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Cada documento escrito deve ser lido

‘historicamente’; isto é, devemos levar em conta que


ele foi escrito por um determinado indivíduo (ou
grupo de pessoas), num momento particular da
história e que foi motivado por alguma ocasião
particular.
O objetivo aqui é obter uma compreensão de quem é o autor, as
circunstâncias em que ele escreveu, o seu propósito ao escrever e a quem ele
estava escrevendo. Pode parecer um grande trabalho, mas muitas são as
vantagens a serem obtidas de um estudo do pano de fundo histórico de um
livro. O objetivo do pregador é descobrir o significado pretendido pelo autor. O
que ele pretendia dizer? O que os leitores originais entenderam? Para
descobrir esse significado, o pregador deve ter uma compreensão do autor e
das circunstâncias dos leitores. Se encontrássemos uma declaração que
dissesse: “Ele é violento”, como podemos saber o que significava isso, a
menos que tivesse alguma indicação de quem disse, de quem foi dito, as
circunstâncias em que foi dito e até mesmo a data em que foi dito? Sem uma
compreensão do pano de fundo, uma interpretação precisa da passagem será
impossível.
O pregador tende a olhar para a passagem através dos óculos do século XX.
Ele deve se colocar no primeiro século e com os óculos dos leitores originais
tentar ler o texto. Para isso, precisará se proteger de interpretar mal o texto, e
fornecer um sentido não pretendido para a configuração original e
circunstâncias abordadas na passagem. Esta, por sua vez, irá ajudá-lo melhor
aplica-la aos seus ouvintes. A tentação existe em ignorar esse passo. O
pregador que faz isso, no entanto, está privando a si mesmo de alguma
informação valiosa e essencial para a compreensão do texto.
Considerando as vantagens obtidas através deste estudo de pano de fundo,
o que especificamente um estudo como este pode nos fornecer em termos de
informações importantes? Há seis áreas que são essenciais:
1. O autor.
2. Seus destinatários ou leitores.
3. A data (aproximada).
4. Local da escrita.
5. As circunstâncias.
6. Propósito do livro.
O melhor lugar para começar o estudo de pano de fundo ou contexto
histórico é o próprio livro. O pregador deve ler o livro procurando
especificamente as informações mencionadas acima. Ele anota as referências
e o que elas dizem sobre cada uma das categorias mencionadas. Em seguida,
ele resume, em forma de parágrafo, o que a própria epístola ou livro diz sobre
cada uma dessas seis áreas. Ele, então, cruza as referências como nomes,
lugares, eventos e outros itens do pano de fundo que são significativos no
texto. Neste ponto, o livro de Atos torna-se particularmente útil em se pensando
nas cartas paulinas. No caso dos livros proféticos, um grande auxílio são os
livros históricos.
Como um passo final Pregador se volta para suas obras de referência. Ele
pode precisar de mais informações sobre o autor, a cidade em que os leitores
viveram, a sua localização, ou a data da epistola. Para isso, ele se volta para
um dicionário bíblico, enciclopédia bíblica, um atlas, manual, ou um comentário
exegético que forneça ao leitor essas informações de cunho histórico. Em
relação a estas obras de referência, Grant Osborne aconselha ao intérprete
para que use trabalhos recentes, bem pesquisados por causa da explosão de
informações descobertas nas últimas décadas. O interprete, em seguida,
resume todas essas informações sobre as seis áreas mencionadas acima.

Segundo Passo: Fazer o Levantamento do conteúdo sobre o Livro


O segundo passo nesta fase é obter uma compreensão dos conteúdos do
livro. Esta etapa permite que o intérprete chegue a um tema, e trace o
desenvolvimento desse tema ao longo do livro. John Philips refere-se a este
como o “princípio da pesquisa," e compara-o a olhar para a imagem de um
quebra-cabeça antes de olhar para cada peça individual. Ele diz: “Temos de
ver o todo antes de nos tomarmos demasiadamente imersos em suas partes."
Embora ele se refira primariamente a toda a Bíblia, o que ele diz também é
verdade sobre cada livro individual. Todo pregador compreende a importância
do contexto imediato de uma passagem (contextos anterior e posterior) Este
passo lhe dá uma compreensão do contexto de todo o livro. Tal entendimento é
necessário para interpretar cada verso em seu contexto adequado. Walter
Kaiser diz, “a menos que o exegeta saiba onde o pensamento do texto começa
e como o padrão de pensamento desenvolve, todos os detalhes relacionados
poderão ter pouco ou nenhum valor.”
A compreensão do contexto é absolutamente essencial para uma
interpretação precisa do texto. Isso protegera o pregador de interpretar
erroneamente o texto, e ainda lhe fornecerá uma visão global do que o livro
todo é antes de tentar pregar uma parte do livro.
Para realizar este segundo passo, o pregador deve primeiro comparar as
diferentes traduções em suas formas de agruparem o texto de acordo com os
parágrafos, e marcar as divisões dos parágrafos. Deverá listar no topo de uma
folha de papel o nome de cada tradução. E então, colocar as divisões de cada
parágrafo sob a tradução que representa.
Como resultado, ele tem um gráfico de como as diferentes traduções
dividem o livro em parágrafos. Na última coluna no gráfico, o intérprete escreve
sua própria divisão de parágrafo. Estes parágrafos mais tarde se tomarão a
base para suas mensagens.
O próximo passo é listar cada parágrafo e dar-lhe um título que explica o seu
conteúdo. O pregador em seguida, examina os parágrafos para ver como eles
se encaixam juntos em seções, e dá um título a cada seção. Após isso, ele
deve ter uma ideia sobre o que é o livro, e ser capaz de escrever o seu tema.
Ele deve verificar o seu trabalho neste momento, através do uso de um
dicionário bíblico, manual, ou um comentário exegético. Uma introdução do
Novo Testamento também é útil, tanto nesta área como no pano de fundo.
Uma maneira útil de visualizar os resultados de seu estudo é desenhando
um gráfico do livro, James Braga chama isso de "abordagem sintética" e
mostra a seus leitores como desenvolver tal gráfico. Seus seis passos do
processo envolvem: (1) desenhar um gráfico; (2) resumir cada parágrafo, (3)
selecionar as divisões principais; (4) selecionar as subdivisões; (5) encontrar as
ênfases principais; e (6) resumir o conteúdo, Alguns dos melhores exemplos
deste tipo de gráfico pode ser encontrado em “Survey of the New Testamen.”
de Irving L. Jensen.
O leitor pode questionar a necessidade de fazer todo esse trabalho
pessoalmente, mesmo quando ele já foi feito por outros, Ele pode ser tentado a
ir imediatamente à alguma obra de referência. Contudo, isso seria roubar de si
mesmo alguma interação valiosa com o texto, e fazê-lo dependente de outros.
Por esta razão, Grant Osborne diz: “É crucial não verificar as fontes
secundárias até que tenhamos feito o nosso próprio trabalho indutivamente no
começo.”
Como resultado dessas duas etapas, O pregador deverá adquirir uma
compreensão do livro. Ele terá uma “perspectiva” para uma definição do livro e
um olhar panorâmico do seu conteúdo. Uma vez concluída, essas duas etapas
não terão que ser repetidas, uma única revisão, quando o pregador se mover
através do livro será necessário.

Terceiro Passo: Estudo da Perícope


Tendo obtido uma visão ampla do autor da obra, o pregador está agora
pronto para começar a olhar para os detalhes. Isto traz o pregador para a
passagem a partir da qual ele pretende desenvolver o sermão. É neste ponto
que ele se concentra sobre a estrutura e esboça da passagem. Seu objetivo é
encontrar os contornos naturais e ênfases da passagem, sem impor sua
própria visão sobre ela. Uma compreensão da estrutura da passagem é melhor
adquirida através de um processo conhecido como “diagramação” Lee
Kantenwein menciona vários benefícios da diagramação de uma passagem.
Ela permite que o intérprete compreenda a estrutura das frases na passagem,
para estruturar um esboço significativo e coerente da mesma, e observar o
padrão de pensamento do texto. Isso também força o pregador a examinar a
passagem com mais detalhes. Existem várias maneiras para diagramar uma
passagem.
O objetivo aqui, é visualizar o fluxo do pensamento na passagem, não para
dissecar as partes do discurso. Por esta razão, o escritor recomenda o
"diagrama de blocos.” É o método mais simples, e leva menos tempo do que o
outros. O diagrama de blocos pode parecer difícil no início, mas uma vez que o
pregador se torna familiarizado com o processo, ele vai ver que vale a pena o
investimento do seu tempo.
Osborne e Woodward divide-o em dois passos simples. "Em um pedaço de
papel, cada declaração principal é escrita numa linha com os seus
modificadores escrito abaixo da linha, diretamente abaixo da palavra que
modificar."
Alguns exemplos nos ajudarão na compreensão do método.
Exemplo 1: 1 Tessalonicenses 1.2

Exemplo 2: 1 Tessalonicenses 1.2 e 3

Como se pode ver, um diagrama de blocos toma a estrutura do texto muito


mais clara e permite o intérprete ver o contorno natural ao invés de impor um
esboço sobre a passagem. Como resultado do diagrama, o pregador pode
desenvolver um esboço preliminar da passagem. Ele desenvolve o seu ponto
principal das frases, e cláusulas principais e pode desenvolver seus pontos
secundários a partir dos pontos de menor importância.
Este não é um esboço de sermão ainda. Pode se tomar, mas por enquanto,
é apenas uma descrição geral do conteúdo da passagem. Merrill Tenney. faz
basicamente a mesma coisa, sem as setas. Ele refere-se ao seu diagrama
como uma "disposição mecânica.”
O pregador, em seguida, liga os principais pontos juntos para determinar o
tema da passagem. Isso é o que Robinson chama de "a grande ideia.” O
pregador deve fazer duas perguntas ao texto: "Qual é o assunto? Ou “sobre o
quê, precisamente o autor falando?” E "o que o autor está dizendo quanto
àquilo, sobre o qual está falando?”
A grande ideia é basicamente um breve resumo da passagem. O pregador
então verifica seu tema com o título do parágrafo dado anteriormente e corrige
qualquer inconsistência.
Neste ponto, o pregador deve ter uma ideia das circunstâncias que deram
origem ao livro. Ele terá uma boa compreensão do que o livro como um todo é.
E agora, ele tem uma compreensão mais completa da passagem que ele irá
pregar, bem como uma ideia de qual será o seu tema e como ele irá
desenvolver esse tema (o esboço).
O próximo passo leva o pregador a um estudo ainda mais detalhado da
passagem.

Passo Quatro: Estudo das palavras e frases


Esta quarta etapa envolve o estudo das palavras e frases na passagem.
Kaiser refere-se as palavras como "os blocos básicos para a construção de
significado.” Merrill F. Unger, observa “aquele que não tem interesse genuíno
nas palavras e seus significados nunca fará uma boa exposição”. O pregador
ficará aquém de seu objetivo aqui se ele confiar na palavra utilizada na
tradução em português. Portanto, um conhecimento das línguas originais
certamente será um trunfo. Com as ferramentas disponíveis hoje, no entanto, o
pregador mesmo que não tenha conhecimento das línguas originais ainda é
capaz de estudar as palavras originais do texto.
O que é que o pregador precisa estudar? Ele deve estudar as referências
culturais, geográficas locais que são mencionadas, verbos principais e
substantivos, figuras de linguagem e termos teológicos. A responsabilidade
dele neste momento é percorrer a passagem frase por frase, e tentar
esclarecer qualquer coisa que não está claro. Muito já terá sido esclarecido
sobre referências geográficas e culturais, no passo um. Algumas referências
geográficas e culturais, no entanto, ainda são incertas. Esses termos devem
ser esclarecidos antes do pregador poder ganhar uma completa compreensão
da passagem.
Figuras de linguagem podem ser muito importantes. Herbert Lockyer diz,
“outros escritores podem comparar as figuras de linguagem como metáforas e
símiles da Bíblia” EW Bullinger lista centenas de figuras de linguagem em três
divisões diferentes — figuras envolvendo omissão, adição e mudança. O mais
comum, no entanto, são comparações e metáforas.
Uma metáfora faz uma comparação sem usar "igual" ou "como." Por
exemplo, quando Jesus viu a multidão como ovelhas sem pastor, Ele usou um
símile. Quando ele disse: "Eu sou a porta”, Ele estava usando uma metáfora.
Ao interpretar essas figuras de linguagem, o pregador intérprete deve ter em
mente a “regra de ouro da interpretação". Merrill F. Unger elabora:
“Quando o senso comum da Escritura faz sentido
comum, não procure nenhum outro sentido, tome
cada palavra em seu significado literal, usual, a não
ser que seja uma figura retórica, ou a menos que o
contexto imediato, seja estudado cuidadosamente à
luz de passagens relacionadas e verdades
axiomáticas e fundamentais, indiquem claramente
contrário.”
Unger continua a dizer que se houver uma inconsistência ou absurdo
resultante da interpretação literal do texto, antão o pregador pode concluir que
é figurativo. Mas se for compatível com o contexto, passagens paralelas, e o
assunto em discussão, então, as literais são preferidas.
Os termos teológicos exigem um estudo ainda mais profundo. As epístolas
do Novo Testamento estão cheias de palavras de enorme importância
teológica. Palavras como “justificação”, “justiça”, “resgatar, “eleger”
“propiciação”, “reconciliar”, “predestinado, e "santificar, devem ser interpretadas
no seu contexto imediato. O intérprete deve primeiro examinar estas palavras à
luz do que ele significar o público original. Ele então examina à luz do que toda
Bíblia ensina sobre o assunto. Isto é, por vezes, referido como “revelação
progressiva. Bernard Ramm diz, “toda Escritura Sagrada é o contexto e guia
para compreender a passagem da Escritura”.
Como é que o pregador define esses termos? Ele começa olhando no texto
para qualquer explicação do termo. Às vezes, próprio escritor vai definir a por
meio de uma cláusula, um adjetivo ou adverbio modificador ou comparação.
Poe exemplo, a morte descrita em Efésios 2.1 é explicado como morte
espiritual pela frase, “em delitos e pecados.” “Perfeito” é ainda descrito em
2Timóteo 3.17 “Perfeitamente habilitado para toda boa obra”.
O significado de algumas palavras se tornará obvio para o pregador quando
ele compara as traduções, compara as referências encontradas na sua
concordância, e usa seu léxico para procurar significados. Outras palavras, no
entanto, o pregador poderá precisar fazer um estudo e consultar uma
concordância para possíveis significados da palavra, e em seguida, determinar
qual o melhor significado se adapta ao contexto da passagem.
Alguns termos exigirão o uso de outras ferramentas de referência. Por
exemplo, para termos teológicos, precisa ser consultado um livro de conteúdo
teológico ou boa teologia, para obter uma imagem clara doutrina em discussão
no texto. Termos geográficos requererão o uso de um atlas Bíblico. Termos
culturais devem levar o pregador a obras de referência sobre os costumes e
cultura. O pregador deve ter uma explicação razoável para cada termo usado
no texto até o momento de concluir esse estudo.
Se tiver feito isso, o pregador pode agora se voltar para seus comentários.
Fee e Stuart fornecem aos seus leitores uma seção sobre a avaliação e
utilização de comentários, juntamente com uma lista útil. Eles emitem esta
advertência, no entanto:

“Você não começa o seu estudo bíblico com um


comentário! Você vai para o comentário depois de
ter feito o seu próprio trabalho; a razão que você,
eventualmente, consulta um comentário é encontrar
respostas para as questões de conteúdo que
surgiram em seu estudo. Ao mesmo tempo, é claro,
o comentário vai alertá-lo para as perguntas que
você não fez, mas deveria ter feito.”

O objetivo imediato do intérprete é verificar sua interpretação da passagem e


esclarecer qualquer pergunta sem resposta. Sua principal fonte para isso é um
bom comentário exegético. Comentários devocionais também servem a esse
propósito, no entanto. Eles podem fornecer ao intérprete ideias negligenciadas,
mais conhecimento sobre a aplicação da passagem para seus ouvintes, ou
mesmo material de apoio para a mensagem mais tarde. Assim sendo, o
intérprete consulta tanto comentários exegéticos e devocionais e anota as
ideias que ele encontra a partir deles.
Isso completa a fase exegética de preparação de uma mensagem
expositiva. As quatro etapas estudadas até agora incluem: estudar os
antecedentes do livro, isto é, o pano de fundo ou contexto histórico, estudar o
conteúdo do livro, estudar a estrutura da passagem, e estudar as palavras e
frases encontradas na passagem. Tendo feito um estudo aprofundado da
passagem, o pregador está agora pronto para desenvolver um sermão que
será consistente com o estudo.

Segunda Parte: O Passo Organizacional

O pregador agora se desloca para a próxima etapa de organizar a passagem


em uma mensagem expositiva. Ele não pode ser satisfazer com um comentário
em breve palavras e frases aqui e ali. Nem pode ficar satisfeito com apenas um
esboço exegético do texto. Ele deve tomar todas as informações que levantou
sobre a passagem, determinar como se relacionam com seus ouvintes, e expô-
las em uma forma interessante, clara, lógica e compreensível.
Este é o lugar onde muitos pregadores falham. No entanto, esta fase é tão
importante quanto a primeira. De acordo com Merrill Unger, a pregação que
carece de organização lógica e forma homilética "não se qualifica como
pregação para todos.”
Harry Farra também defende a importância de organizar adequadamente o
sermão quando ele escreve, “clareza e organização andam de mãos dadas. Se
as ideias não são bem organizadas, as pessoas têm de trabalhar mais para
digeri-las.”
Como, então, se faz para organizar seu sermão? Tal como acontece com a
primeira fase, há quatro etapas nesta fase que devem ser tomadas no
desenvolvimento do sermão: desenvolver uma proposta baseada no tema e
propósito da passagem, desenvolver o esboço, preencher o esboço, e preparar
a introdução e a conclusão.

Primeiro Passo: Desenvolver uma Proposição


O primeiro passo envolve o desenvolvimento de uma proposição. Talvez a
explicação mais clara da proposição seja dada por James Braga: A proposição
ou tese é uma declaração simples sobre o assunto que o pregador propõe a
discutir, desenvolver, provar ou explicar em um discurso. Em outras palavras, é
o sermão reduzido a uma sentença.
Robert Delnay diz: "A proposição é aquela sentença chave em torno da qual
você constrói o resto de seu sermão." Às vezes chamado de um tema, uma
tese, ou uma ideia central, é que une o sermão e lhe dá unidade. Braga diz que
é a característica mais importante na organização do sermão.
Os escritores geralmente se referem a proposição de forma diferente.
Haddon Robinson refere-se a ela como a "ideia homilética.” Ele a desenvolve,
fazendo duas perguntas: "Sobre o que escritor está falando?” “E o que ele está
falando sobre isso?" Isso se torna o assunto e o complemento. Ele escreve:
"Uma declaração completa da ideia apenas junta o assunto com o
complemento.”
O assunto é geralmente colocado na forma de uma pergunta e o
complemento responde à pergunta, dando ao pregador uma ideia completa.
Robinson ilustra essa abordagem com o Salmo 117. O tema é "Por que todos
devem louvar o Senhor." O texto tem dois complementos: porque "Seu amor é
forte e Sua fidelidade é eterna." A ideia completa declarada no sermão, seria,
"Todos devem louvar o Senhor porque seu amor é forte e Sua fidelidade é
eterna."
Robert Delnay argumenta que cada passagem na Bíblia, exceto as
genealogias, faz uma exigência aos leitores. Portanto, a proposição deve ser
uma exigência que seja consistente com as exigências da passagem.” Um
exemplo deste tipo de proposição pode ser: "Cada Cristão deve testemunhar
“ou "você deve descansar em Cristo”. O problema com este tipo de proposição
é que muitas vezes acaba por ser demasiadamente geral, desconsiderando a
forma do texto, transformando promessas bíblicas em mandamentos, e deixa o
ouvinte com a ideia de que vida cristã consiste em uma série de deveres,
obrigações e necessidades. Fred Craddock oferece uma apropriada crítica
desta abordagem:
“Talvez seja o suficiente neste momento para nos
alertar com antecedência sobre a gravidade da
forma alterada, que pode alterar a função ou o
conteúdo. Se 'bem-aventurados são os pobres de
espírito' é permitido afirmarmos que 'devemos ser
pobres em espirito"... então muitas coisas
verdadeiras e cristãs podem ser ditas no sermão,
mas o pregador pode ser levado ao tribunal por
violar o texto.”

Lloyd M. Perry sugere três tipos diferentes de proposições para o pregador


usar. A proposição pode ser uma “declaração de avaliação ou julgamento.” O
exemplo que Perry dá deste tipo é “orar é vantajoso”; pode ser uma
“declaração de obrigação ou dever.” Esse tipo de proposição corresponde a
proposição de Delnay mencionado acima. O terceiro tipo seria "uma declaração
da atividade sem a obrigação declarada”. Aqui o pregador substitui a palavra
"deve" pela palavra "pode". O exemplo de Perry é, “Todo cristão pode dar o
dízimo."
Qual destas proposições devemos usar? A resposta é - todas. Usando a
mesma proposição o tempo todo pode levar ao desinteresse e tédio por parte
dos ouvintes. Qual proposição o pregador usará vai depende do texto. A
verdade da questão é que todas essas proposições podem ser classificadas
como uma de dois tipos - uma declaração, ou uma exigência. O pregador
decidirá, portanto, através de sua proposição, se emitirá uma declaração ou
uma exigência para seus ouvintes.
Como se faz para encontrar o caminho certo da proposição? Começa por
analisar o tema da passagem descoberto no estágio exegético, e fazendo a
pergunta: "Como isso se aplica aos meus ouvintes?” À resposta pode ser óbvia
por causa da natureza prática do texto ou uma ordem dada no texto. Ele
deverá ter um tema e um esboço a sua frente, escrito em termos de "eles, lá”
então “, Ele precisa fazer esse esboço exegético contemporâneo, escrevendo-o
em termos de "nós" e "aqui e agora” Sidney Greidanus diz: o tema do "sermão
deve afirmar, em resumo, a mensagem do texto para hoje”.
Mas como alguém faz isso? Novamente, pode ser que a aplicação
contemporânea do tema seja óbvia e o pregador simplesmente precise mudar
os substantivos e tempos verbais. Em vez de dizer, "Paulo incentivou aos
Tessalonicenses orai sem cessar” diga, “devemos orar sem cessar.”
É preciso ter cuidado aqui para levar em conta a cultura dos leitores
originais, e evitar fazer um mandamento ou princípio contemporâneo que não
se destinava a ser. Por exemplo, o cristão não deve ser ordenado a
cumprimentar os outros com ósculo santo (1Ts. 5.26). Um aperto de mão vai
funcionar bem. Jay Adams fala sobre isso quando diz:
“Para pregar a Bíblia fielmente em nosso tempo,
devemos encontrar o equivalente às circunstâncias
ou situações originais para as quais Deus então (e
agora) aplicou à advertência, a promessa, O
princípio, ou o mandamento”.
Robert Delnay incentiva seus leitores isolar a exigência que controla todo o
resto. Isso poderia também ser feito com uma declaração que controla todo o
resto do que é dito no texto. Às vezes, o contexto esclarece o que essa
declaração ou exigência deve ser. E se há uma única exigência que pode ser
identificada na passagem, então a proposição torna-se uma exigência. E se a
passagem simplesmente diz uma verdade, a proposição toma-se uma
declaração. A pergunta “Qual é a única coisa que a passagem requer?" Leva a
uma exigência. A pergunta: "Qual é a única verdade central da passagem que
está sendo ensinada?" Leva a uma declaração. A proposição torna-se uma
declaração ou uma exigência, baseada na ênfase do texto.
Outra ajuda no desenvolvimento da proposição é determinar o propósito do
sermão. Jay Adams diz:
“a surpreendente falta de preocupação por
propósito na prática homilética entre pregadores
gerou o surgimento de pregadores que são
maçantes, sem vida, abstratos e impessoais”.
O pregador deve se perguntar: "O que eu quero que estas pessoas façam
como resultado desta mensagem?" O que o escritor original queria que o
público de seus dias fizesse? Haddon Robinson diz:
“Nenhum escritor Bíblico pegou sua caneta para
anotar 'algumas observações apropriadas' sobre
um assunto religioso... cada um escreveu para
afetar a vida.”
Uma vez que o pregador determinou o propósito do escritor bíblico, ele pode
decidir sobre seu próprio propósito, e desenvolver uma proposição à luz desse
propósito que é consistente com o ensino do texto.
Uma boa proposição é caracteriza por várias coisas. J. Daniel Baumann diz:
Que deve ser uma sentença simples, clara e objetiva, e afirmar um princípio
universal. Delnay argumenta que a proposição deve ser formulada com força.
Para alcançar essa força, ele recomenda o uso de um verbo de ação, na voz
ativa, e iniciando na afirmativa. Ele recomenda que duas perguntas sejam
feitas a proposição como uma verificação final - "É verdadeiramente Bíblica?" e
"É espiritualmente importante?”
William Evans diz: "Vamos ter menos disparo de cartuchos em branco e
mais tiro para matar." O pregador que organiza seu sermão em torno de uma
única proposição que é fiel ao texto e relevante para os seus ouvintes, com um
propósito definido em mente, vai disparar mais do que cartuchos vazios. Seus
cartuchos serão impulsionados pela autoridade da Palavra de Deus, e
explodirão sob impacto, cumprindo o propósito pretendido pelo escritor original.

Segundo Passo: Desenvolver os Principais Pontos


O segundo passo envolvido na fase da organização é o desenvolvimento
dos principais pontos do esboço. Um esboço é o sermão em forma de
esqueleto. O esboço do sermão é absolutamente essencial para a clareza da
mensagem. J. Daniel Baumann diz:

“Um esboço vai ajudar tanto o pregador como o


ouvinte. Esse impede que o pregador se perca.
Estabelece uma ordem, uma direção de
pensamento. Omissões, digressões, inconsistências,
ênfases mal colocadas e afirmações sem base serão
reduzidas drasticamente. Os sermões divagam sem
a salvaguardas de uma estrutura bem pensada.”

Um esboço é projetado para fazer três coisas. Exibir os principais pontos e


subpontos da grande ideia, mostrar a relação lógica que existe entre elas. E
revelar a ordem cronológica em que será tratada. Ele também chama a
atenção para o que precisa ser enfatizado no texto, e move o sermão em
direção ao objetivo pretendido. O esboço basicamente funciona como um
roteiro para o pregador. Isso o leva a dizer o que precisa ser dito, quando
precisar ser dito, e em muitos casos, como for preciso dizer.
Todo orador eficaz tem um esboço para a mensagem que entrega. Ele ou
tem em sua cabeça, ou em suas notas a sua frente enquanto fala.
Adams aconselha O pregador a desenvolver um "formato de pregação" em
oposição a um pra em termos de então e lá, enfatiza a terceira pessoa, fala de
outras pessoas em termos abstratos, e é informativo. Em um formato de
pregação. O pastor fala no aqui e agora, enfatiza a primeira pessoa, fala em
termos concretos a congregação que é persuadida e motivada.
Adams, em seguida, compara dois esboços diferentes. Um segue o formato
de aula e discute a origem, função e propósito dos dons espirituais. O outro,
baseado no mesmo tendo, segue um formato de pregação e discute o fato de
que Deus lhe deu um dom, Ele lhe deu para usar, e você deve usá-lo para
beneficiar os outros. Ele então diz:
“O formato pregação mostra continuamente o
pregador sendo pessoal, em dirigir a sua
congregação, para trazê-los face a face com Deus e
seus requisitos .... Observe os termos abstratos
‘fonte, função, finalidade’ no primeiro esboço.
Palavras como estes deixam é congregação
sonolenta. Elas não dizem nade de útil. Elas são
abstratas e analíticas e espremem todo o suco de
um texto e sua verdade. Estes não são tópicos de
pregação; são tópicos de estudos analíticos.”

Para desenvolver este esboço, o pregador deve primeiro voltar para o seu
esboço exegético e reexaminá-lo à luz de sua proposição. Pode ser que este
esboço construído no diagrama de blocos já sugira os pontos principais da
mensagem. Ele pode simplesmente ter de rever esses pontos para que eles
representem fielmente o texto, e sejam apresentados de uma forma
contemporânea. Uma forma de tomá-los contemporâneos é evitar afirmações
datadas. Walter Kaiser aconselha seus leitores a eliminar todos os nomes
próprios, exceto Deus, assim como qualquer coisa que concentre a atenção
dos ouvintes sobre o passado, em vez do presente.
Se o pregador não está satisfeito com o esboço a partir do diagrama de
blocos. eis pode então tentar uma abordagem sugerida por Robert Delnay.
Delnay sugere que proposição deve ser uma exigência. A resposta natural a
uma exigência é uma pergunta. Por que devera? Como posso? O pregador,
portanto, olha através do texto para ver quais destas, ou quaisquer outras
perguntas como essas, são respondidas na passagem. Em seguida, ele
desenvolve seus principais pontos sobre essas respostas.
Por exemplo, suponha que a proposição é: "Cada cristão deve ser
testemunha de Cristo “O pregador prepara uma série de colunas com as
palavras “por quê?” Como? Quando? Onde? E outras questões que possam
ser solicitadas. Ele então verifica a passagem pera ver quais dessas perguntas
a passagem responde mais. À coluna com as melhores respostas escolhidas
se tornam os principais pontos do esboço.
Uma palavra de advertência está na ordem quanto ao uso dessa
abordagem. É preciso o cuidado aqui para seguir a intenção do ensino da
passagem. O objetivo neste ponto não é apenas obter um esboço. É produzir
um esboço que seja fiel ao texto e relevante para os ouvintes. Se não for
cuidadoso, na tentativa de desenvolver um esboço do texto, O pregador irá
encontrar-se lendo algo no texto que não existe. Ou, ele pode emitir uma
exigência de uma passagem que foi destinada a incentivar. Este método pode
ser usado de forma eficaz, no entanto, desde que o pregador com cuidado
distinga entre uma exigência e uma declaração.
O pregador, então, precisa desenvolver a sua frase de transição, com uma
palavra-chave. Se o pregador descobriu respostas no texto para a questão de
por que os cristãos devem testemunhar, a sua frase de transição será: “Há
quatro razões encontrada neste texto sobre o por que os cristãos devem
testemunhar” Se ele descobriu respostas para a questão de onde um cristão
deve testemunhar, será: “Há três lugares onde os cristãos devem
testemunhar.” A questão de como será respondido com caminhos, e assim por
diante. "Razões" ou “lugares” toma-se uma palavra-chave. Cada ponto principal
é uma razão, lugar, e assim por diante.
Lloyd Perry sugere a utilização do termo “por causa de" na frase de
transição. Por exemplo, “os cristãos deve testemunhar por causa dos
argumentos estabelecidos nesta passagem “ou” por causa dos mandamentos
que são dados nesta passagem.” Delnay argumenta, porém, que usando o
termo, "por causa de" enfraquece a força da mensagem, pois "aponta para um
significado, mas não indica isso. Por esta razão, é melhor dizer "Há três
argumentos nesta passagem”, ou “não dois mandamentos nesta passagem ",
em oposição, "por causa de" os mandamento ou argumentos estabelecidos.
Enquanto o pregador entrega a mensagem, seu principal ponto deve lhe
permitir levar o povo através da passagem que ele está pregando. Cada ponto
principal deve ser seguido por uma passagem da escritura que sustenta esse
ponto. David Black incentiva os leitores a “construir seu esboço homilético de
tal forma que os ouvintes possam seguir os sermões em suas próprias Bíblias."
Na medida em que o pregador os conduz através da passagem, os ouvintes
devem ter uma noção de “sim, eu vejo isso agora.”
Esse tipo de pregação concentra sua atenção na autoridade da Palavra de
Deus. Quando o pregador observa as etapas do processo do sermão, vários
contornos provavelmente acabarão em seu papel. Como ele saberá quando
terá um esboço bom o suficiente para se transformar em uma mensagem?
Faris D. Whitesell diz: "Em um esboço, os pontos vitais abordam verdades
desafiadoras de uma natureza eterna. Walter Liefeld sugere quatro testes para
um esboço. É isso fiel ao texto? É obvio a partir do texto? É relevante para os
ouvintes e orientado para objetivos? E finalmente, é dinâmico, estimulando
uma resposta, e movendo em direção a um clímax? O pregador também deve
perguntar si mesmo, “Será que isso me estimula?" "Será que fala com uma
necessidade real?”
Um esboço que atenda a esses testes é um sermão que clama para ser
pregado.

Terceiro Passo: Preencher o esboço:


O próximo passo no processo organizacional é preencher o esboço com o
material de suporte. O que o pregador vai dizer uma vez que ele anuncia seus
pontos principais? É neste ponto que o trabalho da primeira parte é
especialmente útil para o pregador. As vezes o contexto histórico, ou as notas
recolhidas pelo pregador nas palavras e frases do texto irão sugerir o que os
pontos secundários deverão ser. Kaiser recomenda voltar para o diagrama de
blocos da passagem e desenvolvimento dos pontos de menor importância do
diagrama nos subpontos no esboço do sermão. Essa abordagem seria um
excelente esboço de ensino, mas pode não ser o melhor para a pregação,
porque o pregador tende a se afundar nos detalhes do texto.
Charles Koller recomenda que os subpontos sejam como os principais
pontos da mensagem. Ele sugere que os pontos secundários são declarações
completas, paralelas em estrutura, e mutuamente exclusivo, assim como aos
principais pontos. Usando essa abordagem, cada subdivisão se torna outra
divisão do ponto principal.
Por exemplo, se a proposição é "cada cristão deve testemunhar”, e o
primeiro ponto principal é "vivendo uma vida exemplar”, então os subpontos
pode ser uma outra divisão do que constitui uma vida exemplar. Uma vida
exemplar é uma "vida de pureza," uma "vida de consistência ", e uma 'vida de
fidelidade." Cada um destes três subpontos estão em forma paralela e
explicam o ponto principal.
O problema com este tipo de subpontos é que o sermão pode se tornar uma
série de pequenos sermões sobre os tópicos relacionados. A discussão do
ponto principal toma-se um sermão sobre uma vida exemplar, em vez de como
uma vida exemplar se relaciona com o testemunho. Mais importante ainda, o
texto por si só nem sempre sugere um esboço. Se o faz, então, o pregador
pode usá-lo. Se não o faz, ele deve evitá-lo. C. Barry McCarty adverte seus
leitores sobre pontos secundários. Ele escreve, ninguém vai segui-lo até o
número Romano IV, alínea C, parágrafo 2, alínea (a). Uma tese e dois a cinco
pontos principais são todas ideias gerais que uma audiência consegue ouvir
mesmo fazendo muitos malabarismos, por isso, mantenha o seu esboço
simples. É melhor organizar os pontos secundários em tomo do que John
Broadus chama, de “os elementos funcionais do sermão." Estes elementos,
apresentados por Broadus são: explicação, argumento, aplicação e ilustração.
Alfred P. Gibbs cita Martinho Lutero dizendo:
“Quando ele prega sobre qualquer assunto, um
homem deve primeiro distingui-lo. Em segundo
lugar, ele deve definir, descrever e mostrar o que é.
Em terceiro lugar, ele deve produzir frases da
Escritura para provar e fortalecê-la. Em quarto lugar,
ele deve explica-lo por exemplos. Em quinto lugar,
deve adorná-lo com exemplos. Por último, ele deve
admoestar e despertar o indolente, corrigir os
desobedientes e repreender os autores de falsas
doutrinas.”
Usando essa abordagem, o pregador anuncia sua principal divisão, em
seguida, explica, prova, ilustra, e aplica a sua audiência.
Portanto, a primeira coisa que o pregador faz após anunciar seu principal
objetivo é explica-lo. Deveria não ser necessário aqui explicar o ponto principal
em si mesmo, mas apenas explicar a passagem para que os ouvintes vejam
como o pregador extraiu esse ponto principal da passagem. Isso leva o
pregador de volta para uma das principais funções da pregação expositiva —
explicar o texto. Broadus diz: “Explicar as Escrituras parece ser uma das
principais funções do pregador.” Ele emite duas palavras de advertência aqui,
porém: "Não se comprometam a explicar o que você não entende” e “não perca
tempo em explicar o que não precisa de explicação.
A exegese cuidadosa auxilia quanto a primeira advertência. A segunda leva
à questão de quanto o pregador precisa explicar. Haddon Robinson
provavelmente oferece o melhor conselho. Ele escreve: “O princípio básico é
dar o máximo de informação bíblica quanto as pessoas precisam para entender
a passagem e não mais." Se algo precisa ser explicado, explique. Se não é
essencial para a mensagem do texto, então, guarde-a para outra hora.
O pregador deve, então, oferecer provas para o seu ponto principal. Isso
leva para a segunda etapa da argumentação. Se o pregador fez um trabalho
adequado de explicar seu texto, os ouvintes já devem estar convencidos de
que o ponto principal é a partir da passagem em estudo. Neste ponto, no
entanto, O pregador precisa se voltar para outras demonstrações e exemplos
Bíblicos a que emprestam mais apoio à sua afirmação. Em relação a
argumentação bíblica, Broadus afirma: “Em geral, nenhum outro argumento
pode ser tão apropriado ou ser tão eficaz com as pessoas”
Razões lógicas, fatos e dados estatísticos, e testemunhos de outros são
também meios de empregar argumentação. Algumas citações daqueles
reconhecidos pelos ouvintes como autoridades no assunto podem adicionar
tanta imponência e autoridade para a mensagem. Ilustrações da vida real
também são úteis. O pregador precisa antecipar as perguntas e dúvidas do
parto dos seus ouvintes, e usar o método de argumentação para continuar uma
conversa imaginária com seus ouvintes. Ele faz isso, simplesmente dizendo:
"Agora você pode estar se perguntando...* Antes que ele faça isso, no entanto,
ele deve ter certeza de que ele tem respostas satisfatórias para a questão que
ele levantar, caso contrário, esse método irá se voltar contra ele.
As ilustrações podem ser usadas em qualquer fase do desenvolvimento do
sermão. Pode ser que o pregador use uma ilustração para explicar ou discutir.
Mas em algum ponto do esboço, ele precisará ilustrar uma verdade que está
comunicando. Perry recomenda usar apenas uma ilustração para uma única
ideia. Isso deve ser o mínimo. Quantas ilustrações o pregador usa, deve ser
determinado por quão bem elas vão ajudá-lo explicar, argumentar, ou aplicar a
passagem para seus ouvintes.
De todo o material coberto no desenvolvimento do sermão, as ilustrações
provavelmente serão lembradas melhor. Portanto, é importante que o pregador
escolha ilustrações que o ajudem a comunicar sua mensagem, em vez de usar
uma ilustração para seu próprio bem. Seu objetivo é lançar luz sobre a
passagem através da ilustração, para não chamar a atenção para a própria
ilustração.
Broadus recomenda que o pregador esteja completamente familiarizado com
a ilustração e estude-a antes de dize-la no púlpito. Isso o impedirá de ter que
explicar e, possivelmente, mantê-la incompreensível aos ouvidos do povo.
Baumann diz, "como uma brincadeira, ou ele vive ou morre por seus próprios
méritos.” Por isso, é melhor usar uma ilustração que seja claro, e direto ao
ponto, em seguida, seguir em frente.
O subponto final se torna uma aplicação. Isso não significa que este é o
único lugar onde o pregador procura aplicar o texto. Pode vir em qualquer
momento dentro do sermão. Pode vir no início, no meio, ou no fim. No método
proposto aqui, a aplicação aparece em todas as três áreas. Parece No início
quando o pregador apresenta a mensagem e afirma sua proposição, no meio
como um subponto para cada ponto principal, e na conclusão quando o
pregador dirige seu ponto de despedida.
Uma palavra de cautela é a ordem aqui, De acordo com Jack Kuhatschek, a
aplicação deve ser consistente com a interpretação da passagem. Kuhatschek
escreve: "Se uma aplicação não surge da intenção divina e sim do autor
humano, então ela não carrega a autoridade da Palavra de Deus”
Além disso, é importante que a aplicação seja feita com as pessoas em
mente. O pregador precisa pensar sobre as lutas, medos, e problemas
daqueles a quem ele vai pregar.
Charles Swindoll diz o seguinte:
“Penso em adolescentes e no mundo em que eles
têm que sobreviver. Penso esposa abusada. Penso
no jovem com coração partido ou emocionalmente
perturbado ou pessoa mais velha. Penso naqueles
que são divorciados e solteiros.”
O pregador precisa pensar sobre aqueles a quem ele falará e considerar o
mundo em que vivem.
À aplicação responde à pergunta: "Que diferença deve esta verdade fazer
em minha vida?” Os quatro elementos mencionados acima permitem ao
pregador lidar adequadamente com o conteúdo da passagem, e, ao mesmo
tempo, evitar fugas. Haverá, às vezes, uma sobreposição destes elementos
funcionais. Uma ilustração pode ser utilizada para explicar, provar, ou aplicar
um ponto, por exemplo, O objetivo de usar esses materiais, bem como
quaisquer outros, como parte dos subpontos é fazer com que a explicação e
aplicação da própria passagem se tornem mais claras.
Quarto Passo: Desenvolver uma Introdução e uma Conclusão
O passo final do processo é o de desenvolver uma introdução e uma
conclusão para a mensagem. Acredito que todos concordamos que faz sentido
preparar a conclusão final, mas por que a introdução? A introdução vem como
parte do último passo, porque até então o pregador não sabe o que ele estará
apresentando. Preparar tanto a introdução e conclusão, ao mesmo tempo
permite o pregador utilizar formas de amarrá-las. Ao fazê-lo, diz Jay Adams,
"envolve todo o sermão em uma maneira que lhe dá unidade e força.”
J. Daniel Baumann menciona quatro propósitos específicos para uma
introdução. A introdução deve, primeiramente, assegurar a atenção dos
ouvintes e despertar seu interesse. Caso contrário, o pregador os perde antes
de começar. Em segundo lugar, a introdução deve estabelecer à direção do
pensamento. Os ouvintes devem ter uma Ideia da direção em que o pregador
está se movendo. Terceiro, ela também deve permitir que o pregador faça a
transição do natural para o espiritual. O pregador deve começar onde as
pessoas estão e movê-las para o Reino Espiritual. Finalmente, a introdução
deve mostrar às pessoas a relevância da mensagem para a vida delas. Delnay
lembra a seus leitores que a introdução deve ajustar no sermão é levar
facilmente a proposição.
Muitos pregadores começam a sua mensagem com informações básicas
sobre o texto Jay Adams sugere, no entanto, que o pregador deve começar
com as pessoas. Ele diz que, “o primeiro fator é começar com a própria
congregação." O pregador pode usar uma ilustração, uma história, uma
declaração surpreendente, perguntas sobre uma série de questões, ou fazer
uma série de observações com as quais seus ouvintes possam identificar. Mas
ele deve começar onde eles estão. Nessa mesma linha, Fred Craddock
escreve: “alguém não começa, portanto, com uma acusação ... ou com uma
mini palestra sobre uma história ... Para conduzir alguém, significa levá-lo ou
move-lo pela mão”
A introdução, então, é preparada após o esboço do próprio sermão ser
preparado. Isto é, preparado com as pessoas em mente e por aquilo que lhes
despertará o interesse pelo tema. O pregador começa com os ouvintes, ganha
sua atenção e interesse, e então se move para a sua proposição. Uma vez que
ele tem a introdução em mente, ele deve começar a escrever o sermão em
uma folha de papel, pensando através da introdução, os pontos principais, e a
conclusão.
Embora a conclusão seja a última parte do esboço do sermão a ser
preparada, não é de nenhuma maneira, a menos importante. Pode, de fato ser
a mais importante. Visto ser aqui que os ouvintes são chamados a tomar uma
decisão com base no que ouviram. Walter Kaiser aconselha que os pregadores
cuidadosamente limitem seus trabalhos na introdução e dediquem esse
tempo ... Para uma conclusão expandida e claramente planejada” James Braga
diz, a conclusão é o clímax de todo o sermão em que um objetivo constante do
pregador atinge seu objetivo soba forma de uma impressão vigorosa. O
propósito da conclusão é claramente indicado por Grant Osborne, “as metas
são para resumir a mensagem, levar à questão principal, e motivar o público a
ação”. Haddon Robinson escreve vividamente, “o sermão move as armas para
a posição; agora é a hora de disparar o tiro na mente e nas emoções do
ouvinte.”
Como o pregador dispara esse tiro? Simplesmente seguindo o conselho de
Osborne. Primeiro, resuma a mensagem. Isto não é o momento para
introduzir novo material, mas simplesmente para rever a proposição e os
pontos principais. Ele deve analisá-los e reafirmá-los em palavras diferentes.
Em segundo, o pregador conduz ao ponto principal. Este é o lugar onde o
pregador diz a seus ouvintes que medidas devem tomar e como eles podem
fazer, Ele diz como colocar a mensagem do domingo de manhã ou da noite em
prática no mundo de segunda-feira, Adams se refere a isso como
“implementação”, e diz pregadores que creem na Bíblia “tem sido bons em falar
para congregações o que favor, mas notoriamente pobres em dizer-lhes como
fazer."
A conclusão é de um bom tempo para orientar especificamente, até com
exemplos, como os ouvintes podem implementar a verdade da mensagem em
suas vidas. O pregador deve fechar com um desafio para seus ouvintes
praticarem sobre a mensagem, Adams diz: “Seria tolice para um vendedor
explicar tudo sobre o seu produto e, em seguida, deixar de pedir ao potencial
cliente para comprar.” Ele passa a lembrar seus leitores que: Permanece uma
obrigação Bíblica de “instar”, persuadir”, "encorajar" e "autoritariamente
instruir"(cf. as epistolas pastorais) o ouvinte a crer e fazer o que Deus mandou.
O pregador deve desafiar o ouvinte a fazer uma decisão, e na maioria dos
casos, ainda, emitir um convite para que o ouvinte possa responder
publicamente. Glenn O'Neal oferece um conselho final ao escrever: “A nota de
triunfo deveria ser óbvia na conclusão”, incentivar o pregador para sempre
"terminar com uma nota positiva."
É comum ouvir um pregador dizer: "Que Deus ou o Espirito Santo aplique
esta mensagem aos seus corações e vidas.” Através do uso de Ilustrações,
exemplos, argumentos, perguntas, é provérbios pontuais, o pregador auxiliará
seus ouvintes para que o Espirito Santo faça exatamente isso J. Daniel
Baumann diz: “Muitos sermões parecem apenas terminar; eles simplesmente
se encerram”.
Um sermão com uma conclusão cuidadosa e planejada, que consiste em
resumo, específico, direciona e chama para ação, vai fazer mais do que
simplesmente interromper. Ele fará com que o ouvinte vá embora com uma
compreensão de que Deus disse no texto, e o que e como ele pode fazer algo
sobre isso.
Isso completa a segunda etapa do processo de preparação de mensagens
expositivas. Explicamos um plano para a preparação de mensagens
expositivas que consiste em oito etapas em duas partes. Ao completar essas
oito etapas, o pregador deve ter um esboço, escrito. Isso não é apenas
verdadeiro para o texto, mas também é relevante para o ouvinte.

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