente não terá a aderên-
cia da solda e acabará ficando solto. Uma solda desse tipo é denominada
popularmente de “solda fria” e deve ser evitada de qualquer maneira. De-
vem ser evitados, também, espalhamentos de solda que possam provocar
curto-circuito entre os terminais de componentes ou trilhas de uma placa de
circuito impresso.
e) Feita a soldagem de todos os componentes de uma montagem, pode-se
proteger a placa de circuito impresso com uma camada de verniz incolor.

SAIBA Conheça as principais vantagens e desvantagens dos proces-


sos de soldagem em <www.demet.ufmg.br/grad/exemplos/
MAIS soldagem/soldagem.html>.

No seu dia a dia de trabalho, você enfrentará tanto situações simples como
situações complexas de atendimento. Veja a seguir um exemplo de uma dessas
possíveis situações.

CASOS E RELATOS

A Solda Fria
João está em sua oficina quando chega um cliente com um veículo sem
ar-condicionado e com problema na abertura dos vidros elétricos, e a tem-
peratura ambiente está na casa dos 36 ºC.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
52

Ao realizar todos os testes possíveis no sistema de ar condicionado do


veículo, João chega à seguinte conclusão: o problema está no módulo
eletrônico de controle do ar-condicionado.
Abrindo o módulo, ao fazer uma inspeção visual João percebeu que a sol-
da de alguns componentes não foi bem-feita, acarretando problemas de
mau contato com os demais componentes e, dessa forma, afetando seu
funcionamento.
Com o ferro de solda e uma liga de estanho, João rapidamente refaz a solda
e imediatamente o módulo passa a comandar corretamente o sistema de
ar condicionado, que volta a resfriar o interior do veículo.

Viu? Realizar testes é fundamental para poder identificar o problema e solucio-


ná-lo com eficácia. Fique atento.

RECAPITULANDO

Você conheceu aqui todas as técnicas para uma boa soldagem. Vimos tam-
bém os diferentes tipos de soldagens e as finalidades de uma solda. É fácil
seguir essas dicas e fazer um trabalho bem-feito, não é? Não esqueça que
uma solda malfeita poderá danificar um componente.
Vamos em frente? Antes de finalizar este estudo, vamos falar um pouco
sobre saúde e segurança no trabalho.
4 TÉCNICAS DE SOLDAGEM E DESSOLDAGEM DE COMPONENTES ELETRÔNICOS
53

Anotações:
Saúde e Segurança no Trabalho

Você já percebeu a importância da nossa saúde para que possamos desenvolver bem nosso
trabalho? Já verificou que, dependendo do tipo de trabalho que desenvolvemos, podemos cor-
rer risco de vida? Foi pensando nisso que vários tipos de equipamentos de proteção individual
e coletiva foram inventados, ou seja, para o bem-estar dos trabalhadores.
Veja agora os objetivos de aprendizagem deste capítulo:
a) conhecer o que são os equipamentos de proteção individual e coletiva;
b) conhecer a legislação e normas que regem a saúde e a segurança do trabalho.
Pronto para prosseguir?
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
56

1 NR-6 5.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA


Norma Regulamentadora 6 A utilização dos equipamentos de proteção, tanto individual como coletiva,
do Ministério do Trabalho.
tem por objetivo evitar os riscos de acidentes de trabalho e/ou de doenças pro-
fissionais e do trabalho.

2 Atividades insalubres
Existem os equipamentos de proteção individual, chamados de EPI, e os equi-
pamentos de proteção coletiva, ou EPC. Quanto aos equipamentos de proteção
São aquelas que expõem
os empregados a agentes
coletiva, eles são utilizados com bem menos frequência, uma vez que esse tipo de
nocivos à saúde, acima equipamento não depende da vontade do trabalhador. Eles têm preferência pela
dos limites de tolerância
fixados. utilização do EPI, devido a sua praticidade.
E quais são esses equipamentos?

Dreamstime (2012)
Figura 47 -  Foto de profissionais de diferentes áreas

Existem vários tipos, como:


a) proteção auditiva – abafadores de ruídos ou protetores auriculares;
b) proteção respiratória – máscaras e filtro;
c) proteção visual e facial – óculos e viseiras;
d) proteção da cabeça – capacetes;
e) proteção de mãos e braços – luvas e mangotes;
f) proteção de pernas e pés – sapatos, botas e botinas;
g) proteção contra quedas – cintos de segurança e cinturões;
h) proteção para isolar áreas – cones de sinalização e banquetas/mantas isolan-
tes (para redes elétricas).
Os equipamentos de proteção individual, além de essenciais à proteção do
trabalhador para a manutenção de sua saúde física e proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho, podem tam-
bém proporcionar a redução de custos ao empregador.
5 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
57

Conheça melhor sobre os EPI em <www.fundacen-


SAIBA tro.gov.br/dominios/ctn/anexos/cdNr10/Manuais/
MAIS M%C3%B3dulo02/5_8%20-%20EQUIPAMENTOS%20DE%20
PROTE%C3%87%C3%83O%20INDIVIDUAL.pdf>.

5.2 LEGISLAÇÃO E NORMAS

O Ministério do Trabalho desenvolveu várias normas que as empresas e os pa-


trões devem seguir para ficar dentro da lei. Entre essas normas, existe a NR-61,
que ressalta os itens de responsabilidade do empregador, tais como:
a) adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade e exigir seu uso;
b) fornecer ao trabalhador somente o equipamento aprovado pelo órgão na-
cional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
c) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
d) substituir imediatamente o EPI quando danificado ou extraviado;
e) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
f) comunicar o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularida-
de observada.
O empregado também terá que observar as seguintes obrigações:
utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina;
responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio ao uso;
cumprir as determinações do empregador sobre o uso pessoal.

Os objetivos da legislação trabalhista é garantir a segu-


rança dos trabalhadores, assim como proteger sua ren-
da e condições dignas de trabalho. O direito do trabalho
VOCÊ versa sobre matérias de higiene e saúde do trabalhador,
SABIA? normas que são imprescindíveis para sua incolumidade
física e mental.
Fonte: <www.corenpr.org.br/artigos/artigo_tania.pdf>.

Existem outros tipos de normas que englobam atividades insalubres2 e que


vão além do equipamento de proteção. Para esse tipo de atividade, a empresa
deve pagar um adicional por insalubridade.
fundamentos dos sistemas eletrônicos automotivos
58

Além de o empregador fornecer os equipamentos, ele deve também fiscalizar


e verificar se o equipamento está sendo utilizado. Pois, no caso de algum tipo de
fiscalização do Ministério do Trabalho, o empregador pode ser multado em fun-
ção de seus funcionários não estarem utilizando o EPI, bem como o empregador
pode demitir por justa causa no caso de o funcionário não utilizar o equipamento.

A utilização de EPI pode ajudar a prolongar a sua saúde:


FIQUE nos casos de locais com ruídos sonoros muitos elevados,
a utilização de protetores auriculares evita a perda de au-
ALERTA dição; para evitar lesões nos olhos, é necessário o uso de
óculos de proteção.

As orientações para o uso correto dos equipamentos de segurança é resulta-


do de longos estudos. Veja a seguir um pouco sobre a história da segurança do
trabalho.

CASOS E RELATOS

A História da Segurança no Trabalho


A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do tra-
balho está registrada num documento egípcio. O papiro Anastacius V fala
da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições
de trabalho de um pedreiro. Também no Egito, no ano 2360 a.C., uma insur-
reição geral dos trabalhadores, deflagrada em minas de cobre, evidenciou
ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos.
O Império Romano aprofundou o estudo da proteção médico-legal dos
trabalhadores e elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabel-
ecimento de medidas de prevenção de acidentes foram Plínio e Rotário,
que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para evitar que os
trabalhadores respirassem poeiras metálicas.
As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de hi-
giene do trabalho datam da Idade Média. Os levantamentos das doenças
profissionais, promovidos pelas associações de trabalhadores medievais,
tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho no Renascimento.
Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen, como pioneiro da in-
speção médica no trabalho, e Bernardino Ramazzini, como sistematizador
de todos os conhecimentos acumulados sobre segurança, que os trans-
mitiu aos responsáveis pelo bem-estar social dos trabalhadores da época
na obra intitulada De morbis artificum diatriba (1760; Sobre as doenças dos
trabalhadores).
5 SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
59

Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais


um trabalho sobre as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro
Verri fundou, no mesmo ano, a primeira sociedade filantrópica que visava
ao bem-estar do trabalhador. A Revolução Industrial criou a necessidade de
preservar o potencial humano como forma de garantir a produção. A sis-
tematização dos procedimentos preventivos ocorreu primeiro nos Estados
Unidos, no início do século XX. Na África, Ásia, Austrália e América Latina os
comitês de segurança e higiene nasceram logo após a fundação da Organi-
zação Internacional do Trabalho (OIT), em 1919. 
Fonte: Tem Segurança (2012).

Conhecer a história dos temas que estamos estudando nos traz reflexões im-
portantes, não é mesmo? Atualize-se sempre.

RECAPITULANDO

Nesta última parte dos nossos estudos, conhecemos os equipamentos de


proteção individual e agora já sabemos o que é papel dos empregadores e
o que é papel dos empregados em relação aos EPIs.
Ao longo deste estudo, exploramos vários pontos sobre componentes
eletrônicos e circuitos eletrônicos. Além disso, conhecemos também as
diferentes técnicas de soldagens. Depois de tantas informações impor-
tantes, não poderíamos deixar de falar sobre a saúde e a segurança no tra-
balho. Essa deve ser uma preocupação constante em todas as profissões,
mas o cuidado deve ser ainda maior quando mexemos diretamente com
eletricidade. Fique atento!
REFERÊNCIAS

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Acesso em: 26 jan. 2012.
CAPITÓLIO SEMICONDUTORES. Diodo normal. Disponível em: <www.capitoliosemic.com.br/
diodos_normais.html>. Acesso em: 26 jan. 2012.
CONCHETO, Celso Luiz. Diagrama eletrônico. Disponível em: <concheto.com.br/tea/destec/03-
Diagrama_eletronico.pdf>. Acesso em: 27 jan. 2012.
CRISTAL DE SILÍCIO. Imagem cristal de silício. Disponível em: <www.tropical-rainforest-animals.
com/image-files/siliconcrystal.jpg>. Acesso em: 26 jan. 2012.
DANTAS, Almerinda A.; LORIS, Kelly; MOSCALESKI, Tânia; NAKAMURA, Eunice Kyosen. Direitos dos
trabalhadores em relação à saúde nas empresas. Disponível em: <www.corenpr.org.br/artigos/
artigo_tania.pdf>. Acesso em: 27 jan. 2012.
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edu/~jlozano/interfaces/diodoreal.jpg>. Acesso em: 26 jan. 2012.
DK BOOKS. Átomo de silício. Disponível em: <www.clipart.dk.co.uk/1255/subject/Chemistry/
Silicon_atom>. Acesso em: 26 jan. 2012.
E-LEE. A junção PN. Disponível em: <e-lee.ist.utl.pt/realisations/EnergiesRenouvelables/
FiliereSolaire/PanneauxPhotovoltaiques/Cellule/Analogie/PN.htm>. Acesso em: 26 jan. 2012.
ELECTRÓNICA. Díodo. Disponível em: <www.electronica-pt.com/index.php/content/view/33/37/>.
Acesso em: 26 jan. 2012.
ELETRÔNICA DIDÁTICA. Imagem – identificação dos terminais de LED. Disponível em: <www.
eletronicadidatica.com.br/componentes/led/led.gif>. Acesso em: 25 jan. 2012.
______. Ferro de solda. Disponível em: <www.eletronicadidatica.com.br/equipamentos/ferro_
solda/ferro_solda.htm>. Acesso em: 26 jan. 2012.
ELETRÔNICA. LEDs bicolores. Disponível em: <www2.eletronica.org/hack-s-dicas/leds-bicolores/>.
Acesso em: 25 jan. 2012.
FUNDACENTRO. Equipamento de proteção individual – EPI. Disponível em: <www.fundacentro.
gov.br/dominios/ctn/anexos/cdNr10/Manuais/M%C3%B3dulo02/5_8%20-%20EQUIPAMENTOS%20
DE%20PROTE%C3%87%C3%83O%20INDIVIDUAL.pdf>. Acesso em: 27 jan. 2012.
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hardware/transistor.html>. Acesso em: 26 jan. 2012.
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diodo-emissor-de-luz/>. Acesso em: 25 jan. 2012.
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se-tornar-realidade&id=010110090603>. Acesso em: 26 jan. 2012.
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sabereletronica.com.br/files/image/figura_2_simbologia_interpretacao.jpg>. Acesso em: 26 jan.
2012.
SEMICONDUTOR. Imagem semicondutor. Disponível em: <www.electricianmethuenma.com/wp-
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SEMPRE TOPS. Imagem – símbolo da CIPA. Disponível em: <www.sempretops.com/wp-content/
uploads/saude-e-seguran%C3%A7a-no-trabalho.jpg>. Acesso em: 26 jan. 2012.
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TURNER, L.W. Circuitos e dispositivos eletrônicos. São Paulo: Hermus, 2004.
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WEBX. Sensores. Disponível em: <webx.ubi.pt/~felippe/texts3/sensores.pdf>. Acesso em: 27 jan.
2012.
MINICURRÍCULO Dos autores

Allesse Carvalho Rodrigues é graduando em Administração pela Universidade Federal de San-


ta Catarina, técnico em Manutenção Automotiva formado pelo SENAI e atua como instrutor em
cursos técnicos e de qualificação profissional na área da Mecânica Automotiva e Náutica. Possui
cursos e certificações de qualificação profissional nas áreas Automotiva, Náutica e Gestão, além
de ser formado no curso técnico em Transações Imobiliárias pelo CEBREP.

Fabricio Torri é bacharel em Engenharia Mecânica, pela Universidade do Estado de Santa Catarina,
no ano de 2006. Desde 2007 atua como Engenheiro responsável da empresa Segurança Veicular
Ltda., e leciona junto ao SENAI a matéria de Segurança Veicular. Seu principal interesse é vislum-
brar as novas tecnologias empregadas junto aos veículos automotores.

Ricardo Ramos Zapelini, formado como Técnico em Eletrônica pelo Centro Federal de Educação
Tecnológica de Santa Catarina (CEFET-SC) – atual Instituto Federal de Tecnologia de Santa Cata-
rina (IFSC), e atualmente cursando Engenharia Elétrica pela Universidade do Sul do Estado de
Santa Catarina (UNISUL). Atua no SENAI há 9 anos como Coordenador de cursos Técnico em Ele-
trotécnica e Coordenador Técnico dos Cursos Superiores em parceria com a UNISUL. Ao longo
deste período ministrou aulas de eletrônica básica, eletrônica analogia, eletrônica de potência,
eletrônica digital e sistemas de comunicação para os cursos na área de eletrônica e eletrotécnica.
Atualmente coordena os Cursos Técnicos de Manutenção Automotiva e Mecânica Industrial no
SENAI/SC em Palhoça além de ministrar aulas de eletrônica embarcada para o Curso Técnico em
Manutenção Automotiva.
Índice

A
Anodo 27
Atividades insalubres 57
Automação 13

C
Catodo 27, 31, 44, 45
Chanfro 31
Chumbo 49
Circuito impresso 47, 50, 51
Componentes eletrônicos 14, 19, 23, 24, 49, 50, 59
Corrente alternada 26, 40, 42
Corrente contínua 26, 40, 42

D
Diferença de potencial 28

E
Estanho 48, 49

I
Invólucro 33
Isolante elétrico 26

M
Material condutor 16
MTE 57

N
NR-6 57

P
Processos industriais 13

R
Regulador de tensão 34

T
Tensão elétrica 36
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

Simone Moraes Raszl


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela de Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Allesse Carvalho Rodrigues


Cláudia Dias da Silva
Vanessa Fuchter Goedert da Silva
Elaboração

Patrick da Silva
Revisão Técnica

Luciana Effting
CRB14/937
Ficha Catalográfica

FabriCO

Design Educacional
Revisão Ortográfica, Gramatical e Normativa
Ilustrações
Tratamento de Imagens
Normalização
Diagramação
i-Comunicação
Projeto Gráfico

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